13: Diálogos entre a aprendizagem e os territórios
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 02 Sala 07 - Jiquitaia    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
706 TERRITORIALIZAÇÃO DA SAÚDE RURAL: RELATO DE COOPERAÇÃO INTERINSTITUCIONAL PARA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE NO OESTE DA BAHIA
Lucas Toriyama Ribeiro, Bianca Sampaio, Ângelo Passos Aragão, Roqueline Bárbara, Amanda Andrade, Ítalo Ricardo Santos Aleluia, Helen Ingrid V Barreto, Viviane dos Santos Patrocínio

TERRITORIALIZAÇÃO DA SAÚDE RURAL: RELATO DE COOPERAÇÃO INTERINSTITUCIONAL PARA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE NO OESTE DA BAHIA

Autores: Lucas Toriyama Ribeiro, Bianca Sampaio, Ângelo Passos Aragão, Roqueline Bárbara, Amanda Andrade, Ítalo Ricardo Santos Aleluia, Helen Ingrid V Barreto, Viviane dos Santos Patrocínio

APRESENTAÇÃO Ações que extrapolam limites dos campi universitários são fundamentais para integrar acadêmicos, serviços de saúde, a gestão e a comunidade na constituição de sujeitos para o SUS. Sua operacionalização curricular permite aproximar a formação acadêmica da realidade contextual do processo saúde-doença-cuidado e da gestão do sistema de saúde. Dessa forma, objetiva-se relatar a experiência da territorialização da saúde rural, a partir da cooperação interinstitucional de integração ensino-serviço-comunidade no oeste da Bahia.DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA Trata-se de uma ação de integração interinstitucional entre alunos do curso de Medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), o apoio institucional (AI) da Atenção Básica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e a Secretaria Municipal de Saúde de Formosa do Rio Preto-Ba.  A experiência ocorreu articulada com a disciplina “Prática em Saúde Coletiva: a comunidade” e consistiu em uma cooperação técnica para elaboração de Cartografia comunitária da Vila Parnambi (zona rural do município). Participaram da atividade cinco discentes do curso, um docente da instituição, uma residente de Saúde da Família da UNEB, três AI e profissionais do município. A atividade consistiu nas seguintes etapas: (1) oficina sobre o processo de territorialização; (2) divisão de grupos de trabalho e realização de cadastramento domiciliar e individual dos usuários da vila, das fazendas e comunidades periféricas. (3) Reunião de trabalho com toda gestão municipal para avaliação do processo; e (4) construção de mapa territorial da vila com a atualização populacional e sinalização da distribuição dos agravos.IMPACTOS Foram cadastrados 308 usuários, sendo 175 residentes e 53 domicílios na Vila propriamente dita e 133 residentes e 41 domicílios entre as fazendas e comunidades periféricas. No entanto, foi encontrado um número expressivo de residências fechadas, impossibilitando o cadastramento, além do difícil acesso às fazendas, dada grande extensão territorial do município e sobretudo da vila. Dos cadastros realizados, observaram-se muitas famílias em grande vulnerabilidade social, sem acesso à energia elétrica, sendo muitas das finalizações dos cadastros realizadas à luz de velas - saneamento básico e difícil acesso aos serviços de saúde e educação. Havia um grande número de jovens não alfabetizados, além de residências de taipa, representando situação de vulnerabilidade para incidência de doença de Chagas. Esse quadro foi fundamental para compreensão da importância de ações intersetoriais que extrapolem os limites da saúde e promovam a articulação interinstitucional. A experiência permitiu uma construção coletiva e cogerida entre os discentes e profissionais envolvidos, sobretudo na compreensão contextual da situação social e de saúde que permeia a Atenção Primária na zona rural, a qual representa um cenário muito heterogêneo e desafiador para o SUS, na busca de uma atenção com perspectiva territorial, integral e equânime.CONSIDERAÇÕES FINAIS A vivência na realização da territorialização na saúde rural possibilitou a qualificação não somente dos alunos, mas da gestão municipal a partir de uma ampliada leitura situacional de saúde e seus determinantes sociais, trazendo um panorama realístico para elaboração de estratégias de intervenção a curto, médio e longo prazo condizente com a realidade desta população.

3496 Vulnerabilidade para tuberculose no território da Atenção Primária a Saúde: relato de experiência
Fabiana de Jesus Nascimento, Isabela Pereira Queiroz, Julliane Santos Correia, Micaela Leite Fernandes, Tamires Silveira Bomfim Labanca, Eliana amorim de souza

Vulnerabilidade para tuberculose no território da Atenção Primária a Saúde: relato de experiência

Autores: Fabiana de Jesus Nascimento, Isabela Pereira Queiroz, Julliane Santos Correia, Micaela Leite Fernandes, Tamires Silveira Bomfim Labanca, Eliana amorim de souza

Apresentação: A tuberculose mantén-se como importante problema de saúde no Brasil, atingindo principalmente pessoas em contexto de maior vulnerabilidade e tem na  Estratégia de Saúde da Família (ESF), espaço prioritário para desenvolvimento das ações de controle, vigilância e cuidado. Este relato de experiência foi realizado por discentes do 5° semestre de enfermagem da Universidade Federal da Bahia- campus Anísio Teixeira durante o estágio da disciplina de saúde coletiva, em um município do interior da Bahia- 2017. Teve como objetivo apreender os contextos de vulnerabilidade de uma pessoa/família acometida pela tuberculose na área de abrangência de uma equipe da ESF, assim como discutir o desenvolvimento das ações de vigilância e cuidado integrado pelo diferentes pontos de atenção a saúde. Metodologia: Mediante o acolhimento de uma usuária em sofrimento mental na ESF, com conflito familiar e suspeita de tuberculose, foi identificado à necessidade de realizar acompanhamento domiciliar sistemático. Desta forma, foram realizadas cinco­­­ visitas e contactados diferentes serviços de saúde para promoção de uma atenção integral. Resultados: A partir das visitas foi possível identificar diferentes dimensões de vulnerabilidades individual, social e programática para posterior composição de um Projeto Terapêutico Singular (PTS); construção de genograma para facilitar o desenvolvimento das ações de vigilância dos contatos; acompanhamento da situação clínica da usuária, a fim de evitar internamento; acompanhamento do seu acesso a outros pontos da rede de atenção; orientação e apoio para adesão ao tratamento; reconhecimento de fragilidades e potencialidades individuais e de seu contexto familiar para o cuidado a saúde; identificação de  atitudes de preconceito e estigma mediante o diagnóstico de tuberculose. O acompanhamento a esta família possibilitou reconhecer diferentes dimensões de vulnerabilidade. O acompanhamento também facilitou o acesso da usuária a outros pontos da rede de atenção, tais como o CAPS II e o Centro de Referência para Tuberculose (CRT). As ações de vigilância de contato, realizadas pela equipe do CRT, permitiram o diagnostico de um segundo caso de tuberculose, assim como a necessidade de instituir a quimioprofilaxia em 04 outros familiares. No entanto, a resistência a quimioprofilaxia por parte de um membro da família, manteve a circulação do bacilo no ambiente doméstico, exigindo concretização do PTS. Considerações finais: A experiência vivenciada foi de grande importância para as discentes, pois possibilitou compreender a complexidade que é atuar dentro de um núcleo familiar, e que para fazer saúde coletiva é preciso “transcender os muros” da unidade de saúde. Verificou-se a necessidade de que a equipe de saúde reconheça os determinantes sociais do processo saúde-doença, assim como estabeleça vínculo, componentes essenciais para intervir de maneira efetiva na promoção da saúde. A presença do agente comunitário de saúde foi de grande valor nesse caso, pois por meio dele, foi possível acompanhar a evolução do paciente/família, e assim intervir de acordo com as necessidades encontradas.

5064 A atuação do sanitarista nos processos de formação: o Projeto de Apoio ao estágio curricular do curso de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília
Ana Carolina Marques Binacett, Claudia Mara Pedrosa

A atuação do sanitarista nos processos de formação: o Projeto de Apoio ao estágio curricular do curso de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília

Autores: Ana Carolina Marques Binacett, Claudia Mara Pedrosa

O trabalho relata a experiência de atuação do sanitarista nos processos formativos que foi desenvolvida no primeiro semestre de 2017 na Universidade de Brasília, como Apoio ao estágio curricular obrigatório estruturado por sanitaristas egressos do curso e  graduandos no período final do  curso de saúde coletiva. O projeto teve como objetivo qualificar os processos formativos e potencializar a experiência do estágio curricular.O projeto foi estruturado pela coordenação do estágio em saúde coletiva com intuito de aprimorar a experiência do estágio. O estágio curricular que geralmente inicia no sexto semestre envolve a rede relacional do preceptor (profissional do serviço), professor orientador e coordenador do estágio com o estagiário e tem apresentado vários desafios ao percurso formativo dos estudantes e docentes.   A função de Apoiador, inspirada na proposta de Apoiador Institucional da Política Nacional de Humanização do SUS buscou estudantes que já haviam experienciado o estágio e recém egressos do curso para atuar como articulador nessa relação. O objetivo principal era potencializar a experiência formativa, enfocando os desafios e entraves que são  vividos por alguns estudantes.  O apoiador pautado na sua vivência e no planejamento proposto pela Comissão de Estágio, auxiliava em vários processos, desde a inserção do estagiário no serviço como também apoiando a coordenação na condução metodológica do processo de ensino-aprendizagem junto aos preceptores e professores orientadores. O  estágio obrigatório está organizado em dois semestres, estágio 1 e 2 e a divisão dos 9 apoiadores foi definida de acordo com a complexidade da formação, sendo os graduandos apoiadores dos estudantes do estágio 1, e os sanitaristas egressos do curso apoiaram estudantes que cursavam estágio 2. Os apoiadores tiveram dois momentos de maior atuação durante o semestre. A primeira foi a fase inicial de inserção no serviço. Historicamente esta fase se apresenta com certo grau de dificuldade pelos estudantes de saúde coletiva por se inserirem em serviços no qual a profissão ainda não é conhecida, e os profissionais, inclusive os preceptores, demonstram insegurança nas atividades que podem ser realizadas pelos estagiários do curso. Os campos de prática do estágio concentram-se em sua maioria na Região Leste de Saúde do Distrito Federal, região contratualizada para prática da universidade. O estágio 1 no período diurno consistiu em serviços/gerências da Atenção Básica e Programa de pesquisa, assistência e vigilância à violência (PAV) da Região Leste de Saúde do Distrito Federal, nos quais os estudantes acompanharam as ações cotidianas do serviço/gerência e posteriormente elaboraram projetos com base em questões levantadas pela própria equipe local. Por ser um curso noturno, a coordenação oferece o estágio noturno para estudantes que impossibilitados de realizar a prática durante o dia por conta do trabalho, matriculam-se no estágio noturno que foi realizado no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Os estagiários divididos em três grupos - maternidade, emergência e oncologia - elaboraram Itinerários Terapêuticos dos pacientes oriundos da Região Leste com vistas a refletir sobre os achados junto à Diretoria de Atenção Primária da Região Leste de Saúde do Distrito Federal. O estágio 2 teve como campo de prática o HUB, O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a Diretoria de Atenção Primária à Saúde da Região Leste de Saúde. Após a integração do estudante no serviço e vínculo firmado, a segunda fase consistiu no acompanhamento do processo formativo, por meio das estratégias metodológicas como de leitura e orientação do portfolio em parceria como o docente orientador, no qual cada estudante teve como atividade permanente o registro das percepções, inquietações, sentimentos, angústias, aprendizados, estudos, construção do projeto, na linguagem que desejasse. O portfólio tem sido uma das ferramentas pedagógica utilizadas durante os estágios, devido sua ampla possibilidade de expressão para descrever as atividades realizadas ao longo do semestre. O Apoio procurou potencializar o registro de cada vivência por meio de feedbacks periódicos. Apesar da função Apoio ter tido de forma mais expressiva esses dois momentos, outras atividades também foram desenvolvidas com os estagiários, como discussão de textos e dinâmicas de preparação antes da entrada nos serviços. Neste processo destaca-se uma atividade de simulação de entrevista com estagiários do Hospital Universitário de Brasília que iriam trabalhar com os Itinerários Terapêuticos com intuito de aprimorar as competências atitudinais do grupo. A atividade junto a coordenação do estágio consistiu em simular os diferentes conflitos que poderiam surgir durante a entrevista e quais seriam os mais adequados e/ou menos adequados modos de lidar com a questão. Todo o processo de apoio foi acompanhado e planejado coletivamente com a coordenação de estágio em reuniões quinzenais.A participação dos sanitaristas egressos do curso e dos graduandos no período final de formação possibilitou  uma olhar avaliativo e a qualificação  dos processos formativos da graduação em Saúde Coletiva da UnB. Ao evidenciar as dificuldades e entraves  para a construção da identidade dos sanitaristas nos serviços e a consolidação das práticas formativas no SUS os apoiadores trouxeram para o debate no espaço da Coordenação de Estágios a necessidade de revisar alguns momentos formativos  previstos no projeto pedagógico do curso que  estavam deixando lacunas   e dificultando o desenvolvimento das atividades dos estudantes nos serviços. Processos metodológicos como técnicas de entrevistas e anamneses  que eram apontados pelos estudantes como incipientes nas práticas, foram inseridos e  exercitados nas atividades com apoiadores. No âmbito da formação docente os apoiadores também contribuíram para ampliar a discussão sobre as demandas que os discentes apresentam na relação estudante-orientador, como a necessidade de utilizar com maior frequência metodologias ativas, e a construção de planos de trabalhos que contemplem as demandas e a identificação do estudante na profissão. Importante destacar que em diversos momentos a mediação de conflitos surgiu como uma prática necessária ao Apoiador tanto na relação estudante-serviço, como estudante-orientador. O projeto possibilitou evidenciar lacunas na formação do curso e qualificou processos formativos tanto no âmbito da graduação, quanto dos egressos e docentes e abriu novas possibilidades para se pensar a revisão da proposta pedagógica  do curso neste momento da graduação e na inserção dos estudantes em serviços de saúde da atenção primária no Distrito Federal. Os desdobramentos do projeto tem se dado em novos projetos complementares de extensão e formação docente, além da revisão do projeto político pedagógico no  espaço do Núcleo Docente Estruturante.  Espera-se consolidar como prática do sanitarista a função Apoio aos processo formativos, tanto no espaço da graduação , como nos cursos de especialização e atualização profissional.  

5081 O processo de ensino-aprendizagem de acadêmicos de enfermagem em uma visita domiciliar: relato de experiência.
Fabiane Diniz Machado Vilhena, Alessandra Crystine da Silva Duarte, João Lucas Moraes Souza, Stelacelly Coelho Toscano de Brito

O processo de ensino-aprendizagem de acadêmicos de enfermagem em uma visita domiciliar: relato de experiência.

Autores: Fabiane Diniz Machado Vilhena, Alessandra Crystine da Silva Duarte, João Lucas Moraes Souza, Stelacelly Coelho Toscano de Brito

Apresentação: No Brasil, o grupo etário que mais cresce, atualmente, é aquele formado por pessoas com 60 anos de idade ou mais. Desse modo, à medida que o indivíduo envelhece, aumentam as chances para o aparecimento de agravos à saúde, especialmente em relação ao desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Em vista disso, nos últimos anos vem ocorrendo modificações nas estratégias de cuidado, visando à adesão ao tratamento e controle dessas doenças. Dentre essas transformações, existe a mudança do Programa Saúde da Família (PSF) para Estratégia Saúde da Família (ESF), que se orienta pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilidade, da humanização, da equidade e da participação social.  A equipe de profissionais é multidimensional, visto que é composta por médico, enfermeiro, auxiliar ou técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Nessa perspectiva, a atuação da enfermagem consiste em uma análise do histórico de saúde do usuário, exame físico, diagnósticos, prescrições, implementação da assistência e evolução de enfermagem. E possui o objetivo de contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dos indivíduos inseridos nessa realidade. Para efetivação da atenção integral e do cuidado longitudinal, a ESF deve possuir vínculo com a população dos territórios de saúde, adotar políticas públicas, exercer ações assistenciais e realizar visita domiciliar. Nesse sentido, as ações domiciliares são essenciais aos idosos, visto que são mais suscetíveis a desenvolver doenças crônicas e devido muitas vezes existir a dificuldade de locomoção, a ida da equipe interdisciplinar à residência desse público alvo permite a identificação de problemas, contribui no enfrentamento destes, além de atuar na resolução. Objetivo: Relatar a experiência de uma consulta de enfermagem ao idoso em um cenário domiciliar. Descrição da experiência: A visita domiciliar, objeto do nosso relato, ocorreu durante as aulas práticas da atividade curricular Atenção Integral a Saúde do Adulto e do Idoso, como um componente avaliativo do terceiro período do curso, dentro da cidade Belém, no Pará. Acompanhados de uma ACS, fomos levados a diferentes casas de alguns usuários ligados à uma dada região adscrita de uma ESF do município, tanto para colhermos informações, quanto para realizarmos consultas e suas respectivas condutas. O alvo principal de nossa consulta foi um casal de idosos, ambos portadores de Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica. Com o auxílio da docente responsável pela atividade, sua monitora e um roteiro de consultas previamente preparado, realizamos a assistência domiciliar que englobou a aferição de sinais vitais, anamnese, verificação de medidas antropométricas, exame físico em localizações específicas (tórax, abdômen, membros superiores e inferiores) e algumas condutas, como orientações. Nossa assistência teve como base a teoria das Necessidades Humanas Básicas, aliada ao Processo de Enfermagem, ambos propostos por Wanda Horta. Os diagnósticos foram selecionados de acordo com a taxonomia NANDA International 2015 - 2017. Resultados: No decorrer da assistência prestada ao casal de idosos, os acadêmicos detectaram a maior diferença quando se fala das fontes dos problemas. O marido tinha a maior parte de sua insatisfação relacionada às suas condições de saúde, algo mais relacionado ao biológico, enquanto que sua esposa relatou sofrer mais por conta da ausência dos filhos, o que prejudica exponencialmente suas saúdes física e mental. Sendo que os dois têm problemas relacionados com doenças crônicas a exemplo da diabetes mellitus, conferindo a estes maiores cuidados a saúde, logo tendo o direcionamento do cuidado na determinada situação apresentada. Um dos problemas observado pelos acadêmicos foi em relação à administração dos medicamentos. A esposa guardava todos os medicamentos em uma única sacola, e em diferentes momentos do dia pegava qualquer uma das caixas e tomava um comprimido, tornando assim a sua sequência de medicamentos aleatória. Como forma de solucionar seu problema, pedimos todas as receitas médicas que ela possuía e a partir das instruções nelas contidas, no qual foi proposto a partir de uma caixa já identificada pela unidade de saúde da organização dos medicamentos em tipos, horários e quantidades para evitar o risco de envenenamento. Além disso, a idosa apresentava a integridade da pele prejudicada relacionada com extremos de idade evidenciada por relato de nutrição inadequada, por esse motivo foi questionada quanto os machucados na parte dos membros superiores, e devido sua pele apresentar-se ressecada indagou-se a ingestão hídrica e o autocuidado. É de clara evidência que os calçados ofereciam risco de queda devido sua inadequação e desconforto. Dessa forma, foi orientado o aumento da ingestão hídrica e o cuidado nutricional, assim como a mudança para calçados que ofereçam maior segurança e conforto. O idoso encontrava-se no leito e estava com hipertermia, em vista disso, foi orientado a utilizar o remédio para febre que comumente usa, mas que ficasse também atento aos sinais, e que se a temperatura não diminuísse, ele deveria ir à unidade de atendimento de emergência com o auxílio do neto. Desse modo, devido a sua indisponibilidade decorrente do seu quadro de saúde, evidenciado por dispneia e mobilidade física prejudicada, a consulta foi direcionada para a identificação dos principais agravos a sua saúde, por conta disso, nos limitamos a aferir seus sinais vitais, realizar a ausculta cardiopulmonar e fazer questionamentos pontuais que envolviam sua percepção acerca do seu estado de saúde. Nesse sentido, pode-se considerar que a visita domiciliar é uma das ferramentas da assistência que mais contribui para a análise das reais necessidades do usuário, visto que o lar é onde a intimidade da pessoa é revelada, e em decorrência disso, é o local em que o instrumento básico da observação deve se manter aguçado para todos os possíveis problemas ali presentes. Partindo desse princípio, nossas primeiras considerações quanto aos espaços são relacionadas à estrutura do local, que continha um risco de quedas presente em todos os cômodos que tivemos acesso, assim como, ausência de iluminação e ventilação. Observamos também condições precárias de higiene que evidenciaram o déficit no autocuidado, prejudicando assim as recuperações dos usuários e contribuindo para o surgimento de agravos e outras patologias. Além disso, a visita domiciliar nos proporcionou um olhar diferente para o usuário, um olhar mais atento, vigilante, investigador. De modo que, ao sermos inseridos na realidade daquelas pessoas, foi possível notar que alguns questionamentos passam despercebidos dentro de um consultório. Diversos problemas são negligenciados, algumas vezes nem são lembrados. Considerações finais: Diante do que vivenciamos foi possível identificar a importância da consulta de enfermagem no cenário da visita domiciliar, no sentido de atender as necessidades dos usuários, que possuem dificuldade para se deslocarem à ESF, por exemplo. Como também, foi possível analisar a importância da ambiência como fator contribuinte para os agravos a saúde, os quais poderiam ser mascados em um atendimento realizado no consultório de enfermagem. Dessa forma, a experiência possibilitou aos acadêmicos envolvidos o desenvolvimento de habilidades que são fundamentais para a realização de uma consulta de enfermagem satisfatória, que contemple as necessidades do usuário. Visto que, adentrando na residência do casal de idosos, foi possível identificar problemas que não envolviam apenas o anatomofisiologico, mas também, o emocional. Além da avaliação das condições do ambiente, ultrapassando os limites da consulta de rotina e o aprendizado adquirido na sala de aula. Desse modo, podemos dizer que estar fora do consultório exige facilidade para adaptação e sensibilidade para o atendimento holístico.

5152 ATUAÇÃO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS NO PET-SAÚDE GRADUASUS: FORTALECIMENTO DA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE COM FOCO NA ATENÇÃO BÁSICA
Israel Soares Deagostini, Pedro Henrique Oliveira Lima, André Inácio Nunes Ramos, Riane Souto Medeiros, Eulilian Dias de Freitas, Alexandra Paiva Araújo Vieira, Lélia Cápua Nunes

ATUAÇÃO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS NO PET-SAÚDE GRADUASUS: FORTALECIMENTO DA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE COM FOCO NA ATENÇÃO BÁSICA

Autores: Israel Soares Deagostini, Pedro Henrique Oliveira Lima, André Inácio Nunes Ramos, Riane Souto Medeiros, Eulilian Dias de Freitas, Alexandra Paiva Araújo Vieira, Lélia Cápua Nunes

Apresentação A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) impulsionou a expansão da capacidade educativa no Sistema Único de Saúde, passando a constituir a rede pública de saúde um espaço de ensino-aprendizagem na prática do trabalho. Além disso, com a criação do SUS, a necessidade de aproximar a realidade do serviço de saúde da formação dos profissionais tornou-se imprescindível. Para fortalecer processos de mudança nesse sentido, foi instituído o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde). O PET-Saúde/GraduaSUS tem como objetivos: desenvolvimento das mudanças curriculares com foco na formação de profissionais preparados para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS); integração entre ensino-serviço-comunidade; e promoção da interprofissionalidade e vivência nos cenários de práticas do território. O PET-Saúde/GraduaSUS de Governador Valadares foi implantado a partir da parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares (SMS-GV) e a Universidade Federal de Juiz de Fora-campus avançado Governador Valadares (UFJF-GV) e preconiza a inserção de grupos tutoriais nos cenários de prática como eixo transversal e a realização de atividades de fortalecimento da formação e trabalho em saúde como eixo horizontal. O objetivo desse relato foi narrar a experiência do grupo da Medicina no primeiro ano de atuação no PET-Saúde GraduaSUS no cenário da atenção básica de Governador Valadares-MG. Desenvolvimento A atenção básica foi o foco das ações no primeiro ano do PET-Saúde/GraduaSUS, cenário no qual os discentes foram estimulados a produzir pensamento crítico, científico e social baseados na vivência e participação ativa em uma comunidade local.  O presente relato foi desenvolvido a partir da atuação de uma equipe tutorial do curso de Medicina da UFJF-GV, na Estratégia de Saúde da Família (ESF) Vila Parque Ibituruna, na cidade de Governador Valadares – Minas Gerais. A equipe PET-Saúde atuante na ESF Vila Parque Ibituruna acompanhou a rotina da ESF e as visitas domiciliares e promoveu diferentes momentos de interação com escuta qualificada dos diversos profissionais e usuários da unidade de saúde da família para identificação do principal problema local enfrentado. Foi utilizado nessa identificação o Planejamento Estratégico Situacional (PES), uma importante ferramenta para a gestão do SUS, assim como para a gestão de saúde local. Dentre vários pontos críticos apontados, o ponto priorizado foi o déficit no conhecimento da população sobre o processo de trabalho da ESF e o funcionamento do SUS. Para descrevê-lo foi utilizada a metodologia Espinha de Peixe, na qual é visualizado o problema, com destaque para as possíveis causas, consequências e o que se deseja alcançar. Como causa geral dos problemas foi destacada a ineficiência dos processos educativos e, como consequência geral deles, a baixa resolutividade dos problemas de saúde da população adscrita, gerando uma visão negativa do SUS. De modo geral, foi possível perceber que o nível de conhecimento da população sobre os serviços ofertados pelo SUS na atenção básica e os mecanismos de participação social ainda é limitado, devendo-se isso a diversos fatores. Apesar do trabalho já realizado pelas equipes de saúde, percebe-se a necessidade de melhorias na divulgação e compartilhamento de informações. O passo seguinte foi a proposição e aplicação de atividades de intervenção visando à compreensão da comunidade quanto ao processo de trabalho da ESF e ao funcionamento do SUS e ao empoderamento dos usuários. A partir disso, foi confeccionada uma cartilha e um banner informativos sobre o Sistema Único de Saúde abordando o que é o SUS, como ele funciona, o que é atenção básica, quais serviços há na ESF Vila Parque Ibituruna e quando procurar outros serviços de saúde. Foi elaborada, ainda, uma cartilha e um banner a respeito do Conselho Local de Saúde (CLS) esclarecendo o que é esse conselho, qual é a sua função e como ele a desempenha, quem faz parte dele e porquê ter um CLS. Além disso, ocorreu a construção de ideias para realização de rodas de conversa. Logo após, foram realizadas rodas de conversa com os profissionais que atuam na ESF Vila Parque Ibituruna e apresentado de forma mais aprofundada o programa PET-Saúde aos profissionais da unidade, o ponto crítico principal identificado no local e o plano de intervenção, além da exposição da necessidade de integração com a equipe da ESF (eESF) para a concretização das atividades. As cartilhas elaboradas serviram como um instrumento informativo acerca do SUS, atenção básica e CLS. A distribuição foi realizada por meio de integrantes da eESF, Núcleo de Apoio a Saúde da Família e equipe do PET-Saúde. Os banners foram anexados na Unidade de saúde a fim de que a população pudesse ter acesso a tais informações. A utilização desses instrumentos é de grande relevância pedagógica e importante ferramenta na prática de educação. Outro passo foi a convocação de lideranças religiosas da área de abrangência da ESF Vila Parque Ibituruna para a realização de rodas de conversa nas igrejas. A ocorrência desses eventos em igrejas foi justificada por esses locais serem os lugares de mais fácil acesso a um maior conglomerado de usuários da ESF, uma vez que na área de abrangência não há escolas nem praças públicas que poderiam também representar um local de acesso à comunidade. As rodas de conversa nas igrejas foram divididas em duas partes. A primeira abordou os seguintes temas: o que é o SUS, como ele funciona, o que é Unidade Básica de Saúde (UBS), qual o objetivo do SUS, as dificuldades presentes no sistema e o direito à saúde. A segunda parte abordou questões relacionadas ao Conselho Local de Saúde, o que é, quem faz parte, qual a sua função e como ela é realizada e eleição do novo CLS. Resultados A partir da realização do projeto de intervenção foi possível que a equipe refletisse mais sobre a sua prática e o impacto dela na comunidade local. As pessoas atendidas pela ESF estiveram presentes nas atividades, tiveram maior acesso à informação e mobilizaram-se para a criação do CLS. Entre os desafios encontrados para a realização das atividades estava a sobrecarga de atividades realizadas pelos trabalhadores de saúde, o que poderia dificultar a adesão do projeto proposto. Além disso, pode-se notar a dificuldade de se abranger uma grande parte da população na realização da divulgação das informações junto à comunidade. Foi notado, também, a grande relevância e o papel central do Agente Comunitário de Saúde, uma vez que ele é o principal personagem no estreitamento dos laços da população adscrita com o serviço. Foi observada a necessidade de maior aproximação entre a equipe de saúde e a comunidade, com o compartilhamento de saberes e empoderamento, incentivando a participação ativa da população no desenvolvimento de estratégias de melhorias. Considerações finais A atividade integrada entre a academia e o trabalho no SUS mostrou-se fundamental por apresentar resultados positivos, de melhorias para a população pela intervenção que foi realizada no problema que a afetava e para os estudantes que fizeram parte desse projeto e tiveram uma experiência ímpar de vivência e conhecimento prático na atenção básica, fortalecendo a integração ensino-serviço-comunidade. Esses resultados podem ser expandidos com a ampliação desse processo de integração, proporcionando uma aproximação maior entre a academia e o serviço de saúde, tornando-se um fluxo contínuo de conhecimento para ambos os lados, propiciando o desenvolvimento de melhorias para a população e para o sistema de saúde local. 

5431 O Estágio Supervisionado em Serviço Social na Hemoterapia: Relato de experiência do estágio no Banco de Sangue Dr. Amilcar Monte Rey em Parintins-AM.
Wallace Batista

O Estágio Supervisionado em Serviço Social na Hemoterapia: Relato de experiência do estágio no Banco de Sangue Dr. Amilcar Monte Rey em Parintins-AM.

Autores: Wallace Batista

Este trabalho é fruto de vivências em um Banco de Sangue durante a realização de estágio supervisionado na área de Serviço Social, uma fase importante da formação acadêmica onde o estudante conhece de perto a atuação profissional, com fins de articular teoria e prática. Este relato tem por objetivo trazer a discussão sobre as possibilidades e desafios do estagio supervisionado em serviços de captação de doadores de sangue. Para o trabalho de captação são planejadas atividades de ações fora da instituição, dentre elas as campanhas de doação de sangue em escolas e durante períodos festivos da cidade, a captação hospitalar e difusão das informações a cerca da doação nas mídias convencionais e digitais. Sua realização parte da ação do assistente social, junto a outros profissionais de saúde, a fim de construir um trabalho de esclarecimento para desmistificar conceitos errôneos sobre doação de sangue e conseguir cadastrar doadores e realizar coletas de sangue. Durante o estágio foi realizado elaboração de projetos para definir ações, tempo, materiais e o recursos necessários para a realização das campanhas, bem como avaliação e monitoramento após a execução destes projetos. Ao término do estágio, foi possível aprender que as campanhas surgem da necessidade de se divulgar os serviços da Instituição para a sociedade, com a intenção de fomentar uma cultura de doação de sangue. Foi presenciado que muitas pessoas apresentam resistência em ser doadores, pois doação de sangue ainda é um tabu, seu trajeto histórico foi marcado por transmissão de doenças e de morte desde os primeiros testes de transfusão, mesmo com todo o aparato tecnológico e cientifico que temos hoje, muitos mitos ainda se apresentam forte na sociedade. Neste contexto, trabalhar com a captação de doadores requer do profissional um olhar voltado para a desconstrução de mitos, medos, preconceitos e estereótipos que rondam a doação de sangue, mas, além disso, saber informar aos doadores em potencial de uma forma que possa haver fácil compreensão sobre os fluxos e importância da doação de sangue. O discurso mais usado em campanhas é sobre a solidariedade, a valorização da vida humana, mas é preciso trabalhar para além destes valores, tais como o compromisso de cidadão sendo uma responsabilidade social, nas campanhas é preciso ser apresentado que a necessidade da doação é um compromisso de todos. A vivência do estágio trouxe um leque aberto com possibilidades de conhecer de perto e na prática a atuação do assistente social nos serviços de hemoterapia, proporcionou aproximação com os serviços de captação de doadores de sangue podendo conhecer que este é um trabalho para uma segurança dentro dos serviços de saúde, pois aqueles que precisam de sangue nos leitos de hospitais não tem outra opção, é um produto que somente o ser humano pode produzir e doar. Destarte, conhecer este campo abre caminhos para maturação profissional, visando à adequada prestação dos serviços e saúde e da  qualidade da formação profissional.

2257 INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO NA FORMAÇÃO DE TÉCNICOS EM ANÁLISES CLÍNICAS REALIZADA PELA ESCOLA TÉCNICA DO SUS/RN: UM ESTUDO SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR A PARTIR DA VISÃO DOS SUJEITOS INSTITUCIONAIS ENVOLVIDOS.
FLÁVIA ANDRÉA BELARMINO DE MEDEIROS, MARISE NOGUEIRA RAMOS, BÁRBARA CÁSSIA DE SANTANA FARIAS SANTOS

INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO NA FORMAÇÃO DE TÉCNICOS EM ANÁLISES CLÍNICAS REALIZADA PELA ESCOLA TÉCNICA DO SUS/RN: UM ESTUDO SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR A PARTIR DA VISÃO DOS SUJEITOS INSTITUCIONAIS ENVOLVIDOS.

Autores: FLÁVIA ANDRÉA BELARMINO DE MEDEIROS, MARISE NOGUEIRA RAMOS, BÁRBARA CÁSSIA DE SANTANA FARIAS SANTOS

Este trabalho foi objeto de pesquisa do Mestrado Profissional em Educação Profissional em Saúde, realizado na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio- FIOCRUZ/RJ e teve como tema: ­I­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­ntegração ensino-serviço na formação de técnicos em análises clínicas realizada pela escola técnica do SUS/RN: um estudo sobre o estágio curricular a partir da visão dos sujeitos institucionais envolvidos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada em campos de estágio do Curso Técnico em Análises Clínicas da Escola Técnica do SUS do Rio Grande do Norte. Tem como objetivo compreender quais as possibilidades e os limites de o estágio curricular se constituir como estratégia para articulação escola, serviço e gestão de saúde na perspectiva da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. A fonte de coleta de dados foram as entrevistas com os sujeitos dos três segmentos: ensino, serviços e instâncias gestoras. Os dados obtidos foram submetidos à análise de Bardin utilizando um software. Os resultados mostraram que o estágio é visto como espaço de troca de conhecimento e sua organização se deu pela escola e pelos serviços. Os elementos dificultadores foram: falta de liberação dos alunos, resistência de preceptores, estrutura precária, falta de materiais e recursos humanos, distanciamento da Comissão Permanente de Integração Ensino-Serviço, bem como as pactuações fragilizadas na Comissão Intergestora Regional. Como facilitadores: o aluno trabalhador, abertura dos campos de estágio e a disponibilidade dos preceptores. Percebe-se, a necessidade de avançar na Política Estadual de Educação Permanente em Saúde, a fim de construir o Plano Estadual para subsidiar as atividades de Educação Permanente, e que as articulações fragilizadas podem comprometer as estratégias orientadas pela Portaria de nº 1996/07 quanto ao fortalecimento da formação dos profissionais em saúde. A Política Estadual, que se apresentaria como norteadora para este processo, ainda encontra-se em discussão quanto à construção do seu Plano, mostrando-se um caminho necessário a percorrer.

1070 TERRITORIALIZAÇÃO EM ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF): EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO SOB A ÓTICA DO TRABALHO
Roqueline Bárbara de Jesus Damasceno, Ítalo Ricardo dos Santos Aleluia, Lucas Toriyama Ribeiro, Andrey Santos de Jesus, Ângelo Passos Aragão, AMANDA ARAÚJO DE ANDRADE, BIANCA DOS ANJOS SAMPAIO E SILVA

TERRITORIALIZAÇÃO EM ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF): EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO SOB A ÓTICA DO TRABALHO

Autores: Roqueline Bárbara de Jesus Damasceno, Ítalo Ricardo dos Santos Aleluia, Lucas Toriyama Ribeiro, Andrey Santos de Jesus, Ângelo Passos Aragão, AMANDA ARAÚJO DE ANDRADE, BIANCA DOS ANJOS SAMPAIO E SILVA

Modalidade: Resumo simples Tipo: Relato de experiência Tema: Trabalho APRESENTAÇÃO O fracasso do modelo de formação flexneriano tem justificado estratégias formativas em saúde centradas na Atenção Primária à Saúde (APS). A curricularização de atividades de cooperação entre cursos de graduação e unidades de APS é fundamental na formação de futuros profissionais e qualificação do processo de trabalho nos serviços saúde. Esse produto relata experiência de territorialização em área de abrangência da ESF no município de Barreiras-Ba, desenvolvida em cooperação com a disciplina “Práticas em Saúde Coletiva I: a comunidade”, do curso de Medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA A presente experiência integra o conteúdo programático das atividades práticas da disciplina, onde se propõe que alunos do primeiro semestre do curso realizem a territorialização de áreas adscritas à ESF. A experiência foi dividida em três momentos: (A) imersão teórica sobre territorialização em saúde; (B) operacionalização da territorialização em parceria com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para atualização cadastral dos usuários, mapeamento da distribuição de agravos, pontos de vulnerabilidade e equipamentos sociais do território. Nesse momento, a turma foi dividida em grupos proporcionais ao número de ACS, responsáveis pela territorialização de microáreas distintas; (C) sistematização dos dados com a construção de um mapa territorial dinâmico e suas áreas devidamente sinalizadas por ruas e microáreas, com dados referentes à frequência e distribuição dos problemas de saúde, bem como seus equipamentos sociais. IMPACTOS Ao familiarizar os estudantes de medicina, enquanto agentes futuros, com a realidade e dinâmica da APS, ressalta-se a importância dessa experiência na construção de competências sobre leitura de territórios comunitários, uma vez que o mesmo passa por diversas modificações, sejam elas no seu aspecto físico, cultural e populacional, interferindo diretamente no processo-saúde doença, dada interação sujeito-espaço. Além disso, frisa-se o impacto da atividade para fortalecimento do processo de trabalho da equipe de APS, já que através da referida integração foi possível conhecer os riscos sanitários e sociais que acometem a população do território adscrito, subsidiando um desenho do perfil epidemiológico e a elaboração ou reorientação das práticas de gestão e atenção da equipe. CONSIDERAÇÕES FINAIS A experiência permitiu não somente uma vivência de formação em saúde, mas a construção de uma ferramenta de trabalho para o serviço de APS, subsidiando futuras propostas de intervenção na área de abrangência que, consequentemente, podem ser mais efetivas, uma vez que essa construção conjunta viabilizou o reconhecimento da dinâmica do território e o fortalecimento do trabalho em equipe/interdisciplinar. Vale ressaltar, a importância do papel dos ACS nesse processo, uma vez que são fortes conhecedores do território e foram grandes parceiros na operacionalização deste trabalho. Conhecer o território permite desconstruir uma ideologia que foca a leitura patológica exclusiva e negligencia as dimensões culturais do sujeito e a sua interação no espaço social, permitindo, assim, apontar a necessidade, inclusive de ações promotoras de saúde.

2799 Territorialização e integração ensino-serviço em Unidade Básica de Saúde de Porto Seguro/BA
Giovana Bernardes, Lina Rodrigues de Faria

Territorialização e integração ensino-serviço em Unidade Básica de Saúde de Porto Seguro/BA

Autores: Giovana Bernardes, Lina Rodrigues de Faria

• Apresentação O território apresenta uma delimitação espacial e um perfil histórico, demográfico, epidemiológico, tecnológico, político, social e cultural que o caracteriza como um espaço dinâmico e em permanente construção (Miranda apud Santos e Rigotto, 2010). Para Monken e Barcellos (2005) apud Santos e Rigotto (2010), a territorialização representa importante instrumento de organização dos processos de trabalho e das práticas de saúde, posto que as ações de saúde são implementadas sobre uma base territorial detentora de uma delimitação espacial previamente determinada. A compreensão do território mostra-se, então, primordial para a descrição e análise das populações humanas e de seus problemas de saúde, além dos econômicos e socioculturais. Permite, também, a avaliação dos impactos dos serviços sobre os níveis de saúde da população, o que possibilita práticas de saúde voltadas para a realidade da comunidade. A análise e diagnóstico da situação de saúde são fundamentais para se conhecer a Estratégia de Saúde da Família (ESF), a área de abrangência, o perfil econômico, demográfico e epidemiológico, os modos de viver e adoecer da população nos territórios, os recursos existentes, os equipamentos de saúde e a rede de apoio social e comunitária. Este trabalho baseia-se em experiências de integração ensino-serviço incentivadas pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) nos componentes curriculares de Práticas Integradas em Saúde, em parceria com a Rede de Atenção à Saúde do município de Porto Seguro, no extremo sul baiano. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desempenham papel fundamental na realização deste trabalho, visto que são o “elo” entre comunidade e Unidade de Saúde da Família (USF), além de responsáveis pela descrição da real situação de saúde da sua comunidade - seus condicionantes, demandas e carências. O exercício de visita a campo foi relevante aos discentes, pois serviu de embasamento e complementação para a formação profissional em saúde. Foi possível vivenciar o funcionamento de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), bem como o cotidiano da comunidade residente no território, seus problemas de saúde e suas demandas. Neste sentido, o presente estudo objetiva apresentar as experiências vivenciadas pelos discentes da UFSB no processo de territorialização em um território específico de Porto Seguro, bem como enfatizar a importância da integração ensino-serviço na formação profissional.   • Desenvolvimento O estudo é de natureza observacional, analítica e exploratória, com cunho qualitativo. Tem como metodologia a pesquisa de campo, caracterizada por investigações através de pesquisa bibliográfica e coleta de dados com pessoas por meio de recurso de diferentes tipos de pesquisa, como pesquisa-ação e pesquisa participante. A pesquisa-ação contribui para construir um diagnóstico participativo sobre a situação de saúde de um território. Entre os meses de julho e setembro de 2017, foram coletados dados concretos como o número de profissionais da Unidade, consultas realizadas e visitas dos ACS ao território. O processo de territorialização tornou possível o entendimento da situação do território, bem como as condições de saúde, os riscos epidemiológicos e as vulnerabilidades sociais. Inicialmente realizou-se uma roda de conversa para apresentação da Equipe da ESF e o funcionamento da UBS. A Equipe conta com enfermeira, médica, farmacêutica, técnica de enfermagem, recepcionista e vigilante, além de sete ACS. Os profissionais relataram sobre o trabalho na UBS e sobre o território, assim como suas potências e problemas. Com as atividades iniciadas em 2015, a UBS oferece os seguintes serviços: acolhimento; acompanhamento da gestante e do bebê; curativo; dispensação de medicamentos básicos; dispensação de preservativos e contraceptivos; consulta de enfermagem; consulta médica; exame preventivo (colo de útero); grupo de educação em saúde; imunização; nebulização; planejamento familiar; teste de gravidez; marcação de exames e consultas especializadas; triagem neonatal e pré-natal; NASF; consulta odontológica; tratamento odontológico. O atendimento da UBS obedece o seguinte cronograma: às segundas-feiras, atendimento geral; às terças-feiras, atendimento de doentes crônicos; às quartas-feiras, atendimento de gestantes; às quintas-feiras, atendimento de crianças e adolescentes; às sextas-feiras, atendimento domiciliar. Este, inclusive, é um desafio para a unidade, uma vez que não existe transporte para fazê-lo e os profissionais o fazem ou a pé ou com carro próprio. Além disso, o território conta com áreas descobertas, o que dificulta o acompanhamento daqueles que necessitam de atendimento domiciliar. Cabe destacar que Porto Seguro é uma cidade turística com população flutuante significativa, sendo um desafio para o serviço, uma vez que dificulta o cadastramento e o monitoramento da população. A segunda e a terceira parte da territorialização dizem respeito às visitas realizadas com os ACS de cada microárea. A caracterização do território é parte importante do processo. Neste sentido, a microárea da territorialização apresenta as seguintes características: rua asfaltada, de calçadas estreitas e irregulares, o que dificulta a acessibilidade. Existem áreas de risco em função do tráfico de drogas. Ademais, observou-se esgoto a céu aberto, casas sem ventilação adequada e ruas muito estreitas.   • Resultados A integração ensino-serviço é essencial para a formação de profissionais comprometidos com os princípios do SUS. Para Kuabara et al (2014), a integração ensino-serviço é capaz de reduzir a dicotomia teoria-prática e aproximar os princípios do Sistema Único. Outrossim, ela auxilia os serviços a desenvolverem ações e capacitação dos profissionais, melhorando a qualidade do cuidado. Dentre as maiores dificuldades do serviço estão as relações assimétricas, o distanciamento entre os atores e a sobrecarga de trabalho, fazendo-se necessárias mudanças nas relações e nos métodos de ensino, com mais envolvimento dos atores e mudanças na concepção epistemológica. Os componentes de Práticas em Saúde permitem maior contato dos estudantes com toda a UBS, desde os médicos até os ACS e a comunidade que a utiliza. Dessa forma, é possível que, desde a formação, tenha-se melhor compreensão sobre o SUS, seus princípios e funcionamento em rede. Possível conhecer melhor também o território que a universidade está inserida e, consequentemente, os serviços de saúde, mercado de trabalho fundamental para os estudantes formados pela UFSB. Esta aproximação estabelece uma sensação de vínculo e pertencimento e contribui para formação de profissionais mais aptos para atuarem no território.   • Considerações finais. O trabalho em questão foi capaz de ampliar a compreensão sobre o território e de estabelecer a integração ensino-serviço, mostrando-se, então, exitoso. A metodologia utilizada possibilitou uma aproximação à realidade do território, fazendo com que esta fosse compreendida e apropriada pelos estudantes de forma gradual. A pesquisa participante permite a inserção do pesquisador num campo de investigação formado pela vida social e cultural de um outro, próximo ou distante, que, por sua vez, é convocado a participar da investigação na qualidade de informante, colaborador ou interlocutor. Viabiliza a construção do conhecimento de forma crescente, valorizando os conhecimentos prévios da população, dos profissionais de saúde e dos estudantes.   • Referências FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.   SANTOS, Alexandre Lima; RIGOTTO, Raquel Maria. Território e territorialização: incorporando as relações produção, trabalho, ambiente e saúde na atenção básica à saúde. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, p.387-406, nov. 2010.   KUABARA, Cristina Toschie de Macedo et al. Education and health services integration: an integrative review of the literature. Reme: Revista Mineira de Enfermagem, v. 18, n. 1, p.195-201, 2014. GN1 Genesis Network.  

2802 A experiência da inserção de acadêmicos do curso de medicina do interior do Amazonas no âmbito da Atenção Primária a Saúde: contribuições para a formação profissional.
Larissa Pessoa de Oliveira, Maria Clara Paulino Campos, Raphaelly Venzel, Sabrina Macely dos Santos, Rodrigo Vásquez Dan Lins, Cléber Araújo Gomes, Daiane Nascimento de Castro

A experiência da inserção de acadêmicos do curso de medicina do interior do Amazonas no âmbito da Atenção Primária a Saúde: contribuições para a formação profissional.

Autores: Larissa Pessoa de Oliveira, Maria Clara Paulino Campos, Raphaelly Venzel, Sabrina Macely dos Santos, Rodrigo Vásquez Dan Lins, Cléber Araújo Gomes, Daiane Nascimento de Castro

Apresentação: A Atenção Primária à Saúde (APS) consiste em uma estratégia de organização da atenção à saúde que reúne um conjunto de ações individuais e coletivas voltadas para atender a maioria das necessidades de saúde da população. É compreendida também como uma atenção ambulatorial não especializada que oferta um conjunto de atividades clínicas de baixa densidade tecnológica que englobam desde a promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos e doenças até o diagnóstico, tratamento, reabilitação. O profissional médico desempenha papel fundamental no contexto da APS, sendo exigido a capacidade de atuar em diferentes cenários com proximidade do sujeito e da sociedade condizente com a realidade da saúde do país e da região atuante. Neste sentido, em 2014, as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina passaram a apontar para a valorização das ações no nível primário à saúde como ação-chave no processo de formação. Para alcançar tal objetivo, faz-se necessário a inserção do aluno precocemente em atividade práticas relevantes para vida profissional utilizando diferentes cenários e possibilitando o estudante de conhecer e presenciar situações variadas. O presente relato objetiva descrever atividades realizadas pelos acadêmicos do curso no contexto da atenção básica, bem como as contribuições para o processo de formação.Desenvolvimento: As atividades da primeira turma do curso de Medicina do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas foram iniciadas em outubro de 2016, no município de Coari. A matriz curricular do referido curso possui oito disciplinas denominadas de “Família e Comunidade”, totalizando uma carga horária de 1545 horas teórico-práticas, o que corresponde a 30% da carga horária das disciplinas obrigatórias. Até o presente momento, os estudantes cursaram três semestres do curso, estando inseridos desde o primeiro período nas unidades básicas de saúde a fim de acompanhar os profissionais que compõem a Equipe de Saúde da Família e compreender o processo-saúde doença em uma perspectiva mais ampla. No primeiro ano, as atividades da disciplina foram desenhadas para contemplar tópicos de territorialização, diagnóstico da situação de saúde, identificação de determinantes/condicionantes sociais da saúde e estratégias de educação em saúde. Os estudantes inicialmente identificaram a estrutura da APS no município, descrevendo número de UBS, equipes, principais procedimentos e serviços ofertados. Posteriormente, foram divididos em grupos compostos por quatro ou cinco estudantes, supervisionados por um tutor/facilitador, o qual foi responsável por conduzir as práticas e as discussões. Na primeira visita foi feito o reconhecimento da estrutura da UBS e nas práticas subsequentes os acadêmicos acompanharam e auxiliaram os Agentes Comunitários de Saúde em suas rotinas de cadastramento e acompanhamento de famílias, atividades de educação em saúde e visitas domiciliares.  Os médicos, enfermeiros e odontólogos das equipes também foram acompanhados com o intuito de compreender e reconhecer a importância da equipe multiprofissional e interdisciplinar para a produção da saúde. As discussões sobre clínica ampliada foram suscitadas, sendo acompanhadas das práticas sobre acolhimento ao usuário que englobaram rodas de conversa e fomento a escuta qualificada, desde a recepção da unidade até o término de consulta/procedimento na UBS, ou mesmo encaminhamento para outro nível de atenção.Já no segundo ano, foi dada ênfase nas ações de promoção da saúde e de prevenção de riscos e doenças e identificação das afecções mais comuns no âmbito da atenção básica. Os acadêmicos passaram a acompanhar os profissionais médicos em sua abordagem clínica, focalizando no histórico do paciente e aspectos determinantes da doença. Foi possível também, compreender o Sistema Único de Saúde em sua totalidade, com os mecanismos de referência e contrarreferência, as principais limitações da atenção básica, sendo associados os conhecimentos teóricos de saúde coletiva com a prática de acordo com a realidade do município. Cada acadêmico de medicina realizou em média 20 dias não consecutivos, em cada período, de acompanhamento com os diversos profissionais atuantes em consultas e em visitas domiciliares.Resultados: A partir das práticas realizadas até aqui, foi possível inserir os estudantes do curso de medicina nas unidades básicas de saúde desde o início do curso, de forma não isolada e sem dissociar o aprendizado prático do teórico. Houve uma articulação dos conteúdos do ciclo básico que tem contribuído para a formação de profissionais capazes de atuar na maioria dos problemas, de forma crítica, reflexiva, humanizada, valorizando a ética e o entendimento da complexidade do processo saúde-doença. Propiciou-se ainda a compreensão e exercício dos pressupostos da clínica ampliada, pautada nos conhecimentos biológicos, sociais, econômicos e políticos, mantendo, assim, a qualidade e integralidade do atendimento. A participação dos estudantes nas atividades propostas favoreceram a identificação das demandas da comunidade e o aperfeiçoando as ações de saúde para a coletividade e com os baseados em uma visão abrangente dos determinantes sociais e da integralidade do cuidado. Outro aspecto que é importante ressaltar é que os acadêmicos deixaram a posição de espectador para assumir o papel de partícipes ativos.  A vivência em realidades variadas e com a diversidade de casos estudados promoveu o aprimoramento de habilidades técnicas e comportamentais necessárias para a resolução de problemas. Foi estimulado também um contato mais próximo com o usuário estabelecendo uma relação de confiança e, consequentemente maximizando a resolutividade do atendimento, sendo trabalhadas as habilidades no diálogo e entendimento com o paciente, a família e a equipe de saúde. No entanto, algumas questões devem ser refletidas, tais como a carência de profissionais na atenção básica e falta de recursos materiais, o que compromete as práticas e a atenção prestada ao usuário e a comunidade. Além disso, há uma alta rotatividade de profissionais, sobretudo dos profissionais médicos, afetando em especial a longitudinalidade do cuidado característica central deste nível primário.Considerações Finais: A inserção precoce dos acadêmicos de medicina na comunidade permitiu a articulação teórico-prática dos conhecimentos de saúde coletiva, compreensão da realidade e necessidades de saúde no contexto local e a compreensão ampliada do processo saúde doença. Foi possível compreender ainda que, embora trate-se de um nível de atenção que utiliza recursos de baixa densidade tecnológica, é possível fazer clínica de qualidade e promover o cuidado e melhor qualidade de vida à população.  A partir das atividades, foi possível conhecer a importância do trabalho em equipe, e das atribuições tanto dos médicos quanto de outros profissionais da saúde, bem como o funcionamento do SUS, APS, suas potencialidades e desafios. A observação e o conhecimento do espaço e dos determinantes em que os usuários estão inseridos contribui para um atendimento mais resolutivo e de qualidade em nível atenção básica, por fim ampliando as estratégias de intervenção.  Não há dúvidas que as práticas contribuíram para a construção de uma visão holística dos usuários e os caminhos possíveis para o trabalho em conjunto com a equipe multiprofissional.

1483 SAÚDE NA PRAÇA: RELATO DE EXPERIENCIA SOBRE PROMOÇÃO A SAÚDE PARA MOTOTAXISTAS EM COARI/AM.
Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Maxwell Arouca da Silva, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Hiago Leite da Silva, Patricia dos Santos Guimarães, Thainã Alencar Lima

SAÚDE NA PRAÇA: RELATO DE EXPERIENCIA SOBRE PROMOÇÃO A SAÚDE PARA MOTOTAXISTAS EM COARI/AM.

Autores: Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Maxwell Arouca da Silva, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Hiago Leite da Silva, Patricia dos Santos Guimarães, Thainã Alencar Lima

Introdução:A educação em saúde é um processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que visa à apropriação temática pela popu­lação e não à profissionalização ou à carreira na saúde, sendo um con­junto de práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado e no debate com os profissionais e os gestores a fim de alcançar uma atenção à saúde de acordo com suas necessidades. Embora não exista legislação que atribua ou obrigação de realização educação em saúde por enfermeiros, este tem sido alguns dos principais agentes, este se utiliza de métodos educativos e lúdicos para alcançar pessoas e traze-las para o cuidado a saúde, atuando principalmente em unidades básicas de saúde e nas comunidades onde estas estão presentes, não apenas esperando o paciente vir até a instituição de saúde, mas também levando o conhecimento de saúde até a população.Contudo, uma grande parcela da população brasileira não tem acesso a serviço de saúde adequado e as ações de educação em saúde, sendo que uma parcela dessa população que é composta principalmente por homens é a classe dos profissionais que utilizam a motocicleta como instrumento de trabalho, que se expõem aos mais diversos riscos sejam físicos, químicos, ergonômicos, biológicos, mecânicos, psicossociais e de acidentes, que decorrem das condições precárias inerentes ao meio ambiente ou do próprio processo operacional de suas atividades. Entretanto, muitos desses profissionais exercem suas funções de maneira ilegal, quer autonomamente ou quando vinculados a uma empresa, esta não proporciona serviços que priorizam a sua saúde.Objetivo: Apresentar o relato de experiência sobre a atuação de acadêmicos e docentes de enfermagem durante um projeto de extensão universitária, o qual possuía o objetivo de realizar orientações educativas sobre saúde e profilaxia, inseridas no contexto da saúde do trabalhador voltadas aosmototaxistas do município de Coari/ AM, enfatizando a prevenção de doenças como câncer de pele, doenças posturais, alimentação saudável e aferição dos níveis de glicemia, pressão arterial bem como as medições antropométricas.Descrição da Experiência:As ações aconteceram em uma praça pública no município de Coari/AM, onde foram montados alguns stands de atendimento aos mototaxistas, como material educativo foram confeccionados folhetos que traziam informações sobre manutenção correta da postura corporal, banners com informações referentes à prevenção da hipertensão arterial, obesidade, diabetes, câncer de pele, recebendo também orientações sobre hidratação hídrica e alimentação saudável. Ao chegarem na praça, os mesmos eram acolhidos, realizando uma simples triagem, para obterem conhecimento de suas principais queixas, caso houvesse. Após realizou-se a medição do peso, altura, aferição da pressão arterial e após a medição da glicemia sanguínea. No último posto de atendimento, o mesmo obtinha os resultados, as orientações necessárias sobre os valores obtidos nos exames, havendo muito receptividade pelos profissionais atendidos. Resultados: No decorrer da ação foram realizadas duas perguntas aos participantes da ação, a primeira delas foi: Qual a sua principal queixa?Do publico de 50 homens atendidos na ação, cerca de 40 pessoas responderam como queixa frequente a lombalgia, onde se verificou que esta sintomatologia sofrida pelos trabalhadores é atribuída à postura estática e posturas que requerem um trabalho pesado excessivo, que exigem muitos movimentos de flexão anterior do tronco ou velocidade de movimento. No trabalho dinâmico é muito frequente a adoção de movimentos de inclinação anterior e rotação do tronco. Porém, estas posições também podem ser vistas em trabalhos estáticos como na posição sentada.Apesar de 40 relatarem dores na coluna, outro ponto que chamou atenção, foi que deste total, 16 participantesse encontravam na faixa etária de 30 a 39 anos de idade, sendo que nesta faixa de idade os discos intervertebrais começam a perder a sua elasticidade e se tomam mais frequentes a lesões. É o fato de que não só os mototaxistas, mas 80% da população terá alguma dor na região lombar em algum momento da vida. As alterações posturais são frequentes e atuam como forma predisponente de incapacidades que provocam alterações na qualidade de vida.A segunda pergunta foi:O que lhe chamou atenção no projeto? Todos responderam que foi a ação direcionada para a classe, visto que na cidade não existe projeto voltado para a saúde desses trabalhadores. Esse tipo de abordagem vai muito além do caráter curativista, sob a visão de eliminação de doenças, e preconiza pelo compromisso com a promoção da saúde e a qualidade de vida dos sujeitos, além de incentivar a corresponsabilidade e participação social, na busca por construção e fortalecimento de vínculos.  Desse modo, a atividade planejada teve o intuito de proporcionar ao público-alvo, a aproximação de conteúdos pertinentes à prevenção de agravos e a promoção da saúde, tendo como pressuposto de atuação o próprio âmbito de realidade vivenciada pelos mototaxistas. Considerações Finais:O projeto conseguiu alcançar os objetivos propostos, a qual a realização das atividades pode-se atender os trabalhadores mototaxistas do município de Coari/AM., sendo um fator diferencial, principalmente para classe destes profissionais. Assim muitos foram atendidos, expuseram suas dúvidas e queixas. Com os exames realizados, puderam obter conhecimentos sobre hipertensão arterial, diabetes, câncer de pele e problemas posturais. Sendo de acessibilidade desta população alvo, pois a realização foi em uma praça publica e com a abordagem aos mototaxistas e levando-os para fazer a prática com o cuidado de sua saúde.Através do assunto exposto, o projeto universitário contribuiu coma melhoria da saúde desta população, onde uma simples ação pode-se descobrir sérios agravos á saúde do ser humano e assim um ponto de partida para a prevenção das doenças. Sugere-se aos administradores do município, a unificação das classes dos mototaxistas, a fim deaumentar as chances de legalização dessa classe trabalhista, onde com isso terão direitos que contribuirão beneficamente com o trabalho deste profissional, tornando-o valorizado, possibilitando o acesso ao direito de aposentadoria, férias, licença por questões de saúde e aprimoramento profissional. Propiciando a construção de um espaço físico como sede, mais amplo, confortável e podendo ter até uma sala para atendimentos para promoção da saúde.  

792 UBS como território de educação e multiplicação em saúde: relato de experiência sobre descarte correto de medicamentos.
Ilka Kassandra Pereira Belfort, Maria Luíza Cruz, Adriana Freitas, Patrícia de Maria Silva Figueiredo, Sally Cristina Moutinho Monteiro

UBS como território de educação e multiplicação em saúde: relato de experiência sobre descarte correto de medicamentos.

Autores: Ilka Kassandra Pereira Belfort, Maria Luíza Cruz, Adriana Freitas, Patrícia de Maria Silva Figueiredo, Sally Cristina Moutinho Monteiro

A cultura brasileira de “farmacinhas caseiras”, geralmente contêm medicamentos livres de prescrição reservados às emergências (antigripal, analgésicos, antitérmicos), mas também é comum conter “sobras” de medicamentos por interrupção ou mudança de tratamento, (como por exemplo, antibióticos) que provavelmente não serão mais utilizados, mas que ficam guardados até a próxima oportunidade de uso ou data de expiração da validade. Nesse contexto, este trabalho visa relatar a experiência vivenciada pelo Grupo da Farmácia do PET GraduaSUS da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) sobre a troca experiências e sensibilização das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) no que diz respeito do descarte e armazenamento correto de medicamentos. A atividade ocorreu na sala de espera de uma UBS, do município de São Luís/MA, no período de janeiro a fevereiro de 2017. Durante os encontros ocorreram discussões sobre armazenamento e descarte correto de medicamentos, seguido de jogo de perguntas e respostas sobre os locais adequados de guarda e descarte de medicamentos. O Grupo PET preparou recipientes para o depósito de medicamentos vencidos e/ou não utilizados, devidamente identificados, e os instalou na UBS para incentivar a prática do descarte consciente. Participaram das atividades o Grupo PET Farmácia/UFMA, Equipe de Enfermagem e 11 Agentes Comunitárias de Saúde. As ACS mostraram-se interessadas e preocupadas com a situação do descarte incorreto e, ainda, relataram que observam inúmeros domiciliados armazenando e descartando medicamentos de forma inadequada, inclusive elas mesmas. Ao final, após um bate papo descontraído, onde dúvidas foram esclarecidas, em especial sobre o armazenamento e descarte dos insumos utilizados pelos diabéticos (insulina, seringas, agulhas e lancetas) as participantes receberam um folder e foram estimuladas a serem multiplicadoras das informações recebidas, bem como convidadas a refletirem sobre esse problema mundial.

964 UTILIZAÇÃO DO JÚRI-SIMULADO COMO FERRAMENTA DE PROCESSOS EDUCACIONAIS NA SAÚDE: RELATO DE PRÁTICA NO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA (UFOB)
Roqueline Bárbara de Jesus Damasceno, Ítalo Ricardo dos Santos Aleluia, Lucas Toriyama Ribeiro, Angelo Augusto Passos Aragão, Kerollainy Madalena da Silva Duarte, Maria Eduarda Oliveira Rego, Anna Luiza Gonzaga Silva de Castro, Laryssa Monteiro Oliveira

UTILIZAÇÃO DO JÚRI-SIMULADO COMO FERRAMENTA DE PROCESSOS EDUCACIONAIS NA SAÚDE: RELATO DE PRÁTICA NO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA (UFOB)

Autores: Roqueline Bárbara de Jesus Damasceno, Ítalo Ricardo dos Santos Aleluia, Lucas Toriyama Ribeiro, Angelo Augusto Passos Aragão, Kerollainy Madalena da Silva Duarte, Maria Eduarda Oliveira Rego, Anna Luiza Gonzaga Silva de Castro, Laryssa Monteiro Oliveira

APRESENTAÇÃO A formação médica para o SUS requer a construção de habilidades e competências que extrapolem o domínio técnico-científico e a aprendizagem mecânica. É preciso processos educacionais dinâmicos, com propósitos destinados à construção do conhecimento voltado para análise ampliada e resolução de problemas. O Júri Simulado destaca-se como uma estratégia pedagógica lúdica, que objetiva exercitar a reflexão e o julgamento crítico, além de canalizar a defesa de concepções e exposição de diferentes perspectivas sobre um determinado tema. Esse trabalho relata a experiência da utilização do júri Simulado como ferramenta educacional na disciplina “Gestão do Trabalho em Saúde” do curso de Medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA A experiência utilizou o Júri Simulado como ferramenta para problematizar a aprendizagem relativa aos impactos da reforma trabalhista e da terceirização irrestrita sobre o trabalho em saúde, especialmente no SUS. Essa atividade foi realizada com os alunos do segundo semestre do curso de Medicina da UFOB em etapas antes e durante o júri. Na primeira foram definidos papéis de cada ator na atividade - réu, juiz, promotor, testemunhas, advogados e jurados; todos realizaram pesquisas sobre as principais mudanças da reforma trabalhista/terceirização irrestrita e seus impactos sobre o trabalho em saúde e no SUS, além da disponibilização de situação-problema que subsidiaria o júri para leitura prévia dos alunos e construção de argumentos considerando sua posição de ator na situação e a pesquisa realizada. Na etapa de classe houve instalação do Júri Simulado propriamente dito, onde se organizou o ambiente em forma de um tribunal e cada ator deveria incorporar seu discurso, expressando argumentos e concepções, a partir do seu local de fala, informações pesquisadas e elementos da situação-problema. Ao longo de toda atividade o tempo de fala de cada ator era controlado, de modo que o debate era aquecido mediante expressão de opiniões, contra-argumentos, ponderações, conciliações, divergências, etc. IMPACTOS O desfecho do Júri Simulado foi surpreendente, dada sua riqueza mediante as múltiplas discordâncias entre os atores e a possibilidade de (re) construir concepções sobre um tema polêmico, de forma coletiva. A partir dessa ferramenta educacional foi possível trabalhar diferentes correntes prós e contra a reforma trabalhista/terceirização irrestrita e, sobretudo, seus impactos e ameaças ao trabalhador da saúde e do SUS. De forma criativa e dinâmica, proporcionou-se aos discentes momentos de reflexão crítica e dialogada sobre o tema, ao mesmo tempo em que favoreceu também a capacidade de argumentação dos participantes. Pôde-se perceber ainda, que a estratégia foi um importante disparador de formação para o SUS, uma vez que subsidiou a construção de competências relativas à capacidade de escuta, de tomada de decisão e de trabalho em equipe.   CONSIDERAÇÕES FINAIS O Júri Simulado mostrou-se como uma potente estratégia pedagógica de formação em saúde. A experiência favoreceu debates e pensamentos críticos sobre movimentos políticos-jurídicos-institucionais de desmontes contra o SUS, com participação ativa dos discentes. Isso foi fundamental para elucidar como aspectos da macropolítica influenciam diretamente a organização do Estado e, consequentemente, a gestão e organização social do trabalho em saúde.