101: Debates sobre sobre as percepções e representações sociais em saúde
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 02 Sala 05 - Guariba    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
2058 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE PORTADOR DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO APLICANDO O ARCO DE MAGUEREZ
Iza Belle Gomes Rodrigues, Aline Mendes Cardoso, Larisse Oliveira Bezerra, Suely Viana da Silva, Vinícius Nalbert da Conceição Santos, Glauciney Pereira Gomes, Valney Mara Gomes Conde

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE PORTADOR DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO APLICANDO O ARCO DE MAGUEREZ

Autores: Iza Belle Gomes Rodrigues, Aline Mendes Cardoso, Larisse Oliveira Bezerra, Suely Viana da Silva, Vinícius Nalbert da Conceição Santos, Glauciney Pereira Gomes, Valney Mara Gomes Conde

Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória, crônica, multissistêmica, de causa desconhecida e natureza autoimune, na qual ocorre lesão intercedida por anticorpos e complexos imunes contra órgãos, tecidos e células. Sua etiologia ainda não foi totalmente conhecida, porém entende-se da importante combinação de fatores genéticos, ambientais, hormonais e infecciosos para o surgimento da doença. O LES pode atingir indivíduos de ambos os sexos, de todas as idades e de qualquer grupo étnico, porém encontra-se de 9 a 10 vezes mais presente em mulheres durante a idade reprodutiva, por volta dos 20 ou 30 anos.  Objetivo: Aplicar assistência de enfermagem a um paciente acometido por LES, além de reunir informações sobre os problemas e necessidades do pacientes e proporcionar um maior conhecimento sobre a patologia. Metodologia: Utilizou-se da trajetória metodológica segundo a Metodologia da Problematização (MP), com base no Arco de Maguerez (AMz). Para isso foi utilizado a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em um paciente acometido por LES no setor da clínica médica de um hospital público do município de Santarém-PA, tomando como base as Necessidades Humanas Básicas – NBH de Wanda Horta e a taxonomia NANDA-NIC-NOC (2015).  Resultados: Com base nas etapas do AMz juntamente com a SAE foi possível observar e relacionar os problemas encontrados no paciente selecionado, onde evidenciou-se os diagnósticos como dor aguda, deambulação, mobilidade prejudicada e risco de infecção. Observou-se um sincronismo nas etapas da Assistência onde as hipóteses de soluções utilizadas da NANDA-NIC-NOC, possibilitou ao o aluno diagnosticar, intervir e avaliar sinais/sintomas, fatores de risco, fatores relacionados à saúde dos indivíduos utilizando uma linguagem padronizadas. Quanto à modificação da realidade foram empregadas algumas intervenções ao paciente orientações utilizando um folder que abordou diversas temáticas relacionadas ao LES. Considerações finais: A partir das atividades desenvolvidas, utilizar o Arco de Maguerez juntamente com SAE nas Atividades Integradas em Saúde foi uma experiência singular, pois realizar intervenções assistenciais e educativas ao paciente com LES baseado na taxonomia NANDA-NIC-NOC, foi uma excelente estratégia, uma vez que proporcionou espaço de vivência da realidade e construção de um formação integral, crítica reflexiva e técnico-científica do aluno. No entanto o quadro da paciente e o curto período de tempo impossibilitaram a realização de algumas intervenções de maneira totalmente eficaz (ou mesmo a simples observação das que demandavam um prazo maior), como a mudança de decúbito e mobilização no leito, além de massagens de conforto, uma vez que a presença das dores limitava o desempenho de certos movimentos. Em razão disso, apenas orientações foram repassadas à paciente e sua família acerca da importância da realização de movimentos para melhora de aspectos como circulação sanguínea, bem como a prevenção de úlceras por pressão e atrofia muscular.

1508 O Olhar das Acadêmicas de Enfermagem sobre a Relação Docente e Discente
Ivana Annely Cortez da Fonseca

O Olhar das Acadêmicas de Enfermagem sobre a Relação Docente e Discente

Autores: Ivana Annely Cortez da Fonseca

Este livro nasce da produção coletiva das acadêmicas e professora da disciplina Metodologia do Ensino em Enfermagem. Tal disciplina é ministrada no oitavo período de Enfermagem da União das Escolas Superiores de Rondônia (UNIRON). A proposta surgiu por meio de discussões em rodas de conversas no decorrer da disciplina. Para isso, cada acadêmica se propôs a relatar sua vivência com olhar crítico reflexivo sobre seu processo de formação profissional. O presente livro, O Olhar das Acadêmicas de Enfermagem sobre a Relação Docente e Discente,deseja contribuir como o debate teórico sobre formação de profissionais em enfermagem de nível superior. Esperamos que os textos aqui reunidos possam ser uteis tanto para docentes quanto para discentes, no sentido de ampliarem sua compreensão de questões que são vivenciadas no cotidiano desses seres em formação.

1125 As representações sociais da Educação Física para os atores escolares nas séries iniciais do ensino fundamental
Ingrid Coelho de Jesus, Luana Caroline da Silva Santos, Edna Ferreira Coelho Galvão

As representações sociais da Educação Física para os atores escolares nas séries iniciais do ensino fundamental

Autores: Ingrid Coelho de Jesus, Luana Caroline da Silva Santos, Edna Ferreira Coelho Galvão

O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa qualitativa descritiva, desenvolvida a partir da Teoria da Representação Social. A pesquisa foi realizada com professores, coordenação pedagógica e direção escolar de duas escolas da rede municipal de Santarém-PA, os quais atuavam nas séries iniciais do ensino fundamental. Este estudo é um trabalho de pesquisa realizado no ano de 2017, o qual teve como objetivo conhecer o núcleo central das Representações Sociais dos atores escolares sobre a prática pedagógica da Educação Física na escola. A pesquisa foi realizada em duas escolas municipais de Santarém, localizadas na periferia da cidade. Participaram 20 pessoas: professores de referência das turmas, professores da coordenação pedagógica e direção escolar das escolas selecionadas, sendo 10 participantes de cada escola, correspondendo ao total de pessoas que atuavam nas séries iniciais. Vale ressaltar que todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a pesquisa foi aprovada pelo CEP da UEPA/Santarém sob o nº do CAEE 64387617.2.0000.5168. O instrumento empregado durante a coleta de dados foi o teste de evocação de palavras ou associação livre, onde o participante evoca um número de palavras que define ou caracteriza um objeto. Em seguida solicitou-se que as palavras fossem enumeradas em ordem crescente, considerando o grau de importância, por último, os participantes escolheram dentre as palavras a mais importante e justificaram a escolha. Os resultados foram obtidos mediante a análise de matrizes do software Iramuteq, através do teste denominado análise prototípica, realizado a partir das categorias que surgiram na associação livre de palavras. A associação livre de palavras proferidas pelos participantes apresentou 95 palavras evocadas, sendo 57 diferentes. Para a melhor compreensão dos dados, a partir das palavras estabeleceu-se um dicionário de 17 palavras/categorias, que permitiu a união/organização de todas as palavras evocadas, descrita a seguir: recreação, movimento, socialização, saúde, habilidades motoras, motivação, aprendizado, desenvolvimento, esporte, atividade física, disciplina, lazer, importante, valores, autonomia, interdisciplinaridade, jogos. Para conhecer o núcleo central realizou-se no software Iramuteq a análise prototípica, o qual apresenta um diagrama de quatro quadrantes referentes às representações sociais. O primeiro quadrante (superior esquerdo) apresenta as palavras de alta frequência, que foram evocadas em primeira ordem de apresentação, apontando assim o núcleo central de uma representação, corresponde aquelas representações fortes, fixas, estruturantes da percepção do indivíduo sobre o fenômeno/fato/objeto; o segundo quadrante (superior direito) consiste na periferia mais próxima do núcleo; o terceiro quadrante (inferior esquerdo) denomina-se zona de contraste, são as palavras que tentam chegar ou permanecer no núcleo central; o último quadrante (inferior direito) refere-se à segunda periferia, onde se localizam as palavras mais distantes do núcleo. No primeiro quadrante observa-se o núcleo central, constituído por: movimento e saúde. Na categoria movimento foram agrupadas as palavras: expressão corporal, corpo, físico, dança e corrida. A categoria saúde foi constituída pelas palavras saúde, bem-estar e higiene. Durante muito tempo, o movimento vem sendo considerado o objeto de estudo da Educação Física, sendo o elemento percursor para o surgimento da área, pois o movimentar está presente na humanidade desde os primórdios do tempo, onde em busca da sobrevivência o homem realizava longas caminhas, corridas, saltos, etc. Atualmente ainda se discute sobre o papel da Educação Física na escola, muitos acreditam que seus conteúdos devem ser voltados para o desenvolvimento da saúde e qualidade de vida do aluno, apresenta-se que as práticas corporais devem oferecer subsídios para a aquisição de hábitos saudáveis de alimentação, higiene e atividade corporal, fazendo o aluno entender que a saúde é um direito fundamental para todos. Na primeira periferia da representação destacaram-se com maior frequência as palavras recreação e socialização. Na categoria recreação foram agrupadas as palavras diversão, alegria, dinâmico, brincadeira, descontração, recreação e brincar. A categoria socialização constituiu as seguintes palavras: interação, coletividade, participação, integração, interagir, participação em equipe, socialização e amizade. O recrear evocado pelos participantes está associado à brincadeira e alegria. Neste sentido, a brincadeira na escola assume papel importante no desenvolvimento do aluno. Enquanto disciplina escolar, a recreação na Educação Física não pode ser considerada apenas para passar tempo, ou para a criança liberar energia, por isso, os jogos e as brincadeiras devem estar comprometidos com objetivos que favoreçam o desenvolvimento integral da criança. Na zona de contraste encontram-se as palavras de baixa frequência, mas consideradas importantes pelos participantes: aprendizado e esporte. Na categoria aprendizado estiveram presentes as palavras conhecimento, aprendizado e esperteza. A categoria esporte foi organizada mediante as palavras esporte e jogo de bola. Dentro da escola, a Educação Física se destaca por permitir ao aluno que se movimente através das brincadeiras, jogos e esportes, diferente das outras disciplinas, onde os mesmos ficam sentados apenas lendo e escrevendo. Outra palavra destacada na zona de contraste é o esporte, que geralmente é o conteúdo mais presente nas aulas de Educação Física, principalmente devido ao contexto histórico da área. É uma ferramenta indispensável na educação de crianças e adolescentes, visto que possibilita a construção de valores éticos e morais, a socialização, a cooperação, a solidariedade, a disciplina, entre outros. Tais elementos são fundamentais para a formação integral do indivíduo. O esporte também pode possibilitar exclusão, seleção dos mais habilidosos, alto nível de competição e individualismo, por isso, é importante refletir sobre o modelo aplicado nas aulas, o qual não precisa seguir fielmente as mesmas regras e estratégias criadas pela sociedade. No último quadrante, encontram-se as palavras: desenvolvimento e disciplina, consideradas as representações mais distantes do núcleo e menos importantes. A palavra desenvolvimento foi comentada no quadrante anterior. A categoria disciplina agrupou as palavras regras, comportamento e disciplina, evocados pelos participantes. Definir a Educação Física como instrumento para disciplina, ordem e bom comportamento significa regredir no tempo, significa dizer que a área ainda sofre influência do modelo higienista e militarista, os quais objetivavam corpos fortes, saudáveis e doutrináveis. A partir deste estudo, podemos afirmar que a representação social da Educação Física para os atores escolares está voltada para aspectos do movimento, desenvolvimento motor, socialização. Contudo, demonstram reconhecer o componente curricular na educação básica como essencial na formação integral do aluno, contribuindo significativamente nas séries iniciais para o desenvolvimento da criança, nos aspectos motor, cognitivo e social. Ressaltamos que a importância da Educação Física ainda é associada a função de promover saúde, de “fazer bem para saúde”, uma vez que este termo é encontrado no núcleo central, reforçando o modismo associada à área, que influenciado pela mídia e pela propagação do fitness na sociedade atual apresentam o movimentar-se como fator essencial para prevenção do sedentarismo e capaz de tornar cidadãos saudáveis. Diante do exposto, faz-se necessário intervenções mais efetivas do professor de Educação Física na escola a fim que as representações sociais dos demais profissionais da escola, principalmente aqueles envolvidos com a educação de crianças na primeira fase da educação, compreendam de forma mais abrangente o papel da Educação Física neste segmento. 

1862 Análise do conhecimento de acadêmicos de Medicina a cerca de Práticas Integrativas e Complementares em saúde
Jullyane do Nascimento Garcia, Renata Marques Jacob, Kaique Santana de Oliveira, Maria Clara Nunes de Carvalho, Paula Katharine Correa Nascimento, Jonas Byk

Análise do conhecimento de acadêmicos de Medicina a cerca de Práticas Integrativas e Complementares em saúde

Autores: Jullyane do Nascimento Garcia, Renata Marques Jacob, Kaique Santana de Oliveira, Maria Clara Nunes de Carvalho, Paula Katharine Correa Nascimento, Jonas Byk

As Práticas Integrativas e Complementares caracterizam-se pelo uso de uma linguagem singular e interdisciplinar em prol da promoção, prevenção e recuperação da saúde do indivíduo de forma integral. Em 3 de maio de 2006, foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), instituída pela Portaria 971 GM/MS, essa portaria oficializou a prática de várias formas de terapia no escopo de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo a Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura e Fitoterapia. Recentemente, a Portaria 849 de 27 de Março de 2017 inseriu novas terapias à PNPIC, como Biodança e Shantala. Em um rápido olhar, percebemos que as Instituições de Ensino Superior (IES) não trazem em sua grade curricular uma disciplina que contemple essa nova abordagem. Para mensurar o quanto os acadêmicos de Medicina da Universidade Federal do Amazonas conhecem o alcance de determinadas técnicas inseridas, foi aplicado um questionário aos alunos do primeiro período e a outro grupo formado pelos sétimo e oitavo períodos, em novembro de 2017, com o intuito de comparar o conhecimento dos alunos ao entrar no curso com os alunos próximos da sua integralização. O questionário continha 26 questões sobre Acupuntura, Fitoterapia, Shantala e Biodança. O questionário foi aplicado aos que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados mostram que 80% dos acadêmicos, tanto no início quanto na finalização do curso, não possuem conhecimentos acerca da PNPIC. Outro resultado alarmante mostrou que 90% dos alunos desconheciam sobre a inserção da Shantala e Biodança no atendimento do SUS em 2017. Esses dados mostram a falta de disciplinas que discutam as técnicas durante a formação desses acadêmicos e que provavelmente não saberão o alcance, vantagens e eficácia de cada uma na hora de prescrever condutas aos seus pacientes. Talvez esse problema não seja específico de uma IES e faz-se necessário avaliar outros cursos a nível nacional para se ter uma noção precisa da situação.

2890 CONHECIMENTO SOBRE SANEAMENTO BÁSICO E O RISCO PARA OCORRÊNCIA DE DOENÇAS POR VEÍCULAÇÃO HÍDRICA EM UMA ESCOLA PÚBLICA EM SANTARÉM - PARÁ
Iza Belle Gomes Rodrigues, Aline Mendes Cardoso, Larisse Oliveira Bezerra, Alessandra Conceição Leal, Ianka Carolline da Silva Saldanha, Vinícius Cunha Moreira, Érika Marcilla Sousa de Couto

CONHECIMENTO SOBRE SANEAMENTO BÁSICO E O RISCO PARA OCORRÊNCIA DE DOENÇAS POR VEÍCULAÇÃO HÍDRICA EM UMA ESCOLA PÚBLICA EM SANTARÉM - PARÁ

Autores: Iza Belle Gomes Rodrigues, Aline Mendes Cardoso, Larisse Oliveira Bezerra, Alessandra Conceição Leal, Ianka Carolline da Silva Saldanha, Vinícius Cunha Moreira, Érika Marcilla Sousa de Couto

Introdução: A presença de diversas enfermidades relacionadas à água advém de sua capacidade de carregar um grande número de microrganismos patogênicos que causam impactos à saúde pública. A ocorrência desse tipo de doença pode ser minimizada ou até mesmo evitada mediante a adoção de práticas adequadas de saneamento. A ineficácia ou a ausência desses serviços podem comprometer a água e acarretar malefícios para a população. Nesse contexto, um município que não dispõe de sistemas de tratamento de água, esgotamento sanitário, coleta e manejo adequado do lixo e limpeza urbana, apresenta maior vulnerabilidade para o aparecimento de doenças. Objetivo: identificar o conhecimento de adolescentes de uma escola pública do município de Santarém-PA sobre saneamento básico e sua relação com seu modo de vida e o risco para ocorrência de doenças por veiculação hídrica. Metodologia: Este estudo foi do tipo descritivo com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada através de um questionário fechado, desenvolvido pelos pesquisadores, contendo onze questões sobre os dados sócios demográficos e questões referentes à temática deste estudo, como saneamento básico, doenças de veiculação hídrica, hábitos e relações dos indivíduos com o meio em que vivem. Resultados: A partir dos dados coletados, os participantes do estudo mostraram um considerável conhecimento sobre saneamento básico, assim como qual o principal responsável por promover seus serviços. Ademais, possuíam noção que a ausência dos serviços de saneamento acarreta impactos negativos na qual afetam diretamente a qualidade de vida da sociedade. Além disso, verificou-se a existência de dados parcialmente positivos acerca da temática do lixo, uma vez que, a maioria dos alunos consegue usufruir dos serviços públicos como a coleta e o conhecimento do descarte adequado do lixo. Porém, houve um impasse quanto ao acúmulo desses resíduos sólidos nas ruas dos pesquisados. Referente à água utilizada para consumo, parte significante dos alunos afirmou que ela é proveniente de poço e tratada através de filtração. Porém, desconhecem seu destino final, evidenciando uma deficiência no conhecimento em relação ao esgotamento sanitário. A respeito das doenças de veiculação hídrica, percebeu-se um desconhecimento, por conta de algumas concepções errôneas a respeito de determinadas patologias relacionadas à água. Considerações finais: Tais achados mostram a necessidade de ações educativas voltadas a essa temática entre os adolescentes para formar multiplicadores e com isso prevenir os agravos ocasionados por doenças de veiculação hídrica. Não obstante, é de suma importância que outros estudos sejam realizados com o mesmo foco, objetivando melhorar a compreensão do saneamento básico. A carência e o desiquilíbrio na aplicação dos princípios de saneamento básico comprometem o funcionamento e efetividade de diversos sistemas e favorecem o aparecimento de inúmeros problemas, uma vez que um município que não possui esse serviço público apresenta maior vulnerabilidade ao risco de doenças.

1812 O BANHO NO LEITO NA VISÃO DE ACADÊMICAS EM UM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO NA CIDADE DE MANAUS – AM
Beatriz França Alencar, Bruna Amora Guedes, José Ferreira Fonseca

O BANHO NO LEITO NA VISÃO DE ACADÊMICAS EM UM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO NA CIDADE DE MANAUS – AM

Autores: Beatriz França Alencar, Bruna Amora Guedes, José Ferreira Fonseca

APRESENTAÇÃO: O serviço de emergência hospitalar exibe um cenário com estrutura preparada para atendimentos de baixa à alta complexidade e é caracterizado pela admissão de pacientes críticos, com risco iminente de morte, os quais necessitam de atendimento imediato. Apresentam-se, em sua maioria, com suporte ventilatório, termômetro, oxímetro de pulso, monitoração eletrocardiográfica, capnográfo, sonda nasogástrica, sonda vesical, cateter venoso e central além de, eventualmente, manifestarem lesões por pressão (LP). Sabe-se que o banho no leito é a higienização total ou parcial do corpo realizada nos pacientes em repouso absoluto e restrição de locomoção, ou seja, com algum grau de dependência, que busca proporcionar sensação de conforto e bem-estar. A execução de tal procedimento possibilita a avaliação de mucosas, mobilidade articular, pele e anexos, tônus muscular, além de favorecer a circulação. Todavia, o perfil dos pacientes da emergência torna procedimentos simples, como o banho no leito, em grandes desafios para a equipe de enfermagem. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicas do curso de Enfermagem na rotina de banho no leito na sala de emergência de um hospital público na cidade de Manaus- AM. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência das práticas de cuidados hospitalares da disciplina de Semiologia e Semiotécnica ,com foco no procedimento de banho do leito, realizadas no mês de outubro de 2017 em um serviço de emergência de um hospital da rede pública do município de Manaus. RESULTADOS: Percebeu-se que durante a manipulação do paciente crítico no banho, existem diversos riscos como: instabilidade hemodinâmica, devido ao uso de drogas vasoativas; mudanças drásticas de padrão respiratório; quedas e perda de dispositivos, como sondas. O maior desafio para as discentes foi lidar com circunstâncias atípicas que demandam habilidades e conhecimentos particulares, porém com o auxílio dos professores da disciplina pôde-se encará-las da melhor forma possível, mantendo a humanização no processo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os cuidados de higiene são relevantes para que o paciente se sinta confortável, logo são muito mais que rotinas habituais. Entretanto, no contexto descrito deve-se analisar o quadro clínico do indivíduo para constatar se a realização do banho no leito é favorável ou não. Para as acadêmicas tal oportunidade trouxe diversas reflexões sobre a importância do raciocínio lógico/ clínico para um suporte eficaz, evitando os riscos supramencionados, e também a relevância dos conhecimentos adquiridos das diversas ciências de saúde, que auxiliam na tomada de decisões durante o procedimento. 

2894 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS A RESPEITO DA EDUCAÇÃO CONTINUADA
Cledson de Oliveira Lopes Filho, Felipe Lima dos Santos, Felipe Lima dos Santos, Lilyan Lisboa de Oliveira Saraiva, Lilyan Lisboa de Oliveira Saraiva, Ana Carolina Scarpel Moncaio, Ana Carolina Scarpel Moncaio

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS A RESPEITO DA EDUCAÇÃO CONTINUADA

Autores: Cledson de Oliveira Lopes Filho, Felipe Lima dos Santos, Felipe Lima dos Santos, Lilyan Lisboa de Oliveira Saraiva, Lilyan Lisboa de Oliveira Saraiva, Ana Carolina Scarpel Moncaio, Ana Carolina Scarpel Moncaio

APRESENTAÇÃO As ferramentas educacionais têm recebido bastante atenção na busca por melhoria dos indicadores de qualidade dos serviços hospitalares, como por exemplo, a temática segurança do paciente. No contexto das práticas profissionais, as intervenções educativas têm sido bastante discutidas e aplicadas no próprio ambiente de trabalho, entre elas podemos citar a educação continuada, educação em serviço, educação em saúde e educação permanente. Inserida neste cenário, a pesquisa se torna uma ferramenta fundamental para a colaboração do desenvolvimento deste processo educacional, pois auxilia na qualificação e validação das práticas, transformando e aprimorando novas ideias e possibilitando mudanças necessárias. O objetivo deste estudo foi abordar a concepção de educação continuada, por meio da análise da percepção dos enfermeiros de um hospital de ensino sobre este processo. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Esta pesquisa é de natureza qualitativa, que teve por finalidade a obtenção de dados descritivos e analisar a percepção de 18 enfermeiros assistenciais de um hospital de ensino localizado na cidade de Manaus, Amazonas. A obtenção dos dados foi mediante ao contato direto com os participantes da pesquisa por meio de entrevista semiestruturada e, posteriormente, ocorreu a transcrição do discurso para a análise dos dados. Foi possível compreender as percepções, opiniões e significados sobre a Educação Continuada através do método de Análise de Conteúdo, modalidade temática, a qual organiza, categoriza recortes e palavras presentes no discurso permitindo a elaboração dos temas prevalentes na entrevista. RESULTADOS E/OU IMPACTOS Os dados coletados foram organizados e separados por quatro blocos discursivos, categorizados de acordo com a frequência das respostas obtidas. No início da entrevista buscou-se identificar o perfil sociodemografico dos 18 enfermeiros participantes dos quais, 7 já possuíam experiência como técnico de enfermagem e 11 estavam na primeira experiência profissional. Todavia, maioria já possuía algum tipo de especialização, prevalecendo os especialistas em urgência e emergência, um total de 12 enfermeiros. As demais especializações eram em unidade de terapia infantil, unidade de terapia adulta, obstetrícia, administração hospitalar, auditoria, centro cirúrgico e cardiologia. O tempo de trabalho na instituição, conclusão da graduação e experiência eram muito variáveis e a maioria dos sujeitos eram compostos por mulheres, sendo apenas dois do sexo masculino. “Educação continuada”, “educação em serviço”, “aprimoramento profissional” e “segurança do paciente”, foram os blocos discursivos elaborados, analisados e discutidos. Os enfermeiros foram identificados de E1 a E18. Educação Continuada Quando abordados sobre o tema Educação Continuada, a frequência de recortes que relacionavam Educação Continuada com ATUALIZAÇÃO foi prevalente em maioria dos discursos, o que nos remete, mediante a análise, que a educação é um processo contínuo e dinâmico na construção do conhecimento individual e coletivo. Diante disso, a Educação Continuada torna-se uma ferramenta importante no âmbito hospitalar. [...]nossa área está sempre se atualizando e a gente precisa dessa atualização (E3). [...]. É importante em toda instituição, ... a gente esquece das coisas... E nossa profissão é baseada na ciência, é uma profissão cientifica, então a gente tem que se atualizar sempre (E18). No discurso, tais definições se enquadram no conceito que rege a educação continuada, onde segundo a OPS, o objetivo é proporcionar a atualização e capacitação das pessoas e grupos. O desenvolvimento profissional é uma das abordagens da educação continuada, que proporciona o aprimoramento profissional, treinamento, cursos e palestras, fundamentados cientificamente e ministrados por profissionais qualificados para a tarefa. Educação em Serviço Por educação em serviço, compreendem-se ações educacionais dentro do ambiente de trabalho, que se relacionam com os interesses da instituição e buscam eficácia na assistência ao paciente. Foi possível identificar nos discursos, que os enfermeiros relacionam as atividades educativas como responsabilidade de um setor específico do hospital, que consiste em planejar ações e executá-las com o objetivo de garantir a atualização dos funcionários relacionada às ciências da saúde. [...] Eu acho de extrema importância e o hospital... Sempre tem aqui palestras, mini cursos (E1). [...] São interessantes, mas eu acho que... É mais a teórica, aquela aula de slide. Acho que se tivesse uma prática seria mais interessante (E9). Os enfermeiros demonstram interesse em participar das atividades e palestras propostas pelo setor de educação continuada, permitindo a qualificação no próprio ambiente de trabalho, que é a proposta da educação em serviço. Diante dos argumentos, acredita-se que a execução de ações educativas como palestras e cursos não são suficientes e atrativas, é necessário um planejamento e elaboração a partir de problemas potencias encontrados na equipe e rotina do serviço. Aprimoramento Profissional Um dos sentidos que compõe o termo educação continuada é o aprimoramento profissional. É perceptível que os enfermeiros abordados atrelam o termo a treinamentos, minicursos e palestras na busca atualizações e mudanças tanto individuais quanto coletivas, estas concepções estão inseridas nas abordagens de educação continuada. [...] então, eu percebo que infelizmente na área da saúde são poucas as pessoas que se dispõem a essas capacitações, a essas reciclagens... é interesse do profissional de ir atrás, mas se tem o serviço de educação continuada no hospital, sim, tem o seu compromisso também de oferecer estas questões (E1). Desenvolver e aprimorar as habilidades cognitivas faz parte do princípio evolutivo do indivíduo que busca constantemente acompanhar e adaptar-se às constantes mudanças ao seu redor. As práticas educativas estimulam o crescimento profissional, já que o meio científico não é estático e diante desta dinâmica os profissionais expressam os resultados das ações educativas dentro do serviço. Segurança do Paciente O tema segurança do paciente tem sido alvo de abordagem em muitas discussões, levando em consideração que no ambiente hospitalar o cliente está suscetível a redução e/ou atenuação de atos que culminam no emprego de boas práticas com a intenção de ter bons resultados. Isso tudo depende da perícia dos procedimentos realizados. Durante a entrevista os enfermeiros foram questionados se realizavam com sua equipe alguma atividade educativa e as respostas foram as seguintes: [...] sempre trago o computador, sempre falo alguma coisasinha com eles, mostro alguma coisa, duvida de eletro essas coisas assim bem básicas (E18). Os enfermeiros relataram episódios comuns na rotina hospitalar, onde os componentes da equipe realizavam a troca de informações em busca de capacitação para um trabalho específico visando adquirir, cumprir e aumentar sua competência. Estas ações não só possibilitam eliminação de dúvidas que culminam em procedimentos técnicos inadequados, como melhora a qualidade da assistência, a acreditação hospitalar e estreita os laços afetivos e melhora o relacionamento entre a equipe profissional. CONSIDERAÇÃO FINAIS Concluímos que a maioria dos profissionais reconhece e participa das atividades educativas no âmbito hospitalar; no entanto, uma parcela pequena, porém significativa, relata que as intervenções e atividades são insuficiente ou não são atrativas. Observamos que o setor de educação continuada disponibiliza minicursos e palestras, no entanto há a necessidade de maior planejamento. Além disso, poucos enfermeiros se disponibilizavam a realizar alguma medida educativa para atualização de sua equipe, isto nos mostra um risco potencial para a segurança do paciente, o objeto do cuidado. Esta situação demonstra que para a melhoria do serviço, não basta apenas a divulgação de palestras aleatórias, é necessário uma investigação e levantamento das problemáticas dos serviços com atenção destinada a um público alvo. Vale ressaltar a necessidade de incentivos ao enfermeiro como profissional educador de sua equipe a fim de garantir um serviço de enfermagem com qualidade.

3003 CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA ATENÇÃO À SAÚDE DAS MULHERES
Priscylla Helena Alencar Falcão Sobral, Edméia de Almeida Cardoso Coelho, Mariza Silva Almeida, Nadja Maria dos Santos, Luciana Pessoa Maciel Diniz, Roxana Braga de Andrade Teles, Kelle Caroline Filgueira da Silva, Juliana Freitas Campos

CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA ATENÇÃO À SAÚDE DAS MULHERES

Autores: Priscylla Helena Alencar Falcão Sobral, Edméia de Almeida Cardoso Coelho, Mariza Silva Almeida, Nadja Maria dos Santos, Luciana Pessoa Maciel Diniz, Roxana Braga de Andrade Teles, Kelle Caroline Filgueira da Silva, Juliana Freitas Campos

Apresentação: A educação em saúde é proposta como um dos eixos a nortear as práticas de saúde com perspectiva de reorientar o cuidado à mulher na Estratégia Saúde da Família (ESF). Experiências empíricas com usuárias da ESF mostram que limitações para práticas educativas sistemáticas sempre existiram. A falta de espaços de escuta e reflexão com os diversos grupos, seja por dificuldades inerentes ao processo de trabalho, seja por indisponibilidade profissional, é motivo de constante inquietação e contribui para a manutenção da cultura biomédica nos serviços de saúde. A pesquisa teve como objetivos conhecer concepções e práticas de profissionais da ESF sobre educação em saúde na atenção à mulher e analisar os relatos sob o enfoque da integralidade. Desenvolvimento do trabalho: estudo exploratório, qualitativo, com participação de 14 profissionais da ESF de município no sertão do Estado de Pernambuco, Brasil, no período de Outubro de 2014 a Dezembro de 2015. O material empírico foi produzido por meio de Oficina de Reflexão, desenvolvida pelas etapas: apresentação e integração; desenvolvimento do tema; socialização das experiências; síntese; avaliação; descontração e relaxamento. Utilizou-se um gravador de voz para registro dos discursos e o material produzido foi tratado e analisado pela técnica de Análise de Discurso por Fiorin. Resultados: na realidade estudada, ações educativas participativas não encontram espaço nas práticas de saúde direcionadas às mulheres e sua inexistência parece não afetar o modelo que sustenta o serviço. Quando elas existem, orientam-se pelo paradigma dominante com prioridade para ações de cunho informativo, cuja metodologia principal é a palestra. As relações de poder são evidentes nas estratégias utilizadas, visto que meios coercitivos são usados para garantir o trabalho educativo coletivo, o que se distancia da proposta de integralidade. A análise dos discursos evidencia que tem sido negligenciado o acolhimento das demandas mais subjetivas das usuárias, com desenvolvimento de práticas que desconsideram a complexidade e a diversidade de demandas e o contexto em que são geradas. Essa proposta de trabalho tem sido rejeitada pelas mulheres, em clara demonstração de que o modelo convencional não tem atendido suas necessidades. Considerações finais: O modelo tradicional de educação em saúde tem inviabilizado o trabalho educativo emancipatório e participativo, distanciando o cuidado às mulheres da integralidade na realidade estudada. A superação da cultura médico assistencial constitui desafio primordial à transformação desse cenário. Ações como investimento da gestão em educação permanente, na melhoria da estrutura física, parcerias com a comunidade, disponibilidade e mobilização profissional e da gestão, buscando soluções conjuntas para as dificuldades encontradas, seriam uma forma de compromisso com o trabalho educativo que priorize metodologias ativas na perspectiva da integralidade, e também com as competências gerais requeridas à complexidade do trabalho na atenção primária.

469 REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NO ENSINO: PERSPECTIVAS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
ADRIANE DAS NEVES SILVA, CYNTHIA DAS NEVES SILVA, REGINA COELI SOUZA E SILVA, SOLANGE DAS NEVES SILVA

REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NO ENSINO: PERSPECTIVAS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Autores: ADRIANE DAS NEVES SILVA, CYNTHIA DAS NEVES SILVA, REGINA COELI SOUZA E SILVA, SOLANGE DAS NEVES SILVA

Apresentação: Nos últimos anos a saúde da população LGBT tem sido muito discutida, passando a ter mais visibilidade e provocando mudanças significativas nos espaços de trabalho, exigindo dos profissionais atualização constante de saberes, que possibilite o desenvolvimento de atitude crítico-reflexiva, diminuindo as práticas de enfermagem impregnadas de estereótipos, mudando a visão de binarismos, e efetivando práticas humanizadoras. A Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) é uma iniciativa para a construção de mais equidade no SUS. O compromisso do Ministério da Saúde com a redução das desigualdades constitui uma das bases do Programa Mais Saúde – Direito de Todos – (BRASIL, 2008). Em seus nove artigos, indica as responsabilidades de cada esfera de gestão (federal, estadual e municipal) para execução de ações que tenham por finalidade a garantia do direito constitucional à saúde pela população LGBT com qualidade, acolhimento e humanização (BRASIL, 2013). Esta política está embasada nos princípios assegurados na Constituição Federal de 1988 (CF/88), que garantem a cidadania e dignidade da pessoa humana (Brasil, 1988, art. 1.º, inc. II e III), reforçados no objetivo fundamental da República Federativa do Brasil de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (Brasil, 1988, art. 3.º, inc. IV). Porém, no cotidiano das unidades de saúde esse direito tem sido negado a essa população seja por preconceito, falta de conhecimento e abordagem insuficiente do tema, mantendo modelos fragmentados no atendimento à população LGBT e demonstrando o distanciamento dos princípios de integralidade e equidade no SUS.  Objetivo: investigar as representações de profissionais de enfermagem sobre o conhecimento da saúde da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) durante sua formação e reflexão da atual conjuntura da saúde LGBT. Método: refere-se a um estudo descritivo exploratório, no sentido de buscar informações sobre a pesquisa, análise e interpretação do material coletado, com abordagem qualitativa, onde as realidades construídas pelos participantes serão retratadas, com base em suas experiências, relações sociais e culturais. A pesquisa utilizou 63 profissionais de enfermagem, sendo aplicado a estes um questionário, com questões abertas e fechadas, a serem respondidas pelos participantes. Sendo realizado a análise de conteúdo por categorização, que segundo Bardin (2009 p. 33) é um conjunto de técnicas de análise das comunicações. Da análise feita das respostas nos questionários, emergiram duas categorias: ausência da abordagem no currículo de enfermagem e/ou a abordagem superficial de sexualidade, gênero e diversidade e; inclusão da Política LGBT no ensino das Políticas de Saúde nos cursos de enfermagem. Resultados: sobre a abordagem e/ou abordagem superficial no ensino 84,1% dos profissionais ressaltam não ter sido abordado, e não se consideram preparados para lidar com as demandas apresentadas pela população. Quanto a inclusão da política no ensino, 79,4% consideram importante a inserção na grade da disciplina de saúde coletiva, no que diz respeito ao tema políticas de saúde, 12,7% não consideram necessária e 7,9% colocam que talvez seja importante. Discussão: A demanda da população LGBT vêm crescente no cotidiano das unidades de saúde, sendo necessário o preparo das equipes de saúde para o acolhimento desse grupo específico. O atendimento a essa população ainda é inviabilizado, sendo a política LGBT uma política transversal, ela perpassa pelas marcas de discriminação e exclusão, e essas questões precisam ser superadas nos serviços de saúde, efetivando os processos relacionados à saúde e doença. Ao reconhecer as diferenças existentes nessa população, precisamos pensar nas particularidades existentes em cada grupo na discussão e implementação da política LGBT. Do ponto de vista da superação dos preconceitos sociais enfrentadas, percebe-se que as políticas públicas direcionadas a população LGBT, perpassa por disputas políticas, entre os conservadores e ativistas dos direitos sexuais. E no campo da produção de conhecimentos, é incipiente ainda a construção, apesar da grande preocupação de muitos pesquisadores com as questões que permeiam esse campo. Quanto as escolas que formam profissionais de enfermagem, é emergente a necessidade de incluir temas de saúde da população LGBT, diversidade e gênero na perspectiva de práticas de ensino na perspectiva dos direitos humanos, para desconstruir o racismo existente e desenvolva uma visão multicultural de saúde. Considerações finais: é visível a necessidade da inserção no currículo escolar, em especial nos cursos da saúde de temas como direitos humanos, sexualidade e diversidade. Além de reestruturação de serviços, rotinas e procedimentos na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de superar o preconceito e a discriminação, que requer mudanças individuais e coletivas, que se baseiam no respeito às diferenças e que proporcione um atendimento integral nos serviços de saúde. Bibliográficas BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 5ª ed. Portugal: Edições 70, Ltda, 2009. BRASIL. I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Direitos Humanos e Políticas Públicas: o caminho para garantir a cidadania GLBT. Brasília 2008. ___________. Plano Operativo da Política Nacional de Saúde Integral LGBT. CONASS. Nota técnica. 2011 ___________. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. 1ª Edição. Brasília, 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf.  Acesso: 22 de setembro de 2017. ___________. Plano Operativo da Política Nacional de Saúde Integral LGBT. CONASS. Nota técnica. 2011 ___________. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. 1ª Edição. Brasília, 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf.  Acesso: 22 de setembro de 2017.

1268 O conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre cuidados relacionados à prevenção de Lesão de por pressão
EURINETE Catarina GUIMARAES DA SILVA, Rizioleia Marina Pinheiro Pina, Sandra Marina Gonçalves Bezerra

O conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre cuidados relacionados à prevenção de Lesão de por pressão

Autores: EURINETE Catarina GUIMARAES DA SILVA, Rizioleia Marina Pinheiro Pina, Sandra Marina Gonçalves Bezerra

A lesão por pressão (LPP) é uma ferida localizada na pele e/ou tecido subjacente, constitui-se como problema de saude pública e evitaveis com cuidados efetivos e ações preventivas. Objetivo deste estudo foi analisar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca da prevenção e tratamento de LPP.Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa. O cenário desta investigação foi um Hospital de média complexidade em um município do Estado do Maranhão, tendo como participantes desse estudo 20 profissionais de enfermagem que atuavam nos serviços de clínica médica e cirúrgica, sendo dez enfermeiros e dez técnicos de enfermagem. Os dados foram coletados em novembros de 2016. Para a obtenção dos dados utilizou-se a entrevista semiestruturada com utilização de gravador para manutenção da integridade das falas, após transcrição na integra as mesmas foram submetidas à análise de conteúdo na perspectiva de Bardin. Resultado: Foram elencadas as categorias: “O conhecimento e prática dos profissionais de enfermagem sobre tratamento de LPP”, que mostrou que embora os profissionais de enfermagem possuam conhecimentos relacionados a prevenção de LPP, ainda percebe-se ações pouco efetivas e escassez de cuidados preventivos baseados em evidencias científicas. “Saberes e práticas limitados às demandas diárias”, “Conhecimentos atuais sobre os tratamentos de LPP”, desvelando que os conhecimentos dos profissionais de enfermagem, estão limitados às demandas diárias, sobrecarga de trabalho, falta de recursos humanos e materiais. O conhecimento dos profissionais de enfermagem relacionados à prevenção e tratamento de LPP é superficial, sendo necessário a ampliação de práticas de cuidados baseadas em evidencias cientificas a fim de assegurar a integridade física dos clientes assistidos. A ausência de protocolos institucionais que direcionem os profissionais à ações seguras capazes de minimizar agravos ao clientes foram identificadas na Instituição estudada, o que corrobora com a importância de que políticas de capacitação e incentivo aos profissionais de saúde, sejam implantadas e implementadas a fim de minimizar agravos. .

2660 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS SOBRE ATIVIDADES EDUCATIVAS E MANEJO DOS PACIENTES COM TUBERCULOSE
Cledson de Oliveira Lopes Filho, Felipe Lima dos Santos, Felipe Lima dos Santos, Lilyan Lisboa de Oliveira Saraiva, Lilyan Lisboa de Oliveira Saraiva, Ana Carolina Scarpel Moncaio, Ana Carolina Scarpel Moncaio

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS SOBRE ATIVIDADES EDUCATIVAS E MANEJO DOS PACIENTES COM TUBERCULOSE

Autores: Cledson de Oliveira Lopes Filho, Felipe Lima dos Santos, Felipe Lima dos Santos, Lilyan Lisboa de Oliveira Saraiva, Lilyan Lisboa de Oliveira Saraiva, Ana Carolina Scarpel Moncaio, Ana Carolina Scarpel Moncaio

APRESENTAÇÃO No século XXI a tuberculose ainda é considerada um problema de saúde pública em potencial, com índices de incidência e mortalidade elevados. Dados históricos revelam que a tuberculose é uma moléstia tão antiga quanto a humanidade e, que por muitos anos, foi estigma de exclusão social para morte física e moral do indivíduo adoecido. Atualmente, as taxas de incidência e mortalidade por tuberculose demostraram uma redução significativa, embora ainda seja considerada como um grave problema de saúde no Brasil e em países em desenvolvimento. Mesmo com os avanços nos métodos de tratamento e cura da doença, maior conhecimento científico sobre a transmissão da tuberculose e fácil acesso a unidades de saúdes que oferecem diagnósticos e tratamento, os dados epidemiológicos apontam para 10,5 milhões de pessoas notificadas e 1,5 milhão de mortes confirmadas somente em 2015, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 69 mil pessoas adoeceram com tuberculose e 4,5 mil morreram de tuberculose em 2015. Apesar dos valores elevados, a incidência de tuberculose no Brasil reduziu de 42,7 em 2001 para 34,2 casos por 100 mil habitantes em 2014. A criação de estratégias e metas por meio da Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT), com o objetivo de acabar com a tuberculose como problema de saúde pública no Brasil, tendo por meta menos de 10 casos por 100 mil habitantes e 1 óbito por 100 mil habitantes, até o ano de 2035. O ponto principal do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, é a ênfase a populações mais vulneráveis e grupos de risco, considerando seus aspectos sociais que determinam os indicadores de cura e formas resistentes. O Plano define pilares, objetivos e estratégias que sirvam de suporte para os programas e ações no controle da tuberculose para a construção dos trabalhos considerando suas competências. O estado do Amazonas apresenta uma das maiores incidências de tuberculose, caracterizando um grave problema de saúde estadual e nacional. Isto reforça a necessidades de políticas educacionais e de aprimoramento para os profissionais que atuam nos níveis de atenção à saúde, a partir desta concepção, a Educação Continuada torna-se ferramenta primordial nos serviços de saúde. Com isso, esta pesquisa teve por objetivo analisar a percepção dos enfermeiros sobre educação continuada na temática da tuberculose. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Esta pesquisa é de natureza qualitativa que tem como finalidade a compreensão do tema abordado por meio da obtenção de dados descritivos e análise do material a partir da óptica de 18 enfermeiros, citados de E01 a E18, de um hospital de ensino localizado na cidade de Manaus, Amazonas. A obtenção dos dados foi mediante ao contato direto com os participantes da pesquisa por meio de entrevista, posteriormente, ocorreu a transcrição do discurso para a análise dos dados. Foi possível compreender as percepções, opiniões e significados sobre Educação Continuada na temática da Tuberculose e ações de enfermagem frente ao paciente adoecido através do método de Análise de Conteúdo, modalidade temática, que organiza, categoriza recortes e palavras presente no discurso permitindo a elaboração dos temas prevalentes na entrevista. RESULTADOS E/OU IMPACTOS Educação Continuada sobre Tuberculose. A maioria dos enfermeiros demonstraram desconhecimento sobre atividades de Educação Continuada no âmbito hospitalar pertinentes à tuberculose, destacando a necessidade de maior suporte do setor para a realização de aprimoramento e capacitação. [....] Te confesso que eu não vejo nada... não vi nenhum tipo de (gaguejando) chamada, de apelo, de cuidado, de informação. (E01). Pôde-se verificar que maioria dos profissionais não receberam nenhuma atividade educativa sobre tuberculose, este evento infere diretamente nos aspectos de qualidade assistencial e acreditação hospitalar. Nesta perspectiva, destaca-se a importância da construção de caminhos e estratégias que conduzam ao desenvolvimento técnico e científico no manejo dos pacientes com tuberculose. Os dados epidemiológicos apontam a tuberculose com um grave problema de saúde do Amazonas. No entanto, constatou-se que alguns enfermeiros desconheciam até os dados epidemiológicos divulgados pelo Ministério da Saúde. [...] Incidência? (de tuberculose no Amazonas) ... É... esses dados aí eu não conheço. (E08) Isso tudo culmina em determinantes para o aumento da incidência de tuberculose no estado, apesar do Plano Nacional está baseado em três pilares, onde um deles possui o objetivo de intensificar a pesquisa e inovação, a divulgação dos resultados não foram suficientes para alcançar todos os profissionais da saúde. Diante deste cenário, é possível estimar que em outros serviços de saúde os profissionais da saúde também desconheçam que o estado enfrenta um grave problema de saúde pública. Contudo, o relato de alguns participantes aponta para práticas educativas existentes em um momento recente. [...] Tivemos várias palestras sim, até então porque a gente tinha um...um.. uma clínica aqui embaixo que funcionava a respeito da tuberculose, de doenças. (E10) [...] Eles... Eles palestram sobre a doença pra gente. A última informação que a gente teve aqui foi os isolamentos, tipos de isolamentos, que inclusive o respiratório. (E11) Compreende-se que o programa de Educação Continuada não alcança todo o contingente de enfermeiros, visto que uma minoria, relatou a experiência de participar das atividades educativas. Supõe-se que a temática não seja atraente ou a divulgação dos eventos sejam insuficientes. O cuidado de enfermagem no manejo dos pacientes com tuberculose necessita de uma abordagem diferenciada por tratar-se de uma doença infecciosa, que demanda condutas de enfermagem específicas. Nesta linha de pensamento, os enfermeiros foram abordados a respeito sobre as ações de enfermagem frente ao paciente com tuberculose. Ações de Enfermagem Frente ao Paciente com Tuberculose. Devido ao potencial infeccioso e contagioso da tuberculose, medidas de precaução padrão e para aerossóis foram os mais citados pelos enfermeiros. A menção busca de sinais clínicos e laboratoriais foram raras, o que mostra um conhecimento superficial dos enfermeiros sobre o manejo do doente e dependência de outros profissionais para a tomada de decisão. [...]. Então a gente já isolou o paciente, tomou as precações, orienta funcionário, orienta família, quanto as prevenções desse paciente a partir do momento que foi identificado (E03) A conduta de precaução para aerossóis é essencial para quebra da cadeia de transmissão do paciente bacilífero, devido a capacidade infecciosa do bacilo ser viável em ar ambiente por tempo prolongado. Além do isolamento, o uso do equipamento de proteção individual específico é indispensável, neste caso, a máscara N95. Outra medida de intervenção identificada foi a Educação em Saúde prestada ao paciente e acompanhante e até mesmo a Educação Continuada realizada com a equipe de enfermagem pelos próprios enfermeiros. A orientação prestada aos personagens envolvidos no cuidado ao paciente com tuberculose é crucial para a eficácia do tratamento, diminuição dos índices de abandono e quebra da cadeia de transmissão. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo evidenciou a ausência da abordagem de temas referente a tuberculose e ações de enfermagem pouco efetivas, que demonstram insegurança no manejo dos pacientes adoecidos. Diante desses condicionantes, espera-se estratégias educativas mais atrativas para os enfermeiros, a partir da divulgação dos dados epidemiológicos para que os profissionais compreendam que a tuberculose é um problema de saúde pública brasileiro.

1729 FORMAÇÃO MÉDICA PARA A APS: PERCEPÇÕES DE EGRESSOS DA UFC
ANA CAROLINA SOUZA TORRES, Maria Vaulelice Mota, Maria do Socorro de Sousa, Sarah Maria Fraxé Pessoa

FORMAÇÃO MÉDICA PARA A APS: PERCEPÇÕES DE EGRESSOS DA UFC

Autores: ANA CAROLINA SOUZA TORRES, Maria Vaulelice Mota, Maria do Socorro de Sousa, Sarah Maria Fraxé Pessoa

O SUS tem sido incisivo em apontar a necessidade de mudanças no modelo formador em saúde. O amplo reconhecimento da relação entre a formação dos profissionais de saúde e a qualidade da atenção exige o imperativo de formar profissionais de saúde com novos perfis, reorientando a formação para o SUS, para a qualificação da gestão e do controle social. No entanto, isto não tem se traduzido na mudança efetiva dos processos formativos.Refletir sobre as alternativas de aprimoramento dos processos de formação em saúde é de importância incontestável, pois contribui na criação de um perfil profissional com qualidade e resolutividade, o que significa, de um lado, a qualificação dos recursos humanos em saúde, promovendo uma atenção humanizada às necessidades da população, e, de outro, uma maior efetividade aliada a uma redução dos custos do SUS.O estudo teve como objetivo avaliar a formação médica para a APS com base nas percepções de egressos do Curso de Medicina da UFC à luz das Diretrizes Curriculares Nacionais. Vale ressaltar que esse egresso que atuava na APS apresentava capacidade de relacionar sua formação acadêmica com sua experiência nos serviços de saúde. O estudo possibilitou coletar saberes dos egressos médicos que ainda não estavam contemplados no currículo do curso. Esses saberes advindos do “aprender fazendo” na Estratégia de Saúde da Família (ESF) podem ser incluídos pelas Instituições de Ensino Superior (IES) na ressignificação dos processos formativos. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa e teve como cenário a Rede de Atenção Primária em Saúde de Fortaleza. O período em que se desenvolveu o presente estudo foi de setembro de 2015 a junho de 2016. Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram selecionados de acordo com alguns critérios: a conclusão do curso de Medicina na UFC no período de 2003-1 a 2011-2 que abarca os egressos que vivenciaram a transição do currículo antigo para o novo; e a atuação profissional na Estratégia de Saúde da Família (ESF). Do total de 58 egressos médicos da UFC atuantes na APS em Fortaleza, foram contatados pela pesquisadora 42, pois os demais se encontravam em período de férias ou haviam mudado de município de atuação. Desses 42 médicos que foram apresentados à proposta do estudo, apenas 10 se disponibilizaram a participar das entrevistas. Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais gravadas a partir de um roteiro semiestruturado. As percepções dos egressos foram analisadas com base nas proposições das Diretrizes Curriculares Nacionais, remetendo-se sempre a estas, a fim de identificar de que forma estavam (ou não) contempladas neste processo formativo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o parecer 388.536. Realizou-se uma análise das impressões dos egressos médicos da UFC que foram entrevistados acerca do seu processo formativo para atuarem na APS. Buscou-se identificar, a partir do conteúdo de suas falas, as concepções que detêm sobre de que maneira a graduação contribuiu ou não para atuarem na ESF: quais disciplinas do currículo agregaram aspectos importantes à prática médica na APS; que críticas eles elaboraram a respeito da formação que tiveram na graduação; e quais sugestões dariam para o aprimoramento dos processos formativos voltados às necessidades do SUS. A formação médica deve ser pautada no perfil recomendado pelas DCN, a fim de atender às demandas da sociedade, rompendo com o paradigma biomédico. É competência do SUS ordenar a formação dos recursos humanos na saúde, pois, para se aprimorar a educação para o sistema público de saúde, é necessária uma aproximação entre as IES e os serviços de saúde, a fim de articular em conjunto os saberes necessários à formação, numa construção coletiva que alinhe, com as necessidades sociais, o saber-ser, o saber-fazer e o saber-conviver dos profissionais. A partir da análise das percepções dos egressos acerca dos seus processos formativos para atuarem na APS, emergiram alguns nós críticos que envolvem esses processos, bem como sugestões para o aperfeiçoamento da formação médica promovida pela UFC. Os egressos consideraram que as mudanças curriculares adotadas pela IES repercutiram na formação para o SUS, principalmente com a inserção dos discentes no território da APS nas disciplinas do módulo longitudinal de Assistência Básica em Saúde (ABS). Em suas concepções, os egressos apontaram a necessidade de se adequar a pedagogia dos docentes ao módulo de ABS, de modo a se distanciar da educação “bancária” e se aproximar da pedagogia “freireana”, que requer reflexão crítica sobre a prática. Os egressos médicos identificaram como uma dificuldade para a organização e funcionamento adequado do módulo de ABS o fato dos coordenadores das disciplinas não serem especialistas na área da Medicina de Família e Comunidade. Foi sugerido que se buscasse equilibrar esse número de docentes e preceptores com especialização na área em questão. Os egressos consideraram o módulo de ABS descontínuo em relação à inserção dos discentes no território da ESF, alegando que eram inseridos no primeiro semestre e só retornavam à atuação numa UBS semestres depois. A preceptoria médica foi considerada um nó crítico para a formação na APS; e foi apontada, como estratégia de melhoria, a aproximação da UFC com os serviços de saúde, a fim de planejar junto ao serviço as atividades dos discentes, integrando a proposta do currículo às necessidades das equipes de saúde e da comunidade. Essa articulação da IES com os serviços de saúde também deve buscar capacitar os preceptores que estão nas UBS, para que eles conheçam suas atribuições e possam acompanhar e desenvolver atividades com os discentes de forma mais qualificada. Em sua maioria, os médicos entrevistados afirmaram que a UFC os preparou para atuar na APS, principalmente pelas vivências potentes e transformadoras que sua inserção no território da ESF proporcionou. Segundo eles, o território da ESF ressignificou suas concepções acerca do que é atuar na APS, em toda sua diversidade e complexidade. Muitos deles foram afetados e transformados por essa vivência e conseguiram romper com preconceitos e medos que traziam em relação à prática na APS – preconceitos e medos que foram, aos poucos, sendo desconstruídos ao passo que dessas vivências iam se aproximando. O estudo suscitou reflexões acerca da formação dos recursos humanos para o SUS, com suas potencialidades e fragilidades no processo que perpassa o currículo e sua metodologia de ensino, bem como seu diálogo com as orientações das DCN e com o mundo do trabalho, com as necessidades dos cotidianos dos serviços de saúde nos quais esses profissionais estão sendo inseridos. Gerou processos de reflexão-ação objetivando o aprimoramento da formação dos sujeitos implicados com o SUS. Contribuiu para uma proposta transformadora dos processos formativos, a partir do conhecimento, na perspectiva dos segmentos do ensino, do serviço e da gestão, de como ocorrem estes processos, quais os pontos fortes e os obstáculos a serem superados visando melhor o desempenho das instituições formadoras como indutoras de mudanças no sentido de continuar e fortalecer a construção do SUS.

1308 Método Canguru: Uma Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso
EURINETE CATARINA GUIMARAES DA SILVA, JOSÉ RIBAMAR ROSS

Método Canguru: Uma Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso

Autores: EURINETE CATARINA GUIMARAES DA SILVA, JOSÉ RIBAMAR ROSS

No Brasil, desde o início da década de 1990, a Mortalidade Neonatal passou a ser o principal componente da Mortalidade Infantil, em função, principalmente, da redução proporcional de óbitos pós-neonatais e da manutenção do componente neonatal precoce. O objetivo desta pesquisa foi identificar os benefícios do Método Mãe Canguru (MMC) na assistência ao recém-nascido de baixo peso. O método de revisão integrativa da literatura busca responder à seguinte questão: “Quais as evidências encontradas na literatura sobre os benefícios do método Mãe Canguru?”. As buscas abrangem as publicações do período de 2001 e 2012 nas bases eletrônicas de dados: LILACS, SCIELO e BIREME. A literatura da pesquisa aponta para a redução dos gastos com internação e o uso de tecnologias de alto custo para atingir a alta, assim, usamos artigos de humanização relacionados a este método. A mudança na forma do cuidado neonatal proposta pelo Método Canguru está baseada em quatro fundamentos básicos: acolhimento do bebê e sua família; respeito às individualidades; promoção do contato pele a pele o mais precoce possível; envolvimento da mãe nos cuidados do bebê. A adoção da estratégia do Método Canguru pode ser essencial na promoção de uma mudança institucional na busca da atenção à saúde centrada na humanização da assistência e no princípio de cidadania da família. Hoje, o Método Mãe Canguru se encontra em plena expansão no Brasil e no Mundo. As diferenças socioculturais, econômicas e geográficas têm levado a diferentes objetivos e aplicabilidades. A Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru é, portanto, uma estratégia de qualificação do cuidado pautada na atitude dos profissionais de saúde diante do bebê e de sua família a partir de um conceito de assistência que não se limita ao conhecimento técnico específico. Sob essa perspectiva, ao se proporcionar mais contato entre o bebê e sua mãe, seu pai, irmãos e avós, busca-se construir uma rede social de apoio para a mãe e contribuir para a diminuição dos efeitos negativos da internação neonatal.

4406 ACOLHIMENTO EM SAÚDE BUCAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UNIDADE PRIMÁRIA NO INTERIOR DO CEARÁ
ANA CAROLINA SOUZA TORRES, Iana Sá de Oliveira, Poliana Hilário Magalhães

ACOLHIMENTO EM SAÚDE BUCAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UNIDADE PRIMÁRIA NO INTERIOR DO CEARÁ

Autores: ANA CAROLINA SOUZA TORRES, Iana Sá de Oliveira, Poliana Hilário Magalhães

No contexto da integração ensino-serviço, o acolhimento em saúde bucal foi implementado em 2016, em uma Unidade Básica de Saúde, na cidade de Eusébio-CE, em virtude da necessidade de se organizar o processo de trabalho da odontologia, já que o acolhimento em saúde no âmbito da enfermagem e da medicina já ocorria na unidade desde 2014. Diante do exposto, este trabalho propõe-se a relatar o processo de construção do acolhimento em saúde bucal da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Eusébio. O estudo pretende identificar aspectos organizacionais do serviço no que se refere a distribuição das demandas, eficácia e resolubilidade das necessidades de saúde bucal dos usuários, delinear fluxos de cuidado em saúde bucal na unidade primária e identificar as possibilidades de rearticulação do fluxo de usuários dentro da rede de atenção. O estudo trata-se de relato de experiência elaborado por uma cirurgiã dentista residente da Escola de Saúde Pública do Ceará, em atividades de pós-graduação em serviço. A pesquisa desenvolveu-se no período de maio a dezembro de 2016, sendo o cenário do estudo a unidade básica de saúde localizada no bairro Timbu, Eusébio, Ceará. A população de abrangência da unidade corresponde a aproximadamente 3600 pessoas, assistidas por uma equipe de saúde da família composta por uma médica, uma enfermeira e um cirurgião dentista. A equipe de saúde bucal é composta por cirurgião dentista e auxiliar em saúde bucal (ASB) com horários de atendimento divididos em dois turnos (manhã e tarde). A amostra incluída no relato foi constituída por moradores da área de abrangência da Unidade Básica do bairro Timbú, os quais procuravam atendimento odontológico. A parcela excluída era resultante dos indivíduos adscritos a outra Unidade Básica. Os pacientes participantes do acolhimento em saúde bucal eram identificados, utilizando os prontuários, e a análise observacional do fluxo de pacientes era descritiva, utilizando diários de campo. A implementação do acolhimento em saúde bucal ocorreu em quatro momentos. O primeiro momento foi constituído pelo processo de territorialização do espaço de atuação, fase de conhecimento das condições de vida e dos processos de saúde-doença. Essa etapa foi concluída no início da residência, ainda no ano de 2015, sendo realizada por todos os integrantes da Residência Multiprofissional. A partir disso, foi possível mapear a área de atuação, identificar grupos e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades, além de realizar o planejamento estratégico. O segundo momento foi marcado pela utilização do Fluxograma Analisador, fase de reflexão dos “nós” críticos com a equipe de referência e com os agentes de saúde.O terceiro momento discorre acerca do exame de necessidades com classificação de risco e o quarto momento centra-se sobre o agendamento clínico dos usuários, quando necessário. O presente estudo está de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras do Conselho Nacional de Saúde (Resolução nº 466/2012). A pesquisa apresenta risco mínimo, pois não apresenta risco direto à saúde física, visto que trata-se de um relato de experiência, com descrições realizadas pelo pesquisador mantendo sempre a ética e o sigilo das informações. A partir do conhecimento da área, em momento posterior, o fluxograma analisador foi aplicado Essa proposta foi aplicada com a equipe de referência e com quatro agentes comunitários de saúde responsáveis pela área do Timbu. A equipe enumerou alguns casos de saúde bucal e elencou um, considerado o mais frequente na UBS, para construir o fluxograma analisador. Em seguida, houve espaço para discussão e reflexão, assim como para avaliação do momento. A partir dessa metodologia, observou-se a deficiência do acolhimento para as demandas em saúde bucal, detectando falhas na rede de atenção, principalmente no que tange à organização dos fluxos, ao agendamento e ao tratamento continuado dos usuários. As ações foram construídas à medida que a equipe refletia, intencionando suprir as necessidades de saúde bucal do território. Evidenciou-se a necessidade da consolidação do acolhimento com classificação de risco para a unidade. Pactuou-se com toda a equipe como seria o acolhimento. Todos os profissionais da unidade de saúde foram calibrados da seguinte forma: o acolhimento odontológico com classificação de risco ocorreria todos os dias, no turno da manhã e da tarde, antes e após os atendimentos clínicos no consultório. Divide-se basicamente em duas etapas: a primeira, exame de necessidades, e a segunda, agendamento clínico, quando necessário. O agendamento odontológico na unidade básica do Timbu foi organizado da seguinte forma: • consulta de acolhimento/ urgência: usuário classificado em risco 2 ou 3; necessidade que exige atenção imediata ou no mesmo dia. As necessidades se referem a sofrimento agudo, evolução de risco, potencialidade de prevenção, questões subjetivas e sociais que orientam para a produção imediata de acolhida e vínculo. • consulta agendada prioritária: usuário risco 1; necessidade que não exige atenção imediata ou no mesmo dia, mas que exige atenção no prazo máximo de 10 dias.  Seja pela situação de saúde em questão, seja pela concomitância de outros fatores de risco; • consulta agendada normal: usuário risco 0; apresenta situação de saúde ou outros fatores que não exijam priorização. Entra na agenda normal que não pode exceder 30 dias. O estabelecimento do protocolo de classificação de risco, juntamente com a escuta e colaboração dos profissionais da unidade, resultou em um sistema de organização de agenda padrão para o atendimento odontológico. Desde o início da implementação, período de 30/05/16 a 22/12/16, foram atendidos 654 pa­cientes no acolhimento, sendo 150 (23%) classificados como risco zero, ou seja, são usuários sem necessidades de intervenções imediatas no consultório odontológico, mas que necessitavam de atividades preventivas; 173 (26,5%) pacientes necessitavam de tratamento odontológico de extrema urgência; 255 (39%) apresentavam urgência; e 75 (11,5%) poderiam aguardar o atendimento (Tabela 1). Dentre os 428 pacientes urgentes, 119 (28%) tiveram seus problemas resolvidos em uma única sessão. Esta informação foi útil para a reorganização da agenda clínica, onde foram redimensionadas as vagas de pronto atendimento, pois estas vagas aumentadas proporcionam uma maior quantidade de usuários com seus problemas resolvidos. Os encaminhamentos para a atenção secundária, ou seja, para o Centro de Especialidades Odontológicas do município do Eusébio, ocorriam de acordo com a necessidade. Apenas 82 (12,5%) pacientes foram encaminhados para atenção especializada, principalmente para a área de prótese e endodontia. A partir da experiência exposta, envolvendo acolhimento e classificação de risco, verificou-se a existência de uma relação profissional-usuário satisfatória e reconhecida pelos usuários, evidenciando um grau de responsabilidade da ESF Timbu com a população. Apesar disso, contradições foram observadas na prática do acolhimento que merecem extrema atenção, tais como: a existência de conflitos e de desarticulação da equipe, a ausência de reuniões para a discussão e reflexões, e a fragmentação do processo de trabalho pela ausência da participação contínua dos profissionais na formulação das propostas dos serviços. A prática do acolhimento em saúde bucal, além de resultar em tratamentos resolutivos, reforçou o sistema de referência e contra-referência e caracterizou a USF Timbu como porta de entrada da atenção primária, com um fluxograma claro para os usuários.