110: Práticas interprofissionais na formação e nos serviços
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 01 - Sala 06    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
813 PERCEPÇÃO DO PROCESSO AVALIATIVO E SEUS INSTRUMENTOS NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO INTEGRAL EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA.
Gabriela Amorim Barreto

PERCEPÇÃO DO PROCESSO AVALIATIVO E SEUS INSTRUMENTOS NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO INTEGRAL EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA.

Autores: Gabriela Amorim Barreto

  Apresentação: As Residências Multiprofissionais em Saúde são programas de pós-graduação de formação prática e teórica, onde o residente é inserido em serviços do SUS por um período de dois anos, com o auxílio e orientação de trabalhadores que atuam nesses espaços, os chamados Preceptores (ABIB, 2012).  As avaliações formais também fazem parte da atividade da preceptoria (RICER, 1998). A avaliação deve ser um processo reflexivo sobre a aprendizagem e impulsionadora de sua continuidade (ALONSO et al, 1992), sendo um processo dinâmico e construtivista permitindo ao avaliador agir da forma mais adequada possível, objetivando a aprendizagem efetiva por parte do educando (PERRENOUD, 1999). Em 2013, foi instalado pela Universidade do Estado do Pará a Residência Multiprofissional de Atenção Integral em Ortopedia e Traumatologia. O instrumento avaliativo em uso atualmente é o REGISTRO DE ATITUDES, uma tabela que lista as competências e habilidades à serem avaliadas no residente, atribuindo o preceptor notas de 0 a 10 para cada quesito. Diante deste cenário lançou-se a problemática: Qual a percepção de residentes e preceptores acerca da avaliação e seus instrumentos utilizados na Residência Multiprofissional? Desenvolvimento: Pretendeu-se com este estudo identificar a percepção dos preceptores e residentes da Residência Multiprofissional sobre o processo avaliativo vigente e seus instrumentos, criando a partir daí um novo instrumento avaliativo, mais dinâmico e objetivo para uso no programa de Residência. A amostragem foi composta por preceptores e residentes em atuação no HRBA que após tomarem conhecimento sobre o teor da pesquisa aceitaram participar e a assinaram do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi de natureza qualitativa no campo descritivo. Os participantes foram ouvidos em uma entrevista estruturada com quatro questões que detectou a percepção e opiniões sobre o processo avaliativo na residência. As entrevistas foram gravadas e transcritas gerando um corpus textual. A análise do corpus foi processada no software Iramuteq, obtendo-se uma estatística textual e a Classificação Hierárquica Descendente (CHD) sob forma de dendograma, uma impressão gráfica das falas dos entrevistados.  A análise dos dados gerados pelo Iramuteq foi realizada seguindo os princípios da Análise de Conteúdo, onde as informações estão sendo tratadas por Categorização e Subcategorização e seguindo os princípios da Repetição e Relevância. A pesquisa segue as normas da Resolução CNS 466/12 e foi aprovada no Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Pará – Campus XII, CAAE: 67572317.0.0000.5168. Resultados: O estudo demonstrou multiplicidade de saberes de residentes e preceptores sobre processo avaliativo e seus instrumentos, acusando dúvidas e insegurança no ato de Avaliar e ser avaliado, bem como desconhecimento de um número expressivo de sujeitos sobre os métodos e instrumentos avaliativos. Considerações Finais: Os resultados apresentaram muitas aproximações com estudos semelhantes. Sugere-se que mais programas sejam investigados, traçando assim uma realidade mais abrangente e identificando as dificuldades que podem e devem ser contornadas no que tange ao sistema avaliativo vigente.    

1140 A CONSTRUÇÃO DIÁRIA DO TRABALHO MULTIPROFISSIONAL EM PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NO PARÁ
Liliane Silva do Nascimento, Flavia Sirotheau Correa Pontes, Helder Antonio Rebelo Pontes, Adalberto Lírio de Nazaré Lopes, Eric Campos Alvarenga, Arnaldo Gonçalves Junior

A CONSTRUÇÃO DIÁRIA DO TRABALHO MULTIPROFISSIONAL EM PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NO PARÁ

Autores: Liliane Silva do Nascimento, Flavia Sirotheau Correa Pontes, Helder Antonio Rebelo Pontes, Adalberto Lírio de Nazaré Lopes, Eric Campos Alvarenga, Arnaldo Gonçalves Junior

APRESENTAÇÃO: Propomos a discussão da construção do trabalho multiprofissional em programa de residência multiprofissional em saúde(RMS), reconhecendo os paradigmas da formação e do exercício profissional, através da reflexão diária da importância da necessidade de mudança de modelos assistenciais e preenchimentos das lacunas na graduação do ensino em saúde na perspectiva real do trabalho coletivo. Frente à crise mundial da força de trabalho em saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a RMS uma estratégia inovadora em que os profissionais são preparados para trabalhar em equipes interprofissionais capazes de desenvolver práticas colaborativas. Pode ser usada para reduzir o corporativismo profissional e favorecer a formação de profissionais colaborativos, com impactos positivos nos sistemas de saúde e nos resultados de saúde da população. Nos modelos educacionais atuais, a formação em saúde é uniprofissional, pois as atividades educacionais ocorrem apenas entre os estudantes da mesma profissão. Há pouca ou nenhuma interação com os de outras profissões, o que contribui para a falta de reconhecimento das competências e das responsabilidades específicas das profissões e também para a criação de estereótipos e preconceitos.A RMS tem como características essenciais o trabalho em equipe e o reconhecimento dos papeis profissionais para que se identifiquem as especificidades de cada profissão, mas também as competências compartilhadas, além do compromisso entre os sujeitos envolvidos em buscar a resolução de problemas e a negociação nas tomadas de decisão em uma perspectiva colaborativa. Para que isso ocorra, deve haver o desenvolvimento de três competências: competências comuns a todas as profissões, competências específicas de cada área e competências colaborativas. Requer ainda a adoção de estratégias pedagógicas como a andragogia, a aprendizagem baseada na prática e nas interações.   DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A residência na área da saúde é reconhecida como curso de Pós-Graduação lato sensu e segue normativas dos IES formadoras e registros nos conselhos das categorias profissionais envolvidas.  A área médica foi pioneira na oferta deste tipo de especialização. No Brasil iniciou em 1954 direcionada ao aperfeiçoamento acadêmico da prática em serviço. Compreendem-se os programas de RMS como estratégia de reorientação da atenção básica, inserindo jovens qualificados no mercado de trabalho, norteados pelos princípios e diretrizes do SUS, a partir de necessidades e realidades locais e regionais. Desse modo as RMS tem como finalidade a formação coletiva em equipe integrada no serviço de saúde, contribuindo para a integralidade do cuidado ao usuário, contemplando todos os níveis da atenção e gestão do sistema. A reflexão que trazemos discute a prática de um Programa de Residência Multiprofissional em clinica integrada, desenvolvido na cidade de Belém, Pará pela Universidade Federal do Pará. O programa iniciou em 2015 e possui atualmente 20 residentes das categorias profissionais: biomedicina, enfermagem, odontologia e serviço social. O programa nasceu da necessidade do cuidado ampliado às pessoas com morbidades associadas devido ao câncer bucal, traumas faciais, lesões de origem odontogênica, entre outros agravos relacionados ao sistema estomatognático e suas relações de origem sistêmicas. Surge dentro do principal cenário de cuidado da alta complexidade o Complexo Universitário Hospital João de Barros Barreto. Em sua matriz aborda vivencias na gestão estadual e municipal, atenção básica e média complexidade de Belém. Nestes cenários os residentes integram-se a rotina dos serviços. A análise aqui se dá na leitura dos portifólios, instrumento de avaliação e acompanhamento do desempenho individual dos residentes. Bem como em resposta de dados via google forms enviado por aplicativo de mensagem, respostas não identificadas foram coletadas e trabalhadas quantitativamente. RESULTADOS: a idade média do residente é 27 anos, 90% solteiros e residindo com os pais, com renda familiar média de três salários. Existe parcial reconhecimento e registro da residência pelos conselhos profissionais. A busca pela residência se dá em dois núcleos de sentido: 1- qualificação profissional e 2 – remuneração. Observa-se que nos serviços de saúde o trabalho multiprofissional ainda é um desafio, pois a constante observada é a reprodução da vivencia e experiência individual de cada profissão. Nos relatos a discussão de casos de forma multiprofissional acontece dentro do espaço de ensino do hospital universitário, rotina que não é vivenciada nos serviços, onde a valoração ainda é expressivamente quantitativa na produção de resultados e alcance de metas. Foram observados momentos pontuais de integração multiprofissional quando executavam campanhas ou eventos com temáticas de educação em saúde na comunidade, onde a congregação de saberes fazia a diferença com alto impacto na formação dos residentes. O fator preponderante em impacto negativo durante a residência destacado é a falta de reconhecimento dentro da própria categoria pelo acolhimento do profissional preceptor. Percebe-se que críticas pertinentes em relação ao funcionamento e processo de trabalho de alguns cenários de práticas são mediadas por tutores qualificados, embora não exista remuneração ou reconhecimento para o trabalho. Favorece-se a articulação entre as residências e políticas de saúde dos municípios propicia nos três níveis de assistência buscando a integração multi e intersetorial.   CONSIDERAÇÕES FINAIS: Para este estudo reconhecemos a introdução recente dos programas de residência multiprofissional e temos como pressuposto que a formação dos profissionais de saúde tem sido desenvolvida desarticulada da necessidade de mercado de trabalho, da gestão setorial, do debate crítico sobre os sistemas de estruturação do cuidado em saúde e do controle social.  O esforço da busca do trabalho multiprofissional e  integrado se mantém de modo contínuo, num esforço diário de todas categorias buscando envolver a comunidade e adequando as práticas aos problemas predominantes. Através do fomento ao uso de metodologias ativas e inovadoras de ensino aprendizagem, capacitam para uma atuação crítica e reflexiva no SUS, visando à integralidade e resolutividade do cuidado em saúde. A falta de recursos provenientes dos Ministérios para alavancar os programas por meio de incentivos financeiros aos colaboradores de todas as instâncias têm se mostrado limitantes na execução da residência multiprofissional. Reconhecemos a limitação do estudo, pela pequena quantidade de fontes documentais encontradas; porém, a RMS foi regulamentada há pouco tempo, requerendo um período maior para uma implementação adaptada à necessidade atual, principalmente na realidade da região norte do Brasil. O desafio de ensinar num sistema de atenção à saúde em construção na perspectiva amazônida, com suas distorções e imperfeições, tem sido enfrentado com sucesso, na dor e na delícia de aprender o exercício real no, com e para o SUS. Ademais, as RMS são Programas em crescimento no país e estão se consolidando devido ao seu formato de aprendizagem, agregando ensino e serviço, formando profissionais qualificados com foco no trabalho multiprofissional. É mister a responsabilidade dos centros formadores com a instrução dos profissionais da área da saúde, sendo que esse processo deve refletir a realidade social, política e cultural, fundamentados pelos princípios e diretrizes do SUS, para o trabalho no SUS.

1236 A Residência Integrada em Saúde como iniciativa potente de atuação interprofissional no âmbito do Sistema Único de Saúde
Maria Juliana Vieira Lima, Andressa Freire Salviano, Joyce Hilario Maranhão, Noeme Moreira de Andrade

A Residência Integrada em Saúde como iniciativa potente de atuação interprofissional no âmbito do Sistema Único de Saúde

Autores: Maria Juliana Vieira Lima, Andressa Freire Salviano, Joyce Hilario Maranhão, Noeme Moreira de Andrade

As experiências de interprofissionalidade e interdisciplinaridade são bem-vindas na assistência à saúde, de forma a construir práticas que articulam a promoção, prevenção, cura e reabilitação. A interdisciplinaridade pressupõe o diálogo entre duas ou mais disciplinas que tem como síntese um conhecimento mais abrangente, diversificado e unificado. Para tanto, além do saber de suas áreas, os profissionais necessitam ter a habilidade de reconhecer situações interdisciplinares e uma atitude empática, de respeito às diferenças e de liderança para pactuar com os demais trabalhadores ações e estratégias em determinada situação. No tocante à saúde da criança e do adolescente, a assistência deve ser conformada em uma rede única integrada que produza estratégias sanitárias com o objetivo de reduzir a morbimortalidade, promover e reabilitar a saúde e prevenir agravos. O Hospital Infantil Albert Sabin-HIAS é um hospital infantil terciário de referência no Ceará que acolhe a demanda relacionada a doenças graves, raras e de alta complexidade de todos os municípios do estado e de estados vizinhos da região Nordeste e, excepcionalmente, da região Norte do país. Em 2014, o HIAS aderiu ao programa de Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará-RIS-ESP-CE, iniciando a primeira turma da ênfase em Pediatria, contemplando 18 residentes de 8 categorias profissionais: enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição, odontologia, psicologia, terapia ocupacional e serviço social. As residências em saúde baseiam-se em uma formação crítica e comprometida com as necessidades da população. A atuação em um programa multiprofissional de Pediatria, desta forma, suscitou questões sobre uma formação que possibilitasse o compartilhamento e a criação de saberes através do contato e atuação com as diversas categorias profissionais da saúde. Deste modo, este trabalho propõe-se a explicitar a experiência de atuação em um programa de residência em saúde, destacando a potencialidade desta na construção de uma atuação interprofisisonal implicada e transformadora. Na inserção dos residentes no referido hospital, foi realizado um processo de territorialização, através da observação dos fatores internos e externos que influenciavam o cotidiano do trabalho, objetivando refletir e construir conhecimento sobre a práxis de cada núcleo profissional e das equipes interdisciplinares. Também foi um momento oportuno para conhecer as potencialidades do HIAS, assim como suas fragilidades e seu papel dentro da rede de assistência pública à saúde da criança e do adolescente. A partir da territorialização, as agendas de trabalho foram construídas objetivando a manutenção de algumas atividades já idealizadas e a criação de novas práticas de acordo com as necessidades de saúde da população. A experiência de ser residente em uma equipe composta por diversas categorias profisisonais exigiu dos residentes uma compreensão do que vem a ser o trabalho interprofissional e de qual o papel de cada profissão nesse contexto. Essa situação demandou dos residentes uma reflexão sobre o modo de formação centrado na profissão, modelo aprendido na maioria das graduações, uma resistência à posição de disputa de forças entre os saberes e fazeres de cada profissão e uma compreensão do que significa trabalhar de forma interdisciplinar. Nesse processo, aconteceram oposições por parte alguns residentes em participar de atividades compartilhadas, como: conduzir um grupo operativo e/ou terapêutico, orientar pacientes e cuidadores durante a realização de uma atividade de sala de espera ou, ainda, orientar e mediar a garantia de direitos da criança e do adolescente hospitalizados, por considerarem que essas atribuições eram especificas de determinada profissão. No entanto, apesar das dificuldades, foram realizadas ações que contemplaram a atuação interprofissional. Dentre as atividades executadas pelos residentes, impulsionando um trabalho interdisciplinar e inovador, o Projeto Terapêutico Singular-PTS foi trazido para ser aplicado nos cenários de atuação da Residência. Além da prática do PTS, o coletivo de residentes realizou atividades em grupo com os pacientes e cuidadores com o objetivo de proporcionar momentos de integração e troca de experiências, além de auxiliar na expressão dos sentimentos como forma de falar de si e da sua relação com seu processo de hospitalização e seus efeitos. A ocorrência de grupos acontecia de maneira frequente e se dava de diversas formas: grupos terapêuticos, grupos explicativos sobre determinada patologia, grupos de preparação pré-cirúrgica e grupos de sala de espera, sendo eles educativos, terapêuticos ou reabilitadores. Tais formatos dependiam do objetivo da intervenção e do público alvo; e buscavam tomar os sujeitos como protagonistas dos seus processos de saúde, além de fomentar a prática interprofissional nos serviços de saúde. Nos encontros dos grupos eram trabalhadas temáticas de educação em saúde e reforçadas práticas de autocuidado e empoderamento dos usuários, bem como propiciado momento de escuta e de criação de uma rede de apoio mútuo, além de fomentar espaços de desospitalização. Nesse sentido, compreende-se que a execução dos grupos trouxe uma mudança na concepção tradicional do hospital, que muitas vezes é concebido como espaço exclusivo de cura e de reabilitação de doenças, não havendo espaço para a promoção da saúde e para cuidados com a saúde mental. As ações realizadas impulsionaram a descentralização do foco curativo e inaugurou uma nova demanda entre os usuários, que passaram a exigir que as atividades fossem incluídas na rotina semanal de cada setor. Outra atividade pensada e construída coletivamente entre os residentes foi a visita multiprofissional ao leito. As unidades realizavam rotineiramente a visita, porém de forma uniprofissional. A visita multiprofissional ao leito foi pensada na perspectiva de conhecer o usuário para além da doença que o levou a procurar o serviço, não de forma a excluir a necessidade de tratamento ao agravo presente e de intervenções específicas e inerentes a uma determinada categoria profissional, os quais foram também devidamente contempladas durante a visita, mas de ampliar as possibilidades de cuidado ao elucidar e investigar os diversos aspectos que permeiam o processo de saúde-doença e que são determinantes na condição do sujeito. A visita, portanto, possibilitou além de um melhor diálogo entre os residentes e os profissionais do próprio serviço, um olhar mais holístico frente às necessidades observadas e o direito de escuta e de coparticipação dos usuários em seu cuidado. Aponta-se, ademais, que o aprendizado dos residentes com o trabalho interprofissional no cotidiano do trabalho do hospital pediátrico deu-se de forma coletiva. Os residentes organizaram um curso em que eles próprios eram os facilitadores da aprendizagem dos demais residentes, abordando temas pertinentes à prática cotidiana. Além disso, o currículo proposto pela residência contemplava momentos para realização de discussões acerca das fragilidades e dificuldades encontradas no trabalho interprofissional e do papel de cada categoria nesse processo. Nesse sentido, a educação permanente foi uma forma de valorizar os diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde e promover o aprendizado no trabalho. Espera-se que a explanação das ações realizadas pelos residentes possa contribuir para a compreensão de que a inserção de profissionais residentes em serviços de saúde extrapola a simples ideia de agregar força de trabalho como benefício para as instituições ou de uma formação de especialista em uma área técnica. Para além disso, a entrada destes nos serviços-escola possibilita a execução de atividades que envolvem o saber científico e o saber dos sujeitos que ali são atendidos, construindo práticas coletivas e interprofissionais no campo da saúde que superam o fazer profissional mecanicista e a rotina engessada e burocratizada das instituições públicas de saúde.

1687 A TERRITORIALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA NORTEADORA DAS NECESSIDADES DE SAÚDE NO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA NA CIDADE DE PARNAÍBA-PI.
silmaria Bandeira Nascimento, Dayanne Batista Sampaio, Edildete Sene Pacheco, Jadiel Marinho Cardoso, José Ivo dos Santos Pedrosa, Ruth Fialho Ferreira

A TERRITORIALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA NORTEADORA DAS NECESSIDADES DE SAÚDE NO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA NA CIDADE DE PARNAÍBA-PI.

Autores: silmaria Bandeira Nascimento, Dayanne Batista Sampaio, Edildete Sene Pacheco, Jadiel Marinho Cardoso, José Ivo dos Santos Pedrosa, Ruth Fialho Ferreira

Este trabalho resulta da experiência de trabalho de profissionais residentes no Programa de residência Multiprofissional em saúde da Família na cidade de Parnaíba-PI e proporcionou a um grupo de profissionais das áreas de psicologia, fisioterapia e enfermagem uma aproximação com o território onde atuariam com a comunidade. Tendo como objetivo descrever as experiências do processo de territorialização vivenciado. Trata-se de um estudo descritivo de natureza qualitativa, realizado no período de março de 2016 a junho do mesmo ano, em uma comunidade da cidade de Parnaíba-PI, centralizada no distrito 04 sob cobertura de uma unidade básica de saúde (UBS). A territorialização foi uma ferramenta estabelecida pela coordenação da residência como uma maneira de conhecer o território e as necessidades de saúde das pessoas que procuram os serviços de saúde da UBS. O processo de territorialização era realizado através de visitas domiciliares acompanhadas pelos agentes de saúde (ACS) como também em pontos de potencialidades existente no território como escolas, igrejas, hospitais e etc. A experiência vivenciada nessa etapa da residência proporcionou como resultados, conhecer de perto as necessidades de saúde da comunidade e o modo de viver, pois foi possível se aproximar e compreender algumas histórias de vida atravessadas por dificuldades e também potencialidades existentes em cada casa e área do território que estávamos imersos. Após conhecer o percurso dos processos de trabalho, foi construído um mapa identificando as áreas vulneráveis e alguns pontos de potencialidades com o intuito de abarcar as maiores prioridades naquele momento, servindo assim como instrumentos para o projeto de intervenção desenvolvido, como rodas de quarteirão, grupos de atividade física, danças circulares, grupo de gestantes e etc. Além disso, contribuiu  para construção de vínculos com as famílias para que pudéssemos desenvolver projetos e grupos voltados para ações de prevenção a doenças e agravos. Diante das experiências encontradas durante o percurso, este programa proporcionou uma maior contribuição com o processo de formação continuada das equipes multidisciplinar da residência. Dessa forma a experiência da territorialização permitiu-nos compreender a importância dos afetos e das relações nos processo de trabalho em equipe como algo que potencializa a produção do cuidado e fortalece os laços dos profissionais com a comunidade a fim de promover o cuidado em saúde proporcionando a população o desenvolvimento de um olhar atencioso sobre a relação de afeto e cuidado. 

1719 A experiência dos residentes do bairro do Santarenzinho na cidade de Santarém-PA acerca do sistema único de saúde
Andressa Diniz Cardoso, Rafaela Victoria camara soares, Bianca Linda Pinheiro de sousa, naiandra Jociely Ferreira Rêgo, Lívia Aguiar De Valentim

A experiência dos residentes do bairro do Santarenzinho na cidade de Santarém-PA acerca do sistema único de saúde

Autores: Andressa Diniz Cardoso, Rafaela Victoria camara soares, Bianca Linda Pinheiro de sousa, naiandra Jociely Ferreira Rêgo, Lívia Aguiar De Valentim

O Sistema Único de Saúde  (SUS), é um sistema público de saúde  que assegura universalmente de forma gratuita e integral a população brasileira. Considerando a importância desse conceito, verificou-se a necessidade de investigar o conhecimento prévio dos moradores do bairro do Santarenzinho da cidade Santarém-PA e suas respectivas avaliações a respeito do SUS. Com esse propósito, foi aplicada a atividade de extensão realizada no dia 24 de abril de 2017 pela manhã, com ações exercidas nas ruas, sobretudo nas proximidades da UBS 24 horas do bairro em questão. Foram utilizados questionários que continham perguntas direcionadas a conceito, nível de satisfação, conhecimentos prévios aos direitos e  dos usuários do SUS, além de questões básicas sobre a utilização desse sistema, logo em seguida aos questionários foram distribuídas cartilhas com conteúdo informativos acerca do SUS. O enfoque para essa pesquisa foi concretizado de forma singular e humanizado, os resultados obtidos mediante aos questionários foi que 53% das pessoas apresentaram descontentamento com os serviços públicos de saúde, sendo que entre os problemas mais citado estão: a demora em obter uma consulta, precariedade de equipamentos, seguida pela qualidade do atendimento, gestão e por fim à falta de profissionais disponíveis. Entre os entrevistados, 70% declarou-se pouco ou não conhecedores de seus direitos e deveres como usuário do SUS. Dessa forma, através das análises foi observada a falta de informação dos referidos habitantes para manifestar seus descontentamentos a esse sistema, por consequência, de geralmente, não haver uma ampla divulgação do importante conteúdo da carta dos direitos dos usuários da saúde (documento que se baseia-se em seis princípios básicos de cidadania que garantem ao cidadão o direito fundamental para ingressar dignamente nos sistemas de saúde sejam eles públicos ou privados). A ação no bairro do Santarenzinho foi proveitosa visto que houve participação e receptividade dos indivíduos, sendo observada necessidade de retorno na comunidade com atividades educativas que possam esclarecer as dúvidas acerca de direitos dos usuários.

1823 Programas de Residência Multiprofissional e Serviço Social.
Marina Monteiro de Castro e Castro, Flávia Fernandez Zschaber, Laura Pires Gualberto Marçola, Carina Bárbara C. Dornelas, Danielle de Paula Andrade, Amanda Soares de Oliveira, Laura Marcelino Leal, Cláudia Maria Máximo

Programas de Residência Multiprofissional e Serviço Social.

Autores: Marina Monteiro de Castro e Castro, Flávia Fernandez Zschaber, Laura Pires Gualberto Marçola, Carina Bárbara C. Dornelas, Danielle de Paula Andrade, Amanda Soares de Oliveira, Laura Marcelino Leal, Cláudia Maria Máximo

Apresentação: O presente trabalho apresenta pesquisa em andamento desenvolvida pela Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora. Parte-se do entendimento que o Serviço Social encontra-se inserido principalmente nos Programas de modalidade multiprofissional, criados a partir de 2009. Desenvolvimento: Os Programas de Residência em Serviço Social tem por objetivos formar assistentes sociais em nível de pós-graduação latu-sensu, tendo em vista a educação continuada e o conhecimento relativo à saúde; contribuir para integração dos profissionais dentro de uma perspectiva de interdisciplinaridade e complementaridade entre o conhecimento social e biológico; aprofundar o conhecimento de práticas pedagógicas; estimular a pesquisa; ampliar o conhecimento em saúde e capacitar profissionais na área da saúde a fim de gerar conhecimentos e prestar assistência de referência. Neste sentido, com vistas a analisar a inserção do Serviço Social nos Programas de Residência multiprofissional em saúde no Brasil, foi proposta pesquisa para examinar o debate teórico do Serviço Social sobre os Programas de Residência Multiprofissional; entender e analisar a relação entre formação e trabalho profissional nos programas de residência; analisar as diretrizes dos projetos pedagógicos dos Programas em que o Serviço Social se encontra inserido e cotejar com o projeto ético-político do Serviço Social, verificando as aproximações e distanciamentos; e realizar levantamento sobre a inserção do Serviço Social nos Programas de Residência, a partir das regionais da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social - ABEPSS. Para a construção do objeto de estudo será realizado levantamento bibliográfico que englobará: pesquisa na base de dados da Scielo com os descritores: Serviço Social, Residência, Saúde; e pesquisa junto as Revistas de Serviço Social apontadas no Sistema Qualis periódicos como A 1, a saber: Revista Katálysis e Revista Serviço Social e Sociedade; Qualis A 2: Revista Em Pauta, Ser Social, Textos e Contextos, Argumentum; Qualis B1: Revista Temporalis. Conta ainda com pesquisa nos Anais dos dois principais eventos da categoria dos assistentes sociais: Congressos Brasileiros de Serviço Social e Encontro Nacional de Pesquisadores de Serviço Social, a partir de 2009. A priorização da realização da pesquisa bibliográfica a partir da produção teórica dos anos 2009 é justificada pelo fato deste ser o marco temporal em que se amplia a inserção do Serviço Social nos Programas (CASTRO, 2013). A partir desse referencial será realizada uma reflexão acerca do estado da arte do tema obtido no momento anterior, com o levantamento de questões problematizadoras em torno da temática, destacando as principais categorias, os conceitos e as noções utilizadas pelos diferentes autores. A pesquisa contará ainda com a utilização de fontes primárias de diversos documentos do Ministério da Saúde referentes a residência. Outro caminho da pesquisa será o levantamento dos Programas de Residência que contaram com a inserção do Serviço Social no ano de 2017. Este se dará da seguinte forma: pesquisa livre na internet de editais que contemplem o serviço social para verificar número de vagas disponíveis, área de concentração dos Programas, nível de atenção à saúde, análise das referências bibliográficas do processo seletivo. Palavras chaves de Busca: Residência, Serviço Social, Editais. Outro movimento é enviar para os assistentes sociais responsáveis pelos Programas, o questionário on line com questões que contemplem o conteúdo do projeto pedagógico dos programas, organização do eixo teórico e prático, articulação dos conteúdos com diretrizes da ABEPSS, possibilidades, desafios e lacunas dos Programas de Residência. Tendo em vista os direcionamentos expostos na justificativa dessa proposta, para a apropriação da relação entre os projetos pedagógicos dos Programas de Residência, o projeto formativo e as diretrizes curriculares do Serviço Social, serão enfatizados três eixos principais: a articulação da formação generalista com o debate da política pública de saúde; a articulação com os demais eixos das diretrizes; e o debate em torno da reforma sanitária. Como resultados iniciais identificamos conforme Dallegrave e Ceccim (2013) em levantamento das publicações no banco de dissertações e teses sobre a residência Residências em Saúde produzidas no Brasil no período entre 1987 e 2011, apenas 03 estudos no campo do Serviço Social. No período de 2010 a 2015, Oliveira (2017) identificou  através das palavras-chaves “Formação”, “Residência Multiprofissional” e “Serviço Social”; 129 publicações. Oliveira (2017) aponta ainda que o Serviço Social publicou 60 artigos entre 2010 e 2015, disponíveis na base de dados da Scielo. Nos principais eventos do serviço Social, a saber: Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) e Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social (ENPESS), a autora identificou 27 trabalhos de 2010 a 2015. Silva (2016) indica que no Sistema do MEC apresenta o quantitativo de 1.591 programas de residência multiprofissional cadastrados.  Costa (2016) constatou que o Serviço Social encontra-se inserido em 66 Programas de Residência Multiprofissional, com inserção expressiva em programas com foco em Saúde da Família, Saúde do Idoso, Oncologia e Urgência. A maior parte dos programas e de número de vagas está concentrado na região sudeste, seguida da região nordeste. Castro (2013) em mapeamento inicial da inserção do Serviço Social nos Programas de Residência apontou como questões a serem enfrentadas, entre outras, as condições de trabalho do assistente social e seu reflexo no desenvolvimento da Residência e Ultrapassar a lógica de treinamento em serviço e pensar a Residência como um espaço de formação. Isto porque foi visto neste estudo que a falta de condições de trabalho, o sucateamento das instituições e a limitação de recursos humanos também foram destacados como elementos que trazem dificuldades/desafios para se garantir uma formação de qualidade e a defesa dos princípios e diretrizes do SUS, assim como há a utilização do residente para substituição de profissionais.  Os resultados e impactos esperados pela pesquisa passam pela apresentação do estudo da arte sobre a inserção do Serviço Social nos Programas de Residência Multiprofissional; mapeamento nacional dos Programas de Residência em que o Serviço Social se encontra inserido; levantamento dos principais debates teóricos a serem enfrentados pela categoria dos assistentes sociais em torno da relação trabalho/formação em saúde; contribuir com a Associação Brasileira de Ensino em Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), com o debate em torno da inserção do Serviço Social nos Programas de Residência; compartilhamento dos resultados do estudo, publicação de artigos e apresentação de trabalhos em eventos científicos. Considerações Finais: espera-se que esta pesquisa possa contribuir para o Serviço Social avançar na construção das diretrizes pedagógicas que almeja construir dentro dos Programas e fomentas as estratégias interprofissionais de fortalecimento da formação e trabalho em saúde.

3217 O CURSO CUIDADOR FAMILIAR DO IDOSO COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO ÂMBITO DA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE EM TAUÁ-CE
Luis Rocildo Caracas, antonio charles de oliveira nogueira, Antonia Paloma Sena, Brena Dielle Anastacio de Sousa, Nara Bezerra Custodio Mota, Cassio Marques Ribeiro, Jamilia Soares de Farias, Francisco Helder Sales Mota

O CURSO CUIDADOR FAMILIAR DO IDOSO COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO ÂMBITO DA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE EM TAUÁ-CE

Autores: Luis Rocildo Caracas, antonio charles de oliveira nogueira, Antonia Paloma Sena, Brena Dielle Anastacio de Sousa, Nara Bezerra Custodio Mota, Cassio Marques Ribeiro, Jamilia Soares de Farias, Francisco Helder Sales Mota

Apresentação A Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS-ESP/CE) é uma estratégia de Educação Permanente Interprofissional em Saúde, cuja  formação se dar majoritariamente em serviço. Ela iniciou a sua primeira turma no ano de 2013. Esse programa de Residência conta com o componente comunitário com três ênfases: saúde da família, saúde mental coletiva e saúde coletiva. Trata-se de um relato de experiência acerca de uma das atividades realizadas no âmbito da (RIS-ESP/CE) “Curso Cuidador Familiar de Idosos- CFI” pela quarta turma de residentes em Tauá- CE dessas três ênfases. O objetivo desse trabalho é apresentar as vivências experimentadas com a primeira turma desse curso e seus desdobramentos no cuidado e promoção da saúde no território de prática destes residentes. A atividade foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Tauá, com apoio e participação da coordenação de saúde da pessoa idosa. Desenvolvimento do trabalho Consistiu-se em seis encontros presenciais com duração de quatro horas cada encontro, sendo distribuídos ao longo de três semanas, para possibilitar aos participantes que já exerciam a prática de cuidados darem assistência aos idosos. O cronograma do curso foi estruturado para que os profissionais facilitadores - residentes ( enfermeiros, assistentes sociais, terapeuta ocupacional, profissional de educação física, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, odontólogo, farmacêutico-bioquímico, psicólogo, nutricionista e fonoaudiólogo) - pudessem desenvolver os temas de acordo com sua área de formação- atuação : cuidados de enfermagem, direitos da pessoa idosa, cuidados corporais e de postura, cuidados com medicações, saúde bucal, saúde mental e cuidados psicossociais, cuidados com a alimentação, disfagia e cuidados com o cuidador. Destaco que os residentes de saúde coletiva atuaram como coordenadores-apoiadores do curso. Ressalta-se que foi utilizada uma metodologia teórico-prática composta por exposições dialogadas, pautadas na construção compartilhada do conhecimento, na educação popular em saúde e no uso de metodologias ativas. Além disso, houve a inserção de atividades grupais ( dinâmicas de grupo), as quais estavam voltadas para o cuidado/autocuidado apoiado dos participantes. Resultados Os resultados dessa experimentação ético-estético-política apontam que para além de uma atividade de promoção e educação em saúde, pois o curso atua ainda como uma forma de educação permanente em saúde no cenário de prática da RIS, visto que ao capacitar os participantes para o manejo e cuidado com a pessoa idosa, proporciona também apoio matricial bilateral aos profissionais-residentes, os quais se reinventaram acerca da temática trabalhada, bem como a vivência de uma nova maneira de cuidado em saúde.   Considerações finais Este curso Constitui-se um movimento de promoção e afirmação de cidadania dos usuários e trabalhadores da saúde, estimulando o cuidado comunitário e a participação social dos usuários do SUS. Aponta ainda para integralidade e uma forma ampliada da clínica na saúde, fora dos seus settings tradicionais e atenta para uma concepção produtiva do desejo do sujeito.  

3447 OS IMPACTOS DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE BREJO SANTO/CE
Aline dos Santos Ramos

OS IMPACTOS DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE BREJO SANTO/CE

Autores: Aline dos Santos Ramos

No processo de educação permanente em saúde, o aprender e o ensinar devem se incorporar ao cotidiano das organizações e ao trabalho, tendo como objetivos a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho, necessitando ser estruturados a partir da problematização do processo de trabalho. Nesse sentido, a educação passa a ser pensada como um exercício coletivo de valorização das experiências e da criatividade individual, buscando-se novos instrumentos para o trabalho, assim, como consequência, o educar transforma-se no (re)inventar e (re)construir do conhecimento de forma personalizada, transpondo-se o mero preparo de mão de obra e buscando-se a capacitação do profissional, para que se torne um transformador da realidade e  principalmente um (re)avaliador crítico. Assim, o objetivo geral deste trabalho buscou analisar os impactos da Residência Multiprofissional em Saúde nos cenários de prática do município de Brejo Santo/CE. Foi realizado um esboço quantitativo descritivo das ações realizadas, levando em consideração as atividades inovadoras e/ou complementares, implementadas por os residentes de saúde mental coletiva, saúde coletiva e saúde da família e comunidade, bem como, a pesquisa de campo com ênfase na entrevista semiestruturada como coleta de dados, onde foram abordados os profissionais, gestores e usuários dos serviços de saúde. Os resultados apontaram que a Residência Multiprofissional em Saúde, evidenciou muitos benefícios para o município de Brejo Santo, além de contribuir na formação e capacitação dos profissionais e na qualidade da assistência prestada aos usuários do Sistema único de Saúde – SUS, tendo em vista que ocorre de fato, a transformação no modelo de atenção e das práticas de cuidado a saúde, as quais contemplam ações de promoção, proteção, prevenção, atenção precoce e reabilitação, focando indivíduo, família e comunidade.

4091 SAÚDE DA MULHER NA AMAZÔNIA: A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO DE NOVOS PROFISSIONAIS
Crissia Cruz, Aline Maués

SAÚDE DA MULHER NA AMAZÔNIA: A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO DE NOVOS PROFISSIONAIS

Autores: Crissia Cruz, Aline Maués

Este trabalho surge da experiência de duas psicólogas que foram residentes do programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde da Mulher e da Criança da Universidade do Estado do Pará (UEPA) em parceria com o Hospital Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP). Diante do que foi visto e vivido durante os dois anos no programa, se propõe uma reflexão sobre a assistência em saúde da mulher na Amazônia e os desafios e potencialidades para a formação de profissionais para atuar com esta demanda a partir do programa de residência. Nesse sentido este trabalho tem como objetivo descrever e problematizar a experiência de duas residentes na assistência em saúde da mulher na Amazônia. A política de assistência em Saúde da Mulher começa a ser desenhada com o Programa de Saúde Materno Infantil, na década de 1970, que depois se desmembra em outros dois programas: Programas de Atenção à Saúde da Mulher (Paism) e Atenção Integral à Saúde da Criança (Paisc). Um Programa direcionado à saúde da mulher e não apenas à saúde materna representa um avanço, pois desloca a associação direta e exclusiva de que saúde da mulher é saúde materna, como se apenas questões relativas à maternidade merecessem assistência. A criação do Paism é orientada por valores democráticos e feministas que enfatizavam a importância de um olhar integral à mulher, não a considerando apenas por sua capacidade reprodutiva. É a partir destas premissas, portanto, que os serviços voltados para saúde da mulher devem se orientar, bem como os programas de residência que visem formar profissionais para atuação nesta área. O Programa de Residência multiprofissional em Saúde da Mulher e da Criança (UEPA/FSCMP) abrange as seguintes profissões: Enfermagem, Psicologia, Fisioterapia, Nutrição, Farmácia, Serviço Social e Terapia Ocupacional.. Tem como objetivo formar profissionais de saúde, especialistas na área da saúde da mulher e da criança, com visão humanista, reflexiva e crítica, qualificado para atuação profissional nos diferentes cenários do SUS. Entretanto, a visão tradicional que atrela o papel da mulher ao de mãe ainda permeia muitas das práticas do referido programa. Em cada categoria profissional esse viés é mais ou menos forte dependendo da orientação dos tutores, que decidem os cenários dos residentes, e são os responsáveis por conduzir a formação teórica e prática dos mesmos. A especificidade de se estar em um serviço na Amazônia também foi pouco abordada, à exceção de serviços específicos como o de atenção à vítima de escalpelamento (acidente típico da região). Nesse sentido, faz-se necessário que um programa de residência em saúde da mulher transborde a caracterização de uma assistência materno-infantil e esteja comprometido com uma visão não universal de mulher, não romantizada de mãe, bem como com práticas não revitimizadoras de mulheres em situação de violência que chegam aos serviços de saúde. É fundamental que a formação dos profissionais nesta área seja atravessada pelo diálogo com as questões de gênero, raça, classe e territorialidade, favorecendo assim uma atuação crítica para a construção de novos paradigmas na assistência à saúde das mulheres.

4480 As experiências no processo de formação da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher do HESFA – O trabalho em equipe no contexto do SUS.
Roberto José Leal, Marilia Cuzzuol Sales

As experiências no processo de formação da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher do HESFA – O trabalho em equipe no contexto do SUS.

Autores: Roberto José Leal, Marilia Cuzzuol Sales

A Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher traz em seus objetivos, ações que destacam uma assistência qualificada à mulher e família em todas as suas fases de vida no contexto dos princípios e diretrizes do SUS. Desta forma o trabalho em equipe e suas formas de atuação são fundamentais nesse contexto de formação. Diante do exposto trata o presente de descrever o processo de formação na Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher do Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (HESFA), a partir da vivência do residente no Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis sob a ótica do trabalho em equipe. A Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher/HESFA teve início em 2010, com uma proposta de treinamento em serviço conjugando três diferentes categorias profissionais de residentes, desde então: Assistente Social, Psicólogo (a) e Enfermeiro (a). Objetivo Geral de descrever as experiências de trabalho em equipe no processo de formação da residência multiprofissional em saúde da mulher do Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (HESFA). Seus objetivos específicos são: Descrever a proposta pedagógica da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher do HESFA; Analisar as experiências de trabalho em equipe nos campos de prática da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher do HESFA; Discutir as experiências de aprendizagem, pedagógica e de campo de prática, na formação da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher do HESFA. Trata-se de um estudo descritivo de natureza qualitativa sob a forma de estudo de caso. Os participantes foram os residentes do segundo ano e egressos, compondo uma amostra de 15 participantes. A coleta de dados se deu através de uma entrevista semiestruturada e a análise na perspectiva da análise de conteúdo com as contribuições de Bardin (2002). Os resultados apontaram que o programa da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher do HESFA contribui para atuação dos profissionais na totalidade das demandas de saúde da população, sobretudo da mulher, visto que é um instrumento de renovação dos serviços de saúde em um espaço de formação. Foi possível identificar que as experiências de trabalho em equipe nos campos de pratica, apesar das criticas, impactaram positivamente no desenvolvimento profissional do residente e que a estratégia pedagógica de formação dos grupos de residentes para início de atuação nos campos de pratica, apesar das críticas, fundamental para o trabalho em equipe do ponto de vista multiprofissional e interdisciplinar. Concluiu-se que mesmo com todas as dificuldades impostas pelo cotidiano dos serviços do HESFA os residentes conseguem agregar saber no que diz respeito ao trabalho  em equipe  na multiprofissionalidade com ênfase na interdisciplinaridade.

3448 SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL: UMA ANÁLISE DA PRÁTICA PROFISSIONAL NO CAPS I DE BREJO SANTO/CE
Aline dos Santos Ramos

SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL: UMA ANÁLISE DA PRÁTICA PROFISSIONAL NO CAPS I DE BREJO SANTO/CE

Autores: Aline dos Santos Ramos

O presente trabalho realizado junto aos familiares dos usuários dos serviços e profissionais envolvidos teve como objetivo trazer uma reflexão acerca da atuação do assistente social na área de Saúde Mental, bem como perceber as limitações e possibilidades que o permeiam na política de saúde no Brasil (mais especificamente na saúde mental) e na mencionada instituição. Foi realizado um esboço quantitativo descritivo das ações realizadas por o assistente social, levando em consideração as atividades inovadoras e/ou complementares, implementadas por este na instituição, bem como, a pesquisa de campo com ênfase na entrevista semiestruturada como coleta de dados, onde foram abordados os profissionais, gestores e usuários dos serviços de saúde. Após a confrontação dos dados coletados, percebeu-se que as nuances que circundam a prática profissional da instituição e a dinâmica do CAPS perpassam pelo próprio sistema de saúde, bem como pelas propostas da reforma psiquiátrica ainda em processo de construção.

2577 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL – UM AVANÇO NA ATENÇÃO EM SAÚDE
Clarissa Silva Pimenta, Vanessa Regina Oliveira Tavares, Juliana Meirelles Motta, Maria Bernadete Oliveira Viana, Marconi Martins da Costa Guedes, Ellen Christy Gonçalves Dias, Rhayane Maria Medeiros Ribeiro do Carmo, Lea Siqueira

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL – UM AVANÇO NA ATENÇÃO EM SAÚDE

Autores: Clarissa Silva Pimenta, Vanessa Regina Oliveira Tavares, Juliana Meirelles Motta, Maria Bernadete Oliveira Viana, Marconi Martins da Costa Guedes, Ellen Christy Gonçalves Dias, Rhayane Maria Medeiros Ribeiro do Carmo, Lea Siqueira

APRESENTAÇÃO: Tendo em vista a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), mudanças no processo de formação, de trabalho e de gestão em saúde se fizeram necessárias. Desta forma, o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental representa uma evolução enquanto estratégia de formação. Tem aspirado a sua implantação, visando atender a quatro diferentes áreas envolvidas nos cuidados em saúde mental: enfermagem, psicologia, serviço social e terapia ocupacional. As áreas definidas respondem às necessidades de formação no âmbito da saúde mental, considerando as necessidades loco-regionais e as políticas de formação, visando promover a articulação entre ensino, serviço e gestão, e permitindo a construção de competências compartilhadas para a consolidação do processo de formação em equipes. O objetivo deste trabalho é apresentar o programa de residência multiprofissional em saúde mental de um hospital psiquiátrico de Minas Gerais que tem como finalidade formar especialistas em Saúde Mental, segundo as diretrizes da Política Nacional, Estadual e Municipal da área, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, tendo como cenários de aprendizagem os diversos níveis de atenção de uma rede de Saúde Mental. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O presente estudo trata-se de um relato de experiência do tipo exploratório e qualitativo, que buscou apresentar o modelo de residência multiprofissional em saúde mental, apontando seu pontos dificultadores e facilitadores, bem como todos os desafios da implementação deste programa para conseguir formar profissionais da saúde. Para isso, seguiram-se as seguintes etapas: estabelecimento do problema de pesquisa; busca na literatura; categorização dos estudos; observação do campo da prática; interpretação dos resultados e apresentação do relato. RESULTADO E/OU IMPACTO: Dentre os mais importantes desafios enfrentados pelo SUS na área de recursos humanos aponta-se a formação de profissionais de Saúde, que carentes de qualificação adequada para o trabalho em equipe, interdisciplinar, realizado em redes de atenção descentralizadas e regionalizadas. Tal problema é particularmente relevante na Saúde Mental, onde os avanços obtidos na implementação destas redes contrastam agudamente com uma formação que reduz a aspectos estritamente técnicos a vasta gama de questões envolvidas no campo dos transtornos psíquicos, e relega ao segundo plano o estudo das políticas públicas necessárias para abordá-los devidamente, na perspectiva da atenção psicossocial e da promoção de cidadania Almeja-se a capacitação desses trabalhadores de forma que assegurem a integralidade e a universalidade dos cuidados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os profissionais que hoje atuam nos novos serviços de Saúde Mental vêm compensando, com seu empenho e sua criatividade, estas lacunas na formação. Contudo, na medida em que os serviços se ampliam, oferecendo cobertura a uma parcela sempre crescente da população, tornam-se cada vez mais necessárias a clareza conceitual e a reflexão crítica sobre seu trabalho, sob pena do empobrecimento e da automatização da prática que desenvolvem. Urge, por conseguinte, propor e realizar novas estratégias no campo da formação - dentre as quais se destaca a Residência Multiprofissional em Saúde Mental. O Estado de Minas Gerais, apesar de suas importantes conquistas no âmbito da Reforma Psiquiátrica, dispõe de poucos espaços de formação consistente e continua no âmbito da saúde mental, e a nossa proposta de criação da Residência Multiprofissional em Saúde Mental visa preencher esta lacuna.