134: A enfermagem na organização do cuidado: práticas e reflexões
Debatedor: A definir
Data: 02/06/2018    Local: ICB Sala 04 - Canarana    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
1234 PRÁTICAS ACADÊMICAS E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM MENINGITE CRIPTOCÓCICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Bárbara Coelho dos Santos, Gabriela Nascimento Bernardo, Gabriella Karolyne Pompeu Martins, Ana Sofia Resque, Carlos Jaime Oliveira Paes

PRÁTICAS ACADÊMICAS E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM MENINGITE CRIPTOCÓCICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Bárbara Coelho dos Santos, Gabriela Nascimento Bernardo, Gabriella Karolyne Pompeu Martins, Ana Sofia Resque, Carlos Jaime Oliveira Paes

Apresentação: A Criptococose é uma doença infecciosa cosmopolita, caracterizada por uma micose sistêmica e oportunista que acomete a espécie humana, sendo causada por fungos patogênicos encapsulados do gênero Cryptococcus, que subclassifica-se em espécies como a Cryptococcusneoformans e a Cryptococcus gattii¹. Dentre as consequências mais prevalentes da criptococose está o comprometimento do sistema nervoso central, visto que pode levar a quadros de meningite, inflamação das camadas que revestem o cérebro (aracnoide e pia-máter)¹. Pode ser classificada como uma meningite oportunista (relacionada a casos de imunodepressão, como na infecção por HIV), geralmente causada pela espécie Cryptococcusneofarmans ou como uma meningite primária, geralmente causada pela espécie Cryptococcus gattii². A meningite fúngica é transmitida principalmente pelas vias respiratórias a partir da inalação de esporos, frequentemente encontrados nas excretas de aves como a da espécie Columbalivia (pombos)². As formas clínicas da criptococose acometem o Sistema Nervoso Central (SNC) e o sistema respiratório, sendo o primeiro mais frequentemente diagnosticado³. A inflamação desencadeada pelo fungo nas meninges, altera o fluxo normal do Líquido Cefalorraquidiano (LRC), influenciando em sua má reabsorção e circulação, o que pode ocasionar a síndrome da hipertensão craniana². São várias as formas de diagnósticos para a criptococose. Dentre os exames diagnósticos, destaca-se a microscopia, hemocultura, exame imunológico, exame micológico direto, exame citoquímico do LRC, exames de imagem (tomografia do toráx e/ou crânio), assim como o exame clínico e neurológico¹. No caso estudado, as formas de diagnóstico utilizadas foram a hemocultura, o exame citoquímico do LCR e a tomografia do tórax e crânio, sendo neste último encontradas calcificações em núcleos capsulares e calcificações ateromatosas no sistema carotídeo. Dentre as formas de tratamento utilizadas atualmente, o uso da Anfotericina  B apresenta bons resultados e está diretamente ligada na redução da morbimortalidade causada pela doença¹. Nesse sentido, a aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) sustenta a prática assistencial do profissional de enfermagem primeiramente com a coleta de dados seguida do diagnóstico de enfermagem, onde os profissionais observam as maiores dificuldades para a melhora do estado de saúde do paciente. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicas de enfermagem da Universidade Federal do Pará sobre a utilização da SAE para o manejo e a reabilitação de um paciente com meningite criptocócica. Descrição da Experiência: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, requisito avaliativo da atividade curricular enfermagem em doenças transmissíveis, da faculdade de enfermagem, da Universidade Federal do Pará, com apoio do projeto de ensino intitulado: “Monitoria: uma possibilidade de transformação no ensino-aprendizagem de Enfermagem em Doenças Transmissíveis”. O estudo foi realizado em um hospital universitário, referência em doenças infectocontagiosas e parasitárias em Belém do Pará, realizado no mês de novembro de 2016. Foi aplicado o processo de enfermagem. Os dados coletados foram analisados e posteriormente foram identificados os diagnósticos de enfermagem, implementadas as intervenções de enfermagem necessárias e verificado os resultados esperados, utilizando a taxonomia da NANDA, NIC e NOC. O paciente foi selecionado de forma aleatória para o estudoe estava com 48 anos, era do sexo masculino, residente do Marajó, portador de meningite criptocócica.Ao primeiro contato com o paciente, foram coletadas as informações sobre o seu estado atual, utilizando perguntas baseadas nas necessidades humanas básicas e em suas principais queixas. O mesmo apresentava-se consciente, orientado em tempo e espaço, desconfortável devido ao tempo de internação e ao uso do medicamento (Anfotericina B). Evoluiu com perda de peso, distúrbios gastrointestinais (efeito adverso da Anfotericina B), e mostrou-se preocupado com a rotina familiar edo trabalho, devido sua condição de internação. O mesmo não apresentava muitos quadros sintomáticos característicos da doença, relatou apenas incômodo pela presença de uma cefalalgia intensa e constante. A partir das informações coletadas, procurou-se traçar a SAE deste paciente com o objetivo de potencializar a reabilitação das suas necessidades humanas básicas afetadas. Resultados: Após análise dos problemas identificados, o paciente teve os seguintes diagnósticos de enfermagem: atividade de recreação deficiente,relacionado a falta de atividades para ocupar o tempo ocioso; risco de trauma vascular, relacionado ao acesso venoso para administração da Anfotericina B. Considerações Finais: Notou-se, pelo paciente em questão, a grande patogenicidade e o oportunismo do fungo do gênero Cryptococcus, o qual oferece riscos à integridade física do paciente e aos seus contatos. Por ser uma infecção fúngica, a meningite criptocococica requer um tempo imprevisível de internação que acarreta em desconfortos secundários, como os citados acima. Percebe-se, também, a variabilidade sintomática da meningite criptocócica a partir das poucas queixas do paciente quando comparadas ao espaço amostral de possibilidades sintomáticas, o que deixa evidente a necessidade da equipe profissional buscar sempre aprofundar sua investigação à patologia, seja pela descrição dos sintomas, exames laboratoriais ou exame físico.  

1283 A CRIATIVIDADE DA EQUIPE DE ENFERMAGEM PERANTE ESCASSEZ DE INSUMOS HOSPITALARES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lie Tonaki, Marcela Catunda de Souza Michiles, Alessandra Cristina da Silva

A CRIATIVIDADE DA EQUIPE DE ENFERMAGEM PERANTE ESCASSEZ DE INSUMOS HOSPITALARES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Lie Tonaki, Marcela Catunda de Souza Michiles, Alessandra Cristina da Silva

Apresentação: Durante o cumprimento das aulas práticas hospitalares previstas na graduação de enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em que estabelece parcerias com os serviços de saúde pública do estado, foi possível perceber, através de observações empíricas, que no decorrer de todas as vivências existe criatividade da equipe de enfermagem ao modificar os recursos materiais disponíveis para que seja utilizado de maneira adaptativa, com uma outra finalidade, pois há escassez do material ideal. Com o objetivo de suprir carências e garantir uma mínima qualidade na assistência em saúde, reforça-se, então, que a criatividade é um instrumento básico para atuação do enfermeiro, principalmente durante a assistência. Dessa maneira, a necessidade surge a partir do contexto em que esses profissionais estão inseridos, como a precarização das condições de trabalho, evidenciado pela escassez de insumos hospitalares e déficit dos recursos humanos, que é onde a criatividade se torna imprescindível para prover meios que assegurem o oferecimento do cuidado. Assim, objetiva-se com este, relatar as adaptações e criatividades da equipe de enfermagem observadas durante as aulas práticas hospitalares perante a escassez de insumos hospitalares. Desenvolvimento do trabalho: Mediante as dificuldades e situações problemáticas vinculados à dinâmica assistencial, identificou-se diversas adaptações e criatividades para manutenção do objetivo esperado, sendo visível a atenção, prudência e dedicação da equipe de enfermagem para com os pacientes e ao cuidado, promovendo, restaurando e estabelecendo a saúde, propiciando o conforto e o bem-estar, livre de danos. Ao longo dos anos, a assistência hospitalar tem passado por mudanças, essas afetam diretamente os profissionais da saúde que estão beira-leito, ou seja, a equipe de enfermagem. Uma vez que equipamentos, instrumentais e materiais, são ferramentas imprescindíveis para mediar o cuidado e a sua qualidade no atendimento, no entanto, esses recursos frequentemente estão se tornando insuficientes ou até inexistentes nas instituições para a finalidade em que a demanda pelo cuidado se necessita, sendo a criatividade do enfermeiro, a resolutividade de tais necessidades. Dessa maneira, trata-se de um relato de experiência, de caráter qualitativo e descritivo, acerca da criatividade da equipe de enfermagem perante escassez de insumos hospitalares, sendo baseado em experiências das aulas práticas hospitalares correspondentes do 3º ao 6º período da graduação, de 2016 a 2017, nos Serviços de Pronto Atendimento (SPA) e em Hospitais públicos especializados e prontos-socorros de Manaus - AM. Resultados e/ou impactos: Foi possível detectar em todos os campos de estágio a necessidade de adaptação para solucionar temporariamente a carência quantitativa e qualitativa dos recursos materiais indispensáveis para assegurar a assistência em saúde. Observam-se adaptações desde procedimentos simples, à procedimentos complexos como vistos em salas de cirurgia. Foram identificados as seguintes situações: garroteamento do membro com a luva de procedimento para realização de punção venosa; utilização de toucas hospitalares em substituição das compressas de gaze abdominal para realização do banho no leito; uso de micro-ondas para aquecer fluidos quando não há o funcionamento ou ausência da chocadeira eletrospitalar; customização de coxim com ataduras para evitar lesões por pressão; utiliza-se na falta de campo fenestrado, também compressas de gaze abdominal estéril em procedimentos como passagem de sonda; já para a realização de exercícios respiratórios ao longo do dia, utiliza-se o recipiente do soro fisiológico, conectado a um equipo e uma seringa sem o êmbolo, nesta, o paciente assopra com o objetivo de visualizar a formação de bolhas de ar no líquido do soro, exercendo assim força dos pulões e músculos respiratórios; e para aquecer as extremidades, utiliza-se algodão ortopédico e atadura, principalmente de pacientes em pós-operatório imediato; foi visualizado o uso do avental descartável (capote) como cobertor para pacientes hipotérmicos; também em pacientes hipotérmicos, fazia uso de luva de procedimento preenchida com água natural, e aquecida em micro-ondas, para realização de compressa morna; na falta de biombo faz-se uma proteção visual amarrando as extremidades do lençol em suportes de soro; já na falta de sonda vesical de alívio, foi visto a utilização de  uma sonda nasogástrica para resolver o bexigoma e o desconforto a nível urinário; dentro do centro cirúrgico houve a criação de um sistema de “torneira” pois o frasco do degermante Polvidine foi conectado ao sistema de drenagem ativa de sucção, em que ao pisar na sanfona do dreno que continha ar, acontecia uma pressão positiva no sistema que promovia a saída do degermante em jato, evitando com isso, manipular o frasco com as mãos e a contaminação; foi visto o uso de luva de procedimento preenchida com ar, em formato de balão, posicionado entre a máscara de oxigênio e o tórax do paciente, para equilibrar, segurar a máscara de oxigênio em paciente intubado; e em caso de falta de lençol para a mesa de cirurgia, utilizavam o tecido que envolve a caixa de instrumentos cirúrgicos estéreis para a realização da mesma. Tais ações evidenciam que a falta de recursos não inviabiliza o cuidado prestado pela equipe de enfermagem, ao contrário, dão oportunidade para o enfermeiro aprimorar suas técnicas adaptativas a fim de minimizar os impactos dessa situação para superar as adversidades. Considerações Finais: Em virtude dos fatos mencionados, observa-se que a escassez de recursos materiais da saúde induz o profissional de enfermagem a criatividade e a necessidade de adaptar instrumentos, para que não haja interferência em seu processo de trabalho, garantindo a dinâmica do trabalho de enfermagem adequada, sempre visando realizar a melhor assistência em que a ocasião permitir. Para a completa atuação de um profissional são necessários materiais, e a falta deles nessas situações só demostrou o comprometimento e consideração que esses enfermeiros possuem diante de sua profissão. A vontade de cuidar perpassa a falta de material e cria profissionais que, diante de tanto obstáculo, são competentes. Evidenciou-se com isso, no contexto vivido, a relevância da criatividade para o cuidar no trabalho da equipe de enfermagem, na qual as adaptações dos materiais, equipamentos e a criatividade, mostram-se como um fator positivo, estratégico, necessário, que asseguram o cuidado e possibilitam a continuidade da assistência no trabalho hospitalar, pois o potencial criativo desses trabalhadores, hoje, emerge não pelo incentivo, mas sim pela necessidade e precariedade do trabalho. As capacidades criativas devem ser exploradas também no contexto acadêmico, de maneira assertiva, pois a realidade nos mostra muitas situações que não temos controle e devemos sempre estar ciente da potencialidade que a criatividade possuí. Com isso, pode-se compreender que a criatividade é um elemento essencial na formação do enfermeiro, em que representa um instrumento básico, que proporciona a reflexão diária sobre o cuidado, estimulando o potencial criador dos envolvidos, promovendo a evolução contínua do saber-fazer em enfermagem.

1312 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PORTADOR DE MENINGITE POR LISTERIA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SANTARÉM-PARÁ
Françoíse Gisela Gato Lopes, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PORTADOR DE MENINGITE POR LISTERIA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SANTARÉM-PARÁ

Autores: Françoíse Gisela Gato Lopes, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: A meningite é um processo infeccioso que ocorre nas meninges, que são membranas que envolvem o cérebro. Classificam-se em infeccioso ou não infecciosos (traumas), quando é de origem infecciosa (bactérias ou vírus) causa preocupação pelo ótica da saúde pública, devido a sua transmissibilidade. Quanto as suas manifestações clinicas, a pessoa pode apresentar quadro de cefaleia intensa, febre, rigidez na nuca, vomito, náuseas, mente confusa, o liquido cefalorraquidiano apresenta-se turvo. Esse estudo tem como objetivo descrever a Sistematização de Assistência de Enfermagem- SAE prestada a um paciente com diagnostico de meningite por listeria. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência realizado durante estágio de clínica médica de um hospital público do município de Santarém-Pará, durante as aulas práticas da disciplina de Enfermagem nas Clínicas ofertado no Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Campus XII, no período de setembro de 2017. A análise ocorreu a partir da observação sistemática e dirigida do cliente e implementação da sistematização da assistência de enfermagem, seguindo a taxonomia North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Resultados e/ou Impactos: A E.S.N, sexo feminino, 48 anos, com diagnostico de meningite por listeria. Após coleta de dados e exame físico, propôs-se seguintes diagnósticos “Hipertermia relacionada ao processo infeccioso, evidenciado pelo elevação da temperatura corpórea superior a 36,5°C”. As intervenções de enfermagem inclui incentivar a ingestão de líquidos; aferir a temperatura corporal de 6/6h; promover um ambiente arejado; observar sinais de desorientação/confusão e administrar antipiréticos conforme prescrição. “Risco de infecção relacionada às defesas secundárias inadequadas pela diminuição da hemoglobina e dos leucócitos” evidenciado pelo hemograma completo, uma vez que os escores apresentavam-se abaixo do referência como parâmetro normal. Intervenções monitorar a contagem absoluta de granulócitos, glóbulos brancos, e os resultados diferenciais; promover ingesta nutricional adequada; administrar concentrado de hemácias para reposição da hemoglobina conforme solicitação medica. “Risco de infecção relacionado a diabetes descompensada” monitorando os níveis de glicemia de 6/6h, administração de insulina regular conforme esquema relacionado ao resultado glicemia, administrar hipoglicemiantes de horário para manter o equilíbrio glicêmico. “Náuseas relacionado à meningite” tratamento medicamentoso, a fim de que se reduza as náuseas e êmese. “Constipação relacionado à dor ao evacuar” verificar a frequência e aspecto das fezes, administrar emolientes, estimular a ingestão de agua e alimentos ricos em fibras. Considerações Finais: A Sistematização da Assistência de Enfermagem apresenta-se como uma importante ferramenta no cuidar sistematizado e individualizado do indivíduo, também auxilia na tomada de decisão na elaboração do diagnóstico e intervenções de enfermagem. Portanto, conclui-se, que somente através da utilização de método científico a enfermagem configura-se com ciência focada em oferta uma assistência de qualidade.

1363 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM DIAGNOSTICO DE TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO INTERNADO EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SANTARÉM – PARÁ
Cássia Fernanda Penha Lima, Irineia de Oliveira Bacelar Simplicio

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM DIAGNOSTICO DE TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO INTERNADO EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SANTARÉM – PARÁ

Autores: Cássia Fernanda Penha Lima, Irineia de Oliveira Bacelar Simplicio

Apresentação: Considera-se Traumatismo Crânio Encefálico – TCE qualquer lesão decorrente de um trauma externo, comumente ocorre o surgimento de sequela, que podem ser transitórias ou permanentes, ocasionadas por alterações anatômicas do crânio/encéfalo tais como: fratura dos ossos do crânio, laceração do couro cabeludo, assim como o comprometimento das meninges, encéfalo e vasos, resultando em alterações cognitivas ou funcionais decorrente da força transferida ao crânio e pode ser classificado em lesão primária ou secundária. As lesões primárias são aquelas que iniciam no momento do trauma e estão diretamente ligadas à forma e intensidade de energia recebida. As lesões secundárias começam a se estabelecer logo após o traumatismo, cuja causa ainda está diretamente ligada ao mesmo. Há basicamente dois tipos de fenômenos biomecânicos nas lesões primárias: impacto e inércia. No primeiro, a energia é aplicada sobre uma área relativamente pequena do crânio. Dependendo da quantidade de energia recebida, poderá haver uma gama variável de lesões, desde simples escoriação no couro cabeludo, até afundamento do crânio com perda de substância cerebral. As lesões secundárias decorrer da interação de fatores intra e extra cerebrais, levando à morte celular, que não foram afetadas no momento do trauma, mas que sofrem consequências posteriores. Essas alterações localizadas caracterizam a chamada “lesão focal”. Já no segundo tipo de fenômeno, a inércia, o cérebro sofre aceleração e desaceleração bruscas e absorve a energia cinética. Nesta situação, as forças agirão sobre as estruturas cerebrais provocando ruptura de estruturas vasculares, nervosas e do próprio tecido cerebral. Entre as diversas causas de TCE, as principais são causadas por acidentes com meios de transporte (acidentes automobilísticos, motociclísticos, atropelamentos e acidentes ciclísticos), agressões físicas (com ou sem o uso de armas) e as quedas. No Brasil, as ocorrências crescem a cada dia, sendo a maior causa de morte entre indivíduos na faixa etária de 10 a 29 anos. Em todo país, são mais de 100 mil vítimas fatais, com estimativa de uma morte para cada três sobreviventes, que evoluem com sequelas graves. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de caso, vivenciado em um hospital público no município de Santarém-Pará, durante as aulas práticas da disciplina de Enfermagem em Clínica Médica, ofertada no 5° semestre do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará- UEPA Campus XII, no período de setembro e outubro de 2017. As informações foram obtidas através da anamnese e exame físico, utilizou-se da observação sistemática e dirigida seguido da aplicação da Sistematização de Assistência de Enfermagem - SAE, de acordo com a taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association - NANDA 2015-2017. Resultados e/ou impactos: No dia 06 de agosto de 2017, o paciente W.F., 29 anos, solteiro, mecânico, sofreu um acidente de motocicleta no município de Monte Alegre, Pará. O mesmo se encontrava sozinho no veículo auto motor, sem capacete, e na queda bateu a cabeça no chão. No dia 07 de agosto de 2017, o mesmo deu entrada no serviço de urgência e emergência de um hospital público do município de Santarém- Pará, veio acompanhado por familiares e pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU, referenciado por meio do Tratamento Fora do Domicílio - TFD, com diagnóstico de TCE grave, com de Glasgow=5. W.F passou pela reanimação, UTI e foi admitido na clínica médica no dia 15 de setembro de 2017. O diagnóstico foi de TCE com lesão difusa bilateral. Na admissão apresentava história de hipertermia intermitente há 15 dias, tosse com expectoração através de traqueostomia.  Tax: 38,1ºC, PA: 130/70 mmHg, resultados de hemograma dentro dos parâmetros de normalidade. Durante sua internação foi realizada a SAE, obtendo-se os seguintes diagnósticos de enfermagem: “Alteração Sensorial Perceptiva” relacionada a lesão cerebral, caracterizado por ausência de resposta aos estímulos verbais. “Troca de Gases Prejudicada” relacionado a atividade neuromuscular prejudicada e imobilidade secundária a sedativos. “Mobilidade Física Prejudicada” relacionada a disfunção cerebral evidenciada pela ausência de movimentos coordenados. “Comunicação Verbal Prejudicada” relacionada a consequências da traqueostomia, evidenciado pela incapacidade de falar. “Risco de Infecção” devido a punção subclávia. “Padrão Nutricional Alteração” evidenciado pela ingestão menor que as necessidades do corpo, relacionado ao estado hipermetabolíco e nível de consciência. “Alteração na Eliminação Urinária” relacionado a diminuição do tono esfincteriano evidenciado pela incontinência e uso da sonda vesical de demora. As intervenções propostas foram: Mantar via aereas pérvias através da limpeza da cânula interna da traqueostomia; avaliar nível de consciência através da escala de Glasgow; observar alterações na consciência; executar procedimento obedecendo as técnicas assépticas lavagem das mãos antes e após procedimentos; higienização corporal diária; prevenir o aparecimento de sinais flogísticos; hidratar a mucosa labial com manteiga de cacau; administrar medicação prescrita de horário; observar o volume e aspecto da urina drenada e realizar balanço hídrico; limpeza diária da inserção da sonda; manter o sistema de drenagem estéril; mudança de decúbito a cada 2 horas e o uso de coxins em proeminências ósseas; manter sonda nasogástrica fechada e higienizada; priorizar a fisioterapia respiratória e motora. Os resultados esperados são: Alcançar níveis respiratórios satisfatórios; manter melhor fluxo de oxigênio; reduzir edema cerebral; manter pressão intracraniana dentro dos padrões de normalidade; recuperar a percepção sensorial; observar alterações na consciência; manter mucosa labial hidratada; evitar aparecimento de processos infecciosos e sinais flogísticos. Considerações Finais: A experiência vivenciada foi desafiadora para os acadêmicos do curso de enfermagem, porém foi possível obter um arsenal de informações e aprendizagem durante as práticas de enfermagem na clínica médica, proporcionando o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias ao atendimento de qualidade, fundamentado em evidencias cientificas.  Possibilitou a aplicação do processo de enfermagem, proporcionando conhecimento aprofundado da assistência de enfermagem prestada ao paciente vítima de trauma crânio encefálico grave, bem como o reconhecimento da sistematização de assistência de enfermagem como ferramenta de extrema importância na prescrição de intervenções de enfermagem. Outra constatação foi em relação aos aspectos de curativos que se apresentam mais eficazes, quando existem profissionais treinados e capacitados em prestar um cuidado sistematizado, individualizado e humanizado ao

1978 A INFLUÊNCIA DO DIAGNÓSTICO MÉDICO SOBRE O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA: O MANEJO DA DOENÇA E O DO DOENTE
Renata Simões Monteiro

A INFLUÊNCIA DO DIAGNÓSTICO MÉDICO SOBRE O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA: O MANEJO DA DOENÇA E O DO DOENTE

Autores: Renata Simões Monteiro

Apresentação: Há várias definições para a palavra diagnóstico. Na linguagem médica, ela diz respeito ao ato ou ação de encontrar ou determinar uma doença a partir da descrição de seus sinais e sintomas, buscando identificar a origem e a natureza da afecção. Na ortopedia, a identificação do problema ortopédico leva a escolha da terapêutica mais adequada e o manejo do paciente é bastante semelhante, já que o objetivo é tão somente corrigir o distúrbio, caracterizando essa especialidade como uma área bastante específica e direta. Falar sobre diagnóstico na atmosfera da enfermagem remete ao cuidado holístico proveniente da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que é a base para sua assistência. Os diagnósticos de enfermagem servem como ponto de partida para a elaboração do plano de cuidados concebido após identificação de sinais e sintomas e do exame físico do paciente, seja em qualquer especialidade. Enquanto o diagnóstico médico prima pela debelação da doença, o diagnóstico de enfermagem (DE) serve de planejamento para o cuidado do doente de forma integral. Sendo a ortopedia uma especialidade deveras uniforme em seu padrão de tratamento clínico-cirúrgico, questiona-se: pacientes com o mesmo diagnóstico médico possuiriam os mesmos diagnósticos de enfermagem? Para responder a esse questionamento, foi necessário analisar alguns aspectos da abordagem médica e correlacionar com os diagnósticos de enfermagem. Nessa perspectiva, o objetivo do estudo foi analisar se o diagnóstico de enfermagem sofre influência direta do diagnóstico médico. Desenvolvimento: Tratou-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa, desenvolvido em um hospital do oeste do Pará, considerado de referência em média e alta complexidade no baixo Amazonas. Os dados foram obtidos dos prontuários dos pacientes e com auxílio de um formulário geral, baseado na SAE, foram colhidos os dados para a formulação dos diagnósticos de enfermagem. A amostra de pesquisa totalizou 108 indivíduos internados em enfermaria ortopédica durante 7 de janeiro a 17 de fevereiro de 2017. Utilizou-se os softwares Microsoft Excel 2010 e o BioEstat-5.4 para análise estatística. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará – Campus XII Santarém, sob o parecer de nº 1.792.760. Resultados: Sobre o perfil dos participantes 53,7% eram do sexo masculino e 46,3% do sexo feminino. A média de idade foi de 27,6 anos. O estado civil predominante foi o de Casado correspondendo a 61% da amostra. Quanto à cor, 72% se declararam Pardos. A escolaridade mais frequente foi de indivíduos com Ensino Médio Completo equivalente a 39% dos participantes, com renda familiar de até 2 salários mínimos representando 64% dos envolvidos. 59% da amostra eram naturais de Santarém – PA, enquanto 49% eram de cidades circunvizinhas. Todos os 108 participantes foram submetidos a pelo menos um procedimento cirúrgico ortopédico e no total foram realizadas 118 cirurgias, tendo em vista que alguns pacientes foram submetidos a mais de uma cirurgia corretiva. Identificou-se 13 diagnósticos médicos diferentes. Estes foram agrupados em três grandes categorias: Fratura, Lesão intrarticular e Pseudoartrose. O diagnóstico de Fratura foi o mais frequente e esteve presente em 88% da amostra, correspondendo a 95 pacientes. Todos os pacientes com diagnóstico de fratura realizaram como procedimento cirúrgico a Osteossíntese e foram medicados com analgésicos não esteroidais (pré, pós-operatório imediato e tardio), anticoagulantes (pré-operatório), opioides (pós-operatório imediato), antibióticos (pré, pós-operatório imediato e tardio) e antieméticos (pós-operatório imediato). Dentre os diagnósticos de Fratura, a fratura de fêmur foi a mais incidente representando 32,6% (31 pacientes). O período de internação de todos os pacientes com fratura de fêmur foi de 72h. A terapêutica médica para esse tipo de disfunção foi exatamente a mesma para todos os pacientes que a possuíam.  Dentre os diagnósticos de enfermagem dos pacientes com fratura de fêmur, o diagnóstico de Integridade da pele prejudicada e Integridade Tissular prejudicada estiveram presentes em 100% da amostra, fator relacionado à incisão cirúrgica necessária. Todos os pacientes também foram diagnosticados com Dor aguda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada, Capacidade de transferência prejudicada, Mobilidade no leito prejudicada, Conforto prejudicado, Déficit no autocuidado para banho, Déficit no autocuidado pra higiene íntima e Déficit no autocuidado para vestir-se. Entretanto, dos 31 pacientes, apenas 87% (27 pacientes) foram diagnosticados com Sentar-se prejudicado, 83,8% (26 pacientes) obtiveram diagnóstico de Padrão de sono prejudicado, 80,6% (25 pacientes) apresentaram Conforto prejudicado, 64,5% (20 pacientes) desenvolveram Ansiedade e somente 41,9% (13 pacientes) apresentaram o diagnóstico de Motilidade gastrintestinal disfuncional e Constipação, além disso, o percentual de 32,2% (10 pacientes) foi diagnosticado com Retenção urinária e Náusea no pós-operatório imediato. Os seguintes diagnósticos foram identificados em 3,2% (1 paciente) da amostra: Síndrome do idoso frágil, Baixa autoestima situacional, Disfunção sexual, Hipotermia e Sentimento de impotência. No grupo de pacientes com fratura de fêmur, foram identificados 22 diagnósticos de enfermagem diferentes, descritos acima, dos quais 9 (40%) foram comuns à todos e 13  (60%) foram específicos de alguns indivíduos. Diferenças como essa também foram percebidas durante análise das demais categorias de diagnóstico médico (Lesão intrarticular e Pseudoartrose). Pode-se identificar que o esquema de tratamento e manejo médico é extremante análogo comparado ao exercício da enfermagem sobre formulação do diagnóstico de enfermagem, o qual se mostra mais flexível e dinâmico. Considerações finais: O estudo mostrou que os diagnósticos de enfermagem não sofrem influência direta da conduta de atendimento e manejo médico, diferenciando-se pelo dinamismo com que os dados são colhidos e interpretados, como requer o processo de enfermagem, não estando fadados à inércia clínica. Isso se explica em função da essência da enfermagem não estar focalizada na atividade meramente curativa e corretiva, como é típico do tratamento médico em ortopedia na média e alta complexidade. A ciência do cuidado da enfermagem é holístico e engloba inúmeras características dos aspectos bio-psico-sócio-espirituais, descritos nas variadas teorias de enfermagem que destacam a pessoa como foco principal, e não a doença. Nessa perspectiva, os diagnósticos de enfermagem são elaborados mediante percepção das alterações e padrões de saúde do paciente, as quais podem ser momentâneas e focais, requerendo a análise diária de alterações para a formulação dos diagnósticos e prescrição do plano de cuidados, permitindo sua avaliação e evolução clínica. Destaca-se, ainda, que o número de estudos sobre diagnósticos de enfermagem em pacientes ortopédicos, ainda é bastante escasso e faz-se necessário a realização de mais estudos sobre esse tema. Na busca para melhor atender à clientela, o enfermeiro deve utilizar-se dos diagnósticos de enfermagem, com o objetivo de melhorar cada vez mais a qualidade do seu trabalho, fundamentado em conhecimentos científicos, uma vez que esses diagnósticos permitem a identificação das necessidades de cuidados sobre os quais é preciso intervir.  Palavras-chave: Diagnóstico, diagnóstico de enfermagem, ortopedia, ciência, cuidado.

1984 PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DE PACIENTES COM DISFUNÇÃO ORTOPÉDICA INTERNADOS EM CLÍNICA MÉDICA
Renata Simões Monteiro, Geysiane Rocha da Silva, Elaine Erika de Oliveira, Érika Marcilla Marcilla Sousa de Couto, Veridiana Barreto do Nascimento, Benedito de Souza Guimarães Júnior, Davi Viana de Sousa

PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DE PACIENTES COM DISFUNÇÃO ORTOPÉDICA INTERNADOS EM CLÍNICA MÉDICA

Autores: Renata Simões Monteiro, Geysiane Rocha da Silva, Elaine Erika de Oliveira, Érika Marcilla Marcilla Sousa de Couto, Veridiana Barreto do Nascimento, Benedito de Souza Guimarães Júnior, Davi Viana de Sousa

Apresentação: A sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) vem sendo utilizada em vários estabelecimentos de cuidados à saúde como uma ferramenta assistencial importante, tendo em vista os benefícios que o uso dessa metodologia pode resultar a um paciente, utilizando para tal o processo de enfermagem. Dentre suas etapas, o diagnóstico de enfermagem (DE) destaca-se por se tratar de uma fase dinâmica, sistemática, organizada e complexa do processo de enfermagem, significando não apenas uma simples listagem de problemas, mas uma fase que envolve avaliação crítica e tomada de decisão. Segundo o Conselho Regional de Enfermagem (COREN), o processo de enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro que norteia as atividades de toda a equipe de Enfermagem, já que técnicos e auxiliares desempenham suas funções a partir da prescrição do enfermeiro. Desta forma, a SAE é a essência da prática da Enfermagem, instrumento e metodologia da profissão e, como tal, ajuda o enfermeiro a tomar decisões, prever e avaliar consequências.  Esse conjunto de conhecimentos proporciona justificativas para tomadas de decisão, julgamentos, relacionamentos interpessoais e ações. Objetivo: Identificar a frequência dos diagnósticos de enfermagem em pacientes com disfunção ortopédica.Desenvolvimento: Tratou-se de uma pesquisa descritiva, transversal com abordagem quantitativa, desenvolvido no Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA), considerado um hospital de referência em média e alta complexidade no baixo Amazonas. Os dados foram obtidos com auxílio de um formulário geral baseado na SAE e aplicado a 108 pacientes internados no setor de clínica médica do referido hospital durante os meses de janeiro e fevereiro de 2017. Para análise estatística, utilizou-se o software Microsoft Excel 2010 e o softwareBioEstat-5.4. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará – Campus XII Santarém, através do parecer de nº 1.792.760.Resultados: Sobre o perfil dos participantes, a pesquisa mostrou que 53,7% (58) dos pacientes internados por problemas ortopédicos eram do sexo masculino e 46,3% (50) do sexo feminino. Quanto à idade, 51% da amostra (55) possuía idade entre18 e 30 anos. O estado civil predominante foi o de Casado correspondendo a 61% (66) dos participantes. Quanto à cor, 72% da amostra se autodeclararam Pardos (78). A escolaridade mais frequente foi de indivíduos com Ensino Médio Completo equivalente a 39% (42) da amostra, com renda familiar de até 2 salários mínimos mensais, representando 64% dos participantes (69). Ao final da pesquisa, foram elaborados 1585 diagnósticos de enfermagem durante as fases de pré, pós-operatório imediato e pós-operatório mediato. Identificou-se 36 diagnósticos de enfermagem, presentes em 10 domínios da Taxonomia II da North American Nursing Diagnoses Association (NANDA), o que corresponde a 15,3% dos 234 diagnósticos presentes na NANDA. A média de diagnósticos por paciente foi de 14,6, variando ente 10 e 18 diagnósticos.O domínio de Atividade/Repouso foi o mais evidente na amostra, correspondendo a 46,5%do total geral de diagnósticos encontrados, seguido do domínio Conforto representando 18,6%, Segurança/Proteção apresentando 16,4% e Eliminação e Troca 11%.Os diagnósticos que ocorreram com mais frequência foram: Integridade da pele prejudicada (100% - 108 pacientes); Integridade tissular prejudicada (100% - 108 pacientes); Dor aguda (93,5% - 101 pacientes); Conforto prejudicado (90,7% - 98 pacientes); Náusea (87% - 94 pacientes); Retenção urinária (81,4% - 88 pacientes); Mobilidade física prejudicada (75,9% - 82 pacientes); Deambulação prejudicada (75% - 81 pacientes); Levantar-se prejudicado (72,2% - 78 pacientes); Padrão de sono prejudicado (65,7% - 71 pacientes).Todos os 108 (100%) pacientes obtiveram os diagnóstico de ‘Integridade da pele prejudicada’ e ‘Integridade tissular prejudicada’, pois, todos foram submetidos a um ou mais procedimento cirúrgico durante o período de internação.O diagnóstico de ‘Dor aguda’, identificado em 93,5% (101 pacientes) dos participantes é um diagnóstico muito comum no pós-operatório imediato e pode resultar da incisão e da manipulação de tecidos e órgãos. O número significativo de pacientes incluídos nesta categoria diagnóstica mostra que a dor também deve ser foco frequente da atenção do enfermeiro, e este deve empenhar-se na realização de programas de capacitação da equipe de enfermagem que visem o esclarecimento de formas de identificação e eliminação da dor, melhorando a qualidade da assistência prestada.Outro diagnóstico prevalente foi o de ‘Conforto prejudicado’ relativo a 90,7% (98) da amostra. Esse diagnóstico pode estar ligado ao diagnóstico de ‘Padrão de sono prejudicado’ identificado em 65,7% (71) dos participantes, Dor aguda (93,5% - 101 pacientes), ‘Sentimento de impotência’ (38,8% - 42 pacientes) e à ‘Mobilidade física prejudicada’ presente em 75,9% (82) da amostra.Pode-se entender que a mudança na rotina normal, descontentamento com a situação de saúde atual, dor, não sentir-se completamente descansado, rotina de medicamentos, hábitos pessoais interrompidos, além da falta de privacidade e inadaptação à hospitalização podem influenciar na qualidade de vida do ser humano e interferir na sensação de descanso.Encontrados também com frequência significante dentro do domínio de Atividade/Repouso, encontram-se os diagnósticos de: Mobilidade física prejudicada (75,9% - 82 pacientes), Deambulação prejudicada (75% - 81 pacientes) e Levantar-se prejudicado (72,2% - 78 pacientes).Os diagnósticos de Motilidade gastrintestinal disfuncional (61,1% - 66 pacientes), Déficit no autocuidado para higiene íntima (56,4% - 61 pacientes), Déficit no autocuidado para banho (55,5% - 60 pacientes), Déficit no autocuidado para vestir-se (55,5% - 60 pacientes) e Constipação (9,2% - 10 pacientes), presentes na amostra, também podem ser relacionados à essas condições de limitação de movimentos voluntários.Considerações finais: O desenvolvimento desta pesquisa favoreceu a identificação das necessidades de cuidados prestados aos doentes internados na clínica médica do HRBA com problemas ortopédicos, contribuindo para o delineamento da relevância dos diferentes focos clínicos pertinentes à enfermagem ortopédica. Os diagnósticos do domínio Segurança/Proteção, Conforto e Atividade/Repouso foram os mais presentes, sendo este último devido à dificuldade de locomoção (Mobilidade física prejudicada, Mobilidade no leito prejudicada, Capacidade de transferência prejudicada, Deambulação prejudicada, etc) presente nestes pacientes e suas repercussões (déficits de autocuidado). Estas informações devem ser de conhecimento do enfermeiro no momento da avaliação, pois são informações que contribuem para que o dimensionamento da equipe de enfermagem.Na busca paraprestar uma assistência de qualidade, o enfermeiro tem disponível uma metodologia de cuidado gerada após a identificação das necessidades do paciente, sejam elas físicas ou emocionais. A formulação dos diagnósticos de enfermagem tem o objetivo de enriquecer o trabalho do profissional, tendo em vista que essa dinâmica caracteriza a enfermagem cada vez mais como uma ciência aprazível e dotada de conhecimento construído e baseado em evidências.

2540 RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ENFERMAGEM SOBRE AS IMPLEMENTAÇÕES DAS ROTINAS DIÁRIAS DE UMA ENFERMARIA CIRÚRGICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
MÓNICA MONTUANO GONÇALVES RAMOS MATTOS

RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ENFERMAGEM SOBRE AS IMPLEMENTAÇÕES DAS ROTINAS DIÁRIAS DE UMA ENFERMARIA CIRÚRGICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Autores: MÓNICA MONTUANO GONÇALVES RAMOS MATTOS

Nosso trabalho deu inicio este ano quando após várias discussões nos encontros mensais do primeiro semestre nas reuniões de chefia de enfermagem, CREPE, CAEETS, divisão de enfermagem, e enfermarias, e após entrada de novos funcionários no corpo de trabalho do Hospital Universitário Gaffrée e Güinle da UNIRIO, vimos necessidade de implantar novos formulários de qualidade e saúde, para impactar e descobrir melhorias nas propostas de atendimento ao cliente internado nas enfermarias do referido hospital. O objetivo do trabalho é encontrar e diagnosticar formas de estabelecer padrões mínimos mesmo ainda com quantitativo reduzido para se trabalhar adequadamente, mas de assistência com qualidade com diagnóstico de enfermagem e discussão com equipe multiprofissional sobre os cuidados integrais ao cliente internado, discutindo esta assistência nos indicadores relacionados como entrevista de enfermagem na admissão do paciente, com cuidadosa ausculta deste sujeito que por muitas vezes chega temeroso frente o inesperado, a cirurgia ginecológica e escrever tudo frente ao questionário da admissão; durante passagem de plantão detalhar todas atividades oferecidas ao indivíduo internado com praticidade na escrita na folha, durante aquele dia de trabalho; escala de Braden realizada a cada internação quando sujeito chega principalmente acamado e de outro serviço de saúde internado de longa data; descrição detalhada na folha de impacto para coleta de dados para indicadores de saúde como: CVC, PVP, Braden, etc.; e folha de evolução de enfermagem ampliada e detalhada, favorecendo menos erros e praticidade na descrição dos detalhes realizados com paciente. Pesquisa qualitativa e quantitativa em andamento ainda desde a implantação e implementação neste segundo semestre deste ano de 2017, na quarta enfermaria ginecologia cirúrgica do HUGGUINLE. Espera-se que os futuros resultados encontrados melhorem na atenção aos cuidados dedicados a estes pacientes numa enfermaria cirúrgica ginecológica viabilizando a integração ensino-saúde-educação-gestão elevando qualidade do sujeito hospitalizado e promovendo seu bem estar físico mental psicológico e de saúde e autonomia da equipe de enfermagem.

2902 Relação Teoria e Prática do Protocolo de Higiene das Mãos sob a Ótica de uma Acadêmica de Enfermagem
Maria Tatiana Guimarães da Costa, Bianca Jardim Vilhena, Wagner Ferreira Monteiro, Aderlaine da Silva Sabino, Silmara Medeiros de Menezes, George Lucas Augusto Trindade da Silva, Victor Hugo Castro da Rocha

Relação Teoria e Prática do Protocolo de Higiene das Mãos sob a Ótica de uma Acadêmica de Enfermagem

Autores: Maria Tatiana Guimarães da Costa, Bianca Jardim Vilhena, Wagner Ferreira Monteiro, Aderlaine da Silva Sabino, Silmara Medeiros de Menezes, George Lucas Augusto Trindade da Silva, Victor Hugo Castro da Rocha

Introdução: Higiene das mãos é definida como qualquer ação de limpeza das mãos para prevenir a transmissão de micro-organismos e consequentemente evitar que pacientes e profissionais de saúde sejam acometidos por Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). É sabido que IRAS significa qualquer infecção adquirida em ambiente hospitalar ou serviço de saúde, e que além de representar um problema sério à saúde, têm um impacto econômico significativo, tanto na vida dos pacientes, quanto nos sistemas de saúde em todo o mundo. Desse modo, por meio da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, a Organização Mundial de Saúde (OMS), tem dedicado empenho para a implantação de estratégias seguras na assistência à saúde. Fundamentado nisso, no Brasil, os protocolos de saúde foram implementados pelo Ministério da Saúde através do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), considerando a relevância e magnitude que os Eventos Adversos (EA) têm em nosso país. Assim, a criação do Protocolo Nacional de Prática de Higiene das Mãos em Serviços de Saúde tem como finalidade a instituição e promoção da higiene das mãos, com o intuito de prevenir e controlar as IRAS, visando à segurança do paciente, dos profissionais de saúde e de todos aqueles envolvidos nos cuidados aos pacientes. Paradoxalmente, por ser a medida mais simples, a higiene das mãos é a que possui mais baixo índice de adesão entre os profissionais da saúde, sendo alvo de inúmeros programas e campanhas. O enfermeiro, certamente, é o profissional que permanece maior parte do tempo na unidade de internação, consequentemente em contato com o paciente, possuindo grande responsabilidade dentro da assistência à saúde, necessitando assim, ser um dos principais profissionais engajados no gerenciamento de riscos. Nesse contexto, o cuidado integral do enfermeiro se dará principalmente pela prevenção de danos, utilizando a adesão da higiene das mãos como caminho para a assistência segura, livre de eventos adversos, como as IRAS. Objetivo: Relatar sob a ótica de uma acadêmica de enfermagem a relação teoria e prática do protocolo de higiene das mãos. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência pautado na vivência de uma acadêmica do 8º período de enfermagem na disciplina de Módulo de Prática Supervisionado em Centro Cirúrgico, durante três semanas do mês de setembro de 2017. Possuindo como fator motivador a observação da existência do protocolo de higiene das mãos e a sua baixa adesão pelo profissional de saúde no ambiente hospitalar. Dessa forma, buscando relacionar no estudo teoria e prática. Resultados: Preconizado pela pioneira da enfermagem, Florence Nightingale, a organização da assistência em conjunto com práticas básicas de higiene, diminuem significativamente as infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS). Corroborando assim as suas práticas empíricas, a literatura demonstra que as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação de assistência hospitalar, e a correta higiene das mãos, apesar de considerada uma ação simples, se realizada no momento certo e da maneira correta, pode salvar vidas. Desse modo, enfatiza-se a importância da realização do protocolo de higiene das mãos, por parte da equipe de enfermagem e demais profissionais da saúde. Leininger em sua teoria afirma que os cuidados são a essência da enfermagem e sua característica dominante, distinta e unificante, o que nos leva a pensar que a assistência deve ser executada com diligência e prudência, evitando assim futuros danos ao paciente internado. Antagonicamente, na realização de pesquisas sobre segurança do paciente evidenciou-se que o local mais frequente de ocorrência de eventos adversos foi à enfermaria (48,5%). Sendo esses EA, comuns e evitáveis relacionados principalmente a infecções relacionadas à assistência à saúde. Estima-se que a cada 100 pacientes internados, 10 em países em desenvolvimento irão adquirir IRAS, o que se trata de um dado significante, visto o porte de um país como o Brasil. É notório durante as vivências de estágio supervisionado, a baixa adesão dos profissionais de enfermagem e demais profissionais de saúde ao protocolo de higiene das mãos, implementado pelo MS. Fato esse que pode ser associado diretamente ao índice relevante de IRAS adquiridas por pacientes internados. Rotineiramente é comum aos acadêmicos, ora entusiasmados pelo conhecimento teórico, presenciar a displicência em relação ao protocolo, que pode não ser executado por falta de material asséptico, falta de pias ou torneiras que funcionem, pouco conhecimento sobre os cinco momentos de lavagem das mãos, baixa credibilidade ao ato de higienizar as mãos e sobre o seu impacto significante na redução de EA, entre outros. O que novamente contrapõe a literatura, que ratifica que o produto de higienização das mãos deve estar tão próximo quanto possível do profissional, sempre ao alcance das mãos, no ponto de atenção ou local de tratamento, sem a necessidade do profissional se deslocar do ambiente no qual se encontra o paciente e que discorre também sobre fornecer capacitação regular a todos os profissionais de saúde sobre a importância da higienização das mãos, focando os cinco momentos e os procedimentos corretos de lavagem das mãos. Com base nessas comparações é evidente que os desafios têm sido constantes quando o assunto é infecção hospitalar. Provavelmente porque na medida em que evoluímos significantemente, a partir das lições de Florence e dos avanços da ciência, incoerentemente, também nos encontramos no ponto de partida. Infecções constituem um problema de saúde pública que exigem ações governamentais, esforços da ciência e comprometimento de cada profissão da área da saúde. Tendo em vista o tempo que o enfermeiro permanece junto ao paciente, observou-se que este se torna peça chave no engajamento com a adesão do protocolo de higiene das mãos, podendo assim incentivar sua equipe e demais colegas profissionais, vislumbrando ganho relevante para a segurança do paciente. Considerações Finais: A higienização das mãos é reconhecida, mundialmente, como uma medida primária, mas muito importante no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Por este motivo, tem sido considerada como um dos pilares da prevenção e controle de infecções dentro dos serviços de saúde, incluindo aquelas decorrentes da transmissão cruzada de microrganismos multirresistentes. Devido o alto índice de IRAS, relacionado principalmente a não adesão do protocolo de prática de higiene das mãos, apercebeu-se que se faz necessário um estudo acerca do conhecimento dos profissionais de enfermagem, quanto à higiene das mãos, percebendo quais as principais dificuldades encontradas pelos profissionais para a não implementação do protocolo. No intuito de que os dados sejam além de conhecidos, futuramente solucionados, com medidas que possam convencer e sensibilizar o profissional de enfermagem a aderir ao protocolo.

4997 METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA VALIDAÇÃO DO CONTEÚDO DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA
Dayane Jéssyca Cunha de Menezes, Arinete Véras Fontes Esteves, Ingrid Santos de Souza

METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA VALIDAÇÃO DO CONTEÚDO DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: Dayane Jéssyca Cunha de Menezes, Arinete Véras Fontes Esteves, Ingrid Santos de Souza

Os estudos de validação ligados à práxis da enfermagem estão em contínua ascensão. Uma tímida parcela destes traz a validação, clínica ou de conteúdo, dos diagnósticos de enfermagem, que consistem em um conhecimento relevante para o direcionamento da tomada de decisão dos enfermeiros no desenvolvimento do plano de cuidados. A taxonomia North American Nursing Diagnosis Association - International (NANDA-I) é um dos sistemas de classificação que auxiliam na escolha e na categorização de tais diagnósticos.  Ela oferece uma possibilidade de classificar e categorizar áreas que interessam à enfermagem.  Propõe 234 diagnósticos de enfermagem, agrupados em 13 domínios e 47 classes. Cada diagnóstico tem um título e uma definição. E é subsidiado por características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco, e cada uma dessas partes necessita de comprovação por meios científicos. Apesar de já existirem vários diagnósticos de enfermagem, a maioria deles não foi validada com metodologia adequada, sendo assim, possuem pouca evidência, com diagnósticos e seus respectivos indicadores irrelevantes e que não correspondem à prática clínica, o que colabora com a ascensão do tipo de pesquisa em questão. Dito isso, o presente estudo teve como objetivo conhecer quais são as metodologias utilizadas nos estudos de validação dos diagnósticos de enfermagem. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada no período de 08 a 17 de novembro de 2017, cuja questão norteadora foi a seguinte: ”Qual a produção científica e quais são as metodologias utilizadas para validar diagnósticos de enfermagem quanto ao conteúdo?”. A busca se deu nas bases de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scopus e Public Medline (PubMed), com os descritores em ciências as saúde (DeSC) e seus correspondentes no Medical Subject Headings (MeSH) “enfermagem”/ ”nursing”, “diagnóstico de enfermagem”/ “nursing diagnoses”, estudos de validação/ ”validation studies” e classificação/ ”classification”, lançando mão do controlador booleano “AND”. Foram incluídos os artigos disponíveis na íntegra no acesso ao periódico capes que respondessem à questão norteadora, escritos em português, espanhol ou inglês, publicados entre os anos de 2010 e 2017. Excluíram-se monografias, dissertações, teses e artigos de revisão. Depois de realizadas as buscas nas três bases de dados, foram encontrados um total de 2.043 artigos. A base que, inicialmente, mais gerou resultados foi a Scopus e a que menos gerou foi a LILACS. Após leitura dos resumos, foram pré-selecionados 100 artigos, subdivididos entre as bases de dados. E, por fim, após leitura mais minuciosa, foram incluídos 17 artigos para análise. Alguns desses artigos foram encontrados em mais de uma base de dados. Os artigos selecionados são em sua maioria estudos brasileiros, os demais foram desenvolvidos na Espanha, Eslováquia e República Tcheca. Quanto aos periódicos de publicação, encontram-se tanto em nacionais quanto internacionais. Revista Latino-americana de Enfermagem, Qualis A1; a Revista da Escola de Enfermagem da USP, internacional com Qualis A2; Acta Paulista de Enfermagem, B2; Central European Journal of Nursing and Midwifery; e International Journal Knowledge Nursing. Esta possui grande fator de impacto e é de extrema importância para a disseminação dos diagnósticos, pois é um periódico pertencente à taxonomia NANDA-I. Os diagnósticos sob estudo foram os seguintes: Integridade da Pele Prejudicada; Risco de Integridade da Pele Prejudicada; Integridade Tissular Prejudicada; Risco de Débito Cardíaco Diminuído; Débito Cardíaco Diminuído; Náusea; Intolerância à Atividade; Fadiga; Risco de Úlcera por Pressão; Recuperação Cirúrgica Retardada; Volume de Fluidos Deficiente; Dor Crônica; Risco de Lesão do Trato Urinário; Angústia Espiritual; Conforto Prejudicado; Sofrimento; Saudade; e Transtorno por Desemprego. Quanto às áreas e contextos da enfermagem em que os diagnósticos foram validados, os estudos estavam relacionados à Oncologia; Nefrologia/Cardiologia; Neonatologia; Dermatologia; e ao Período perioperatório. Os estudos de validação incluídos buscaram validar elementos diversos do diagnóstico. A maioria deles estudaram apenas as características definidoras, seguidos daqueles que estudaram as características definidoras e os fatores relacionados, e por último, uma menor parcela buscou validar todos os elementos do diagnóstico, desde o enunciado e definição até as características definidoras e os fatores relacionados. Em relação ao método de validação adotado, o modelo de Fehring foi o mais utilizado, outros estudos empregaram o método de rodadas de avaliação Delphi e o modelo de Hoskins, além do modelo de análise de conceito de Avant e Walker. Em todos esses processos, a validação é realizada com o auxílio de avaliadores que possuem conhecimento na área específica, normalmente chamados de expertos, juízes ou especialistas. Apesar de servir de referencial para a maioria dos estudos de validação de diagnósticos de enfermagem, nos estudos, foi observado, que os critérios para seleção dos avaliadores segundo o modelo de Fehring, são divergentes, pois nenhum estudo o segue à risca. Em um artigo de revisão foi encontrado que entre os critérios de seleção dos juízes com maior número de modificações em relação ao modelo original de Fehring, destacou-se a experiência assistencial em área clínica específica, sem, no entanto, haver um padrão quanto ao tempo de prática. Em um estudo reflexivo, os autores trazem críticas ao modelo de Fehring, que valoriza em demasia a área acadêmica e pouco estima o conhecimento e experiência da enfermagem assistencial, demonstrado nos critérios de seleção e pontuação dos avaliadores. Uma das dificuldades na implementação deste modelo é a obtenção de enfermeiros que são especialistas no diagnóstico testado, pois a questão é justamente quem deve ser considerado experto. A partir dos resultados apresentados, pode-se notar também que os enfermeiros brasileiros estão cada vez mais empenhados em demonstrar a cientificidade da enfermagem, visto que a maioria dos artigos incluídos neste estudo é oriunda do Brasil. Também se percebe que as revistas de alto Qualis e alto impacto, inclusive as de nível internacional têm valorizado o estudo dos diagnósticos de enfermagem, em especial os de validação. Ainda assim, é de suma importância que os estudiosos da enfermagem entrem em um consenso sobre as diversas minúcias que existem durante o processo de validação de diagnósticos de enfermagem, pois ainda há dubiedade no que se refere aos métodos utilizados. Além disso, compreender em quais critérios um enfermeiro experto em uma área específica se encaixa, para que a confiabilidade das pesquisas desenvolvidas não seja questionada. Apesar da notável necessidade de melhoramento desse processo, a crescente validação dos diagnósticos de enfermagem significa um salto na qualificação da assistência de enfermagem, mas é inegável a importância desses estudos seguirem um método homogêneo, e que tal método tenha confiabilidade para que assim possa ser aplicado na prática de maneira útil, culminando em uma melhor assistência ao paciente.

5001 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM CIRURGIAS ORTOPÉDICAS
Rocilda Castro Pinho, Monica Oliveira Silva Barbosa, Vanessa de Sousa Silva

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM CIRURGIAS ORTOPÉDICAS

Autores: Rocilda Castro Pinho, Monica Oliveira Silva Barbosa, Vanessa de Sousa Silva

Apresentação: Todo processo cirúrgico requer uma atenção dos profissionais de saúde envolvidos, pois qualquer ato que não seja realizado à luz do Código de Deontologia no que se refere à saúde, pode ser resultado de imprudência, imperícia ou negligência. Tais atos podem trazer sérias consequências aos envolvidos, inclusive resultar em processos iatrogênicos, ou seja, produz efeitos negativos, gerando grande complicação a pacientes submetidos a quaisquer procedimentos cirúrgicos. No caso das intervenções ortopédicas, torna-se importante que a equipe de saúde esteja atenta a sua postura ética concomitantemente a comunicação e execução de seus atos, aplicando o cuidado ou a assistência ideal ao paciente. Sabe-se que qualquer sequela ou complicação no tratamento pode estar relacionada à condução ou orientação de diagnósticos e intervenções feitos de maneira ineficaz, resultando em danos temporários ou permanentes ao paciente. Os resultados decorrentes de processos iatrogênicos a pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas podem ser os efeitos colaterais inesperados em função da administração medicamentosa. Ou em casos mais graves a perda de função de um membro ou a perda do próprio membro em decorrência de falha na execução da terapêutica cirúrgica aplicada ao paciente. Para evitar complicações dentro do processo de assistência de enfermagem, torna-se importante que os profissionais enfermeiros estejam orientados corretamente quanto a elaboração Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a cirurgias ortopédicas, visto que a elaboração de um planejamento individualizado e integral, permite detectar possíveis falhas e ajuda no correto diagnóstico e intervenção a ser realizada pela equipe em todo processo perioperatório. Por isso houve a necessidade de abordar sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a sua importância diante das ações realizadas pela equipe para a recuperação efetiva desses pacientes, tendo como objetivo descrever as características traumatológicas relacionadas à ortopedia e destacar os cuidados de enfermagem específicos direcionados ao paciente submetido à cirurgias ortopédicas com base na Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE). Metodologia: Esta pesquisa caracteriza-se como de natureza descritiva e exploratória realizada a partir de revisão bibliográfica de artigos eletrônicos indexados e especializados na área da saúde são dos últimos 5 anos.  Para apresentação do plano de assistência foram utilizadas as taxonomias NANDA e Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) atuais. Resultados: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma estratégia muito eficaz para o desenvolvimento de todo cuidado prestado pela equipe de enfermagem ao paciente. Pois constitui um método eficiente de organização e qualificação do trabalho de enfermeiros, visto que orienta a equipe na prestação de cuidados integrais e individualizados ao paciente, avaliando assim as reais necessidades de cada um. No caso de pacientes com traumas ortopédicos, submetidos ou não a alguma intervenção cirúrgica, surgem necessidades específicas quanto ao processo de saúde/doença. Isso afeta diretamente a autonomia do paciente, pois resulta em diferentes graus de dependência, devido à limitação adquirida nesse processo. A equipe de enfermagem é responsável pela educação do paciente, sendo o enfermeiro o elo entre o paciente e toda a equipe de saúde. Por isso a importância da SAE, pois permite a equipe de enfermagem ter um olhar diferenciado quanto ao cuidado prestado ao paciente, criando assim o vínculo necessário para minimizar os anseios, esclarecer dúvidas e ainda ajudar na recuperação do paciente. Portanto, cabe a equipe de enfermagem se ater a esses cuidados, uma vez que esta constitui o elo na interação entre o paciente e possibilita o cuidado e a produção de saúde. É fundamental adotar um modelo de trabalho que seja capaz de direcionar e organizar as atividades de enfermagem conforme as necessidades de cada cliente, por isso a importância da SAE. Pois permite que a equipe utilize de uma metodologia individualizada e integral, que atenda as exigências de cada instituição e ainda seja possível a padronização do processo de enfermagem. Sabe-se que um dos principais desafios dos profissionais de enfermagem é a identificação do diagnóstico, pois a partir dele é possível trabalhar as intervenções para atingir resultados. No processo de enfermagem, tanto o diagnóstico devem ser baseado em uma padronização de linguagem, de acordo com a proposta da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), quanto as propostas de intervenções e resultados de enfermagem de acordo com Nursing Interventions Classification (NIC). Essas classificações permite que a equipe de enfermagem avalie a qualidade de cuidados prestados a cada cliente. No caso de pacientes ortopédicos a utilização dessas classificações são de extrema importância no processo de recuperação dos mesmos, visto que permite um diagnóstico individualizado para que seja possível trabalhar as intervenções e obter os resultados esperados. Com base nisso os principais diagnósticos e intervenções de enfermagem referentes a pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas são: dor relacionada a trauma decorrente de fratura simples ou exposta; mobilidade física prejudicada caracterizada pela capacidade prejudicada de reposicionar-se na cama, relacionado à dor e a imobilização da fratura; risco para infecção relacionado a procedimento invasivo; risco para disfunção neurovascular periférica, relacionada ao retorno venoso comprometido; integridade cutânea comprometida; padrão de lazer ineficaz relacionado a dor e imobilidade; risco de queda relacionado a diminuição da habilidade motora. A equipe de enfermagem deve ter um olhar diferenciado no que tange o cuidado de cada paciente ortopédico. Esse cuidado deve ser viabilizado durante todo o processo de recuperação, desde o preparo pré-operatório, ao intra-operatório e pós-operatório. Estando a equipe sempre atenta no que se refere à higienização do paciente, alimentação, presença de dor, verificação de curativos e dispositivos como sondas, drenos, pinos entre outros que acompanham a recuperação dos pacientes, e por conta disso estão relacionados ao seu bem-estar e melhoria da sua condição de saúde, além de outras atribuições e cuidados que a equipe deve ter. Dentre os cuidados de enfermagem na cirurgia ortopédica, o posicionamento cirúrgico, o preparo cutâneo, o uso de equipamentos adequados e instrumentação, conforme o tipo de cirurgia a ser realizada. No período pós-operatório das cirurgias ortopédicas são agregados cuidados quanto à mudança de decúbito, imobilização, curativos, dor, complicações, como infecção, tromboembolismo, assim como reabilitação, uso de aparatos para deambulação, como muletas, manutenção da autonomia. Considerações Finais: As lesões ortopédicas são responsáveis por grande morbidade no que se refere a processos traumatológicos. O diagnóstico das lesões feito pela equipe médica é baseado em achados do exame físico associado com avaliação radiológica complementar. A equipe de enfermagem incumbe tratar de maneira holística o paciente, por isso ter um conhecimento adequado acerca das lesões relacionadas à ortopedia e suas possíveis complicações são de grande relevância para a equipe de saúde. Os profissionais de enfermagem que atuam nessa área devem estar em constante atualização profissional, ter bom conhecimento sobre os processos envolvidos na execução da técnica, prestando assistência de qualidade e prevenindo o surgimento de agravos. Por isso a relevância de se trabalhar com base num planejamento organizado e que atenda de maneira efetiva as exigências relacionadas ao tratamento e recuperação do paciente. 

5040 Processo de Enfermagem: desafios para implementação
ANDERLANE COSTA DIAS

Processo de Enfermagem: desafios para implementação

Autores: ANDERLANE COSTA DIAS

O Processo de Enfermagem (PE) é uma metodologia de trabalho desenvolvida e implementada pelo enfermeiro na finalidade de qualificar o cuidado prestado ao paciente. Neste estudo, pretendemos descrever a importância que o enfermeiro atribui à implementação do Processo de Enfermagem, identificar as dificuldades dos enfermeiros na realização do PE em sua prática assistencial e investigar como os impressos estão sendo utilizados e se estão auxiliando os enfermeiros na implementação do PE. Para a coleta de dados foi realizada a técnica da entrevista, utilizando um roteiro de perguntas composto por questões referente ao PE. Foi adotada a análise de discurso, conforme Minayo (2014), com transcrição literal das falas para elaboração de categorias que foram classificadas segundo a presença ou ausência de sentido. Nos resultados foi possível detectar que os enfermeiros estão com dificuldades na implementação do PE devido a falta de atualização do conceito, dimensionamento de pessoal e a sobrecarga de tarefas são os fatores que mais dificultam na execução do processo. Apesar da evidência das falhas, os enfermeiros da instituição sugeriram várias de formas de melhorar a sua prática como: capacitação para se adequarem mais ao PE, organizar o quadro de pessoal de enfermagem e informatizar o formulário do Processo de Enfermagem através de programa

2716 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ORGANIZAÇÃO DE PROCURA DE ÓRGÃOS DO AMAZONAS
Helen Cristine Albuquerque Bezerra, Bruna da Silva Simões, Karla Christina Bernardes, Auriane Bessa da Silva, Maria de Nazaré de Souza Ribeiro, Hernou Oliveira Bezerra, Paulo Henrique Lira Matos

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ORGANIZAÇÃO DE PROCURA DE ÓRGÃOS DO AMAZONAS

Autores: Helen Cristine Albuquerque Bezerra, Bruna da Silva Simões, Karla Christina Bernardes, Auriane Bessa da Silva, Maria de Nazaré de Souza Ribeiro, Hernou Oliveira Bezerra, Paulo Henrique Lira Matos

A Organização de Procura de Órgãos (OPO) desempenha um papel supra-hospitalar, sendo responsável por promover a saúde aos indivíduos que estão à espera de um órgão por meio da viabilização dos transplantes e capacitação dos profissionais de saúde envolvidos no processo de doação de órgãos. Nesta perspectiva, o conhecimento e a aplicabilidade da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) tornam-se imprescindíveis para a identificação precoce de pacientes em morte encefálica (ME). O objetivo deste estudo foi relatar a experiência sobre a implantação de um instrumento para a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) na Organização de Procura de Órgãos no estado do Amazonas. Trata-se de um relato de experiência referente ao uso da SAE pelos enfermeiros da OPO aos pacientes potenciais doadores de órgãos em um hospital de referência em trauma neurológico na região norte do Brasil, no período de janeiro de 2016 a outubro de 2017. Os resultados mostraram que a SAE é determinante para o reconhecimento de complicações associadas com a conservação dos órgãos, pois os pacientes necessitam de acompanhamento contínuo e individualizado. Dessa forma, ocorre a interação efetiva com a equipe multidisciplinar que presta o cuidado direto a este paciente. No entanto, foi perceptível a diminuição da eficácia do instrumento em decorrência da forma da aplicabilidade, uma vez que este era utilizado somente na primeira abordagem do paciente em morte encefálica. Esta abordagem refere-se às etapas do protocolo de morte encefálica, a qual consiste primeiramente em comunicar a família sempre que houver suspeita, antes de iniciar a abertura do protocolo. CONCLUSÃO. A aplicabilidade do instrumento SAE, realizada pelos membros da equipe de enfermagem da OPO, não mostrou grande êxito na assistência ao paciente com morte encefálica, dada as dificuldades e desafios que os próprios profissionais que trabalham na rede de urgência e emergência do hospital enfrentam ao cuidar do paciente que se encontra com glasgow 3.

1727 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA: DESENVOLVIMENTO DE CHEKC LIST ASSISTENCIAL
Nathieli Aparecida Da Silva, Naraiane Fatima Piana Pavan, Yasminne Ritta Marolli, Lucas Soares dos Santos, Olvani Martins Da Silva, Sandra Mara Marin, Adriana Gracietti Kuczmainski, Rosana Amora Ascari

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA: DESENVOLVIMENTO DE CHEKC LIST ASSISTENCIAL

Autores: Nathieli Aparecida Da Silva, Naraiane Fatima Piana Pavan, Yasminne Ritta Marolli, Lucas Soares dos Santos, Olvani Martins Da Silva, Sandra Mara Marin, Adriana Gracietti Kuczmainski, Rosana Amora Ascari

Introdução: A segurança do paciente no ambiente hospitalar constitui preocupação das equipes de saúde pelo elevado número de complicações decorrentes da intervenção anestésico-cirúrgica. Fato que consolidou a criação da Aliança Mundial para Segurança do Paciente pela Organização Mundial de Saúde, visando diminuir os erros médicos e o sofrimento do paciente, que no Brasil culminou com a Campanha Cirurgia Segura Salva Vidas em 2008. Nesse sentido, foi desenvolvido o checklist da Cirurgia Segura, elaborado por um grupo de peritos internacionais para auxiliar as equipes cirúrgicas a diminuir os casos de morbimortalidade cirúrgica. O referido checklist contempla três fases distintas: Identificação (antes da aplicação da anestesia), Confirmação (antes do corte cirúrgico – pausa com a presença de todos os membros da equipe na sala cirúrgica) e Registro (antes do cliente deixar a sala cirúrgica). Tal processo vem demonstrando melhoras nos índices de mortalidade, complicações, infecção e retorno não planejado ao centro cirúrgico. Os erros, geralmente cometidos pela equipe de saúde prejudicam não só o paciente, mas também a instituição, por dar margem a processos judiciais. A qualidade na assistência ao paciente, no que se refere a sua segurança, significa maior probabilidade de se obter os resultados desejados, sem incidentes. Nesse sentido,  à pedido da Coordenação do Centro Cirúrgico do Hospital Regional do Oeste (HRO) em Chapecó-SC e em virtude do grande número de checklist existente no Centro cirúrgico, demandando muito tempo dos profissionais de enfermagem que circulam as salas cirúrgicas; em cumprimento as exigências legais do Conselho Federal de Enfermagem acerca do registro da assistência de enfermagem; bem como visando a segurança do paciente no período perioperatório, a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), por meio do Programa de Extensão intitulado “Cultura de segurança do paciente com foco no perioperatório” planejou o desenvolvimento de ações extencionistas para estimular a cultura de segurança do paciente no ambiente cirúrgico. Tal programa foi submetido ao Edital PAEX 08/2016 e após aprovação foi desenvolvido de março a dezembro de 2017. O Programa de Extensão contempla diferentes ações, entre elas o 1) Reconhecimento de indicadores de cancelamento cirúrgico e complicações no pós-operatório; 2) Mapeamento dos checklist utilizados no período perioperatório e proposição de checklist único; 3) Desenvolvimento de Portfólio norteador da visita pré-operatória de enfermagem e 4) Implementação da visita pré-operatória de enfermagem. Todas as ações propostas estão em consonância com as atividades já desenvolvidas pelo Núcleo de Segurança do Paciente hospitalar.  Objetivo: Relatar a experiência acerca do mapeamento dos checklist utilizados pelo serviço hospitalar no período perioperatório e proposição de checklist único para o fortalecimento da cultura de segurança do paciente num serviço hospitalar público no oeste catarinense. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por estudantes e professores integrantes do programa de extensão "Cultura de Segurança do Paciente com foco no Perioperatório" do curso de enfermagem da UDESC Oeste, no primeiro semestre de 2017. Tal programa visa fomentar a cultura de segurança do paciente no período perioperatório em um hospital público do oeste de Santa Catarina, o qual é referência para 92 municípios, com abrangência dos três estados do sul. O HRO dispõem de sete salas cirúrgicas, atende diversas especialidades médicas com realização de aproximadamente 1.500 procedimentos/mês. Neste contexto, o serviço hospitalar contava com vários instrumentos para registrar a assistência prestada ao paciente no intraoperatório (n=11), incluindo controles de uso de materiais e equipamentos, o que demandava muito tempo da enfermagem para seu preenchimento, além do registro de informações duplicadas em diferentes instrumentos. Resultados: O processo de construção iniciou-se com a busca de referencial teórico para suporte na elaboração dos instrumentos, realizando uma investigação de conceitos, conteúdos e orientações relacionadas à ao processo cirúrgico. Inicialmente foi realizado o (re)conhecimento dos checklist’s existentes no centro cirúrgico do HRO, sinalizando a existência de 11 (onze) checklist’s, os quais contemplavam o registro de ações assistenciais e o controle de materiais e equipamentos de uso cirúrgico. Pela grande diversidade de informações, um dos docentes envolvidos na ação extensionista propôs a separação das informações assistenciais das informações de registro de materiais e equipamentos específicos. Assim, emergiu o desenvolvimento de dois Checklist: um assistencial denominado “Checklist Assistencial” e outro de controle identificado “Checklist de Materiais e Equipamentos”. Desta separação por finalidade de registro da informação, descartaram-se as informações repetidas e sentiu-se necessidade de acrescentar informações para o registro da assistência ao paciente, sobretudo contemplando os elementos mínimos descritos para a cirurgia segura, além de organizar o registro da sistematização da assistência de enfermagem perioperatória (SAEP). O desenvolvimento e implementação do checklist favorece a cirurgia segura por auxiliar as equipes de saúde na diminuição dos casos de morte e danos ao paciente cirúrgico, que abrange a segurança do paciente antes, durante e após a cirurgia. Tal ação considerou a otimização de tempo, recursos humanos e financeiros, além de contribuir para a cultura de segurança do paciente cirúrgico. Após a construção dos dois checklist (Assistencial e de Materiais e Equipamentos), estes foram apresentados ao enfermeiro coordenador do centro cirúrgico o qual fez algumas considerações que foram acatadas pela equipe extencionista. Na sequência, os instrumentos foram apresentados à gerência de enfermagem, a qual solicitou aos enfermeiros assistenciais o desenvolvimento de um piloto, com a implantação nas unidades de internação cirúrgica (Posta A e B) durante uma semana, para posterior análise e proposição de melhorias, caso necessário. Os instrumentos foram testados na primeira semana de setembro/2017, com proposição de melhorias pelos enfermeiros assistenciais no próprio instrumento, tais como o aumento da letra e dos espaços para registro das informações do paciente, entre outros pequenos ajustes que foram acatados pela equipe extencionista. O Checklist Assistencial foi implementado no serviço em outubro/2017 com auxílio dos acadêmicos e docentes durante as atividades teórico-práticas de Enfermagem no Cuidado Perioperatório. O preenchimento inicia na unidade de internação e segue durante a assistência no centro cirúrgico, sala de recuperação pós-anestésica e novamente na unidade de internação, possibilitando o registro da assistência de enfermagem durante todo o período perioperatório. Tal ação permitiu aos participantes uma apropriação de conceitos e técnicas inerentes à enfermagem perioperatória, contribuindo para a formação profissional. Considerações finais: Com o mapeamento dos checklist, foi possível perceber o grande número de instrumentos utilizados muitas vezes com informações repetidas. A unificação do instrumento possibilitou a continuidade da assistência, individualizada e documentada, além de fomentar e assegurar a segurança do paciente no ensino e no serviço. Torna-se imprescindível realizar capacitação com todos estes profissionais a fim de sensibilizá-los sobre a importância do uso correto do checklist assistencial em todas as fases cirúrgicas. Assim, faz-se necessário o aprimoramento do trabalho em equipe, visto que a aplicação do checklist de cirurgia segura tem o intuito de promover a segurança do paciente cirúrgico proporcionando um ambiente seguro e comunicação interpessoal eficiente entre os componentes da equipe cirúrgica e as unidades de internação.