127: A crônica das crônicas: em busca da ordem na desordem
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FEFF Sala 05 - Jirau    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
962 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UM MENOR COM SÍNDROME DE ARNOLD CHIARI TIPO II
Isabela Maria da Costa Buchalle, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Mariane Santos Ferreira, Renan Fróis Santana

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UM MENOR COM SÍNDROME DE ARNOLD CHIARI TIPO II

Autores: Isabela Maria da Costa Buchalle, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Mariane Santos Ferreira, Renan Fróis Santana

Apresentação: A malformação de Chiari é uma anomalia pouco comum, de origem congênita que se caracteriza por herniações cerebelares associados à espinha bífida cística e hidrocefalia causada por uma possível falha no processo de neurulação, podendo ser apresentada sob a forma assintomática ou sintomática, nesta última se ressaltam as características como a paralisia dos membros inferiores, instabilidade da marcha, cefaleia, parestesias, disfagia, cervicalgia, rinolalia, disfunção visual e vertigem. A Malformação de Chiari tipo II é a responsável pela maioria dos óbitos em portadores de mielomeningocele e pode se manifestar em qualquer idade, sendo mais severa em recém-nascidos e lactentes com idade inferior a 1 ano, no qual ocorre a herniação das amígdalas, verme cerebelar, quarto ventrículo e porção inferior do bulbo, através do forame occipital. O diagnóstico padrão-ouro é realizado através da ressonância magnética, porém exames complementares como raio-X de crânio e coluna, mielografía, pneumoencefalografía, ventrículografia, angiografia podem ser solicitados. O tratamento é cirúrgico, feito pela descompressão crânio-vertebral, no entanto possui uma alta letalidade e quando não consegue reverter o quadro resulta em diversas complicações e diminuição da qualidade de vida do cliente. Dessa forma, o estudo objetiva avaliar o caso de um menor com diagnóstico de Arnold chiari tipo II, de acordo com a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) em uma unidade de terapia intensiva (UTI), no município de Santarém-PA. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo relato de caso, no qual a coleta dos dados foi realizada em um hospital de referência do município de Santarém-Pará, no setor de UTI pediátrica, durante as aulas práticas da disciplina de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva neonatal e pediátrica, ofertada no do 7º período do curso de enfermagem da Universidade do Estado do Pará (Uepa), no período de maio de 2017. A análise ocorreu a partir da observação sistemática e dirigida do cliente e elaboração da SAE, seguindo a taxonomia North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), após prévia autorização de acesso ao prontuário.  Resultados e/ou impactos: J.L.N.S., 3 anos de idade, sexo masculino, nascido de parto vaginal em 02/10/2013, proveniente do município Itaituba, com histórico de pré-natal incompleto, diagnóstico inicial de mielomeningocele rota e icterícia, no dia 04/10/2013 realizou correção para mielomeningocele, ao exame de imagem mostrou Síndrome de Arnold Chiari com evolução de hidrocefalia, sendo realizada a derivação ventrículo-peritoneal (DVP) em 16/12/2013, após a correção evoluiu para quadro convulsivo, apresentou pneumonia e infecção do trato urinário, sendo realizado o tratamento das intercorrências de forma eficaz. Foi submetido à correção cirúrgica para a Síndrome de Arnold Chiari em 09/04/2014. O diagnóstico atual compreendeu a Síndrome de Arnold Chiari tipo II. Ao exame físico observou-se que o menor apresentava regular estado geral, sono e repouso adequados, taquicardico, hidratado, acianótico, anictérico, com movimentos ativos dos membros superiores, mantendo ventilação mecânica invasiva através de traqueostomia e apresentando abdome globoso flácido sem visceromegalia. Quanto às eliminações vesico intestinais, a diurese e evacuação estavam presentes. Permaneceu em isolamento de contato, devido a urocultura mostrar resultado positivo para Klebisiella pneumoniae em coleta do dia 06/04/2017. Ainda, manteve suporte nutricional em gastrostomia fechada e suporte medicamentoso, sob supervisão da equipe multiprofissional. Com base no caso, os diagnósticos de enfermagem pontuados foram: 1. Risco de queda relacionado à ausência dos pais, no qual se interviu de modo a acomoda-lo mais próximos do posto de enfermagem; auxilia-lo durante a deambulação; realizar transporte na cadeira de rodas com cinto de segurança; manter o leito em posição mais baixa, com as rodas travadas e as grades elevadas. 2. Risco de infecção relacionada a procedimento invasivo de uso gastrostomia, procedeu-se em verificar a presença de sinais flogísticos; atentar para sangramentos, hipertermia e aparecimento de lesões cutâneas; efetuar cuidados com sondas, drenos e cateteres obedecendo aos princípios assépticos e supervisionar estado da pele. 3. Risco para desenvolver integridade tissular prejudicada relacionado à imobilidade física, a aplicação de compressas frias ou mornas; realizar mudança de decúbito a cada 2 horas; supervisionar a pele; passar óleo ou creme após o banho; dispor coxins em proeminências ósseas; instalar colchão piramidal; hidratar região perianal com dermoprotetor após troca de fraldas; observar e anotar áreas hiperemiadas e edemaciadas. 4. Risco de aspiração relacionado ao uso de traqueostomia foi outro diagnóstico apontado, no qual se procedeu com a monitoração nível de consciência e capacidade de deglutir; posicionamento em decúbito no ângulo de 45º, no mínimo, manter a cabeça do paciente lateralizada, quando recomendado e manter aspirador disponível. 5. A Mobilidade no leito prejudicada relacionada à incapacidade de deambular evidenciado pela paraplegia mostra que as ações devem ter o objetivo de prevenir complicações e a dor pelo posicionamento incorreto, no qual deve ser realizado o alinhamento do corpo do paciente; manutenção da cama limpa, seca e sem dobras; avaliar diariamente a pele do paciente e realizar massagem de conforto. 6. Dor crônica relacionado à incapacidade física crônica evidenciada por dor, no qual foram aplicadas as intervenções de avaliar a dor quanto à localização, frequência e duração; avaliar a eficácia das medidas de controle da dor; favorecer repouso/sono adequados para o alívio da dor; investigar a experiência de dor expressada pelo menor; prepara-lo para o procedimento de administração de medicamento; ensina-lo quanto o uso de técnicas não farmacológicas (relaxamento, imagem orientada, musicoterapia, diversão, aplicação de compressas frias/quentes, aplicação de massagem) antes, após e se possível durante a atividade dolorosa. Considerações finais: O prognóstico do cliente com malformação de Chiari tipo II é ruim, pois muitos artifícios invasivos de manutenção são utilizados para alimentação, respiração e infusão de fármacos, como a gastrostomia, a traqueostomia, acesso venoso periférico, dentre outros, que torna suscetível o indivíduo a infecção e outras patologias. Assim, a aplicação da sistematização da assistência de enfermagem se faz indispensável na estabilidade do quadro clínico, com a melhora do conforto e promoção de qualidade de vida ao cliente, pois através das intervenções realizadas são utilizadas técnicas com enfoque as particularidades do cliente, que diz respeito às necessidades física, mental e social, buscando empregá-las de forma integral, bem como a prevenção de complicações e detectar precocemente falhas na terapêutica de controle. Ademais, a partir do planejamento das intervenções é possível atuar na vigilância contra fatores de risco ambientais que podem levar ao agravamento do quadro clinico.  

1003 FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM ACADÊMICOS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO OESTE DO PARÁ
Isabela Maria da Costa Buchalle, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Daniele Silva de Freitas, Géssica Naiane Baia Nobre, Geysiane Rocha da Silva, Lívia de Aguiar Valentim, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM ACADÊMICOS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO OESTE DO PARÁ

Autores: Isabela Maria da Costa Buchalle, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Daniele Silva de Freitas, Géssica Naiane Baia Nobre, Geysiane Rocha da Silva, Lívia de Aguiar Valentim, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são caracterizadas por apresentarem etiologia múltipla e assinaladas por alterações silenciosas no organismo e período de latência de longa duração com danos e lesões irreversíveis, que podem desencadear incapacidade ou mesmo óbito. Dentre as principais DCNT tem-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes mellitus (DM), obesidade, dislipidemias e alguns tipos de cânceres. As DCNT são consideradas um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, devido ao alto índice de morbimortalidade. Em vista disso, o objetivo do estudo foi investigar os fatores de risco para o desenvolvimento de DCNT, bem como verificar a presença de valores anormais obtidos a partir da aferição da pressão arterial (PA) e dos níveis glicêmicos em acadêmicos de uma universidade pública do oeste do Pará. Desenvolvimento: trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa, realizado com acadêmicos de uma universidade pública, localizada no município de Santarém – PA, no dia 24 de abril de 2017, desenvolvido em duas etapas, sendo a primeira com a aplicação de um questionário contendo as seguintes variáveis: idade, gênero, etnia, hábitos alimentares, práticas de atividades físicas, tabagismo, alteração dos níveis de glicose em algum momento da vida e histórico familiar de diabetes. A segunda etapa baseou-se na verificação de medidas antropométricas (peso e estatura para cálculo do índice de massa corporal – IMC e circunferência abdominal – CA), aferição da PA, utilizando-se de um aparelho digital validado pela associação brasileira de cardiologia e mensuração dos níveis glicêmicos em jejum e casual, a partir do uso do glicosímetro (G-Tech Free Lite). O IMC foi classificado de acordo com a divisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) e para a classificação dos resultados da CA foi adotado o ponto de corte da Internation Diabetes Federation (IDF). Para análise da PA, foi utilizada a classificação de acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Já para a avaliação dos resultados obtidos com o glicosímetro, foi utilizada a classificação adotada pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBN). Entretanto, cabe ressaltar que a SBN preconiza que para o diagnóstico do DM, devem ser utilizados os valores da glicose plasmática, seja pela glicemia de jejum ou após a glicemia de 2h pós-sobrecarga de 75 g de glicose. Dessa forma, os valores obtidos a partir dessa verificação foram utilizados para fins de orientação dos participantes, salientando a busca por um serviço de saúde, caso seu resultado fosse alterado. Os dados coletados foram tabulados e analisados através do software Excel® 2013. Resultados e/ou impactos: A amostra da pesquisa foi de 61 acadêmicos, sendo 77% do sexo feminino, na faixa etária de 17 a 21 anos de idade, média de 19 anos. Referente ao sexo como um fator de risco não modificável, em muitas doenças crônicas, a exemplo do DM, a prevalência ocorre na população feminina, respectivo à idade, trata-se de um público jovem, onde o risco para desenvolver alguma DCNT é menor. No que condiz a etnia/raça dos pesquisados, 47,5% se consideravam pardos, 36,1% brancos e 16,4% negros. Percebe-se que a maioria se autodeclarou pardo, o que está de acordo com a raça prevalente na região norte. Quanto ao histórico familiar dos pesquisados acerca de uma das DCNT mais comuns, o DM, 77% disseram possuir familiares de 1º grau com a doença e 60,7% de 2º grau. Pertinente aos fatores de risco modificáveis para as DCNT, foi avaliada a prática de atividades físicas nos graduandos, dessa forma, 62,3% praticavam algum tipo em um tempo inferior a 30 minutos por dia ou menor que 4 vezes na semana e 37,7% exerciam em um período maior que 30 minutos por dia ou mais que 4 vezes na semana. Atualmente, é recomendado que adultos de 18 a 64 anos de idade realizem pelo menos 150 minutos de atividade física aeróbica, de intensidade moderada na semana ou então, ao menos 75 minutos de atividade física aeróbica vigorosa na semana ou uma combinação de ambas. Particular aos hábitos alimentares desse público foi avaliada a frequência no consumo de determinadas classes de alimentos, desse modo, específico a ingestão de legumes, vegetais e frutas, 72,1% faz seu uso com frequência e 27,8 não. Relacionado à ingesta de frituras, salgados e carnes gordas, 72,1% admitem fazer o consumo rotineiro e 27,9% não. Observou-se que grande parte faz o consumo diário de frutas, legumes e frutas, contudo é significante a quantidade dos que utilizam a segunda classe de alimentos. No tocante ao tabagismo, 90,2% relataram nunca terem fumado e 9,8% afirmaram já ter tido esse habito, mas abandonaram. Quando o gênero masculino foi questionado se já havia tido alguma alteração no seu nível glicêmico, ao longo da vida, 92,9% responderam que não ou não tinha conhecimento e 7,1% alegou que sim. Referente ao gênero feminino foi investigado a ocorrência de alterações dos níveis glicêmicos ou se já haviam tido filhos com mais de 4 kg, sendo que 95,7% informaram que não e 4,3% sim. No que diz respeito a ser portador de hipertensão arterial, todos afirmaram que não possuíam. No que tange as medidas antropométricas, a partir do cálculo do IMC, foi verificado que 8,2% estavam abaixo do peso, 78,7% apresentavam peso normal e 13,1% estavam com sobrepeso. Com relação a CA nos homens, 92,9% estavam com o tamanho dentro da normalidade e 7,1% acima, já nas mulheres, 68,1% estavam com a circunferência no tamanho ideal e 31,9% acima. A partir da aferição da PA, 78,7% foram classificados como normal, 9,8% como pré-hipertenso e 11,5% como hipertensão estágio 1. Vale ressaltar que a classificação adotada a partir do resultado da PA não possuiu cunho diagnóstico, assim, seus resultados serviram como base para as orientações a serem ofertadas aos acadêmicos no final da pesquisa, salientando a procura por um serviço de saúde, dependente dos valores encontrados. Referente aos resultados constatados a partir do uso do glicosímetro, 42,6% realizou em jejum e 57,4% casual. Dos que realizaram em jejum, 92,3% apresentaram resultado normal e 7,7% como intolerância a glicose diminuída, já dos que fizeram de forma casual, todos apresentaram os resultados dentro da normalidade. Ao final do estudo, foram dadas orientações em saúde aos participantes, de acordo com os fatores de risco e resultados encontrados, bem como a oferta de um lanche saudável. Considerações finais: Em consideração as condições de risco que não são susceptíveis de alteração presentes nos colaboradores da pesquisa, que favorecem a ocorrência de DCNT, 77% são do gênero feminino e a maioria possui histórico de DM na família, já em conformidade aos que decorrem da vontade pessoal para serem remodelados, 62,3% praticam atividade física de forma insuficiente; 72,1% faz consumo rotineiro de alimentos não saudáveis; 9,8% já foram tabagistas; 13,1% estavam com sobrepeso; 7,1% e 31,9% dos homens e mulheres, respectivamente, estavam com a CA aumentada. Já na aferição de PA e dos níveis glicêmicos, 21,3% estavam com os níveis da PA alterados e 7,7% da glicemia. Assim, concebendo o atual contexto das DCNT, a prevenção assume papel irrevogável, tornando-se imperativo que o público universitário estabeleça um período para a realização de atividades físicas que acabam por influenciar positivamente outras variáveis, como nas medidas do IMC e CA, em conjunto com a adoção de bons hábitos alimentares.  

1446 Estado nutricional e grau de dependência de nicotina de pessoas com hábito de fumar
Joice Herrmann Klaus, Vania Celina Dezoti Micheletti, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Sara Brunetto

Estado nutricional e grau de dependência de nicotina de pessoas com hábito de fumar

Autores: Joice Herrmann Klaus, Vania Celina Dezoti Micheletti, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Sara Brunetto

O tabagismo é uma condição muito frequente, sendo considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como um dos mais importantes problemas de saúde pública. Dentre os diversos malefícios causados pela nicotina, ocorre uma predisposição a hábitos alimentares inadequados, o que pode influenciar o estado nutricional. Objetivo: descrever o grau de dependência de nicotina e o estado nutricional de consumidores de tabaco, bem como conhecer os fatores que possam estar associados a este hábito. Método: a amostra foi composta por 72 pessoas com hábito de fumar, residentes em duas microáreas do território da Estratégia de Saúde da Família Macedo no município de Venâncio Aires no estado do Rio Grande do Sul., que é o maior produtor nacional de tabaco. Foram considerados critérios de exclusão ter menos de 18 anos e ser gestante. Para a coleta de dados foram aplicados o questionário Fagerström, para mensurar o grau de dependência de nicotina, e um questionário para identificar fatores associados ao hábito de fumar. A avaliação nutricional realizou-se através da medida da circunferência da cintura a fim de estimar o risco de doença cardiovascular, bem como aferição de peso e estatura para a realização do cálculo de índice de massa corporal. A classificação foi realizada através dos parâmetros adotados pela Organização Mundial da Saúde de 2000 e 1998, respectivamente. Resultados e discussão: a média de idade dos participantes foi de 47,7±16,6 anos. Maior parte da amostra foi composta pelo sexo feminino, de cor branca, nível de escolaridade fundamental incompleto, sedentários, com início do hábito de fumar entre 15 e 18 anos de idade e com predominância de vínculo de trabalho no setor fumageiro. Em relação à prática de atividade física, 71 (98,6%) dos entrevistados relataram não praticar nenhum tipo de atividade. Quanto ao início do tabagismo, 79,2% dos participantes referiram ter iniciado o hábito de fumar antes dos 18 anos de idade. Do total dos entrevistados, 62 (86,1%) referiram ter o desejo de deixar de fumar, e destes, 47 (65,3%) demonstraram interesse em participar de grupo com o objetivo de abandonar o hábito de fumar. Prevaleceu o grau de dependência de nicotina considerado muito elevado (36,1%), seguido do grau elevado, médio, baixo e em menor proporção (5,6%), grau de dependência muito baixo. Em relação ao estado nutricional, 34,7% apresentaram diagnóstico de eutrofia, enquanto 50% excesso de peso. Encontrou-se que todas as pessoas com diagnóstico de baixo peso (15,3%) possuíam grau de dependência de nicotina elevado ou muito elevado. Considerações finais: através do estudo, verificou-se a necessidade de ações de prevenção ao tabagismo junto à população, como grupos de cessação do hábito de fumar. Faz-se necessário também, o planejamento de ações que incluam, além do objetivo de cessação do tabagismo, ações de incentivo a atividade física e de educação alimentar através da equipe que assiste a esta população, uma vez que este é um grupo prioritário.

1983 PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM HIPERTENSÃO E/OU DIABETES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA CIDADE DE MANAUS
Naiara Ramos de Albuquerque, Alexandre Tadashi Inomata Bruce, Aryanne Lira dos Santos, Gabriella Martins Soares, Sara Regina Aloise, Thaís Moreira Gomes, Esron Soares Carvalho Rocha, Filipe do Vale Monteiro

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM HIPERTENSÃO E/OU DIABETES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA CIDADE DE MANAUS

Autores: Naiara Ramos de Albuquerque, Alexandre Tadashi Inomata Bruce, Aryanne Lira dos Santos, Gabriella Martins Soares, Sara Regina Aloise, Thaís Moreira Gomes, Esron Soares Carvalho Rocha, Filipe do Vale Monteiro

INTRODUÇÃO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes mellitus (DM) constituem os principais fatores de riscos para doenças vasculares crônicas sendo as maiores causas de óbitos no Brasil, com isso é importante investigar as causas para sua prevalência verificando a correlação dos dados antropométricos concomitante ao estilo de vida e realizar o acompanhamento na unidade básica de saúde (UBS) dos pacientes que fazem o tratamento dessas doenças para proporcionar uma melhor qualidade de vida. Estudos epidemiológicos sobre a hipertensão arterial e diabetes são fundamentais para conhecer a distribuição da exposição, do adoecimento e as condições que influenciam a dinâmica de risco e controle na comunidade que podem ser desenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF). OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico dos usuários do HIPERDIA que fazem acompanhamento na UBSF da zona Norte da cidade de Manaus. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo exploratório-descritivo, utilizando-se o estudo retrospectivo, para busca de informação em prontuários dos pacientes cadastrados no programa de Hipertensão e Diabetes (HIPERDIA) da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA). A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde da Família N-23(UBSF-N23), localizada na zona Norte da cidade de Manaus, no bairro Terra Nova II. Foram incluídos os pacientes hipertensos e diabéticos com mais de 18 anos, com a última consulta realizada entre julho de 2016 a julho de 2017, totalizando um ano. Foram excluídos do estudo os pacientes que estava a mais de um ano sem ter o acompanhamento da UBSF N-23, microáreas que os Agentes de saúde estavam de férias ou afastados do serviço.  Foram investigados 136 prontuários de 5 microáreas. Desses prontuários somente 69 estavam dentro dos critérios de inclusão. Os dados foram coletados por meio dos prontuários disponíveis na unidade de saúde. Foram colhidas informações sobre as características sócio demográficas, dados clínicos, farmacológicos e referência sobre a última consulta do conjunto de pacientes com as doenças crônicas, visando efetuar um reconhecimento das variáveis (idade, sexo e ocupação) e clínicas (como peso, altura, IMC, fatores de risco, comorbidades associadas, medicamentos utilizados, o valor da ultima medição da Pressão arterial na unidade etc), data da última consulta e condições clínicas associadas. Para análise dos dados foi utilizado o Programa Microsoft Office EXCEL®. Os dados foram tabulados e consolidados utilizando as técnicas de estatísticas descritivas, e organizados e apresentados em forma de tabelas e gráficos. RESULTADOS: Dos 69 prontuários analisado neste estudo, 43 (62%) eram do sexo feminino e 26 (38%) do sexo masculino. A faixa etária predominante foi de 45 a 65 anos, com média de 63,46. Estudos apontam que o aumento da população feminina com doenças HAS e DM têm ocorrido pelo fato das mulheres procurarem mais o atendimento de saúde do que os homens. A doença mais prevalente no sexo feminino foi a HAS com 23 (33%) casos e os homens com 17 (25%). Já os acometidos por HAS/DM foram 12 (17%) do sexo feminino e 7 (10%) do sexo masculino. A ocupação predominante do grupo estudado foi 13% do lar, 4% desempregados, 17% aposentados e 23% dos prontuários não possuíam a informação da ocupação dos usuários. Observou-se que a ocupação está associada a vínculo empregatício informal e a renda familiar baseada nas aposentadorias. Em relação à data da última consulta na unidade, é elevado o número de pacientes cuja última consulta ocorreu há mais de doze meses. Isso implica em ausência de informações clínicas atualizadas sobre as condições de saúde, o que compromete o acompanhamento destes clientes quanto ao risco de complicações bem como a adesão completa à terapia proposta. A data da última consulta foi relevante para avaliar o acompanhamento clínico dos pacientes. O maior quantitativo das consultas registradas no prontuário destes pacientes foi do profissional médico e ACS nas visitas domiciliarias. Os usuários procuram a unidade para a renovação de receita, dispensa de medicamento e procura de exames com especialistas. Analisamos que em media são realizadas 60 consultas com o médico para atender as necessidades dos pacientes e a enfermagem com cerca de 5 consultas em um ano na unidade estudada.  Desta forma, acarretando para a fragilidade do papel da enfermagem dentro do HIPERDIA. Foi verificado maior prescrição de medicamentos cardiovasculares, comparado a medicamentos Antidiabéticos devido à alta prevalecia de HAS na área adstrita da UBSF. A terapêutica medicamentosa, para o tratamento da HAS, mais utilizada foi o beta bloqueador Atenolol com cerca de  14 (15%) usuários utilizando. Segundo mais usado foi os antagonistas do receptor de angiotensina II losartana (9%), enalapril (5%) e ácido acetilsalicílico (AAS) com 6% sendo usado pelos pacientes. Os antidiabéticos orais glibenclamida (12%) e metformina (6%) foram os mais prescritos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após o diagnóstico da doença crônica, é indispen­sável à adesão ao tratamento medicamentoso, pois o não seguimento do plano terapêutico poderá repercutir de forma nega­tiva sobre a saúde das pessoas acometidas por essas enfermidades, impossibilitando a resolubilidade do tratamento. Porém, fatores externos a não adesão ao tratamento é considerada um fe­nômeno complexo e multifatorial, estando relacionados ao paciente, ao sistema e equipe de saúde, à doença, ao tratamento, ao uso de medicamentos, a problemas sociais e a fatores socioeconômicos. É importante que a equipe de saúde desenvolva ações de promoção, prevenção e tratamento das doenças crônicas, pois estes consistem em meios eficazes para a redução do impacto financeiro, social, familiar e individual sobre a mortalidade e a morbidade desses pacientes. As intervenções da equipe de saúde devem priorizar o diagnóstico precoce, o acompanhamento e a adesão dos pacientes ao tratamento, para diminuir as complicações vasculares, o pé diabético, as amputações e a morte entre outras doenças associadas. Cabe a Enfermagem contribuir para redução de complicações relacionadas a essas patologias crônicas e doenças associadas, por meio do estabelecimento dos diagnósticos de enfermagem, plano de cuidados com a utilização das Intervenções recomendadas, estabelecimento dos resultados para realização de um atendimento holístico, eficaz e ético. Principalmente a enfermagem que tem atuação no HIPERDIA com maior relevância por sua visão e prática não farmacológica e medicamentosa, além de sua participação em praticamente todos os momentos do contato com a unidade e desta forma, mudar o cenário desta UBSF em relação ao abandono do acompanhamento e até do tratamento.

2023 AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MUNICÍPIO DE COARI-AMAZONAS.
Victor Linec Maciel Barbosa, Mariana Paula da Silva, Ananias Facundes Guimarães, Paula Andreza Viana Lima, Rodrigo Damasceno Costa, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Abel Santiago Muri Gama

AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MUNICÍPIO DE COARI-AMAZONAS.

Autores: Victor Linec Maciel Barbosa, Mariana Paula da Silva, Ananias Facundes Guimarães, Paula Andreza Viana Lima, Rodrigo Damasceno Costa, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Abel Santiago Muri Gama

Apresentação: O consumo de substâncias psicoativas tem sido amplamente discutido pela literatura. O álcool é uma das substâncias que causam maiores prejuízos aos indivíduos e à sociedade, sendo considerada uma importante questão de saúde pública. O uso problemático de álcool é o terceiro motivo de absenteísmo no trabalho e a oitava causa para a concessão de auxílio-doença do Ministério da Previdência Social. Frente a essa questão, a literatura sugere que os serviços de saúde estejam preparados para identificar precocemente pessoas que vêm fazendo uso problemático de álcool, assim como para intervir junto a estes. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são profissionais escolhidas pela comunidade para atuarem junto à população. Em detrimento a pouca formação, e por obrigatoriamente residir na comunidade onde trabalham, estão expostos aos mesmos costumes, cultura e práticas de saúde do local onde vivem, incluindo o uso de bebidas alcoólicas. Dessa forma, o objetivo deste estudo é descrever o consumo de bebidas alcoólicas por Agentes Comunitários de Saúde da zona rural do município de Coari-Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal realizado a partir de um projeto maior, intitulado “Saúde e práticas terapêuticas entre Agentes Comunitários de Saúde do município de Coari – Amazonas”. As entrevistas foram realizadas por meio de questionário avaliativo previamente elaborado com perguntas referentes a dados econômicos, demográficos e consumo de bebidas alcoólicas. Para avaliação do consumo de álcool foi utilizado o instrumento Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT), composto por dez questões e, de acordo com a pontuação, auxilia a identificar diferentes padrões de consumo. As entrevistas ocorreram nos meses de outubro e novembro de 2017 durante as reuniões mensais dos ACS no município sede. Os dados foram analisados no software SPSS (Statistical Package for Social Sciences) 22.0 for Windows. Resultados: A maioria dos participantes foram homens (52,3%), possuíam ensino médio completo (39,6%) e 52,2% eram casados. Em relação ao consumo de álcool, a maioria (78,4%) relatou nunca ter consumido. No entanto, dos 24 indivíduos que consomem álcool, a maioria (87,5%) relataram o consumo de cerveja. No que diz respeito à quantidade de doses, 54,2% consomem 8 ou mais doses. Quando perguntados se deixaram de fazer alguma atividade diária devido ao consumo excessivo de bebidas alcóolicas, 16,7% informaram que sim. Considerações finais: De acordo com os resultados encontrados, conclui-se que apesar da baixa prevalência de consumo de álcool pelos Agentes Comunitários de Saúde, há um número significativo de indivíduos que fazem o uso de grande quantidade de doses, desta forma, podendo prejudicar o desempenho das atividades profissionais, ocasionando prejuízos na prestação de serviço à comunidade. Neste contexto, faz-se necessário a adoção de medidas educativas por parte dos gestores, no sentido de conscientizar estes profissionais quanto às consequências do uso excessivo de álcool.

2040 AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO INTERIOR DO AMAZONAS.
Marcelo Henrique da Silva Reis, Jéssica Karoline Alves Portugal, Mariana Paula da Silva, Victor Linec Maciel Barbosa, Rodrigo Damasceno Costa, Ananias Facundes Guimarães, Paula Andreza Viana Lima, Abel Santiago Muri Gama

AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO INTERIOR DO AMAZONAS.

Autores: Marcelo Henrique da Silva Reis, Jéssica Karoline Alves Portugal, Mariana Paula da Silva, Victor Linec Maciel Barbosa, Rodrigo Damasceno Costa, Ananias Facundes Guimarães, Paula Andreza Viana Lima, Abel Santiago Muri Gama

Apresentação: Ao ingressar na universidade muitos estudantes vivenciam novas experiências, como se distanciar da família, residir com outros estudantes e passar a maior parte do tempo no ambiente universitário, além de adquirirem maior liberdade e independência para a tomada de decisões. Essas novas experiências podem favorecer um maior consumo de álcool, assim como os riscos associados a tal consumo. Nesse sentido, o ingresso à universidade tem sido considerado um período crítico, com maior vulnerabilidade para o início e manutenção do consumo de álcool, tabaco e de outras drogas. Neste sentindo, o objetivo desse trabalho é descrever o consumo de bebidas alcóolicas entre estudantes de graduação da Universidade Federal do Amazonas, Campos de Coari. Desenvolvimento do trabalho: Estudo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa, realizado com alunos de graduação do Campus avançado da Universidade Federal do Amazonas, o Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), no município de Coari. O estudo foi realizado com 360 estudantes de diferentes cursos de graduação. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário autoaplicável, com perguntas referentes a informações socioeconômicas e demográficas, vida acadêmica, consumo de medicamentos e consumo de bebidas alcóolicas. Para avaliação do consumo de álcool foi utilizado o instrumento Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT), composto por dez questões e, de acordo com a pontuação, auxilia a identificar diferentes padrões de consumo. A pesquisa foi realizada nos meses de outubro e novembro de 2017 e cada participante assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: A amostra deste estudo foi composta em sua maioria por estudantes do gênero feminino (59,4%%), com idade média de 21,35 anos e 78 (21,7%) era do curso de Biologia e Química. Em relação ao consumo de álcool, maioria (62,8%) relatou nunca ter consumido. Porém, 22,8% relatou consumir álcool mensalmente. Entre os indivíduos que consomem bebidas alcóolicas, a maioria relatou o consumo de cerveja (24,2%). Em relação a quantidade de doses, a maioria (12,5%) informou que consomem de 2 a 3 doses. Considerações finais: Com base nos resultados deste estudo e com o objetivo de se prevenir problemas decorrentes do uso de álcool entre estudantes universitários, sugere-se que as instituições de ensino superior estejam atentas ao uso dessa substância nessa população. Nesta direção, a utilização do AUDIT como um instrumento de triagem pode facilitar a identificação de estudantes que fazem consumo de risco de álcool, favorecendo ações de prevenção, promoção e proteção da saúde, sejam essas individuais ou coletivas.

2098 Perfil socioepidemiológico de pacientes diabéticos atendidos pelo Programa Hiperdia em uma Unidade Básica de Saúde no interior da Amazônia
Helen Soares de Lima, Davi Emmanuel Malcher de Carvalho, Juliana Reis Pereira, Maria do Socorro da Silva Mota

Perfil socioepidemiológico de pacientes diabéticos atendidos pelo Programa Hiperdia em uma Unidade Básica de Saúde no interior da Amazônia

Autores: Helen Soares de Lima, Davi Emmanuel Malcher de Carvalho, Juliana Reis Pereira, Maria do Socorro da Silva Mota

O diabetes mellitus é um problema de saúde pública mundial  atingindo mais de 400milhões de pessoas,  sendo que 16  milhões de brasileiros possuem a doença. Trata-se de  um  grupo  heterogêneo  de  distúrbios  metabólicos  dos  carboidratos,  lipídios  e proteínas que apresenta em comum a hiperglicemia, resultante de  defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas. A história natural da doença é marcada pelo  aparecimento  de  complicações  que  geram  elevada  morbidade  e  mortalidade  e comprometem a produtividade e  qualidade de vida dos doentes e seus familiares. Sua prevalência é  crescente  e em decorrência disso, trata-se de uma das  doenças crônicas de maior impacto socioeconômico para o sistema de saúde pública.  Devido a isso, é de extrema importância  que cada unidade de saúde obtenha o perfil de sua população para, dessa forma, identificar pacientes em risco e promover orientações adequadas. A partir  disso,  o  objetivo  deste  estudo  foi  traçar  o  perfil  socioepidemiológico  de pacientes  diabéticos.  A  pesquisa  foi  aprovada  pela  Comissão  de  Ética  em  Pesquisa envolvendo Seres Humanos da UEPA, parecer nº 2.221742/2017 e para sua realização foi utilizada uma amostra de 26 indivíduos  com diabetes mellitus tipo II,  de ambos os gêneros, atendidos e cadastrados na Unidade Básica  de Saúde do  bairro  Santíssimo, no município de Santarém/Pará. Inicialmente os pacientes foram informados sobre a pesquisa durante as reuniões de  grupo feitas pela unidade de saúde (Grupão Hiperdia) e convidados a participar da mesma. No  total foram feitas visitas a quatro grupões, que ocorriam semanalmente, sempre as quintas  feiras.  Os que tiveram interessem em participar assinaram o termo de consentimento livre e  esclarecido  e para a coleta de dados foi feita uma  entrevista com cada  um dos  pacientes, que  responderam a uma ficha de levantamento socioepidemiológico. Os dados foram coletados e armazenados em um banco de dados  e em seguida, foram  submetidos a análise descritiva quanto a frequência.  Como  resultados  verificou-se  que  dos  pacientes  avaliados  65,38%  eram do  gênero  feminino  e  34,62%  do  gênero  masculino.  Mesmo  com  esse  resultado  é importante ressaltar que  não se pode  afirmar que o diabetes seja mais frequente em mulheres,  pois,  há  prevalência  semelhante  da  doença  entre  homens  e  mulheres  nas diversas  faixas  etárias.  A  maior  quantidade  de  mulheres  participantes  da  pesquisa pode estar  relacionada à maior procura aos serviços de saúde e maior disposição das mesmas  em  participar  de  pesquisas  sobre  o  tema,  colaborando  assim  para  a  maior oportunidade de  diagnóstico. A  idade  dos pacientes  variou  entre 42 e 87 anos,  com média  de 66 anos.  É consenso o  predomínio de diabetes  tipo  II em indivíduos com idade  mais  avançada,  principalmente  a  partir  da  quinta  década  de  vida,  em  face  do aumento da expectativa de vida e do crescimento populacional. A idade vem  sendo considerada um fator de risco para o desenvolvimento da doença já  a partir  dos 45 anos,  devendo-se como prevenção realizar a partir dessa idade a glicemia de jejum a cada  3  a  5  anos.  Com  relação  ao  tempo  de  estudos  em  educação  formal,  foipredominante os indivíduos com ensino fundamental incompleto 65,38%, indicando baixa  escolaridade. Em relação a profissão, mais da metade  (53,84%)  dos indivíduos exerce  apenas  atividades  domésticas,  e  23,08  são  aposentados.  Essas  características socioeconômicas  podem  ser  fatores  de  risco  para  surgimento  de  complicaçõesdecorrentes  do  diabetes,  principalmente  em  decorrência  da  falta  de  acesso  a informação  e  serviços  de  saúde,  além  da  possível  dificuldade  de  compreensão  dos mecanismos da doença,  comprometendo assim os autocuidados, principalmente com os pés e a adesão adequada ao tratamento. Em relação ao perfil epidemiológico houve uma  distribuição  equilibrada  entre  indivíduos  com  1  a  5  anos  de  diagnóstico  da doença (34%), entre 5 e 10 anos (30%) e mais de 10 anos (30%), Atualmente, sabe-se que muitos indivíduos diabéticos são assintomáticos e a doença pode já estar instaladaaté uma década antes de se obter sua confirmação, assim, independente do período dediagnóstico, o  controle e  rastreamento das complicações crônicas deve ser iniciado o mais  breve  possível.  Além  disso,  verificou-se  que  a  medicação  mais  utilizada  foi  a metformina  (adquirida  na  própria  Unidade  Básica  de  Saúde),  o  que  está  de  acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de  Diabetes que a indica como medicação de primeira escolha para pacientes diabéticos tipo II,  agindo através da diminuição da produção  hepática  de  glicose,  aumentando  a  sensibilidade  do  fígado  à  insulina  e  a captação de glicose nos músculos, tendo como vantagem a redução da  hemoglobina glicada,  sem  riscos  de  hipoglicemia,  e  de  contribuir  para  a  diminuição  do  peso  ou, pelo  menos,  para  a  sua  manutenção.  Como  fatores  de  risco  para  o  surgimento  da doença  foram  relatados  principalmente  os  antecedentes  familiares  (69%),  resultado esse esperado, visto que o  diabetes tipo II tem um importante componente genético;  acomorbidade  hipertensão  arterial  sistêmica  (HAS)  (57%)  e  o  tabagismo  (19%).  AHAS é a  comorbidade mais comum associada ao diabetes mellitus,  essa associação é capaz  de  significativamente  aumentar  o  risco  de  eventos  cardiovasculares.  Já  a redução do consumo de cigarro é essencial visto que o tabagismo associa-se  ao mau controle do diabetes, como malefícios a  nicotina desencadeia respostas adrenérgicas que  aumentam  os  valores  de  glicose,  suprimindo  a  produção  de  insulina,  também produz  vasoespasmo  e  aumenta  a  possibilidade  de  insuficiência  vascular  periférica, sendo que fumantes estão mais expostos ao risco de amputação de membros inferiores.Por  ser  a  hipertensão  descompensada  e  o  tabagismo  fatores  de  risco  para  odesenvolvimento  de  alterações,  a  intervenção  rigorosa  sobre  eles  pode  retardar  ou mesmo  prevenir o surgimento das complicações crônicas.  A partir desses resultados, percebeu-se que  a obtenção do perfil socioeconômico e epidemiológico da  população atendida em uma Unidade Básica de Saúde é essencial. Na Unidade estudada, inserida em  uma  cidade  no  interior  da  Amazônia,  a  partir  do  conhecimento  obtido  sobre  as características  e  os  fatores  de  risco  que  os  pacientes  apresentam,  os  profissionais podem então planejar estratégias diferenciadas e específicas de prevenção,  orientação e tratamento integral, utilizando uma abordagem direcionada, mais simples, lúdica  e compreensível  com o intuito de atingir esse público de maneira satisfatória e  eficaz, evitando-se assim, evasão das atividades e do acompanhamento na Unidade.

2581 COMORBIDADE DIABETES MELLITUS E TUBERCULOSE: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
ELLEN CRISTINE DE OLIVEIRA SILVEIRA, GIOVANNA MENDES DA SILVA MAIA, BIANCA ALBUQUERQUE CASTRO, REBECA ARCE GUILHERME, ANA CAROLINA SCARPEL MONCAIO

COMORBIDADE DIABETES MELLITUS E TUBERCULOSE: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA

Autores: ELLEN CRISTINE DE OLIVEIRA SILVEIRA, GIOVANNA MENDES DA SILVA MAIA, BIANCA ALBUQUERQUE CASTRO, REBECA ARCE GUILHERME, ANA CAROLINA SCARPEL MONCAIO

APRESENTAÇÃO: a importância da relação entre diabetes mellitus e tuberculose, já foi estabelecida pela Organização Mundial de Saúde, pois o paciente diabético está exposto a um risco de duas a três vezes maior de desenvolver tuberculose e, que em torno de 10% dos casos desta no mundo são diabéticos. De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação há no Brasil uma frequência relativa de 98,08% de tuberculose associada à diabetes mellitus não informado no momento da notificação, o que dificulta a prestação de cuidados à essa população. OBJETIVO: Analisar a literatura científica nacional e internacional sobre a associação dessas patologias. DESENVOLVIMENTO: tratou-se de uma Revisão Integrativa da Literatura com a seguinte questão norteadora: “qual a produção científica nacional e internacional da comorbidade diabetes mellitus e tuberculose?”. Foram utilizadas as bases de dados: LILACS e PubMed. Para a seleção dos artigos consultou-se os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), sendo utilizados: diabetes mellitus e tuberculose e seus correspondentes no idioma inglês, com operador boleano “and”. Os critérios de inclusão foram artigos que abordassem a temática sobre a comorbidade diabetes mellitus e tuberculose, nacionais e internacionais, nos idiomas português, inglês e espanhol, dos últimos cinco anos, e os de exclusão foram artigos não disponíveis na íntegra, com abordagem de outras patologias, imunologia, genética especifica das doenças e, publicações secundárias. RESULTADOS: a amostra final resultou em 20 artigos originais, sendo respectivamente, dois da base de dados LILACS e 18 da base de dados PubMed. Os artigos foram categorizados em duas temáticas: “a associação de diabetes e tuberculose em pacientes com ambos os diagnósticos” e “os conhecimentos dos profissionais da saúde sobre a comorbidade diabetes mellitus e tuberculose”. CONSIDERAÇÕES FINAIS: em alguns países houve uma diminuição da incidência de tuberculose, porém o aumento de pacientes diabéticos pode afetar esse dado, pois programas para controle de tuberculose identificaram que as pessoas que têm diabetes mellitus tem um risco aumentado de adquirir tuberculose. Pesquisas apontam que os homens correspondem a 61,6% dos casos da comorbidade, no entanto as mulheres tem prevalência maior com 19,1% enquanto os homens têm prevalência de 13,4%. Observou-se que ocorre a falta de registro do diagnóstico de diabetes nos pacientes que são tratados para tuberculose, fator que tem importância, pois a diabetes pode interferir no tratamento, tornando-o mais prolongado. Considerando o impacto fisiopatológico e terapêutico da comorbidade, os profissionais de saúde não estão totalmente preparados para lidar com a prevenção, detecção e manejo clínico da diabetes mellitus em pacientes com tuberculose, fator este que colabora para altos níveis de morbidade e mortalidade dessa população. O aprimoramento da equipe de saúde é necessário visto que culmina na melhoria da qualidade da assistência a esses indivíduos.    

2994 ADESÃO AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO EM PACIENTES COM COMPLICAÇÕES CARDÍACAS
Francisco Ariclene Oliveira, Yara Fernandes Barbosa, Luciana Catunda Gomes de Menezes, Manuela de Mendonça Figueiredo Coelho, Aviner Muniz de Queiroz, Denizielle de Jesus Moreira Moura

ADESÃO AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO EM PACIENTES COM COMPLICAÇÕES CARDÍACAS

Autores: Francisco Ariclene Oliveira, Yara Fernandes Barbosa, Luciana Catunda Gomes de Menezes, Manuela de Mendonça Figueiredo Coelho, Aviner Muniz de Queiroz, Denizielle de Jesus Moreira Moura

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS), popularmente chamada de pressão alta, afeta a cada dia um número maior de pessoas. Frequentemente associada às alterações funcionais, estruturais e/ou metabólicas, a HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial que atinge órgãos alvo (coração, rins, encéfalo e vasos sanguíneos) aumentando o risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. A grande problemática enfrentada tanto pela população quanto pelos profissionais da saúde é a dificuldade na adesão ao tratamento, pois requer mudanças no estilo de vida com vistas à realização do tratamento farmacológico e não farmacológico. Sendo assim, trata-se de uma doença crônica que necessita de uma adesão eficaz ao tratamento para que seja possível evitar as complicações e suas consequências. A não adesão ao tratamento influencia de forma direta na morbimortalidade desses pacientes, ocasionando gastos aos cofres públicos com pessoas que possuem alguma complicação advinda da hipertensão, tornando-se impossibilitadas de retornar ao trabalho e também necessitando de cuidados contínuos. Nesse contexto, surge o seguinte questionamento: Como se dá a adesão ao tratamento dos hipertensos com complicações cardíacas? Conhecer como se dá a adesão ao tratamento, seus fatores dificultadores e potencializadores contribui na melhoria da qualidade de vida desses pacientes, subsidiando o planejamento de estratégias condizentes com as necessidades do indivíduo e oferecendo crescimento profissional ao enfermeiro. Assim, objetivou-se nesse estudo analisar a adesão ao tratamento de hipertensos com complicações associadas. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Trata-se de um estudo de cunho exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa, realizado com uma amostra de 170 hipertensos com complicações, assistidos em um ambulatório de cardiologia. Foram excluídos da amostra os pacientes que, no momento da coleta de dados, apresentaram descompensação clínica que lhes impedissem de participar do estudo. A amostragem foi por conveniência, ou seja, foram coletados dos participantes que estiverem no local, no período de fevereiro a março de 2017, em uma instituição hospitalar de nível terciário de Fortaleza-CE. A referida instituição oferta uma área ambulatorial de assistência cardiológica. Os dados foram coletados por meio de um formulário desenvolvido pelos autores, fundamentado na literatura. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética do Hospital Geral Dr. César Cals de Oliveira sobre n. de parecer: 1.473.900. Ressalta-se que foram seguidos todos os princípios éticos conforme a regulamentação da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta a pesquisa com seres humanos. RESULTADOS: A faixa etária dos participantes variou de 23 a 84 anos, com uma média 53,25 (DP ± 12,90). Observou-se que 31% dos participantes são considerados idosos, ou seja, têm 61 anos ou mais. Destaca-se também o acometimento precoce da hipertensão, em que 19% das pessoas acometidas encontram-se na faixa etária de 23 a 40 anos. Identificou-se uma baixa escolaridade, haja vista que 4% dos pesquisados são analfabetos e 49% apresentam ensino fundamental completo/incompleto. Com relação ao estado civil, a maioria tinha companheiro, ou seja, 68% das pessoas viviam em união consensual ou eram formalmente casadas. Dentre as ocupações, a maior parte não trabalha configurando-se como aposentados ou pensionistas (38%). Apesar da faixa etária elevada da amostra, identificou-se ainda um percentual elevado de empregos formais (35%). A renda per capita evidenciou uma média de R$ 493,18 (DP=105,6603). Em relação à cor da pele, 80% dos pesquisados declararam-se não brancos. A respeito da procedência, 74% residem na capital, enquanto 26% moram em outros municípios cearenses. O tempo de diagnóstico variou entre 6 meses a 13 anos, sendo que 20% apresentam diagnóstico recente (entre 6 meses e 1 ano). O tempo de atendimento no ambulatório é semelhante ao tempo de diagnóstico. No presente estudo, 28% dos hipertensos não iniciaram o tratamento de imediato, o que pode agravar ainda mais a doença. Os dados sinalizam que está havendo uma conscientização maior sobre a importância da terapia medicamentosa, visto que das 170 pessoas entrevistada apenas 28% demoraram ir à busca do tratamento. Observou-se que todos os sujeitos apresentavam doenças associadas à hipertensão, dentre as principais: 28% das pessoas tinham angina, 21% insuficiência vascular periférica, 23% são obesas. Os demais 28% apresentavam outras doenças. Referente às internações, 16% se submeteram a algum tipo de internação no último ano. Quanto aos motivos apontados, destacam-se a ocorrência de complicações da hipertensão arterial. Referente à frequência do uso da medicação, a grande maioria (95%) refere tomar o medicamento diariamente. Com relação à forma de aquisição da medicação, 55% relataram receber na unidade de saúde, 27% recebem nas farmácias populares e 18% compram. Questionou-se também se havia dificuldade para aquisição dos medicamentos, verificando-se que 52% entrevistados afirmaram encontrar algum tipo de dificuldade, sendo a mais relatada, a falta de medicação nas unidades de saúde e 48% relata que não possui dificuldade, pois a maioria das vezes tem o medicamento disponível. Sobre o consumo de alimentos relacionados à quantidade de sal (cloreto de sódio) ingerido, 93% referem consumir alimentos sem sal, 76 % faz uso de pouco sal. Sobre o consumo de frutas e verduras, 77% afirmam que consomem diariamente; 16 %, às vezes; e, 6% não gostam. Com relação ao consumo de dieta hiperlipídica, 10% informaram que consomem esses alimentos; 38%, às vezes, e 52% não gosta de alimentos gordurosos. A atividade física foi mencionada por 35% pessoas que afirmaram praticá-la regularmente. Dentre as atividades realizadas foram citadas a caminhada, a hidroginástica e a dança (levou-se em consideração nesses percentuais as pessoas que realizam atividade com uma frequência mínima de três vezes por semana). Com relação ao consumo de cigarro e álcool, 9% são tabagistas e 16% mencionaram fazer uso de álcool ocasionalmente. Quanto à realização de alguma atividade estressante, 85% consideram não desempenhar esse tipo de atividade. Em contrapartida, 69% afirmaram não realizar atividades de lazer. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados encontrados reforçam a importância de ações interdisciplinares que contribuam para o manejo e o controle da hipertensão em pacientes com doenças associadas. Nesse sentido, conhecer o estilo de vida e as rotinas dos hipertensos é importante para prestar uma assistência individualizada e propor uma intervenção em saúde adequada. Limitações foram identificadas durante a execução do estudo, entre elas as entrevistas. As entrevistas em profundidade possuem fatores limitantes que devem ser analisados. Uma das limitações é a não aceitação de participar da pesquisa por que não queriam se expor, há falta de um local adequado para ocorrer a entrevista. Outra limitação identificada é a falta de trabalhos acadêmicos mais atuais que fala sobre adesão ao tratamento da hipertensão, importância da atividade física e seus benefícios para HAS, entre outros temas que apresenta há falta de conteúdos atualizados. Sugere-se com o estudo, que os profissionais de saúde envolvidos possam estar aptos a proporcionar educação em saúde de forma objetiva e simples de acordo com o nível de conhecimento dos hipertensos, minimizando os fatores que influenciam na não ade­são à terapêutica e os estimule a adoção de hábitos saudáveis, otimizando a adesão ao tratamento para a melhoria da sua qualidade de vida e redução da morbimortalidade.

4265 Perfil epidemiológico e clínico dos casos de câncer gástrico atendidos em um hospital público do oeste do Pará, no período de junho de 2013 a junho de 2016
Kamila Brielle Pantoja Vasconelos, Iria Lúcia Ribeiro Mafra, Ellen Caroline Santos Navarro, Martha Nunes Freitas, Antônia Regiane Pereira Duarte, Gilvandro Ubiracy Valente

Perfil epidemiológico e clínico dos casos de câncer gástrico atendidos em um hospital público do oeste do Pará, no período de junho de 2013 a junho de 2016

Autores: Kamila Brielle Pantoja Vasconelos, Iria Lúcia Ribeiro Mafra, Ellen Caroline Santos Navarro, Martha Nunes Freitas, Antônia Regiane Pereira Duarte, Gilvandro Ubiracy Valente

  RESUMO O câncer gástrico é uma lesão que geralmente ocorre em algum ponto da mucosa do estômago, fruto da multiplicação celular descontrolada, característica de malignidade. Essa proliferação celular vai substituindo o tecido normal e pode invadir outras camadas do próprio órgão, como a camada muscular e a do revestimento externo, alcançando órgãos vizinhos. Originário da palavra karkínos, do grego, que em português significa caranguejo, a palavra câncer, citada primariamente pelo “pai da medicina”, Hipócrates, é uma enfermidade conhecida há muito tempo. Além disso, há relatos de acometimento pela doença em múmias do Egito, evidenciando a presença de neoplasia em humanos há milhares de anos antes de Cristo. O câncer de estômago apresenta um alto índice de casos em nível mundial, estando em segundo lugar no que se refere ao número de mortes. Desconsiderando os tumores de pele, não melanoma, o câncer de estômago em homens é o segundo mais frequente na região Norte. Múltiplos fatores podem dar origem à neoplasia maligna gástrica. O processo primário da doença é o desencadeamento do desenvolvimento de tumores a partir de tecidos lesionados na mucosa gástrica. As lesões na mucosa ocorrem devido à influência dos fatores de risco, o que significa que a doença pode se desenvolver ou por exposição a fatores endógenos, associados a questões genéticas e/ou exógenos, relacionados a questões ambientais. Outro importante aspecto em relação ao assunto é o estadiamento da doença o qual através deste, identifica-se  o nível que esse tumor se encontra, pois através dele podem-se descrever aspectos dessa doença em determinado paciente, como a localização, a disseminação, e quais funções de outros órgãos do corpo estão sendo afetadas. Desse modo, o sistema de estadiamento utilizado para esse tipo de câncer é o sistema TNM da American Joint Committee on Cancer. O sistema TNM – tumor (T), linfonodo (N) e metástase (M) – utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer: T – Indica o tamanho do tumor primário e se disseminou para outras áreas; N – Descreve se existe disseminação da doença para os linfonodos regionais ou se há evidência de metástases em trânsito; M – Indica se existe presença de metástase em outras partes do corpo .Diante do contexto problemático apresentado, questiona-se, qual o perfil epidemiológico dos casos de câncer gástrico diagnosticados na região Oeste do Pará? A partir da relevância do assunto, esse estudo objetivou identificar o perfil epidemiológicos e clínico dos casos diagnosticados de câncer gástrico em um hospital público de referência na região Oeste do Pará, no período de junho de 2013 a junho de 2016, bem como identificar a prevalência de câncer gástrico a partir da variável sexo, faixa etária, nível de escolaridade, zona onde reside, elencando o estadiamento de câncer gástrico nos casos no referido hospital. Essa pesquisa apresenta caráter descritivo, transversal, documental com abordagem quantitativa.Quanto à coleta de dados, inicialmente foi realizada uma revisão de literatura, por meio de analise de artigos em bases de dados científicos, como: Scielo, Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Câncer, entre outros artigos publicados. Foram considerados aptos para a pesquisa, os artigos que identificaram a frequência entre indivíduos do sexo masculino e feminino, descreveram a faixa etária de maior incidência, a ocupação, o ano de diagnóstico e estadiamento da doença. A técnica de coleta de dados ocorreu por análise de prontuários de pacientes diagnosticados com câncer gástrico no Hospital Regional de Santarém, no período de junho de 2013 a junho de 2016, utilizando-se como instrumento de pesquisa um questionário composto por sete perguntas que atendiam às variáveis necessárias para atender os objetivos do estudo. Em relação à amostragem, foi constituída por 67 prontuários de pacientes, com idade entre 20 e 80 anos, atendidos com câncer gástrico no Hospital Regional de Santarém, no período de junho de 2013 a junho de 2016. Sobre a análise dos dados, as variáveis necessárias à pesquisa foram analisadas através de porcentagens simples e posteriormente calculados em planilhas do programa Microsoft Excel 2010. Quanto aos aspectos éticos, este estudo atende todos os preceitos da resolução 466/12, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, sobre as pesquisas envolvendo seres humanos. Nela foram inclusos prontuários de pacientes na faixa etária de 20 a 80 anos e excluídos os de pacientes diagnosticados com outro tipo de Câncer e os que não apresentaram as variáveis necessárias ou incompletas e/ou ilegíveis. Quanto aos resultados encontrados, foi observado que o ano com maior número de casos de neoplasia gástrica foi 2014, apresentando 42%, 28 casos; o sexo mais acometido foi o masculino, com 54 casos, correspondendo a 79%; a faixa etária com maior número de casos foi 41 a 60 anos, tendo 45%, 30 casos; as ocupações mais citadas pelos pacientes foram agricultor e doméstica com, respectivamente, 29% (19 casos) e 12% (8 casos); a escolaridade da maior parte dos pacientes é fundamental incompleto, apresentando 57%, correspondendo a 38 casos; o maior número de casos é de pacientes que residem na zona urbana, apresentando uma porcentagem de 75% (50 casos); os estadiamentos mais frequentes foram IIA, IIIA e IV, tendo 10% (7 casos), 15% (10 casos) e 10% (7 casos), respectivamente. Vale ressaltar a significativa porcentagem de prontuários sem informações sobre o estadiamento, o que pode se tornar uma barreira para a construção de um perfil realmente próximo ao pesquisado. A pesquisa revelou que a maior prevalência de câncer gástrico foi em pessoas do sexo masculino, com idade entre 41 e 60 anos, apresentando escolaridade de nível fundamental incompleto, sendo residentes da zona urbana. Isso pode servir de orientação para campanhas de prevenção, permitindo uma abrangência mais satisfatória do público que se enquadra nesse perfil epidemiológico.Observou-se também que os casos de neoplasia gástrica são geralmente diagnosticados em padrões de estadiamento avançado. Tendo maior número de casos os estádios IIA, IIIA (maior número) e IV. Faz – se necessária a atuação do profissional enfermeiro na promoção e prevenção das neoplasias. Nesse sentindo, o enfermeiro supervisor da estratégia em saúde da família, através de diferentes instrumentos como educação popular, visitas domiciliares e consultas de enfermagem, pode informar à população os fatores de risco, contribuindo assim para a prevenção e viabilização de um diagnóstico precoce. Diante dos resultados, esse estudo desperta uma reflexão a respeito da necessidade de se intensificar a publicidade e ocorrência de campanhas que esclareçam e divulguem aspectos do câncer gástrico, que ainda é pouco conhecido pela sociedade e acomete um grande número de pessoas em todo o mundo.  

5220 DESORDENS OCASIONADAS PELO CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE UNIVERSITÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA NA AMAZÔNIA.
Erika Fonseca de sousa, Gisele Ferreira de Sousa, Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Lays Oliveira Bezerra, Érika Marcilla de Sousa Couto

DESORDENS OCASIONADAS PELO CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE UNIVERSITÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA NA AMAZÔNIA.

Autores: Erika Fonseca de sousa, Gisele Ferreira de Sousa, Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Lays Oliveira Bezerra, Érika Marcilla de Sousa Couto

Introdução: Desde os primórdios da humanidade o homem utiliza de drogas psicoativas, em especial o álcool, como acompanhamento para refeições ou em ritos festivos, entretanto o uso indiscriminado dessa substância é gradativamente crescente na população ocidental e corresponde ao maior índice entre as drogas lícitas utilizadas no cotidiano das pessoas. É diretamente presente em filmes, músicas, festas, trotes universitários e nos meios de comunicação em massa, concebido erroneamente como objeto de engrandecimento e sucesso pessoal, desta maneira torna-se atrativo, principalmente aos adolescentes e adultos jovens, uma vez que estão em processo de construção da personalidade. O consumo de álcool torna-se um preocupante problema na sociedade, apresentando-se como fator relacionado a diversos danos à saúde do indivíduo, incluindo doenças mentais, cardiovasculares, hepáticas, neurodegenerativas, gastrointestinais e alterações severas de humor e dependência química. O ingresso na universidade é um período de novas experiências, sentimentos e diversas mudanças na vida do jovem, assim durante este período, este torna-se mais vulnerável a ingestão de droga lícitas. O ingresso na faculdade possibilita ao indivíduo grande espectro de sensações e oportunidades inovadoras, partilhando de um grande grupo com vivências distintas da sua realidade, muitas vezes sem supervisão da família, este processo culmina na vulnerabilidade para relações interpessoais, atitudes ilícitas e proibidas. O consumo de risco para o álcool está conexo às características sociais do universitário e aos obstáculos e estresse encarados na academia. A magnitude do problema com álcool entre o meio acadêmico expressa problema preocupante, principalmente se vinculado a estudantes de cursos relativos à saúde, estes estão em plena idade reprodutiva e laboral e, também, apresentarão implicações na prática profissional futura, haja a vista que estes acadêmicos adquirirem conhecimentos a cerca dos riscos do uso de álcool, e mesmo assim, ainda existe um grande consumo entre essa classe. Os profissionais de saúde exercem sua função nos sistemas de saúde, concomitante com suas experiências e práticas construídas na universidade, outro fator é que a mesma sociedade que estimula o uso de substâncias psicoativas é aquela que recrimina o dependente crônico de álcool, logo fica o questionamento: como profissionais dependentes químicos garantirão o atendimento qualificado e resolutivo para a população? Destarte o problema deve ser solucionado desde a base, ou seja, durante a vida acadêmica, instituindo estudos aprofundados sobre o tema, assim como desenvolvendo políticas de prevenção e controle do uso de álcool Objetivo: relatar a experiência de graduandas de enfermagem sobre as desordens ocasionadas pelo consumo de álcool entre acadêmicos de Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Educação Física de uma instituição pública de ensino superior, no Município de Santarém, Estado do Pará. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal com uma abordagem quantitativa do tipo relato de experiência, realizado com 40 acadêmicos no Município de Santarém, ingressos nos curso de Fisioterapia, Educação Física, Enfermagem e Medicina, matriculados no terceiro e quarto e ano da instituição mencionada, essa escolha deu-se pelo fato desta série amostral estar mais expostas ao estresse e as influências oriundas do meio acadêmico. O período da coleta das informações compreendeu os meses de maio a junho de 2017. Para coleta de dados, utilizou-se o questionário AUDIT-Teste para identificação de problemas relacionados ao uso de álcool, que tem como objetivo identificar possíveis dependentes de álcool. Resultados: A maioria dos pesquisados estava cursando o quarto ano, pertenciam ao sexo feminino, eram solteiros, e compreendiam a faixa etária de 19 a 23 anos. Outra variável analisada dos participantes foi a “moradia”, cujo 67,5% (27/40) da amostra relatou que reside com a família, 15% (6/40) com os amigos, 12,5% (5/40) sozinho e 5% (2/40) sozinho com o senhor Jesus. Concomitantemente, este dado foi relacionado ao início e ao aumento da frequência do uso de álcool durante a academia, deste modo verificou-se que 66,7% (12/18) da amostra que morava com a família iniciou e intensificou o uso de álcool, 5,6 % (1/18) que residia com os amigos e 27,8% (5/18) que morava sozinho, iniciaram e aumentaram o consumo de drogas lícitas, e nenhum que relatou morar “sozinho com o senhor Jesus” afirmou “sim” a esta questão. Outra questão pertinente ao uso abusivo de álcool, diz respeito aos prejuízos/ problemas que ele ocasiona na vida do indivíduo. Concomitantemente, estes podem se manifestar como culpa excessiva, esquecimento após o uso dessa substância, danos causados em si mesmo e a preocupação de terceiros, principalmente, da família. Neste sentido, 65% (26/40) dos acadêmicos afirmaram que não apresentaram nenhum sentimento de culpa nos últimos 12 meses após o uso de bebidas alcoólicas. Em relação ao esquecimento, 17, 5% (7/40) garantiram que foram incapazes de lembrar menos que uma vez por mês o que aconteceu após o uso, diz respeito aos danos causados pelo consumo inadequado do álcool, onde 12,5% (5/40) dos pesquisados afirmaram que já desenvolveram lesões decorrentes do uso excessivo,82,5% (33/40) não obtiveram preocupação de parentes, amigos e profissionais da área da saúde, que aconselhassem os mesmos a cessar o uso. Avaliou-se, também, o consumo de álcool por cursos pertencentes à área da saúde, na aludida instituição. Assim, 50% (5/10) dos estudantes de educação física apresentaram consumo de risco, enquanto que 80% (8/10) dos acadêmicos de Enfermagem, Fisioterapia e Medicina, foram classificados como consumo de baixo risco ou abstêmios, respectivamente. Considerações Finais: Em consonância com os resultados obtidos neste estudo, foi perceptível que a maioria dos acadêmicos ao entrarem na universidade, intensificaram o uso da bebida alcoólica, ressalvando que a classificação de ingestão de derivados de álcool compactuou com dois níveis de consumo:  baixo risco/abstêmico e consumo de risco. Todavia estes discentes devem aderir fidedignamente aos hábitos saudáveis, almejando que o consumo não acarrete prejuízos biopsicossociais durante sua vida acadêmica, tão pouco na prática profissional. Portanto, mesmo que eles estejam distantes de uma dependência, cabe advertir a prudência para com o álcool. Deste modo, torna-se importante a prevenção, a partir de medidas que possam ser fomentadas pela própria academia, contribuindo, através das ações educativas, na conscientização para modificação desses hábitos.  Sugere-se a elaboração de oficinas sobre Álcool e outras drogas, voltadas para o público universitário, ministradas no campus da universidade, a fim de promover o ensino humanizado e garantir a resolutividade desde a graduação.

4018 Fatores Associados à Mortalidade de Pacientes com Câncer do Colo do Útero Internadas de 2005 a 2015 em um Hospital de Referência em Belém-Pará, Norte do Brasil
Vânia Carneiro, Saul Carneiro, Marcela Fagundes, Pricila de Jesus Oliveira do Rosário, Laura Maria Tomazi Neves, Maria Conceição Nascimento Pinheiro, Givago da Silva Souza

Fatores Associados à Mortalidade de Pacientes com Câncer do Colo do Útero Internadas de 2005 a 2015 em um Hospital de Referência em Belém-Pará, Norte do Brasil

Autores: Vânia Carneiro, Saul Carneiro, Marcela Fagundes, Pricila de Jesus Oliveira do Rosário, Laura Maria Tomazi Neves, Maria Conceição Nascimento Pinheiro, Givago da Silva Souza

Apresentação: O câncer é considerado um problema de saúde pública e seu impacto na população dos países em desenvolvimento corresponderá a 80% dos mais de 20 milhões de novos casos estimados para o ano de 2025. A última estimativa mundial realizada em 2012, aponta para mais de 14 milhões de novos casos no mundo, com mais de oito milhões de óbitos previstos, sendo 70% da mortalidade encontrada em países em desenvolvimento. Na América Latina, um dos tipos de câncer que ainda contribui de forma significativa para altas taxas da doença em mulheres é o câncer de colo do útero, sendo representado como o segundo mais incidente (12,2%) e a segunda causa de morte por câncer no gênero feminino nesse continente. No Brasil para o biênio 2016-2017, estimou-se a ocorrência de aproximadamente 600 mil casos novos de câncer, e o perfil epidemiológico encontrado se assemelha ao da América Latina, apontando que nas mulheres, o câncer de colo de útero está entre os três mais frequentes e transcende o paradigma diagnóstico-tratamento e ainda continua apresentando grande impacto na população mundial com altas taxas de mortalidade, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Desenvolvimento do Trabalho: O objetivo do estudo foi identificar quais os fatores associados à mortalidade de pacientes com câncer do colo do útero internadas de 2005 a 2015 em um hospital de referência em câncer na Amazônia. A amostra do estudo foi de 513 prontuários de pacientes com diagnóstico de câncer de colo do útero internadas  no período de 1 de janeiro de 2005 à 31 de dezembro de 2015, sendo a coleta dos dados realizada de junho a setembro de 2016. Foram coletadas informações socioeconômicas, resultados de laudos histopatológicos, estadiamento do tumor, presença de comorbidades, metástase, hábitos de tabagismo, tratamentos realizados, reinternação e desfecho. Para análise individual das variáveis independentes foi aplicado o teste qui-quadrado, em seguida foram feitas as análises das regressões brutas e ajustada e, estabelecido ODDS RATIO com intervalo de confiança de 95% e nível alfa de significância de 5 %. Resultados: Como resultado, observou-se que a mortalidade foi maior entre as mulheres procedentes do interior do estado (61%), com diagnóstico histopatológico de carcinoma escamoso (86,40%), com invasão de camadas (83,10%), com presença de metástase à distância (45,80%), óbito em 100% no grupo de mulheres sem tratamento e 36,40% de mulheres com pelo menos, uma reinternação. Alguns componentes sociodemográficos e clínicos testados no presente estudo mostraram-se com importante associação à mortalidade das mulheres internadas por câncer cervical. Foi possível observar que a taxa de mortalidade foi maior nas mulheres que procediam do interior do estado do Pará, representando 61% das mulheres diagnosticadas com câncer de colo do útero que morreram. Tais dados encontrados se assemelham com os que Singh et al observaram em seu estudo. Os autores analisaram os aspectos socioeconômicos e as disparidades na mortalidade por câncer nos Estados Unidos utilizando três fontes de dados, demonstrando em seus resultados, que as zonas rurais e urbanas provocaram disparidade nas taxas de mortalidade por câncer no país. Observaram também que os riscos de mortalidade nas mulheres com câncer cervical que residiam nas áreas rurais foram significativamente maiores do que aquelas que residiam nas áreas urbanas das cidades. O tipo histológico mais encontrado nas mulheres que morreram foi o carcinoma de células escamosas, com mais de 86% de taxa de mortalidade. Isso pode ser explicado pelo fato de este tipo de câncer cervical ser o mais comum, representando mais de 80% dos diagnósticos. Observou-se também a prevalência de estágios mais avançados de tumor nas mulheres que evoluíram a óbito, apresentando estadiamento igual ou maior que IIA, segundo a classificação FIGO 2009, demonstrando que aquelas que tinham o tumor com características invasivas morreram  mais quando comparadas com as que, em seu estadiamento, apresentaram o tumor com estadio mais precoce, a presença de metástase também influenciou nas taxas de mortalidade do estudo, uma vez que mais de 54% das mulheres internadas que morreram apresentavam metástase a distância, quase três vezes mais do que as que não tinham evoluído com processo metastático. A reinternação e o tipo de tratamento foram determinantes também para o desfecho do estudo, sendo que nas mulheres que não fizeram nenhum tipo de tratamento ou realizaram tratamento combinado apresentaram mortalidade maior quando comparadas àquelas que realizaram tratamento exclusivo (possivelmente devido doença avançada ou já fora de possibilidade terapêutica), bem como aquelas com mais reinternações, provavelmente devido a presença de comorbidades que agravaram a doença de base. Sabe-se que pacientes com câncer pertencem a um grupo de risco para reinternação dentro de 30 dias da alta hospitalar, e por todo o conjunto de fatores que podem levá-los a readmissão, a mortalidade se torna um risco iminente nessa população. Algumas opções de tratamento nos estágios iniciais de câncer cervical são exclusivamente pelo método cirúrgico enquanto que os avançados necessitam de tratamentos adjuvantes como radioterapia, braquiterapia e quimioterapia ou mesmo a combinação de um ou mais desses. As limitações do estudo restringiram-se às fontes dos dados, já que a não digitalização dos prontuários contribui para perda amostral, pois as informações ilegíveis e a má condição física de alguns prontuários não permitiram a coleta completa das informações. Além disso, a não padronização dos dados permitem que os prontuários sejam preenchidos por vários profissionais, o que gera possibilidade de algumas informações distintas acerca do mesmo assunto. O preenchimento de prontuário não padronizado por vários profissionais gera possibilidade de registros de informações distintas acerca do mesmo assunto, dificultando as análises. Considerações Finais: Conclui-se que os principais fatores determinantes para a mortalidade dessas mulheres foram a procedência do interior do estado, o laudo histopatológico de carcinoma escamoso, estadiamento do tumor invasivo, a presença de metástase, a não realização de tratamento e a reinternação após alta no hospital. Tais dados ajudam a esclarecer a carência de serviços de prevenção e rastreamento sobre o câncer cervical no Pará, e possibilitam subsídios teóricos para a criação de políticas públicas que alcancem todas as mulheres equitativamente, pois os ajustes realizados hoje possibilitam uma consequente mudança futura necessária nos índices e taxas de mortalidade da região. Os resultados sugerem uma carência de serviços de prevenção e rastreamento sobre o câncer cervical no Estado do Pará, e fornecem subsídios teóricos para a criação de políticas públicas que alcancem todas as mulheres equitativamente, pois os ajustes realizados hoje possibilitam uma consequente mudança favorável na redução dos índices e taxas de mortalidade da região.

1026 PREVALÊNCIA DE SOBREPESO/OBESIDADE, E SUA RELAÇÃO COM A HIPERTENSÃO ARTERIAL, EM FUNCIONÁRIOS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA EM SANTARÉM- PA
Railany Pereira Silva Benoá, Adjanny Estela Santos de Sousa, Brena Caroline Cordovil Lopes, Rosane Guimarães de Sousa, Josiele Christine Viana Paz

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO/OBESIDADE, E SUA RELAÇÃO COM A HIPERTENSÃO ARTERIAL, EM FUNCIONÁRIOS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA EM SANTARÉM- PA

Autores: Railany Pereira Silva Benoá, Adjanny Estela Santos de Sousa, Brena Caroline Cordovil Lopes, Rosane Guimarães de Sousa, Josiele Christine Viana Paz

Apresentação: No decorrer dos últimos séculos percebeu-se uma grande mudança no perfil de morbimortalidade da população, com grande prevalência de doenças causada por patologias crônicas não transmissíveis, dentre elas a obesidade. A obesidade é uma doença crônica decorrente da interação entre vários fatores, está associada ao surgimento de enfermidades, como a hipertensão arterial (HA) (CAIRES et al., 2013). A obesidade e o sobrepeso são estimados através do índice de massa corporal (IMC). Evidências relatam que o IMC está intimamente relacionado à ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (LINHARES RS et al. 2012). Nieman (1999) define a pressão arterial (PA) como a intensidade com que o sangue força as paredes das artérias, sendo dividida em sistólica (PAS) e diastólica (PAD). A PAS e a PAD são as etapas de contração e relaxamento do coração, respectivamente. Quando há variação significativa acima do normal em pelo menos uma dessas pressões, caracteriza o quadro clínico de hipertensão. Um dos fatores responsáveis pela causa de sobrepeso e obesidade, que irá acarretar em Hipertensão, é a falta de atividade física. Essa ausência, na população em geral, pode ser explicada, devido a um aumento da carga horária de trabalho buscando melhores condições financeiras, fazendo que seu tempo livre para práticas de atividades físicas e de lazer diminua. (SILVA, 2014). Portanto, o objetivo deste trabalho é investigar a prevalência de sobrepeso/obesidade e HA em funcionários de uma instituição de ensino, bem como verificar a associação entre estes. Desenvolvimento do Trabalho: A pesquisa obedeceu à Metodologia da Problematização que valoriza as metodologias ativas, usou-se então o método do Arco de Maguerez que segue os passos: Observação da realidade; Ponto chave; Teorização; Hipótese de solução e a Aplicação à realidade. O local foi a Universidade do Estado do Pará (UEPA), trata-se de uma pesquisa-ação. Foi realizada uma entrevista por meio de questionário e coleta de dados dos participantes, o IMC e a PA. Os dados foram analisados por meio de recurso de estatística descritiva com a utilização do Excel (2007) e para verificar associação entre sobrepeso/obesidade com HA foi realizado o teste de correlação de Sperman com o uso do programa Bioestat 5.3. Trata-se de um projeto desenvolvido no terceiro semestre do curso de enfermagem, fazendo parte da Atividade Integrada em saúde (AIS). O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP) da UEPA – Campus XII conforme parecer 1.318.965, em conformidade com a resolução 466/12. Resultados e/ou impactos: A ação realizada na instituição de ensino superior UEPA, teve como participantes 39 funcionários, de todas as esferas de serviço. Desses 39 participantes, entre 18 e 64 anos, 16 (41%) eram do sexo masculino; 23 (59%) eram do sexo feminino e possuíam uma média de IMC de 26,5. Pode-se perceber um valor significativo de pessoas com sobrepeso (43,5%), e obesidade (20,5%), através da entrevista realizada, notou-se que 64% destes não praticam atividade física, esse dado pode ser um agravante para a saúde dos funcionários, colaborando para o surgimento de doenças, como a HA. Nas Diretrizes de Hipertensão (2010), são apresentados os riscos para HA, como a idade, gênero, etnia, sedentarismo e a obesidade. Através da entrevista foram obtidos resultados satisfatórios para esses fatores. Segundo as DH, 60% das pessoas acima de 65 anos tem maior risco de desenvolver HA, de acordo com a idade dos pesquisados, constatou-se que todos os hipertensos têm acima de 40 anos de idade. Uma pesquisa realizada por Martinez et al., (2006), entre metalúrgicos do RJ e SP, demonstrou que a prevalência de Hipertensão foi de 24,7% com a idade acima de 40 anos, aproximando-se dos resultados do presente trabalho. Além disso, notou-se que entre gênero e etnia, os considerados hipertensos era 50% homens e 50% mulheres. Segundo as Diretrizes, a prevalência global de HA é semelhante para os dois, e nenhum sendo de cor branca, confirmando as DH, que diz que ela é duas vezes mais prevalente em não-brancos. Pode-se perceber que dentre os pesquisados 10% (4 funcionários) apresentou HA. Observou-se que entre os 4 indivíduos que apresentaram altos valores de PA, 2 apresentaram sobrepeso e 2 apresentaram obesidade. A relação entre HA e sobrepeso/obesidade é confirmada por Galvagni (2012) que relacionou os hipertensos com essas alterações de peso, na qual o sobrepeso apresentou maior índice. A quantidade de hipertensos mostrados como resultado desta pesquisa foi relativamente pequena, decorrendo-se do fato de ser uma amostra reduzida em comparação à outros estudos. O teste de correlação de Sperman buscando associação entre o IMC e a PAS e PAD, mostrou que não a houve de froma significativa (p= 0,1728, rs=0,2228; p=0,8909 e rs=0,0227). Conclusão: Observou-se que grande parte dos pesquisados apresentaram sobrepeso e obesidade, além disso, percebeu-se que todos os indivíduos que apresentavam HA tinham também sobrepeso ou obesidade, entretanto nem todos os trabalhadores nestas condições apresentaram HA. Através da entrevista, percebeu-se que esses pesquisados não praticavam atividade física, devido à falta de tempo, ou praticava de maneira ineficiente. Reforçando a ideia de que a atividade física é de extrema importância principalmente para regulação do peso das pessoas.