146: O legado da senilidade: sexualidade nos serviços de saúde
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 07 - Djúcu    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
580 SEXUALIDADE, RELIGIÃO E SUAS RELAÇÕES COM O ENVELHECIMENTO DA MULHER
Vanda Santana Gomes, Roberta Lopes da Silva, Elaine Santos da Silva, Cinoélia Leal de Souza, Ane Carolline Donato Vianna, Daniela Teixeira de Souza Moreira, Leandro da Silva Paudarco, Victor Neves Reis, Ana Paula Melo Fernandes Rodrigues

SEXUALIDADE, RELIGIÃO E SUAS RELAÇÕES COM O ENVELHECIMENTO DA MULHER

Autores: Vanda Santana Gomes, Roberta Lopes da Silva, Elaine Santos da Silva, Cinoélia Leal de Souza, Ane Carolline Donato Vianna, Daniela Teixeira de Souza Moreira, Leandro da Silva Paudarco, Victor Neves Reis, Ana Paula Melo Fernandes Rodrigues

Apresentação: historicamente a sociedade percebe o idoso como um ser desprovido de sexualidade, principalmente quando se trata da mulher idosa. Nesse sentido, envelhecer em uma sociedade com características religiosas predominantes é ainda mais difícil, pois as privações vividas pela população feminina são grandes, com desejos e dúvidas reprimidas pelo medo do julgamento social e religioso. Na esfera religiosa, encontram-se fatores proibitivos que impõem a ausência da sexualidade para os idosos, sendo apontados como “pecadores”, bem como poderão ser tachados pejorativamente, quando uma idosa, de vulgar e sem valores morais, e quando homem, de “velho assanhado”. Diante disso, esse estudo objetivou analisar as relações da religião com o envelhecimento da mulher. Desenvolvimento: trata-se de um estudo qualitativo descritivo, no qual foram entrevistadas 50 mulheres idosas moradoras da cidade de Guanambi – Bahia, no ano de 2016. A coleta de dados foi realizada com base no cadastro das 15 Unidades de Saúde da Família (USF) do município. Realizada por meio de entrevista, que durou em média 40 minutos cada uma. Todas as entrevistas foram gravadas perante autorização da participante, para posterior transcrição, assegurado quanto à confiabilidade e privacidade dos dados pessoais obtidos. O tratamento dos dados foi realizado a partir da técnica de análise do conteúdo, e foi dividido em três fases: ordenação dos dados: na qual o material empírico coletado (documentos e transcrições das entrevistas) foi organizado, com a identificação das idosas por número e a transcrição dos áudios na integra; classificação dos dados e por fim a análise propriamente dita. Os critérios de elegibilidade foram: mulheres com idade maior ou igual há 60 anos e que aceitaram participar da pesquisa. Resultado: a percepção das idosas a respeito da influência da religião na sexualidade se baseou em um mesmo pilar de que o sexo só deve ser vivenciado após e no casamento. A influência da religião no contexto sexual da mulher idosa é bem marcante, pois elas relataram que, principalmente após a perda do companheiro, não enxergam mais o direito de vivenciar a sexualidade, diferente dos homens que tendem a construir novos relacionamentos, como apontam os estudos. O preconceito da família e os preceitos religiosos também são colocados em discussão, tendo a religião uma relevância importante em suas falas, sendo citada como fator inibitório.  Notou-se que, a religião tem mais influencia sobre a sexualidade das mulheres do que dos homens, isso fica claro com o receio que as idosas têm de falar sobre o tema sexualidade na perspectiva da religião. O medo da rejeição é nítido nas falas, pois elas podem ser excluídas a depender de seu comportamento e de sua fala perante a religião que segue. Para muitas idosas a vivência da sexualidade deveria ser apenas em função do casamento, e que se não for nesse proposito não deve ser vivida, já que a idade dessa prática já passou e ficou para traz. Para elas quanto mais o tempo passa mais perdem o direito do amor e da sexualidade. Ressalta-se que, as mudanças físicas nas mulheres são muito evidentes ao envelhecer, e que as perdas hormonais mexem organicamente com a autoestima e com a visão de sua autoimagem. Além dessas mudanças a idosa tem que se adaptar com um estilo de vida padronizado pela sociedade, família e religião, se privando de prazeres e vontades, assumindo um papel moldado pela sociedade para ser apenas uma “avó”. Alguns estudos mostram que nem sempre a religião vem como fator negativo com relação à sexualidade da mulher idosa, muitas religiões entendem que o “ato sexual” não e apenas o prazer do sexo e para a procriação, mas sim que existem vários sentimentos envolvidos. Tanto por parte da idosa quanto por parte da família, sociedade e da religião existe uma confusão de conceitos, em achar que sexualidade e sexo é a mesma coisa. Considerações finais: Vale ressaltar que são vários os fatores que interferem na sexualidade da mulher idosa e que favorecem ao mito de que são seres assexuados, os preceitos religiosos e a opressão familiar se destacam entre estes. Com isso, entender as peculiaridades fisiológicas da senescência pode fazer com que as idosas se sintam providas novamente de desejos e satisfação em relação a sua sexualidade. Fatores relacionados à sexualidade da mulher idosa devem ser mais bem trabalhados na prática cotidiana, com constante reflexão por parte das idosas, de religiões e da sociedade sobre os mecanismos que geram valores e atitudes em relação à temática, tornando esse tema algo mais comum e discutido, e com isso quebrar alguns dogmas e tabus. O esclarecimento e a diferenciação de conceitos entre a sexualidade e o sexo tem grande relevância na mudança de comportamento da sociedade e da religião perante as idosas. Trabalhar esse esclarecimento de conceitos pode ser a solução para uma melhoria na qualidade da sexualidade da mulher idosa.   REFERÊNCIAS BARDIN L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011. 226 p. BERNARDO, R.; CORTINA I. Sexualidade na terceira idade. Rev Enferm UNISA. V. 13, n. 1, p. 74-8, 2012. CATUSSO, M. C. Rompendo o silencio: desvelando a sexualidade em idosos. Revista Virtual Textos & Contextos, v. 1, n. 4, p. 1- 19, 2005. MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 29 ed. Petrópolis, RJ: Vozes; 2010. RUOCO, M. T. M.; BRÊTAS, A. C. P.; FIGUEIREDO, E. N. Quem falou que idosa só fica em casa?. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, v. 22, n. 5, p. 693-698, 2014. SANTANA, M. A. S. sexualidade na terceira idade: compreensão e percepção do idoso, família e sociedade. Revista da Universidade Vale do Rio Verde. Três Corações, v. 12, n. 1, p. 317-326, 2014. UCHÔA, Y. S. et al. A sexualidade sob o olhar da pessoa idosa. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, v. 19, n. 6, p. 939-949, 2016.

1126 SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: UMA ANALÍSE DOS BENEFÍCIOS DE UMA VIDA SEXUALMENTE ATIVA, NO CENTRO DE ATENÇÃO INTEGRAL A MELHOR IDADE – CAIMI, DR. ANDRÉ VIDAL DE ARAÚJO, ZONA NORTE DE MANAUS-AM.
Jania Maria Limeira

SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: UMA ANALÍSE DOS BENEFÍCIOS DE UMA VIDA SEXUALMENTE ATIVA, NO CENTRO DE ATENÇÃO INTEGRAL A MELHOR IDADE – CAIMI, DR. ANDRÉ VIDAL DE ARAÚJO, ZONA NORTE DE MANAUS-AM.

Autores: Jania Maria Limeira

 Este projeto retrata o fenômeno do envelhecimento e da subjetividade da pessoa idosa, dando ênfase ao idoso no que se refere a sua sexualidade, sua cultura, os tabus e preconceitos impostos pela sociedade, além, de buscar meios para que esta população crescente evite as doenças sexualmente transmissíveis, as ISTs/AIDS assim como envolver a equipe interdisciplinar do Centro de Atenção a Melhor Idade, (CAIMI) Dr. André Araújo a agir estrategicamente para evidenciar tais problemas nos atendimentos aos usuários desta localidade, desta forma proporcionar um envelhecimento saudável a está população, a partir de uma análise da coleta de dados do processo de envelhecimento e de sua importância durante as fases da vida. Também buscou-se sua historicidade nas condições de longevidade, com a intencionalidade de tornar mais evidente a discussão em questão, tanto numa perspectiva teórica e ética, como numa perspectiva de um viver melhor. O tema abordado foi realizado no espaço do estágio e será através de um formulário com perguntas estruturadas abertas e fechadas. Busca-se com este projeto alcançar os resultados de um atendimento qualitativos com equidade visando proporcionar um viver com independência e qualidade no que se refere a saúde dos usuário do CAIMI. Palavras- Chave: Saúde. Longevidade. Qualidade. 

2597 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO E A INSUFICIÊNCIA FAMILIAR: UMA ANÁLISE SOBRE O IMPACTO PARA A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS
Clarissa Silva Pimenta, Karinne Ferreira de Souza, Liniker Scolfild Rodrigues da Silva, João Paulo Vimieiro, Alessandra Silva Lima Jardim, Isabela Pereira Silva Leopoldino, Vanessa Regina Oliveira Tavares, Laydson Adrian Araújo

A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO E A INSUFICIÊNCIA FAMILIAR: UMA ANÁLISE SOBRE O IMPACTO PARA A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS

Autores: Clarissa Silva Pimenta, Karinne Ferreira de Souza, Liniker Scolfild Rodrigues da Silva, João Paulo Vimieiro, Alessandra Silva Lima Jardim, Isabela Pereira Silva Leopoldino, Vanessa Regina Oliveira Tavares, Laydson Adrian Araújo

APRESENTAÇÃO: No cenário atual, percebe-se um aumento na proporção da população idosa, e devido as diversas dificuldades culturais, biológicas, socioeconômicas que envolve os idosos e os familiares, além dos conflitos familiares que envolve essa população, eleva-se a demanda por Instituições de longa Permanência para Idosos (ILPI). O objetivo deste trabalho é analisar as implicações advindas da institucionalização da pessoa idosa, o impacto para a qualidade de vida do idoso e a insuficiência familiar. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de uma pesquisa de campo com caráter exploratório-descritivo. A fundamentação teórica deu-se através de uma revisão bibliográfica integrativa recorte temporal de 1988 a 2015. O objeto de estudo foram 12 idosas do sexo feminino que residem em uma ILPI. A análise dos dados foi quantitativa (Teste de Shapiro Wilk, teste de normalidade e teste a significância) e qualitativa (Análise de Conteúdo de Bardin). RESULTADO E/OU IMPACTO: A análise quantitativa foi composta pelas variáveis de análise: caracterização do idoso; insuficiência familiar; ser saudável e conceito de saúde e análise qualitativa pelas categorias de análise:  Institucionalização do Idoso, Redes Sociais, Processo de Envelhecimento, Meios de comunicação efetiva e assiduidade, Sintomatologia características da Depressão e Ansiedade, Ser Saudável, Conceito De Saúde e Equipe de enfermagem: IF e Estratégias.  A pesquisa evidenciou que a maior parte das idosas apresentam a insuficiência familiar e acabam desenvolvendo alguns sintomas da depressão ou ansiedade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: No presente estudo, consegue-se ressaltar a relevância da continuidade dos laços familiares, estes desenvolvidos durante toda existência do ser, a fim de garantir o apoio familiar quando isto se fizer necessário. Visto o sentimento de família como fator imprescindível para o desenvolvimento pessoal do adulto diante da velhice é notório que instigar uma prática de vida saudável, resultando o livramento de incapacidade futuras, garante o processo do envelhecimento menos pesaroso.

2908 JOGOS DE TABULEIRO E EDUCATIVO COMO FERRAMENTA DIDÁTICA: UM OLHAR VOLTADO AO IDOSO E SEU ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
Hanna Pontes Linhares, Sanayla Queiroz, José Carlos, Patrícia Thays Alves, Jéssica Rodrigues, Lisandra Teixeira, Marília Gabriela

JOGOS DE TABULEIRO E EDUCATIVO COMO FERRAMENTA DIDÁTICA: UM OLHAR VOLTADO AO IDOSO E SEU ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

Autores: Hanna Pontes Linhares, Sanayla Queiroz, José Carlos, Patrícia Thays Alves, Jéssica Rodrigues, Lisandra Teixeira, Marília Gabriela

A população de idosos no mundo tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas. Esse aumento na sobrevida se deve a melhorara nas condições de saúde e reduçãoda mortalidade. Os responsáveis pelo aumento da longevidade, foram resultado de políticas e de incentivos na área da saúde e de um grande processo tecnológico. A principal característica do envelhecimento saudável é a capacidade de aceitar e se adaptar as mudanças fisiológicas decorrentes da idade, sendo que as doenças e limitações não impossibilitam a experiência pessoal de velhice bem-sucedida.Sendo os jogos uma atividade que propicia aos idosos sentirem livremente as criações do seu mundo interno.Objetivou-se proporcionar com jogos a estimulação cognitiva, coordenação motora e interação do grupo entre si e com os facilitadores. A partir dessa perspectiva foi realizado atividade de jogos de tabuleiro e educativos com um grupo de idosos do CSF do bairro Cohab III, no município de Sobral-Ce. Foi colocado uma mesa com diversos tipos de jogos como: dama, jogo da memória, dominó, quebra cabeça, entre outros. Após distribuir os jogos nas mesas, foi pedido para que cada um que escolhesse qual jogo desejava jogar.Durante o jogo eles foram trazendo recordações e relatando o quanto a memória não era tão boa quanto antes. Inicialmente apresentaram dificuldades para compreender a forma de jogar, mas com o auxílio dos facilitadores e ao decorrer das partidas, notou-se por eles uma melhora significativa na compreensão do objetivo do jogo. Ao final foi feita uma reflexão conduzida pelos facilitadores de como foi para os idosos aquele momento, sendo relatado por eles como um momento de lazer, que foi bastante importante para memória, que se divertiram e que sentia falta daqueles momentos, e pediram para que em outro encontro trouxesse a mesma atividade. Trazendo assim a necessidade de garantir aos idosos não apenas maior longevidade, mas também felicidade, qualidade de vida e satisfação pessoal.

2924 VIOLÊNCIA E MAUS TRATOS CONTRA A PESSOA IDOSA NA CIDADE DE PARINTINS AMAZONAS
Evelin Gonçalves Vasconcelos, Fernanda Farias de Castro Castro, Selma Barbosa Perdomo, Valdir Soares da Costa Neto, Elielza Guerreiro Menezes, Mayara Soares Gonzaga, Ghedria Loyanna Martins Batista, Flavia Maia Trindade

VIOLÊNCIA E MAUS TRATOS CONTRA A PESSOA IDOSA NA CIDADE DE PARINTINS AMAZONAS

Autores: Evelin Gonçalves Vasconcelos, Fernanda Farias de Castro Castro, Selma Barbosa Perdomo, Valdir Soares da Costa Neto, Elielza Guerreiro Menezes, Mayara Soares Gonzaga, Ghedria Loyanna Martins Batista, Flavia Maia Trindade

A violência e os maus tratos contra a pessoa idosa é um problema de saúde pública que apresenta tendência de aumento proporcional ao envelhecimento da população mundial. No entanto, os dados para estimativa de sua dimensão e abrangência no Brasil são historicamente inconsistentes, por se tratar de um problema subdiagnosticado e subnotificado no país. As ações de rastreamento para identificação de pessoas idosas em condição de violência ou em situações de vida que caracterizam maior risco para tornar-se vítima, ainda é uma prática não identificada na Atenção Básica brasileira, juntamente a ausência de ferramentas de rastreio que tenha passado por processo de adequação transcultural para ser usado no país, tornam os profissionais da saúde subequipados sobre como identificar e lidar com a questão da violência contra a pessoa idosa, o que contribui para que o problema continue passando despercebido e subnotificado. Na cidade de Parintins não são identificados dados que demonstrem de maneira consistente a ocorrência de violência e maus tratos contra a pessoa idosa, dificultando a sua mensuração de forma ativa, o que tornou necessário e importante a realização deste projeto, que teve como objetivo identificar violência e os maus tratos contra a pessoa idosa, caracterizar os aspectos do perfil socioeconômico e demográfico das pessoas idosas que sofrem violência e avaliar a associação da violência contra pessoa idosa e a funcionalidade familiar, pois nem sempre os laços familiares são baseados em harmonia, contribuindo para o aparecimento de agravos nos membros familiares, dando destaque aos idosos por apresentarem maior vulnerabilidade, o que acaba os tornando vítimas de hostilidade e agressão em contexto de disfuncionalidade de sua família. Esse projeto faz parte de uma pesquisa macro intitulada “Avaliação multidimensional dos idosos da cidade de Parintins”. Os resultados mantêm foco na violência e maus tratos contra a pessoa idosa, tratando-se em sua metodologia de um estudo descritivo, de corte transversal e abordagem quantitativa, envolvendo uma amostra representativa de 296, retirados por estratos do total de 1286 idosos cadastrados em 11 grupos de convivência distribuídos na cidade de Parintins, sendo estes coordenados pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação - SEMASTH. Os procedimentos de coleta de dados foram realizados nos meses de julho a setembro de 2017, contando em 3 fases em sua execução: a fase I consistiu na explanação dos processos e objetivos do projeto aos coordenadores e aos idosos, com posterior  agendamento para o início das atividades;  a fase II consistiu na realização da primeira entrevista com a aplicação do Mini Exame do estado Mental – MEM, cujo objetivo foi identificar a capacidade cognitiva dos idosos, não sendo utilizada nesta pesquisa; a fase III consistiu na entrevista com aplicação de todos os instrumentos e aferições necessárias à pesquisa. Foi utilizado um questionário para identificação de aspectos sóciodemográfico, econômico e o Instrumento de Avaliação de Violência e Maus Tratos Contra a Pessoa Idosa ofertado pelo Ministério da Saúde, com o intuito de mostrar a viabilidade dos suportes disponibilizados aos profissionais no que diz respeito a sua atuação frente aos casos de violência. Na pesquisa, dos 296 entrevistados 114 idosos foram identificados como vítimas de violência acontecida, o que caracteriza uma prevalência de 38,5%. A violência psicológica (n=71; 23,98%) foi identificada como o tipo de violência mais prevalente entre os idosos do municipio, seguido de violência física (n=52; 17,56%), violência financeira (n=31; 10,4%) e em menor prevalência a violência sexual (n=12; 4,05%). A amostra pesquisada foi predominantemente constituída por idosas, onde a identificação de violência e maus tratos apresentou certa equivalência entre os sexos, entretanto os idosos do sexo masculino desta pesquisa apresentam maior afirmativa de violência acontecida (41,0%). Na questão da idade a pesquisa identificou que 50% dos idosos da vitima de violência apresentam 71 anos através da mediana encontrada (percentil 25: 66; percentil 75: 76), que coabitam com mediana de 3 pessoas (percentil 25: 2; percentil 75: 5), com maior percentual de violência entre os  idosos que relataram não apresentar  nenhum nível escolar (48,4%), renda mensal <1 salário mínimo (42,4%), e com problema de saúde (40,3%). No que diz respeito a variável religião, quantificou-se um maior quantitativo de idosos da religião católica (n= 257; 80,85%), com 37% de violência acontecida. Em relação a variável de situação conjugal, foi contabilizado que a maioria dos entrevistados afirmou ser casado ou manterem união estável (n= 150; 50,65%), destes 34,6% foram identificados como vítima de violência, onde notou-se maior percentual de violência acontecido aos idosos que se referiram solteiro (58,3%), e divorciado (54,6%), demonstrando significância estatística (p= 0,013). Assim como em relação à funcionalidade familiar, foram consideradas famílias funcionais os resultados de 7 a 10 pontos em questionário, que na pesquisa se enquadraram (n=237; 80,1%), onde destes 33,8% afirma ter sofrido violência. As famílias com disfuncionalidade moderada são as que apresentam pontuação de 5 a 6, e a pesquisa apresentou (n= 38; 12,81%), apresentando afirmativa para violência 55,3%. Já pertencentes às famílias disfuncionais, foram identificados (n= 21; 7,4%), onde estes 61,9% dos idosos identificados como vítima de violência acontecida. A funcionalidade familiar apresentou relevância estatística quando relacionada à identificação de violência e maus contra a pessoa idosa nesse estudo, com (p=0,003). A pesquisa demonstrou que a prática de rastreamento de violência e maus tratos é uma ferramenta facilitadora na assistência aos idosos na identificação de situação de violência nesta faixa etária, onde o instrumento utilizado apresentou-se de fácil acesso, rápida aplicabilidade e baixo custo, podendo ser usado nas consultas na Atenção Básica. A utilização do instrumento possibilitará aos profissionais da saúde o conhecimento da situação de violência em que vivem os idosos, o que permitirá uma atuação mais direcionada podendo ser realizadas ações de prevenção, identificação e tratamento, através de parcerias com os setores de serviços assistenciais e jurídicos, com a proposta de garantir maior segurança e qualidade de vida aos idosos. A pesquisa mostra que as atividades de enfrentamento da violência no município não devem somente se restringir ao próprio idoso, mas sim em sua família de forma geral, pois tal sistema se mostrou influente na ocorrência de violência acontecida, necessitando de maior investigação através de estudos sobre tal aspecto na sociedade parintinense.

3663 PUC Mais Idade: Uma parceria de enriquecimento acadêmico e Autonomia na terceira Idade.
Adriele Cândido Maldonado

PUC Mais Idade: Uma parceria de enriquecimento acadêmico e Autonomia na terceira Idade.

Autores: Adriele Cândido Maldonado

Com a evolução da tecnologia, a redução da taxa de fecundidade e o aumento de expectativa de vida, o panorama demográfico mundial tem apresentado mudanças significativas nos últimos anos. E no Brasil não é diferente, a OMS estima que no ano de 2020, 1 em cada 13 brasileiros será idoso. Porém, ao mesmo tempo em que a ciência desenvolve instrumentos capazes de prolongar a vida do homem, que oferece recursos de proteção e segurança totalmente tecnológicos, a sociedade desestimula a participação da população idosa nos processos socioeconômicos e culturais de produção, decisão e integração social, gerando paradigmas sobre o envelhecimento. Em contraposição a este cenário, o Projeto de Extensão PUC Mais Idade, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Campus Betim, tem como base a política Nacional do Idoso, Lei 8842/94 e o estatuto do Idoso, Lei n.º 10.741/03, vem causando uma mudança significativa na vida de 80 idosos/usuários do projeto anualmente, e cerca de 17 alunos (por semestre), dos cursos de Enfermagem, fisioterapia, Medicina, Biomedicina, Psicologia e Direito, que participam deste. O projeto existe na unidade desde 2012, e já assistiu a cerca de 150 idosos, as atividades ocorrem quatro vezes por semana na Universidade, e aborda diversos assuntos como: relacionamentos interpessoais; equilíbrio emocional; boa saúde; hábitos saudáveis; lazer; espiritualidade; práticas de atividades físicas; informática básica; e rodas de conversa sobre dos direitos da pessoa idosa, que possibilitam o empoderamento e independência dos usuários. Além do desenvolvimento da autonomia dos idosos, este gera uma experiência única para os acadêmicos que participam, corroborando para uma formação humana, sensível e voltada para os princípios de Integralidade e Equidade do SUS. Pode-se perceber uma integração entre Universidade e população, onde há a ampliação do aprendizado dos acadêmicos, geração de fontes de pesquisa, e melhoria na qualidade de vida da população assistida, uma nova opção de participação do idoso e que o leva ao encontro de muitas de suas necessidades, o que é reafirmado através das sugestões que são levadas as reuniões mensais com a coordenação, através de representantes, como o coral que é exemplo de autonomia e foi criado através da solicitação dos próprios usuários. É a oportunidade de acesso aos vários tipos do saber oferecidos pelas diferentes áreas do conhecimento que um espaço universitário pode oferecer. Os valores intrínsecos à representação que uma sociedade tem de velhice serão norteadores responsáveis pelas ações que vão possibilitar ou não a proteção e a inclusão social de seus idosos, bem como qualidade das relações a serem estabelecidas com eles. Não se tratando apenas de uma preocupação da sociedade política, mas também da sociedade civil que precisa se conscientizar do envelhecimento da população brasileira, desta forma quando se possibilita a discussão em espaços acadêmicos, reforça-se a importância de profissionais responsáveis e ligados com a nova realidade do país e da população, desenvolvendo práticas significativas para mudar a realidade enfrentada por tal grupo, que cada vez se tornará maior, no Brasil e no mundo.

5322 CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS E DEMOGRÁFICAS E QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS QUE FREQUENTAM O CENTRO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE MAUÉS/AM.
mayara cota sousa, adenilson maia, samuel barbosa, danney souza, tanara perin, alcivane gonçalves

CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS E DEMOGRÁFICAS E QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS QUE FREQUENTAM O CENTRO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE MAUÉS/AM.

Autores: mayara cota sousa, adenilson maia, samuel barbosa, danney souza, tanara perin, alcivane gonçalves

Define-se qualidade de vida (QV) como a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto cultural e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações Vários são os fatores que influenciam a QV. A cidade de Maués é considerada o município com um dos maiores índices de longevidade do país. Este estudo visa constatar os fatores que corroboram com a longevidade da população idosa maueense. Obetivo foi avaliar as características socioeconômicas e demográficas e a qualidade de vida dos idosos que frequentam o centro de convivência do idoso do município de Maués/AM. Tratou-se de um estudo analítico-observacional do tipo inquérito transversal, onde foi aplicado um questionário com um instrumento para avaliação da qualidade de vida (WHOQoL-bref), coleta de informações socioeconômicas e demográficas dos idosos cadastrados no centro de convicência do idoso. Os dados foram coletados entre os dias 01 e 16 de novembro de 2017.  Foram entrevistados 76 idosos, com média de idade de 73 anos, tendo máxima de 95 anos. A maioria era do sexo feminino (68,5%), de cor parda (81,6%), com idade entre 71 e 80 anos (47,4%) de religião católica (78,0%). Cinquenta por cento possuiam o ensino fundamental (completo ou incompleto), seguida do analfabetismo (35,5%). A maior parte também afirmou ser aposentada (79,0%), tendo renda de até um salário mínimo (68,4%). As comorbidades mais frequentes foram hipertensão arterial sistêmica (HAS) e artrite/reumatismo, com 55% e 49% respectivamente, seguidas de catarata/glaucoma (37%) e problemas osteoarticulares da coluna (43%). Doenças como DPOC e Câncer foram a menos encontradas, ambas com apenas 3%. Diabetes Mellitus esteve presente em 25% dos idosos. Na análise da QV, o domínio psicológico, com escore médio de 75,38 e o domínio das relações sociais, com escore médio de 73,90 foram os que apresentaram melhores resultados. Ao passo que o domínio meio ambiente, com escore médio de 66,04,  foi o que obteve o pior resultado. A maioria dos entrevistados avaliou seu estado de saúde como boa (47,37%). O aumento da longevidade traz ao profissional de saúde o desafio de conhecer os fatores relacionados à maior expectativa de vida e os determinantes da boa qualidade de vida – para estimular, e os de má qualidade – para intervir.A qualidade de vida é um constructo multidimensional, bipolar e subjetivo, uma vez que envolve inúmeras variáveis. Os centros de convivência podem contribuir para o bem-estar de um modo geral e atua diretamente no nível psicológico da melhor idade.

5391 SAÚDE E VULNERABILIDADE DOS IDOSOS NA CIDADE DE PARINTINS/AMAZONAS
Evelin Gonçalves Vasconcelos, Ghedria Loyanna Martins Batista, Fernanda Farias de Castro, Maria de Nazaré de souza Ribeiro, Hilare da Silva Menezes, Flávia Maia Trindade, Roger Martinho Filgueira de Farias, Glauber Farias da Silva Junior

SAÚDE E VULNERABILIDADE DOS IDOSOS NA CIDADE DE PARINTINS/AMAZONAS

Autores: Evelin Gonçalves Vasconcelos, Ghedria Loyanna Martins Batista, Fernanda Farias de Castro, Maria de Nazaré de souza Ribeiro, Hilare da Silva Menezes, Flávia Maia Trindade, Roger Martinho Filgueira de Farias, Glauber Farias da Silva Junior

A pesquisa analisa a saúde e vulnerabilidade dos idosos maiores de 60 anos, cadastrados no grupo de idosos da Secretária Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação-SEMASTH da cidade de Parintins-Amazonas, abordando o risco de vulnerabilidade e fragilidades implicantes à saúde e bem estar da pessoa idosa, tais como: doenças crônicas; limitações físicas e psicológicas; convívio social e familiar; condições econômicas; hábitos e influência do ambiente que determinam ou contribuem de maneira significativa para a qualidade de vida do idoso. O trabalho objetiva identificar os fatores de risco mais contribuintes para vulnerabilidades dos idosos analisando a qualidade de vida e saúde relacionado com o estado clínico-funcional que envolve e avalia as atividade funcionais da vida diária, capacidade cognitiva, funcionalidade familiar, risco de quedas e presença de depressão entre os idosos. Trata-se de um recorte da Pesquisa Avaliação Multidimensional de idosos da cidade de Parintins – AM, descritivo, transversal com abordagem quantitativa, envolvendo idosos cadastrados com mais de 60 anos participantes dos grupos de convivência de idosos da Secretaria de Assistência Social Trabalho e Habitação - SEMASTH da cidade de Parintins/Am. Foram incluídos na pesquisa  11 grupos com um total de 1.286 idosos cadastrados, retirando uma amostra estratificada de 296 idosos com um erro amostral de 5%  e nível de significância de 95%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UEA  com parecer do nº 2.363.99. Foi aplicado um questionário para identificar o perfil socio demográfico desses idosos contendo questões sobre dados pessoais e informações gerais do entrevistado como: religião, família, moradia e trabalho, condição de saúde como: doenças, medicamentos e tratamentos usado e hábitos de vida dos momentos passado e presente.  Utilizou-se também o questionário de Índice de Vulnerabilidade Clinico Funcional (IVCF-20) composto por 20 perguntas,  instrumento simples, de rápida aplicação, com vantagem por ser multidimensional, avaliando oito dimensões consideradas preditoras de declínio funcional e/óbito em idosos: idade, auto percepção da saúde, atividades de vida diária, cognição, humor/comportamento, a mobilidade (alcance, preensão e pinça; capacidade aeróbica/muscular; marcha e continência esfincteriana), a comunicação (visão e audição) e a presença de morbidades múltiplas, representada por poli patologia, poli farmácia e/ou internação recentetriagem rápida, qual tem um nível de concordância ponderada de 99,5% e pode ser aplicado por avaliadores diferentes sem que haja discordância. Os pontos de corte sugeridos de acordo com níveis de sensibilidade associadas às classificações, determinando a distribuição quanto ao grau de vulnerabilidade clinico-funcional são: Idoso com pontuação de 0 a 6 indica baixo risco de vulnerabilidade, 7 a 14 pontos  tem indicação de moderado risco e pontuação maior que 15 indica idoso com alto risco de vulnerabilidade. Quanto aos resultados do perfil sociodemográficos, dos 296 idosos entrevistados a maioria é do sexo feminino (n= 179; 60,5%), a média da idade dos entrevistados é de 75 anos na faixa de 60 a 95 anos, casados, com renda média  entre um a menos de dois salários mínimos. Quanto a frequência da prática de atividade física, a maioria 108 (56,5%) realizam de 1 a 2 vezes por semana. Dos principais problemas de saúde enfrentados, a maioria relatou hipertensão arterial (50%), osteoartrose (19,6%) e diabetes com 16,9%, três doenças que mais colaboram para o estado de vulnerabilidade dos idosos, assim como a frequência de uso de medicamentos, sendo que, 66% dos entrevistados fazem uso de medicamentos contínuos. Na avaliação do IVCF-20 a população de idosos de Parintins possui baixo risco de vulnerabilidade, sendo de 62% de baixo risco, 31% com moderado risco e apenas 7% da população com alto risco de vulnerabilidade, no entanto, durante o processo de tabulação, observou-se que as pessoas idosas que foram classificadas com baixo e moderado risco no instrumento de avaliação tiveram a pontuação aproximadas da máxima no ponto de corte da vulnerabilidade, o que se faz pensar que esses resultados podem mudar em  pouco tempo, dependendo da exposição do idoso. A vulnerabilidade é classificada como o resultado de variações de riscos discretos que resultam em ameaças que se materializam ao longo do tempo. A pesquisa identificou que na avaliações de atividades básicas de vida diária a população pesquisada têm boa avaliação, classificando com  65,7% baixo risco, 29% em moderado risco e apenas  5,3% com alto risco de vulnerabilidade. Demonstrando assim que a as atividades de vida praticadas no cotididiano da pessoa idosa colaboram para a redução dos índices de vulnerabilidades. Ao relacionar com a Capacidade Cognitiva, 67,9 % dos idosos da pesquisa estão com baixo risco, 26,4% com moderado risco e 5,7% com alto risco, assim como para Risco de Queda demonstrou que os idosos entrevistados tiveram uma porcentagem alta sendo 64,0 % com baixo risco e 30,4% com moderado risco. Das avaliações funcionais da família, no estudo apresentaram baixos riscos para o estado de vulnerabilidade sendo maior porcentagem ao baixo risco com 57,9%, no entanto, em relação à escala de depressão, nota-se uma porcentagem elevada quanto ao risco de vulnerabilidade, sendo 52,5% com moderado risco e 27,5% com alto risco, destacando o estado emocional e depressão do idoso como um dos grandes colaboradores para  a fragilidade  e vulnerabilidade à saúde do idoso. O conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua condição de autonomia e independência do que pela presença ou ausência de doença orgânica. Na população dos grupos pesquisados as doenças como a hipertensão, e estado mental foram os que mais contribuíram para a piora do quadro de saúde, levando o idoso a uma classificação de maior vulnerabilidade. O termo fragilidade é comumente utilizado para representar o grau de vulnerabilidade do idoso a desfechos adversos desse público, como: declínio funcional, quedas, internação hospitalar, depressões, exclusão, institucionalização e óbito. Todavia, é importante refletir sobre a velhice e a interação entre saúde, condições sociais, econômicas, individuais, e ambientais, incluindo os programas direcionados à esse segmento populacional. Frente aos dados apresentados, espera-se que o estudo contribua de maneira significativa com as políticas sociais desenvolvidas para os idosos na cidade de Parintins e sirvam de objeto para novas pesquisas neste seguimento, assim como gerar mudanças significativas no comportamento individual e coletivo da população.

2543 DESAFIOS DO ACOLHIMENTO QUALIFICADO DIANTE DA REALIDADE AMBÍGUA DAS ADMISSÕES EM INSTITUIÇÕES PSIQUIÁTRICAS
Clarissa Silva Pimenta, Vanessa Regina Oliveira Tavares, Maria Bernadete Oliveira Viana, Marconi Martins da Costa Guedes, Juliana Meirelles Motta, Lea Siqueira, Ellen Christy Gonçalves Dias, Rhayane Maria Medeiros Ribeiro do Carmo

DESAFIOS DO ACOLHIMENTO QUALIFICADO DIANTE DA REALIDADE AMBÍGUA DAS ADMISSÕES EM INSTITUIÇÕES PSIQUIÁTRICAS

Autores: Clarissa Silva Pimenta, Vanessa Regina Oliveira Tavares, Maria Bernadete Oliveira Viana, Marconi Martins da Costa Guedes, Juliana Meirelles Motta, Lea Siqueira, Ellen Christy Gonçalves Dias, Rhayane Maria Medeiros Ribeiro do Carmo

APRESENTAÇÃO: Considerando o cenário de saúde mental no Brasil, no decorrer de sua trajetória, o doente mental esteve associado ao modelo hospitalocêntrico, cujas principais características do tratamento eram: internações prolongadas, maus tratados, exclusão social, com práticas asilares e violação de direitos humanos e de cidadania. Atualmente a sociedade brasileira, tem gerado mudanças na perspectiva do cuidado em saúde mental, principalmente após a reforma psiquiátrica e a Política Nacional de Humanização. Tendo em vista essa realidade, depara-se com os conceitos de internação e internamento. As internações psiquiátricas atualmente é motivo de inúmeros questionamentos, baseado na ambígua finalidade de sua aplicação. O objetivo deste trabalho é apresentar os desafios do acolhimento qualificado diante da necessidade de internação em detrimento das frequentes indicações de internamento em instituições psiquiátricas. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de uma pesquisa de revisão integrativa da literatura, exploratória, qualitativa. Para a elaboração desta metodologia as seguintes etapas foram percorridas: estabelecimento do problema de pesquisa; busca na literatura; categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão; interpretação dos resultados e apresentação da revisão. RESULTADO E/OU IMPACTO: Foram selecionados 12 artigos em três bases de dados eletrônicas. A maioria dos artigos selecionados apresentou boa qualidade metodológica e viés reduzido, oferecendo credibilidade aos resultados alcançados. Houve grande recorrência de pesquisas do tipo qualitativa. Esta abordagem corresponde a um domínio das relações e se trabalha o universo dos significados, evidenciando que os autores buscaram compreender o modo de desenvolvimento do acolhimento e internações em instituição psiquiátrica. Os dados relevantes encontrados na amostra foram agrupados em três categorias, na busca de sintetizar e articular o conhecimento obtido: O acolhimento qualificado como uma prática equitativa em Saúde Mental; A internação como recurso resolutivo diante dos fatores de risco para o sujeito em crise; O internamento: Um legado histórico?  CONSIDERAÇÕES FINAIS: A noção do acolhimento é crucial para modificação das maneiras tradicionais de lidar com a loucura, começando no sentido da humanização das relações, e mais radicalmente, no sentido do respeito à palavra do sujeito. É preciso algo mais, além dos estabelecimentos de vínculos mais humanos, no intuito de articular internações por decisões mais precisas relativas ao contexto de realidade de cada sujeito. A noção de acolhimento e de escuta está associada à ideia de cuidado, apresentada nas novas formas de assistência ao indivíduo e suas origens. Aí está a ambiguidade da prática psiquiátrica: ao mesmo tempo “tratamento” e prática disciplinar. Conforme apresentado por Foucault, o hospital psiquiátrico se viu preso desde sua origem na dualidade “cuidados-punição”.

566 AÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE E AMBIENTE: Cuidado da saúde dos idosos da comunidade rural São Francisco, Careiro da Várzea, AM
Tássia Caroline da Costa Mendes

AÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE E AMBIENTE: Cuidado da saúde dos idosos da comunidade rural São Francisco, Careiro da Várzea, AM

Autores: Tássia Caroline da Costa Mendes

O presente projeto buscou, mediante um processo interdisciplinar entre diferentes áreas de conhecimento (enfermagem, odontologia, medicina, sociologia e pedagogia), promover ações educativas voltadas para a construção de práticas e estratégias de cuidado dos idosos em uma comunidade rural. Nesse caso, foi fundamental considerar a articulação entre uma abordagem voltada para a saúde e para o ambiente, no sentido de evidenciar a importância dos fatores ambientais na construção de melhorias de vida e bem-estar. Com o objetivo de promover ações educativas de caráter interdisciplinar  na formação de cuidadores de idosos na comunidade rural São Francisco, Careiro da Várzea/Amazonas, o estudo utilizou a abordagem teórico metodológica da pesquisa-ação, tendo em vista o desenvolvimento de um processo de ensino-aprendizagem de discentes pesquisadores, professores e grupos sociais envolvidos, no sentido de aprimorar práticas e técnicas de atuação deste público de pessoas na construção de ações interdisciplinares de cuidados de idosos. O estudo tem como população de referência os moradores idosos, bem como as famílias desses e lideranças locais (presidente de associação, dirigente da igreja, professores e agente de saúde). Foram realizadas as seguintes atividades: Reconhecimento e levantamento do perfil socioeconômico na qual aplicou-se formulários com aproximadamente trinta (30) famílias e os dados identificados estão relacionados com a renda, saúde, educação, saneamento básico, habitação e lazer. Além dos formulários foram realizadas entrevistas com as principais lideranças da comunidade; Reuniões para discussão da temática  para a definição de um grupo de pessoas interessadas no cuidado dos idosos; Ações educativas no cuidado do idoso onde os integrantes do projeto participaram dessas açoes junto ao grupo de idosos existente na comunidade, com abordagens ligadas às áreas de medicina, enfermagem, farmácia, sociologia e odontologia, definidas previamente nas reuniões. Desenvolveram-se as seguintes ações educativas na Oficina de Práticas Educativas na Saúde do Idoso: Aspectos da atenção primária, o cuidado odontológico dos idosos, promoção da saúde mental, práticas integrativas em saúde. A experiência do projeto de extensão na área rural permite uma aproximação entre duas realidades diferentes e distantes, possibilitando uma troca de conhecimentos entre a universidade e a comunidade. Trata-se de um momento ideal para se colocar em prática o conhecimento aprendido em sala de aula, tendo em vista a presença de um público diverso de pessoas, a necessidade de redimensionamento de ações e reconstrução de estratégias. Também é possível compreender o ser humano em suas múltiplas dimensões, inserido em contextos físicos, socioculturais e políticos diversos. Torna-se uma experiência fundamental para a formação de uma ética profissional, tendo em vista a necessidade de respeito pelo outro, seja ele um profissional ou comunitário.

3721 O legado acadêmico na Atenção Primária em Saúde: Oficina de caixas organizadoras de medicamentos com idosos em Unidade Básica de Saúde em Manaus, Amazonas
Bruno Vianei Real Antonio, Iuri Matias Oliveira Schreiner, Raquel Rodrigues Ferreira Rocha Alencar, Mauro Magaldi Lins, Lilian Cesar Salgado Boaventura, Sílvia Borges, Adelle Soares Gomes, Daniela de Jesus Pereira Segadilha

O legado acadêmico na Atenção Primária em Saúde: Oficina de caixas organizadoras de medicamentos com idosos em Unidade Básica de Saúde em Manaus, Amazonas

Autores: Bruno Vianei Real Antonio, Iuri Matias Oliveira Schreiner, Raquel Rodrigues Ferreira Rocha Alencar, Mauro Magaldi Lins, Lilian Cesar Salgado Boaventura, Sílvia Borges, Adelle Soares Gomes, Daniela de Jesus Pereira Segadilha

Apresentação: Relata-se a experiência de estudantes de medicina da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) na promoção de saúde através da confecção artesanal, juntamente com um grupo de idosos, de caixinhas de medicamentos para maior adesão terapêutica, facilitação na tomada correta e regular, bem como para a prevenção do esquecimento ou uso incorreto de baixas ou excessivas doses farmacológicas. Objetiva-se descrever o processo de confecção das caixinhas no âmbito da Atenção Primária em Saúde (APS), sua importância para a população idosa, bem como suas percepções e expectativas. Desenvolvimento do Trabalho: A experiência ocorreu na Unidade Básica de Saúde (UBS) Enfermeira Ivone Lima dos Santos, localizada na Zona Leste da cidade de Manaus, Amazonas, em maio e junho de 2017. Contou com a permissão e incentivo da coordenação da UBS e preceptores médicos especialistas em medicina de família e comunidade que lá trabalham. Utilizou-se o “Espaço Saúde”, uma sala ampla com mesas e cadeiras, destinada a atividades comunitárias e reuniões. Através de parceria firmada com a equipe multiprofissional do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), surgiu a iniciativa da promoção de saúde, por meio da construção manual de pequenas caixas de medicamentos, uma metodologia ativa e participativa direcionada à população idosa. A obtenção dos materiais contou com o apoio da farmácia da UBS, que gentilmente cedeu algumas dezenas de caixas vazias de medicamentos, do mesmo tamanho e formato. Utilizaram-se também fitas adesivas, pincel marcador permanente preto, emborrachados nas cores azul, amarelo e laranja, tesoura e cola quente. O primeiro momento com o grupo de idosos foi marcado pela apresentação da ideia, checagem da aceitação e receptividade da mesma, escuta das opiniões e solicitação das receitas médicas de uso regular para planejamento do número de caixinhas e a disposição das figuras e prescrições. Para facilitar a montagem, os emborrachados tiveram formatos de sol e lua desenhados e recortados previamente pelos estudantes. O segundo momento foi a realização da oficina de confecção das caixinhas organizadoras de medicamentos. Um total de 12 idosos participaram da montagem de suas caixinhas, colando-as umas às outras na lateral com cola quente. Optaram pelas cores de sua preferência, tamanho das letras e/ou figuras e disposição das mesmas. Cada espaço da caixa organizadora era destinado a somente uma medicação. Eram coladas as figuras do sol ou da lua, desenhados relógios de parede com a hora da tomada da medicação ou em números extensos, escrito o nome da medicação em letras de forma legíveis e grandes, com a concentração do fármaco e número de comprimidos ou mililitros a serem tomados de acordo com as especificidades das receitas médicas e necessidades individuais. Todos os participantes foram estimulados a montar suas caixas organizadoras com as próprias mãos. As medicações de uso em jejum ou aquelas em que estava prescrito somente metade de um comprimido tinham suas caixinhas adaptadas com o recorte e colagem de somente a metade do sol para simular o amanhecer e o desenho de um comprimido partido ao meio. Outras adaptações foram sugeridas e utilizadas pelos próprios participantes. Ao término da oficina, foi organizada uma roda de conversa composta pelos idosos, acadêmicos de medicina, equipe multiprofissional do NASF e Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). As críticas e expectativas dos idosos foram escutadas com qualidade e atenção. Criou-se espontaneamente um espaço de diálogo e proximidade entre o público alvo e os profissionais de saúde e graduandos. Fotografias da oficina foram feitas, com consentimento dos participantes, para registrar todo o processo de trabalho. Resultados e/ou Impactos: Durante o estágio acadêmico na UBS Ivone Lima, os estudantes de medicina acompanharam o serviço das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) em 2 ambientes distintos: nas dependências da UBS; e nas visitas domiciliares. Nestes dois espaços uma grande percepção veio à tona em relação à população idosa: a elevada frequência do uso incorreto das medicações prescritas e, portanto, a recorrência de agravos em saúde ou precário autocontrole das doenças. A inquietação dos acadêmicos perante à reversibilidade dessa situação em saúde motivou a criação de uma estratégia simples e prática: as caixinhas organizadoras de remédios como ferramenta facilitadora e útil para os idosos. Atrelar a tomada correta dos medicamentos às caixinhas confeccionadas manualmente foi uma forma encontrada para os idosos atribuírem maior valor agregado e importância ao tratamento das suas enfermidades. A autonomia em relação à própria saúde e autocontrole de doenças e padecimentos na população idosa é imprescindível para aumentar a expectativa e qualidade de vida. Tomar correta e regularmente medicações terapêuticas e profiláticas é essencial para a prevenção de agravos e manutenção da homeostase. Dificuldades como analfabetismo, baixa escolaridade, amaurose ou outros distúrbios de acuidade visual, além de questões sociais envolvendo solidão, falta de cuidadores ou abandono familiar foram grandes agravantes da irregularidade terapêutica e autocontrole inadequado de doenças. Atentou-se para as idiossincrasias, cultura, valores e dificuldades próprias de cada idoso. A especificidade e detalhamento da oficina resultaram em caixinhas organizadoras individualizadas, de fácil entendimento e utilização. As expectativas dos idosos foram relatadas durante a roda de conversa. “Eu tomava meus remédios ao mesmo tempo. Agora entendi que tem hora pra cada pílula.” Foi uma percepção registrada. Outra impressão foi “Lá em casa os remédios ficavam todos na mesma tigela. Tinha hora que eu me perdia. Não sabia qual comprimido tomar.” Uma fala confirmatória importante foi “Vocês vão ajudar eu e meu velho (esposo) a tomar os remédios direito.”. A repercussão da oficina com os idosos foi grande, de maneira a existir o pedido de nova oficina para a população. A equipe multiprofissional do NASF prestou todo apoio e auxílio para a realização deste momento. Posteriormente, foi realizada capacitação com as Agentes Comunitárias de Saúde, com o intuito de dar continuidade à essa modalidade de promoção e prevenção de saúde. Os internos deixaram na farmácia um modelo da caixinha de medicamentos com a intenção de despertar curiosidade na população e difundir essa ideia de organização e cuidado com os medicamentos. Considerações finais: A formação acadêmica em medicina ambientada no nível primário de assistência em saúde é um vasto campo de aprendizagem e percepções. A realização da “oficina de montagem das caixas organizadoras de remédios” foi um pequeno legado na atenção primária em saúde que acadêmicos de medicina deixaram durante sua produtiva passagem na UBS Ivone Lima. Esperou-se contribuir para a continuidade do cuidado em saúde das pessoas, especialmente dos idosos neste caso. Além disso, desejou-se gerar mais autonomia e melhoria no processo de autocuidado e corresponsabilização pela saúde.

576 PERCEPÇÃO DA IDOSA SOBRE A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE SEXUAL
Ane Carolline Donato Vianna, Cinoélia Leal de Souza, Roberta Lopes da Silva, Vanda Santana Gomes, Elaine Santos da Silva, Leandro da Silva Paudarco, Daniela Teixeira de Souza Moreira

PERCEPÇÃO DA IDOSA SOBRE A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE SEXUAL

Autores: Ane Carolline Donato Vianna, Cinoélia Leal de Souza, Roberta Lopes da Silva, Vanda Santana Gomes, Elaine Santos da Silva, Leandro da Silva Paudarco, Daniela Teixeira de Souza Moreira

Introdução: a população mundial passa por uma reestruturação demográfica, no qual a população idosa continua aumentando. O último Censo de 2010 estimou uma ampliação no número de idosos até 2060, que poderá ser aproximadamente 74 milhões, representando 33,7% da população. A expectativa de vida dos brasileiros alcançou 73,1 anos, e as ações de saúde devem acompanhar essa mudança. Por isso, o idoso deve ser compreendido como ser integral que possui direitos, deveres, necessidades, valores e costumes que devem ser respeitados, sendo atendido de forma holística, com objetivo de melhorar sua qualidade de vida. A sexualidade é uma das necessidades humanas e excede o ato sexual, sendo capaz de ser expressa de diferentes formas, desde como a pessoa desfruta da sua sexualidade e como lida com a mesma, além da troca de carinhos à prática sexual. Muitas vezes falar sobre sexualidade ou saúde sexual traz resistência tanto do profissional de saúde quanto do usuário dos serviços, enraizado pela cultura e valores da população, o que dificulta na disseminação de conhecimento sobre a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, os cuidados com as mamas, a higiene da área genital diariamente, antes e após a prática sexual, a modificação de hábitos e consequentemente, uma melhora na forma de viver sua saúde sexual. A mulher passa por fases no ciclo biológico e cada uma apresenta suas especificidades, o que sucede em alterações bioquímicas, fisiológicas e físicas, principalmente a idosa que está mais vulnerável, necessitando de cuidados não apenas físicos, mas também psicológicos. Esse contexto engloba o que ocorre na menopausa, decorrente da variação de alguns hormônios necessários para a saúde da mulher, como a diminuição da produção de estrogênio, que pode ocasionar as dores de cabeça, a irritabilidade, alguns sintomas depressivos, presença de ondas de calor ou suores frios, o vaginismo e a dispareunia, a involução dos órgãos reprodutores, a atrofia da vulva, das tubas uterinas, da vagina, dos ligamentos pélvicos e a flacidez das mamas, que irão afetar como a mulher vive sua saúde sexual. Para acompanhar a mulher em todas essas fases, a Estratégia de Saúde da Família deve buscar, através da promoção da saúde, orientá-las e apoiá-las. Sendo assim, através do conhecimento da realidade e particularidade da mulher, será capaz de resultar em melhorias na promoção da saúde, com foco nas necessidades descritas pelas voluntárias deste trabalho, para tentar trazer para esse público melhor resultados do ponto de vista das mulheres idosas. Nesse sentido, este estudo objetivou analisar a atuação do enfermeiro na promoção da saúde sexual da mulher idosa na atenção básica, no município de Guanambi, no estado da Bahia. Desenvolvimento: trata-se de um estudo qualitativo descritivo exploratório, no qual foram entrevistadas 50 mulheres idosas do município de Guanambi. Os dados foram analisados segundo a técnica de análise de conteúdo, que foi dividida em ordenação e transcrição das entrevistas, classificação e agrupamento dos dados e criação das categorias de análise, e por fim, foi realizada a análise propriamente dita e descrição dos resultados. Resultados: de acordo as entrevistadas, os enfermeiros da atenção básica não possuem o hábito em falar sobre temas como sexualidade e saúde sexual com o público acima dos 60 anos e não transmitem as orientações adequadamente, o que faz com que algumas barreiras se transformem em obstáculos maiores e a possibilidade de realizar algum ato com erros, torna-se maior. As idosas relataram que se sentem reprimidas e intimidadas quando se deve discorrer sobre esses temas, tanto em relação aos profissionais quanto pela sociedade, em razão de que estão inseguras e preferem continuar com as diversas dúvidas a romper o preconceito e questionar, possuindo até o momento a ideia de que a sexualidade se resume no ato de procriar ou reproduzir e de dar prazer ao parceiro fixo ou não, excluindo o fato de ser prazeroso para si mesmo. Apesar desse posicionamento, o grupo mostrou entendimento que essas barreiras podem dificultar a ação do profissional, o que agrava quando o profissional de enfermagem da atenção básica é do sexo masculino. Dentre as sugestões das voluntárias para modificar o atendimento e discussão sobre esses assuntos, está o fato de que os profissionais de saúde possam ofertar palestras, salas de espera e rodas de conversas entre grupo de idosas da mesma idade, além das consultas de enfermagem, num espaço de vínculo e confiança, de forma a esclarecer os problemas, dificuldades e inseguranças referentes à saúde sexual.  Sabe-se que, os profissionais de enfermagem que atendem na atenção básica devem ter a capacidade de estabelecer relações e vínculos de cuidado baseados em princípios como a empatia, o respeito mútuo, a congruência, a escuta ativa, a confrontação, a aceitação incondicional da pessoa e a autenticidade, além de haver capacitação para melhor didática com o público, visando o aumento da compreensão e do empoderamento feminino, agindo não somente no acompanhamento de doenças crônicas, mas assistindo a usuária como ser integral.  A falta de informação, a vergonha e o preconceito das idosas em relação a sua idade associada à saúde sexual faz com que haja dificuldades em dialogar sobre o tema. O envelhecimento traz consigo alterações que podem interferir na vivência da sexualidade, como a flacidez tegumentar, o embranquecer dos pelos, a perda dos dentes, o surgimento das doenças crônicas, o uso de medicamentos, a diminuição da libido, o declínio do padrão de atividade, o vaginismo, a dispareunia e a disfunção erétil. Considerações Finais: O significado de sexualidade e a forma como cada uma vive é diferente para cada idosa. Por esse motivo, o enfermeiro deve estar capacitado para lidar com diversas situações, desde a vergonha em falar sobre, a dificuldade em transmitir informações, além do preconceito e da censura que há acerca desses temas. Dentre as ações de enfermagem para promoção da saúde sexual, poderá ser realizada a educação permanente, o uso de oficinas, a construção de grupos de apoio e a propagação das orientações necessárias para melhora ou estabilização da saúde sexual, com pretensões de suprir as necessidades da usuária e promover o envelhecimento equilibrado. A enfermagem tem nas mãos ferramentas importantes para lidar com o declínio das mudanças do corpo e do organismo decorrente do envelhecimento que são as mudanças hormonais e metabólicas, principalmente os que afetam diretamente a sexualidade da mulher idosa. Essa transição gera dúvidas, desequilíbrios e angústia, e cabe aos profissionais atuarem no preparo psicológico, emocional, e também dar suporte e alternativas para amenizar as mudanças físicas e encaminhar quando necessário.   REFERÊNCIAS   CUNHA, L. M. et al. Vovó e vovô também amam: sexualidade na terceira idade. Rev Min Enferm., v. 19, n. 4, 2015.   LUZ, A. C. G. et al. Comportamento sexual de idoso assistidos na estratégia saúde da família. Res: Fundam. Care, v.7, n. 2, Rio de Janeiro, 2015.   MARQUES, A. D. B. et al. A vivência da sexualidade de idosos em um centro de convivência. R. Enferm. Cent. O. Min., v.2, n.3, 2015.   SILVA, E. M. de M. L.; OLIVEIRA, D. M.; PEREIRA, N. da S. Olhar de enfermeiro na atenção primária de saúde: prática sexual na terceira idade. Temas em Saúde. João Pessoa, v. 17, n. 1, 2017. 

672 Percepção da mulher sobre sexualidade após o envelhecimento
ROBERTA LOPES, vanda santana gomes, Cinóelia Leal de souza, Elaine Santos da Silva, Ane Carolline Donato Vianna, leandro da silva paudarco, Daniela texeira de souza moreira, simone aline ferreira

Percepção da mulher sobre sexualidade após o envelhecimento

Autores: ROBERTA LOPES, vanda santana gomes, Cinóelia Leal de souza, Elaine Santos da Silva, Ane Carolline Donato Vianna, leandro da silva paudarco, Daniela texeira de souza moreira, simone aline ferreira

Apresentação: A sexualidade da mulher não termina com o envelhecimento, e os avanços na educação e na saúde podem mudar a manutenção e a expectativa de vida sexual das idosas. Sabe-se que há ainda uma falta de abertura social para abordar o tema, e a maioria das idosas se sentem reprimidas e constrangidas por não falar de desejos, que diante de uma sociedade carregada de preconceitos, tabus e dogmas. Assim, a discussão sobe a sexualidade inclui um repensar constante dessa prática, para que essas questões possam ser abordadas pela sociedade, sem reduzi-las aos aspectos biológicos, buscando abranger as percepções do corpo, do prazer e desprazer, entre outros aspectos e valores emergentes relativos à sexualidade na contemporaneidade. Diante disso, este estudo objetivou conhecer a percepção da mulher idosa sobre sexualidade. Desenvolvimento: sabe-se que alguns fatores influenciam diretamente como a mulher idosa vivencia a sua sexualidade, como a falta de informação, a vergonha, o preconceito, sobretudo delas mesmas em relação a sua idade. Nesse sentido, tratou-se de um estudo qualitativo descritivo, no qual foram entrevistadas 50 mulheres idosas no interior da Bahia, e foi realizada a análise de conteúdo das entrevistas. A coleta de dados foi realizada com base no cadastro das 15 Unidades de Saúde da Família (USF) do município. Primeiramente, foi realizado o levantamento aleatório da localização das idosas em cada área de adscrição, em parceria com a USF, para posteriormente a mesma ser abordada em sua residência. A técnica de coleta de dados foi à entrevista direta com utilização de um roteiro não estruturado, composto por duas questões norteadoras, que abordaram a percepção da idosa sobre sexualidade. Os dados foram coletados no período de março a junho do ano 2016, sendo que, cada entrevista, durou em média 40 minutos. Todas as entrevistas foram gravadas mediante a autorização da participante, para posterior transcrição, assegurado quanto à confiabilidade e privacidade dos dados pessoais obtidos. O tratamento dos dados foi realizado a partir da técnica de análise do conteúdo, seguindo às etapas descritas por Bardin (2011) e Minayo (2007), e foi dividido em três fases: ordenação dos dados: na qual o material empírico coletado (documentos e transcrições das entrevistas) foi organizado, com a identificação das idosas por número e a transcrição dos áudios na integra; classificação dos dados e análise propriamente dita. A amostra foi de 50, por conveniência, contudo a saturação das respostas ocorreu com 39 idosas. Resultados: As idosas, por terem uma vulnerabilidade pregressa diante de um cenário de tantos afazeres em sua juventude, na qual eram majoritariamente donas de casa, responsáveis por trabalhar, cuidar de filhos e ainda dispor do seu tempo para o marido, vivem hoje das consequências desses fatores. Muitas vezes a realidade diverge do almejado desejo de querer se cuidar, de realizar atividades divertidas e sair da rotina, pois a falta de tempo e de entusiasmo com a vida e consigo mesma é o que caracteriza e concretiza alguns tabus de que idosa não pode ter uma vida similar à da sua juventude. As idosas mostraram uma associação da sexualidade ao ato sexual, como algo que só pode ocorrer após o casamento, sentindo-se reprimidas pelo medo das críticas e dos julgamentos. Relataram ainda a falta de assistência dos profissionais da saúde sobre o tema, e com isso observou-se a fragilidade da confiança e do vínculo entre paciente e profissionais, devido aos dogmas instituídos pelo tema. Notou-se que mudanças devem ser pensadas sobre a assistência prestada a respeito da sexualidade, podendo ser planejadas estratégias para lidar melhor com esse público usando sugestões dadas pelas mesmas, como a formação de grupos de discussão sobre saúde sexual no envelhecimento. Esse estudo abre caminhos e deixa perguntas a serem respondidas por novas pesquisas, sabemos o que a idosa pensa sobre sua sexualidade, mas como as pessoas enxergam a sexualidade da mulher idosa? Ao falarem da falta de assistência por parte dos profissionais de saúde, levantam um questionamento importante, pois é justamente neste contexto que a dificuldade é retratada, por não terem uma assistência adequada para cuidar da própria saúde, ocultada pela objeção ao assunto. Sendo assim, uma atenção específica voltada para os aspectos físicos e socioculturais, que estão ligados à sexualidade, podem ser um sanador de várias dificuldades vivenciadas por elas. É importante relatar que a sexualidade e o corpo estão intrinsecamente ligados ao cuidado como prática social de vivenciar essa fase, por serem os profissionais que cuidam do corpo no qual se manifesta a sexualidade, desse modo deveriam tratar esse tema com outro olhar, mas falar da sexualidade ainda é um tabu e de certa maneira proibido, onde foi retratada pelas mesmas uma maior dificuldade em abordar o tema. Considerações finais: este estudo visou discutir o olhar da mulher idosa sobre sexualidade, em relatar o tema quebrando os tabus criados por uma sociedade muitas vezes machista e restritiva. Desta forma, constatou-se nesse estudo que entender como a idosa pensa e se sente em sua sexualidade é importante não apenas para compreender o processo de envelhecimento associado à sexualidade, mas fundamental para conhecer e desenvolver estratégias que atenuem os efeitos da senescência relacionado a sexualidade de forma a garantir a vivência da mesma de forma positiva, sem medos ou preconceitos em falar sobre este processo fisiológico. É importante salientar que a perda do interesse sexual relatado, está relacionada à qualidade do relacionamento amoroso e não a fatores biopsicossociais naturais da senescência na compreensão da satisfação da idosa. Este processo depende, sobretudo não apenas da idosa, mas de um acompanhamento de saúde, e neste propósito contribuir para uma assistência voltada para a saúde sexual nesta fase tão importante da vida, que é a terceira idade. Reafirmou-se a falta de abertura social e capacitação dos de saúde profissionais para atender a essa demanda, os mesmos devem se despir de preconceitos, tabus, e principalmente das críticas. REFERÊNCIAS: ARAÚJO, et al. Representações Sociais Da Vida Sexual De Mulheres No Climatério Atendidas Em Serviços Públicos De Saúde. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, JanMar, v. 22, n. 1, p. 114-22, 2013. ARRAIS, et al. Atividade sexual e HIV/Aids na terceira idade:  a vivência de alunos da Universidade da Maturidade da Universidade Federal do Tocantins.  Brasília Med. v. 51, n.1, p. 4-12, 2014. BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011, p. 226. BERNARDO R.; CORTINA I. Sexualidade na terceira idade. Rev Enferm UNISA. V. 13, n. 1, p. 74-8, 2012. COSTA, L. H. R.; COELHO, E. A. C. Sexualidade e a interseção com o cuidado na prática profissional de enfermeiras. Rev. bras. enferm, v. 66, n. 4, p. 493-500, 2013. FLEURY, H. J; ABDO CHN. Sexualidade da mulher idosa. Diagn Tratamento. V. 20, n. 3, p. 117-20, 2015. MINAYO MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10ed. São Paulo: Hucitec, 2007, p. 406. SILVA, V. X. L. et al. Satisfação sexual entre homens idosos usuários da atenção primária. Saúde soc, v. 21, n. 1, p. 171-180, 2012. POUPART, J. et al. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. 4ªed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2014.

3100 A Instabilidade Postural em Idosos de uma comunidade Amazônica
Gabriela de Oliveira Souza Ramos, Camila Carlos Bezerra, Simone Ramos de Castro

A Instabilidade Postural em Idosos de uma comunidade Amazônica

Autores: Gabriela de Oliveira Souza Ramos, Camila Carlos Bezerra, Simone Ramos de Castro

APRESENTAÇÃO: Dentre as perdas apresentadas pelo idoso, durante o processo de envelhecimento, destaca-se a instabilidade postural, que decorre devido às alterações do sistema sensorial e motor, induzindo a uma maior predisposição de queda. Além das consequências diretas da queda, os  idosos limitam suas atividades por causa das dores, incapacidades, medo de cair, e por atitudes protetoras de familiares e cuidadores. A instabilidade postural é uma das perdas mais comuns apresentada durante o envelhecimento e sua causa se deve aos desequilíbrios de ordem sensorial e motora, além de levar a uma tendência acentuada às quedas. Portanto, a instabilidade postural é fator causal de quedas e de outros traumas que põem em situação de extremo risco e vulnerabilidade a vida e o bem-estar da pessoa, ela pode ser definida como a ausência de capacidade para retificar o deslocamento do corpo durante seu movimento no espaço. Está associado a aspectos como falta de atividade física, deficiências nutricionais, dentre outros. A queda é uma causa externa intimamente ligada ao processo de envelhecer e deve ser visualizada como um sintoma suscetível de investigação, podendo ser imagem da incapacidade do idoso em opor-se aos fatores ambientais do ciclo natural da vida. Define-se queda como o deslocamento involuntário do corpo para um grau mais abaixo à posição inicial, com inaptidão de correção em tempo hábil, estabelecido por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade corporal. Com o aumento da idade, há alteração do controle postural em virtude da diminuição na velocidade de condução das informações, assim como no processamento das respostas, que são lentas e inadequadas, gerando instabilidade e pondo em risco a movimentação segura dos idosos, pela sua predisposição a quedas.            Este achado clínico de instabilidade postural é considerado como uma síndrome geriátrica de causa multifatorial, decorrente ao acúmulo de carência em múltiplos sistemas, causando grande vulnerabilidade dos idosos frente aos desafios cotidianos. Sabendo que esta questão pode ser melhor observada pela enfermagem durante as suas consultas e visitas domiciliares, pode-se atuar de forma a prevenir, com orientações e recomendações. Assim, tornou-se relevante identificar os idosos com instabilidade postural na comunidade para realizar tais ações. METODOLOGIA: Pesquisa transversal caso-controle de abordagem quantitativa. A população contemplou os idosos moradores da comunidade de Manaus, Amazonas, previamente cadastrados em um programa de idosos. O cálculo da amostra populacional dos idosos foi realizado com base na estimativa da média populacional, através da formula para populações finitas, população: 111 Idosos, estimativa para P:05, margem de erro: 5%, coeficiente de confiança: 95%. O tamanho da amostra calculada foi de 86 idosos, porém destes abordados houve 5 recusas, totalizando 81 idosos coletados conforme o critério de inclusão. Para a inclusão e exclusão dos sujeitos foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: indivíduos com  idade maior ou igual a 60 anos, residentes na comunidade e cadastrados no programa e exclusão: idosos acamados, com problemas visuais e auditivos não corrigidos, com locomoção exclusivamente por cadeira de rodas, uso de prótese e déficit cognitivo e mental. A coleta de dados se deu no período de 31 de julho a 20 de outubro, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da - Universidade Federal do Amazonas sob CAAE 62556516.1.0000.5020 e conhecimento, aceitação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido(TCLE), para o consentimento de participação.Os idosos foram previamente contactados, e abordados em seu domicílio pela pesquisadora, sempre na presença de um familiar. Foi aplicado a escala de equilíbrio de Berg para que fossem identificados os idosos com instabilidade postural. A escala é composta por 14 itens cuja pontuação varia de 0 a 4 pontos, totalizando 56 pontos, cujos escores menores que 50 pontos são preditivos de quedas. Para análise dos dados, as informações coletadas por meio da Escala de Equilíbrio de Berg foram divididas em grupos com tarefas funcionais semelhantes: transferências (questões 1, 4 e 5), provas estacionárias (questões 2, 3, 6 e 7), alcance funcional (questão 8), componentes rotacionais (questões 9, 10 e 11) e base de sustentação diminuída (questões 12, 13 e 14). Estes dados foram organizados e alimentados em uma planilha e por meio de somatório das pontuações e auxilio de um estatístico, foi estabelecido os scores, considerando a pontuação de 0-4 para cada tarefa em que 0 - é incapaz de realizar a tarefa e 4 - realiza a tarefa independente.RESULTADOS: Análise das características sociodemográficas e de saúde constatou que a maioria dos indivíduos eram do sexo feminino n=69 (57,9%), com média de idade de 74,83 ± 8,52 anos, variando entre: mínimo de 60 anos e o máximo de 99 anos. Nesse estudo, os escores obtidos variaram entre o mínimo 30 e máximo 56, sendo os fatores sexo feminino e idade entre 71-90 anos, foram os grupos que apresentaram os menores scores na Escala de Equilíbrio de Berg. Análise estatística dos subgrupos populacionais estratificados pelas variáveis sociodemográficas e as relacionadas ao estado de saúde, evidenciaram que apenas a variável idade apresentou efeitos significantes no scores (p-valor < 0,05). Para análise dos dados obtidos considerou-se que idosos com scores de pontuação inferior a 50 eram indicativo de risco de quedas por instabilidade postural, scores < 50 são mais frequentes na idade entre 81-90 anos e os scores ≥ 50 nas idades entre 60 – 80 anos. De acordo com a divisão em grupos com tarefas funcionais semelhantes foram avaliadas estatisticamente os fatores da Escala de Equilíbrio de Berg que apresentavam maior influência no valor do score, verificou-se que a base de sustentação diminuída e componentes rotacionais são os mais significativos, seguidos das transferências e alcance funcional, sendo responsáveis pela redução do valor de score indicativo de um aumento no risco dos idosos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os aparecimentos dos distúrbios do equilíbrio corporal têm gigantesca influencia na vida dos idosos, podendo levá-los à redução de sua autonomia social, visto que acabam restringindo suas atividades cotidianas, pela propensão a quedas e fraturas, trazendo sofrimento, imobilidade corporal, medo de cair novamente e altos custos com o tratamento de saúde. A queda é uma causa externa intimamente ligada ao processo de envelhecer e deve ser visualizada como um sintoma suscetível de investigação, podendo ser imagem da incapacidade do idoso em opor-se aos fatores ambientais do ciclo natural da vida. Estes resultados evidenciam a necessidade da enfermagem criar estratégias de cuidados para promoção e prevenção da instabilidade postural em idosos, assim como, identificar comportamentos e fatores que afetem o risco de quedas; revisar o histórico de quedas com o paciente e a família, identificar características ambientais capazes de aumentar o potencial de quedas, orientar uso de dispositivos auxiliares para deixar o andar mais firme, educar os familiares sobre fatores de risco que contribuam para quedas e a forma de reduzir esses riscos, sugerir adaptações em casa para aumentar a segurança, orientar a família sobre a importância de apoios para as mãos em escadas, banheiros e corredores, auxiliar a família a identificar perigos em casa e a modificá-los. É de suma importância que a enfermagem identifique estes idosos com instabiliddade para poder atuar de forma individual, cuidando de uma forma holística de cada idoso.  

547 OS IMPACTOS DAS RELAÇÕES FAMILIARES NA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES APÓS O ENVELHECIMENTO
Daniela Teixeira de Souza Moreira, Cinoélia Leal de Souza, Elaine Santos da Silva, Vanda Gomes Santana, Roberta Lopes da Silva, Leandro da Silva Paudarco, Ane Carolline Donato Vianna

OS IMPACTOS DAS RELAÇÕES FAMILIARES NA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES APÓS O ENVELHECIMENTO

Autores: Daniela Teixeira de Souza Moreira, Cinoélia Leal de Souza, Elaine Santos da Silva, Vanda Gomes Santana, Roberta Lopes da Silva, Leandro da Silva Paudarco, Ane Carolline Donato Vianna

Apresentação: o processo de envelhecimento possui um conceito muito amplo, mesmo identificado com aspectos cronológicos, vai mais além das questões biológicas, sendo fundamentado nas questões biopsicossociais de cada indivíduo e de determinados grupos socais, que abrangem características especificas, mesmo que estejam inseridos em mudanças sociais similares. Assim a velhice é um processo natural, indiscutível e que não pode ser evitado para a evolução do ser humano. Sabe-se que, o processo saúde/doença compromete a autonomia do idoso, pois, aumentam os custos financeiros e a necessidade de cuidados, que é mais frequentemente oferecido pela família, que desempenha um papel fundamental no suporte ao idoso dependente ou não. Conceitua-se família como um conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, e que residem no mesmo domicilio ou sozinhas. Em relação às diferenças por sexo nas relações familiares e na constituição de novos laços familiares após o envelhecimento, percebe-se que os homens possuem uma tendência maior de se casarem do que as mulheres idosas, que em sua maioria se mantém viúvas ou solteiras, vivendo com familiares, com presença de comorbidades e, muitas vezes, com incapacidades funcionais. Por isso, torna-se importante compreender como a presença ou ausência da família interfere na qualidade de vida dessas mulheres. Diante do exposto, o presente estudo objetivou refletir sobre as implicações das relações familiares e a qualidade de vida das mulheres idosas. Nessa perspectiva, o objetivo do estudo foi refletir sobre as implicações das relações familiares na qualidade de vida das mulheres idosas numa população geral. Desenvolvimento: pesquisa quantitativa, descritiva transversal, realizada com 550 mulheres, em Guanambi-Bahia-Brasil, no ano 2016, com uso dos instrumentos de levantamento de dados: Mini-exame do estado Mental (MEEM), o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-Bref) e um Diagnóstico Situacional.  A análise foi univariada, bivariada, com o teste de qui quadrado de Pearson, e regressão logística múltipla, com o software Stata versão 10.  A pesquisa foi realizada de acordo com a resolução n. 466 de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, aprovada pelo Comitê de ética e Pesquisa da Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR), sob o protocolo CAAE: 50695415.5.0000.5578, e todas as participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).  Resultados: a amostra foi de 550 idosas, a maioria 292 (54%) estava na faixa etária de 60 a 75 anos de idade, sem companheiro (53,8), com escolaridade menor que 08 anos de estudos (93,3%), negras (54,4) e com renda de até um salário mínimo (60,4%), 12,5% ainda tem ocupação remunerada e 80,9% estão aposentadas. Quanto aos filhos, 96, 4% possuem filhos, no entanto apenas 48,7% moram com os filhos. Em relação à percepção da qualidade de vida 373 (68,4%) das idosas considerou adequada, e dentre as características sócio demográficas apenas a renda familiar apresentou associação com a qualidade de vida. Em relação à percepção da qualidade de vida 68,4% das idosas consideraram adequadas. Sobre o suporte familiar, foi observado que a maioria das idosas não tem cooperação dos familiares com 71, 8%, 72,2% e 72,4% de não cooperação com recursos financeiros, tratamento medicamentoso e redução do risco para acidentes domésticos. A sociedade padroniza deveres e direitos, permissões e proibições para cada fase cronológica da vida humana e a velhice é sem dúvida, a fase da vida que é mais castrada de seus direitos e satisfações. Decorrentes do grande número de indivíduos idosos, algumas discussões não podem passar despercebidas nesse âmbito, principalmente em relação às propostas do poder público em garantir políticas sociais que ofereçam um suporte aos idosos e suas famílias. Isso envolve providências urgentes onde deve haver um maior planejamento das cidades e adaptações dos espaços públicos, regulamentação do sistema previdenciário, avanços da medicina e uma maior estruturação no âmbito familiar e o seu papel para o cuidado com estes. A avaliação da qualidade de vida teve uma diferença significativa quando associado ao apoio familiar recebido pelas idosas. Em sua maioria, as idosas afirmaram não receber suporte mesmo esse grupo de mulheres sendo considerado o que mais necessita da rede de cuidados dos serviços de saúde e da família. Pôde-se constatar que as idosas têm uma boa percepção sobre a sua qualidade de vida, apesar de relatarem que tem pouca cooperação ou apoio por parte dos familiares. Essa situação pode estar relacionada à visão da idosa sobre o que é envelhecimento, visto que muitas vezes as idosas e a própria sociedade percebem a solidão como um acontecimento já esperado na terceira idade.  As relações familiares são de suma importância para os idosos, pois favorece ao idoso uma autonomia, bem-estar e autoestima auxiliando para a construção de uma velhice ativa e saudável, influenciando diretamente para uma melhor qualidade de vida.  Há que se considerar também que muitos idosos não possuem família, ainda há outros cujos familiares que carecem de recursos financeiros, ou seus familiares necessitam trabalhar, e que não podem afastar do mercado de trabalho para assumir determinado compromisso, o que faz com que haja um crescente número de idosos que moram sozinhos. Portanto, a condição de morar só para os idosos, pode ser associada a uma redução na qualidade de vida e a um agravamento de morbidades, constituindo, até mesmo, um indicador de risco de mortalidade. Muitas das famílias também não têm condições, sociais, psicológicas nem mesmo recursos financeiros ou humanos para cuidar do seu familiar idoso, levando os para asilos para serem cuidados por terceiros podendo influenciar condições de vida e no seu agravamento, levando em consideração principalmente os idosos que não possuem direito de opinar sobre sua escolha de ir ou não para esses abrigos. Considerações finais: a família, enquanto sinônimo de cuidado, deve estar preparada para atender as demandas das idosas, sobretudo as que possuem alguma morbidade, porém é importante que o familiar cuidador tenha também vida própria e não viver em função do idoso dependente. Este quesito só funcionará se houver uma troca entre os membros familiares e este idoso também tenha um acompanhamento multidisciplinar e especializado por parte dos serviços sociais e de saúde. Cabe destacar que, as políticas públicas que tratam do processo de envelhecimento saudável, devem incluir a sensibilização da família e da sociedade que requer uma atenção específica nesse sentido. REFERÊNCIAS BATISTA, N. C.; CRISPIM, N. F. A interferência das relações familiares no processo de envelhecimento: Um enfoque no idoso hospitalizado. Revista Kairós Gerontologia, v. 15, n. 5, p. 169-189, 2012. DIAS, D. S. G. D.; CARVALHO, C. S.; ARAÚJO, C. V. Comparação da percepção subjetiva de qualidade de vida e bem-estar de idosos que vivem sozinhos, com a família e institucionalizados. Rev. bras. geriatr. gerontol.,  Rio de Janeiro, v.16, n.1, p.127-138,  Mar.  2013. SILVA, Kelly Maciel; SANTOS, Silvia Maria Azevedo dos; SOUZA, Ana Izabel Jatobá de. Reflexões sobre a Necessidade do Cuidado Humanizado ao Idoso e família. Sau. &Transf. Soc., Florianópolis, v.5, n.3, p.20-24, 2014.