129: O cuidado com a prevenção: humanizando a saúde
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FEFF Sala 02 - Banzeiro    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
613 Cuidados paliativos: percepção da equipe de enfermagem na clínica oncológica pediátrica.
Raissa Mayara Pereira, Lília Maria Nobre Mendonça De Aguiar, Jocireudo de Jesus Carneiro de Aguiar

Cuidados paliativos: percepção da equipe de enfermagem na clínica oncológica pediátrica.

Autores: Raissa Mayara Pereira, Lília Maria Nobre Mendonça De Aguiar, Jocireudo de Jesus Carneiro de Aguiar

A assistência de enfermagem paliativa consiste na atribuição da equipe técnica de enfermagem prestada ao paciente pediátrico oncológico fora de possibilidade terapêutica na oncologia pediátrica, ou seja, cuidado paliativo consiste na assistência prestada ao paciente que não responde mais a tratamento curativo em câncer. Hoje, existe a hospitalização do morrer, em que o indivíduo acaba vivendo seus últimos momentos de vida no hospital, sendo assistido por uma equipe de saúde (SANTANA, et al.; 2009). Ainda que os cuidados paliativos seja um tratamento recente, a equipe de enfermagem, em sua competência, lida nessa fase terminal em oncologia pediátrica, logo, qual a concepção da equipe de enfermagem mediante a utilização dessa definição clínica? Esse artigo visa fazer um levantamento de teor bibliográfico a cerca da percepção da equipe de enfermagem diante da assistência oncológica pediátrica em artigos localizados na base de dados da Scientific Eletronic Library Online (SciElo), a partir de 2000 a 2017 . A categoria escolhida justifica-se pelo grau de proximidade da abordagem em cuidados paliativos. Esse fato transfere os profissionais de saúde, mais diretamente à equipe de enfermagem, a responsabilidade de realizar os cuidados referentes ao paciente, o que fortalece o vínculo deste com a equipe e gera uma explosão de sentimentos entre os profissionais de enfermagem, no momento em que a criança encontra sua finitude. Esse estudo permitiu compreender os dilemas em que a equipe de enfermagem encontra ao lidar com as circunstâncias da morte, coloca-se frente a frente com a necessidade de genuína valorização da vida que ainda é pulsante naquele ser objeto de seu cuidado. Sua responsabilidade não é mensurável diante da magnitude da dignificação da vida. Este sentimento de preservação da existência, por outro lado, acarreta um estado compassivo de atenção plena às abordagens de cuidados singulares para a criança.

635 PERCEPÇÕES ACERCA DA EVOLUÇÃO FÍSICA EM PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE CONTROLE AO TABAGISMO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Katylla Gleyce de Oliveira Queiroz, Ana Carolina Barjud Marques Máximo, Ana Paula Albuquerque Vieira de Lucena, Cristiane Sales Leitão, Maiara Gomes Rocha, Mirena Maria de Noronha Viana, Nayara Cristina de Freitas Cavalcante, Vaniele Maciel Silva

PERCEPÇÕES ACERCA DA EVOLUÇÃO FÍSICA EM PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE CONTROLE AO TABAGISMO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Katylla Gleyce de Oliveira Queiroz, Ana Carolina Barjud Marques Máximo, Ana Paula Albuquerque Vieira de Lucena, Cristiane Sales Leitão, Maiara Gomes Rocha, Mirena Maria de Noronha Viana, Nayara Cristina de Freitas Cavalcante, Vaniele Maciel Silva

APRESENTAÇÃO: O tabagismo é responsável por cerca de seis milhões de mortes anuais decorrentes do uso do tabaco. Assim, surge em 1980 o Programa Nacional de Controle ao Tabagismo (PNCT) que tem como intuito primordial reduzir à prevalência de fumantes e consequente a morbimortalidade relacionadas ao consumo de derivados do tabaco no Brasil. DESENVOLVIMENTO: Assim, buscamos através desse estudo avaliar as condições físicas dos usuários do tabaco em um grupo de controle ao tabagismo, tendo como objetivo identificar as principais mudanças corporais no estilo de vida dos participantes. Trata-se de um relato de experiência vivenciado por profissionais de saúde residentes da Escola de Saúde Pública do Ceará no município de Quixeramobim- CE. Inicialmente realizamos uma busca ativa no território, onde cadastramos 15 usuários. No decorrer dos encontros houveram algumas desistências, como também novas adesões. Assim, atualmente, o grupo que foi nomeado como “EU POSSO PARAR”, é formado por 10 participantes. As atividades são realizadas por uma equipe multiprofissional residentes, quinzenalmente, tendo como temas principais: a importância do querer para de fumar, atividade física como ferramenta poderosa para manter a abstinência e prevenir recaída no cigarro, deixe de precisar do cigarro, elimine a culpa, vença os medos e tabagismo e os aspectos nutricionais. Realizamos também atividades de alongamento, técnicas respiratórias, avaliação antropométricas e verificação de pressão arterial.  RESULTADOS: No início do grupo foi realizado uma avaliação antropométrica, onde foram coletados dados de peso e altura que serviram de pressuposto para o calculo do índice de massa corporal (IMC). Além disso, foram coletados circunferência corporais do braço, abdome, cintura, quadril e nos idosos o acréscimo da medida da circunferência da panturrilha. Para verificação da saúde cardiovascular também verificou-se a pressão arterial. Dos resultados obtidos destacou-se a perda significativa de peso em um dos membros do grupo que perdeu 4kg em um período de dois meses. Em contrapartida foi possível verificar que alguns participantes mostraram ganho de peso corporal de igual relevância. É importante mencionar que um dos integrantes do grupo cessou completamente o uso do tabaco, apresentando uma mudança notória no ganho de peso, devido à melhora do apetite em decorrência do aumento da sensibilidade gustativa e pela troca do cigarro por alimentos com alto valor energético. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dessa forma, através das atividades foi possível uma aproximação com os participantes, tendo como base a formação de um vínculo que tornou possível observar mudanças físicas e comportamentais nos componentes do grupo.

887 PRÁTICAS E DESAFIOS DO PROCESSO CUIDATIVO EM DIABETES MELLITUS TIPO 2: REVISÃO INTEGRATIVA
Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Isabella Maria da Costa Buchalle, Tatiane Lima da Silva, Érika Marcilla Sousa de Couto

PRÁTICAS E DESAFIOS DO PROCESSO CUIDATIVO EM DIABETES MELLITUS TIPO 2: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Isabella Maria da Costa Buchalle, Tatiane Lima da Silva, Érika Marcilla Sousa de Couto

Apresentação: O aumento na proporção de doenças cardiovasculares na população brasileira tem se associado a presença do diabetes mellitus (DM) tipo 2, principalmente quando se trata de dislipidemias e hipertensão arterial. Este fato é muito significativo, pois, até alguns anos atrás, a desnutrição foi um dos maiores problemas. Assim, os cuidados continuados no domicílio constituem uma resposta organizada à necessidade de tratar, cuidar e apoiar as pessoas com dependência por DM, procurando promover nelas a melhor qualidade de vida possível, pois a convivência com essa patologia requer uma vida inteira de comportamentos especiais de autocuidado. Logo, prestar assistência a essa pessoa está além de ajudá-la a controlar os sintomas, mas a viver com incapacidades e adaptar-se ás mudanças sociais e psicológicas decorrentes da doença e requer do enfermeiro um cuidado ampliado. O enfermeiro atua como agente transformador da consciência dos pacientes ao que se refere a questão da realização da prevenção e do tratamento, possibilitando-os dar continuidade às suas atividades de maneira a promover sua satisfação e também a sua saúde. Este estudo tem como questão norteadora “Quais as práticas e desafios do cuidado de enfermagem aos portadores de diabetes mellitus tipo 2 em domicílio? Assim, o estudo objetiva analisar as práticas e desafios do processo cuidativo do enfermeiro frente aos portadores de diabetes mellitus tipo 2 em domicílio. Desenvolvimento do trabalho: Versa um estudo de Revisão Integrativa da Literatura (RIL). A coleta dos artigos na literatura, desencadeou-se com a procura na Biblioteca virtual em Saúde (BVS), nos embasamentos da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Bases de Dados de Enfermagem (BDENF). Foram utilizados os descritores: assistência domiciliar, diabetes mellitus tipo 2 e enfermagem. Após passarem pelos critérios de inclusão de exclusão 10 artigos fizeram parte da amostra final. No que confere ao acondicionamento dos dados e apreensão da problemática dos estudos, utilizou-se um instrumento de coleta de dados adaptado a um validado. A análise se deu através da interpretação e síntese dos dados e envolveu a leitura do texto completo dos artigos e avaliação bibliométrica para caracterização dos estudos selecionados. Os trabalhos foram comparados e agrupados por similaridade de conteúdo, sob a forma de categorias empíricas:  Intervenção educativa da Enfermagem no cuidado de DM e Autocuidado em domicílio. Resultados e/ou impactos: Quanto aos dados dispostos em periódicos, três foram publicados na Revista de Enfermagem da UERJ, seguidos por dois cuja as publicações ocorreram na Revista Brasileira de Enfermagem e dois na Revista da Escola de Enfermagem da USP, um na Revista Mineira de Enfermagem, um na Acta Paulista de Enfermagem e um na Revista Gaúcha de Enfermagem. A distribuição foi equilibrada entre hospitais, centros de pesquisa, unidades e centros de saúde. Notou-se que a maior parte se tratava de artigos nacionais, seguidos por artigos produzidos na América Latina e México. O período de publicação mais numeroso foi do ano de 2010, seguidos pelos anos de 2011 com dois artigos e 2012, também com dois artigos. Dentro da categoria Intervenção educativa da Enfermagem no cuidado de DM foi explanado que a educação em saúde e capacitação para autocuidado são métodos utilizados como instrumento do controle metabólico, tratamento no diabetes mellitus e prevenção das complicações cutâneas através de medidas condicionais, equivalendo a aconselhamento nutricional, a promoção do exercício e manejo correto da medicação. Também a intervenção educativa sobre o cuidado com os pés é realizada, orientando sobre o uso de calçados, meias e cuidados de hidratação, de higiene e de verificação diária de anormalidades dos pés a fim de diminuir amputações das extremidades inferiores. No qual, as práticas educativas dialógica e reflexiva realizadas pela equipe de enfermagem nas visitas domiciliares, vêm com a proposta de facilitar a vivências dos clientes com a DM, abordando os fatores de risco modificáveis. Correlacionado a isso, são vistas as dificuldades de apropriação de orientações em pessoas que recebem o diagnóstico na fase adulta, pois já tem valores, crenças e hábitos conformados, podendo trazer resistências às mudanças. O diálogo como parte da assistência em saúde, permite que os encontros evoluam para além dos aspectos clínicos da condição crônica de saúde, envolvendo a subjetividade, expressa em palavras e sentimentos. Os usuários dos serviços de saúde têm um desejo profundo de ser compreendidos em suas necessidades, porém é preciso haver limites entre a atenção do profissional e as relações pessoais. É perceptível que muitos serviços possuem caráter mecânico, como se a mecanização estivesse sendo sobreposta ao verdadeiro objetivo da profissão, o cuidado humanizado, a qual nascem concepções tortuosas pelo cliente, no qual vê a prestação do cuidado (quando efetivo) como “ajuda”. Na categoria Autocuidado em domicílio se evidencia que as amputações e complicações gerais do DM podem ser evitadas somente quando há mudança de mentalidade e os indivíduos obtém informações de como praticar o autocuidado, pois é perceptível que a maioria dos pacientes tem escolaridade baixa, isso colabora para a deficiência no processo cuidativo no domicilio. Sendo a visita domiciliar de grande relevância para a orientação do autocuidado em diabetes, pois é o momento que os clientes são estimulados discutir aspectos relativos a doença, observando a necessidade de conhecer e aprender mais sobre ela e a reconhecer a deficiência de suas habilidades para o autocuidado. Foi observado que as pessoas com DM tipo 2 podem ter baixa motivação para o autocuidado ou limitações frente às incapacidades relacionadas às comorbidades e às complicações crônicas, exacerbado quando os sujeitos não participam de Grupos de Ajuda Mútua. Em circunstancias, a partir do momento em que o cliente tem capacidade de realizar tarefas cuidativas, ele opta em fazê-las devido à presença deficiências nas assistências prestadas por profissionais em instituições de saúde. Considerações finais: O enfermeiro é responsável pela intervenção educativa, esta feita a partir da colaboração e responsabilidade do paciente. Observa-se que, geralmente, há resistência à realização do autocuidado, seja por baixa motivação e limitações relacionadas às comorbidades ou, quando optam por praticá-lo podem ocorrer falhas nos serviços assistenciais ofertados por profissionais e pelas instituições de saúde. Dessa forma, o papel do enfermeiro é fundamental para a realização da prática do autocuidado visando incentivá-lo com o enfoque para prevenção das complicações gerais do diabetes mellitus.

991 HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO AO PACIENTES RENAL CRÔNICO: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA
Victor de Lima Dias, Nayanne Fernanda da Silva Silva, Cássia Fernanda Penha de Lima, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO AO PACIENTES RENAL CRÔNICO: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA

Autores: Victor de Lima Dias, Nayanne Fernanda da Silva Silva, Cássia Fernanda Penha de Lima, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Introdução: A doença renal crônica (DRC) é caracterizada por uma perda progressiva, e na maioria das vezes, irreversível da função renal de depuração. Em razão desta deficiência da filtração glomerular, os produtos da degradação metabólica do sangue passam a se acumular. Alguns fatores contribuem para que o indivíduo venha a desenvolver a doença renal crônica, como: idade avançada, o fator socioeconômico baixo, sexo masculino e a raça negra. Há relação também com algumas doenças que contribuem para que haja lesões nos rins, diabete mellitus, hipertensão arterial, infecções urinárias repetitivas e glomerulonefrite. Quando o indivíduo apresenta insuficiência renal leve ou moderada, ele vem apresentar apenas sintomas discretos, algumas doenças podem demorar anos para que seu dano se torne incomodo, pois, os pacientes permanecem sem sintomas até que percam praticamente 50% da função renal. Com o intuito de minimizar as limitações e transtornos atrelados a portador de doenças crônica, foi implementado pelo ministério da saúde a Política de Humanização da Gestão e dos Cuidados no SUS, visando permitir a livre expressão, a troca, o aprendizado, a multiplicidade de visões, a reciprocidade, a aceitação, o acolhimento, a horizontalidade das ações e das decisões, em consonância com a Constituição Federal que busca a ampliação de vários direitos sociais e a chance da criação de novas leis e dispositivos de proteção aos usuários do SUS. Entre estes estão a Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal, que se concretizam através de algumas leis, decretos, portarias e programas, como a lei 7.953 de 24 de outubro de 1988 que determina normas para assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência, que inclui os portadores de IRC, a PORTARIA Nº 1168/GM de 15 de junho de 2004 que institui a Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal, a lei 8494/92 que juntamente com o decreto de 879, de 22/07/93 normatizam o transplante renal no Brasil. Objetivo: Descrever as dificuldades da problemática dos pacientes renal crônico atendidos em um hospital público do Oeste do Pará. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por discentes e docente da Universidade do Estado do Pará – UEPA Campus XII, durante as aulas práticas da disciplina de Enfermagem em Clínica Médica, realizado em um Hospital público de baixa e média complexidade no município de Santarém- Pará. A clínica medica dispõem de 36 leitos destinado a diversas especialidades clinicas, o dimensionamento da equipe de enfermagem é composto por um enfermeiro e quatro técnico por plantão. Utilizou-se da técnica de observação sistemática, dirigida e participativa com análise crítica reflexiva. Principais resultados: A doença renal crônica é permeada de comorbidades que contribui para complicações diversas de ordem fisiológica acarretando limitações de aspectos psicossocioespirituais, que ao iniciar a terapêutica dialítica percebe as mudanças que terá que fazer no seu estilo de vida, para superar os desafio de adaptar-se a essa nova condição de saúde, no entanto, torna-se  imperativo  mudanças de hábitos relacionados a dietas e/ou atividades físicas, ao uso de medicamentos contínuos e o enfrentamento da perda da independência evidenciado pela  necessidade de estar ligado a máquina  de tratamento dialítico em um intervalo de tempo curto (três vezes na semana) e a dependência de acompanhante, essa nova realidade gera conflitos e interfere na adaptação dessa  nova condição que muitas vezes o impede de realizar atividades do cotidiano das quais não costumava abrir mão. Frente a essa situação, muitas vezes o paciente se sente incapaz, ou se vê diante de uma situação que se caracteriza por perda de autonomia e restrições de suas Necessidades Humanas Básicastais como: nutrição, hidratação, eliminações, lazer, atividades sexuais entre outras, essas limitações imprime no mesmo um sentimento de medo e angustia. Para a enfermagem prestar um cuidado humanizado, lança mão de uma das ferramentas específicas como a sistematização da assistência de enfermagem, e do North American Nursing Diagnosis Association – NANDA, permitido uma visão holística em relação ao paciente, pois o cuidado pode também permitir o conforto do cliente que estar emocionalmente fragilizado, amenizando suas angustias e medos, a partir da aproximação do cuidador durante a execução de uma técnica terapêutica. Para os pacientes em tratamento dialítico, a ideia do ser cuidado se estende a estabelecer um relacionamento interpessoal, partindo do pressuposto que o relacionamento interpessoal, é uma ferramenta importante no cuidado humanizado. Deste modo fica claro a necessidade de os profissionais de enfermagem estarem sensíveis a problemática que envolve a o cuidado humanizado em especial os pacientes em tratamento dialítico ofertando-se não somente suporte técnico, mais também condições que favoreça uma melhor qualidade de vida do cliente. Á vista disso, é de extrema importância o papel do enfermeiro como educador no processo de mudanças fisiológicas e de estilo de vida. Um achado importante nessa pesquisa foi a taxa de ocupação de 56,2% da unidade de clinica medica par pacientes em tratamento dialítico, que em sua grande maioria só estão internados, por falta de vagas no sistema de atendimento ambulatorial a terapia renal substitutiva. Conclusão: Ao final dessa experiência pode-se perceber que os pacientes portadores de doença renal crônica necessitam de condutas eficazes que permita o controle do desequilíbrio nas diferentes dimensões fisiopatológica e psicossocioespirituais, requerendo da equipe de enfermagem que o cuidado prestado ao paciente hospitalizado seja eficiente e individualizado, de modo a garantir a integralidade e a qualidade da assistência garantindo que a política de humanização permeie o cuidado dos pacientes renal crônico contribuindo com sua melhora e manutenção de vida, visto que a rotina desse paciente passa por muitas mudanças, o profissional da saúde, em especial o enfermeiro pela sua relação direta com o paciente deverá trabalhar juntamente com a equipe multiprofissional e assim orientar de forma efetiva o cliente.  Por outro lado, é essencial observar a necessidade de obtenção de novas vagas ambulatoriais que favoreçam a qualidade de vida dos pacientes dialíticos em virtude do número de casos e tempo de tratamento, e desta forma, com uma atenção dirigida os pacientes renais crônicas haveria a possibilidade maior rotatividade na taxa de ocupação da clínica médica.  

1456 PREVENÇÃO AOS AGRAVOS EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM DIABETES MELLITUS TIPO II POR MEIO DA ALIMENTAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Eliza Paixão da Silva, Alessandra de Cássia Lobato Dias, Geovana Brito Nascimento, Laina Carolina de Souza Araújo, Leilane Almeida de Morais, Nicole Pinheiro Lobato, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Isabel Cristina Silva Daguer

PREVENÇÃO AOS AGRAVOS EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM DIABETES MELLITUS TIPO II POR MEIO DA ALIMENTAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Eliza Paixão da Silva, Alessandra de Cássia Lobato Dias, Geovana Brito Nascimento, Laina Carolina de Souza Araújo, Leilane Almeida de Morais, Nicole Pinheiro Lobato, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Isabel Cristina Silva Daguer

APRESENTAÇÃO: O Diabetes mellitus tipo II é um distúrbio metabólico, caracterizado por uma secreção de insulina deficitária ao metabolismo da glicose no sangue, ou uma incapacidade de resposta à insulina. A falta do controle glicêmico pode levar a inúmeras complicações como Insuficiência Renal, Nefropatia Diabética, Neuropatia Diabética, Pé diabético e Retinopatia Diabética. Diante desse contexto, foi realizada uma ação educativa em saúde em um Hospital de Referência com relação a Diabetes Mellitus, da RMB (Região Metropolitana de Belém), com pacientes diabéticos. O objetivo desse estudo é relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem na orientação destes agravos e sua profilaxia, proporcionando uma maior qualidade de vida para os pacientes diabéticos. DESENVOLVIMENTO: O estudo foi baseado na metodologia do Arco de Maguerez, de Berbel, que é desencadeada a partir de uma problematização. Tendo sido realizada uma observação da realidade do local, após isso o levantamento de pontos chaves do espaço observado, onde destacou-se a falta de orientação quanto aos agravos da DM e a partir de uma teorização para construção de conhecimento acerca do tema, levantou-se hipóteses de solução da problemática e, por fim, retornando a mesma realidade com uma proposta de intervenção, que envolvia uma ação educativa composta por uma troca de conhecimentos com os pacientes do hospital, além de um jogo educativo acerca da alimentação mais adequada para portadores de DM tipo II que mostrava imagens de alimentos saudáveis e não saudáveis, onde os pacientes se manifestavam em relação as imagens, identificando o que era saudável ou não. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Durante a realização do jogo, notou-se a dúvida de alguns pacientes acerca da alimentação, as quais foram esclarecidas pelo grupo de acadêmicas e orientadas quanto à quais alimentos poderiam ser menos prejudiciais, demonstrando que os pacientes necessitavam destas atividades de educação em saúde. Bem como a troca de experiências entre os pacientes e as acadêmicas mostrou-se construtiva, pois o compartilhamento das vivências dos doentes demonstrou para as acadêmicas situações que elas não conseguiriam compreender apenas por meio de textos escritos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em resposta ao problema levantado neste trabalho, foram vivenciados pelo grupo vários casos, assim merecendo atenção das políticas públicas de saúde. Por isso, é importante que se fale sobre as formas de combate, as quais dependem da melhoria das ações de prevenção, rastreamento, detecção e tratamento imediato da DM, na tentativa de reduzir os agravos da doença. Além disso, este estudo foi de grande relevância para a formação profissional das acadêmicas, uma vez que puderam trocar experiências com a comunidade a qual estarão inseridas e observar a importância da orientação para os pacientes portadores de Diabetes mellitus.

2675 Problemas e Resultados Negativos associados à Medicação nos pacientes Hipertensos e Diabéticos do programa HIPERDIA-AM: Prevenção e Promoção à saúde na atenção básica
Everton de Oliveira Pinto, Luciene Oliveira da Cruz, Naiara Ramos de Albuquerque, Cláudio Rui dos Santos Silva, José Wilson do Nascimento Corrêa

Problemas e Resultados Negativos associados à Medicação nos pacientes Hipertensos e Diabéticos do programa HIPERDIA-AM: Prevenção e Promoção à saúde na atenção básica

Autores: Everton de Oliveira Pinto, Luciene Oliveira da Cruz, Naiara Ramos de Albuquerque, Cláudio Rui dos Santos Silva, José Wilson do Nascimento Corrêa

Introdução: Diante da crescente prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM) no Brasil, é possível encontrar pacientes que utilizam fármacos anti-hipertensivos e antidiabéticos simultaneamente, além de fármacos para controle de co-morbidades concomitantes à doença. Os problemas relacionados ao plano farmacoterapêutico e seus resultados têm impacto relevante na qualidade de vida e acarreta ônus econômico para o serviço de saúde. Ante o exposto, há necessidade de identificar precocemente os Resultados Negativos associados à Medicação (RNM) na atenção básica, tendo em vista o fortalecimento das ações em saúde. Adicionalmente, estas estratégias podem minimizar os agravos em saúde que impliquem na necessidade de atendimento em níveis de assistência de maior complexidade. O RNM é conceitualmente definido como “Resultados de saúde do paciente não adequados ao objetivo da farmacoterapia e associados ao uso de medicamentos ou falhas em sua utilização”. Já o Problema Relacionado à Medicação (PRM) consiste em “situações em que o processo de uso do medicamento causa ou pode causar o aparecimento de RNM”. Objetivo: Identificar e propor alternativas para resolução de Resultados Negativos Associados à Medicação concernente ao tratamento de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, em pacientes do Programa HIPERDIA da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus-AM. Material e Métodos: Trata-se de um estudo de caráter quantitativo, descritivo e prospectivo, realizado por meio de entrevista padronizada com pacientes adultos (≥18 anos), diagnosticados com HAS, DM e HAS+DM, em uso contínuo de medicamentos obtidos na farmácia das Unidades Básicas de Saúde parceiras do estudo. A amostra foi calculada pelo programa Open Epi® Versão 3.01, o quantitativo foi estipulado em 380 participantes, garantindo um intervalo de confiança de 95%. Utilizou-se o método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico para verificar a ocorrência de RNM, mediante aplicação de questionário e aferição de variáveis clínicas tais como, pressão arterial, glicemia capilar, medidas de circunferência abdominal e cervical, massa corporal e cálculo do índice de massa corporal. Os dados foram analisados de forma sistemática, a seguir uma descrição das etapas da análise: 1ª Etapa ou Estado de Situação: Trata-se de um processo que visa identificar os problemas e verificar a repercussão deste na saúde do paciente, permite analisar a “fotografia do paciente” numa data concreta. 2ª Etapa ou Fase de Estudo: Possibilita ao profissional, informações objetiva sobre os problemas de saúde do paciente. Trata-se de encontrar a melhor evidência científica disponível, a partir de uma pesquisa de informação, que deve ser realizada com o maior rigor possível, nas fontes mais relevantes e focadas na situação clínica do paciente. 3ª Etapa ou Fase de Avaliação: O objetivo desta fase foi identificar os RNM apresentado pelo paciente, de acordo com o Terceiro Consenso de Granada, os mesmos são classificados em três categorias: 1) Necessidade (Problema de saúde não tratado e Efeito de medicamento não necessário; 2) Efetividade (Inefetividade quantitativa e Inefetividade não quantitativa) e 3) Segurança (Insegurança quantitativa e Insegurança não quantitativa). 4ª Etapa ou Análise Estatística e Compreensiva: Após a classificação, os dados tabulados foram organizados em planilhas no Microsoft Excel 2007 e postos no IBM – SPSS Statistics® para a realização da análise estatística, o cumprimento desta etapa ocorreu mediante a utilização dos seguintes testes estatísticos: Qui-Quadrado, Bionomial e Odds Ratio. O presente estudo obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas, com CAAE: 49066815.0.0000.5020. Resultados: O estudo envolveu 382 pacientes, sendo a maioria do sexo feminino (58%), a média de idade foi de 58,2 anos, cerca de 33% dos entrevistados possuíam apenas o ensino fundamental incompleto, sendo o mais prevalente, seguido pelo ensino médio completo 29,3%. A prática de algum tipo de atividade física semanal foi relatada por 56,3% dos usuários entrevistados, enquanto 41,4% relataram controlar a alimentação. A Reação Adversa do Medicamento (RAM) foi relatada por 20,7% dos pacientes. Os portadores de HAS+DM relataram maior frequência de RAM, cerca de 9,4%, seguido por HAS - 6,8%, DM 2 - 3,9% e DM 1 - 0,5%. Casos de HAS isolada foram os mais prevalentes (47,6%) se comparados às demais patologias (DM1 4,5%; DM2 14,4% e HAS+DM 33,5%) (p<0,0001). A categoria de Efetividade foi a mais prevalente entre os RNM (p<0,0001), sendo mais comum a ineficácia quantitativa (44,8%) e menos comum a ineficácia não quantitativa (19,1%) (p<0,0001), o que reflete a necessidade de modificação na terapêutica. Na categoria segurança, a insegurança não quantitativa foi mais comum (12,6%), e menos comum a insegurança quantitativa (3,7%) (p<0,0001), reflexo do mau uso dos medicamentos. Quanto à categoria necessidade, o problema de saúde não tratado foi mais comum (1,6%), o efeito de medicamento não necessário foi menos comum (0,3%) (p<0,0294). 48,4% dos pacientes apresentavam o PRM de não adesão, sendo este o mais prevalente, no entanto a distribuição deste na população do estudo é semelhante (p=0,6647). 26,2% apresentaram o PRM de dose e esquema terapêutico e/ou duração não adequada, sendo (p<0,0001) entre os que apresentaram ou não este PRM. Quanto ao PRM de características pessoais (24,9%), também se observam grandes diferenças entre os que apresentaram e os que não apresentaram este PRM (p<0,0001). E por último o PRM de Administração errada do medicamento com 0,8%. A frequência de RNM foi de 63,4%, sendo que 17% apresentaram dois ou mais RNM. A frequência de PRM foi de 71,5%, sendo que 25,7% apresentaram dois ou mais PRM. 75% dos pacientes com o PRM dose, esquema terapêutico e/ou duração não adequada apresentaram a inefetividade quantitativa, tal PRM aumenta em 4 vezes a chance de desenvolver a inefetividade quantitativa e em 6 vezes a inefetividade não quantitativa (p<0,0001), praticamente todos os participantes da pesquisa que apresentaram este PRM também apresentaram RNM. 32,6% dos pacientes com o PRM de características pessoais também apresentaram a inefetividade quantitativa. Tal PRM aumentou em 5 e 37 vezes o aparecimento de inefetividade e insegurança não quantitativas (p<0,0001) respectivamente. Quanto os RNM e portadores de DM1, nota-se (p=0,7458). Verificou-se que a inefetividade quantitativa é 2 vezes maior nos portadores de DM2 (p=0,0203), em comparação aos que não possuem. A inefetividade quantitativa e não quantitativa são (2 e 3 vezes) maiores naqueles que não possuem HAS (p=0,0013 e p=0,0004) respectivamente. A inefetividade não quantitativa é 3,5 vezes maior nos portadores de HAS+DM. Conclusão: O tratamento de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus pode levar a efeitos adversos relacionados ao uso de vários medicamentos. A ocorrência de reações adversas contribuiu para a não adesão ao tratamento. Neste contexto, a falta de conhecimento a respeito do próprio quadro de saúde e a baixa escolaridade são fatores agravantes. Observa-se que grande parte dos usuários recebe tratamento adequado, uma vez que as estatísticas de RNM de necessidade foram menos representativas. Nota-se a repercussão de PRM e RNM na vida dos portadores de Hipertensão e Diabetes, sendo estes, fortes contribuintes para a manutenção de quadros clínicos desfavoráveis à qualidade de vida desses pacientes. Por outro lado, reforça-se a necessidade de acompanhamento frequente dos usuários, no sentido de reduzir efeitos colaterais, garantir informações sobre a doença e promover o uso racional dos medicamentos.

3599 O CUIDADO DE ENFERMAGEM AOS RIBEIRINHOS DA AMAZÔNIA PARA A PREVENÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
João Enivaldo Soares de Melo Junior, Andréia Pessoa Da Cruz, Fábio Pereira Soares

O CUIDADO DE ENFERMAGEM AOS RIBEIRINHOS DA AMAZÔNIA PARA A PREVENÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: João Enivaldo Soares de Melo Junior, Andréia Pessoa Da Cruz, Fábio Pereira Soares

APRESENTAÇÃO O referente trabalho consiste no relato da experiência em uma viagem vivenciada por acadêmicos do curso de enfermagem da Universidade Federal do Pará, juntos a docente e orientadora responsável pelo projeto de extensão “Rio Acima, Rio Abaixo: A Enfermagem Cuidando da Pressão Arterial dos Ribeirinhos da Amazônia”. Tal projeto tem o intuito de levar assistência de enfermagem e promover educação em saúde sobre a hipertensão arterial sistêmica, para as comunidades ribeirinhas da região amazônica. Essa doença crônica, ainda que mostre respostas eficientes ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso, permanece sendo um desafio para a saúde pública, haja vista a sua alta prevalência na população mundial e altos custos médicos e socioeconômicos. O projeto também busca coletar informações através de formulários aplicados durante entrevistas semiestruturadas para o levantamento de dados epidemiológicos na região. As viagens ocorrem quinzenalmente e são organizadas pelo programa Luz na Amazônia, o qual possui parceria entre a UFPA e a SBB (Sociedade Bíblica Brasileira). Os trabalhos desenvolvidos no projeto são oferecidos no próprio barco-hospital que oferece desde atendimentos de emergência até cirurgias de pequeno porte. Logo, buscamos ressaltar a importância do desenvolvimento de projetos que ofereçam qualidade de vida as comunidades em vulnerabilidade e precariedade, como os ribeirinhos. Ademais, evidenciar a eficiência da educação em saúde através de ferramentas educativas, como o “Quiz Hiperdia”, pois proporciona a autonomia dos usuários na qualidade de vida e prevenção de doenças crônicas como a hipertensão que, mesmo sendo assintomática, é capaz de comprometer o organismo como um todo levando a sérias complicações. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Os envolvidos na experiência são 2 acadêmicos do curso de Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem da Universidade Federal do Pará, do 3° e 9° período sob orientação da docente da atividade curricular “Introdução à Enfermagem” e coordenadora do projeto citado. As viagens acontecem de 15 em 15 dias, na cidade de Belém do Pará, no rio Guamá e são realizadas em um barco-hospital que oferece estrutura completa para os mais diversos atendimentos de saúde, contemplando o trabalho da equipe multiprofissional de saúde, haja vista a presença de profissionais e acadêmicos de outros cursos como farmácia, medicina, nutrição, fisioterapia, entre outros. O atendimento da equipe de enfermagem é dividido em três momentos, sendo respectivamente: apresentação dos discentes e da docente, a aplicação da dinâmica denominada “Quiz HIPERDIA” e a entrevista semiestruturada com aplicação do formulário, anamnese, orientações e assistências de enfermagem (análise de sinais vitais, dados antropométricos e teste de glicemia). No primeiro momento todos nós fomos apresentados aos participantes cadastrados no programa que foram admitidos ao barco para atendimento, falamos de forma geral o objetivo do projeto, bem como o seu funcionamento. Em seguida, buscamos saber o conhecimento prévio da comunidade em relação à hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus (geralmente associada à hipertensão) para instigar a participação de todos. No segundo momento aplicou-se o “Quiz HIPERDIA”, esse consiste em uma dinâmica com perguntas e respostas relacionadas aos conceitos, sinais e sintomas, tratamento e prevenção da hipertensão e diabetes. Para o desenvolvimento da dinâmica foram utilizadas duas tecnologias educativas: um quadro com as perguntas do quiz e um dado em tamanho aumentado. Nós pedimos que alguém se manifeste para jogar o dado e ver qual número foi sorteado, em seguida retiramos a placa com o respectivo número que está cobrindo a pergunta do quadro e lemos em voz alta para todos os participantes. Solicitamos uma pessoa para responder a pergunta sorteada, independente de está acertando ou errando. Se houvesse necessidade, nós intervimos ao final de cada resposta acrescentando alguma informação pendente ou corrigindo as respostas baseando-se nas literaturas e utilizando uma linguagem ilustrativa, acessível e objetiva com exemplos relacionados à realidade da comunidade. No terceiro momento realizamos a entrevista semiestruturada na qual buscamos esclarecer duvidas ainda presentes sobre as doenças, analisar os seus hábitos de vida e orientá-los para a adesão de comportamentos que proporcionam qualidade de vida. Os ribeirinhos já diagnosticados com hipertensão e/ou diabetes também foram orientados sobre a importância do tratamento medicamentoso associado aos hábitos do cotidiano. Em seguida prestamos serviços básicos de enfermagem como aferição dos sinais vitais (pressão arterial, temperatura, pulso e respiração), medidas antropométricas (peso, altura e índice de massa corpórea) e teste de índice glicêmico para comparar aos padrões de normalidade e, caso houvesse necessidade, solicitávamos à docente um encaminhamento para o atendimento médico. É valido ressaltar que a presença de queixas durante o atendimento resultou em intervenções mais específicas através da assistência de enfermagem garantindo conforto e bem-estar físico e mental. RESULTADOS E/OU IMPACTOS Durante a apresentação, quando falamos sobre o nosso intuito em ajudar a comunidade, conseguimos iniciar a construção de um ambiente interativo e descontraído, fundamental para o início da dinâmica propriamente dita.  Ao aplicarmos o “Quiz HIPERDIA”, houve participação ativa dos usuários, graças à segurança que foi passada a eles para exporem os seus conhecimentos adquiridos ao longo da vida. A complementação feita por nós após cada resposta também demonstrou ser benéfica para a interação, pois reafirmava a necessidade de ouvirmos para então intervirmos. Surgiram algumas dúvidas sobre as doenças ao final da dinâmica que claramente foram sanadas. Portanto, percebemos um entendimento básico sobre o conceito, sinais e sintomas, tratamentos e prevenções da hipertensão e diabetes. No decorrer das entrevistas semiestruturadas observamos uma alta incidência de comportamentos, principalmente alimentares, que prejudicam a saúde dos ribeirinhos. A farinha de mandioca e de tapioca, o açaí, o peixe frito e o frango com pele são alguns dos alimentos presentes diariamente nas refeições que nos despertou preocupação em relação à prevenção de doenças crônicas e agravo das mesmas. Alguns usuários relataram sinais e sintomas característicos das referidas doenças, apresentado alterações nos padrões de normalidade durante a aferição de sinais vitais, dados antropométricos e teste de glicemia. Outros já eram diagnosticados como portadores de diabetes e hipertensão e estavam em tratamento medicamentoso. Logo, receberam orientações relacionadas aos hábitos alimentares, práticas de exercícios físicos e importância de seguir corretamente o tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dessa experiência na viagem proporcionada pelo projeto percebe-se o quanto é fundamental a construção de trabalhos como esses, haja vista a garantia da promoção da saúde por meio da educação em saúde e assistência de enfermagem às comunidades que se encontram em vulnerabilidade, como os ribeirinhos da região amazônica. Tais experiências também são benéficas para os acadêmicos da área da saúde, haja vista garantir a práxis, ou seja, o conhecimento teórico-prático necessário para a formação de profissionais capacitados no atendimento de populações em condições precárias, com poucos recursos financeiros e sem nenhum amparo à saúde. Por fim destaca-se o papel da enfermagem como fundamental, pois o olhar holístico é capaz moldar a assistência de enfermagem ao público envolvido bem como despertar interesse nestes em assumirem autonomia na própria saúde e qualidade de vida.

3784 QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES DIABÉTICAS COM LESÕES EM MEMBROS INFERIORES: REVISÃO DE LITERATURA COMO UMA EXPERIÊNCIA NO PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Elizama Nascimento Pastana, Mary Elizabeth Santana, Antonio Jorge Silva Correa Junior, Jéssica Stephanie da Silva Vasques, Wagner Felipe dos Santos Neves

QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES DIABÉTICAS COM LESÕES EM MEMBROS INFERIORES: REVISÃO DE LITERATURA COMO UMA EXPERIÊNCIA NO PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Autores: Elizama Nascimento Pastana, Mary Elizabeth Santana, Antonio Jorge Silva Correa Junior, Jéssica Stephanie da Silva Vasques, Wagner Felipe dos Santos Neves

Apresentação: A qualidade de vida (QV) é uma noção do grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e a sua própria autoimagem relacionada à estética existencial, tipificada como um conceito subjetivo e multidimensional configurado por domínios que envolvem a avaliação de QV. Sabe-se que a condição de doença crônica representa contínua ameaça e afeta integralmente a QV no dia-a-dia, requerendo reajustes, avaliações e reavaliações, devido à dinamicidade de sua apresentação e evolução. O Diabetes mellitus (DM) faz parte de um grupo de doenças metabólicas definidas por anormalidades na secreção de insulina e ação da insulina, ou ambos, resultando em hiperglicemia. A elevada taxa de glicose causa danos em longo prazo resultando na disfunção e colapso de vários órgãos, especialmente olhos, rins, coração, nervos e vasos sanguíneos, sendo importante causa de amputações de membros inferiores, a amputação de membros ocorre em um percentual significativo, certificando que a amputação é umas das complicações que determina alterações veementes na QV. Os pacientes acometidos por pé diabético vivenciam impacto socioeconômico incluindo gastos com tratamentos, internações, incapacidades físicas e sociais como perda do emprego, existe uma repercussão negativa na vida social, autoimagem, autoestima, papel na família e sociedade. As mulheres com estas alterações na imagem corporal têm sua identidade pessoal perturbada e uma baixa QV, considera-se a possibilidade de uma relação entre DM e depressão, por exemplo, e as mulheres especificamente podem ser as mais afetadas devido a uma série de fatores entre eles a gestação e menopausa. Outros condicionantes são destacados: duração da doença, complicações e relação do DM ao desenvolvimento da depressão e doenças vinculadas entre si como a retinopatia, insuficiência renal, neuropatia sensitiva e motora. Isto posto, observa-se que o DM é um problema de saúde que vem alterando a QV, repercutindo na autoestima, autoimagem, nas relações profissionais e sociais, assim é relevante o estudo contínuo sobre a temática com ênfase na qualidade de vida de mulheres diabéticas com lesões nos membros inferiores. Os problemas relatados afetam a QV e diante do desequilíbrio das necessidades humanas básicas, decorrente do DM e as lesões nos membros inferiores, múltiplos são os abalos em mulheres com esta patologia. Neste sentido são objetivos deste estudo: Analisar as evidências científicas sobre a qualidade de vida de mulheres diabéticas com lesões nos membros inferiores bem como evidenciar a qualidade de vida de mulheres diabéticas com lesões nos membros inferiores; desenvolver propostas de ações de enfermagem voltadas para a melhoria da qualidade de vida de mulheres diabéticas com lesões nos pés. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma Revisão desenvolvida no projeto de pesquisa intitulado: Qualidade de vida de mulheres diabéticas com lesões em membros inferiores, apresentada como relatório final ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da Universidade Federal do Pará. A metodologia consistiu na construção de uma análise ampla da literatura que dá suporte para a tomada de decisões em saúde, exercita a prática baseada em evidências e fortalecendo a prática clínica, contribuindo para discussões sobre métodos e resultados de pesquisas, a partir da pergunta norteadora: Quais as evidências científicas sobre a qualidade de vida de mulheres diabéticas com lesões nos membros inferiores? Os critérios de inclusão foram artigos disponíveis na íntegra nos idiomas Português, Espanhol e Inglês, no período de 2008 a 2016. Foram excluídas outras revisões integrativas de literatura, estudos reflexivos, manuais, monografias, dissertações e teses. Iniciou-se a busca nas base de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); e na biblioteca virtual Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), sendo utilizadas combinações com Descritores em Ciências da Saúde e um operador booleano: qualidade de vida AND cuidados de enfermagem AND diabetes mellitus AND complicações AND pé diabético e a palavra chave mulheres diabéticas. Como instrumento para a avaliação utilizou-se formulário proposto por Ursi, enquadrando informações como: autor, ano, revista, título, perfil metodológico, resultados e classificação das evidências científicas. A partir da seleção, leitura e organização desenvolveu-se a discussão e análise dos achados. Resultados: Na busca dos artigos foram identificados 6.222 na base SCIELO, dos quais selecionamos 14 artigos; 17 na base LILACS dos quais se selecionaram 2 artigos, totalizando 16 artigos, 14 no idioma português e 2 no idioma Inglês. Estudos que não se referiam às mulheres e sobre outras patologias foram excluídos. Uma amostra de 16 artigos foi selecionada e como categorias de discussão traçaram-se: “Qualidade de vida de mulheres com Diabetes mellitus”, sobretudo com pesquisas com aproveitamento quantitativo e “Representações sociais de mulheres com Diabetes mellitus e participação em programas educativos” com pesquisas cuja abordagem foi qualitativa, e para atender ao segundo objetivo da revisão “Ações voltadas à qualidade de vida de mulheres diabéticas com lesões nos pés” onde se sintetizaram os achados para subsidiar cuidados do enfermeiro. Verificou-se que a totalidade dos domínios da QV está comprometida, em especial nas mulheres com uma pior percepção do seu estado de saúde e as complicações como o pé ulcerado e amputações também acarretam alterações nos domínios biopsicossociais. Cerca de  37, 5% dos estudos apontaram que a educação em saúde coopera para a redução dos índices glicêmicos anormais e quando realizada em grupo é considerada mais adequada na Saúde Pública pois alcança um maior número de indivíduos integrando-os aos seus familiares, comunidade e profissionais de saúde, possibilitando o compartilhamento de experiências, medos, angústias e dúvidas, possibilitando a criação de vínculos e melhoria do enfrentamento ao DM. A intervenção educativa contribui para diminuição do sofrimento em viver com DM dos participantes e melhora os domínios que compõem a QV. Portanto, uma gama de ações preventivas e cuidados foram destacados como compromisso da enfermagem: Investigar e criar estratégias para minimizar o impacto do DM no cotidiano enfatizando a maior atenção da equipe de saúde; Perceber as determinantes da QV das mulheres com DM, considerando suas necessidades e expectativas em relação à doença e ao futuro para analisar a QV como objetivo terapêutico; Desenvolver redes de apoio familiar; Identificar as representações sociais sobre o processo saúde-doença para conhecer como as mulheres com DM acomodam o conhecimento científico, bem como valorizar o conhecimento prévio e o saber popular. Considerações Finais: Ao evidenciar a qualidade de vida de mulheres diabéticas com lesões nos membros inferiores, houve notoriedade de evidências do nível IV (evidências de estudos descritivos não experimentais ou com abordagem qualitativa). Destaca-se a importância da ampliação de estudos direcionados à investigação do impacto na saúde mental das mulheres com DM, buscar evidências acerca das representações sociais em relação ao processo saúde-doença do público feminino e investigar as tecnologias desenvolvidas e aplicadas no processo de educação em saúde direcionado às mulheres diabéticas. Ressalta-se que o enfermeiro deve estar comprometido com o entendimento dos fatores que afetam a QV das mulheres com DM, para sistematizar a assistência considerando as necessidades e interesses do gênero feminino.

4235 O cuidado em rede para pessoas com deficiência e dor crônica
Renata Pereira Sanches Guardia, Yara Maria de Carvalho

O cuidado em rede para pessoas com deficiência e dor crônica

Autores: Renata Pereira Sanches Guardia, Yara Maria de Carvalho

O cuidado em saúde fundamentado na lógica do corpo biológico, consegue responder a alguns sofrimentos e enfermidades, porém outros nem são considerados à medida que destituem do indivíduo a possibilidade da co-construção do seu projeto terapêutico. As ofertas que fazemos a partir das técnicas de fisioterapia não são suficientes para muitos usuários, e algumas demandas por cuidado em fisioterapia poderiam ser melhor manejadas em composição a outras ofertas. Como compartilhar e produzir rede juntos –profissionais da saúde e usuários a fim de qualificar as práticas de saúde? Com essa questão, pretendo acompanhar o processo de produção de cuidado e de manejo das demandas de fisioterapia pela rede da pessoa com deficiência e dor crônica, no território, a partir do Fórum de Reabilitação da Freguesia do Ó / Brasilândia. O meu campo de pesquisa é o mesmo que o de trabalho, então passo a me inserir nos espaços em um duplo papel reconhecido, trabalhadora e pesquisadora, o que tem me provocado questionamentos. Quais contribuições que a Renata-pesquisadora tem a oferecer? Como meu projeto de pesquisa pode contribuir para essa rede? Diante dessas questões, acredito ser necessário construir junto com os participantes a pesquisa nesse espaço, e então, ir me constituindo enquanto pesquisadora, mas não como uma pesquisadora-estrangeira, que vem falando outra língua e olhando os processos de fora, ou uma pesquisadora-cientista que coloca as pessoas como objetos dos experimentos, em situações controladas e com suposto afastamento de afetações e interferências. Mas sim uma pesquisadora-trabalhadora, uma pesquisadora-cartógrafa, misturada e afetada por esse mundo, que conhece e constrói junto os processos, e tem a intenção de dar visibilidade para essas produções e invenções, cartografando essa rede que estamos tecendo com muito cuidado e esforço, juntos. Destaquei o junto, porque acredito que não seja possível cuidar sozinha, que é importante fazer isso em rede, assim como a pesquisa do meu projeto de mestrado não faz sentido se não for feita junto, e se não fizer sentido para as pessoas desse coletivo. Nesse processo de aproximação do campo com a proposta de uma pesquisa, o convite para fazermos juntos vem operando como um disparador, desencadeando um processo de análise das nossas práticas, o que tem produzido potência. Fizemos uma retomada histórica das ações da rede da pessoa com deficiência e dor crônica no território, e discutimos alguns pontos que precisamos investir mais energia, não como uma meta, mas como um norteador das nossas ações, porque a meta é cuidar das pessoas. Percebemos avanços no cuidado dos indivíduos do território, principalmente os usuários com dor crônica, houve também diminuição da fila de espera. Esse processo nos permitiu visualizar o resultado do nosso trabalho, o que deu mais ânimo e fôlego para continuarmos inventando.

4459 PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA EM HOMENS VIVENDO COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
Odaleia de Oliveira Farias, Dayse da Silva Guedes, Vanessa da Frota Santos, Ana Karoline Bastos Costa, Marli Teresinha Gimeniz Galvão

PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA EM HOMENS VIVENDO COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

Autores: Odaleia de Oliveira Farias, Dayse da Silva Guedes, Vanessa da Frota Santos, Ana Karoline Bastos Costa, Marli Teresinha Gimeniz Galvão

As neoplasias malignas representam um conjunto de doenças responsáveis por milhares de mortes anuais em todo o mundo. As pessoas que vivem com o vírus de Imunodeficiência Humana (VIH) têm um risco elevado, superior ao da população em geral, para o desenvolvimento de diferentes tipos de cânceres. Dentre essas neoplasias, o câncer de próstata é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de casos de câncer. Nesse sentido, é fundamental que os profissionais da saúde estejam atentos aos problemas gerais e específicos que podem acometer essa população e suas demandas de cuidados. Com este estudo, objetivou-se identificar a frequência da realização de exames para rastreamento do câncer de próstata em homens vivendo com HIV/aids. Trata-se de um estudo transversal, exploratório-descritivo, quantitativo, realizado em um Serviço de Atenção Especializada em HIV/aids em Fortaleza-Ceará, de fevereiro a agosto de 2015.  A amostra foi de 74 homens vivendo com HIV/aids em acompanhamento no referido serviço com idade superior a 18 anos, selecionados a partir da amostragem por conveniência. Para a coleta de dados utilizou-se um formulário de caracterização sociodemográfico e clínico-epidemiológica contendo perguntas sobre a frequência de realização de exames PSA e/ou Toque Retal para rastreamento de câncer de próstata. Os dados foram tabulados no programa Excell for Windows e analisados de forma descritiva pelo programa Statistical Package for the Social Science (SPSS). Dos 74 entrevistados a maioria encontrava-se na faixa etária de 30-39 anos (40,5%) e apresentavam contagem de linfócitos T CD4+ superior a 350 células/mm3(41,8%). Com relação à realização dos exames para rastreamento do câncer de próstata, PSA e/ou toque retal, 63,5% nunca realizaram tais procedimentos. Dos pacientes que realizaram algum desses dois exames (36,5%), 59,2% realizaram no último ano, 22,2% realizaram nos últimos dois anos e 18,5% realizaramem algum tempo da vida. Podemos concluir que os exames para detecção precoce do câncer de próstata nunca foram realizados pela maioria dos participantes do estudo. Isso mostra a necessidade do desenvolvimento de políticas de saúde voltadas para os homens com HIV/aids, mediante ações preventivas primárias, como estratégias educativas, esclarecendo-os quanto aos métodos diagnósticos existentes e estimulando-os a buscar uma unidade de saúde.

5292 Comunicação de más notícias, formação médica e integralidade em saúde
Juliana Aguiar Santana Benevides, Aluísio Gomes Silva Junior

Comunicação de más notícias, formação médica e integralidade em saúde

Autores: Juliana Aguiar Santana Benevides, Aluísio Gomes Silva Junior

Apresentação: O presente trabalho configura-se como resultado parcial da Dissertação de Mestrado “Integralidade nos Cuidados ao Fim da Vida: uma análise junto a idosos com câncer avançado”,  que teve como objetivo analisar a produção dos cuidados ao fim da vida direcionados aos idosos com câncer avançado em um município do Rio de Janeiro a partir da perspectiva da integralidade. Desenvolvimento: Realizou-se entrevistas semiestruturadas com 14 idosos em fase avançada da doença oncológica, mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, Anuência da instituição e aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFF sob o Parecer 2.064.465. O roteiro das entrevistas foi construído e adaptado com base nas dimensões dos conceitos de acolhimento e vínculo/responsabilização proposto por SILVA JUNIOR & MASCARENHAS (2013) e que traduzem a integralidade nos termos aqui adotados. Resultados: Durante as entrevistas, um aspecto que adquiriu relevância foi a destituição da autonomia dos usuários em seu processo saúde-doença-morte. Constatou-se que uma parte considerável dos idosos não têm consciência de que estão em estágio avançado da doença.  Estes acreditam que os sintomas emergentes estão relacionados a outros problemas de saúde.  Além disso, oss idosos afirmam que há espaços para falas e dúvidas durante os atendimentos, mas é possível perceber nas entrelinhas que muitos têm questionamentos acerca de sua situação de saúde. Quando interrogados acerca da relação com seus médicos, se há confiança nas informações recebidas e no tratamento adotado, a maioria assegura que confia nos profissionais. Porém, essa confiança está mais relacionada ao fato de acreditarem que o médico ocupa uma posição hierárquica superior a eles - e que, por isso, sabe o melhor -  do que resultado de um vínculo de confiança construído através do diálogo aberto e democrático. Cabe destacar que a importância do processo comunicativo que se estabelece no espaço relacional  profissional-usuário e a defesa do desenvolvimento dessas habilidades comunicativas durante o processo formativo do ensino em saúde é um aspecto das práticas cuidadoras muito enfatizado por aqueles que tem  a integralidade como uma bandeira de lutas para uma atenção à saúde usuário-centrada, em alteridade e mediada pelas tecnologias leves (PONTES et al, 2011, SILVA JUNIOR et al, 2011, SILVA JUNIOR et al, 2013, CECCIM; CARVALHO, 2011, ARAÚJO;CARDOSO,2013; MERHY, 1998, entre outros). Para esses autores, a interação entre os sujeitos deve se dar por meio de novas concepções e práticas comunicativas que: valorizem a participação do usuário (promovendo a desconcentração do poder e a democratização desse espaço-relacional), aproximem e valorizem seus saberes (em uma atitude de respeito às suas opiniões) e abram espaços de negociação e construção de projetos terapêuticos compartilhados. Logo, apreende-se que a comunicação exige técnica e sensibilidade. A observação dos aspectos legais é outro ponto a ser discutido nesse sentido. Destaca-se nesse cenário o Código de Ética Médica (Resolução CFM n° 1.931/09), a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde (BRASIL, 2011, p. 8) e o Estatuto do Idoso (Lei 10741/2003). Embora receber informações acerca de seu estado de saúde seja um direito do usuário assegurado por diversas legislações, existem várias questões do ponto de vista bioético que se colocam em discussão no cotidiano dos serviços de saúde no que diz respeito a comunicação de más notícias.  “Entende-se por má notícia qualquer informação que possa alterar de forma adversa a expectativa para o futuro, também podendo ser definida como sendo má na medida em que possa levar a uma piora emocional, cognitiva ou comportamental daquele que a recebe, persistindo esse efeito por certo tempo”. (COSTA; COSTA, 2012, p. 41). O estudo realizado por Diniz e colaboradores (2006) concluiu-se que estar ciente do diagnóstico e ter recebido tratamento oncológico são condições que se correlacionam inversamente à presença de depressão em pacientes sob cuidados paliativos. Estudos anteriores, como àqueles realizados por Kluber-Ross (2008) já destacavam que o sujeito em fase terminal tem necessidades muito especiais que precisam ser atendidas e entre elas estaria o conhecimento do diagnóstico e uma relação transparente, respeitosa e mais próxima com o seu médico e os outros profissionais de saúde responsáveis pelo seu cuidado. Há consenso em diversos estudos acerca da necessidade de desenvolvimento e aprimoramento das habilidades para comunicação de más notícias e de alguns aspectos que podem garantir a qualidade desta comunicação (SILVA, 2014; COSTA&COSTA, 2012; KAMASAKI et al, 2016; RIBA & JUVER, 2014). Entre eles estão: conhecer o paciente (o que ele quer saber/se quer saber), construir uma relação de confiança entre profissionais e pacientes, escuta empática com preparação do cenário e tempo disponível, utilização de linguagem adaptada, utilização de técnicas vocais e não vocais, minimização de dúvidas através do estabelecimento de um diálogo aberto, entre outros.  Além disso, já existem algumas orientações/estratégias bem estabelecidas como os “Sete Passos para a Comunicação” (Von Gunten et al, JAMA, 2000), as recomendações de Barclay e colaboradores (2007) e um protocolo considerado padrão para treinamento em más notícias, o Protocolo SPIKES (BAILE et al, 2000; INCA, 2010). Cabe destacar que nesse estudo pôde-se constatar que alguns idosos demonstravam um desinteresse em conhecer informações acerca do seu quadro clínico. Essa desinformação é um direito do paciente (KOVÁCS, 2014; ROSELLÓ, 2009) e o desenvolvimento das habilidades supramencionadas também possibilita ao profissional assimilar alguns sinais indicativos de que o sujeito não quer obter informações adicionais sobre a evolução de sua doença. Emerge nesse cenário a importância das reflexões acerca da formação médica e o ensino dos Cuidados ao Fim da Vida (CFV). Um importante estudo publicado em 2012 (TOLEDO; PRIOLLI, 2012) e que teve como objetivo “descrever atitudes e práticas do ensino dos cuidados no fim da vida conforme relatado pelos coordenadores de curso nas escolas de Medicina no Brasil”, constatou inúmeras limitações. Apontou-se que a maioria dos coordenadores entrevistados considerava importante o ensino dos CFV. Entretanto, apontavam que o tempo para investimento nesse ensino durante a graduação era insuficiente, havendo pouco espaço para inclusão dessa discussão nos currículos ou inexistência da discussão durante a graduação. Logo, evidenciou-se que esse tipo de ensino não é priorizado na formação em medicina no Brasil. Outro estudo publicado recentemente (POLLETO, BETTINELLI, SANTIN, 2016) e que teve como objetivo conhecer as vivências da morte de pacientes idosos na prática médica e a dignidade humana em ambiente hospitalar, concluiu que é imperativo incluir a discussão e o estudo sobre o enfrentamento da morte na formação médica uma vez que isso poderia reduzir os dilemas éticos enfrentados no cotidiano de trabalho dos futuros profissionais de medicina. Considerações finais: A falta de informações e a comunicação inadequada resultam no desconhecimento acerca do quadro clínico. Diante disso, não é possível ao idoso optar, decidir acerca das questões relacionadas à sua própria vida e, por que não dizer, da sua própria morte que se aproxima. A tomada de decisões deixa de ser compartilhada, o projeto terapêutico não se fundamenta no diálogo das partes envolvidas. O principal sujeito, o idoso que caminha para a morte, está excluído do processo. Assim, há um decréscimo no grau de autonomia desses idosos na medida em que não há informações suficientemente claras e relações de confiança e apoio irrestrito. Se há decréscimo no grau de autonomia, há também lacunas no que tange à integralidade do cuidado.

5374 O ADOECER COM O CÂNCER DE MAMA: reações emocionais de mulheres diagnosticadas
cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro, Aline Domício Sousa, Maria Selma Araújo, Raimunda Magalhães da Silva, Jéssica Karen de Oliveira Maia, Samy Loraynn Moura Oliveira, Christina Praça Brasil, Pedro Oliveira Pinheiro

O ADOECER COM O CÂNCER DE MAMA: reações emocionais de mulheres diagnosticadas

Autores: cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro, Aline Domício Sousa, Maria Selma Araújo, Raimunda Magalhães da Silva, Jéssica Karen de Oliveira Maia, Samy Loraynn Moura Oliveira, Christina Praça Brasil, Pedro Oliveira Pinheiro

Introdução: O câncer de mama é a doença oncológica que mais acomete mulheres, e é considerado um problema de saúde pública pela sua alta incidência, morbidade, mortalidade e pelo alto custo no tratamento. Objetivo: Compreender as reações emocionais de mulheres diagnosticadas com câncer de mama durante seu processo de adoecimento Metodologia: Estudo de abordagem qualitativa. O campo de ação foi o Programa de Assistência a Mulher Mastectomizada do Centro Universitário Estácio do Ceará, em Fortaleza. Participaram dessa pesquisa dez mulheres de acordo com os critérios de inclusão: tiveram câncer de mama, foram mastectomizadas, frequentavam regularmente o programa. Os critérios de exclusão: mulheres que não apresentassem boas condições psicológicas e que possuíssem histórico de transtornos mentais. Para efetivação da pesquisa foi obedecida a Resolução 466/2016 do Conselho Nacional de Saúde/MS, o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário Estácio do Ceará, parecer número 1.482.154, em 7 de abril de 2016. Para a coleta dos dados foi utilizado como instrumento a entrevista semiestruturada. As entrevistas foram gravadas, transcritas e validadas. A coleta foi realizada em local privado da instituição. Para preservar o anonimato das participantes da pesquisa, elas foram identificadas por nome de rosas. Na realização dessa pesquisa científica foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, instrumento que é utilizado para a análise de dados qualitativos no campo da saúde e visa identificar e selecionar categorias que possam constituir-se em temas. Resultados: As participantes do estudo, apresentam idade compreendida entre 37 a 80 anos. Quanto a escolaridade, possuem ensino médio e fundamental e somente uma tem nível superior e, de modo geral, as mulheres entrevistadas apresentam um bom nível de conhecimentos. No tocante ao estado civil as participantes, na sua maioria, eram casadas residindo com marido e filhos. Apresentam uma prole variando de um a oito filhos. Com relação a renda salarial, a média dos seus ganhos são em torno dois salários mínimos. Do ponto de vista religioso a maioria tem uma crença católica. A recorrência da fé em Deus foi uma constante no diálogo dessas mulheres. Todas as participantes informaram não estar trabalhando. Com relação as características clínicas as integrantes da pesquisa foram submetidas a mastectomia e nenhuma apresentou histórico familiar de câncer de mama. Quanto a detecção do câncer de mama, a maioria das mulheres informaram que a descoberta ocorreu com a prática do autoexame. Quanto aos tratamentos realizados todas já passaram por cirurgias, a média do tempo da cirurgia entre elas é entre 6 meses a 32 anos. Nenhuma apresentou recidiva da doença e quatro fizeram reconstituição mamária. Reações emocionais do diagnóstico do câncer de mama (1ª categoria) Sentimento de negação. A recusa é uma maneira natural e salutar de processar a informação, dando tempo para assimilar o que está acontecendo com seu corpo.“Foi uma coisa muito pesada pra mim no momento que eu não estava esperando”. (Orquídeas). A negação não se dá por falta de informação, e sim por falta de condições psicológicas, falta essa que não deve ser entendida como defeito, e sim como característica naquele dado momento. Sentimentos de angústia. A angústia é uma emoção que tem como característica a ansiedade e está à frente de um acontecimento, como o que a mulher sente ao receber o diagnóstico de câncer.  “Aí sai distribuindo resultado prá todo mundo, pro pessoal me ajudar que eu só fazia chorar. Olhava pros meninos – MEU DEUS DO CÉU, VOU MORRER! Ficava nisso, VOU MORRER. Eu sozinha com aqueles dois, 7h da noite, estava desesperada”. (Gardênia). Mulheres com câncer de mama apresentam uma angústia intensa. Sentimento de revolta. Ao tomar conhecimento que se tem uma doença, como o câncer, o primeiro pensamento que se tem é que não é justo o que está acontecendo. Todos passam a ser alvos de sua raiva. “Uma vez eu disse que tinha sido um castigo de Deus (choro) e tinha sido um castigo essa doença, mas que eu ia me matar (choro) ...que eu ia sair do hospital, que eu não ia mais aguentar, tomar esse tratamento e a quimioterapia e tudo e quanto for”. (Gardênia). Sentimento de medo. O câncer é uma doença que traz em seu bojo uma ameaça de morte. Apesar dos grandes avanços nos tratamentos e do aumento da sobrevida de pessoas com câncer, no momento atual, ainda é grande o número de mulheres que morrem por sua causa. “Dra. eu tenho ao menos 5 anos de vida? ‘ Eu falei assim que eu queria ver meu neto nos 15 anos”. (Margarida). A palavra “câncer” ainda contém em si, um grande estigma que passa a ter um significado de morte. Quando recebe o diagnóstico, a primeira reação é de desespero e que vai morrer. Sentimento de enfrentamento. O momento de enfrentar a doença emerge como superação dos momentos vividos anteriormente, a pessoa tem consciência do que se passa em seu interior, seus sentimentos de negação, raiva, ansiedade e medo começam a se dissiparem e a vida começa a voltar à normalidade. Existe sempre algo a ser feito e uma nova aprendizagem. A mulher com câncer de mama vive um novo processo em sua vida. A doença não mais tem o poder de impactar como antes. Ela já é capaz de reagir e agir nas situações difíceis relacionada com a doença “A gente tem que entender que isso faz parte da vida e pedir a Deus que cure a gente, que a gente tenha saúde, não tenha nada mais, graças a Deus. Tive que ... conformar mesmo. Chorei, não desesperei”. (Dália). Sentimento de frustração decorrentes do câncer de mama (2ª categoria) Frustração como mulher.“O que sinto na verdade ...sinto eu...sim, como mulher, você se sente inferior, você sente...eu pelo menos me sinto acabada, né”. (Choro) (Gardênia). Socialização da experiência. “Eu me sinto bem de falar, de mostrar para as outras pessoas que as vezes as pessoas têm um problema. Dá nosso testemunho, que nós passamos por isso, que é pra ter paciência e ter fé, entregar tudo na mão de Deus. Hoje eu vivo bem, graças a Deus! ” (Orquídeas). Após a experiência com o câncer as mulheres do estudo sentiram a necessidade de falar, socializar suas experiências para que possam ajudar outras mulheres em situação semelhante. Hoje dão seu testemunho, não ficam mais isoladas, procuram sempre estar em contato com outras mulheres chamando sua atenção para os cuidados preventivos com o câncer de mama e assim, encontraram um novo sentido para suas vidas. Considerações Finais: O câncer de mama ainda causa um forte impacto emocional. A maioria das mulheres pertencentes ao estudo, manifestaram reações bem representativas de sentimentos de negação a doença, angústia, revolta, medo da doença e da morte. Corroborando com os resultados encontrados na literatura. As mulheres acometidas com o câncer de mama, vivenciaram a sensação iminente do medo da morte, além disso, algumas sentem-se frustradas como mulher, mãe e com seu próprio corpo, após a cirurgia.

721 AÇÕES ESTRATÉGICAS NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
graziela da silva moura

AÇÕES ESTRATÉGICAS NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: graziela da silva moura

INTRODUÇÃO: O câncer do colo do útero (CCU) ou carcinoma de útero cervical, é uma patologia que evolui lentamente. As neoplasias intraepiteliais da cérvice (NIC) são caracterizadas por lesões que se apresentam nas fases pré-invasivas e benignas. Na sua fase invasiva, maligna ocorre o crescimento de uma lesão na cérvice, atingindo assim os tecidos localizados na parte exterior do colo uterino e as glândulas linfáticas anteriores ao sacro. Como medida as ações de prevenção da saúde são estratégias fundamentais, não só para aumentar a frequência e adesão das mulheres aos exames, como para reforçar sinais e sintomas de alerta, que devem ser observados pelas usuárias. OBJETIVO: Relatar a experiência de uma equipe de saúde a partir de Estratégias para diminuir a demanda e longas filas de espera de mulheres que aguardam para realizar o exame Papanicolau em Unidade Básica de Saúde (UBS) da Zona Leste de Manaus. METODOLOGIA:Trata-se de um tipo de estudo descritivo, de natureza qualitativa, realizada em agosto, setembro de 2016, março e outubro  de 2017. Foram realizados mutirões, com a divulgaçãona UBS, nas escolas e por contato telefônico a partir de registros da UBS. As ações tiveram como público, mulheres agendadas e livre demanda que ainda não tinham realizado o exame Papanicolau e/ou estavam à espera de agendamento para entrega de resultado. Houve participação de uma equipe multiprofissional na qual foram realizadas rodas de conversas dialogando e compartilhando informações acerca de PCCU, câncer de mama, Infecções sexualmente transmissíveis, gravidez e medidas de prevenção. Na ocasião foram ofertados brindes e lanches. RESULTADOS: Nestas ações foram realizados 350 coletas de exames e 360 atendimentos médicos para leitura de resultados dos exames. Durante a realização da coleta e leitura foram identificadas patologias tais como: Vaginose bacteriana, ISTs e infelizmente notaram-se resultados positivos para câncer de colo do útero, tais quais foram encaminhadas para os serviços de referências conforme protocolo e as demais saíram medicadas e com as recomendações pertinentes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ações desta natureza fortalecem o compromisso com a sociedade, uma vez que mesmo tendo uma capacidade além da área de abrangência, não cruzamos os braços em deixar essa população desassistida e tentamos da melhor forma suprir esta lacuna proporcionando medidas de promoção de saúde e prevenção do CCU por meio do rastreamento.

3121 AVALIAÇÃO DOS CUIDADOS COM OS PÉS REALIZADOS POR PACIENTES DIABÉTICOS EM TRATAMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA
Edildete Sene Pacheco, Francisco Thyago Soares, Jadiel Marinho Cardoso, Janaíne Cardoso Rocha

AVALIAÇÃO DOS CUIDADOS COM OS PÉS REALIZADOS POR PACIENTES DIABÉTICOS EM TRATAMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA

Autores: Edildete Sene Pacheco, Francisco Thyago Soares, Jadiel Marinho Cardoso, Janaíne Cardoso Rocha

Dentre as doenças crônicas não transmissíveis, o Diabetes Mellitus (DM) tem se destacado devido a sua magnitude e gravidade, tornando-se um problema de saúde pública de grande impacto no cenário mundial. Uma das consequências graves desta patologia é o Pé Diabético que, por muitas vezes, geram um quadro problemático de complicações que desencadeiam em amputações. A presente pesquisa objetivou verificar a execução de medidas preventivas para o não desenvolvimento do pé diabético pelos pacientes atendidos na atenção básica. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, de abordagem quanti-qualitativa de natureza aplicada, realizada em quatro Unidades Básicas de Saúde do município de Floriano-PI transcorrida entre os meses de março a maio de 2015. A amostra constituiu-se por 36 pacientes e a coleta de dados se deu através da aplicação de um questionário prévio e semiestruturado aos pacientes. Os critérios de inclusão para os pacientes foram respectivamente: ter diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2; ser cadastrados no programa HIPERDIA das UBS escolhidas; aceitar participar da pesquisa e ter mais de 18 anos. A elaboração do projeto seguiu todas as orientações éticas previstas, foi submetido ao devido Comitê de Ética e pesquisa (CEP), onde, após a apreciação, obteve parecer aprovado pelo CAAE nº 42331414.5.0000.5209, obedecendo todos os princípios éticos e orientações da Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) Nº 466/2012. Os resultados da pesquisa demonstraram que 21 (58,3%) pacientes eram esclarecidos sobre o DM, porém poucos seguiam as orientações repassadas pela equipe de Enfermagem, tais como práticas de atividades físicas, boa alimentação e não uso do tabaco e bebidas alcoólicas. Grande parte dos entrevistados não realizam nenhum tipo de atividade física 25 (69,4%), alguns alegaram falta de tempo, outros que já faziam atividades no dia a dia, além destes, muitos idosos não tinham condições de realizar essas atividades devido a algumas limitações físicas. Muitos diabéticos relataram que utilizavam calçados abertos, Ataide (2008) relata que os calçados são os principais causadores de lesões nos pés dos diabéticos e que são responsáveis por mais de 40% de suas causas. Com relação à inspeção dos pés, 18 (50%) afirmaram inspecionar os pés, enquanto que 12 (33,3%) relataram nunca inspecionar os seus pés, outros 6 (13,8%) indagaram que tinham vontade de realizar o autoexame, porém não sabia a forma correta. Este estudo nos permitiu verificar o conhecimento de pacientes diabéticos em relação ao cuidado com os pés. Evidenciou-se um grau significativo de pacientes no que concerne ao conhecimento dos diabéticos sobre sua patologia. No atual mundo das tecnologias, o acesso a essas informações tem se tornado cada vez mais frequente, e aguçado a curiosidade dos mesmos sobre seu problema de saúde, além disso, os profissionais de saúde tem informado mais a essa clientela sobre os cuidados a serem tomados, no entanto, devido a dificuldades financeiras citadas pelos pacientes, somados a pouca disponibilidade e tempo tem dificultado a práticas desses cuidados.

1901 Impacto da Atenção Primária na prevenção ao câncer de mama
MARIA CLARA GONÇALVES MACIEL, LÉTICIA GOES BEZERRA, TAINÁ COSTA NORAT

Impacto da Atenção Primária na prevenção ao câncer de mama

Autores: MARIA CLARA GONÇALVES MACIEL, LÉTICIA GOES BEZERRA, TAINÁ COSTA NORAT

Resumo Objetivo: Avaliar a efetividade da prevenção secundária contra o câncer de mama na Atenção Primária, por base nos dados coletados na Unidade de Saúde da Família Sítio Wanderley e na Unidade de Saúde da Família Campo do Banco, em Recife – PE, assim como comparar os resultados da prevenção quando realizado o rastreamento oportunístico e o rastreamento sistematizado. Métodos : Foi feito o levantamento de 293 prontuários de mulheres entre 50 e 69 anos nas Unidades de Saúde Sítio Wanderley e Campo do Banco, Recife (PE), em seguida, realizada busca ativa das pacientes da unidade Sítio Wanderley que pelos registros não haviam feito mamografia nos últimos 2anos para confirmar as informações, e promovidas ações de intervenção para aquelas que necessitavam, por fim, comparou-se os dados registrados entre o rastreamento oportunístico, o anterior à intervenção, e o sistematizado, nova forma empregada.  Resultados: Constatou-se que, com o método normalmente empregado em Unidades de Saúde da Família, apenas 22,2% das pacientes analisadas possuíam o exame de mamografia atualizados (o último feito há 2 anos ou menos), sendo esse número abaixo da média nacional (43,7%) e abaixo do número ideal preconizado em estudos (70%). Na Unidade em que foi empregado novo método, o rastreamento do Câncer de Mama aumentou de 19,4% para 49,3%, superando a média nacional. Conclusão: Há uma ineficiência na detecção precoce do câncer de mama na atenção básica, considerando a recomendação da Organização Mundial de Saúde de prevenção secundária que estabelece que ao menos 70% das mulheres devem estar cobertas a fim de obter redução da mortalidade. Havendo necessidade de aprimorar o rastreamento, a forma sistematizada empregada se mostrou superior quando comparada com o oportunística, sendo, então, uma nova opção para tal objetivo.