103: Pesquisas colaborativas em saúde I
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 02 Sala 01 - Bacurau    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
3722 FATORES QUE INFLUENCIAM GESTANTES NA ESCOLHA DO TIPO DE PARTO
Graciana de Sousa Lopes, Monike Emyline Andrade Rodrigues, Alana Vitória Ayres da Silva, Camila Hikari Gushima Matsumoto, Mariane Lira Ribeiro, Luciana Barros de Lima Matuchewski, Karine Garçêz Mc. Comb, Mirélia de Araújo

FATORES QUE INFLUENCIAM GESTANTES NA ESCOLHA DO TIPO DE PARTO

Autores: Graciana de Sousa Lopes, Monike Emyline Andrade Rodrigues, Alana Vitória Ayres da Silva, Camila Hikari Gushima Matsumoto, Mariane Lira Ribeiro, Luciana Barros de Lima Matuchewski, Karine Garçêz Mc. Comb, Mirélia de Araújo

Introdução: O ciclo gravídico representa um momento significativo para as mulheres que desejam ser mães, porém pode haver um misto de medo e inseguranças, principalmente para aquelas sem experiência. Por vezes, a gestante não participa da discussão acerca da escolha do tipo de parto. Essas mulheres são cercadas por influências sociais, culturais, econômicas, físicas e psicológicas, que podem influenciar a escolha do tipo de parto. Objetivo: Realizar uma revisão literária a cerca dos fatores que influenciam gestantes na escolha do tipo de parto. Método: Revisão integrativa, realizado por meio de pesquisas em livros, artigos científicos, teses e dissertações, periódicos de indexação e anais de eventos e bases de dados digitais. A busca ocorreu da seguinte forma: análise do título e dos resumos das obras e a leitura dos artigos. Obtiveram-se 48 artigos pré-selecionados, os quais foram submetidos à nova análise, objetivando priorizar as obras mais recentes e que apresentavam maior abrangência em relação à clareza do assunto. A busca dos artigos foi feita mediante a escolha de descritores no Portal Descritores em Ciências da Saúde (http://descs.bvs.br), onde foram identificados por meio de busca na Medline (National Library of Medicine), no Scielo (Scientific Eletronic Library) e na Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Os critérios de elegibilidade foram artigos em português, inglês e espanhol, completos e disponíveis gratuitamente, foram priorizados os estudos que traziam várias categorias relacionadas aos fatores que influenciavam as gestantes na escolha do tipo de parto e que foram publicados entre os períodos de 2000 a 2016. Já os critérios de inelegibilidade foram os artigos que não abordavam o tema, as pesquisas publicadas antes do ano 2000 e os artigos que relacionavam a categoria abordada com os tipos de fatores que influenciavam as gestantes na escolha do tipo de parto, porém não delimitavam adequadamente. Resultados: os fatores que influenciam as gestantes na escolha do tipo de parto: 72,37% relataram que a recuperação rápida é o primeiro fator; a informação “nenhuma” foi a segunda a ser mencionada com um percentual de 55,59%; o “sofrimento” foi o terceiro com um percentual de 48,96%;  51% das mulheres alegaram que os parceiros opinam a respeito do tipo de parto, alguns acreditam que o parto vaginal pode comprometer o ato sexual; já o “medo” foi o quinto fator mencionado com um percentual de 41,62%. Observou-se que a maioria das mulheres optou pelo parto cesárea com um percentual de 62,39% e parto normal com um percentual de 49,66%. Considerações Finais: Foi constatado que as diversas influências estão relacionadas à falta de informações que as mesmas têm durante o seu estado gravídico, que dificultam a tomada de decisão da gestante. Portanto, faz-se necessário um maior esclarecimento quanto as dúvidas em relação ao parir para que, dessa forma, essas mulheres consigam escolher o melhor tipo de parto para elas, entendendo que o medo e o sofrimento no processo de parir faz parte, mais que não deve servir de empecilho para a escolha e sim fortalecer o seu desejo de ser mãe.

3839 Desacolhimento institucional por maioridade: fragmentos de uma pesquisa
Amanda Cappellari, Lilian Rodrigues da Cruz, Lilian Rodrigues da Cruz

Desacolhimento institucional por maioridade: fragmentos de uma pesquisa

Autores: Amanda Cappellari, Lilian Rodrigues da Cruz, Lilian Rodrigues da Cruz

A história da institucionalização de crianças e adolescentes no Brasil passa pelos estabelecimentos que cuidavam dos chamados “enjeitados sociais”, durante o Brasil Colônia, à roda dos expostos - extinta durante o período Imperial -, até a consolidação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, que inaugura a concepção de que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos e deveres, e, portanto, devem ter seus direitos assegurados. O presente trabalho é um recorte de um projeto de mestrado em Psicologia Social, realizado no Rio Grande do Sul, em que se pretende apresentar as discussões do projeto da dissertação, que trata do processo de desacolhimento institucional de jovens ao completarem a maioridade e saírem dos abrigos. Entendendo as políticas públicas de saúde e de assistência social sob a ótica das teorizações foucaultianas, percebe-se as mesmas como um instrumento biopolítico que possibilita à governamentalidade, ao passo em que é um poder produtivo, que incentiva a busca por uma saúde melhor e mais educação, através da interação dos sujeitos com essas políticas. Entretanto, através das aproximações iniciais com o campo de pesquisa, ou seja, de conversas com profissionais que integram as equipes de abrigos, nota-se que o processo de saída dos jovens é pouco discutido com os mesmos, e seu cuidado e atenção se dá muito antes pelas pessoas com quem os jovens possuem algum tipo de afeto do que propriamente pelo que a Política orienta. Desse modo, discutir e pensar o processo de desacolhimento institucional com as equipes de trabalho durante o processo dessa pesquisa contribui para a sensibilização das mesmas, abrindo espaço para a invenção de cuidados mais efetivos e éticos com esses jovens, visto que, não raro, não possuem familiares para acolhê-los ou trabalho para se manterem economicamente após a saída dos abrigos. Nesse sentido, entende-se que ao jogar luz ao tema e visibilizar as articulações existentes nos processos de desacolhimento institucional, possibilita-se a produção de outras práticas de cuidado pelas equipes que operam o cuidado no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

3898 Mídia, Saúde e Inclusão
Amanda Cappellari, Caroline da Rosa Couto, Betina Hillesheim

Mídia, Saúde e Inclusão

Autores: Amanda Cappellari, Caroline da Rosa Couto, Betina Hillesheim

O presente texto tem por objetivo apresentar as discussões que vêm sendo realizadas na pesquisa Inclusão, diferença e políticas públicas: uma cartografia, na qual busca-se compreender a crescente incitação dos discursos sobre inclusão em diferentes campos. No âmbito deste trabalho, o foco são os dados produzidos a partir da análise realizada do jornal Zero Hora, um importante veículo de circulação diária no sul do país, com ênfase para os dados relacionados à saúde. Tal análise foi realizada entre os anos de 2015 e 2016, considerando todas as edições impressas do referido jornal, excetuando-se os finais de semana. Neste período, foram selecionados 14 materiais que discorriam sobre aquilo que convencionamos chamar o enlace discursivo entre inclusão e as políticas públicas de saúde. Entre esses materiais, encontram-se textos que fazem referência ao Programa Mais Médicos, trazendo termos como ampliação de vagas e de atendimento, adesão e integração (reportagem de 16 de janeiro de 2015); em outros, a saúde pública é posta como responsabilidade de todos e não apenas de profissionais e gestores (06 de fevereiro de 2015) e também como obrigação do estado (21 de fevereiro de 2015); cortes de verbas são descritos como ameaças intoleráveis e inaceitáveis, relacionados a processos de exclusão (07 de maio de 2015). Assim, a saúde pública, nesses materiais, foi sendo legitimada por questões de cidadania e de direitos humanos (18 de maio de 2015), chamando a ajuda e a solidariedade de todos nós (17 de agosto de 2015). Em 28 de agosto de 2015, o jornal apresenta a versão digital do cartão SUS, enfatizando a importância do instrumento para o melhor e maior acompanhamento da saúde dos brasileiros que utilizam a rede pública de saúde. Os campos em que a inclusão aparece vão assim se multiplicando, nesse sentido, o jornal divulga um evento para a discussão da atividade sexual inclusiva, descrevendo-o pelo termo diversidade funcional (10 de setembro de 2015). No auge da questão da microcefalia em bebês recém-nascidos, em 1º de março de 2016, o governo promete maior acesso à saúde, via atenção básica especializada; e chama também por acesso, visibilidade e igualdade sobre a questão da possibilidade de doação de sangue por homossexuais (14 de junho de 2016), enfatizando que os governos precisam focar os esforços em populações mais vulneráreis (13 de julho de 2016). Em 19 de julho de 2016, o jornal traz um pedido para que todos ajudem a construir um sistema de saúde mais abrangente e mais humano, afinal O SUS É TEU!; e é urgente que sociedade, governos, empresas e produtores se unam nessa luta de alimentar e garantir acesso à saúde (28 de julho de 2016). A partir destes dados, pode-se pensar as políticas públicas de saúde como estratégias inclusivas, no sentido de chegar e acompanhar cada vez mais à diferentes populações. A mídia é, nessa perspectiva, um importante meio educativo, que nos faz atentar para a discussão das políticas públicas de saúde, incitando o desejo de sermos, todos, agentes de tais estratégias.

4014 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRONICA: UMA REVISÃO DA LITERATURA.
EVERTON LUÍS FREITAS WANZELER, LUIZ GABRIEL DELGADO REIS, THALITA BELTRÃO LOPES, MAIRA NUNES QUARESMA, NICÉLIA PEREIRA DA SILVA, SEVERA PEREIRA CARNEIRO SOUZA, CAMILA ALMEIDAQ BONFIM

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRONICA: UMA REVISÃO DA LITERATURA.

Autores: EVERTON LUÍS FREITAS WANZELER, LUIZ GABRIEL DELGADO REIS, THALITA BELTRÃO LOPES, MAIRA NUNES QUARESMA, NICÉLIA PEREIRA DA SILVA, SEVERA PEREIRA CARNEIRO SOUZA, CAMILA ALMEIDAQ BONFIM

Apresentação: A Doença Renal Crônica (DCR) é uma lesão do parênquima renal e pode ser caracterizada pela diminuição funcional dos rins por um período igual ou superior a três meses. O Diagnostico da Enfermagem (DE) é realizado através da avaliação minuciosa dos dados. Este é baseado nos sintomas, sendo eles fisiológicos, comportamentais, psicossociais ou espirituais, onde proporcionará a base para a seleção de ações/intervenções de enfermagem de forma a atingir resultados pelo qual o enfermeiro é responsável. O interesse pelo tema surgiu depois de experiências vividas na prestação de assistência à pacientes renais crônicos, percebendo a importância de explorar e entender a função do diagnóstico de enfermagem como ferramenta do profissional enfermeiro no planejamento do cuidado e execução. O trabalho tem como objetivo descrever os principais Diagnósticos de Enfermagem encontrados ao paciente portador de Doença Renal Crônica. Desenvolvimento: A prevalência no Brasil de DRC é de 50 para 100 mil habitantes, porém aproximadamente 10 milhões de pessoas possuem alguma disfunção renal, e segundo o último senso da Sociedade Brasileira de Nefrologia, cerca de 100 mil pacientes realizam diálise neste país. Estudo realizado mostrou que enfermeiros apontam diferentes dificuldades em relação à Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) como a falta de conhecimento sobre a metodologia da assistência e modelos teóricos; um grande número de serviços burocráticos e administrativos, falta de pessoal e de recursos materiais para o cuidado e falta de articulação entre a teoria e a prática. Estudo de metodologia qualitativa tratando-se de uma Revisão da Literatura. Resultados: Após a análise de 38 publicações, apenas 6 artigos encontravam-se de acordo com os critérios de inclusão e exclusão e foram advindos das bases de dados LILACS e  BDENF. Os diagnósticos encontrados foram divididos em 2 vertentes: Diagnósticos de enfermagem com relação ao risco e diagnósticos de enfermagem propriamente ditos. Com relação aos diagnósticos de risco, foram encontrados os seguintes: Risco de Choque, Risco de Sangramento, Risco para Infecção, Risco para Desiquilíbrio Eletrolítico e Risco para Desequilíbrio de Volume de Líquidos. Com relação à outra vertente, foram encontrados: Fadiga, Padrão do Sono Prejudicado, Volume de Líquidos Excessivos, Náusea, Dor Aguda, Desnutrição, Baixa Auto-Estima, Insegurança, Medo e Disfunção Sexual. Conclusão: O estudo mostra que é de suma importância que o profissional enfermeiro olhe o paciente Renal Crônico de forma holística, baseado nos sintomas, sendo eles fisiológicos, comportamentais, psicossociais ou espirituais, onde proporciona a base para a seleção de ações ou intervenções de enfermagem, prestando uma assistência completa e eficaz, baseando-se na SAE, e tendo o Diagnostico de Enfermagem como etapa fundamental da Sistematização, um instrumento que subsidia o planejamento do cuidado, contribuindo para o desenvolvimento da profissão e para um melhor relacionamento com o paciente, trazendo como consequência, efeitos positivos diante de suas intervenções ao portador de DRC.

4441 TEMA: RESILIÊNCIA E DOENÇA CRÔNICA NA ADOLESCÊNCIA: revisão integrativa
dayse maria de vasconcelos rodrigues, EMANUELE MENEZES CORREIA, RAMON MONTEIRO FERNANDES, EDNALVA SANTANA DE OLIVEIRA SANTOS, PATRICIA DOS SANTOS AUGUSTO, MAURO LEONARDO SALVADOR CALDEIRA DOS SANTOS, PATRICIA DOS SANTOS CLARO, LUIZA DE LIMA BERETTA

TEMA: RESILIÊNCIA E DOENÇA CRÔNICA NA ADOLESCÊNCIA: revisão integrativa

Autores: dayse maria de vasconcelos rodrigues, EMANUELE MENEZES CORREIA, RAMON MONTEIRO FERNANDES, EDNALVA SANTANA DE OLIVEIRA SANTOS, PATRICIA DOS SANTOS AUGUSTO, MAURO LEONARDO SALVADOR CALDEIRA DOS SANTOS, PATRICIA DOS SANTOS CLARO, LUIZA DE LIMA BERETTA

APRESENTAÇÃO:O presente estudo justifica-se pelo reconhecimento da importância sistemática da resiliência como um instrumento válido e eficaz que repercute diretamente na melhoria da qualidade dos serviços prestados, fazendo-se necessário o entendimento desta temática e dos fatores que a permeiam para que seja possível adotar medidas eficazes para o planejamento e execução dos cuidados de enfermagem e dos profissionais de saúde, de uma forma geral. Estudar resiliência representa uma mudança de foco, trabalhando as potencialidades dos indivíduos e seus os fatores de proteção em detrimento da valorização apenas dos fatores de risco, do biológico e das patologias. É possível, portanto, compreender a capacidade de resiliência do indivíduo como o posicionamento e as ações dele frente às situações negativas de vida. Quando um adolescente se encontra em uma condição de saúde desfavorável e tem a necessidade de acompanhamento de saúde regular passa por períodos de internação hospitalar, tem-se uma situação indutora de estresse, em que tanto o adolescente quanto seus familiares podem ficar bastante abalados. A descoberta de uma doença crônica nesta fase da vida pode ser encarada com dificuldade, uma vez que a própria cronicidade remete a episódios de exacerbação dos sintomas e condições indesejáveis da patologia como dor, medo da morte, entre outros. Contudo, espera-se do adolescente considerado resiliente a utilização de estratégias de regulação, o que inclui a capacidade de mudar os seus comportamentos, sentimentos e emoções, para reagir e se adaptar aos contextos onde se inserem. OBJETIVO. Discutir a questão da resiliência, apoio social, autoestima no impacto da saúde do adolescente com doença crônica. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: presente estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura de abordagem qualitativa. O levantamento da produção científica foi realizado na internet através da BVS; PubMed; Scopus e Cinahl. Para o levantamento dos artigos foi utilizado os seguintes descritores: “Adolescente”, “Apoio Social” e “Doença crônica”. Foi realizado o agrupamento dos descritores utilizando o booleano “AND”, da seguinte forma: “adolescente AND resiliência”; “adolescente AND resiliência AND doença crônica”; “adolescente AND apoio social”; “adolescente AND apoio social AND doença crônica”; “adolescente AND autoestima”; “adolescente AND autoestima AND doença crônica”. Os critérios de inclusão utilizados para a seleção da amostra foram: aderência aos objetivos e temática; artigos publicados do ano de 2013 a 2017 com textos completos; artigos com o limite: adolescente. RESULTADOS: Após a associação dos descritores restaram 18 artigos que foram divididos nas seguintes categorias: Categoria A: adolescente e apoio social .Os artigos dessa categoria versam sobre as estratégias de enfrentamento dos adolescentes, na vivência de uma doença crônica, destacando a importância de: suporte da família e de outros pacientes com a mesma clínica; a parceria do adolescente com quem cuida dele incluindo aí as equipes de saúde e pares principalmente aqueles que organizem os serviços de acolhimento e suporte às necessidades física, social e emocional daqueles que careçam. Do mesmo modo os amigos, a tecnologia, o suporte social e a escola influenciaram de forma positiva a confrontação para com a enfermidade. Categoria B: adolescente e apoio social e doença crônica. Os artigos selecionados citam que a doença crônica para o adolescente ganha seriedade, já que, vai interferir no cotidiano, onde seu ritmo de vida será alterado e as restrições que o serão impostas vão limitá-los de realizar atividades básicas. O mesmo será obrigado a reorganizar sua vida dentro das novas possibilidades, e os esforços para o enfrentamento de uma moléstia crônica vão variar de pessoa para pessoa de acordo com experiências vivenciadas, influenciando diretamente no recebimento do diagnóstico a na adesão ao tratamento. Além disso, construção de redes de apoio social também foi citada devendo serem valorizadas e oferecidas nos serviços de saúde. Categoria C: adolescente e resiliência. Os artigos elencados aqui destacam alguns elementos relacionados para o acesso a resiliência, dentre eles: a capacidade individual de superação de adversidades; valores; habilidades para resolver problemas; crenças; otimismo; experiências anteriores pessoais; altruísmo e a história singular de cada um. Porém alguns componentes parecem funcionar como obstáculos para a ocorrência do processo de resiliência como, por exemplo, a apatia e a negação em relação à doença; adolescentes com pais separados; a falta de estrutura da escola para dar apoio a alunos com doenças crônicas; a não adaptação às exigências da enfermidade; as más condições de vida do juvenil. Categoria D: adolescente e resiliência e doença crônica. De acordo com os artigos discriminados nessa categoria a capacidade de conversão de experiências negativas em algo positivo, é diretamente relacionada à resiliência, dos adolescentes e estreitamente ligada a suas relações familiares. Há algumas características pessoais que vão influenciar a forma como se enfrenta a doença no contexto da adolescência. Outros fatores para potencialização da resiliência é a autoestima, o apoio, o acolhimento pelos membros de rede pessoal e social e as relações afetivas estáveis sejam elas entre amigos, família e cônjuge e equipe de saúde. Categoria E: adolescente e autoestima. Os artigos encontrados permitem ressaltar que adolescentes que enfrentam uma moléstia crônica preferem não se expor por medo do estigma da doença. Logo, os mesmos impõem limites em suas próprias vidas, abdicando-se de planos futuros e refletindo negativamente em sua autoestima o que aumenta a sua vulnerabilidade para adoecer. Esses entraves pessoais são exaltados quando os adolescentes não recebem sufrágio familiar, social ou dos serviços de saúde, fazendo-se necessário, portanto uma rede de apoio. Contudo, aqueles que tiveram suporte harmonioso em termos de cuidados básicos desencadearam maior autoestima e menor tensão emocional. Categoria F: adolescente e autoestima e doença crônica. O artigo encontrado reforça que as experiências afetivas acompanhadas no processo de adoecimento crônico podem exercer grande influência na autoestima dos adolescentes ativando positivamente fatores relacionadas à percepção do seu sucesso e enfretamento da doença. Além de ajudar o paciente a identificar situações vulneráveis facilitando nas tomadas de decisão, no acesso às estratégias e avaliação dos resultados finais das táticas aplicadas possibilitando a mudança futura do que foi implementado. CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os artigos lidos trazem a necessidade de integração desses jovens ao convívio social, a família, a escola, e aos profissionais de saúde, a fim de através dessa inserção promova-se o potencial de resiliência e estimule sua alta autoestima. Neste sentido, vale ressaltar a importância de redes de apoio e da equipe de saúde, com relação ao suporte emocional e também no auxílio ao controle da doença crônica, uma vez que o domínio dos sintomas pode ter um impacto bastante positivo na forma com que o adolescente encara e enfrenta a mesma. O pouco ou falta de apoio social, baixa autoestima, parecem contribuir negativamente na capacidade de o adolescente sair de um estado débil. Portanto, o conhecimento dos subsídios que ajudem o jovem a amenizar o processo de adoecimento crônico é ponto chave para diminuição das reinternações, adesão ao tratamento, maior interação social, melhora a confiança em si, da autoestima e imagem corporal. Este estudo contribui para o ensino superior nas diversas áreas da saúde, ampliando a discussão sobre a temática, estimulando a realização de novas pesquisas e aprimorando os conhecimentos dos docentes e discentes de forma a graduar profissionais com sensibilidade e preparo adequado, capazes de prestar uma assistência voltada para a integralidade, articulada com as políticas públicas de saúde para o adolescente.

4464 TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA MEDIAR A ORIENTAÇÃO SOBRE O PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTE: estudo de validação.
HORACIO MEDEIROS, Bruna Feitosa Pinto, Bianca Nascimento de Matos, Maicon Araújo Nogueira, Rosilene Ferreira de Souza, Edileuza Nunes Lima

TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA MEDIAR A ORIENTAÇÃO SOBRE O PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTE: estudo de validação.

Autores: HORACIO MEDEIROS, Bruna Feitosa Pinto, Bianca Nascimento de Matos, Maicon Araújo Nogueira, Rosilene Ferreira de Souza, Edileuza Nunes Lima

Apresentação: O transplante consiste na última opção terapêutica para portadores de doenças graves, onde não há outro meio terapêutico, viabilizando a reversão do quadro e proporcionando melhoria na qualidade de vida. Para que o transplante de órgãos cresça no Brasil é primordial que se melhorem os quatro pilares que apoiam o processo de doação para transplante: legislação, financiamento, organização e educação. Nesse sentido, a educação se faz necessária pela grande recusa familiar que representa um entrave à realização dos transplantes. Observa-se que um dos principais fatores para a recusa familiar é a falta de conhecimento e orientações inadequadas acerca do processo de doação de órgãos e tecidos, assim torna-se necessário mais informações acerca de tal processo e que o mesmo seja conhecido por toda a população. Assim, as tecnologias educacionais são instrumentos facilitadores do processo de ensino-aprendizagem. O objetivo desse estudo é elaborar um “gibi” e utilizá-lo para mediar o conhecimento da população sobre o processo de doação de órgãos. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo de elaboração de tecnologia do tipo pesquisa de desenvolvimento metodológico. A pesquisa metodológica desenvolve instrumentos e costuma envolver métodos complexos e sofisticados. Refere-se a investigações dos métodos de obtenção e organização de dados e condução de pesquisas rigorosas.  No processo de elaboração de determinado instrumento, deve-se observar os aspectos de validade e confiabilidade. No primeiro momento foi identificado na literatura temas e questões significantes sobre o assunto abordado e posteriormente foi produzida a TE. Esse primeiro passo apresentou como objetivo obter informações essenciais para a construção da TE. Contou-se com a participação de um ilustrador, responsável pela elaboração das imagens contidas nos quadrinhos. Resultados e/ou impactos: após a leitura sobre o tema na literatura, organizou-se os temas mais pertinentes para a educação da população, o texto foi organizado em formato de quadrinhos, contando com ilustrações expressivas. Utilizou-se como personagens super-heróis autorais.  Considerações finais: A tecnologia educacional do tipo gibi visa informar e sensibilizar a população sobre os aspectos que permeiam o processo de doação de órgãos, tendo em mente que a informação é capaz de produzir mudanças nos mais diversos cenários. Sendo assim sensibilizar o leitor sobre a importância de ser um doador e comunicar a família e amigos sobre o desejo, sendo esta, uma atitude favorável para o desenvolvimento de uma nova cultura em prol da doação. A perspectiva, nesse sentido, é que o gibi desperte na população uma sensibilização quanto ao processo de doação de órgãos e tecidos, sendo assim, favorável para uma nova cultura em prol da doação e consequentemente dados positivos em relação as famílias doadoras e a fila de espera por um transplante. A educação em saúde se faz necessária em todos os cenários, e as tecnologias educacionais são um grande suporte para fazer acontecer o processo ensino/aprendizagem.

5336 FATORES DETERMINANTES PARA AS PRÁTICAS SEXUAIS PRECOCE NA ADOLESCÊNCIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Euler Lira Pereira, Flávia Maia Trindade

FATORES DETERMINANTES PARA AS PRÁTICAS SEXUAIS PRECOCE NA ADOLESCÊNCIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: Euler Lira Pereira, Flávia Maia Trindade

A adolescência é um período de transição da infância para a fase adulta na qual as descobertas sobre relacionamento afetivo íntimo entre as garotas e rapazes são mais intensas, assim como o despertamento das características sexuais reprodutivas. Os limites cronológicos da adolescência são definidos entre 10 e 19 anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e estendendo de 15 a 24 anos pela Organização das Nações Unidades (ONU). Já o Ministério de Saúde do Brasil estabelece os limites de 10 a 24 anos.1 É uma fase caracterizada por alterações biológicas, sociais e familiares que geram características físicas e comportamentais, e necessidades únicas, intimamente ligadas às transformações psicológicas2. Na construção das características psicossociais do ser humano, a sexualidade, com enfoque para o relacionamento afetivo, tem relevância evidente, pois envolve gênero, vínculo amoroso, desejo e prazer, reprodução, e demais fatores que interferem no equilíbrio biopsicossocial3.Atualmente, as relações interpessoais tornam-se produtos de interesses momentâneos e passageiros provenientes de uma busca urgente e, muitas vezes, descontrolada pela satisfação do prazer sexual.Mediante o desenvolvimento sexual e a maturação de fatores que condicionam a concepção fetal, a adolescência é um período em que há sujeição ao início da sexualidade e possível prática sexual precoce.5Mediante ao apresentado essa pesquisa pretendeu conhecer os fatores determinantes para o desenvolvimento das práticas sexuais precoce na adolescência, buscando elucidar o termo sexo e sexualidade no contexto de vida adolescente, dando destaque as singularidades dos adolescentes que iniciam precocemente sua vida sexual e assim contribuir com a qualidade da assistência de saúde no atendimento a adolescentes. Para esta pesquisa, fundamentou-se no seguinte questionamento “Quais fatores são apresentados, ou considerados, determinantes para ocorrência da prática sexual precoce na adolescência?” Este estudo objetivou conhecer os fatores determinantes para o desenvolvimento das práticas sexuais precoce na adolescência, enfatizando as singularidades dos adolescentes que iniciam precocemente sua vida sexual, e assim contribuir com a qualidade da assistência de saúde deste público. Trata-se de uma revisão integrativa, que selecionou publicações dos últimos 10 anos, nas revistas indexadas (Bdenf, Scielo, Lilacs e Pubmed), que envolvesse pesquisa de campo e abordassem os fatores determinantes para ocorrência da prática sexual na adolescência.  Do total de 239.972 artigos foram selecionados apenas 6 para análise. Nos artigos selecionados foram identificados fatores associados à iniciação precoce na relação sexual do adolescente, dentre os quais estavam: ser do sexo masculino; estar em situação de baixo nível econômico; ter pais com baixa escolaridade e/ou estar ausente do sistema educacional; estar inserido em ambiente familiar cujos pais não tem união estável; e estar associado aos comportamentos de risco à saúde. 

1868 APLICAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTE ONCOPEDIÁTRICO DIAGNOSTICADO COM LINFOMA DE HODGKIN
Renan Fróis Santana, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Mariane Santos Ferreira, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

APLICAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTE ONCOPEDIÁTRICO DIAGNOSTICADO COM LINFOMA DE HODGKIN

Autores: Renan Fróis Santana, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Mariane Santos Ferreira, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: O Linfoma de Hodgkin trata-se de uma neoplasia desenvolvida nos linfonodos, onde os linfócitos B sofrem alteração maligna, comprometendo o sistema linfático, alterando também o estado imunológico do indivíduo. Nesse contexto, a assistência de enfermagem prestada ao cliente pediátrico oncológico na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exige atenção especializada, visando promover além de tratamentos específicos, qualidade de vida em um contexto humanizado. A evolução da doença pode exigir intervenções na UTI Pediátrica, a qual promove suporte de vida avançado com monitoramento hemodinâmico e respiratório constante por profissionais especializados, atendendo as necessidades biológica, psicológica, social e emocional do grupo desta faixa etária no ambiente terapêutico. Considerando os efeitos positivos da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) para a evolução clínica favorável dos clientes, o estudo buscou apresentar a SAE aplicada a um paciente oncológico pediátrico no ambiente de UTI. Desenvolvimento do trabalho: Estudo descritivo do tipo estudo de caso, realizado na UTI Pediátrica de um hospital de média e alta complexidade do Município de Santarém, estado do Pará. A pesquisa foi realizada por acadêmicos do 7º período do curso de bacharelado de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus XII, durante as aulas práticas da disciplina de Assistência de Enfermagem na UTI neonatal e pediátrica, no período de junho de 2017. A pesquisa foi desenvolvida a partir do acesso ao prontuário, bem como pela observação direta da rotina do paciente pediátrico, onde houve à aplicação da SAE, de acordo com a taxonomia NANDA - North American Nursing Diagnosis Association (2017). Resultados e/ou impactos: W.S.R., cliente pediátrico oncológico do sexo masculino, 11 anos de idade, diagnosticado com Linfoma de Hodgkin, variante esclerose nodular estádio 4, apresentava adenomegalia cervical esquerda, insuficiência e infecção respiratória, mucosite, lise tumoral e quadros convulsivos. Deu entrada na UTI pediátrica respirando com auxílio de cateter nasal com 3l/min e saturação a 98%, seus parâmetros vitais demonstravam: dextro 117 mg/dl; pressão arterial (PA) 93/70; frequência cardíaca (FC) de 113 bpm; frequência respiratória (FR) de 28 irpm; temperatura axilar de 34,9ºC e saturação de oxigênio de 98%. A linfadenomegalia na região cervical é geralmente a sintomatologia mais comum observada nos casos da apresentação na patologia, conforme observado no cliente em estudo. O genitor do cliente referiu que o mesmo apresentou quadros de tosse, dor torácica, inapetência e febre por aproximadamente 3 semanas, sendo administrado sem avaliação e prescrição médica xarope expectorante. O linfoma de Hodgkin envolve neoplasia de células especificas do sistema imunológico, consequentemente comprometendo de maneira direta o funcionamento deste, também é valido ressaltar neste processo que há redução da citotoxidade de outros grupos de células no organismo, tornando necessária intervenção especifica para este déficit, o qual suscita maior probabilidade de casos de infecções, conforme observado no caso em questão, sendo empregada administração de dieta para imunossuprimidos. Com um dia de internação no setor, o cliente apresentou quadro de derrame pleural, sendo realizado punção torácica com drenagem de secreção cítrica. Estas complicações assistidas referentes ao sistema respiratório, como infecção e insuficiência respiratória são achados clínicos típicos da fisiopatologia já descrita antes em casos de linfoma de Hodgkin com indicação de prescrição e avaliação de exames de imagens, como radiografia e tomografia computadorizada de tórax e emprego do sistema de estadiamento Ann Arbor, os quais geram subsídios essenciais para a avaliação do envolvimento de outras estruturas linfoides ou mesmo áreas nodais com complicações em outras estruturas anatômicas como o diafragma. O cliente estava em seguimento ambulatorial na oncopediatria, após encerramento de quimioterapia de 8 ciclos. Durante a internação na UTI Pediátrica a equipe de enfermagem aplicou a sistematização da assistência de enfermagem, de acordo com o NANDA (2017) e os diagnósticos de Enfermagem estabelecidos, foram: 1) Risco para infecção relacionado a desnutrição, procedimentos invasivos, exposição a patógenos e enfermidade; 2) Risco de integridade da pele prejudicada relacionada a radioterapia, imunodeficiência, nutrição inadequada e circulação prejudicada; 3) Padrão de sono prejudicado relacionado ao barulho evidenciado pelo nível de ruídos; 4) Dor crônica relacionado ao processo patológico evidenciado por expressão facial de dor e autorrelato; 5) Troca de gases prejudicada relacionada a mudanças na membrana alveolocapilar evidenciado por padrão respiratório anormal; 6) Motilidade gastrointestinal disfuncional relacionado a imobilidade evidenciado por dificuldade para defecar; 7) Risco de síndrome de estresse por mudança relacionado à internação no setor de UTI. Frente a esses diagnósticos, foram realizadas as seguintes prescrições de enfermagem: 1) Realizar assepsia de materiais necessários para assistência, preferindo estéreis e descartáveis; 2) Realizar curativo, conforme técnica correta no curativo da incisão torácica; 3) Verificar sinais vitais de três em três horas devido ao quadro de pneumonia instalado; 4) Observar áreas avermelhadas e irritadas; 5) evitar ou diminuir o uso de fitas adesivas e de outros materiais que possam provocar lesão tecidual; 6) Avaliar e registrar o padrão do sono e promover ambiente calmo e confortável; 7) Diminuir a luminosidade e ruídos dos aparelhos; 8) Evitar situações estressantes antes do horário usual do cliente de dormir; 9) Incentivar junto ao genitor/acompanhante a ingesta de líquidos; 10) Promover cuidados com a pele promovendo higiene e hidratação; 11) Realizar posicionamento do cliente de forma que adenomegalia não sofra atrito; 12) Avaliar eficácia dos medicamentos empregados para dor; 13) Avaliar padrão respiratório e sinais como hipóxia, cianose e tosse; 14) Avaliar eficácia da terapia respiratória prescrita; 15)  registrar a frequência de eliminações intestinais e aspecto das fezes; 16) Verificar aceitação da dieta proposta e administrar emolientes fecais conforme prescrição; 17) Avaliar sinais de desidratação, administrar medicamentos antieméticos, conforme prescrição; 18) Posicionar cliente em posição adequada e prover recipiente para eliminação durante os episódios eméticos; 19) orientar sobre a importância da dieta para a manutenção da terapêutica e 20) Proporcionar atividades recreativas como brincadeiras, passatempos e desenhos animados e educativos. Considerações finais: A SAE demonstrou-se uma ferramenta eficaz para a terapêutica do cliente oncopediátrico, no contexto da UTI, suprindo as necessidades desde o contexto orgânico até as necessidades psicológicas, espirituais e emocionais, observadas durante o tratamento junto à equipe multiprofissional. No entanto, este estudo de caso apontou a necessidade de efetivação de uma importante ferramenta, isto é, a educação em saúde, visto que à atitude adotada pelos genitores no quadro de tosse não foi à correta, o que pode ter contribuído para o agravamento do caso. Tal aspecto destaca o papel da equipe de enfermagem como constantes educadores. Ademais, o cliente seguiu aos cuidados da equipe multiprofissional na unidade, com a continuidade da prestação da SAE.

2829 Produzindo resistências à medicalização da educação: uma pesquisa-intervenção em escolas públicas de Belém
Maria Lúcia Chaves Lima, Laura Norat de Lima, Dayane Alessandra da Silva Brandão

Produzindo resistências à medicalização da educação: uma pesquisa-intervenção em escolas públicas de Belém

Autores: Maria Lúcia Chaves Lima, Laura Norat de Lima, Dayane Alessandra da Silva Brandão

A presente pesquisa tem como objetivo investigar de que forma o tema da medicalização da educação tem sido abordado e debatido dentro das escolas. A medicalização da educação pode ser entendida pela expansão da jurisdição médica para o âmbito dos processos educacionais. Trata-se do processo que transforma questões não-médicas, ou seja, aquelas de origem social e política, em questões médicas. Desse modo, inquietações, conflitos, tensões, perturbações que estudantes experimentam no cotidiano da sala de aula passam a ser interpretadas como doenças, sendo estas a causa do insucesso ou fracasso escolar do/a estudante. A dificuldade de aprendizagem se transforma em distúrbio de aprendizagem. Diante desse contexto, perguntamos: professores e professoras sabem o que é medicalização da educação? Quais olhares lançam para os/as estudantes considerados problemáticos? Usam as lentes medicalizantes para ler as dificuldades de aprendizagem? Ou ampliam o debate, implicando-se nos problemas encontrados? Para viabilizar tais questionamentos, realizamos uma pesquisa-intervenção para identificar como a comunidade educacional tem fomentado a temática da medicalização. A proposta inicial foi propor rodas de conversas sobre a temática em escolas da rede pública do município de Belém-PA. A cada visita às escolas, lançamos mão de alguns elementos para despertar o interesse e instigar o debate, tais como aula-teatro, documentários, debate de notícias, entre outras técnicas, sempre envolvendo o tema da medicalização da educação. Posteriormente, iniciávamos a roda de conversa com os/as participantes, geralmente professores/as, diretores/as e coordenadores/as pedagógicos/as, visando produzir um espaço de troca de saberes e experiências. É importante salientar que esta pesquisa não visou somente coletar as impressões dos/as professores/as e demais membros da comunidade escolar sobre medicalização, mas também, e principalmente, criar modos de resistências à medicalização da educação. A pesquisa-intervenção configura-se como uma forma de investigação participativa que busca na interferência coletiva a construção de espaços de problematização, visando potencializar um novo pensar/fazer pesquisa. A pesquisa-intervenção se torna relevante por ser um tipo de pesquisa que além de propor espaços de problematização, visa ser um ato político, pois fomenta, interfere, proporciona a reflexão do tema a ser investigado e auxilia na transformação do espaço. A partir das 10 rodas de conversas realizadas, sistematizamos os discursos produzidos em três categorias: 1) A falta de conhecimento sobre medicalização da educação; 2) O laudo médico/psiquiátrico como tábua de salvação; 3) A ausência de estrutura/investimento na formação continuada dos profissionais da educação. 1) A falta de conhecimento sobre medicalização da educação: Durante a pesquisa, um discurso (ou ausência dele) nos causou inquietude: a falta de conhecimento em relação ao fenômeno da medicalização da educação dentro das instituições educacionais. Não é de hoje que o fenômeno da medicalização, seja ele da vida ou da educação, cresce no decorrer dos anos. O Brasil já é o segundo maior consumidor mundial do metilfenidato, droga indicada para crianças diagnosticadas com algum distúrbio no aprendizado escolar. A falta de conhecimento destes profissionais pode ser interpretada por um viés alinhado ao ensino tradicional. A educação, aqui chamada por tradicional, faz com que os profissionais estejam apenas centrados em ministrar aulas, no repasse dos conteúdos. Percebe-se uma falta de comprometimento e/ou de tempo na buscar de informação necessárias sobre os novos temas que surgem dentro do contexto da educação. 2) O laudo médico/psiquiátrico como tábua de salvação: Em nossas inserções nas escolas, um tema recorrente é a presença ou não de um laudo médico que ateste o suposto transtorno de aprendizagem de estudantes considerados/as "problema". O laudo médico/psiquiátrico contribui para reforçar os supostos sintomas que os estudantes apresentam dentro do ambiente escolar, dando sustentação para justificar as queixas que são relacionadas ao “fracasso escolar” como fatores individuais e biologizantes. Outro fator que contribui para esta utilização do laudo médico/psiquiátrico ser utilizado como tábua de salvação reforça-se no não-saber dos educadores frente às situações que emergem na escola, além disso, estes profissionais, assim como boa parte da sociedade, tomam o discurso médico como única verdade dentro de um campo que é passível de múltiplas interpretações. 3) A ausência de estrutura/investimento na formação continuada dos profissionais da educação: Em nossas intervenções, era frequente falas sobre a falta de investimentos tanto nas estruturas das escolas quanto nos processos de formação continuada do profissional da educação, principalmente quando questionávamos se era fomentado o conceito de medicalização da educação dentro daquele ambiente escolar. Não somente as salas superlotadas, mas também os cortes na educação como redução de carga horária, falta de recursos materiais, carência de espaços adequados para determinadas atividades escolares, entre outras questões, acabam por cooperar para uma educação precária e cada vez mais defasada. Desse modo, não podemos culpabilizar tais profissionais pelo estado em que as instituições escolares se encontram ou pela ausência de conhecimento em relação à questão do fenômeno da medicalização da educação. Outros elementos apontados convergem para a ausência do Estado em disponibilizar uma formação adequada para trabalhar com os novos temas que surgem na educação. Diante deste fator, tornar-se preocupante essa ausência de investimento, uma vez que a formação continuada além de auxiliar os profissionais da educação a saber lidar com as novas demandas que surgem no contexto educacional, proporcionam novos olhares, interpretações e ações em decorrência aos novos métodos, temas e concepções que oriunda do ambiente educacional. Conclui-se que a falta de conhecimento favorece para que o fenômeno da medicalização ganhe cada vez mais espaço dentro da escola, visto que o/a professor/a quando não possui o conhecimento relacionado ao tema acaba por interpretar comportamentos como sintomas de patologias ou transtornos, acabando por culpabilizar aquele indivíduo que não tenha obtido o sucesso escolar nas atividades que lhe são propostas. Portanto, criar espaços de reflexão sobre a medicalização é criar resistência a este fenômeno. Um apelo a não se diagnosticar previamente um/a estudante e encaminhá-lo/a a um serviço de saúde sem antes entender o contexto do/a estudante, suas dificuldades, sem antes tentar todas os recursos educacionais disponíveis. Faz-se necessário, portanto, verificar o meio social que a criança ou adolescente está inserido, compreender que este influencia o seu comportamento dentro da sala de aula. Ao se considerar que há multiplicidades de formas de se viver e aprender, deve-se propor reflexões sobre as novas práticas de ensino e sustentar propostas de desmedicalizar a educação.

4439 EXPERIENCIAS DO PROCESSO DE RECOVERY NO COTIDIANO DE USUÁRIOS E PROFISSIONAIS DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL II (CAPS II)
Ana Kalliny Sousa Severo, Daniuma Sousa Silva, Antônio Vladimir Félix Silva

EXPERIENCIAS DO PROCESSO DE RECOVERY NO COTIDIANO DE USUÁRIOS E PROFISSIONAIS DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL II (CAPS II)

Autores: Ana Kalliny Sousa Severo, Daniuma Sousa Silva, Antônio Vladimir Félix Silva

Apresentação: A reforma psiquiátrica busca gerar mudanças na participação de usuários e familiares na produção e gestão do cuidado. Recusando a ideia de doença e de tratamento verticalizado, a experiência de usuários e familiares em torno do sofrimento e do cuidado se torna essencial na produção de mudanças nos serviços de saúde mental. Nesse sentido, surge o recovery, como tentativa de instituir novas práticas e modos de cuidado neste campo. Deste modo, objetivamos nesse trabalho mapear experiências de recovery no cotidiano de usuários e familiares do CAPS II. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, com método na pesquisa-interventiva, na perspectiva da Análise Institucional, que visa desvelar as relações instituídas e instituintes, além da autogestão e autoanálise dos coletivos. O campo de pesquisa foi o Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II) da cidade de Parnaíba, Piauí. Participaram da pesquisa usuários, familiares e trabalhadores do serviço. Foram realizados oito encontros grupais usando diversas práticas grupais, tais como a tenda do conto, dinâmicas e rodas de conversas, acerca da experiência de viver com o sofrimento psíquico grave, que foram registrados em diários de pesquisa. Resultados: Para análise dos dados, foram selecionadas quatro situações analisadoras acerca do recovery, tais como: A experiência de crise como produtora de conhecimento; gênero e saúde mental; CAPS: tutela e cuidado; e a loucura e a cidade. A) A experiência de crise como produtora de conhecimento. Nesse sentido, o autoconhecimento em torno da crise das usuárias participantes surge como estratégias pautadas nos pressupostos do recovery, no qual pode ser visto como um movimento instituinte, partindo de uma ruptura da concepção de cuidado instituída pelos parâmetros psiquiátricos para um processo de auto-cuidado reconstruído por meio da experiência vivida. O conhecimento em torno crise, já é por si só, um processo potencialmente criativo. B) Gênero e saúde mental. Na experiência das usuárias, percebemos o incômodo perante situações sociais que afirmam associação entre loucura e “falta de homem”. Isso nos mostra que socialmente é posto ao ser mulher a necessidade de exercer uma atividade amorosa, desde que seja, “recatada e do lar”, isso é, sem esbanjar tanto sua sexualidade. Vejamos que ao mesmo tempo que a “insanidade”, está relacionada pela falta do exercício de uma atividade amorosa, a mesma também pode ser justificada por uma posição sexualmente ativa da mulher. C) CAPS: tutela e cuidado. Além da questão de gênero, a experiência da usuária Dália (nome fictício) e de outros usuários também são atravessadas pela lógica da tutela do serviço. Essa usuária mora com a mãe e trabalha como doméstica, além de vender lanche. Frequenta o CAPS três vezes por semana, mas sempre deixa de ir quando encontra serviços extras. Também relata a cobrança por parte dos profissionais, do serviço em relação a suas faltas. O CAPS, apesar de ser pensado como uma estratégia substitutiva de cuidado em saúde mental, ainda reproduz discursos e práticas pautadas no modelo asilar, tutelando aos usuários e assegurando a permanência destes no serviço. O posicionamento de Dalia em reaver seus laços com a comunidade, quer por meio do trabalho, ou por outras vias, é pouco exercitado por outros usuários, de modo que boa parte ainda possui uma rede de apoio muito pequena, que se resume ao serviço e o ambiente familiar. A abordagem em recovery encarrega o usuário de seu processo, de modo que, as estratégias de cuidados deixam de ser predominantemente do profissional e passa a ser do usuário, ou seja, o profissional assume o papel de auxílio ou de mediador do processo, o que tem sido difícil de ser compreendido pelos profissionais. Em contrapartida, de um estabelecimento que tutela, o CAPS também assume o lugar de promoção de cuidado e esperança para aqueles que o procuram. Alguns familiares, com os quais tivemos contato, vivenciaram tanto o modelo asilar como o modelo psicossocial, fica evidente, em alguns relatos o quanto o serviço CAPS possibilita melhores condições de tratamentos tanto para os usuários como para os cuidadores. D) A loucura e a cidade Art. VI. Fica permitido passe livre para percorrer a direção apontada pelo seu coração. (ÂNCORA, 2011) Pensando no conhecimento existencial dos usuários, Hortência usuária do serviço (nome fictício), traz em sua narrativa as dificuldades enfrentadas quanto ao acesso aos dispositivos comunitários, como por exemplo o uso do transporte público. No qual foi constado pela maioria dos usuários a melhora na assistência dos serviços de saúde mental (no caso de quem já havia vivenciado os dois momentos da história) e a conquista de direito, como o ato de ter voz. Embora Hortência concorde com seus colegas, a mesma reconhece a necessidade de melhorar os serviços, pois ainda lhes são negados direitos garantidos por lei, em vista o preconceito e o estigma criado em torno do transtorno mental. O sentido do conceito de recovery tem como intuito, pensar em um processo, contínuo engloba sentimento de esperança, empoderamento, capacidade de lidar com sintomas e outras adversidades que possam aparecer ao longo do processo. Nesse relato, o empoderamento surge como elemento que viabiliza a participação do usuário na prática profissional, no processo de mediação de reinserção do usuário na comunidade, de modo a exercer sua cidadania, sem ser julgado ou privado de seus direitos. As rodas de conversas com usuários sobre suas dificuldades do dia-a-dia trazem consigo relatos, que incidem diretamente em posturas de reflexão-ação de nossas práticas. O usuário anteriormente que ocupava um lugar de agente passivo no modelo asilar, agora é reconhecido e se reconhece como protagonista de seu processo. Considerações finais: Percebemos alguns usuários que possuem uma outra compreensão sobre o diagnóstico, assumindo posições que contrariam o discurso biomédico tradicional, num processo de subjetivação de práticas de cuidados não somente da condição do transtorno em si, mas do efeito de ser um paciente psiquiátrico. O recovery, como processo natural captado pelas falas dos usuários e familiares, é percebido como estratégia que ganhou forma ao longo do tempo, demandando muito trabalho sobre os sentimentos. Porém, fica nítido que essas pessoas, não têm tanta consciência desses processos, o que é justificável, pelo fato de ser uma vertente ainda muito nova no Brasil, cabendo a nós ampliar esses conteúdos, fortalecendo o protagonismo dos usuários e familiares do CAPS II. Apesar da literatura trazer o recovery como um processo voltado para os usuários de saúde mental, este trabalho também insere os familiares enquanto pessoas que, consideravelmente, também se apresentam como indivíduos que se adaptaram criativamente diante do sofrimento psíquico de seus entes, mobilizando estratégias de cuidado para o outro e para si. Foi possível perceber alguns relatos sem tanta dor, culpa ou sensação de fracasso, e que encontraram no crochê, na leitura, na dança, ou ainda em práticas religiosas o alívio e força para o ato de cuidar. Outro aspecto relevante é o trabalho compartilhado entre familiares e serviço, onde é percebido a compreensão sobre a importância de participar do processo terapêutico de seus usuários. O recovery pode ser visto aqui como o campo que amplia e reafirma a união entre os familiares, usuários e profissionais.

3498 Violência contra as mulheres : A mídia impressa como fonte de pesquisa
Victor Assis Pereira da Paixão, Euriane Castro Costa, Ana Karoline Souza da Silva, Adria Vanessa da Silva, Raine Marques da Costa, Gesiany Miranda Farias, Valquíria Rodrigues Gomes, Vera Lúcia de Azevedo Lima

Violência contra as mulheres : A mídia impressa como fonte de pesquisa

Autores: Victor Assis Pereira da Paixão, Euriane Castro Costa, Ana Karoline Souza da Silva, Adria Vanessa da Silva, Raine Marques da Costa, Gesiany Miranda Farias, Valquíria Rodrigues Gomes, Vera Lúcia de Azevedo Lima

Apresentação: A política de iniciação cientifica desenvolvida nas instituições de ensino e/ou pesquisa permite ao estudante da graduação aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisas, bem como incita o desenvolvimento de pensar criticamente decorrente das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa. A utilização da mídia como fonte de pesquisa é interessante, pois a mídia faz parte do nosso cotidiano, é uma tecnologia de informação que engloba todos os veículos do sistema, emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas e internet. Ela deve ser equitativa, investigativa, informativa, cultural e menos sensacionalista. A mídia, ao destacar os temas de relevância social, além de influenciar comportamentos da sociedade, contribui abertamente para a constituição de políticas públicas. A violência contra a mulher é um tema relevante de cunho social e de saúde publica sendo definida como qualquer ação, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher. Diante de sua alta prevalência e de seu impacto na sociedade, a violência contra a mulher tem adquirido visibilidade, tornando-se alvo de discussões em diferentes campos disciplinares e por entidades internacionais, o que demandou a formulação de políticas e programas para seu enfrentamento, assim como a disposição de práticas e serviços característicos. O projeto de pesquisa denominado “Discurso narrado pela mídia paraense sobre a violência contra a mulher paraense cometida por homens”, analisa as notas narradas pela mídia impressa sobre a violência contra a mulher e do agressor no estado do Pará no período entre 2000 a 2016 e apresenta as estratégias necessárias para atender a mulher vítima de violência narrado pela mídia impressa. No ano de 2016 buscou-se por objetivo traçar “O perfil do autor da violência contra as mulheres na região metropolitana de Belém narrada pela mídia impressa paraense”. Desenvolvimento do trabalho O estudo do tipo documental, retrospectivo, de cunho qualitativo/quantitativo. Foram consultadas edições do jornal O Liberal, publicadas no ano de 2016, sobre a violência contra a mulher ocorrida neste período. A coleta de dados foi realizada na Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (CENTUR), biblioteca pública “Arthur Vianna”. Os critérios de exclusão foram notas que narrarem a violência contra a mulher que ocorreram em locais que não fossem a região metropolitana de Belém como fora do Brasil, outros municípios do estado do Pará, outros estados brasileiros. A exploração das notas de jornal foi realizada com a técnica de análise de conteúdo. Os dados quantitativos foram analisados por meio da estatística descritiva. Os dados obtidos foram apresentados com frequência relativa em gráficos ou tabelas. Já os dados qualitativos foram analisados pela analise de conteúdo de Bardin. Não se faz necessária aprovação no comitê de ética devido os dados de jornais ser domínio público. Resultados e Discussão Para analisar o perfil, usamos os seguintes critérios: Faixa etária e grau de parentesco do agressor com a vítima e os fatores associados à violência contra a mulher. Foram consultados 365 exemplares do jornal, sendo selecionadas 211 notas sobre violência contra a mulher ocorrida no ano de 2016. Destas 56 notas que relatavam a violência contra as mulheres residentes na região metropolitana de Belém. Foram excluídas 115 notas por mencionarem a violência contra a mulher fora da região e em outros Países. A pesquisa veio afirmar o que os números alarmantes apontam em relação aos casos de violência no Brasil, onde o estado do Pará aparece com 48.34% das notas e outro estados com 46.45% e a região metropolitana de Belém que compreende a capital paraense e os municípios de Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara e Benevides. Das notas encontradas 48.34% são referentes aos casos de violência contra a mulher no estado do Pará. Foram encontradas 69.64% dos casos em Belém, já o município de Benevides não registrou notas. Nos dados do IBGE, Belém em 2016 possuía uma população de 1.393.399 habitantes, o que explica a maior porcentagem das notas. Nos registros da DEAM só nos primeiros seis meses de 2016, foram 2.607 registros de casos de violência contra mulher. Na capital, a média de 86 ocorrências a cada dia. Mas o aumento de registros não necessariamente é sinal de que a violência esteja aumentando. Os números podem indicar que elas estão decididas a não aceitar as agressões. Quanto à faixa etária do autor de violência contra mulher na região metropolitana de Belém no ano 2016, os agressores apresentam a faixa etária entre 18 a 57 anos, predominando as faixas etárias dos 18 aos 27 anos, com 12.5% e dos 38 aos 47 anos, com 10.71%. Das notas que não informam a idade somam 64.29%. Se somarmos as faixa dos 18 aos 47 anos termos mais de 30% de homens agressores dentro dessa faixa. Quanto ao grau de parentesco do agressor com a vítima, os dados mostram que 25% agrediram suas companheiras, e 3.57% são ex-companheiro, ou seja, temos em evidencia a violência doméstica intrafamiliar. Ao investigar os fatores associados à violência contra a mulher, 8.93% das notas foi relacionado ao ciúme. O álcool associado a outros fatores, equivalente a 5.36% das notas, mesmo percentual também para apenas drogas. Mas o uso de entorpecentes aparece associado a mais fatores. A maior predominância da violência segundo os dados do jornal está ligada ao tráfico 21.36% das notas. Mas o consumo do álcool como fator precipitante da violência doméstica, pode ser explicado pelo efeito desinibidor do comportamento dos agressores, como um meio de minimizar a responsabilidade pelo procedimento violento, ou, ainda, a combinação do uso de álcool com a prática de violência pode agir como fator denunciante da personalidade impulsiva. O uso de drogas pode contribuir para episódios de agressão em função dos efeitos de redução do controle do comportamento e aumento de sensações persecutórias. Diante desse problema social e de saúde pública, torna-se importante o planejamento e a implantação de políticas públicas de atenção, responsabilização e educação para o autor de agressão que promovam iniciativas de transformação, para além da punição. Considerações finais Esta problemática pode ser debatida com eficiência pelos profissionais de saúde, em especial na área da Enfermagem. A iniciação cientifica permitiu o estudo de um tema transversal que não é tão discutido nos cursos da saúde. Por outro lado, entende-se que a mídia escrita é uma boa ferramenta para se avaliar valores, hábitos e opiniões de diversas classes da sociedade. Ela fornece subsídios que permitem delinear, mesmo que com lacunas e imprecisões, o perfil atribuído aos autores de violência cometida contra a mulher, bem como os fatores associados a essa violência. Compreendemos que, por ser heterogênea, a mídia escrita impede uma análise completa dos dados divulgados, entretanto, por meio da quantificação e análise desses dados, é possível observar-se tendências.

3597 TESTE RÁPIDO COMO TECNOLOGIA DURA APLICADA NA PESQUISA DE SÍFILIS
Richer Praxedes Maia, Adriely Alciany Miranda dos Santos, Anny Larissa Paiva Vasconcelos, Jade Durans Pessoa Loureiro Lima, Eliana Soares Coutinho, Luanna Moreira da Silva, Mayara da Silva Carvalho, Verônica Vale de Barros

TESTE RÁPIDO COMO TECNOLOGIA DURA APLICADA NA PESQUISA DE SÍFILIS

Autores: Richer Praxedes Maia, Adriely Alciany Miranda dos Santos, Anny Larissa Paiva Vasconcelos, Jade Durans Pessoa Loureiro Lima, Eliana Soares Coutinho, Luanna Moreira da Silva, Mayara da Silva Carvalho, Verônica Vale de Barros

APRESENTAÇÃO: Sífilis é doença infecciosa sistêmica causada pelo vírus Treponema pallidum. Tal patologia possui como principal via de transmissão o contato sexual, sendo transmitido, também, verticalmente para o feto durante o período gestacional da mãe com sífilis quando o tratamento não foi realizado ou demonstra ineficácia; além disso, pode ser veiculada por transfusão sanguínea. Sinais e sintomas da sífilis se apresentam de forma variável e complexa. Quando não é tratada de forma correta há a possibilidade de evoluir para as formas mais graves, podendo comprometer os sistemas nervoso, cardiovascular e gastrointestinal. A doença em questão pode ser diagnosticada através dos testes rápidos, os quais são métodos práticos e confiáveis na detecção rápida e eficaz da Sífilis. OBJETIVO: Apresentar a importância do uso do teste rápido como tecnologia dura aplicada na pesquisa de sífilis. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um levantamento bibliográfico, estudo de cunho descritivo-qualitativo realizado por buscas de artigos científicos no banco de dados Google Acadêmico para avaliar o conhecimento já existente e sintetizar o mais relevante acerca da temática em questão. RESULTADOS: Constatou-se que a realização do teste rápido para Sífilis se apresenta de extrema importância, pelos testes rápidos se caracterizarem como um diagnóstico de maior disponibilidade, sendo barato, eficiente e rápido. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo evidencia que a implementação de testes rápidos para detecção de Sífilis, configura-se em uma tecnologia dura, muito eficaz para diagnosticar essa doença de forma mais veloz e assim antecipar o tratamento da mesma, aumentando a probabilidade de cura e/ou diminuição das lesões. 

1798 O USO DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS PARA O ALÍVIO DA DOR DO PARTO
GRACIANA de Sousa LOPES, Deiziane Lima SILVA, Luciana Barros de Lima Matuchewski, Anny Wanessa dos Santos Nogueira, Monike Emyline Andrade Rodrigues, Deborah Cristina Pinheiro da Silva, Erika Juliane Mendonça de Lima, Mirélia de Araúo Rodrigues de Araúo

O USO DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS PARA O ALÍVIO DA DOR DO PARTO

Autores: GRACIANA de Sousa LOPES, Deiziane Lima SILVA, Luciana Barros de Lima Matuchewski, Anny Wanessa dos Santos Nogueira, Monike Emyline Andrade Rodrigues, Deborah Cristina Pinheiro da Silva, Erika Juliane Mendonça de Lima, Mirélia de Araúo Rodrigues de Araúo

Apresentação: O parto é um evento natural e biológico, portanto é necessário que se transmita esse entendimento a parturiente, pois as dores e contrações são componentes integrantes durante o nascimento. Para isso é de fundamental importância da realização com a parturiente dos métodos de alívio da dor, com a finalidade de proporcionar uma melhor vivência na experiência do parto. A assistência ao parto humanizado é o mesmo que respeitar a mulher como um ser humano individual, em um momento ímpar da sua vida no qual que requer uma atenção especial. Bem como expressa também um respeito ao novo ser humano que está a chegar e seu direito em receber a melhor assistência para um nascimento saudável, tranquilo e sem traumas. A dor do trabalho de parto é a principal queixa das parturientes, sendo um medo que as acompanha ao longo do período gestacional até que esta inicie o processo de parturição, fato que na maioria das vezes torna um momento tão único e especial em uma experiência desagradável, muitas vezes até traumática, podendo levá-las a optar por realizar uma cesariana desnecessária. Para os profissionais de saúde o método de alívio da dor torna- se uma oportunidade de colocar seu conhecimento em prática, intervindo e minimizando essa dor, proporcionando o bem estar da grávida. A dor é uma percepção individual que ocasiona alterações tanto psicológicas como biológicas às parturientes, logo definir e esclarecer a forma como a gestante pretende dar à luz torna-se um fato bastante questionável em razão do medo desses gestantes e dos próprios profissionais de saúde que associam a dor ao um leque de medicamentos existentes que se não curam à elimina. Entretanto a dor não está ligada somente a uma sensação física e em virtude disto os métodos naturais para o alívio da tal tornam-se considerais e favoráveis. Objetivo: Descrever os benefícios da aplicação dos métodos não farmacológicos no alívio da dor no trabalho de parto, de acordo com a literatura científica. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura. As buscas dos artigos científicos foram realizadas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino- Americana em Ciências da Saúde (LILACS). Elegibilidade: Foram selecionados artigos científicos realizados no Brasil, em língua portuguesa, que foram publicados no período de 2007 a 2017, aqueles que respondiam aos objetivos geral e específicos do estudo e artigos disponíveis gratuitamente e na íntegra. Inelegibilidade: Foram excluídos artigos científicos realizados em países estrangeiros, em língua estrangeira, os que foram publicados anterior ao ano e 2007, que não respondiam aos objetivos do trabalho. Resultados e/ou impactos: Os principais métodos não farmacológico utilizados para o alívio da dor do parto são: a bola Suíça que vem sendo bastante utilizado pelas as equipes multiprofissionais, pois proporciona benefícios para a gestante em seu processo de parturição. A utilização desse método vem com o objetivo de acelerar essa progressão no trabalho de parto e sendo assim uma das técnicas mais bem aceita durante a gestação, que não causam muitos gastos e é de fácil manuseio. A bola é mais indicada quando a dilatação da parturiente atingir ao menos 4 cm até atingir um resultado satisfatório. A Deambulação que deve ser estimulada principalmente na fase ativa do parto, o que foi possível comprovar através de uma pesquisa de campo, onde verificou-se que entre as primigestas que chegavam aos 5 cm de dilatação, as que haviam deambulado mais relatavam um escore de dor mais alto, concluindo-se que esse aumento da sensação dolorosa é concomitante com a deambulação prolongada, visto que essa ação faz com que ocorra uma facilitação do encaixe da apresentação fetal, o mesmo supõe que o escore de dor aumentado está relacionado a este fator. O Exercício de respiração (Respiração diafragmática) que tem como objetivo diminuir a dor e favorecer as condições de saturação sanguínea da mãe (especificamente de O2). A maioria dos exercícios respiratórios não anulam a dor mas ajudam na redução desta sensação dolorosa, além da diminuição da ansiedade. A respiração diafragmática, realizada de forma lenta e profunda é um dos tipos utilizados para a diminuição da dor no trabalho de parto. A Hidroterapia que é uma das técnicas instituídas no período do pré parto tal método é o mais adequado para a situação gravídica, pois tem como característica reduzir a dor de intensidade leve e moderada, visto que a pressão hidrostática, diminui tal intensidade. Trata-se de uma técnica não invasiva de estimulação cutânea de calor superficial que associada a intensidade e tempo de aplicação, produz efeito local, regional e geral e dessa forma apresenta-se como tratamento complementar e alternativo para a prática obstétrica. Presença do acompanhante onde a atenção nesse momento deve partir da compreensão de que o parto é um momento único e de grande amplitude emocional e física, no qual os fatores fisiológicos, sociais, culturais e psicológicos estão relacionados ao longo do trabalho de parto, é neste momento que a parturiente ira conhecer diversos tipos de sentimentos e sensações, necessitando de apoio emocional, onde a presença de um acompanhante para amparo e segurança da parturiente ou de um apoio firme à sua frente são fundamentais, o que é regulamentado de acordo com a Lei Nº 11.108, de 7 de abril de 2005 os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde, “da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato”, assim há a necessidade de se trabalhar com os profissionais da saúde uma atenção direcionada também ao acompanhante, esclarecendo dúvidas e prestando um atendimento cada vez mais humanizado e integral. Considerações finais: As principais contribuições deste estudo é fornecer a profissionais e estudantes da área da saúde um subsídio para adquirir conhecimentos pertinente aos métodos não farmacológicos utilizados durante o todo o processo de parturição, que ao nosso ponto de vista é bastante relevante no sentido de contribuir para a humanização do nascimento, para uma assistência de qualidade voltada para as necessidades das parturientes visando também aumentar os níveis de satisfação das mesmas em relação à assistência que lhes foi prestada durante o trabalho de parto.