155: Tecnologias do cuidado em saúde mental: inclusão e produção de vida
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 10 - Mungunzá    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
4941 As dificuldades da implementação da sistematização da assistência de enfermagem: perspectivas para autonomia profissional
Leonardo Barbosa Rolim, Ana Jéssica Silva de Souza, Gabriela Martins Pereira, Zenaide Nunes da Silva, Elielza Guerreiro Menezes, Maria José Gomes de Aguiar

As dificuldades da implementação da sistematização da assistência de enfermagem: perspectivas para autonomia profissional

Autores: Leonardo Barbosa Rolim, Ana Jéssica Silva de Souza, Gabriela Martins Pereira, Zenaide Nunes da Silva, Elielza Guerreiro Menezes, Maria José Gomes de Aguiar

Introdução: A enfermagem é um dos pilares da saúde, e vem buscando ao longo do tempo melhorar suas condutas através de conhecimentos científicos, sempre respeitando o cuidado integral da saúde do ser humano, e contribuindo na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade. A SAE surge então para organizar e estruturar as práticas do enfermeiro e proporcionar um atendimento qualificado e individualizado para o usuário, melhorando o desempenho do trabalho do enfermeiro. Desenvolvimento do trabalho: O estudo teve o objetivo de identificar as principais dificuldades na implementação da SAE na prática assistencial. Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa sobre as dificuldades e implementação da sistematização da assistência de enfermagem: perspectivas para autonomia profissional. Foram incluídos artigos científicos disponível no idioma português publicados no período de 2005 a 2016. Foram excluídos aqueles que apresentaram textos incompletos ou não estavam disponíveis na integra. A busca foi realizada nas bases de dados da BVS, LILACS e SCIELO, durante os meses de setembro e outubro de 2017, que resultou em 102 estudos pesquisados com os seguintes descritores: processo de enfermagem, sistematização da assistência de enfermagem, identidade profissional, após a primeira filtragem o quantitativo de artigos foram 49 estudos. Foi realizada a leitura seletiva do título e do resumo das obras, dessa forma, a filtragem final nos permitiu selecionar 12 artigos científicos que constituíram o escopo do resultado e discussão. Foi realizado uma leitura exploratória, seletiva, analítica e interpretativa, e empregado um juízo de valor, posteriormente foi elencado os resultados descritos na redação. Resultados e/ou impactos. Percebe-se que o ano que mais se publicou artigos abordando a temática foi em 2012 com 25% seguida de 16% no ano de 2011 e 16% em 2015. Com relação às dificuldades para a implementação da SAE, inicia ainda na graduação, uma vez que a temática SAE não é abordado em profundidade, tornando inseguro sua aplicabilidade, portanto há um déficit de ensino-aprendizado. Quando aos profissionais que já atuam na área, verificamos que vários fatores contribuem para a não realização da SAE, dentre elas: falta de compromisso da gestão, sobrecarga de trabalho administrativo, número insuficiente de profissionais, déficit de educação continuada. Conclusão: É necessário que a gestão reconheça os benefícios para todos os envolvidos, seja para a própria instituição, seja para o profissional, seja para o paciente sobre os benefícios proporcionados pela prática da SAE nas instituições de saúde.  

446 HUMANIZAÇÃO NO TRATAMENTO DE DEPENDENTES QUÍMICOS: UMA FORMA EFICAZ DE REDUZIR DANOS
Thiago Bezerra do Monte

HUMANIZAÇÃO NO TRATAMENTO DE DEPENDENTES QUÍMICOS: UMA FORMA EFICAZ DE REDUZIR DANOS

Autores: Thiago Bezerra do Monte

Pretende‐se no presente trabalho, demonstrar como o atendimento humanizado dispensado a dependentes químicos atendidos pelo Sistema Único de Saúde pode ser um grande instrumento para a contenção de danos causados pelo uso de entorpecentes, além de servir como forma de combate as Drogas. As pesquisas estão sendo desenvolvidas junto ao CRDQ – Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos, que fica situado na Estrada AM-010 que liga a cidade de Manaus a Rio Preto da Erva no Amazonas e que atende certa de 500 dependentes com tempo de internação variável de 01 a 180 dias. O Estudo está embasado no campo das ciências humanas e da saúde, com técnicas de observação de participantes e pesquisas documentais dos pacientes, incluindo processos judiciais, tendo sido incluído nas amostragens aqueles já internados há no mínimo 30 dias e que tenham procurado voluntariamente os serviços do CRDQ, foram analisadas formas de acolhimento, vinculo do paciente com profissionais, acolhimento dos familiares na unidade, aceitação e incentivo a práticas religiosas, formas de inclusão do paciente em seu próprio tratamento, interação paciente e arte e pôr fim a reinserção no cotidiano social em especial no âmbito escolar e profissional ou reincidência e nova internação. Foi notório os resultados benéficos aos pacientes tratados de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde no que pertine a humanização no atendimento ao usuário de entorpecentes, havendo uma demonstração clara por parte dos atendidos, em darem continuidade ao tratamento fora do CRDQ, além de demostrarem real intenção de qualificação profissional e retomada nos estudos, demostrando ser isso acima de tudo uma forma de conter danos ao dependente químico, gerando um baixo índice de reincidência e reintegração, contribuindo inclusive no combate a drogas, visto que retira do mercado ilegal de entorpecentes um consumidor.

774 A ESCUTA SENSÍVEL EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO: A PESSOA COMO PROTAGONISTA DO CUIDADO
Luciana Silvério Alleluia Higino da Silva, Claudia Mara de Melo Tavares, Leiliana Maria Rodrigues dos Santos, Andrea Damiana da Silva Elias, Aline Porto Reis

A ESCUTA SENSÍVEL EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO: A PESSOA COMO PROTAGONISTA DO CUIDADO

Autores: Luciana Silvério Alleluia Higino da Silva, Claudia Mara de Melo Tavares, Leiliana Maria Rodrigues dos Santos, Andrea Damiana da Silva Elias, Aline Porto Reis

INTRODUÇÃO: As pessoas acometidas por algum transtorno/sofrimento psíquico representam 10% (OMS, 2015) da população mundial. A maioria dos diagnósticos são considerados crônicos, sendo assim essas pessoas necessitam de cuidado integral e continuado. A escuta, o interesse pela pessoa, a construção de vínculos de confiança representa excelente possibilidade de um cuidado compartilhado entre trabalhador-usuário. Tais instrumentos tecnológicos são descritos por Merhy(2002) como tecnologia leve e a apropriação dela pelo profissional confere a pessoa com transtorno psíquico um protagonismo sobre o cuidar. Sob este olhar, este estudo traz a vivência de um grupo de enfermeiras que tem pensado o cuidado em um hospital psiquiátrico universitário.  Esse movimento se deu pela troca de experiências entre as enfermeiras dialogando com as pessoas internadas. E, por fim, tem como objetivo evidenciar a potência do encontro entre enfermeiras e pessoas em sofrimento psíquico ampliando a concepção dos cuidados à luz da tecnologia leve e do relacionamento terapêutico proposto por Peplau. Esta reflexão procura transbordar as práticas que se limitam ao cuidado convencional e apontam para boas práticas que se pautam na criatividade e na sensibilidade. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo relato de experiência que ocorreu no período de outubro de 2016 a fevereiro de 2017. O cenário de estudo foi um Hospital psiquiátrico universitário e os participantes do estudo foram pessoas com diagnósticos psiquiátricos que se encontravam internadas no referido período. Se construiu a partir do diário de campo e da observação participante que eram realizados nas atividades coletivas onde o relacionamento interpessoal apontou caminhos inovadores sobre o cuidado durante sua internação. RESULTADOS: Esta abordagem tem assegurado um lugar para que a pessoa em sofrimento psíquico construa seus recursos para lidar com um momento mais agudo, refletir sobre os cuidados durante o período crônico e oferecer aos enfermeiros uma potente ferramenta de apredizado-cuidado. Consequentemente, reconhece a importância de se estabelecer  outros espaços fora do setting clássico (enfermaria).  Viabiliza um acolhimento ao sujeito e não ao sintomas. Tais cuidados garantem uma internação mais consciente e reflexiva. CONCLUSÃO: As práticas acolhedoras e sensíveis ao sofrimento psíquico são instrumentos potentes para assegurar um cuidado ampliado e subjetivo capaz de melhorar o relacionamento entre cuidador-cuidado e ainda produz práticas de empoderamento para as pessoas com transtornos psíquicos. Este estudo sugere que haja espaços contínuos de discussão acerca desses cuidados.

1231 A dinâmica da rede de cuidados de famílias acompanhadas na Atenção Psicossocial e na Atenção Básica em Manaus.
Nayandra Stéphanie Souza Barbosa, Denise Machado Duran Gutierrez

A dinâmica da rede de cuidados de famílias acompanhadas na Atenção Psicossocial e na Atenção Básica em Manaus.

Autores: Nayandra Stéphanie Souza Barbosa, Denise Machado Duran Gutierrez

Apresentação: A presente pesquisa caracteriza-se enquanto uma dissertação de mestrado, resultante de um estudo realizado no contexto da articulação de rede em prol de famílias acompanhadas pelos serviços da Atenção Psicossocial e da Atenção Básica de Saúde, em Manaus, no período de julho a dezembro de 2016. Neste estudo, buscou-se compreender como se constitui a dinâmica da rede de cuidados à saúde de famílias que possuem membros com transtorno mental em seus núcleos familiares. Assim, adotamos como objetivo geral analisar esta dinâmica da rede de cuidados à saúde de famílias que demandam acompanhamento em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em articulação com a Atenção Básica (ABS) de seu território. Para tanto, os objetivos específicos foram: 1) Compreender o processo de acompanhamento ofertado às famílias no cotidiano do CAPS e em articulação com a ABS, buscando conhecer a natureza de suas demandas em geral; 2) Conhecer as ações de cuidado utilizadas pelas equipes para a efetivação da assistência às famílias em âmbito domiciliar e em território, observando os aspectos psicossociais in situ; 3) Identificar as trajetórias terapêuticas destas famílias em suas dinâmicas cotidianas, visando compreender os fatores incidentes, motivações e necessidades que as levam a recorrer a uma rede social de apoio; 4) Refletir sobre as trajetórias terapêuticas e as relações possíveis entre os aspectos e fatores observados nessas dinâmicas de cuidados e a constituição de uma rede de cuidados à saúde de famílias significativa para seus membros, considerando suas especificidades. Desenvolvimento do trabalho: Utilizamos a metodologia de pesquisa qualitativa de caráter descritivo exploratória, através do método da observação participante, tendo como recursos metodológicos os seguintes instrumentos: diário de campo; registro de conversações nos encontros familiares; construção de genograma, ecomapa e mapa de redes com as duas famílias participantes; material documental, e por fim, a realização de uma reunião de restituição das primeiras análises dos dados à equipe de referência, em coerência com o método da observação participante que permitiu a posição do pesquisador enquanto observador-colaborador. Desse modo, a análise do corpus da pesquisa foi realizada a partir de Análise de Conteúdo Temática, com base no marco teórico da Abordagem Sistêmica em interlocução com a Psicologia da Saúde, tendo como construtos principais os conceitos de Rede, Cuidado e Família. Resultados e/ou impactos: Os resultados demonstraram que a dinâmica da rede de cuidados à saúde destas famílias pode ser compreendida a partir da constituição de duas lógicas de redes principais, em um plano sistêmico, a saber: conhecendo a dinâmica da articulação de rede pela lógica dos serviços da atenção psicossocial e da atenção básica em prol das famílias, com seus avanços, rupturas e práticas de cuidado em evidência; e reconhecendo a existência de uma dinâmica da rede a partir da lógica das próprias famílias, resgatando suas histórias, percorrendo suas trajetórias de cuidado e mapeando as redes sociais de apoio significativas, favorecendo assim a constituição e a ativação de uma rede de cuidados de famílias de maneira significativa, integral e efetiva às suas realidades. Em tempo, ressaltamos que a “observação participante” mostrou-se um enriquecedor método de pesquisa por nos permitir uma movimentação ampla pelos cenários e palcos do fazer saúde, permitindo-nos acompanhar as ações, os ditos e não ditos, as rotinas e a falta dela, o instituído e o instituinte, dando vida às nossas cenas do cotidiano de cuidados. Estas cenas foram marcadas por idas e vindas, erros e acertos, angústias e alívios, dificuldades e facilidades, mas também com a observação e participação em ato vivo em momentos que resultaram em intervenções de sucesso, experiências significativas, percursos inovadores e um tanto de esperanças por dias melhores na Saúde Mental em Manaus e no Amazonas. E são estas novas possibilidades, estes novos cenários, estas novas formas de se pensar as redes e os territórios, dando espaço para novos olhares e relações, que fizeram essa pesquisa valer a pena. Assim, muito antes de ser uma conclusão, as reflexões aqui construídas demonstram que outros caminhos podem ser trilhados. Considerações finais: Dito isto, ao repousar nosso olhar na rede de cuidados à saúde de famílias, esperamos ter colaborado não somente com a reflexão sobre a articulação da rede, mas, sobretudo, com a identificação e reavaliação de práticas de cuidados à saúde quando há a existência do sofrimento psíquico em seus núcleos familiares, reafirmando a importância de um acompanhamento que considere os fatores incidentes e outros aspectos psicossociais nessa dinâmica de cuidados em todos os pontos de atenção. Reconhecendo ainda, que a existência de uma rede, mesmo com todos os nós, com toda sua dificuldade e complexidade, é fundamental na potencialização do cuidado ao sujeito com transtorno mental, valorizando sua organização autônoma, sua liberdade de circulação na cidade e na sua rede social, na qual incluímos a família. Por fim, sem perder de vista a particularidade subjetiva que cada caso traz, acreditamos que, contando com a rede de cuidados, ou prescindindo dela, a inserção na vida social e cultural nos contextos locais em que o usuário circula, mostra os avanços já conseguidos com a política de saúde mental em Manaus. Embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido, podemos afirmar que são incontestáveis os avanços obtidos, pois consideramos que o processo da Reforma Psiquiátrica é irreversível, tendo conquistado um espaço importante, que se encontra consolidado na comunidade científica e nos serviços de saúde e aponta uma nova ordem para a reconstrução da atenção em saúde mental. Para concluir, não podemos deixar de ressaltar que se faz urgente para o sucesso da Reforma Psiquiátrica no Amazonas, a formulação de políticas públicas intersetoriais que promovam a reabilitação psicossocial do usuário da saúde mental, efetivando estratégias com as instâncias governamentais, a sociedade civil e criando formas de organização social. Porém, não nos esqueçamos de que cabe ao usuário do serviço de saúde a escolha final se busca ou não os serviços oferecidos, bem como o poder de seguir ou não o acompanhamento sugerido ou de buscar outras alternativas para o seu sofrimento psíquico, o que nos leva a repensar nossas posturas como profissionais de saúde. E assim, cada vez mais, poderemos caminhar na direção de práticas de cuidado em saúde mais eficazes, comprometidas e éticas, que incluam a participação ativa dos sujeitos e suas famílias, e integrem seus direitos de cidadania e de qualidade de vida.

1373 Práticas discursivas no cotidiano e a construção de sentidos sobre o cuidado em saúde mental.
Juliana de Souza Izidio do Prado Prado

Práticas discursivas no cotidiano e a construção de sentidos sobre o cuidado em saúde mental.

Autores: Juliana de Souza Izidio do Prado Prado

O presente resumo trata de uma pesquisa em andamento, que tem como previsão de finalização o primeiro trimestre de 2018, sendo realizada pela autora, estudante do Programa de Mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Amazonas, no Laboratório de Intervenção Social e Desenvolvimento Comunitário (LABINS). No texto estão descritos a apresentação e contextualização do tema, os objetivos da investigação e as principais considerações quanto ao percurso metodológico escolhido para o estudo, a saber: O campo da saúde mental no Brasil passa por um processo de transformação que tem como importantes marcos os movimentos sociais que iniciaram na década de 1970, e ganharam força nos anos de 1980, como o movimento sanitário e o movimento de reforma psiquiátrica, visando a redemocratização do país e a construção de políticas públicas de saúde mais igualitárias. Este percurso sofreu influências ideológico-políticas e filosófico-conceituais, baseadas especialmente no processo de democratização da psiquiatria italiana, que fundamentaram a reestruturação das políticas, dos programas, dos serviços e das práticas de cuidados em saúde mental, e se efetivaram a partir da legitimação da reforma psiquiátrica brasileira, sustentada pelo paradigma da atenção psicossocial, em suas dimensões clínica, ética e política. O paradigma da atenção psicossocial se estabelece com a ampliação do modelo biomédico de entendimento sobre os conceitos de saúde e doença, levando a transformações na clínica, que parte da centralidade na doença e no reducionismo dela a fatores biológicos, para a centralidade no sujeito, suas singularidades e pluralidades, incluindo os fatores psicológicos e sociais nas dinâmicas de saúde e adoecimento. Em saúde mental, o que se propõem é a negação da clínica, construída em instituições manicomiais, e legitimada pelo poder atribuído ao conhecimento científico tradicional, que reduz o complexo fenômeno existencial da loucura à ideia de doença mental, marcando à exclusão da subjetividade e o silenciamento do sujeito, vítima de uma condição de violência institucional, que confere a ele, no espaço social, o lugar da opressão e da negação de direitos. Ao contrário, a clínica psicossocial objetiva a transformação social e política da condição de desvalor, pretendendo a reinserção desse sujeito, a reconstrução e expansão de sua autonomia, ampliando sua capacidade de participação nos processos de trocas sociais e de exercício da cidadania. Com o objetivo de atender a esse desafio, as políticas públicas de saúde mental brasileiras se estruturam atualmente em uma lógica de rede de atenção psicossocial (RAPS) que inclui práticas de cuidados em saúde mental em todos os níveis assistenciais, tendo como base, para a organização dos programas e serviços, os princípios fundamentais do SUS como a integralidade e a territorialidade das ações de saúde, além da participação popular nos espaços de planejamento, gestão e controle das políticas e instituições de saúde. Na organização do funcionamento da RAPS, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é o serviço responsável pelo ordenamento da rede. Esse dispositivo é composto por uma equipe interdisciplinar de profissionais que assumem a referência para a gestão do cuidado em saúde mental, partindo da elaboração de um projeto terapêutico singular, que contemple as necessidades de saúde de cada sujeito e a garantia de acesso aos serviços e tecnologias necessários para a resolução das suas demandas. No ambiente do CAPS, as práticas produzidas diariamente, priorizam uma lógica na qual o cuidado se constrói a partir de uma relação de convivência cotidiana, onde o terapeuta e o sujeito/usuário possam compartilhar experiências, de forma dialógica, sendo coconstrutores do cuidado. O que se propõe é a democratização do poder nas relações entre profissionais, serviços, usuários, familiares e comunidade. A construção de uma prática que possibilite ao sujeito/usuário o acesso ao lugar de protagonista, promovendo sua autonomia e emancipação, se mostra como um dos principais desafios, a partir da efetivação da reforma psiquiátrica, especialmente para os profissionais que atuam nos serviços da RAPS. Entende-se como necessário, um fazer crítico, evitando a reprodução de ações terapêuticas que visem à normalização do sujeito aos padrões de adaptação prescritos por uma ideologia de exclusão. Nesse cenário amplo, que representa a política pública de saúde mental no país, se faz necessário analisar contextos locais, como o da cidade de Manaus, com suas especificidades históricas, sociais e culturais. Para tanto, o trabalho de pesquisa apresentado tem o objetivo principal de analisar os sentidos construídos sobre a experiência de sofrimento de sujeitos/usuários e sobre a prática de cuidados de profissionais da RAPS em Manaus, a partir das mudanças na política pública de atenção à saúde mental. Quanto aos objetivos específicos, pretende-se compreender o processo histórico da mudança no modelo das práticas de cuidados em saúde mental na cidade de Manaus, e conhecer, com a utilização de práticas discursivas no cotidiano, os sentidos das mudanças no modelo de atenção em saúde mental para a vida dos sujeitos/usuários e para as práticas dos profissionais atuantes nos serviços da RAPS. A escolha pela utilização das práticas discursivas do cotidiano como método de investigação, se fundamenta na perspectiva construcionista em psicologia social, que considera que tanto o sujeito quanto o objeto são construções sócio-históricas, ou seja, possuem a mesma natureza, além do que, o processo de objetivação, por meio do qual as pessoas compreendem e lidam com a realidade dos fenômenos que as cercam, tem como elemento central a linguagem, enfatizando que a produção de sentidos, entendida como prática social, dialógica, é essencialmente uma dinâmica sociolinguística. Sendo assim, para o alcance dos objetivos da investigação, a pesquisadora estará inserida, como observadora participante, nos espaços em que os encontros cotidianos acontecem no ambiente do CAPS e SRT. São nesses microlugares que as práticas discursivas são produzidas, por meio do falado e do ouvido, nas conversas, nos diálogos, debates, entrevistas, que envolvem o campo tema da pesquisa. Neste contexto, a pesquisadora se colocará em uma relação horizontalizada com os participantes, assumindo uma postura atuante como parte do processo contínuo de construção de sentidos coletivos. Durante a etapa de observação participante, serão escolhidos 03 sujeitos/usuários e 03 profissionais da RAPS de Manaus, convidados a participar como casos exemplares da pesquisa, respondendo a entrevistas semiestruturadas. Como critério para a escolha dos participantes será utilizado o método de amostragem proposital ou intencional, que possibilita a seleção dos sujeitos, levando em conta a abrangência da amplitude do problema, ou seja, os sujeitos selecionados serão aqueles que apresentarem características mais relevantes para o objeto de investigação e para os objetivos do estudo. Para a análise dos dados será utilizado o recurso de mapa dialógico e do software MAXQDA que possibilita a análise de dados qualitativos para os conteúdos das entrevistas. Os principais resultados e conclusões do estudo serão apresentados durante a exposição da pesquisa no 13º Congresso Internacional Rede Unida.

1518 Tessituras das tecnologias de cuidado em saúde mental para a promoção da reabilitação psicossocial
Adriana Dias Silva, Maria Angelica Almeida Peres

Tessituras das tecnologias de cuidado em saúde mental para a promoção da reabilitação psicossocial

Autores: Adriana Dias Silva, Maria Angelica Almeida Peres

Apresentação: compreende uma experiência de sistematização de revisão de literatura em bases de dados científicas a respeito da temática reabilitação psicossocial preconizada pela Reforma Psiquiátrica brasileira. Desenvolvimento do trabalho: para a busca selecionou-se as seguintes bases de dados eletrônicas: LILACS, BDEnf; biblioteca digital da SciELO, no período de julho a setembro de 2017, para artigos compreendidos entre 2012 a 2017, utilizando-se as expressões: reabilitação psicossocial e saúde mental, reabilitação psicossocial e enfermagem psiquiátrica e tecnologias de cuidado e reabilitação psicossocial em português e inglês. Foi elaborada a seguinte questão: qual o cenário das tecnologias de cuidado em saúde mental como promotoras de reabilitação psicossocial? Os artigos foram selecionados para a análise de quais tecnologias são mais evidentes, quais as que precisam ser ampliadas; que dificuldades os profissionais e serviços apresentam a respeito do uso de tecnologias de cuidado em saúde mental, além das recomendações de estudos sobre como desenvolver tecnologias que realmente promovam o cuidado em saúde mental e a reabilitação psicossocial. Resultados e impactos: foram encontrados 18 artigos que discorreram sobre as tecnologias utilizadas para o cuidado em saúde mental e a reabilitação psicossocial: 2 trataram das tecnologias que promovem trabalho e inclusão social; classificação das tecnologias de cuidado em saúde mental em leves (vínculo e escuta), leves-duras (saberes estruturados) e duras (prontuários e psicofármacos) (2);  dificuldades com o uso de tecnologias em situações reais (1); e em decorrência da formação profissional e habilidades específicas (4); dificuldades para desenvolver tecnologias na articulação entre Centros de Atenção Psicossocial e Atenção Básica (1); efeitos das tecnologias em usuários (autoestima, qualidade de vida e redução do número de crises) (1); confirmação de Centros de Atenção Psicossociais como dispositivos para desenvolvimento de tecnologias (2);  reabilitação psicossocial no território sem muitas perspectivas de execução (2); dificuldades para desenvolver tecnologias quanto à organização dos serviços e da realidade social (1); (tecnologias que realmente promovam autocuidado) (1); e tecnologias como redução de custos com a assistência e melhor efetividade (1). Considerações finais: percebe-se um desencontro entre o uso de tecnologias de cuidado em saúde mental tanto na práxis dos profissionais quanto nos campos conceitual e técnico de saúde mental, e que as dificuldades sobre a utilização de tecnologias são visíveis em quase metade dos artigos pesquisados, dificuldades estas relacionadas à formação em saúde mental, à educação permanente e à gestão de serviços, assim como ainda é evidente a lacuna do paradigma psicossocial no contexto do cuidado em saúde mental.

1538 Segurança do Paciente Psiquiátrico na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos: Não conformidades encontradas em um Hospital Público de Belém do Pará
Aline Presley Pingarilho de Carvalho, Ana Flavia de Oliveira Ribeiro, Flávia Moraes Pacheco, Paula Emannuele Santos do Amaral, Helder Oliveira da Silva, Mario Antônio Moraes Vieira

Segurança do Paciente Psiquiátrico na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos: Não conformidades encontradas em um Hospital Público de Belém do Pará

Autores: Aline Presley Pingarilho de Carvalho, Ana Flavia de Oliveira Ribeiro, Flávia Moraes Pacheco, Paula Emannuele Santos do Amaral, Helder Oliveira da Silva, Mario Antônio Moraes Vieira

Apresentação: A segurança do paciente é um dos seis atributos relacionados ao cuidado qualificado e humanizado, sendo esta de suma importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade de oferecer uma assistência segura. Existem muitos incidentes associados ao cuidado de saúde, e em particular os eventos adversos, que representam uma elevada morbidade e mortalidade nos sistemas de saúde. Em 1º de abril do ano de 2013 o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), por meio da Portaria MS/GM nº 529, que teve como objetivo contribuir para a qualificação do cuidado em saúde, em todos os estabelecimentos de Saúde do território nacional públicos e privados. Os erros na administração de medicação são a causa da morte de pelo menos 8 mil pessoas por ano no Brasil. As falhas ou reações adversas correspondem cerca de 7% das internações hospitalares, equivalente a 840 mil casos por ano. O profissional enfermeiro deve estar qualificado para prestar uma assistência humanizada e segura ao paciente, preservando sua integridade, buscando atualização de conhecimentos, uma vez que há um desenvolvimento crescente de novos fármacos. Alguns desafios são encontrados na enfermagem psiquiátrica devida sua complexidade e por ser ainda uma área que sofre preconceito, muitas vezes por parte do próprio profissional de saúde. Os enfermeiros que atuam na psiquiatria precisam afastar o preconceito e entender o papel social de cada paciente e poder realizar sua assistência holística seja esta através de medicamentos ou proporcionando vinculo terapêutico com o paciente – comunicação. Deve-se levar em consideração o controle de medicamentos psicotrópicos, sendo necessários conhecimentos farmacológicos sobre as drogas, assim como no preparo e administração do fármaco – 11 certos. Para a segurança do paciente psiquiátrico, faz-se necessário a educação continuada dos profissionais de saúde – principalmente enfermeiros e técnicos, assim como a supervisão rigorosa de sua prática prevenindo danos aos pacientes. Diante disso, o trabalho tem como objetivo alertar aos profissionais sobre os riscos de eventos adversos de acordo com as não conformidades encontradas. Desenvolvimento do trabalho: Foi adotada uma ferramenta muito utilizada nas ciências da saúde denominada de Arco de Maguerez, que é baseada em cinco etapas: observação da realidade e definição do problema; identificação dos pontos-chave; teorização sobre o problema; hipóteses de solução dos problemas e intervenção sobre a realidade. O trabalho foi realizado em um Hospital Público de Belém do Pará. A pesquisa foi incitada no decorrer das práticas do componente curricular Saúde Mental II em março de 2017 na clínica e emergência psiquiátrica.O público escolhido para a devolutiva foram os profissionais de enfermagem que trabalhavam na clínica e emergência psiquiátrica e destes, fizeram-se presentes a gestora de enfermagem, a coordenadora da segurança do paciente, uma enfermeira assistencial, dois técnicos de enfermagem.Por meio de uma roda de conversa os discentes falaram sobre a segurança do paciente, contando com as contribuições dos profissionais ali presentes. Em um dos cartazes havia os 11 certos da segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. No outro cartaz havia o Diagrama de Ishikawa, um gráfico muito utilizado com o objetivo de organizar o raciocínio em discussões de um problema prioritário, em processos diversos. Neste caso, o problema prioritário abordado foi as não conformidades existentes na prescrição, uso e administração de medicamentos. Por meio deste, foi traçado juntamente com os profissionais as causas, efeitos e sub causas deste problema, como uma forma de expor a eles uma melhor visualização do que pode acontecer caso não haja a sensibilização dos profissionais da área da saúde sobre a relevância da segurança do paciente psiquiátrico e até dos profissionais dentro do âmbito hospitalar. Resultados e/ou impactos: Por meio da observação da realidade foi possível perceber a existência de várias não conformidades na prescrição, uso e administração de medicamentos psiquiatria. Foi destacado a importância de conscientizar esses profissionais sobre a segurança do paciente. Existe uma diferenciação ao se discutir a segurança do paciente psiquiátrico, pois ao se debater a situação do mesmo deve-se lembrar de algumas recomendações próprias aos clientes dessa clínica que possuem diversas particularidades e cuidados, uma vez que estão em uma situação de vulnerabilidade física e mental. O não cumprimento das etapas do protocolo pode gerar iatrogenias que representam, então, risco para a integridade do paciente causando danos físicos e até mentais, em alguns casos, e tratando-se de clínica psiquiátrica aonde lidam-se com vários tipos de psicotrópicos e fármacos que exigem uma atenção redobrada dos profissionais atuantes nessa área, revisando sempre o que se administra e sua quantidade, é fundamental. Diante do referente exposto analisado observou-se que algumas dessas recomendações não foram devidamente cumpridas como a administração do medicamento pelo profissional que a preparou, tendo em vista que, em alguns casos, um determinado profissional preparou a medicação e um segundo profissional chegou ao posto de enfermagem indo administrá-la sem participar do processo de preparo da mesma, o que pode gerar riscos para o paciente como, o risco do mesmo não ser medicado com a quantidade correta da medicação ou o risco de não se administrar pela via certa, o paciente correto. Além disso, alguns profissionais quando indagados sobre quais medicações estariam aplicando em determinado paciente não sabiam responder ou respondiam, e quando checado no prontuário, era possível perceber que a fala não condizia com o que estava registrado na prescrição; e muitas vezes isso ocorre pelo fato do profissional que prepara a medicação não ser o mesmo que o administra. Outro caso observado foi a exposição dos medicamentos durante a administração do mesmo, o que representa um risco a pacientes psiquiátricos, pois eles podem facilmente ter acesso as medicações expostas o que gera insegurança a esses pacientes. A exposição de materiais como perfuro cortantes em armários abertos também foi observada; outro risco passível a segurança do paciente.Considerações finais: Portanto é necessário que os profissionais da saúde, principalmente aqueles inseridos no contexto psiquiátrico, estejam atentos às medidas que devem ser adotadas para a segurança do paciente. A contínua educação em saúde através de palestras, rodas de conversa, cartazes, é de suma importância para que a equipe de saúde adote aos poucos uma rotina com riscos diminuídos.O uso do protocolo existente por meio do cumprimento de suas etapas ajuda no ambiente da clínica psiquiátrica, onde vários fármacos e psicotrópicos com mecanismos de ação diferenciados são utilizados. Os estudos relacionados às não conformidades na prescrição, uso e administração de medicamentos ainda são muito escassos, mas é de conhecimento da maioria dos profissionais da área da saúde a ocorrência de inúmeros incidentes relacionados à segurança do paciente. Os registros na literatura necessitam ser realizados para que se haja uma noção da frequência e incidência dos mesmos e posteriormente sejam adotados meios de prevenir e/ou diminuir essas não conformidades a fim de gerar bons indicadores na assistência à saúde. Desta forma, o profissional enfermeiro precisa estar qualificado para prestar uma assistência holística e segura ao paciente, buscando atualização de conhecimentos, uma vez que há um desenvolvimento crescente de novos fármacos.

3620 OS DESAFIOS DO USO DA PULSEIRA DE IDENTIFICAÇÃO EM PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Vanessa Regina Oliveira Tavares, Clarissa Silva Pimenta, Liniker Scolfild Rodrigues da Silva, Michelle Ferreira Rezende, Karinne Ferreira de Souza, Laydson Adrian Araujo, Fabio Rabelo Teixeira

OS DESAFIOS DO USO DA PULSEIRA DE IDENTIFICAÇÃO EM PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Vanessa Regina Oliveira Tavares, Clarissa Silva Pimenta, Liniker Scolfild Rodrigues da Silva, Michelle Ferreira Rezende, Karinne Ferreira de Souza, Laydson Adrian Araujo, Fabio Rabelo Teixeira

APRESENTAÇÃO: A partir de 2013 passou a ser obrigatória a implementação do núcleo de segurança do paciente nas instituições de saúde por meio da Politica Nacional de Segurança do Paciente. Foram disponibilizados seis protocolos de prevenção de eventos adversos, dentre eles o protocolo de  identificação do paciente, que tem como finalidade garantir a correta identificação do paciente,  a fim de minimizar a ocorrência de incidentes, por meio de pulseiras de identificação.  Contudo, a realidade da saúde mental faz com que o uso das pulseiras tenham  baixa adesão pelos usuários devido sua realidade psicopatologia. O objetivo deste estudo é analisar os desafios da gestão de risco frente à baixa adesão ao uso das pulseiras de identificação em indivíduos internados em um hospital psiquiátrico de Belo Horizonte MG. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se e um estudo exploratório qualitativo do tipo relato de experiência que buscou analisar os desafios  dos profissionais do setor de gestão de risco ao avaliar trimestralmente o protocolo de identificação do paciente  e perceber a baixa adesão do uso das pulseiras por indivíduos acometidos de transtorno mental em hospital psiquiátrico localizado em Belo Horizonte- MG. Dessa forma foram divididos em 3 categorias: 1) Psicopatologia 2) Institucionalização 3)Equipe assistencial.  RESULTADO E/OU IMPACTO: Através da analise dos resultados dos protocolos de identificação do paciente, percebe-se que o uso de pulseiras por pacientes psiquiátricos é relativamente inexistente, devido sua realidade psicopatológica, ou seja, dos sintomas existentes no momento da crise aguda/surto psicótico. Ademais, ainda existem, indivíduos institucionalizados, sendo considerados “população conhecida” e por fim, a equipe assistencial que não enfatiza o uso, no momento de organização dos sintomas dos pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A utilização da pulseira como ferramenta para identificação no paciente demonstrou-se como uma estratégia falha, considerando a realidade da clientela assistida. Entretanto, outras formas de identificação devem ser abordadas para assegurar ao usuário a sua correta identificação a fim de evitar a ocorrência de incidentes. Portanto, outras formas de identificação devem ser abordadas,. Dentre elas foram consideradas com êxito a identificação de leito e de prontuários. Além da educação permanente dos profissionais.

3992 O papel do enfermeiro e seu desempenho nos cuidados ao dependente químico
Leonardo Barbosa Rolim, Alcivânia Alves da Silva, Zenaide Nunes da Silva, Maria José Gomes de Aguiar, Gabriela Martins Pereira, Elielza Guerreiro Menezes, Janaina dos Santos Dias

O papel do enfermeiro e seu desempenho nos cuidados ao dependente químico

Autores: Leonardo Barbosa Rolim, Alcivânia Alves da Silva, Zenaide Nunes da Silva, Maria José Gomes de Aguiar, Gabriela Martins Pereira, Elielza Guerreiro Menezes, Janaina dos Santos Dias

Apresentação: A Organização das Nações Unidas (ONU) expõe que o uso abusivo de drogas é um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo. Estimasse que mais de 185 milhões de pessoas com idade acima de quinze anos já obtiveram algum contato com drogas ilícitas, cerca de 4,75% da população mundial. O uso de drogas é consequência de um contexto socioeconômico, político e cultural que vem interferindo na escolha do sujeito, portanto deve ser compreendido como um problema global, não se limitando à relação entre o indivíduo e o consumo de substâncias psicoativas. Desenvolvimento do trabalho: O estudo objetivou compreender o papel do enfermeiro no cuidado com o dependente químico.  Estudo exploratório, abordagem qualitativa desenvolvido no Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas (CAPSad). Foi realizado uma busca ativa na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), (SCIELO) e (LILACS) a partir do ano de 2007. As informações foram organizadas e classificadas, gerando assim a possibilidade de obter conclusões racionais sobre o assunto. As informações coletadas foram analisadas utilizando-se a técnica de análise de temática, proposta por Minayo (2001). A análise temática comporta três etapas: pré-análise: categorização; tratamento dos resultados obtidos e interpretação. Resultados e/ou impactos: O CAPSad oferece o atendimento diário a pessoas que sofrem com transtornos mentais, gerados pelo uso abusivo de álcool e outras drogas, com cuidados clínicos e reabilitação psicossocial de aspecto individualizado e de evolução contínua. A entrada no CAPSad é feito em regime de demanda espontânea, ou encaminhamentos intersetoriais, promove atendimentos individual ou em grupo (terapêuticos e operativos), oficinas terapêuticas e visitas domiciliares. O trabalho dos profissionais de enfermagem em CAPSad merece atenção, uma vez que sua presença neste dispositivo está predita por legislação, carecendo ser o profissional enfermeiro especializado em saúde mental, o que ressalta a necessidade de se estabelecer neste espaço um trabalho concreto com as políticas públicas de saúde mental vigorantes no país. Pelas singularidades existentes no CAPSad, entende-se que o trabalho da enfermagem se coloca em um método que vai além dos chamados "recursos tradicionais", como a comunicação terapêutica, relacionamento interpessoal, atendimento individual, administração de medicamentos, entre outros. Em relação ao cuidado psicológico, a enfermagem fornece aos pacientes um suporte moral, pessoal, familiar e social. No decorrer do tratamento o enfermeiro ouve queixas dos pacientes e encoraja-os a não desistir da administração terapêutica corretamente, estimular a socialização, adequar atividades que promovam o auto cuidado. As principais ações realizadas são: requerimento de exames laboratoriais, consultas de enfermagem, prática de curativos em feridas, aferição de sinais vitais e acompanhamento do quadro clínico. Considerações finais: Diante da relevância que o problema do álcool e outras drogas assumem para saúde pública, considera-se que é preciso tornar esse novo modelo de atenção uma filosofia cujo entendimento de sua necessidade deve partir dos próprios profissionais que estão envolvidos neste processo, contribuindo desta maneira para o fortalecimento da rede de atenção em saúde mental.  

5217 PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO AOS PACIENTES COM TRANSTORNO MENTAL NO TERRITÓRIO DO CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO JUNCO, SOBRAL- CEARÁ
Lisandra Teixeira Rios, Valdeelya Nara Pereira Aguiar, Valdeelya Nara Pereira Aguiar, Valdeelya Nara Pereira Aguiar, Hanna Pontes Linhares, José Carlos Araújo Fontenele, Hanna Pontes Linhares, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz, Valdeelya Nara Pereira Aguiar, José Carlos Araújo Fontenele, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz, Jessica Rodrigues Brito, José Carlos Araújo Fontenele, Jessica Rodrigues Brito, Patrícia Thays Alves Pereira, Silvinha de Sousa Cavalcante Costa, Silvinha de Sousa Cavalcante Costa, José Carlos Araújo Fontenele, José Carlos Araújo Fontenele, Hanna Pontes Linhares, Patrícia Thays Alves Pereira, Patrícia Thays Alves Pereira, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz, Valdeelya Nara Pereira Aguiar, Patrícia Thays Alves Pereira, Jessica Rodrigues Brito, Patrícia Thays Alves Pereira, Silvinha de Sousa Cavalcante Costa, Hanna Pontes Linhares, Hanna Pontes Linhares, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz, Jessica Rodrigues Brito, Jessica Rodrigues Brito, Silvinha de Sousa Cavalcante Costa, Silvinha de Sousa Cavalcante Costa

PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO AOS PACIENTES COM TRANSTORNO MENTAL NO TERRITÓRIO DO CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO JUNCO, SOBRAL- CEARÁ

Autores: Lisandra Teixeira Rios, Valdeelya Nara Pereira Aguiar, Valdeelya Nara Pereira Aguiar, Valdeelya Nara Pereira Aguiar, Hanna Pontes Linhares, José Carlos Araújo Fontenele, Hanna Pontes Linhares, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz, Valdeelya Nara Pereira Aguiar, José Carlos Araújo Fontenele, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz, Jessica Rodrigues Brito, José Carlos Araújo Fontenele, Jessica Rodrigues Brito, Patrícia Thays Alves Pereira, Silvinha de Sousa Cavalcante Costa, Silvinha de Sousa Cavalcante Costa, José Carlos Araújo Fontenele, José Carlos Araújo Fontenele, Hanna Pontes Linhares, Patrícia Thays Alves Pereira, Patrícia Thays Alves Pereira, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz, Valdeelya Nara Pereira Aguiar, Patrícia Thays Alves Pereira, Jessica Rodrigues Brito, Patrícia Thays Alves Pereira, Silvinha de Sousa Cavalcante Costa, Hanna Pontes Linhares, Hanna Pontes Linhares, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz, Jessica Rodrigues Brito, Jessica Rodrigues Brito, Silvinha de Sousa Cavalcante Costa, Silvinha de Sousa Cavalcante Costa

A capacidade de autocuidado significa que o indivíduo esteja habilitado em executar ações que atendam às suas necessidades, tais capacidades estão sujeitas a alguns fatores como, idade, experiências de vida, valores, crenças, cultura em que se está inserido, assim como limitações físicas e psicológicas, podendo ressaltar a importância de ações de autocuidado em usuários com algum transtorno mental, que requer um olhar mais intenso sobre sua saúde (mental, social e física). Objetivou-se melhorar a percepção da autoimagem e o autocuidado de pacientes com transtornos mentais. Este trabalho trata- se de um relato de experiência acerca da intervenção desenvolvida pelas estagiárias de Odontologia da Universidade Federal do Ceará durante o período de estágio no Centro de Saúde da Família (CSF) Dr. Estevam, conhecido popularmente como, CSF do Junco. Primeiramente foi realizada a estratificação dos pacientes, juntamente com o psicólogo residente do CSF, de acordo com os medicamentos que tomavam, sendo os mesmos divididos em: controlados e não controlados. Ao todo 198 pacientes faziam uso de psicotrópicos por diferentes causas, selecionado- se 28 destes, por serem considerados controlados e aptos a visitas, para a pesquisa. As visitas domiciliares foram realizadas pelas estagiárias e Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). Sendo realizadas um total de 23 visitas com aplicação de questionários, atividades de promoção do autocuidado, aconselhamento acerca de saúde e higiene geral, escuta qualificada, melhora da autoestima, conversa com cuidadores e distribuição de escova de dente e dentifrícios. Observou-se que grande parte dos pacientes visitados não se sentiam satisfeitos com sua aparência e achavam-se acima do peso, sendo que boa parte nem mesmo sentiam-se à vontade em olhar- se no espelho. Não houve nenhum dado preocupante em relação aos cuidados com a higiene, uma vez que, todos relatavam ter cuidados básicos, como banhar-se todos os dias e escovar os dentes. A partir de tal intervenção, pode-se concluir que apesar dos pacientes com transtornos mentais receberem um bom acompanhamento psicológico, como referido, no decorrer das visitas, pode-se perceber que grande parte destes usavam remédios controlados apenas para mascarar um problema, como por exemplo, morte de ente querido, mãe que descobriu filho homossexual, problemas de relacionamento de maneira geral. Sendo necessário a estas pessoas um acompanhamento psicológico mais efetivo e mais próximo, pois muitas vezes com terapia não medicamentosa esses problemas podem ser tratados. Observou-se também que é necessário voltar os olhos para o “sentir-se bem” durante o tratamento destes pacientes, resgatando a autoimagem e autoestima dos mesmos. Além de se observar o papel importante que Odontologia tem nesse processo, sendo necessário assim que se estimule cada vez mais o trabalho multiprofissional nesta categoria.

5268 HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE MENTAL NO CONTEXTO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rosilene das Neves Pereira, Rosilande dos Santos Silva, Carine de Jesus Soares, Gabriela Freitas Cardoso, Viviana Batista Viana, Rosineia Novais Oliveira, Diego Micael Barreto Andrade

HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE MENTAL NO CONTEXTO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Rosilene das Neves Pereira, Rosilande dos Santos Silva, Carine de Jesus Soares, Gabriela Freitas Cardoso, Viviana Batista Viana, Rosineia Novais Oliveira, Diego Micael Barreto Andrade

APRESENTAÇÃO: Com o advento da Política Nacional de Humanização (PNH) em 2003, possibilitou à saúde pública do Brasil melhor qualificação. Essa política contribuiu para a efetivação dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), impulsionando melhorias entre o cuidado e a gestão nos serviços de saúde, potencializando trocas solidárias entre a tríade trabalhadores/usuários/gestores. No que se refere a atenção à pessoa com sofrimento psíquico, o cuidado deve estar pautado nos princípios norteadores da PNH, como por exemplo, a autonomia, o protagonismo dos sujeitos, valores que precisam ser fortalecidos pela rede intersetorial de saúde. O cuidado e as ações de saúde mental precisam estar presentes em todos os campos da saúde, para tanto as redes de Atenção à Saúde devem atuar de modo cooperativo proporcionando a corresponsabilidade, através da atenção contínua, integral, de qualidade, e humanizada. Vê-se, portanto, a necessidade da enfermagem refletir sobre a arte do cuidado humanizado como disciplina e profissão. Neste sentido, o cuidado humanizado torna-se resultado de um processo que se conjugam, de forma bastante estreita como sentimentos, valores, atitudes e princípios científicos no intuito de atender os indivíduos em sua integralidade. Assim, objetivou-se relatar a experiência de acadêmicos do curso de enfermagem sobre a humanização em saúde mental no contexto da sistematização da assistência de enfermagem (SAE). Portanto, o estudo torna-se relevante na medida em que se discutem as condições clínicas, socioeconômicas, culturais e afetivas no contexto familiar de uma pessoa com sofrimento psíquico, com base nos princípios e diretrizes da PNH. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, desenvolvido por acadêmicas do curso de Enfermagem e uma mestranda, a partir da vivência durante atividade prática da disciplina Enfermagem em Atenção à Saúde Mental, no primeiro período letivo do ano de 2016. O estudo decorreu de três visitas domiciliares a família, por meio das quais foi realizada a aplicação da SAE. A participante escolhida foi uma portadora de esquizofrenia usuária do Centro de Atenção Psicossocial do tipo II (CAPSII) de um município no interior baiano. Foi feito contato prévio pela mestranda que agendou a primeira visita domiciliar para apresentação das discentes, da atividade e consulta a cliente a respeito da sua participação na atividade referida. Foram dadas orientações verbais de que se tratava de uma atividade prática da disciplina Enfermagem em Atenção à Saúde Mental e ela foi consultada sobre a decisão de participar ou não. A partir da concordância da cliente procedeu-se o encontro com a coleta de dados através do Histórico de Enfermagem, baseado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas proposta por Horta, composto por questionamentos referentes a história de vida, familiar, socioeconômica, alimentação, uso de medicamento e exame físico. Esse momento pode-se estabelecer vínculo com a paciente e familiar através do diálogo e acolhimento. Posteriormente, realizou-se o levantamento dos Diagnostico de Enfermagem com base nos dados coletados, segundo o North American Nursing Diagnosis Association. A partir desta acurácia da situação de saúde, discutiram-se os instrumentos elaborados e traçamos os possíveis planos de cuidados necessários. Durante a segunda e terceira visita domiciliar realizou-se a implementação dos cuidados de enfermagem e avaliação. A última etapa correspondeu a socialização de cada caso clínico em sala, com a participação de usuárias(os) do CAPS II concomitante com a avaliação dos resultados das visitas. RESULTADOS: Histórico de enfermagem: M.N.J.,42 anos, parda, católica, aposentada, ensino fundamental I incompleto, veio de uma prole de oito irmãos, órfã de mãe, e sem interação familiar com os demais membros da família. Relatou ter trabalhado de empregada doméstica, durante esse período envolveu com o filho de sua patroa, desse relacionamento teve sua primeira gravidez, tendo sua filha usurpada por sua patroa. M.N.J nunca teve contato com essa filha e isso causa um profundo sofrimento, assim como o afastamento dos seus irmãos. Reside atualmente com seus dois filhos na casa de uma tia. A renda familiar é proveniente da sua aposentadoria e do trabalho dos filhos. Devido à ausência dos filhos durante o período de trabalho, M.N.J permanece maior parte do dia deitada, passando da hora de alimentar-se porque fica aguardando o retorno dos filhos.  Apresenta condições físicas satisfatórias, realiza higiene pessoal sozinha, veste-se adequadamente. Hipoativa, permanece por muito tempo na mesma posição, voz baixa e lenta, limita-se a responder solicitações verbais. Relatou padrão de sono alterado, eliminações intestinais diminuídas, eliminações vesicais com características normais (SIC), não realiza atividade física nem lazer, prefere ficar em casa, assistir novelas. Diagnosticada há mais ou menos 10 anos, foi internada na psiquiatria por três vezes. Usuária do CAPSII, onde tem acesso aos medicamentos, no entanto, encontra-se afastada e resistente à possibilidade de retorno ao tratamento integral. Diagnostico de enfermagem: Dentre os diagnósticos foram identificados aspectos relacionado a convivência familiar e  social, assim como aspectos pessoal de solidão e desânimo; Tristeza relacionada à falta de contato com familiares, Síndrome pós-trauma relacionada à perda da sua filha, caracterizado pela tomada de sua filha logo ao nascer, Interação social prejudicada, relacionada à ausência de pessoas significativas, Processos familiares interrompidos, relacionados à distância e falta de interação familiar, Isolamento Social, relacionado às alterações no estado mental que contribuem para a ausência de relacionamentos pessoais, Bloqueio de pensamentos, relacionados com a falta de entendimento e exposição dos pensamentos (prejuízo na cognição),  Constipação, relacionado a eliminações intestinais diminuídas, Baixo Estima, relacionado ao desânimo e falta de vontade de se arrumar. Intervenções de enfermagem: Foi desenvolvido intervenções que possibilitaram aceitação, compreensão, escuta e ações de elevação da estima da mesma, contribuindo para a melhoria da saúde. Dentre essas atividades podemos citar: oficina de arte com pintura em tela, café da manhã balanceado possibilitando melhora na digestão, sono e proporcionando a interação familiar; passeio em sorveteria, cujo a finalidade permitir interação social, encontro entre pessoas; sessão de beleza, atividades lúdicas, presente de higiene pessoal. Durante as visitas foi observado que a implementação dessas ações resultou em impacto positivo no processo saúde/doença, pois percebeu maior interação social e sensibilizou ao autocuidado. Neste ínterim, percebemos que o cuidado é um instrumento essencial na humanização da assistência e deve ser realizado continuamente por todas as esferas sociais, por isso atividades como essas deve acontecer. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Acredita-se que a humanização na assistência da pessoa com sofrimento psíquico é um elemento imprescindível na restruturação das práticas de saúde. Para tanto, necessita de implementação das políticas públicas no campo da saúde mental.  Humanizar a saúde mental requer o envolvimento das diversas instancias sociais no intuito de fomentar as discussões sobre as políticas públicas que priorizem a necessidade do atendimento acolhedor e humanizado ao cidadão, bem como sensibilizar os profissionais de saúde para a desconstrução de paradigmas e incluir cada vez mais práticas em consonância com a PNH. Ademais, a vivência contribuiu para a formação profissional das graduandas de enfermagem, uma vez que possibilitou a compreensão do cuidado voltado para as necessidades biopsicossociais, favorecendo a construção de novos caminhos para uma melhor abordagem terapêutica, revelando uma assistência pautada nas teorias humanísticas de enfermagem, sendo evidenciado a relevância da SAE na assistência do indivíduo por meio da humanização e da integralização do cuidado.

775 A DOENÇA MENTAL NA FAMÍLIA: SIGNIFICADOS E RECURSOS ADAPTATIVOS NO CUIDAR
Brenda dos Santos Coutinho, Andreza Dantas Ribeiro, Herman Ascenção Silva Nunes, Renan Fróis Santana, Érika Marcilla Sousa de Couto

A DOENÇA MENTAL NA FAMÍLIA: SIGNIFICADOS E RECURSOS ADAPTATIVOS NO CUIDAR

Autores: Brenda dos Santos Coutinho, Andreza Dantas Ribeiro, Herman Ascenção Silva Nunes, Renan Fróis Santana, Érika Marcilla Sousa de Couto

Apresentação: No atual enfoque da saúde mental, a família ocupa um novo papel no tratamento do portador de transtorno mental. Porém, estabelecer o cuidado doméstico à pessoa com sofrimento psíquico demanda da família um trabalho complexo, observado o histórico de isenção da família e a atual restituição. Portanto, esse cuidado requer disponibilidade, esforço, compreensão e capacitação mínima, para que esses cuidadores encontrem meios de lidar com suas frustações, sentimentos de impotência e culpa. A partir disso, o objetivo do estudo foi compreender o significado de vivenciar um transtorno mental na família com vista a identificar estratégias adaptativas de cuidados desenvolvidos pela família. Desenvolvimento do trabalho: Estudo exploratório com abordagem qualitativa e enfoque fenomenológico. Realizado em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), no município de Santarém - PA, no mês de maio de 2016. Participaram do estudo, familiares de usuários atendidos no CAPS, selecionados aleatoriamente e por conveniência. Elegeram-se como critérios de inclusão dos participantes: familiares com 18 anos ou mais, que aceitaram participar da pesquisa, tivessem experiência recente em cuidar de um familiar portador de transtorno mental (PTM), que convivem com o mesmo, e que estes frequentassem o respectivo CAPS três vezes ou mais ao mês. A coleta de dados foi feita em um grupo realizado com familiares direcionados pelas seguintes questões: “Para você, o que significa ter um familiar portador de transtorno mental?”, “Quais as estratégias que você utiliza para lidar com o familiar portador de transtorno mental em casa quando ele está entrando em crise?”. A análise fenomenológica foi feita à luz do modelo de Giorgi. O estudo obedeceu aos princípios éticos dispostos pelo Conselho Nacional de Saúde – CNS, resolução 466/12. Para que a identidade dos participantes fosse preservada, os familiares integrantes (F) foram identificados por ordem numérica. Resultados: Participaram do estudo cinco familiares dos PTM que atenderam aos critérios de inclusão deste estudo. Em referência ao grau de parentesco, quatro eram filhos (as) e, somente um cônjuge/companheiro (a). A partir da análise da exposição dos familiares foi possível identificar três unidades de significado: 1. A repercussão do diagnóstico e a inversão de papeis, 2. Ser familiar e cuidador de um portador de transtorno mental e 3. Deficiências e estratégias no cuidado do familiar com o portador de transtorno mental. A primeira unidade engloba o impacto do diagnóstico para a família, o que traz ruptura na realidade de seus membros, conduzindo mudanças no cotidiano do familiar-cuidador, evidenciado pelo relato: “[...] eu tive que ir pra lá, fazer uma casa pra poder cuidar dela [...], toda vez eu fazia comida lá em casa e tinha que levar pra ela”. (F4). Outro ponto abordado refere-se ao sentimento de inversão de papeis vivenciado pelos familiares, constituindo-se de uma experiência que exige o amadurecimento precoce e predispõe de preparo psicológico, como é ilustrado: “Comigo foi mais a inversão de papel, de filho virei pai. Aí eu tive que controlar remédio, que ver comida”. (F3). O individuo portador de transtorno mental ocupa o lugar do que necessita de cuidados e os familiares tornam-se os cuidadores. A segunda unidade de significado retrata os sentimentos que devem ser lidados pelo familiar-cuidador diariamente. A visualização de um ente querido acometido por um transtorno psíquico gera o sofrimento conjunto, além dos mesmos se julgarem impotentes diante da situação: “[...], quase entrei em depressão também [...], uma vez eu fui lá com a psicóloga ela disse pra mim me controlar porque se não eu ia ficar ruim também, igual ela. Porque quando ela entrava em crise era o mesmo que eu entrar junto, porque era uma dor maior”. (F4). A experiência cotidiana da família na convivência com o portador de doença mental é marcada de sofrimento e reflete a inabilidade de lidar com a doença, tornando-a fato gerador de estresse. Também foi visualizada nessa categoria, a sobrecarga de um familiar, em específico no cuidado, visualizado a incompreensão e não preocupação pela maioria: “[...], os filhos dela não querem compreender a situação que ela tem, são ignorantes com ela, eu já chamei atenção por isso”. (F1); “[...], é só eu, tem hora que eu tou pirando [...], eu quero que meus irmãos colaborem com alguma coisa, mas eles dão mais preocupação ainda”. (F5). A terceira unidade de significado reflete a carência de conhecimento acerca do cuidar e das patologias psiquiátricas pelos familiares, como apontado nas narrativas: “[...], eu nunca sei o que fazer é quando ele tá chorando, eu nunca sei o que eu faço”. (F3); “[...], tem certos dias que ela conversa sozinha, ouve vozes [...], a gente fica até assim, meu Deus, será mesmo que isso é problema de cabeça? Será que é encosto?”. (F4). Os profissionais da saúde ocupam um papel indispensável, os mesmos devem possuir uma visão que ampare as constituições familiares diversas e os diferentes sentimentos e percepções que ocorrem acerca do transtorno mental. A família necessita que os profissionais envolvidos com a saúde mental, incluindo-se os da atenção básica, ofereçam suporte e orientações, acolhendo suas demandas e dificuldades (BRASIL, 2013). Outro fenômeno presente nas falas dos familiares foram os meios e/ou estratégias desenvolvidas no decorrer da experiência de cuidar de um portador de transtorno mental: “E também o remédio, a pessoa tá em crise, né? Não quer tomar, finge que engole [...], a pessoa tem que botar medo nela, tipo uma pressão pra ela sentir medo e poder ingerir, né?[...], tem que ter uma pessoa que ela tenha medo pra poder sempre tomar”. (F2); “[...], agora eu fiz uma casa lá atrás e vou me mudar [...], pra lá, pra poder cuidar dela”. (F5). A convivência com o portador de transtorno mental produziu nos familiares um conhecimento empírico de como lidar com as dificuldades diárias no cuidado do sujeito em sofrimento psíquico, ressaltando-se a necessidade de autoridade do cuidador perante o que recebe os cuidados, colocando o medo como intermediador. Outro recurso utilizado foi deslocar-se para próximo do familiar adoecido, para facilitar o cuidado. Porém, os tópicos anteriores revelaram as dúvidas e carências dos familiares no cuidado e, estes produzem estratégias que atuam como um escape do não saber como agir. Considerações finais: Compreender o fenômeno de ser familiar de um portador de transtorno mental exige entender a posição do outro, que se desvelou com a alteração no seu modo de ser-no-mundo, provocadas pelas intensas modificações. Para a família, o diagnóstico de um transtorno mental atua como sinônimo de alteração do cotidiano e ambiente domiciliar, além de denotar a inversão de posições. Observa-se o sofrimento em vivenciar a doença mental na família e a impotência diante da situação, além da sobrecarga enfrentada por um familiar, perante a dispensa dos demais. Também foram abordadas as deficiências no conhecimento do cuidar de uma pessoa enferma mentalmente, ocorrendo à montagem de estratégias de cuidado empiricamente, devido à falta de capacitação e como resultante de tentativas frustradas. Dessa maneira, os profissionais de saúde devem fornecer os subsídios e orientações necessários para o sucesso da família no tratamento e reabilitação psicossocial do Portador de Transtorno Mental, nesse ponto, o compreender o fenômeno torna-se essencial. 

3370 ASSISTÊNCIA QUALIFICADA A SAÚDE, UM DESAFIO NO CUIDADO AO PACIENTE PSIQUIÁTRICO.
Paolla Sabrina Rodrigues de Souza, Andrei Dias Lira, Camila Castilho Moraes, Kamile da Silva Cerqueira, Alda Lima Lemos, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

ASSISTÊNCIA QUALIFICADA A SAÚDE, UM DESAFIO NO CUIDADO AO PACIENTE PSIQUIÁTRICO.

Autores: Paolla Sabrina Rodrigues de Souza, Andrei Dias Lira, Camila Castilho Moraes, Kamile da Silva Cerqueira, Alda Lima Lemos, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: A política de saúde mental brasileira é fruto da mobilização de usuários, familiares e trabalhadores da saúde, iniciada na década de 80 com intuito de mudar a realidade dos tratamentos psiquiátricos. Após a reforma psiquiátrica, a implantação de políticas voltadas para a saúde mental contribuiu significativamente para o atendimento humanizado, possibilitando a reabilitação psicossocial do paciente com transtorno mental. Dentre estas políticas está o Programa de Saúde Mental que consiste no atendimento integral e humanizado direcionado aos usuários com sofrimento psíquico. A assistência de enfermagem vai desde a prevenção de crises, gerenciamento de consultas, visitas domiciliares, escuta qualificada, até a realização de grupões que envolvam a participação da família, haja vista que a mesma é importante no tratamento. Desta forma, este trabalho tem como objetivo conhecer as dificuldades e os desafios enfrentados pelo enfermeiro no cuidado ao paciente psiquiátrico na atenção básica. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, observacional com abordagem qualitativa, realizado em uma unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) do Município de Santarém- Pará, na qual possui duas equipes atuantes com duas enfermeiras sendo uma gerente. No Programa de Saúde Mental estão inscritos 136 pacientes dos quais 36 são psiquiátricos e o restante está distribuído entre neurológicos e deficientes intelectuais. A coleta de dados foi realizada no dia 17 de Outubro de 2017, através de uma entrevista semiestruturada com a enfermeira responsável pelo programa. Resultados: Percebeu-se que as principais dificuldades enfrentadas pelo programa na ESF referem-se à falta de medicamentos e capacitação da equipe atuante voltada para a saúde mental, bem como a carência da participação da família no tratamento. Além disso, dentre os desafios, apresentam-se a resistência e a não adesão ao tratamento por parte do paciente, que em sua maioria são pouco colaborativos. Sabe-se que seguir corretamente o tratamento é considerado um fator determinante do êxito ou da falência da terapêutica, assim como o possível prognóstico do cliente. No que tange a educação continuada é importante que se desenvolva não só na equipe atuante, mas também para a família do paciente, como forma de permitir que a mesma apresente habilidade e conhecimentos a respeito do transtorno. Considerações finais: Com intuito de contribuir para um melhor atendimento prestado pelo profissional enfermeiro, o mesmo não deve ser apático, e sim criativo com capacidade de inovar a prática do cuidar dentro do programa da atenção básica. Por meio deste trabalho pode-se observar que existe a necessidade da realização de capacitações tanto para os profissionais como para os familiares, bem como a disponibilização de medicamentos para os usuários, recursos humanos e assistência de qualidade para o funcionamento efetivo do programa de saúde mental para que assim se dê o processo de reabilitação psicossocial.

940 O USO DAS TECNOLOGIAS LEVES PARA O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL
FRANCELI MARILU GROSKOPF NAZARKEVICZ, MARINA MARQUETTI

O USO DAS TECNOLOGIAS LEVES PARA O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL

Autores: FRANCELI MARILU GROSKOPF NAZARKEVICZ, MARINA MARQUETTI

APRESENTAÇÃO: Fazer a diferença na vida das pessoas que necessitam de cuidados em saúde requer mais do que conhecimentos técnicos. O trabalho em saúde está pautado no uso de tecnologias classificadas em três categorias: duras, leve-duras e leves. Este trabalho discute o uso das tecnologias leves em saúde mental que se referem às relações estabelecidas por meio da escuta, vínculo, diálogo, acolhimento, autonomia e corresponsabilização, ou seja, envolvem a construção de um processo terapêutico baseado na interação e na confiança entre profissionais e usuários. A importância deste tema está no fato de que as tecnologias leves são a base para o início e fortalecimento das relações entre profissionais e usuários principalmente na atenção primária, fazem parte da rotina de atendimento nos serviços de saúde e consequentemente irão refletir no tratamento. Em razão disso, a discussão desse tema também deveria se tornar rotineira para tornar o uso dessas técnicas cada vez mais aprimoradas. O uso dessas ferramentas contribui para a produção do cuidado humanizado em saúde mental em todos os níveis de atenção. OBJETIVOS: Discutir o uso das tecnologias leves para promover o cuidado em saúde mental. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de uma revisão bibliográfica, realizada na base de dados do portal de periódicos da CAPES com os termos Saúde Mental e Tecnologias Leves, em artigos escritos em português, com o texto completo disponível e publicados nos últimos dez anos. Realizou-se a leitura dos títulos dos artigos e se atendiam ao propósito da pesquisa, fazia-se a leitura do resumo e posteriormente do artigo. RESULTADOS: As principais ferramentas utilizadas pelos profissionais que atuam em saúde mental não estão vinculadas a equipamentos de alta tecnologia, mas sim com aquilo que depende das pessoas, das relações que os profissionais estão dispostos a estabelecer com os usuários. O processo de cuidado integral envolve a produção de novas perspectivas de intervenção, mais próximas da realidade e das necessidades sociais e individuais dos usuários da rede de saúde. Acolhimento e vínculo são apontados como dispositivos que favorecem o cuidado integral e a autonomia tendo em vista que são construídos a partir do diálogo entre o trabalhador da saúde e o usuário e/ou familiar. Algumas pesquisas mostram a necessidade de qualificar o acolhimento, a fim de evitar que este seja feito aos moldes de uma triagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As transformações no modelo assistencial em saúde mental levaram a construção de um sistema de saúde psicossocial de base territorial e comunitária que visa atender as demandas sob a perspectiva do cuidado e da atenção integral. Este estudo permitiu refletir como o uso das tecnologias leves no cotidiano das práticas possibilita um trabalho que favorece a autonomia do usuário através de uma participação ativa no processo de tratamento e promoção da saúde.  

1519 Rodas de Terapia Comunitária Integrativa como uma tecnologia de cuidado em saúde mental no contexto universitário: um relato de experiência
Adriana Dias Silva, Jackeline Felix Souza, Daniela Ferreira Borba, Vanessa Alves Mendes

Rodas de Terapia Comunitária Integrativa como uma tecnologia de cuidado em saúde mental no contexto universitário: um relato de experiência

Autores: Adriana Dias Silva, Jackeline Felix Souza, Daniela Ferreira Borba, Vanessa Alves Mendes

Apresentação: compreende um relato de experiência a respeito da inserção de rodas de terapia comunitária no contexto de uma universidade pública da região norte do Brasil, e vivenciado através de ações de extensão de um projeto de promoção em saúde mental desenvolvido em um campus universitário. A terapia comunitária constitui-se num espaço de escuta, reflexão e troca de experiências, criando uma teia de relação social entre os participantes, na busca de soluções para conflitos pessoais e familiares apresentados no encontro (BARRETO, 2008). Desenvolvimento do trabalho: as rodas de terapia comunitária fazem parte das ações propostas em um projeto de extensão que visa inserir a comunidade universitária em terapias complementares e integrativas e em grupos operativos terapêuticos. As atividades acontecem sempre na penúltima sexta-feira de cada mês e contam com a participação de discentes de diferentes áreas. Em cada roda os participantes são convidados a compartilhar situações que os “incomodam”; uma destas situações é escolhida pelo grande grupo e é apresentada; em seguida, os participantes se colocam naquilo com o que se identificaram da situação escolhida e compartilham suas experiências, contribuindo assim para a resiliência coletiva da situação conflituosa, minimizando dores e construindo uma rede social de apoio. Resultados e impactos: as rodas de terapia comunitária têm representado um espaço de convivência, fortalecimento de vínculos e trocas sociais e afetivas; discentes de várias áreas como Psicologia, Enfermagem, Economia e Letras são assíduos; conflitos familiares na relação pais-filhos e pessoais entre discentes têm sido compartilhados; dificuldades de aceitação nos grupos, pressões na vida acadêmica são comuns; dificuldades em correlacionar vida familiar, trabalho e estudo também já foi temática escolhida pelo grande grupo. Ao final das rodas os participantes apresentam expressões de leveza e serenidade; compartilham palavras que expressam suas sensações no momento final; alguns sentimentos de paz, alegria, aprendizado, equilíbrio têm sido revelados. Tudo isso evidencia que os participantes se sentem melhores do que quando chegaram. Considerações finais: as rodas de terapia comunitária constituem espaço de convivência relacional; uma vez desenvolvidas em contextos universitários tem se configurado em acolhimento e construção de resiliência coletiva para a comunidade acadêmica.

3366 Caracterização dos tipos de violência vivenciadas pelos indivíduos acometidos de transtorno mental
Vanessa Regina Oliveira Tavares, Clarissa Silva Pimenta, Liniker Scolfild Rodrigues da Silva, Fabio Rabelo Teixeira, Karinne Ferreira de Souza, Sarah Mendonça Mendes de Souza, Michelle Ferreira Resende, Juliana Meirelles Motta

Caracterização dos tipos de violência vivenciadas pelos indivíduos acometidos de transtorno mental

Autores: Vanessa Regina Oliveira Tavares, Clarissa Silva Pimenta, Liniker Scolfild Rodrigues da Silva, Fabio Rabelo Teixeira, Karinne Ferreira de Souza, Sarah Mendonça Mendes de Souza, Michelle Ferreira Resende, Juliana Meirelles Motta

Apresentação: No decorrer da história, a violência tange todas as esferas da sociedade, relacionando-se a um fenômeno multideterminado e complexo e pode  ser segmentada quanto a sua natureza: física, sexual, psicológica e/ou envolvendo privação ou negligência. Em todas as esferas a Saúde Metal ganha destaque. Avalia-se que no Brasil, existam de 32 a 50 milhões de indivíduos com algum transtorno mental, sendo 6% dessa população manifestam transtorno mental grave (esquizofrenia e outras psicoses, como transtorno bipolar e depressão maior). Ademais, evidencia-se que pacientes psiquiátricos atingem uma parcela significativa no contexto da violência no Brasil. O objetivo foi caracterizar a tipologia e a natureza da violência contra indivíduos adultos diagnosticados com transtorno mental internados em hospital psiquiátrico. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura de caráter exploratório, qualitativo, elaborado através de seis etapas bem definidas: 1) Definição do problema de pesquisa; 2) Busca por pesquisas científicas; 3) Analise dos achados cientificos 4) Análise dos critérios de inclusão na revisão; 5) Apreciação dos resultados; 6) Apresentação do relato. Na qual, buscou compreender os tipos de violência vivenciadas pelos indivíduos acometidos de transtorno mental. RESULTADOS E/OU IMPACTO: No presente estudo evidenciou que as principais violências vividas pelo sujeito em sofrimento psíquico são: a Violência dirigida por si mesmo, violência pessoal e violência coletiva, sendo resultado 15 artigos científicos de três bases de dados distintas. Entretanto, há um número pequeno de publicações científicas sobre a violência contra esta população, predominando artigos sobre a violência perpetrada por indivíduos com transtorno mental.  A violência contra indivíduos acometidos de transtorno mental é  pouco reconhecida na  pratica clinica. Os sintomas psiquiátricos menos freqüentes são mais pesquisados do que a ocorrência de violência cometida pelo parceiro contra a mulher com transtorno mental.. CONSIDERAÇÕES FINAIS: No Brasil, a prevalência de transtornos mentais encontra-se entre 12% e 50%, dependendo da população a ser avaliada e dos critérios diagnósticos. Desses casos, cerca de 90% é caracterizada por transtornos não psicóticos, singularmente transtornos depressivos e transtornos de ansiedade. Esses transtornos são os mais freqüentes na população geral e entre pacientes atendidos em serviços de saúde. Há evidências de que os indivíduos com transtorno mental devem ser considerados vítimas de violência em maior medida do que perpetradores, ressaltando a vulnerabilidade desta população à violência. Portanto, cabe aos profissionais de saúde proporem educação em saúde para que possa mudar a realidade dos principais tipos de violência existentes nesse público.

3323 O FUNCIONAMENTO DA SEGURANÇA DO PACIENTE SOB ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA PSIQUIATRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Vanessa Regina Oliveira Tavares, Clarissa Silva Pimenta, Sarah Mendonça Mendes de Souza, Fabio Rabelo Teixeira, Liniker Scolfild Rodrigues da Silva, Karinne Ferreira de Souza, Michelle Ferreira Resende, Laydson Adrian Araújo

O FUNCIONAMENTO DA SEGURANÇA DO PACIENTE SOB ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA PSIQUIATRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Vanessa Regina Oliveira Tavares, Clarissa Silva Pimenta, Sarah Mendonça Mendes de Souza, Fabio Rabelo Teixeira, Liniker Scolfild Rodrigues da Silva, Karinne Ferreira de Souza, Michelle Ferreira Resende, Laydson Adrian Araújo

APRESENTAÇÃO: A Reforma Psiquiátrica resultou na mudança de paradigmas para o atendimento dos indivíduos com transtorno mental. A partir de 2013 mudanças consideráveis aconteceram na segurança do paciente brasileira com a criação do Programa Nacional de Segurança do Paciente, entretanto a Segurança do paciente em saúde Mental ainda é um grande desafio para realidade atual do país.  Ainda são escassos indicadores de qualidade que possam medir a segurança do paciente e retratem a realidade de saúde mental. Atualmente os indicadores aferidos nacionalmente pelo sistema nacional em vigilância sanitária descrevem a realidade clínica do hospital psiquiátrico. O objetivo deste trabalho é apresentar o funcionamento da segurança do paciente sob ótica dos profissionais de saúde na psiquiatria. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O presente estudo trata-se de um relato de experiência do tipo exploratório e qualitativo acerca da vivenciada na segurança do paciente  por  profissionais de saúde no campo da saúde mental  em  hospital  psiquiátrico público de belo horizonte. Para isso, seguiram-se as seguintes etapas: estabelecimento do problema de pesquisa; busca na literatura; categorização dos estudos; observação do campo da prática; interpretação dos resultados e apresentação do relato. RESULTADO E/OU IMPACTO: Dentre os mais importantes desafios enfrentados na segurança do paciente  implica nas práticas seguras em saúde mental diz respeito ao tempo de internação. Quanto maior o tempo de internação, maior é a chance de se envolver em um incidente ou evento adversos, e mais difícil será a reinserção social do sujeito. Outro aspecto fundamental da segurança na saúde mental é o controle de medicamentos psicotrópicos duas de cada cinco medicamentos prescritas são considerando de alto risco outro indicador a ser avaliado seria a quantidade de profissionais por paciente, não há dados sobre o número ideal de profissionais, mas estima-se que seria suficiente três profissionais para cada  paciente ,realidade muito aquém do esperado. Indicadores como  contenção física e manejo do  crack ainda são iniciativas  próprias  para prever melhores ações para clientela assistida. CONSIDERAÇÕES FINAIS: No presente estudo, consegue-se ressaltar a relevância da inovação das praticas profissionais em saúde mental  na segurança do paciente Urge, por conseguinte, propor e realizar novas politicas que abarquem a segurança do paciente  em saúde mental