116: O trabalho vivo: a humanização em pauta
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FEFF Sala 03 - Tipiti    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
800 O ACOLHIMENTO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL AO ACOMPANHANTE DE PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Carla Steffane Oliveira e Silva, Amélia Fadul Bittar, Paulo Jonathan Pinheiro Nery, Tiago dos Reis de Oliveira Costa

O ACOLHIMENTO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL AO ACOMPANHANTE DE PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Carla Steffane Oliveira e Silva, Amélia Fadul Bittar, Paulo Jonathan Pinheiro Nery, Tiago dos Reis de Oliveira Costa

INTRODUÇÃO: A descoberta do diagnóstico desta doença provoca no seio familiar uma sucessão de mudanças tendo em vista o processo terapêutico a ser executado e o prognóstico da doença. Desta forma, com a introdução do acompanhante no ambiente hospitalar é de fundamental importância criar uma aproximação no ato da internação, devendo essa expressar ação de interagir e no decorrer do tratamento configura-se como uma estratégia que deve estar pautada nos princípios humanistas, como preconizado em uma das principais diretrizes da Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde. No contexto hospitalar, o familiar se caracteriza como parte fundamental do cuidado junto à equipe, pois permanece junto à paciente que está sujeita a um tratamento doloroso e que necessita de suporte emocional. O acompanhante passa a ser sua principal fonte de apoio. Neste sentido, a presença do familiar é muito importante para aliviar a ansiedade, o desconforto e a insegurança. O profissional de saúde não pode de maneira alguma, negar o ambiente no qual o paciente vive, e o familiar é muito importante para que se possa entendê-lo e, por essa razão, ajudar na tarefa de reequilibrar e re-harmonizar o doente. Com isso, tem-se a necessidade que a equipe multiprofissional de saúde, tome uma postura humanitária e acolhedora na sua relação com os usuários, sendo desenvolvido desde a recepção, perpassando o atendimento propriamente dito, até a resolução de seus problemas, respeitando suas necessidades, integrando o acompanhante, tendo em vista que este adentra ao hospital com suas próprias necessidades e que tornando o acolhimento um dispositivo norteador necessário ao estabelecimento de vínculos, a equipe estará detendo-se de uma assistência planejada e compartilhada. OBJETIVOS: conhecer as concepções dos familiares de pacientes com câncer de mama acerca do acolhimento ofertado pela equipe multiprofissional em âmbito hospitalar; analisar a vivência dos familiares ao lidarem com a internação de seu ente querido na unidade; oferecer esclarecimento aos familiares sobre todos os cuidados realizados na unidade pela equipe. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: o estudo se trata de um relato de experiência, realizado por acadêmicos de enfermagem e discentes voluntários que aceitaram realizar a pesquisa, proporcionado durante a realização de atividades instituídas no Projeto de Pesquisa “Concepções de acompanhantes de pacientes com câncer de mama sobre o acolhimento da equipe multiprofissional em âmbito hospitalar” a qual atuou como pesquisadora. O projeto foi iniciado no início de agosto de 2016 com vigência até agosto de 2017, nas dependências da enfermaria clínica de mastologia do Hospital Ophir Loyola (HOL), considerado referência em tratamento oncológico no município de Belém do Pará, tendo como público alvo os acompanhantes de pacientes diagnosticadas com tumor mamário, internadas para tratamento e acompanhamento clínico na referida instituição. Para melhor atuação e embasamento teórico foi realizada pesquisa bibliográfica na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Após este momento foi iniciado o processo de escuta ativa das concepções geradas a partir do processo de acolhimento recebido pela equipe multiprofissional, bem como educação em saúde para com os acompanhantes das pacientes, constituindo-se na promoção dos esclarecimentos das dúvidas decorrentes da vivência aos sujeitos, assim como orientações básicas quanto ao ambiente e os cuidados ali ofertados pela equipe. Em todos estes momentos houve um compartilhamento das vivências dos familiares aos pesquisadores, onde estes reportavam a importância do acolhimento pela equipe de forma holística, a dificuldade física, emocional e principalmente social, devido à maioria residir em outras localidades e até estados e evidenciaram a falta de apoio ofertado pela instituição, além das carências estruturais para acomodação dos acompanhantes, os mesmos também expunham a fé, o poio de outros familiares e a esperança da cura e da melhora da paciente internada, fortalecidas muitas vezes por sinais de melhora do quadro clínico, e por orientações acessíveis pelo profissionais de saúde. O contato com os participantes observou o preconizado na Resolução n°466/12, do Conselho Nacional de Saúde. Para melhor explicação e interação com os familiares foi criado um roteiro de entrevista semiestruturada enfatizando o diálogo sobre o acolhimento, o ambiente e os sentimentos oriundos da vivência pelos familiares. RESULTADOS: No primeiro mês de execução do projeto foi construído um banco de dados através da Biblioteca Virtual de Saúde com 44 artigos sobre a temática abordada, sendo este para embasamento teórico e construção de material discutido. O processo de escuta com os acompanhantes das pacientes fora realizado de forma individualizada, tendo em média de 2 a 4 por dia, sendo estas limitadas ao ambiente e aos cuidados prestados pela equipe para suporte do acompanhante, quais as características do acolhimento ofertado pela equipe, quais os sentimentos oriundos com a experiência e dúvidas decorrentes de procedimentos que não foram abrangidos pelo questionário, foram explanadas quando questionadas, como por exemplo, a função de uma traqueotomia na paciente. Também foi reportado elogios ao cuidado ofertado às pacientes pela equipe, pois reconheciam que estavam recebendo o tratamento adequado, os mesmos ainda agradeceram e elogiaram a iniciativa do projeto, evidenciando a importância do acolhimento aos anseios dos acompanhantes, além de acolhê-los de forma humanizada. Os participantes demonstraram relevante melhora emocional, à medida que recebiam as informações repassadas, repassavam aos pacientes de forma acessível e podia-se visualizar uma diminuição da tensão e da apreensão destes com relação ao tratamento oncológico, assim como diminuir o estigma de medo e morte que o que a neoplasia mamária possui. CONCLUSÃO: Assim, considera-se que o tema em foco é de grande relevância não somente para atualizar os conhecimentos da comunidade acadêmica quanto ao tema proposto, mas também, para proporcionar a melhor assistência da equipe multiprofissional aos acompanhantes de pacientes internadas para tratamento oncológico, pois o tratamento de câncer ainda é considerado um local que para muitos representa um sinônimo de temor e morte, o que traz consigo uma gama de sentimentos e idealizações. Desta forma, compreende-se que é de suma importância que os profissionais de saúde, enquanto membros de atuação em equipe, perceba a relevância de estar conhecendo a experiência e os sentimentos dos acompanhantes que adentram ao tratamento da paciente com câncer de mama, uma vez que o acompanhante passa a ser o elo de cuidado entre paciente e equipe, uma vez que existe toda uma carga sentimental que está diretamente ligada à capacidade do mesmo receber e assimilar orientações e fornecer informações que atuem na melhora da assistência e paciente, pois possui função primordial de apoio durante o processo terapêutico, não obstante, pode realizar ações de autocuidado, para ajudar no restabelecimento da saúde de seu parente ali internado. Neste sentido, fica validado a importância em investimentos na comunicação da equipe de saúde com os familiares, haja vista a contribuição para a diminuição do estresse e melhor qualidade do cuidado empregado ao doente.

1076 ACOLHIMENTO E CONSTRUÇÃO DE VÍNCULO NA PROMOÇÃO DE CUIDADO A PESSOAS COM TRANSTORNOS MENTAIS
Nara Bezerra Custódio Mota, Brena Diele Anastacio de Sousa, Jamilia Soares de Farias, Antonio Charles de Oliveira Nogueira, Cássio Marques Ribeiro, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza

ACOLHIMENTO E CONSTRUÇÃO DE VÍNCULO NA PROMOÇÃO DE CUIDADO A PESSOAS COM TRANSTORNOS MENTAIS

Autores: Nara Bezerra Custódio Mota, Brena Diele Anastacio de Sousa, Jamilia Soares de Farias, Antonio Charles de Oliveira Nogueira, Cássio Marques Ribeiro, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza

Apresentação: A Política Nacional de Humanização em Saúde (PNH), a descentralização dos serviços de saúde mental e a participação efetiva da família no tratamento de pessoas com transtorno mental têm favorecido o uso de ferramentas para organizar e qualificar o serviço, com destaque para o acolhimento e a construção de vínculo. Objetivou-se compreender a construção do acolhimento e do vínculo entre os trabalhadores e usuários do CAPS II de um município da região dos Inhamuns, Tauá do Estado do Ceará. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada com 10 usuários e 10 profissionais do serviço, aplicando-se entrevista semi-estruturada. A partir disso, percebeu-se o surgimento de três temáticas: “A compreensão dos profissionais e usuários sobre o conceito de acolhimento e vínculo”, “Como acontece a prática do acolhimento”, “Como é construído o vínculo entre profissionais e usuários”. Resultados: Evidenciou-se que o conceito de acolhimento divergiu entre os entrevistados, e não era realizado por parte dos profissionais pela ausência de clareza acerca da dimensão desta ferramenta de inclusão, pela sobrecarga de suas agendas por atendimentos e por não se sentirem seguros para acolher quem chega ao serviço. Os usuários relataram falta de apoio do serviço de saúde mental. Considerações finais: O estigma em relação à pessoa com transtorno mental ainda é forte, sendo notória maior resistência de algumas famílias e dos próprios usuários quanto à aceitação do diagnóstico e, consequentemente, da proposta terapêutica. Tendo em vista isto faz necessário um acolhimento humanizado tanto dos trabalhadores quanto dos profissionais de saúde dos serviços.

1124 Docilidade Ambiental como aspecto de promoção da saúde integral
Denise Aparecida Rodrigues Amancio, Maria Inês Gasparetto Higuchi

Docilidade Ambiental como aspecto de promoção da saúde integral

Autores: Denise Aparecida Rodrigues Amancio, Maria Inês Gasparetto Higuchi

A vida com índice de maior longevidade da sociedade atual é uma realidade emergente e requer estudos profundos que repercutam em políticas públicas de promoção da saúde integral na velhice. Estudos recentes afirmam que o idoso não é isolado do mundo e que estes incorporam em suas ações o mundo físico e social. Tradicionalmente as ciências nos mais diferentes campos de conhecimento, se ocuparam em estudar essas dimensões de forma separada. No entanto, recentemente essa tendência vem sendo gradativamente desconstruída. A Psicologia Ambiental (PA) se configura como uma perspectiva que busca estudar as relações recíprocas entre idoso e ambiente, ou seja, defendo o pressuposto de que pensar na qualidade de vida do idoso é necessário desvelar o espaço e lugar desse idoso, seja no âmbito objetivo ou subjetivo, incluindo elementos do ambiente físico e social como uma unidade indivisível. Como os demais indivíduos em idades diferenciadas, os idosos se constituem como pessoas num determinado espaço geograficamente circunscrito, no qual os acontecimentos sociais ocorrem. Esses espaços se tornam significativos e são internalizados como extratos coadjuvantes na formação de vínculos afetivos e práticas sociais. A partir desse entendimento, a PA incorpora aspectos da Gerontologia Ambiental para dar ênfase na gestão de cuidados com idosos e políticas que considere a otimização da relação entre os idosos e seus entornos social e físico. A qualidade presente nesses entornos seja no âmbito privado ou público, é fundamental para promover a mobilidade e acessibilidade com segurança dos idosos no espaço urbano. São essas características produtoras de qualidade que o termo Docilidade Ambiental surge e se estabelece como aspecto promotor de saúde integral para os idosos. A Docilidade Ambiental (DA) pode ser definida como a relação de competência, relativa aos aspectos de funcionalidade biológica (percepção, cognição, habilidades motoras) e sua conexão com as demandas ambientais (pressão ambiental), que interferem na vida deste indivíduo. Portanto, é importante considerar que o ambiente físico é uma variável fundamental que pode promover ou restringir a qualidade de vida dos idosos. Assim, discutir saúde do idoso é também incluir o ambiente em que esse idoso está inserido. Envelhecer apresenta dificuldades em vários aspectos, entre eles a capacidade de lidar com arranjos ambientais limitantes de autonomia ou segurança. Tais fatores de interferência requerem um conjunto de competências e comportamentos adaptativos que muitas vezes o idoso não se sente apto ou estimulado a se engajar. Reverter esses fatores de interferência é promover a DA. Dessa forma, a DA discute as competências dos indivíduos frente às pressões ambientais advindas, por exemplo, de temperaturas extremas, supressão ou superestimulação sensorial, barreiras físicas, alta densidade de ocupação, arranjos espaciais inseguros, violência doméstica ou pública, restrição de acesso ao alimento, entre outros. No caso do idoso é essencial que este possa estar provido de saúde física, de posse de capacidades sensório-perceptivas, motoras e cognitivas, além de equilíbrio emocional. Os níveis de pressão ambiental interferem direta ou indiretamente no comportamento e no uso das competências. Sendo assim, a saúde e bem-estar são afetados não somente por fatores biológicos e comportamentais, mas também ambientais. Portanto, a DA implica levar em conta a relação pressão-competência apresentada pelo idoso em situações de variação do ambiente em cujo espaço ocorrem as atividades sociais e que dela resultam estados diferenciados de bem-estar físico e psicológico. De modo geral, aqueles que possuem menos competências são afetados diretamente pelas alterações do ambiente. Nesse sentido, o aspecto “dócil” ou “amigável” do ambiente permite que o idoso possa lançar mão de suas capacidades individuais de forma mais eficaz e assim consecutivamente oportunizar o desenvolvimento de novas competências.  Ocorre assim um estado de adaptação livre de obstáculos estressantes que findam em adoecimentos desde os mais leves até os mais graves. Onde ocorre a DA o idoso se sente inserido e pertencente àquele espaço. A DA serve para ainda descrever as intervenções ambientais que possibilitam o apoio, a assistência e a acessibilidade necessários para o desempenho de atividades rotineiras para diminuírem os efeitos negativos das pressões ambientais inevitavelmente presentes para o idoso. Para exercer aspectos de docilidade o ambiente deve ser organizado (ergonômico e cuidado), estimulador (apoio para o desenvolvimento atividades de fácil desempenho e atrativo) e seguro (riscos reduzidos e controlados). Tais características permitem um envelhecimento ativo e com qualidade de vida. O idoso, como as demais pessoas, tem o direito de viver e fazer intensos usos sociais desde o micro, o meso até o macro ambiente para suas atividades cotidianas. Esses deslocamentos e vivências dependem da docilidade presente neles. Diante disso, a pergunta que embasa esse texto envolve espaços de convivência destinados aos idosos na cidade de Manaus-AM. Estariam os espaços de convivência observando a docilidade ambiental na promoção da saúde integral dos idosos, para os quais foram criados? Questiona-se ainda qual a real e genuína concepção de DA que está presente na atual configuração espacial do ambiente urbano, em especial nos lugares de inclusão dos idosos. Quais ambientes construídos para os idosos congregam valores genuínos em termos de promoção da saúde e de cuidado com os idosos? Problematizamos nessa apresentação o idoso num desses espaços a ele especialmente designado. O estudo teve como objetivo identificar aspectos ambientais que potencializam ou não o uso social de um espaço de convivência, a partir das relações desenvolvidas e fortalecimento de suas competências no enfrentamento das pressões ambientais. Os resultados do estudo trazem elementos vitais para refletir as condições com que a sociedade diz se preocupar com o idoso e aquelas que equivocamente deixam transparecer o descuido diante da pessoa idosa. Essa leitura se dará a partir do ambiente físico que o idoso é, inexoravelmente, posto para viver e conviver. Observa-se assim, a vinculação da promoção da saúde integral do idoso com as adequações do ambiente em cidades, atendendo às necessidades sociais desses citadinos, seja de infra-estrutura, serviços ou acesso aos bens. A dimensão ambiental é, pois, uma dimensão existencial da saúde integral que deve ser incluída nas políticas públicas. Esta proposta articula-se com o eixo temático “Trabalho” (Eixo 2), ao enfatizar sujeitos e singularidades na construção do cuidado em saúde e territorialização em saúde. Tendo como base teórica, o campo dos estudos da Psicologia Ambiental e Docilidade Ambiental, buscar-se-á aprofundar aspectos que vão ao encontro de diretrizes e subsídios para a melhoria de espaços para a população idosa e saúde, discorrendo sobre estudos já realizados e acessados por meio de revisão de literatura que agreguem à discussão proposta.

1216 O ENFERMEIRO FRENTE AO ACOLHIMENTO À MULHER CLIMATÉRICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.
Ananda Motta Cavalcante, Rangele Nunes Valente, Maria do Livramento Coelho Prata, Cássia Rozária da Silva Souza

O ENFERMEIRO FRENTE AO ACOLHIMENTO À MULHER CLIMATÉRICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.

Autores: Ananda Motta Cavalcante, Rangele Nunes Valente, Maria do Livramento Coelho Prata, Cássia Rozária da Silva Souza

 O climatério é uma fase pouco esperada pela maioria das mulheres, no entanto todas as mulheres assim como passam a fase da infância, adolescência, deverão enfrentar esta fase, a diferença está em como e de que forma apreciarão este momento. O presente estudo teve como objetivo descrever a atuação do enfermeiro no acolhimento à mulher no climatério em unidades básicas de saúde. Tratou-se de um estudo de campo, do tipo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado com 6 (seis) enfermeiras de unidades básicas de um município do Amazonas. A coleta de dados foi realizada através de um formulário semiestruturado, que continha perguntas abertas e fechadas.  Para caracterizar o estudo, os dados foram apresentados através de tabelas, observando a especificidade das frequências absolutas e relativas. Em relação as questões discursivas, estas foram categorizadas, transcritas e discutidas a partir de comparações com as literaturas. Os dados do estudo apontaram que apesar das enfermeiras realizarem atendimento à mulher climatérica, evidenciou-se fragilidade no acolhimento, seguindo rotinas de atendimento, sem ações voltadas para atenção à mulher climatérica, influenciando na pouca procura por atendimento, além de práticas educativas ineficientes, prejudicadas pela sobrecarga de serviços administrativos. Sendo assim, as participantes do estudo apesar de atenderem as mulheres no climatério, demonstraram fragilidade nas ações que contemplem o atendimento à mulher no climatério, considerando que uma participante tem especialização em saúde da família e outra em saúde da mulher, de modo que se percebeu a lacuna nas estratégias de atendimento e nas práticas de educação em saúde com ações voltadas para a mulher climatérica.

1375 ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM UM HOSPITAL PÚBLICO NO INTERIOR DA AMAZÔNIA
Tayana Neves, Lidiane Evaristo, Tainã Lobato, Irineia Simplicio

ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM UM HOSPITAL PÚBLICO NO INTERIOR DA AMAZÔNIA

Autores: Tayana Neves, Lidiane Evaristo, Tainã Lobato, Irineia Simplicio

Apresentação: O protocolo de Manchester é utilizado para o acolhimento e classificação de risco em setores de atendimento em urgência e emergência, caracteriza-se por selecionar os pacientes por meio dos seus sinais e sintomas para determinar o tempo em que o mesmo pode esperar pelo atendimento. A identificação é feita através de pulseiras nas cores vermelho, laranja, amarela, verde e azul sendo que a classificação vermelha o paciente não pode esperar a exemplo de casos de TCE grave (traumatismo crânio encefálico), politraumatizado grave, coma, comprometimento da coluna cervical, parada cardiorrespiratória; os de cor laranja são muito urgentes e podem aguardar até dez minutos e tem como exemplos vômitos com dor severa, lesão toraco-abdominal; amarela o paciente é classificado como semi-urgente e pode tolerar espera de até sessenta minutos e tem como exemplos sintomas de cefaleia intensas, dor abdominal, desmaio, hemorragias, febre alta, crise de asma, nível de consciência reduzido; a cor verde denomina situações pouco urgentes e os pacientes podem esperar cento e vinte minutos e que não exigem necessariamente de resolução a nível hospitalar podendo ser encaminhados para UPAs (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas); enquanto a classificação azul é para casos não urgentes que podem esperar por tempo de até duzentos e quarenta minutos sendo que o atendimento para esses pacientes pode ser prestado em unidades básicas.  Este método tem vantagens significativas tanto para profissionais quanto aos pacientes uma vez que apesar de ter algumas patologias que não tem como fugir da regra de atendimento possui praticidade na prestação de serviço, organização e atendimento de qualidade. Nesse sentido, para que o profissional atue no setor de classificação é necessário que o mesmo receba treinamento e tenha conhecimento amplo a cerca do protocolo e dos sintomas clínicos que os pacientes apresentam a fim de evitar negligências, pois a avaliação é feita individualmente e deve ser criteriosa, visto que não existe um roteiro fechado para a definição de classificação. O presente trabalho teve como objetivo descrever a vivencia no acolhimento de classificação de risco no setor de urgência e emergência de um hospital público no interior da Amazônia. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência com abordagem qualitativa e análise crítica reflexiva, desenvolvido por discentes e docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará-Campus XII. A vivência se deu durante as aulas práticas no setor de urgência e emergência de um hospital público de Santarém – Pará. Utilizou-se da observação participativa e da aplicação do protocolo de Manchester para o processo de triagem dos usuários. Resultados: O protocolo de acolhimento e classificação de risco é um recurso útil e necessário, porém não suficiente, uma vez que não consegue capturar os aspectos subjetivos, afetivos e sociais necessários para compreensão efetiva da avaliação do risco e fragilidade de cada usuário que busca o serviço de urgência e emergência. Nesse sentido, é evidenciado pelo diagnóstico inicial da maioria da população usuária do serviço de urgência e emergência não apresentarem perfil clínico para atendimento neste nível de complexidade, porém como as diretrizes operacionais preconizam que o acolhimento da classificação de risco, deve atender a todos que procuram o serviço, garantindo a universalidade de acesso, acolhendo e proporcionando uma escuta sensível da população buscando resolver suas demandas, acabam por admitir e dispensar intervenções a esse usuário, o que reflete na sobrecarga dos profissionais pelo aumento do fluxo de usuários que deveriam estar buscando assistência na atenção primária. Porém, quando questionados o porquê da procura do serviço, ancoram-se na falta de resolutividade na rede básica, escassez de material, equipamentos e, muitas vezes, a falta de profissionais e medicamentos,  e tempo de espera para os pacientes que realmente necessita do serviços de urgência e emergência, bem como, o  aumento dos gastos com insumos destinados a pacientes com quadro clínico grave e instável, em relação ao tempo de espera para usuários, classificados como não grave, observou-se uma exacerbada insatisfação e constantes conflitos para com o profissional responsável pela triagem, uma vez que o atendimento não obedece a ordem de chegada, e sim a gravidade do usuário. Outra desvantagem observada está associada principalmente com patologias múltiplas em que necessitam de uma especificidade e atenção no momento de classificação, os fatores de risco e a ligação entre as idades também necessitam ser aprimoradas, pois um agravo não tão urgente pode evoluir rapidamente em pacientes idosos e crianças necessitando assim, de uma classificação mais direcionada para as faixas etárias.  Considerações Finais: A vivência proporcionou um olhar crítico e reflexivo diante dos desafios do Sistema Único de Saúde e da classificação de risco nos serviços de Urgência e Emergência em aplicar recursos materiais e humanos, as reais situações que envolve risco de morte. Assim, observa-se a necessidade de maiores investimentos na atenção primária, orientação à população acerca da classificação de risco, com o intuito de orientar o usuário do Serviço Único de Saúde a respeito dos níveis de complexidade e estado de saúde em que devem ser conduzidas para os hospitais, unidades de pronto atendimento ou unidades básicas de saúde, bem como educação continuada para com os profissionais em geral, visto que esses atuam em forma de rodízio nos diversos setores hospitalares, além do mais o protocolo exige capacitação o que nem sempre é ofertado para os profissionais da saúde destinados a esse acolhimento o que acaba prejudicando a qualidade de atendimento como possíveis complicações de quadros clínicos de pacientes que necessitariam receber vermelho destinado à grave e foram contemplados com outra cor de classificação com tempo maior de espera no atendimento. Entretanto, o protocolo é um mecanismo de extrema relevância, pois visa praticidade no atendimento, porém ainda gera dúvidas de manuseio não apenas pelos profissionais como pela população no geral, sendo as capacitações meios de educação continuada de grande importância com características esclarecedoras. Portanto, podemos observar que o protocolo de Manchester é uma ferramenta de importante e de fácil aplicabilidade nos serviços de saúde, que serve tanto para avaliar quanto classificar os riscos no atendimento hospitalar, a fim de atender adequadamente as necessidades de cada paciente, de modo que diminua o risco de comprometimento por negligência.

1575 Processo de Integração no Distrito de Saúde Leste
JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS, MARIA DAS GRAÇAS DE AZEVEDO COSTA, THAIZE MARIA SILVA LIMA, JOSÉ ALBERTO GUEDES GONÇALVES, MARCIA DE ANDRADE ROSSY, Franciney Anselmo Ferreira, ÂNGELA MARIA DO NASCIMENTO MOREIRA

Processo de Integração no Distrito de Saúde Leste

Autores: JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS, MARIA DAS GRAÇAS DE AZEVEDO COSTA, THAIZE MARIA SILVA LIMA, JOSÉ ALBERTO GUEDES GONÇALVES, MARCIA DE ANDRADE ROSSY, Franciney Anselmo Ferreira, ÂNGELA MARIA DO NASCIMENTO MOREIRA

O trabalho desenvolvido constitui-se na mudança de postura dos profissionais sem custo com orientações do servidor dentro dos diversos setores do Distrito de Saúde Leste(DISAL), localizado na zona leste de Manaus. O fato de que os servidores médicos e enfermeiros recém-chegados de Processos Seletivos ou Concursos encontravam dificuldades para a adaptação dentro da Estratégia Saúde da Família(ESF), sem o entendimento da dinâmica de funcionamento dos serviços de saúde, motivou este trabalho. O processo de integração inicia quando os servidores são apresentados na sede do DISAL com formulário de lotação e, ao comparecerem no setor de Administração, realiza os tramites legais para ser incluído no quadro da ESF. Depois, ele é conduzido aos outros setores para conhecer a dinâmica de funcionamento do DISAL, iniciando na Divisão de Atenção à Saúde, onde conhecerá os formulários, fluxogramas, áreas programáticas, consolidados mensais de atenção básica, redes de apoio, apoio institucional e distrital, com a lista de profissionais que podem orientá-lo em caso de dúvidas. Também é apresentado o processo de trabalho do profissional que, posteriormente, será acompanhado pelo respectivo Apoiador Institucional da ESF. O Núcleo de Monitoramento e Avaliação apresenta as ferramentas de trabalho ao servidor, com conteúdo teórico e prático de desenvolvimento do serviço, tais como inclusão do servidor no CNES, apresentação do Território, sistemas de informação em saúde (e-SUS, SISpré-natal, SISweb e CADweb) Sala de Avaliação e Monitoramento dos Indicadores de Saúde, planilha de pactuação de metas, entre outros. Os formulários físicos e eletrônicos são apresentados ao servidor. A Assistência Farmacêutica no DISAL apresenta as normativas vigentes, fluxos, formulários e notas técnicas que permitem melhor desempenho das atividades relacionadas aos medicamentos disponibilizados à unidade de saúde e usuários. A Divisão de Vigilância em Saúde apresenta aos servidores as doenças de notificação compulsórias, importância da Semana Epidemiológica, rotina, entre outros serviços desenvolvidos. Com o desenvolvimento deste processo, a equipe percebeu a maior integração entre os diversos setores do Distrito de Saúde e os servidores, permitindo a maior aproximação das partes e facilitando a inserção do profissional ao serviço. Os apoiadores institucionais percebem que tem mais facilidade no desenvolvimento de suas ações com aqueles que passam pelo processo de integração. Portanto, a iniciativa deve ser implementada como um modelo contínuo a ser reproduzido e com melhorias para o ano de 2018. 

1854 A CARÊNCIA E RELEVÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR
Mateus Araújo Silva, Natália Bernardes, Giovana Bernardes

A CARÊNCIA E RELEVÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR

Autores: Mateus Araújo Silva, Natália Bernardes, Giovana Bernardes

Apresentação O presente trabalho constitui-se pela observação da necessidade de tratamento humanizado em cenários hospitalares e baseia-se em experiências que aconteceram em 2017, de abril a novembro, por meio da atuação na Liga de Humanização Sarakura no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HCUFTM). Fundada em 2006, a Liga integra capacitação teórica e aplicação prática ao tratar sobre relevância da humanização nas áreas da saúde e utilizar técnicas lúdicas em diversos cenários, principalmente no hospitalar.     Desenvolvimento As atividades práticas da Liga de Humanização acontecem em três momentos: preparação inicial dos recursos; visitas aos leitos de alas previamente escolhidas; e discussão ao fim da atividade realizada. O grupo possui em média 10 integrantes por prática e costuma dividir-se nas visitas a fim de que a interação com pacientes e acompanhantes seja mais próxima e eficiente. O dinamismo e a imprevisibilidade são fatores intrínsecos às atividades. No início de cada prática, não se tem conhecimento prévio sobre os pacientes, exceto quando clinicamente relevante, e seus acompanhantes. Não são conhecidos os nomes, as histórias, os sentimentos, as emoções ou sequer como interrelacionam-se no ambiente hospitalar. A partir desse não conhecimento, o grupo tenta estabelecer vínculo com os pacientes e deixá-los confortáveis, utilizando como ferramentas o diálogo e a figura do palhaço e agindo por meio da escuta ativa com empatia e sensibilidade.   Resultados São habituais relatos de pacientes quanto ao desamparo emocional no ambiente hospitalar. Sob esta ótica, nota-se insensibilidade e negligência dos profissionais da saúde em fornecer apoio psicossocial a esses indivíduos. Na maioria das vezes, os enfermos encontram-se em um estado de estresse e fragilidade, com expectativas, angústias e medos devido ao processo da doença e seu tratamento, raramente compartilhados ou esclarecidos. Acompanhantes e familiares partilham da mesma condição emocional. Somado a isso, é usual que profissionais da área da saúde tenham uma abordagem distante e apática, com foco na patologia a ser tratada e invisibilização do sujeito e de todo o seu processo com a enfermidade. Em contrapartida, com as atividades realizadas pela liga, tornam-se frequentes as respostas positivas de pacientes e acompanhantes após as visitas. Por meio do diálogo, consegue-se estabelecer tanto um entretenimento momentâneo, quanto oferecer aos indivíduos a possibilidade de compartilhar dores, angústias e sofrimentos, o que certamente contribui para a sua melhora. A humanização na saúde garante que o indivíduo seja dignamente tratado, pois considera holisticamente o conjunto de seus fatores biopsicossociais.   Considerações finais É de vital importância o desenvolvimento de práticas de saúde humanizadas pelos profissionais, pois as mesmas se mostram fundamentais para um tratamento mais digno e eficiente no processo saúde/doença.

4238 A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO DE PACIENTES E FAMILIARES NOS REGISTROS DE ENFERMAGEM
Andrea Paradelo Ribeiro, Thais Nayara Soares Pereira, Taciane dos Santos Valério, Ana Carla Ferreira Picalho, Josué Souza Gleriano, Lucieli Dias Pedrechi Chaves

A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO DE PACIENTES E FAMILIARES NOS REGISTROS DE ENFERMAGEM

Autores: Andrea Paradelo Ribeiro, Thais Nayara Soares Pereira, Taciane dos Santos Valério, Ana Carla Ferreira Picalho, Josué Souza Gleriano, Lucieli Dias Pedrechi Chaves

Em avaliações de qualidade tem se observado um movimento de verificação nos registros de itens que diz respeito à educação do paciente/família e à avaliação sobre a compreensão da informação recebida, visto que a participação desses sujeitos no tratamento auxilia no melhor cuidado e na tomada de decisões. É necessário verificação da qualidade dos registros em aspectos que não contemplam apenas os itens de fonte de pagamento, pois torna-se um banco de dados capaz de construir indicadores para a gestão da educação dos profissionais para o serviço. Objetivou identificar a qualidade nos registros de enfermagem acerca da educação do paciente/família. Trata-se de um estudo documental, quantitativo e retrospectivo realizado em um hospital municipal da região médio norte mato-grossense em parceria com Escritório de Qualidade para Organizações de Saúde (EsQualOS), programa de extensão que integra o curso de enfermagem e administração da UNEMAT. Foram avaliados registros de enfermagem dos Serviços de Enfermagem Clínica/Cirúrgica referente ao primeiro semestre de 2017. Incluíram-se prontuários de pacientes internados por pelo menos três dias em uma mesma unidade, totalizando 130 prontuários, sendo considerados os critérios nos registros: (I) educação de gerenciamento da dor, controle de infecção e risco de quedas; (II) avaliação do cuidado (uso de medicamentos especiais e vulnerabilidade, portadores de doenças crônico-evolutivas e infectocontagiosas, dependentes funcionais) e (III) compreensão da educação fornecida. Os dados foram analisados com estatística descritiva. No critério (I), 98% não continham esses registros, sendo anotado eventualmente queixas de dor (12%), porém sem gerenciamento do cuidado para o relato de dor. Em relação ao controle de infecção e risco de queda, todos os prontuários não apresentaram gerenciamento para esses itens. No critério (II), dos 29 prontuários que se enquadravam em uma dessas linhas, somente um teve o registros completos. Quanto ao critério (III), 100 % dos prontuários não continham esse registro. Os resultados apontaram não conformidades nos registros que possibilitará a gestão do serviço de enfermagem verificar atividades educativas que auxiliam na mudança de cultura de pacientes/família e profissionais. Entende-se que a articulação da extensão universitária se fortalece quando trata-se de uma demanda necessária para o serviço, o que fortalece estratégias de atuação na formação dos futuros profissionais.

4484 IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA DE FORTALEZA
Suzélene Chagas Marinho, Odaleia de Oliveira Farias, Ecleidson Barbosa Fragoso, Purdenciana Ribeiro de Menezes

IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA DE FORTALEZA

Autores: Suzélene Chagas Marinho, Odaleia de Oliveira Farias, Ecleidson Barbosa Fragoso, Purdenciana Ribeiro de Menezes

A qualidade do cuidado é uma das principais preocupações dos serviços de saúde e tem entre seus seis atributos a Segurança do Paciente, que é essencial não apenas para quem recebe a assistência, mas para familiares, gestores e profissionais de saúde, no intuito de garantir um cuidado eficaz e ao mesmo tempo seguro.O presente estudo objetivou descrever o processo de implantação do Núcleo de Segurança do Paciente no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Fortaleza por meio de um projeto de intervenção. O estudo foi realizado no município de Fortaleza, estado do Ceará, região Nordeste do Brasil, no segundo semestre de 2017. O Núcleo de Segurança do Paciente está sendo implantado nas dependências do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, Regional Fortaleza. Trata-se de um projeto de intervenção, caracterizando-se como um conjunto de métodos voltados para a realização de objetivos práticos, relacionados às ações propostas. O projeto está sendo desenvolvido em três etapas: a primeira consistiu na busca da literatura das normas relacionadas à implantação do serviço, tais como estrutura física, pessoal, equipamentos, legislação, portarias, diretrizes, entre outros; a segunda no levantamento de dados, análise e tabulação dos resultados relevantes para a segurança do paciente e na terceira etapa, os resultados são apresentados em forma de tabelas e gráficos, com suas frequências relativas e absolutas de eventos adversos e sugestão de medidas corretivas. Foi realizado um plano de ação para descrição das etapas a serem realizadas para a implantação do núcleo. Identificou-se a necessidade da implantação do Núcleo, a partir da observação dos riscos de eventos relacionados às práticas de cuidado no ambiente pré-hospitalar. A proposta de intervenção foi levada aos setores com poder deliberativo a Gerência do serviço, para que pudesse ter prosseguimento. Após o aceite dos gestores, iniciou-se o processo de pesquisa para estruturação da instância. Da análise dos dados quantitativos e qualitativos do relatório das não conformidades, foi possível a construção do projeto para implantação do Núcleo de Segurança do Paciente. Em outubro de 2017, tiveram início reuniões dos profissionais que irão participar do núcleo para prosseguir com a implantação. O núcleo está aos poucos ganhando espaço no serviço e os principais desafios encontrados foram à sensibilização dos profissionais da intervenção em reconhecer a segurança do paciente como uma dimensão essencial para o cuidado principalmente no pré-hospitalar.

5166 A sala de espera como dispositivo de escuta e produção de saúde no contexto da Defensoria Pública.
Mariana Tavares Cavalcanti Liberato, Mariana Tavares Cavalcanti Liberato, Mariana Tavares Cavalcanti Liberato, Mariana Martins Gonçalves, Mariana Martins Gonçalves, Mariana Martins Gonçalves

A sala de espera como dispositivo de escuta e produção de saúde no contexto da Defensoria Pública.

Autores: Mariana Tavares Cavalcanti Liberato, Mariana Tavares Cavalcanti Liberato, Mariana Tavares Cavalcanti Liberato, Mariana Martins Gonçalves, Mariana Martins Gonçalves, Mariana Martins Gonçalves

O presente trabalho parte da premissa de que o trabalho em saúde não está restrito à rede de atenção sanitária stricto sensu e que a prática da escuta e do acolhimento das vulnerabilidades psicossociais pode ser realizada em equipamentos outros, tendo como objetivo a produção de saúde e a garantia de direitos e dignidade. Pautados por essa perspectiva, em 2017, foi criado o projeto de extensão Promoção de arte, saúde e garantia de direitos (PASÁRGADA), vinculado ao Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). O objetivo geral do projeto é de criar espaços de intervenções e construção de conhecimento da Psicologia na interface com os campos da Saúde Coletiva, dos Direitos Humanos e das Políticas Públicas, articulando-se às dimensões de ensino e pesquisa. Neste sentido, além de pôr em prática a premissa citada anteriormente, o projeto visa, também, a problematizar a inserção da Psicologia em contextos sociais diversos, no que se refere aos seus limites e possibilidades a partir da perspectiva do cuidado e da clínica ampliada. Busca, ainda, fomentar a construção de conhecimentos teórico-metodológicos a respeito das políticas públicas na interface entre saúde e direitos humanos, assim como incentivar, na formação discente, o debate acerca da ampliação das práticas clínicas em outros territórios. Apesar de várias mudanças ocorridas na formação em Psicologia nos últimos anos, observamos que a discussão acerca da promoção da saúde e de outras formas de intervenções, que não sejam as da clínica tradicional, ainda são entendidas, muitas vezes, como formas menores ou menos importantes na atuação profissional. Por outro lado, contudo, percebemos que os saberes e práticas psi têm sido convocados a comporem outros modos de cuidado, atravessados pela interlocução com campos disciplinares diversos e baseados em uma perspectiva psicossocial. Neste sentido, apresentamos a experiência que realizamos em parceria com o Núcleo de Atendimento ao Preso Provisório e Vítima de Violência (NUAPP), da Defensoria Pública do Estado do Ceará, de acolhimento dos usuários desse serviço, a saber: especialmente, familiares de pessoas que estavam presas provisoriamente e que buscavam o NUAPP para atendimento jurídico. Antes, porém, de nos determos mais especificamente no trabalho promovido, é importante contextualizarmos a demanda por nossa intervenção. O público atendido pelo NUAPP caracteriza-se, principalmente, por mulheres (mães, companheiras, avós...), de baixo poder aquisitivo, que, muitas vezes, são ou tornaram-se arrimos da família. Foi-nos relatado pelos Defensores Públicos e pelos profissionais técnico-administrativos que, de modo recorrente, os usuários do serviço apresentavam queixas em relação ao desgaste emocional e psicológico pelo qual estavam passando. Os profissionais técnico-administrativos, especialmente, diziam ter dificuldades em lidar com as expressões de sofrimento e choro que, muitas vezes, apareciam. Já os Defensores mostravam preocupação em tornar o ambiente da Defensoria um lugar de acolhida e interseção de redes de suporte. O NUAPP já havia contado com uma equipe de atendimento psicossocial (com profissional de Psicologia e Serviço Social) durante um ano, mas por questões de ordem administrativa, não existia mais esse trabalho. Além de acolhimento a casos mais específicos, tal equipe realizava encaminhamentos, visitas domiciliares e apoio aos profissionais do núcleo. A partir do mapeamento desse cenário e dos objetivos e possibilidades do PASÁRGADA, delineamos algumas ações. A principal foi a implementação da metodologia da sala de espera para fazer uma escuta pontual aos usuários que assim desejassem. A partir desse momento de acolhimento, eram feitos encaminhamentos para a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e para a rede de assistência social (CRAS e CREAS), dentre outras. Ao final do primeiro semestre de 2017, foi elaborada uma cartilha informativa com o endereço, telefone e localização no mapa de todos os dispositivos da RAPS, os CRAS e CREAS de cada Secretaria Regional, além do contato de clínicas-escolas que prestavam atendimento psicoterápico gratuitos na cidade e que fossem considerados relevantes de acordo com os encaminhamentos comumente realizados. Esse instrumento foi elaborado, também, para que a própria equipe do NUAPP pudesse fazer os encaminhamentos quando julgassem necessário. Para tanto, foram ofertadas oficinas informativas com a equipe profissional do núcleo, explicando como funcionava essas redes de atenção, bem como uma sensibilização acerca da população mais vulnerável para a qual eles prestavam assistência. Buscou-se, ainda, realizar momentos de cuidado com o cuidador, através de oficinas mais vivenciais. As atividades realizadas no NUAPP foram interrompidas no segundo semestre de 2017, haja vista questões burocráticas relacionadas ao estabelecimento do convênio entre as duas instituições (UFC e Defensoria), mas tais intervenções nos deixaram muitas marcas e nos fazem refletir acerca da necessidade de engendrar espaços de cuidado para os usuários e trabalhadores, que lidam diariamente com adversidades de todas as ordens, e que, muitas vezes, padecem sozinhos por terem que lidar com um cotidiano de histórias de violência, exclusão e injustiça. Histórias como a da senhora que, ao ser atendida, tem uma crise de choro convulsiva e diz que se treme de fome, mas de vergonha também. Nunca imaginou ter que passar por aquela situação, embora soubesse que o filho mais novo já andava “fora da linha”. Era catadora de lixo, morava numa ocupação e criava uma filha e uma neta. Era esse seu filho quem lhe ajudava com as despesas da casa. Não conseguia entender as orientações técnicas dadas e se mostrava ainda mais preocupada pelo fato de não poder contar com ninguém da família. Seus outros filhos diziam que ela não deveria fazer nada por aquele que se encontrava preso. Fazia uma semana que ela o tinha visitado no presídio. Encontrou-o doente, em condições precárias de habitação e higiene. Não sabia o que fazer, nem a quem recorrer. Quando o profissional que a estava atendendo levantou, ela confidencia que estava doente. Já tinha ido ao posto, mas a consulta tinha sido remarcada. Depois de ser atendida, agradece as informações e a conversa. Disse ter sido bom ser ouvida, sem julgamento. Outro caso foi de uma mulher, que ao mesmo tempo em que ia buscar auxílio jurídico para um parente preso, também pedia ajuda por ter sido vítima de violência desse mesmo parente. Paradoxo sofrido e que nos mobilizava a uma escuta atenta, sensível. Houve, ainda, o caso da família que foi vítima de violência por parte do Estado. Teve a casa invadida por motivo torpe. Na realidade, uma discussão de vizinhos levou à situação. Pelo medo, abandonaram a casa com tudo dentro. A vida parecia suspensa. A quem recorrer nessa situação? Essas e outras tantas histórias ouvidas e acolhidas pelo projeto nos mostram a necessidade de produzir espaços de cuidado nas interfaces dos diferentes campos e de aprofundarmos as discussões, especialmente no âmbito da Psicologia, a respeito da intersetorialidade, da atenção em rede e interdisciplinar, e, principalmente, da saúde como produção contextual e multideterminada, sendo um dos pilares da dignidade e do respeito ao ser humano. Entendemos que a experiência realizada, embora pontual, mostrou-se profícua e indica muitas possibilidades de desdobramentos, além de proporcionar à formação a possibilidade de contato com a diferença, com os limites e com os desafios de atuar em saúde na convergência das políticas públicas. Em última instância, aponta para uma formação que não é só da ordem técnica ou conceitual, mas que se abre para a sensibilidade, compromisso, articulação e invenção.

5377 VISITA FAMILIAR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: perspectivas dos visitantes.
GISLENE HOLANDA DE FREITAS, IGOR CORDEIRO MENDES, DANIELE VASCONCELOS FERNANDES VIEIRA, KARÉN MARIA BORGES DO NASCIMENTO, SUIANY SALDANHA SANTOS, GERLANE HOLANDA DE FREITAS

VISITA FAMILIAR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: perspectivas dos visitantes.

Autores: GISLENE HOLANDA DE FREITAS, IGOR CORDEIRO MENDES, DANIELE VASCONCELOS FERNANDES VIEIRA, KARÉN MARIA BORGES DO NASCIMENTO, SUIANY SALDANHA SANTOS, GERLANE HOLANDA DE FREITAS

INTRODUÇÃO Este estudo versa sobre a visita domiciliar em uma Unidade de Terapia Intensiva, com o objetivo de elucidar as perspectivas dos visitantes. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente hospitalar destinado a pacientes graves, porém, que apresentem um quadro clínico recuperável.       Para muitos familiares, a UTI ainda é local que remete medo, pela falta de conhecimento do aparato tecnológico que contextualiza o espaço, e também, por ser um ambiente que carrega um estigma antigo de ser um lugar de morte. Por este motivo, faz-se necessário uma atenção maior às pessoas que estão neste espaço como pacientes, familiares e profissionais de saúde. O Ministério da Saúde (MS) instituiu o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) em 2001, visando o acolhimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), através da Política Nacional de Humanização (PNH) que tem como objetivo principal aprimorar as relações dos profissionais da saúde, com os usuários, na busca do atendimento às suas necessidades. A família também é citada no que preconiza a assistência humanizada ao paciente crítico pela Política Nacional de Atenção ao Paciente Crítico, reconhecendo a necessidade de inserir a família como parte do cuidado ao paciente crítico, preconizando ainda que as visitas sejam em número mínimo de 03 por dia, assim como sejam fornecidos 03 boletins médicos por dia. Repensar e reorganizar novas estratégias de trabalho cujas ações ainda estão centradas no modelo tecnicista, voltado para a doença, desconsiderando o seu familiar, é um trabalho árduo e um desafio para a enfermagem, em especial a que atua em unidades de alta complexidade, como as UTIs.   CAMINHO METODOLÓGICO   Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, que traz em seus resultados a descrição de como ocorre a visita familiar na UTI e a percepção dos visitantes coletada durante a pesquisa. A investigação foi realizada com visitantes de uma UTI de um hospital quaternário da cidade de Fortaleza-Ceará nos meses de maio e junho de 2017. Para a coleta de dados foi realizada uma pesquisa de campo, com a observação participante, assistemática, registrando as informações em um diário de campo como instrumento de coleta de dados da pesquisa. Além da pesquisa de campo, foi realizada uma entrevista individual, com um roteiro semiestruturado. O material coletado foi analisado de forma reflexiva, trazendo uma investigação crítica para os resultados. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo de Bardin (2011), seguindo as etapas exigidas pelo método. Após o tratamento dos dados, foi feita a composição das categorias pré-definidas: 1.Perspectivas da unidade de terapia intensiva; 2.Perspectivas do acolhimento da unidade e 3.Perspectivas de melhorar o momento da visita familiar, estando expostas neste presente resumo apenas a primeira categoria. RESULTADOS E DISCUSSÕES PERSPECTIVAS DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Alguns visitantes relataram que ficaram assustados no seu primeiro dia de visita, sem compreender todo o aparato tecnológico que estava sobre seus entes e o estado clínico em que se encontravam. Após a primeira visita relataram que ficaram menos apreensivos. Alguns deles chegaram a imaginar que encontrariam mais aparelhos do que o que viram, e isso também ajudou a mudar a concepção de UTI que tinham. Essa mudança de concepção também pode vir acompanhada de alguns aspectos positivos, que traz o enfrentamento e superação dos medos em relação a esse processo que vivenciaram, crescimento pessoal, bem como o crescimento espiritual. Desta forma, é um fator a ser considerado neste contexto de hospitalização e superação, em que pode haver um crescimento individual e familiar. Diante de tantos estigmas e a própria tensão de estar com um familiar em estado crítico, acaba por levar os visitantes a imaginarem aspectos negativos que poderiam encontrar na UTI, podemos perceber isto em alguns relatos dos visitantes que ficaram surpresos, pois não esperavam um ambiente tranquilo da unidade. Eu só idealizava a uti como nos filmes. Como eu sempre passei somente pela emergência e enfermaria e ter só a noção de uti, só aquela relacionada a filmes, então pessoalmente, eu acho bem melhor do que a de filmes. (...) Eu sabia que era uma coisa... é... tipo... mais limpa e reservada, mas não a tanto do que eu vi pessoalmente (V1). Eu imaginava um monte de aparelhos, eu imaginava assim...hoje eu vi que tem bem menos aparelhos do que eu imaginava. Eu pensava assim que ia encontrar um monte de sondas e um monte de acessos que fazem no paciente, aí eu pensava que por ser um hospital público... assim.. que os leitos não eram tão bonitos como são, tão organizados (V15).   Alguns visitantes imaginam a unidade com aspecto tão fechado, com muitas restrições, que levam essa impressão de fechamento para o relacionamento com os profissionais, imaginando que não podem conversar muito, tirar dúvidas ou manter uma relação cordial. A única ideia que eu tinha era só um local com as máquinas, mas não passava pela minha cabeça a questão da educação e o profissionalismo, do relacionamento(...). Pelo atendimento, a educação das enfermeiras, a atenção dos médicos, tratamento, higienização, limpeza, o profissionalismo, tô super surpreso pelo que eu achava que era.  (V1).   A confiança na unidade foi relatada por alguns familiares, que afirmaram ajudar nesse processo difícil que é ter um ente internado em estado crítico, trazendo uma possível reflexão para a necessidade do cuidado e da sensibilidade dos profissionais junto aos visitantes que já vivem esse processo doloroso, sendo possível amenizar e gerar conforto para eles, criando esses laços de confiança, fazendo-os confortar ainda os demais membros da família.   Eu não imaginava que seria a tanto. Eu não imaginava. Eu realmente tô surpreso, muito satisfeito, porque me passa uma grande confiança, até mesmo no meu repouso durante a noite, porque a gente saber que um parente seu, no caso o meu pai tá num local, na situação que ele tá, e.. é .. a gente não poder tá perto, e só a gente saber do acolhimento que ele tem, o cuidado que todos os profissionais têm, isso me dá um sono pleno(V1).   É possível inferir que quando os profissionais se fazem atenciosos e próximos dos familiares durante a visita, eles se sentem um pouco mais aliviados, como quem divide um momento difícil com alguém que entende o que se passa naquele momento. Quando eles recebem informações de como o paciente passou o dia, é como se quebrassem as barreiras da distância, fazendo com que eles se sintam mais perto do seu familiar. CONSIDERAÇÕES FINAIS A relação entre profissionais e visitantes ficou explícita como um dos fatores mais relevantes para a visita familiar, em que muito vem dessa relação, seja as boas percepções como as percepções negativas. Conclui-se que a figura do profissional para os visitantes reflete o serviço como um todo, que muitas vezes, se não há uma boa relação da equipe com o familiar, eles se sentem desamparados pela unidade, e passam a olhar as faltas, deixando de perceber o que está sendo feito pelo seu ente

1078 A IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO ÉTICO NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DE BELÉM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Ewerton Beckman dos Reis, Amanda Nunes Pinheiro, Juliana Rosário de Moraes, Raquel de Cássia dos Santos Almeida, Tayná Esteffane Silva Almeida, Daniela Maria Nantes Boução

A IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO ÉTICO NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DE BELÉM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Ewerton Beckman dos Reis, Amanda Nunes Pinheiro, Juliana Rosário de Moraes, Raquel de Cássia dos Santos Almeida, Tayná Esteffane Silva Almeida, Daniela Maria Nantes Boução

Introdução: as Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) são principais portas de entrada para usuários do SUS em atendimentos de Urgência e Emergência, devido a isso a superlotação é um problema frequente, o que acaba levando os profissionais a mecanizar e acelerar o atendimento, principalmente na classificação de risco, muitas vezes resultando em situações que agridem o código de ética da enfermagem, onde no art. 5º diz “Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade.”. A partir disso, percebe-se a importância de um acolhimento ético, de um olhar humanizado e a resolutividade no atendimento ao paciente na classificação de risco. Durante o estágio curricular obrigatório, em uma unidade de pronto atendimento de referência a urgência e emergência em Belém, que ocorreu no período de 04 a 13/09/2017, os acadêmicos de enfermagem tiveram a oportunidade de vivenciar e praticar as atividades realizadas pelos enfermeiros em uma UPA, percorrendo e realizando assistência de enfermagem nas diversas áreas de atenção da unidade. Adquirindo aprendizado e experiência para sua capacitação profissional. Através da experiência vivenciada e observada, notou-se a importância da ética na assistência, principalmente no setor de classificação, onde é necessária a humanização e eficácia no atendimento ao paciente. O trabalho tem como objetivo abordar a partir de um olhar assistencial e humanístico as ações da equipe de enfermagem dentro da classificação de risco de uma Unidade de pronto atendimento. Descrição da experiência: para a realização desse estudo optou-se por uma abordagem qualitativa, descritiva, tipo relato de experiência, vivenciado por discentes do curso de graduação em enfermagem da Universidade do Estado do Pará, Campus Belém durante o estágio curricular obrigatório da disciplina enfermagem em Urgência e Emergência, no período de 04 a 13 de Setembro de 2017. Primeiramente, observou-se a atuação dos profissionais de enfermagem na Unidade de Pronto Atendimento em suas diversas atividades, no entanto, a problemática abordada foi vivenciada pelos acadêmicos no setor de Classificação de Risco da unidade. Nesse setor, o atendimento com classificação de risco destina-se a todos os usuários que procuram os serviços de urgência/emergência pelo SUS. Dispõe de uma equipe multiprofissional, cada um contribuindo de acordo com sua função para a eficácia do processo. Ao chegar à unidade o usuário era recebido primeiramente pelos recepcionistas, onde era identificado e orientado a aguardar, para ser classificado de acordo com o risco, Em seguida, era encaminhado para a sala onde seria feita a classificação, que devido à grande demanda de pacientes, era muito rápida, em média 5 minutos. Observou-se que devido a superlotação e agitação dos usuários da unidade, o profissional não dava atenção suficiente às queixas dos pacientes, o atendimento tornava-se mecanizado, pois o profissional responsável acabava por não realizar muitos dos procedimentos básicos, porém importantes, como examinar o paciente, verificar sinais vitais, tudo resumia-se em preencher dados no sistema e encaminhá-lo para atendimento com o médico. Notou-se também uma falha na integração da equipe multiprofissional, onde muita das vezes pequenos problemas tornavam se maiores por falta de uma simples conversa ou com uma informação correta, causando transtornos para o paciente, e atrasando o atendimento aos outros usuários que ali aguardavam. Esses fatores acabam desvalorizando o trabalho do enfermeiro, que é de suma importância para o funcionamento do serviço, que está na linha de frente como responsável pela classificação e por direcionar o atendimento dos pacientes de acordo com a sua prioridade, haja vista que a classificação busca a melhoria do atendimento e do fluxo da unidade. Na classificação de risco, procede-se a entrevista com o usuário, buscando saber os motivos que o levaram a procurar o serviço de saúde. A atuação do enfermeiro no acolhimento possibilita o gerenciamento das UPAS, contribuindo para a melhoria na qualidade do atendimento e garante o acesso do paciente diminuindo o tempo de espera. É um trabalho que exige grande responsabilidade, capacidade e qualificação profissional, visto que o enfermeiro baseado em dados clínicos colhe informações objetivas e subjetivas, e assim de maneira rápida e eficaz decide qual a melhor conduta a ser tomada. Resultados: Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que não tem local nem hora certa para acontecer, nem um profissional específico para fazê-lo, faz parte de todos os encontros do serviço de saúde. O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário em suas queixas A classificação de risco é um dos instrumentos utilizados pela PNH para a prática do acolhimento e da humanização. Este acolhimento faz parte da rotina destes profissionais diariamente e deve ser mais que uma simples recepção, o profissional deve escutar as queixas, os medos, as expectativas e identificar os riscos e vulnerabilidades. A eficácia do atendimento oferecido depende da qualidade técnica com que ele é realizado e da interação entre o profissional e o usuário. Identificamos a necessidade da equipe de saúde discutir como está sendo feito este atendimento ao usuário em todas as etapas do processo e a partir disso verificar o que pode ser mudado para o paciente ser mais bem acolhido. O objetivo maior é a satisfação e o bem estar do paciente, e para tal devemos buscar melhorar a cada dia por meio da empatia e valendo-se de alternativas que possibilitem este acolhimento humanizado. Deve-se exigir mais qualificação técnica dos profissionais envolvidos a fim de proporcionar uma escuta qualificada, pois o enfermeiro deve estar disposto a dialogar e permitir que o paciente exponha suas necessidades. A humanização depende da capacidade de falar e de ouvir. Dessa forma havendo interação humanizada entre enfermeiro e paciente e uma postura solidária da equipe de saúde, haverá assistência de qualidade e valorização do paciente. Considerações finais: a classificação de risco é uma atividade que depende muito da experiência e da qualidade técnica do profissional enfermeiro que atua articulando o processo desde a entrada do usuário no serviço até o atendimento médico. Os resultados positivos como a ordenação do atendimento de acordo com a gravidade dos casos, aliados à prática do acolhimento humanizado, trarão uma mudança na percepção dos pacientes em relação à assistência prestada contribuindo para a mudança do foco que passará a ser centrado na pessoa e não mais na doença, humanizando o atendimento nas urgências. Cabe ao enfermeiro entender de maneira holística todos os mecanismos da Classificação de Risco e observar sua abrangência, considerando o fato de que não é apenas um local ou parte do atendimento, visto que ele é uma peça chave para o funcionamento eficiente e resolutivo deste serviço, sendo de sua inteira responsabilidade. 

3346 PermanecerSUS e estratégias de acolhimento em um hospital público estadual da cidade de Salvador- Bahia
Fernanda Carneiro dos Santos, Silvia dos Santos Costa, Vânia Madalena Bulhosa Dos Santos, Josefa Cardoso da Silva Aragão, Beatriz Catarina dos Santos de Oliveira, Márcia Vitória Marques, Tacia Dias Neres, Joana de Mattos Bastos

PermanecerSUS e estratégias de acolhimento em um hospital público estadual da cidade de Salvador- Bahia

Autores: Fernanda Carneiro dos Santos, Silvia dos Santos Costa, Vânia Madalena Bulhosa Dos Santos, Josefa Cardoso da Silva Aragão, Beatriz Catarina dos Santos de Oliveira, Márcia Vitória Marques, Tacia Dias Neres, Joana de Mattos Bastos

O presente trabalho consiste em um relato de experiência, cujo objetivo é apresentar a vivência de estudantes de diversas áreas da saúde, como estagiárias do programa PermanecerSUS, acolhendo com base nos princípios da humanização, aos usuários de um hospital público estadual da cidade de Salvador (Bahia). O relato parte inicialmente da caracterização do programa (PermanecerSUS) como uma estratégia da Política Estadual de Humanização da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), com foco na humanização, promoção e educação em saúde, utilizando-se a diretriz do acolhimento. Em seguida, o acolhimento é definido como uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que parte da premissa de que acolher é reconhecer de forma legítima e singular a necessidade de saúde que o outro traz, utilizando para isso a escuta qualificada, de modo a garantir ao usuário o acesso às tecnologias adequadas as suas necessidades. Por fim, são apresentadas e caracterizadas as estratégias de acolhimento utilizadas pelas estagiárias, tais como sala de espera; realização de atividades lúdicas; busca ativa de usuários na emergência e na sala de visitantes; participação em reuniões com equipe multidisciplinar; produção de ciência e participação nos espaços de cogestão. Observou-se que, tais estratégias têm permitido alcançar o objetivo de fortalecer a Política Nacional de Humanização, direcionando de maneira ética, resolutiva e com segurança, o acesso e a permanência ao usuário do SUS. O que é apresentado no dia a dia na própria fala dos usuários, quando destacam que o programa faz diferença em suas vidas, pois se sentem vistos dentro do hospital, mudando também a forma como passam a visualizar a unidade hospitalar.

729 ATUAÇÃO DO ALUNO-MONITOR NA GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM COMO FERRAMENTA FACILITADORA DA METODOLOGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM E ASSISTENCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Carla Steffane Oliveira e Silva, Tiago dos Reis de Oliveira Costa, Winnie Taíse Pena Macêdo, Gleyce de Oliveira Pinheiro, João Otávio Pinheiro Borges, Ewerton Beckman dos Reis, Eliane da Costa Lobato da Silva, José Maria Barreto de Jesus

ATUAÇÃO DO ALUNO-MONITOR NA GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM COMO FERRAMENTA FACILITADORA DA METODOLOGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM E ASSISTENCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Carla Steffane Oliveira e Silva, Tiago dos Reis de Oliveira Costa, Winnie Taíse Pena Macêdo, Gleyce de Oliveira Pinheiro, João Otávio Pinheiro Borges, Ewerton Beckman dos Reis, Eliane da Costa Lobato da Silva, José Maria Barreto de Jesus

INTRODUÇÃO: Percebe-se com clareza que o Ensino Superior perpassa a função de mero difusor de fundamentações teóricas e científicas. Com ele, segue a responsabilidade de proporcionar a aprendizagem como um processo de forma ativa, cognitiva, construtiva, significativa, mediada e autorregulada, isso infere em práticas pedagógicas e de metodologias de ensino de forma organizada. O processo de monitoria na graduação é entendido como uma modalidade de ensino-aprendizagem que corrobora à formação integral do discente nas atividades diversas, seja de cunho de ensino, pesquisa e/ou extensão atribuídos aos cursos de graduação e demais seguimentos da área acadêmica. A monitoria é compreendida como um instrumento que visa garantir melhoria do ensino de graduação, através do estabelecimento de novas práticas metodológicas de ensino, juntamente com experiências pedagógicas que busquem fortificar de forma articulada bases científicas teóricas e práticas, bem como integrar as atividades curriculares em suas diferentes formas, para que assim, atinja sua principal finalidade, no que concerne promover a colaboração mútua entre discente e docente e a vivência com o professor e como suas atividades técnico-didáticas. O profissional de enfermagem se encontra diante de um processo de trabalho multifacetado, ou seja, possui cunho teórico-prático interdependente e complementar ao trabalho da saúde, sendo este traçado por um conjunto de elementos adaptados por especificidades da profissão, e, por isso, se expõe de modo exclusivo, próprio e complementário. Desta maneira, o processo de monitoria se caracteriza como atividade do meio acadêmico de natureza complementar, onde o aluno monitor tem a oportunidade de desenvolver e ampliar os conhecimentos adquiridos na academia, por meio da instrução e do apoio de um docente responsável, para conduzir os seguimentos da atividade, garantindo a interação entre professor-monitor e professor-alunos. Assim, inserindo a monitoria como ferramenta pedagógica durante a graduação, a atividade fornece apoio aos processos de ensino e aprendizagem, não obstante, possibilita subsídios necessários à aquisição de conhecimento bem como preparação para a formação de docente do aluno-monitor, portanto, extensões práticas que envolvem cuidar, educar, gerenciar e pesquisar na formação do enfermeiro, permitem-lhe atuar em organizações de saúde, de ensino e pesquisa, que são compostas por diversos setores dentre os quais está inserida a Central de Material e Esterilização (CME) e o Centro Cirúrgico (CC). OBJETIVO: Relatar a experiência dos monitores acerca das contribuições do programa de monitoria no processo de ensino aprendizado e os reflexos exercidos ao aluno monitor durante o programa vivenciado. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de uma pesquisa de cunho descritivo e natureza qualitativa, do tipo relato de experiência. A mesma foi realizada por monitores voluntários do programa de monitoria em enfermagem: “Novos caminhos da Enfermagem trilhados nas áreas de concentração de Centro Cirúrgico e Central de Material Esterilizado”, sendo discentes do 8º e 9º semestres do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal do Pará, no período de outubro de 2016 a setembro de 2017. A construção do conhecimento e da experiência vivenciada em CME e CC nas diversas formas e fases do programa é realizada da seguinte maneira: planejamento das atividades, participação em aulas expositivas e práticas, orientações quanto a elaboração de artigos científicos, resumos de trabalho para congressos, apresentação e discussão de conteúdos científicos pelos alunos grupo de estudos para fundamentação teórica. Tudo isso sob orientação do Professora Tutora. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Para o conhecimento do objeto investigado afirma que conhecer a realidade implica em transformação, logo são ações dependentes e inseparáveis, o homem é capaz de conhecer seu mundo e transformá-lo, à medida que desenvolve a consciência crítica para chegar ao domínio do próprio conhecimento. Portanto, a vivência e experiência obtida pelo processo de monitoria na CME e no CC possibilitou uma nova gama de saberes, ressalvando-se a necessidade de estabelecer a intersetorialidade como um passo importante para a qualidade da assistência nos serviços de saúde. A graduação possibilita aos discentes, contato direto com as práticas hospitalares em seus mais variados campos, estejam eles voltados à assistência, ou gestão de recursos, pessoas e materiais, entretanto, diante desta monitoria, criamos maturidade de compreensão a importância da CME e do CC dentro de uma instituição e da necessidade de valorização da atividade curricular dentro das instituições de educação superior e da tomada de decisão e resolutividade frente as atividades que envolvem o profissional enfermeiro. Outro fato importante, diz respeito aos relatos dos acadêmicos, que afirmavam não enxergar o papel de atuação dos enfermeiros nestes setores, desafiando-nos neste momento como parte integrante da monitoria, de fazê-los compreender a importância dos profissionais de enfermagem e atuação crescente de forma imprescindível ao cuidado como qualquer outra profissão que atue na prevenção, promoção e recuperação da saúde. A CME, presta o cuidado indireto, este cuida, zela, controla e desvela, mesmo sem a presença do sujeito que é o paciente, mas todos os cuidados são para promover com eficácia a assistência a todos os assistindo nas instituições de saúde. Também se observou a promoção de auxílio aos alunos na compreensão dos conteúdos dados em aula, no planejamento e execução das aulas práticas e nas atividades extraclasse, proporcionando ao monitor aprofundar o conhecimento teórico e desenvolver habilidades, formando profissionais mais competentes e habilitados a prática docente. Para tanto, ressaltamos que a inovação das tecnologias educativas que proporcionam aos acadêmicos a oportunidade de contribuírem com o conhecimento científico, fortalecem a necessidade e o incentivo para novas publicações e construção de trabalhos acadêmicos que relatem as experiências vivenciadas na CME e CC, a contribuição na formação acadêmica, sendo necessário o envolvimento e a participação tanto dos acadêmicos da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Pará, quanto do corpo docente que atue na formação e capacitação, fomentando a produção científica com fator relevante e significativo para a construção do conhecimento e conquista de novos espaços dentro das instituições de saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: na experiência da monitoria acadêmica da disciplina permitiu-se aprofundar o conhecimento teórico, despertar o interesse pela pesquisa e promover a interação dos discentes do programa com a docência, portanto, a monitoria possui propostas bem maiores ao monitor do que somente obter certificações de cunho extracurricular ou acúmulo de carga horária extra. Sua importância está na promoção de ganho intelectual do ponto de vista pessoal do aluno monitor, que adquire vasta experiência no processo de ensino, podendo este até mesmo sanar pendências até então não dividas entre os alunos. Além disso, atua na contribuição do monitor aos alunos que são monitorados, porque os mesmos compartilham suas dúvidas de forma mais à vontade, por se tratar de alguém do mesmo convívio, o que contribui diretamente na extinção do processo de hierarquização dentro da sala de aula e tira melhor proveito do coletivo. Ficou evidente, sobretudo, a importância do processo de monitoria na relação de troca de conhecimentos durante o programa entre aluno professor e orientador monitor, bem como criação de vínculo, mostrando que na graduação é necessário humanizar o processo de ensino aprendizagem para assim aprimorar o conhecimento do discente, o que refletirá na atuação futura. A experiência na monitoria proporciona reconhecer fragilidades e desenvolverá potencialidades, ajudando também a identificar e enfrentar limitações, colaborando de forma direta e singular no processo de ensino aprendizagem.