113: Seminário VER-SUS
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 01 - Sala 06    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
609 OFICINA EM SAÚDE UMA ALTERNATIVA NA PROMOÇÃO A SAÚDE DO IDOSO: UM RELATO DE EXPERIENCIA VIVENCIADO NO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM ENFERMAGEM
Antônia Evilannia Cavalcante Maciel, Irani Gama Viana, Francinete de Souza Timóteo, Maria Leonor Souza Brandão, Isabela Cristina de Miranda Gonçalves

OFICINA EM SAÚDE UMA ALTERNATIVA NA PROMOÇÃO A SAÚDE DO IDOSO: UM RELATO DE EXPERIENCIA VIVENCIADO NO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM ENFERMAGEM

Autores: Antônia Evilannia Cavalcante Maciel, Irani Gama Viana, Francinete de Souza Timóteo, Maria Leonor Souza Brandão, Isabela Cristina de Miranda Gonçalves

INTRODUÇÃO A partir de 2003, passou a fazer parte da estrutura do Ministério da Saúde uma “área técnica” que torna os princípios teóricos, políticos e metodológicos acumulados e ainda a construção no campo da Educação Popular em Saúde, como orientadores de suas ações e de seu projeto político (BRASIL, 2007). Protagonizado por múltiplos atores da sociedade civil: movimentos sociais, profissionais que atuam nos serviços de saúde, professores e pesquisadores de universidades, educadores populares e agentes populares de saúde, o processo de construção tem como base a reflexão sobre o estado da arte das práticas de educação em saúde nos serviços e a formulação de proposições com possibilidades de transformar tais práticas (BRASIL, 2007). Vasconcelos (2001) resgata historicidade de constituição da Educação Popular em saúde no Brasil a partir da participação de profissionais de saúde em experiências de educação popular de bases freirianas nos anos 70, inaugurando uma ruptura com as práticas tradicionais de educação em saúde. Neste atual panorama da atenção primária em saúde, entende-se que o maior desafio das equipes de saúde da família é organizar o trabalho, na conciliação da quantidade de atendimentos prestados com o cumprimento integral de todas as suas atribuições. A visão da estratégia de saúde da família como um excelente campo para a formação, articulação e fortalecimento da interdisciplinariedade e intersetorialidade, é uma ferramenta importante para auxiliar as equipes nesta tarefa. Nessa linha de cuidado exercida pela atenção básica realizou-se no dia 28 de setembro do ano de 2018 realizou-se a educação em saúde com os idosos usuários do Sistema Único de Saúde que realizam acompanhamento da Hiperdia na UBS Dom Milton Correa, bairro Santo Agostinho. Durante a ação abordamos temas sobre Alimentação Saudável, benefícios da prática de atividade física, como evitar quedas. Para a educação em saúde contamos com a presença do grupo da terceira idade Nova Vida que tem um papel fundamental a saúde dos idosos da comunidade Santo Agostinho, o grupo funcional semanalmente em uma escola localizada próxima a UBS. O grupo oferece aulas de hidroginástica, atividades físicas funcionais, dança entre outras atividades voltadas a saúde do idoso. OBJETIVO Sensibilizar o idosos e familiares quanto aos assuntos abordados, refletindo no diferencial da promoção da saúde e do autocuidado com isso fortalecendo a educação em saúde como caminho de práticas saudáveis, responsável e consciente, considerado um dos passos iniciais para a formação de idosos empoderados. MÉTODO Para a atividade utilizamos de palestras dinâmicas com perguntas e respostas, motivando os participantes a interagir com as ações, despertando a expressão de seus desejos de aprender e contribuir com seus conhecimentos e vivencias do dia a dia enriquecendo assim a educação e saúde e enfatizando a importância de reconhecer seu papel como gestores do alto cuidado e da prevenção de agravos a saúde. Utilizamos dos seguintes materiais para abordagens dos temas estabelecidos: data show, vídeo contendo uma abordagem simples sobre a promoção a saúde da pessoa idosa e prevenção de quedas na terceira idade, vídeos esses retirado do site UNASUS, pirâmide alimentar, alimentos representativos. Materiais esses que foram cruciais para uma abordagem mais didática, simples e explicativa de qualidade. Ao final foi servido um lanche e sorteio de brindes a todos que se encontravam presentes, momento esse de confraternizar para criar vínculo entre os profissionais da saúde e a comunidade. RESULTADOS E DISCUSSÕES As ações realizadas com essa faixa etária tiveram como foco auxiliar na autonomia destes pacientes frente a tais problemas de saúde e, assim sensibilizar a terceira idade, seus familiares e cuidadores para os assuntos expostos, por meio de perguntas, questionamentos. Dessa maneira, resultar uma troca de conhecimento e de interação entre os idosos e acadêmicos. Os temas em saúde abordados tiveram como enfoque problemas que agravam a saúde do idoso, dentre os quais podemos destacar “alimentação saudável” e “práticas de atividades físicas”. Estas ações buscam repensar as questões educativas aplicadas na vida diária e, também auxiliar e fomentar a conversas com esses idosos que ofereça desta forma uma melhor compreensão do cuidado que devemos ter com a saúde através da prevenção. Dentre os aspectos relevantes, emergidos no contexto da ação, destaca-se a satisfação dos idosos em dividir histórias e dar exemplos, tornando esses momentos válidos para promover a troca educativa e permitir que as acadêmicas exerçam a prática da escuta. Acredita-se que a escuta do enfermeiro é a entrada para a satisfação das necessidades dos indivíduos e consequentemente um elemento importante na consolidação do acolhimento (ROSSI; LIMA, 2005). A escuta qualificada em todo o processo da atenção básica ajuda a equipe de estratégia e saúde da família a identificar fatores de risco e agravos a saúde. Outro aspecto a ressaltar, é a importância de o acadêmico de enfermagem desenvolver um cuidado qualificado à esta parcela da população, visando profissionalismo e responsabilidade como fraturo profissional que presta uma assistência de qualidade. A importância desses idosos terem o empoderamento do autocuidado a saúde e a participação grupos de idosos como o “Nova Vida” traz essa oportunidade a essa população da terceira idade de poder promover o cuidado da mente e do corpo em comunidade socializando com novas pessoas e mantendo uma qualidade de vida satisfatória e consequentemente a integração desse idoso a sociedade. Com isso, mostra-se a importância do envelhecimento saudável, destacando que neste momento é necessário o desenvolvimento da autonomia, ou seja, a capacidade do idoso determinar e executar seus próprios desígnios. O idoso pode ser capaz de gerir sua própria vida e determinar quando, onde e como se darão suas atividades de lazer, convívio social e trabalho. Como fator resultante de um tratamento bem-sucedido, eles mantêm sua autonomia, são felizes, integrados socialmente e, para todos os efeitos, saudáveis (RAMOS, 2003). CONCLUSÃO As atividades de educação em saúde em grupos de terceira idade para idosos mostrou-se de extrema relevância para esta população pois auxilia os mesmos na busca de uma melhor qualidade de vida, do relacionamento interpessoal, na melhora da comunicação, na promoção do autocuidado. Os grupos proporcionam para esses indivíduos uma atenção biopsicossocial, estimulando não somente a relatarem suas dificuldades, mas proporciona um apoio mútuo entre esses idosos que vivenciam situações parecidas e através do conhecimento e orientação adquirida nas palestras geram aos mesmos o empoderamento no autocuidado a saúde.

3299 VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UMA ANÁLISE COMPARADA DO PROJETO REALIZADO NO ESTADO DE ALAGOAS E SEUS EFEITOS NOS PARTICIPANTES DAS VIVÊNCIAS
Maria Raniele Santos, Luiza Maria Parise Morales, Joane Felix, Silas Silva Ferreira, Nayara Alexandra Rodrigues da Silva

VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UMA ANÁLISE COMPARADA DO PROJETO REALIZADO NO ESTADO DE ALAGOAS E SEUS EFEITOS NOS PARTICIPANTES DAS VIVÊNCIAS

Autores: Maria Raniele Santos, Luiza Maria Parise Morales, Joane Felix, Silas Silva Ferreira, Nayara Alexandra Rodrigues da Silva

Diante das atuais restrições, reduções e cortes que o Brasil enfrenta e tendo em foco a PEC 241/55 que ainda deve vigorar por alguns anos, afetando de forma sem precedentes o investimento em educação e saúde. O trabalho a seguir traz uma análise parcial de um projeto de educação continuada conhecido nacionalmente como VER-SUS (Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde), que teve sua edição piloto em 2012-2013 e em 2015 foi reativado, desde então abre regularmente pelo menos um edital anual para comissões estaduais que queiram realizar vivências e/ou seminários. Este ano, parte dos projetos submetidos acabaram não sendo selecionados forçando as comissões, que insistissem em realizar as vivências sem o apoio financeiro do ministério da saúde, a buscar outras formas de financiamento. Tendo em vista a importância de projetos no formato do VER-SUS, buscamos por meio de uma análise comparativa demonstrar tal importância no quesito “dispositivo de transformação social e política”, para os estudantes que participaram do projeto. Considerando a amplitude do projeto, decidimos analisar sua implementação apenas no estado de alagoas no decorrer de três anos (2015, 2016, 2017), tomando como base para a análise comparativa os objetivos impostos pelo projeto elaborado pela comissão nacional (que é responsável pela análise e seleção dos projetos estaduais)  e os relatórios pós vivências enviados por comissão regional, viventes e facilitadores participantes de cada edição e disponíveis na plataforma otics. A escolha do estado de Alagoas se deu pela nossa familiaridade com o projeto dessa localidade, visto que, já integramos a comissão estadual de Alagoas em edições anteriores. Além de fornecer dados que comprovam a eficácia do projeto respaldado pelos objetivos nacionais, montamos um perfil dos estudantes que participaram dessas vivências. Para montar essa base de dados foram analisados em média 120 respostas de questionários anteriores a vivência e os relatórios pós vivência desses mesmos estudantes permitindo assim uma conclusão parcialmente detalhada do projeto e como ele tem transformado a vida das pessoas que dele participam. Após as experiências vivenciadas pelo projeto, esses estudantes passaram a enxergar saúde pública, participação popular, empoderamento e trabalho em equipe de formas diferenciadas gerando transformações que perpassam os muros de suas respectivas instituições de ensino.

1935 RELATO SOBRE UMA VIVÊNCIA-ESTÁGIO NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NA CIDADE DE CAAPIRANGA, AMAZONAS, 2016.
JOSE PAULO GUEDES SAINT CLAIR, ALINE MARIANA SILVA CÂNDIDO, BRUNA AMORA GUEDES, ELICE PEREIRA CACAU, EUCLIDES VICENTE DA SILVA, JULIA CRISTINA DE SOUZA ALVES, TÂNIA CRISTINE LIBÓRIO PEREIRA, FABIANA MÂNICA MARTINS

RELATO SOBRE UMA VIVÊNCIA-ESTÁGIO NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NA CIDADE DE CAAPIRANGA, AMAZONAS, 2016.

Autores: JOSE PAULO GUEDES SAINT CLAIR, ALINE MARIANA SILVA CÂNDIDO, BRUNA AMORA GUEDES, ELICE PEREIRA CACAU, EUCLIDES VICENTE DA SILVA, JULIA CRISTINA DE SOUZA ALVES, TÂNIA CRISTINE LIBÓRIO PEREIRA, FABIANA MÂNICA MARTINS

APRESENTAÇÃO: As Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) representam uma oportunidade de imersão no SUS entre discentes de diversos cursos, principalmente aqueles relacionados à área da saúde.  Oportuniza a experimentação de um novo ambiente de aprendizagem com intuito de criar um espaço favorável a discussão de políticas públicas, gestão e controle social.  O presente estudo visa relatar a experiência de estudantes de diferente áreas da saúde e ressaltar as oportunidades criadas pelo VER-SUS Amazonas 2016/2. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de um relato de experiência sobre a edição 2016/2 do VER-SUS Amazonas, um programa do Ministério da Saúde com apoio da Rede Unida, Rede Colaborativa de Governo/UFRGS, União Nacional dos Estudantes (UNE) e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). O grupo foi composto por 7 pessoas, sendo 6 alunos/viventes e 1 aluno/facilitador. O estágio aconteceu na cidade de Caapiranga, durante o período de 13 a 20 de setembro de 2016. Caapiranga pertencente à microrregião de Coari e mesorregião do Centro Amazonense, possui uma população de 12.662, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2016. As atividades desempenhadas foram reuniões entre os participantes da vivência com coordenadorias e representantes da sociedade civil, elaboração de relatórios diários, discussão das temáticas abordadas entre o grupo e conhecimento das instalações da rede de saúde. RESULTADOS: O VER-SUS mostrou que durante a formação acadêmica, grande parte dos estudantes não têm oportunidade de vivenciar a realidade de alguns setores disponibilizados pelo SUS. A falta de diálogo e troca de saberes entre acadêmicos de diferentes cursos ainda é comum mesmo com grades curriculares que valorizam a saúde coletiva. As discussões abertas em grupo proporcionaram a criação de textos, músicas, cartazes, vídeos e portfólios que serviram de materiais durante as atividades desempenhadas no decorrer da vivência. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A participação no projeto proporciona uma aproximação e reformulação do olhar dos futuros profissionais da área da saúde em diferentes regiões do Brasil, ampliando a compreensão sobre suas diretrizes e princípios, funcionamento do sistema, importância da participação popular, além do diálogo com gestores e coordenadores locais. Permitiu ainda a realização de visitas a estabelecimentos de saúde viabilizando o conhecimento da realidade da implantação do SUS naquela região. Desta forma, o projeto contribui para a formação humana e capacitação profissional na perspectiva interdisciplinar e intersetorial, dado que é estabelecido uma relação de respeito com a visão multidisciplinar preconizada pelo SUS.

2123 DESLOCAMENTOS DE IMAGENS DE SAÚDE: EXPERIÊNCIAS E ENCONTROS NAS VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SUS
Izabela Barison Matos, Carlos Alberto Rodrigues Morrudo Filho

DESLOCAMENTOS DE IMAGENS DE SAÚDE: EXPERIÊNCIAS E ENCONTROS NAS VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SUS

Autores: Izabela Barison Matos, Carlos Alberto Rodrigues Morrudo Filho

Pensar saúde na formação profissional é estar à espreita de novos agenciamentos, para além daquilo que se estabelece como vigente. Há deslocamentos de pensamentos sobre saúde a serem engendrados quando se dá o encontro entre aquilo que se estabelece como normal, comum e normal, com o novo, com o inusitado. A contemporaneidade tem suscitado à formação de profissionais para área da saúde maior alargamento sobre a compreensão sobre saúde, consequentemente maior entendimento acerca dos sistemas de saúde no Brasil. O que se tem percebido é que ainda há um distanciamento entre o que preconizam as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a graduação e o cotidiano da formação, em relação à realidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Os Projetos Pedagógicos dos Cursos (PCC) não têm contemplado satisfatoriamente tal formação, por isso, tornam-se pertinentes iniciativas para além do PPC que produzam conhecimento sobre o SUS e o desejo de futura inserção profissional no Sistema. Uma das iniciativas: as Vivências e Estágios na Realidade do SUS (VER-SUS) tem se revelado dispositivo ativador de incômodo ao que é dado como linear e asséptico, à formação na área da saúde. Entendendo que o VER-SUS tem como proposta suscitar em cada sujeito envolvido, a apropriação de uma afirmação sobre o entendimento à saúde, o que permite, portanto, estar sempre em contato com um novo modo de aprender sobre saúde. Este estudo partiu do seguinte objetivo: analisar as imagens de saúde produzidas pelos viventes, que participaram do VER-SUS Lages (SC), edições 2011 e 2012. Tratou-se de pesquisa com abordagem qualitativa, cujos instrumentos de produção de dados foram: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e entrevistas semiestruturadas aplicadas aos viventes (estudantes, docentes e facilitadores) que participaram do VER-SUS Lages das edições citadas. Os dados coletados foram analisados a partir de Mapas Analíticos que se propõem a construir mapas transversais às produções do desejo, em ato. Em interligação aos mapas analíticos, os dados coletados tiveram aporte de dois conceitos: Experiência e Encontro, os quais permitiram destacar alguns disparadores de deslocamentos de imagens de saúde, tais como, Olhar rizomático como dispositivo que permitiu atravessar visões sobre saúde; Escutar ruídos, como modo de ampliar a audição ao dito e não dito, ou seja, pensar sobre o que é ouvido, pensar sobre o que não foi dito; Perguntar, como ato possível para a invenção de problemas; Cheirar, como pulverizador de imagens sobre saúde; e, finalmente, há os Marcadores de subjetividades no VER-SUS Lages (SC), como afetações que produzem na pele, no corpo, marcas, às quais se carrega para vida. Conclui-se que o VER-SUS Lages (SC), edição 2011 e 2012, produziu em vários viventes múltiplas imagens sobre saúde, fazendo-os deslocar sentidos aprendidos sobre conceitos e concepções sobre saúde. Logo, o VER-SUS, como cenário de aprendizagem potente para estilhaçar modos instituídos da compreensão sobre saúde

2015 Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde: relato de experiência de estudantes de medicina
Aline Mariana Silva Cândido, José Paulo Guedes Saint Clair, Fabiana Mânica Martins

Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde: relato de experiência de estudantes de medicina

Autores: Aline Mariana Silva Cândido, José Paulo Guedes Saint Clair, Fabiana Mânica Martins

APRESENTAÇÃO: O Sistema Único de Saúde (SUS) é, sem dúvida, um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo; para haver uma eficiência na sua execução, ele necessita não apenas de uma gestão compromissada, mas também trabalhadores de saúde proficientes em sua área. Uma grande preocupação de estudantes de saúde é a insegurança na atuação, muitos se queixam de não saber o real funcionamento do SUS, sua gestão, objetivos e abrangência. Com o objetivo de solucionar este problema foi criado o programa Vivências e “Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde”, o VER-SUS, que tem como objetivos: aprofundar a discussão sobre trabalho em equipe, gestão, atenção em saúde, controle social, educação, e promover discussão sobre movimentos sociais, em especial estudantis. Desta forma, este estudo tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos de medicina no VER-SUS, e como isso influenciou em suas formações. DESENVOLVIMENTO: Este estudo consiste em um relato de experiência sobre a visão de estudantes de medicina em relação ao VER-SUS de Inverno/2016, durante um período de 7 dias na cidade de Urucará, no estado do Amazonas. A cidade é tradicional, com população em torno de 17 mil pessoas, trabalho essencialmente agrícola, dando destaque à produção de guaraná. Além de ser uma cidade distante da capital, o seu acesso é bastante complicado, o que interfere na qualidade da saúde, demanda de médicos e materiais hospitalares. O grupo de 6 viventes realizou reconhecimento das unidades de saúde do município, dos órgãos públicos, debateu com aqueles que utilizavam os serviços, também houve debate entre os viventes e realizaão de relatórios diários. RESULTADOS: A formação de profissionais competentes para atuar no SUS implica em análise de paradigmas, ética, compromisso com a saúde, pontos que nos foram despertados após vermos de perto o sistema, gerando uma mudança em nossa mentalidade sobre qual atitude queremos ter como profissionais. Sabemos que é dever das universidades com cursos em saúde instruir seus acadêmicos quanto ao funcionamento e objetivos do SUS. O VER-SUS se mostrou contribuinte neste fator que havia sido em parte, falho em nossa formação. Conseguimos perceber também a importância de interação com acadêmicos de outras áreas, e diferentes visões sobre o sistema. Além disso, adquirimos conhecimento sobre gestão e controle social, os quais até o momento não nos havia sido explanado na faculdade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Não há dúvida de que todos os estudantes de saúde deveriam ter a experiência de vivenciar o SUS no seu íntimo, para que quando profissionais possam compreendê-lo e, assim, colaborar para seu desenvolvimento. O VER-SUS possibilitou a todos uma maior aproximação e entendimento sobre gestão em saúde, saúde coletiva e trabalho em saúde, pontos já previstos nas Diretrizes Curriculares do Curso de Medicina de 2014, que vêm sendo implementadas. Podemos dizer que nos trouxe uma visão completamente diferente a respeito do SUS, passamos a ter uma visão crítica e reflexiva; e de que mesmo sendo estudantes também temos um poder transformador e voz ativa.

2654 VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (VER-SUS) PELO PONTO DE VISTA DE EGRESSOS DO CURSO DE MEDICINA
Alessandra Aziz Borges Bitar, Caroline Mota de Souza, Caroline Mota de Souza, Fabiana Mânica Martins, Fabiana Mânica Martins

VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (VER-SUS) PELO PONTO DE VISTA DE EGRESSOS DO CURSO DE MEDICINA

Autores: Alessandra Aziz Borges Bitar, Caroline Mota de Souza, Caroline Mota de Souza, Fabiana Mânica Martins, Fabiana Mânica Martins

Apresentação Um dos pontos-chave dentro do Sistema Único de Saúde é a Educação Permanente em Saúde, onde os profissionais devem ser formados e atualizados continuamente de forma a compreender seu espaço de trabalho e suprir as demandas dos usuários do sistema. A graduação em Medicina tem papel fundamental nessa formação, devendo “qualificar os profissionais para um olhar e uma escuta ampliada ao processo saúde-doença e a qualidade de vida” (FERLA, 2011, p.6). Porém, muitas vezes a formação segue o caminho oposto, de forma a manter um modelo hospitalocêntrico e biologicista, formando um profissional pouco adequado às demandas do serviço público. O projeto de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS/Brasil) vem como uma ferramenta que oportuniza ao graduando a experimentação do sistema, de forma a “apresentar elementos das configurações do sistema, do controle social, e da atenção à saúde” (ROCHA apud MARANHÃO, 2013). Acredita-se que ao conhecer a realidade do interior do Amazonas através do VER-SUS, os estudantes egressos possam perder preconceitos e tornar-se mais críticos e envolvidos nos processos de trabalho nos municípios do interior do estado, de forma a aumentar a fixação de profissionais médicos nestas regiões. Poucos trabalhos foram desenvolvidos em relação ao VER-SUS no Amazonas, de forma que se torna um campo amplo e fértil para pesquisa. Além disso, esta pesquisa está vinculada ao Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Objetivou-se, com este trabalho, descrever o ponto de vista dos alunos de Medicina que realizaram a vivência do VER-SUS Amazonas acerca das experiências adquiridas, registrar a realidade do sistema de saúde nos municípios participantes do VER-SUS, através das vivências dos estudantes e verificar o impacto dos estágios e vivências no SUS na formação acadêmica dos estudantes de Medicina, voltado à realidade do Amazonas.       Desenvolvimento do Trabalho Os dados foram colhidos dos participantes egressos do VER-SUS Amazonas, na posição de viventes ou facilitadores. Os critérios de inclusão na pesquisa foram: ser acadêmico do curso de Medicina; manifestação espontânea de interesse na participação do estudo, sem ressarcimento financeiro e respeitando os aspectos éticos envolvidos neste tipo de pesquisa. Os sujeitos foram alertados sobre o caráter da pesquisa, de forma verbal e através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e também sobre o caráter voluntário na pesquisa. Além disso, o projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Humanos (CAAE), com o número 20016613.7.0000.5020. A busca por uma alternativa metodológica nos remete a abordagem qualitativa de investigação, pois como refere Minayo (2004), ao desenvolvermos uma proposta de investigação, ou no desenrolar das etapas de uma pesquisa, vamos reconhecendo a conveniência e a utilidade dos métodos disponíveis, face ao tipo de informações necessárias para se cumprirem os objetivos do trabalho. (GERHARDT e SILVEIRA, 2009). Os dados foram coletados através de questionários disponibilizados online, via Google Forms, com questões abertas e fechadas, a serem respondidos pelos sujeitos da pesquisa.     Resultados e Impactos Foram coletados dados de cinco participantes do VERSUS Amazonas, através dos questionários. Em relação ao perfil dos estudantes, todos eram da Universidade Federal do Amazonas. A grande maioria participou das vivências nos períodos iniciais do curso, predominantemente no quinto e terceiro períodos. Em relação a edição da vivência, houve participantes da quarta, quinta e sexta edições, com predomínio desta última. Quatro pontos foram avaliados no questionário, sendo o primeiro a percepção do vivente sobre a experiência educativa em sua formação acadêmica acerca do SUS, tanto em aulas e disciplinas, quanto no VERSUS. Percebe-se que há dificuldade em inserir o aluno dentro do sistema básico, no formato de aulas práticas. Isso parte tanto de dentro da Universidade, quanto dos gestores de unidades e secretarias de saúde. Grande parte dos entrevistados relatou que somente no VERSUS Amazonas visualizou de forma integral o funcionamento do sistema público de forma realista, tanto os pontos positivos, quanto os negativos. Assim, fica claro que a inserção do estudante de medicina no SUS através deste tipo de iniciativa é uma forma de expor o acadêmico a um ambiente rico em aprendizados e discussões, bem como desenvolvimento do pensamento crítico sobre o sistema, atenção básica e a multidisciplinaridade. Assim, faz-se necessário mudar, dentro das universidades, a forma com que se promove vivências dos estudantes na prática cotidiana, principalmente no que diz respeito à  atenção básica. Dessa forma, o ambiente prático proporcionado pelas vivências se firma como um instrumento de formação essencial, onde o acadêmico relaciona os conhecimentos adquiridos durantes aulas teóricas com as experiências vivenciadas no VERSUS, desenvolvendo posicionamento crítico e reflexivo acerca da realidade da saúde no interior. A partir disso, o futuro profissional médico se firma como agente ativo, que busca por meio de suas ações por um sistema de saúde mais efetivo e funcional. O segundo ponto discutido foram os pontos positivos e negativos das experiências nos municípios, onde os entrevistados comentavam sobre as vivências. O que mais foi relatado, enquanto ponto negativo, foi o despreparo dos gestores e dos trabalhadores das unidades para receber os viventes. Já o terceiro ponto diz respeito as repercussões que estas experiências tiveram na futura vida profissional dos viventes. Foi relatado pelos entrevistados que a vivência os fez perceber a importância de se conhecer o sistema no qual estão inseridos e o seu papel como construtores deste sistema, tomando para si a responsabilidade de defender o SUS e todas as pessoas que de alguma forma atuam para que ele funcione. Por fim, no quinto e último questionamento foi pedido aos participantes que comentassem sobre suas expectativas sobre o VERSUS e se elas haviam sido correspondidas. Os viventes, em sua maioria, comentaram que a experiência foi positiva e que as expectativas foram alcançadas e até mesmo superadas.   Considerações Finais O Sistema Único de Saúde é fruto de muitas mobilizações sociais, no qual se estabeleceram juridicamente o direito a saúde gratuita, igualitária e não exclusiva para toda a população brasileira. Ainda que consolidado através de leis, este é um sistema em constante mudança e construção, pelos seus usuários e profissionais envolvidos. Entretanto, muitos profissionais da saúde não enxergam seu potencial transformador e construtor, por se deixarem abater pela frustração em ver um sistema com inúmeros erros práticos, mas principalmente por não conhecerem a estrutura e organização do SUS. Dessa forma, a Universidade tem papel fundamental na formação deste profissional médico, com senso crítico e ciência do seu papel enquanto consolidador do SUS. Para que isso ocorra, é fundamental que o estudante de Medicina tenha contato com todo o histórico, legislação e organização do SUS, através das aulas teórico-práticas previstas na grade curricular e nas Diretrizes Nacionais Curriculares do Curso de Medicina, exigidas pelo Ministério da Educação. Mais importante ainda, é o estudante vivenciar a realidade e confrontar teoria e prática, junto com seus professores e profissionais já atuantes nos serviços, através de debates, trocas de conhecimentos e vivenciando o real funcionamento das unidades. Ainda que com falhas estruturais, bem como dificuldades no financiamento, o VERSUS proporciona aos estudantes de Medicina do Amazonas uma experiência valiosa de inserção no SUS, tornando-se necessária a institucionalização desse tipo de iniciativa para que a mesma ganhe mais visibilidade.            

600 OFICINA PARA GESTANTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVENCIADO NO VER SUS NO ANO DE 2016/1 EM NOVA OLINDA DO NORTE - AM
Antônia Evilannia Cavalcante Maciel, Isamira Goes Batista, Milaine Nunes Gomes Vasconcelos

OFICINA PARA GESTANTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVENCIADO NO VER SUS NO ANO DE 2016/1 EM NOVA OLINDA DO NORTE - AM

Autores: Antônia Evilannia Cavalcante Maciel, Isamira Goes Batista, Milaine Nunes Gomes Vasconcelos

INTRODUÇÃO A oficina de gestantes em Nova Olinda do Norte foi uma estratégia criada pela Secretária Municipal de Saúde (SEMSA) com participação dos profissionais de saúde das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), tendo suas ações voltadas para promoção e proteção da saúde, e prevenção de agravos no período gestacional, utilizando-se principalmente a educação em saúde. A oficina de gestantes é formada por uma equipe multiprofissional especializada e capacitada para a atuação educacional no pré-natal das gestantes ensinando e sensibilizando as gestantes do município quanto ao autocuidado e participação das atividades disponíveis para as mesmas, visando a saúde e o bem-estar materno e fetal. Essa ação mostra que ao longo dos anos a mulher ganha mais espaço na saúde, deixando de ser beneficiária passiva do desenvolvimento e passando a ser participante, tendo direitos integrais a saúde, regidos por princípios e diretrizes com propostas de descentralização, hierarquização, regionalização dos serviços, integralidade e a equidade da atenção, incluindo ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação. Dessa forma, pretende-se por meio deste trabalho descrever um relato de experiência vivenciado no Ver SUS no município de Nova Olinda do Norte. METODOLOGIA 2.1 Objetivo Relatar como é a dinâmica da oficina de gestante; a qualidade da educação permanente no pré-natal em grupo, assim como, a atuação do NASF e dos profissionais das UBS com as gestantes do município de Nova Olinda do Norte. 2.2 Tipologia da pesquisa Trata-se de um relato de experiência vivenciado por uma participante do Programa Ver SUS. 2.3 População e local Participaram da Oficina de Gestantes, 32 mulheres de idades variadas, que estão cadastradas no Sistema Único de Saúde (SUS), 11 profissionais da UBS (enfermeira, nutricionista, psicólogo, educador físico, fisioterapeutas e ACS). A reunião aconteceu no auditório do Centro de Referência de Assistência Social. 2.3 Método Na quarta-feira, dia 24 de fevereiro de 2016, às 8 horas e 30 minutos, no auditório do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no município de Nova Olinda do Norte – AM, correspondendo ao segundo dia de vivência no Programa Ver SUS, nossa equipe foi convidada a participar da Oficina de Gestantes que acontecia mensalmente sendo realizada pelas UBS’s com o apoio do NASF. Cada UBS tinha seu mês de informação às gestantes na oficina. Nesse dia a equipe responsável por coordenar a oficina era da UBS Mônica. Para vivência de tal acontecimento foi utilizado bloco de papel e caneta, máquina fotográfica e gravador. A oficina teve duração de aproximadamente 2 horas e 30 minutos, tempo esse distribuído entre cada profissional, e o feedback das gestantes. No término da oficina, foi distribuído brindes para todos os bebês, e lanche a todos os participantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO No primeiro momento as gestantes são avisadas na consulta do pré-natal sobre a data e o horário da oficina. Elas se preparam e convidam seus companheiros a participarem com elas. A equipe multiprofissional do NASF e UBS, abordaram temas diversos sobre saúde da mulher, incluindo assuntos voltados a sua área de atuação de cada profissional envolvido. Utilizaram meios comunicativos, audiovisual e dinâmicos, proporcionando a participação ativa das gestantes, compartilhando suas experiências. Observou-se o envolvimento e cumprimento dos profissionais com os temas inerentes à gestação. Foi enfatizado, pela nutricionista, alimentação saudável e seus benefícios na gestação; o benefício do ácido fólico e sulfato ferroso, e em que alimentos há a biodisponibilidade desses nutrientes. Ressaltou sobre os alimentos ricos em nutrientes e vitaminas, com baixo custo, levando em consideração o fator socioeconômico das gestantes e familiares. A assistente social e o psicólogo abordaram sobre estado emocional e apoio familiar. O psicólogo enfatizou alteração de humor causados pelo excesso de hormônio, e como trabalhar esses sentimentos de forma saudável. A assistente social ressaltou sobre a importância do amor, de ambiente social salubre para receber essa criança, e aceitação por seus familiares para que ela não se sinta rejeitada. Abordou sobre o papel da família na recepção da criança; como importância do apoio que a mulher gestante deve ter, principalmente se for menor de idade ou se a gravidez foi indesejada. Após a fala da assistente social, foram feitas algumas perguntas às gestantes sobre a gravidez: número de gestações, e quanto ao planejamento da gravidez. Percebeu-se que a grande maioria das gestantes são multíparas; não fizeram o planejamento da gravidez; muitas aparentaram não estarem preparadas para a maternidade, e são menores de idade. A enfermeiras do NASF e da UBS abordaram sobre assuntos da concepção até o parto. Falaram sobre as transformações fisiológicas em que o corpo da mulher passa; sobre os medos, mitos e verdades no processo de gestar e parir. Outro tema abordado foi sobre a amamentação, como amamentar e ser exclusiva até o sexto mês; inclusive os cuidados com as mamas. O educador físico e o fisioterapeuta, falaram sobre a importância a atividade física com ênfase na hidroginástica, que é um projeto realizado por estes profissionais, sendo alguns dias da semana, exclusivos para as gestantes. Ao final da oficina percebeu-se a satisfação das gestantes por terem a oportunidade, um momento e espaço dedicado a elas. Espaço onde se possibilitou despertar e sensibilizar para assuntos importantes inerentes ao gestar e parir, e que estão diretamente ligados a promoção da saúde e do autocuidado, além de externar dúvidas, medos e anseios; e poder compartilhar a troca de experiências. Observando postura, conversas e relatos, notou-se que algumas das gestantes do grupo, estavam adotando as orientações dadas em oficinas passadas. Isso mostra a importância da educação em saúde para uma prática saudável, responsável e consciente, refletindo no empoderamento da gestante quanto sua saúde e de seu filho. Porém ainda há resistência por parte de algumas gestantes, mas acredita-se que a continuação das oficinas, o trabalho em equipe, e a busca de estratégias motivadores, possam tocar e sensibilizá-las da importância desse trabalho, que é a melhoria da saúde materno-fetal. CONCLUSÃO Participar da oficina de gestante tornou-se uma oportunidade ímpar, além de fortalecer a educação em saúde como caminho práticas saudáveis, responsável e consciente. A oficina possibilitou momentos para esclarecimentos de dúvidas, medos e anseios referente ao processo de gestar e parir. Percebeu-se a integração e comprometimentos da equipe multiprofissional em trabalhar na oficina, notando assim, a qualidade dos temas e metodologia desenvolvida. Esse é sem dúvida um dos passos iniciais para a formação de mulheres empoderadas, bem como a construção de um novo olhar da saúde na atenção primária prestada às gestantes. Para atender às novas perspectivas exigidas pelo programa educação em saúde a equipe multiprofissional do NASF e UBS, são necessárias inovações no atendimento à atenção primária, e empenho no que diz respeito fazer saúde. Refletiu-se a partir dessa vivência acadêmica, a importância do facilitador e multiplicador de conhecimentos; de contribuir para o bem-estar, e promoção da saúde de um determinado grupo proposto. Tentar compreender o outro, no âmbito além da saúde, visualizar um contexto socioeconômico, cultural e familiar. Foi possível ver na prática, a teoria conhecida na academia. Observar de perto o papel do enfermeiro na atenção primária, como ações de promoção à saúde, e prevenção de doenças através de práticas educativas.

1064 CONTRIBUIÇÕES DO VER-SUS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL E NA EFETIVAÇÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE
Bianca Calheiros Cardoso, Marília Souto de Araújo, Soraya Maria de Medeiros, Nayara Cristina da Silva Bento, Márcia Laélia de Oliveira Silva, Fillipi André dos Santos Silva, Jordana de Oliveira Freire, Raphael Raniere Oliveira Costa

CONTRIBUIÇÕES DO VER-SUS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL E NA EFETIVAÇÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE

Autores: Bianca Calheiros Cardoso, Marília Souto de Araújo, Soraya Maria de Medeiros, Nayara Cristina da Silva Bento, Márcia Laélia de Oliveira Silva, Fillipi André dos Santos Silva, Jordana de Oliveira Freire, Raphael Raniere Oliveira Costa

O Projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) objetiva estimular a formação de trabalhadores para o SUS, comprometidos eticamente com os princípios e diretrizes do sistema, fornecendo um estágio observacional com propósito de oportunizar vivências na realidade do sistema. Nesse sentido, objetiva-se relatar a experiência de vivência no VER-SUS e discutir sobre a contribuição que esse projeto traz para a formação profissional. Trata-se de um relato de experiência de vivência no VER-SUS em um município do Rio Grande do Norte, no Nordeste brasileiro, através da observação diária durante a vivência nas visitas realizadas aos equipamentos sociais; das falas dos atores sociais entrevistados; em reuniões e rodas de conversa e nas interlocuções com os preceptores/facilitadores. Sabe-se que a formação profissional em saúde ainda se encontra no modelo tradicional de ensino onde existe pouca integração com os aspectos práticos. O VER-SUS possibilitou vivência prática em todos os níveis de atenção e, ainda, estimulou a reflexão acerca das potencialidades e fragilidades dos serviços oferecidos na rede de saúde, assim como possibilitou a compreensão da articulação entre a micro e a macroestrutura de saúde e suas injunções com outros serviços e políticas sociais na localidade estudada e na região. Através da escuta dos relatos da população, em especial, nos foi possível verificar que a política de saúde tem fragilidades dentro das proposições do Movimento Brasileiro da Reforma Sanitária pelos fatores do orçamento e financiamento, bem como questões de planejamento para a execução conforme as necessidades reais dos munícipes. Com isso, através da escuta da população e da gestão, pode-se propor sugestões e estratégias para se efetivar uma política de Saúde do Município mais efetiva e na concepção do direito, principalmente quanto ao fortalecimento da participação social como uma maneira de enfrentamento coletivo dos problemas de saúde local e formação de consciência sanitária. A integração entre a tríade educação, trabalho e saúde possibilitada pelo projeto promoveu qualificação tanto para a formação profissional dos que vivenciaram quanto para a gestão municipal que pode, através de um olhar ampliado, receber sugestão de melhorias para a efetivação da política de Saúde do Município e a população em seu aprendizado para a uma melhor participação social na luta por seus direitos de cidadania em saúde.

1686 Importância da vivência para o crescimento do aluno como percepção crítica do sistema de saúde pública
Raissa Pires de Medeiros, Antônio Sávio Inácio, Anderson Bentes Mafra, Nany Camilla Sevalho Azuelo, Sônia Maria Lemos, Júlio César Schweickardt, Rodrigo Tobias de Souza Lima

Importância da vivência para o crescimento do aluno como percepção crítica do sistema de saúde pública

Autores: Raissa Pires de Medeiros, Antônio Sávio Inácio, Anderson Bentes Mafra, Nany Camilla Sevalho Azuelo, Sônia Maria Lemos, Júlio César Schweickardt, Rodrigo Tobias de Souza Lima

Introdução: A vivência do VER-SUS na UBSfluvial foi uma oportunidade que os alunos tiveram para acessar o conhecimento fora da sala de aula, a fim de observar, discutir, e de se colocar no lugar do profissional e do usuário. As práticas extracurriculares ajudam a inserir o acadêmico em um contexto que muitas vezes só é obtida na teoria, durante a formação acadêmica e dessa forma, contribuem para o preparo do estudante quando este estiver na prática profissional, bem como para o desenvolvimento de ideias a fim de melhorar o Sistema de Saúde. Objetivos: Induzir o debate reflexivo sobre os desafios do VER-SUS pela vivência do cotidiano da UBSFluvial e construir uma relação ensino-serviço em diferentes contextos Relato: A equipe de alunos foi composta por 5 alunos de diferentes cursos (Medicina, Odontologia e Enfermagem) e de diversos períodos, juntamente com a equipe do barco que tinha duas equipes básicas (16) e a tripulação (4), resultando no total de 25 pessoas. A viagem durou 6 dias pelo Rio Amazonas e foram atendidas 11 comunidades. Em cada comunidade foram realizados rodízios, então no final da viagem, todos os alunos passaram em cada estação de atendimento (Consultório médico, odontológico, farmácia, sala de vacinação, preventivo, pré-Natal, palestra educativa, visita nas escolas e laboratório) e no final de cada dia foram feitas discussões sobre as experiências vividas. Os alunos também eram responsáveis pela palestra educativa antes de começar os atendimentos em cada comunidade. Resultados: Pelos relatos da devolutivas dos alunos é possível inferir que as experiências vividas contribuíram para o amadurecimento da prática multiprofissional e interdisciplinar, além de colocar o aluno na imersão da realidade ribeirinha, conhecendo seus costumes e desafios. Além disso, ampliou seu entendimento sobre as políticas públicas utilizando-se de estratégias de campanha de prevenção da Hanseníase e do aleitamento materno, juntamente com os programas do Ministério da Saúde como Hiperdia, Leite do meu filho, pré-natal, vacinações e dentre outros. Vale ressaltar também o maior contato com a gestão da unidade básica de saúde fluvial, conhecendo sua dinâmica e suas peculiaridades. Considerações finais: O contato com o outro, a conexão e imersão no SUS, são pontos importantes para que essa vivência tenha ocorrido de maneira intensa. Vale ressaltar que promover a discussão da realidade do SUS vai muito além de estar em sala de aula, sendo necessário viver a prática com seus aspectos positivos e negativos, sempre observando o desenvolvimento das situações de forma crítica, a fim de contribuir seja na gestão, em movimentos sociais e populares, exercendo a função profissional ou o controle social.

2188 ORGANIZANDO O PROJETO VER-SUS NO ESTADO DO PARÁ
Eric Campos Alvarenga, Mayara Sabrina Luz Miranda, Regina Fátima Feio Barroso, Liliane Silva do Nascimento

ORGANIZANDO O PROJETO VER-SUS NO ESTADO DO PARÁ

Autores: Eric Campos Alvarenga, Mayara Sabrina Luz Miranda, Regina Fátima Feio Barroso, Liliane Silva do Nascimento

Aqui narraremos nossas vivências enquanto comissão organizadora do projeto VER-SUS no estado do Pará no ano de 2016. Para tal, contaremos esta história contextualizando o que é o projeto do VER-SUS, como esta vivência foi sendo construída ao longo de 2016 e o que reverberou dela nas vidas daqueles que foram atravessados por ela. O VER-SUS é uma proposta do Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, Conselho Nacional de Secretários de Saúde/CONASS, Conselho Nacional de Secretárias Municipais de Saúde/CONASEMS, União Nacional dos Estudantes/UNE, Gestores municipais e outras entidades, com finalidade de proporcionar Vivências e Estágios no Sistema Único de Saúde (SUS), oportunizando espaços privilegiados de interação e imersão no cotidiano das organizações de redes e sistemas de saúde para discentes universitários da área da saúde e outras áreas do conhecimento, favorecendo a apropriação dos princípios e diretrizes do SUS a partir da observação vivencial. Experiências anteriores do projeto VER-SUS na Universidade Federal do Pará tiveram início no ano de 2012 nos municípios de Breves e Benevides. Em seguida, no ano de 2013, ocorreu a segunda vivência nos municípios de Paragominas e Barcarena. Em cada ocasião, foram selecionados 20 viventes e dois facilitadores que abarcavam os cursos de Direito, Enfermagem, Engenharia Sanitária, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social.  Estas vivências mostraram que é possível que o SUS seja realizado dentro de todos os princípios e diretrizes funcionais, possibilitaram aos viventes a discussão acadêmica culminada nas apresentações de trabalhos científicos das experiências em congressos regionais, nacionais e internacionais e estimularam os viventes e facilitadores na defesa do SUS. A vivência mais recente no estado começou no início de 2016 em forma de seminário programado pela Universidade Federal do Pará. Nele, foram realizadas rodas de conversas com os participantes, sendo gravadas suas sugestões para uma versão do projeto. Entre elas, surgiu a curiosidade de vivenciar alguns programas destinados às populações em situação de vulnerabilidade como as que estão em situação de rua. O município de Belém mostrou-se muito favorável a acatar a vivência. Decidiu-se realiza-la exclusivamente no distrito de Mosqueiro, uma ilha localizada na capital. Conforme as sugestões das rodas de conversas do seminário, a comissão organizadora optou pela vivência também em outro município que contemplasse os anseios dos viventes. Por conta da boa relação entre a Universidade Federal do Pará e o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (COSEMS), pudemos fechar parcerias com o município de Tucuruí. Este fica na região do rio Tocantins, abriga uma das maiores usinas hidrelétrica do país e tem suas origens a partir de povos indígenas da região. A seleção dos participantes deu-se dos dias 7 a 13 de novembro para viventes, 7 a 21 de novembro para facilitadores e dia 30 de novembro para a comissão organizadora. Ela foi aberta preferencialmente para estudantes de graduação da área da saúde, mas também para estudantes de graduação de outras áreas, estudantes de ensino técnico, residência e integrantes de movimentos sociais. Foram ofertadas 22 vagas para viventes e 2 para facilitadores. Ao final do período de inscrições, tivemos exatamente 281 inscritos para as 22 vagas de viventes e 9 inscritos para as 2 vagas de facilitadores. Houve presença predominante de inscritos do curso de Enfermagem. Esta tem sido uma tendência desde as primeiras vivências do VER-SUS no estado do Pará. A seleção final dos viventes seguiu este movimento com a grande maioria de viventes sendo do curso de Enfermagem, mas também com a presença de alunos dos cursos de Medicina, Terapia Ocupacional, Odontologia, Nutrição, Serviço Social. Os candidatos foram avaliados tendo como base o arquivo gerado pelo sistema do site de inscrição (OTICS). Diante destes dados, foram criados critérios de avaliação e pontuações para selecionar os candidatos. Dentre os critérios para os facilitadores, optamos por pontuar aqueles que já participaram em edições passadas como viventes, participaram ou estavam participando de projeto de extensão relacionado ao Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos 2 anos, integrantes de movimentos sociais, já ter sido facilitador/mediador/coordenador de alguma atividade, já ter participado de atividades do VER-SUS e ter sido membro de Centro Acadêmico. Para os Viventes, pontuaram aqueles que ainda não tinham sido viventes do VER-SUS e participaram de: 1- Projetos de extensão ligados ao SUS, 2- Movimentos Sociais, 3- Atividades do VER-SUS, 4- Centro Acadêmico. O momento da vivência foi um pouco tumultuado politicamente, pois, aconteceu após as eleições municipais e antes da posse dos novos prefeitos eleitos. Em Mosqueiro, houve certa dificuldade de comunicação com a gestão local, pois a pessoa que ficou responsável por acompanhar os viventes nas unidades não conseguiu transporte pela secretaria municipal de saúde para estar no distrito. Sendo assim, o contato entre esta e os viventes era feito por telefone. As intempéries aumentaram a medida em que o sinal da rede de celular é sofrível em certas áreas da localidade. Apesar disso, foi possível realizar visitas a três Estratégias de Saúde da Família, a Casa RECRIAR (local que oferece atendimento médico e social a crianças e adolescentes em sofrimento físico e mental), o Centro de Atenção Psicossocial, o Hospital Geral e um Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Em Tucuruí, aconteceram problemas de comunicação com a secretaria antes da viagem dos viventes. A comissão não conseguiu contato com a pessoa indicada pelo gestor municipal que iria acompanhar o grupo. A estratégia que adotamos foi conduzir os viventes até a secretaria de saúde local com o termo de compromisso assinado pelo secretário municipal. Depois disso, as articulações na cidade ficaram mais tranquilas e tornaram-se mais fluidas pelo fato de um dos viventes possuir domicílio na cidade e conhecer diversos profissionais de saúde da rede. Isso abriu o leque de opções de serviços que o grupo pôde visitar. Inicialmente, pelo que constava no termo assinado pela secretaria, havia uma programação somente para unidades de saúde da família e uma unidade de pronto atendimento. Assim, com esta mudança no cronograma, o grupo teve a oportunidade de conhecer a secretaria municipal de saúde de Tucuruí, Centro de Testagem e Aconselhamento, Unidade de Pronto Atendimento, Unidade de Média e Alta Complexidade em Oncologia - UNACON, Hospital Regional, Estratégia de Saúde da Família, Maternidade Municipal. Também visitaram a Aldeia Indígena Assurini, localizada a cerca de 40 quilômetros de Tucuruí, e acompanharam atendimentos feitos a esta população por profissionais da Unidade Básica de Saúde Assurini. Os efeitos deste VER-SUS foram diversos. Como Comissão Organizadora aprendemos bastante durante todo o processo de construção da vivência. Muitos erros e muitos acertos foram cometidos. Refletimos bastante sobre a composição da comissão organizadora para próximas edições. Fica o aprendizado de como lidar com a dificuldade de contratação de serviços em algumas localidades do estado do Pará e a necessidade de ter membros na comissão que morem nas cidades da vivência. Isso facilitaria e muito o contato com as gestões locais e inclusive a pesquisa por serviços a serem contratados.

5116 A CONTRIBUIÇÃO DO VER-SUS PARA A ATUAÇÃO EM PSICOLOGIA DA SAÚDE
Mae Soares da Silva, Morganna Ferreira Siqueira

A CONTRIBUIÇÃO DO VER-SUS PARA A ATUAÇÃO EM PSICOLOGIA DA SAÚDE

Autores: Mae Soares da Silva, Morganna Ferreira Siqueira

A formação profissional voltada para a saúde pública exige que sejam trabalhados mais que conteúdos teóricos, mas que seja favorecido o contato com a realidade dos serviços para que sejam adquiridos os recursos necessários para tal atuação. Na graduação em Psicologia, esta é uma problemática que merece especial atenção, uma vez que o psicólogo ainda ensaia sua inserção nos serviços de complexidade básica, sendo marcadamente reconhecido como um profissional da área hospitalar. Desta forma, destaca-se o VER-SUS - Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde, como uma importante iniciativa do Ministério da Saúde e parcerias para qualificação da formação de profissionais de saúde e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O presente trabalho traz o relato de experiência de graduandas em psicologia da edição do projeto VER-SUS que ocorreu na cidade de Bacabal, Maranhão, durante dez dias de janeiro de 2016. O estágio foi realizado numa metodologia de imersão, onde os participantes ficam disponíveis integralmente para as atividades. Estas últimas contemplaram: visitas aos principais pontos da Rede de saúde; rodas de discussão para debate e troca de experiências e aplicação de técnicas para favorecer o relacionamento interpessoal. Foi possível conhecer a história das comunidades e a realidade dos serviços a partir da escuta de líderes comunitários. Constatou-se que a Rede de serviços local é pouco articulada, assim como suas equipes multiprofissionais. Destaca-se a carência de recursos como um fator que prejudica a eficácia do serviço, principalmente nas comunidades de difícil acesso. A vivência do VER-SUS possibilitou a ressignificação de pré-conceitos referentes à atuação do psicólogo, bem como do conceito de saúde e de clínica ampliada que devem nortear a prática profissional nesse campo. A ênfase dada pelo estágio à importância de um processo de trabalho integrado para o sucesso do SUS viabilizou a aquisição de recursos para lidar com os desafios da prática da interdisciplinaridade, assim como a internalização da noção de que uma rede de serviços resolutiva é aquela que tem a Atenção Básica como coordenadora do cuidado e ordenadora das redes.    

5338 VER SUS Saúde do Campo: Residências no diálogo sobre formação e fortalecimento do SUS em um território de resistência.
Aryadne Castelo Branco Correia Lins, Amanda Araújo das Mercês, Antonio Angelo Menezes Barreto, Dayane Kelly dos Santos Alves, Raissa Lorena Bandeira Landim

VER SUS Saúde do Campo: Residências no diálogo sobre formação e fortalecimento do SUS em um território de resistência.

Autores: Aryadne Castelo Branco Correia Lins, Amanda Araújo das Mercês, Antonio Angelo Menezes Barreto, Dayane Kelly dos Santos Alves, Raissa Lorena Bandeira Landim

O VER SUS Saúde no Campo para residentes propõe uma imersão/vivência no cotidiano do campo e da floresta, vivenciando seus determinantes sociais, território (assentamentos, zonas rurais, comunidades quilombolas) opressões, redes de atenção e acesso a saúde e intersetoriais, bem como as singularidades dessa população. Sua concretização contou com parcerias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Universidade de Pernambuco e o Coletivo Pernambucano de Residentes em Saúde (CPRS). O objetivo do projeto é estimular a formação de trabalhadores para o SUS e comprometidos com seus princípios e diretrizes. O projeto foi pensando pelo CPRS e que realizou sua primeira edição no ano de 2015. Neste sentido, este resumo pretende relatar a experiência da segunda edição do VER SUS Saúde no Campo para residentes em saúde. A vivência aconteceu no período de 10 a 19 de outubro de 2016 no Centro de Formação Paulo Freire localizado no Assentamento Normandia, o mesmo é gerenciado e organizado pelo MST Pernambuco, além de representar uma conquista para o movimento, localizado na zona rural do município de Caruaru, zona agreste de Pernambuco. Contando com 40 viventes e 8 facilitadores, todos residentes em saúde, a seleção dos mesmos aconteceu por meio presencial e por carta de intenção para os que não residiam em Recife-PE. As discussões e vivências experienciadas ao longo dos 10 dias do VER SUS foram norteadas por eixos prioritários, como: territorialização, Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF), controle social, reforma agrária, Reforma Sanitária brasileira, educação popular em saúde, Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e Política de Saúde Mental com ênfase na Reforma Psiquiátrica, contando também com espaços para discussão sobre as diversas formas de opressões (machismo e sistema patriarcal, LGBTfobia, racismo, xenofobia) e como essas influenciam no processo de saúde-doença da população . As vivências e visitações aconteceram no âmbito das Unidades de Saúde da Família e seus territórios de abrangência, Centros de Atenção Psicossocial, Terreiro e dentro do próprio assentamento em espaço de trabalho e produção coletiva (agroindústria). As metodologias utilizadas foram diversas, como: místicas de abertura de cada dia de vivência, dinâmicas de grupo, cine debate, diálogo com convidado externo, momento de autocuidado e espaços autogestionados. É importante destacar a participação de todos os viventes e facilitadores nas atividades diárias de manutenção e limpeza do espaço utilizado, ressaltando a necessidade de refletirmos sobre o processo de coletividade, divisão social do trabalho e inserção na dinâmica de vida das pessoas que ali vivem. Foi evidenciado, através dos relatos dos viventes e facilitadores, a percepção das contradições entre as potencialidades e as vulnerabilidades de um território tão singular como o campo, até então desconhecido pela maioria em seus modos de produção e de vida, desconstruindo leituras prévias da zona rural como um espaço que sobrevive exclusivamente da agricultura. A vivência trouxe um olhar importante sobre as relações de gênero e as diversas formas de exploração de trabalho nesse ambiente, de modo que o acesso e a procura aos serviços de saúde encontram-se diretamente relacionadas a esse contexto. Outros pontos percebidos pelos participantes da vivência e logo diretamente relacionados à questão da qualidade de vida e de saúde da população foram a escassez e dificuldade de acesso a água – resultando em uma mercantilização desenfreada da água -, a dificuldade de transporte na zona rural e a descaracterização do território com o crescente investimento na indústria têxtil que circunda a cidade, fazendo com que famílias inteiras trabalhem na produção de roupas dentro dos próprios domicílios com jornadas de trabalho chegando até 18h diárias – além do trabalho infantil naturalizado, visto que é utilizado para manutenção financeira da família. O VER SUS Saúde no Campo contribui para a aproximação dos residentes em saúde com a população rural, facilitando o diálogo na construção e troca de saberes com as pessoas que produzem conhecimento popular, bem como para uma constante reflexão sobre o espaço que se ocupa enquanto residente, visto que a grande maioria atua em zona urbana onde se apresentam problemáticas bem diferentes das encontradas no campo, fazendo pensar também sobre um importante princípio do SUS que é a equidade.  Esse/a projeto/proposta propicia a compreensão da realidade, considerando a diversidade e complexidade do contexto histórico-social, visto que tem como parte da proposta o objetivo de perceber as diferenciadas formas de exploração do sistema capitalista submetendo as populações a situações de vulnerabilidades sociais e negação de direitos. Ou seja, estimulando a capacidade de analisar criticamente esse contexto e fomentando uma consciência sanitária que contribuirá para o fortalecimento da participação popular em saúde; logo, para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na perspectiva da atenção integral à saúde da população do campo. O VER SUS Saúde do Campo, inquieta o profissional de saúde em formação e lembra o papel de cada um(a) na consolidação do SUS, na busca incessante pelos ideais da Reforma Sanitária brasileira, visando sempre a dimensão do conceito ampliado de saúde. É imprescindível destacar que a realização dessa edição do VER SUS ocorreu após um golpe político – jurídico – midiático, que resultou no impedimento da continuidade do governo de uma presidenta democraticamente eleita, o que provocou uma discussão que perpassou todos os eixos norteadores da vivência, visto que o momento se apresentava com instabilidade política e perspectivas onerosas para a saúde pública no Brasil, pois diversos ataques ao SUS já haviam sido anunciados, estes ultrapassavam o escopo de desmonte e vislumbrava a destruição de um Sistema de Saúde modelo no mundo. Assim, através de avaliações internas e dos viventes, o VER SUS Saúde do Campo alcançou seu objetivo, garantindo que se proporcionasse não apenas uma vivência na saúde, mas que uma visão global sobre como os contextos sociais e políticos influenciam nos modos vidas da população, e que se faz necessário pensar a saúde do indivíduo como uma complexa combinação de fatores das relações sociais, no mundo do trabalho na comunidade, na família e na vida política.