Anais

Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida
Revista Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020) – Editora Rede Unida
ISSN 2446-4813 DOI 10.18310/2446-48132020
http://revista.redeunida.org.br/ojs/index.php/rede-unida/issue/view/65
 

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Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10496
Título do Trabalho: EDUCAÇÃO POPULAR, PROMOÇÃO DA SAÚDE E EXERCÍCIO FÍSICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA ATIVIDADE DO GRUPO MEXA-SE
Autores: Fernanda Mariany de Almeida Menezes Freire, Antônia Suellen Fernandes Dantas, Bianka Andressa de Oliveira Medeiros, Camila Mesquita Soares, Maria Bianca Brasil Freire

Apresentação: A Atenção Primária à Saúde (APS) configura-se como o contato preferencial do usuário com o sistema de saúde e o local responsável pela organização do cuidado à sua saúde. Mesmo com o fortalecimento da APS, as internações por agravos, que sob a ação da Atenção Primária (AP) poderiam ser controlados, continuam ocorrendo, a exemplo da hipertensão. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida como uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Este trabalho tem como objetivo relatar experiência sobre a realização de uma ação de educação em saúde sobre a Hipertensão a integrantes de um grupo de atividades semanais. Foram realizados 2 encontros, com espaço de uma semana entre eles, com integrantes do grupo Mexa-se que é realizado na UBS Dr. Cid Salem Duarte. No primeiro encontro foi entregue uma atividade para que os mesmos realizassem em casa. Tal atividade consistia em preencher um caça palavras e a ler um cordel, onde ambos falavam sobre a hipertensão. No segundo encontro, foi feita a discussão e troca de informações sobre o que relatava o cordel, o caça palavras e a ligação entre eles, o que eles compreendiam sobre a hipertensão e como preveni-la, se possuíam a doença ou conheciam alguém que possuísse e o que os mesmos haviam entendido sobre a atividade. Ao final do encontro, foi feita a entrega de uma cartilha educativa para cada participante, onde a mesma continha 14 (catorze) passos para prevenção e controle da Hipertensão. Após a realização dessa atividade, foi possível verificar uma maior realização de atividade física pelos participantes assim como também a adoção de hábitos mais saudáveis, conscientização sobre a importância de um acompanhamento de um profissional de saúde e controle da medicação para aqueles que faziam uso. Podemos então concluir que, os ganhos através do trabalho de educação em saúde na atenção básica, foram positivos e  facilitaram a construção coletiva de conhecimento, a quebra da relação vertical (profissional-paciente) e proporcionaram aos participantes o desenvolvimento de um papel participativo e crítico, importante para a promoção da saúde e autocuidado.


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Trabalho nº 9218
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E PRÁTICAS CORPORAIS PARA ESCOLARES NO MUNICÍPIO DE TEFÉ – AMAZONAS POR EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
Autores: Jéssica Bianca Ramires Aparício, Lucas Leão Caldeira, Maria Adriana Moreira, Elenice de Lima Lopes, Adriano Araújo Fernandes, Geimisson de Amorim Gil, Lidiana Cordeiro Dias

Apresentação: A promoção da alimentação saudável associada as práticas corporais para crianças em idade escolar constitui-se como uma das estratégias de promoção a saúde mais eficazes, uma vez que o ato de se alimentar é iniciado logo nos primeiros momentos de vida com a amamentação que deve ser exclusiva até os 6 meses, a partir do qual, a alimentação complementar com os hábitos alimentares familiar e cultural, a criança desenvolverá preferências que serão continuadas por todo o longo da vida. Em muitos casos, a alimentação sofre tendências ao consumo de alimentos processados e ultra processados, que associada ao sedentarismo facilitado pelo uso irregular das tecnologias, a longo prazo será um dos determinantes de sua saúde. Desta forma, a promoção da alimentação saudável e práticas corporais no âmbito escolar com foco nas crianças, teve o objetivo de disseminar conhecimento, desenvolver senso crítico-reflexivo sobre hábitos alimentares saudáveis, estilo de vida ativo e seus inúmeros benefícios a saúde. Desenvolvimento: A promoção a saúde para os escolares foi desenvolvida em quatro diferentes escolas, sendo elas: Escola Municipal Caminho Feliz, Escola Estadual Eduardo Sá, Escola Municipal Wenceslau de Queiroz e Escola Municipal Almerinda de Oliveira Pinheiro, por equipe multiprofissional do Núcleo Ampliado a Saúde da Família (NASF) composta por Nutricionista, Educador Físico, Fisioterapeuta, Assistente Social e Psicólogo, com apoio da equipe Estratégia Saúde da Família e Escolas na qual ocorreram a ação. Participaram das atividades crianças matriculadas no 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, com cerca de 8 turmas por escola, com um total de 18 a 38 alunos por turma. Inicialmente, as 8 turmas foram divididas em 3 grupos. O 1º grupo foi conduzido ao local previamente determinado, onde foram realizadas rodas de conversa, que de forma lúdica abordaram temas como preferências e aversões alimentares, consequências da má alimentação, importância da alimentação saudável, bem como seus benefícios. Em seguida, o Fisioterapeuta e Educador Físico ressaltaram a importância das práticas corporais e seus efeitos sobre a saúde, logo após, demonstraram cada passo do circuito de atividades, organizado com a utilização de cordas, cones, bambolês e exercícios livres. Com o apoio de todas as equipes, após as orientações, os exercícios foram reproduzidos pelos escolares estimulando a prática como hábito de vida. O mesmo fluxo foi aplicado a todos os grupos e escolas, até que todos os escolares do 1º ao 5º ano, participassem da ação. Resultado: No decorrer das atividades desenvolvidas, foi possível observar a fixação do conteúdo abordado, visto na participação ativa em todas as etapas, onde os escolares não hesitaram em contribuir com comentários, questionamentos, demonstrando entusiasmo durante o circuito de atividades, que além de favorecer interação social, trabalhou o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo. Considerações finais: Portanto, ressalta-se a importância de se promover saúde incentivando hábitos alimentares saudáveis e um estilo de vida ativo, desenvolvendo nos escolares o senso crítico-reflexivo, para que de forma espontânea tenham preferência saudáveis, prevenindo a obesidade, comorbidades e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), tornando-se adultos saudáveis e multiplicadores de saúde.


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Trabalho nº 8708
Título do Trabalho: ESTRATÉGIAS PSICOEDUCATIVAS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE
Autores: Thereza Cristina Bastos

Apresentação: Este trabalho se propõe a apresentar um Relato de Experiência na área da Psicologia, acerca das atividades realizadas em grupo psicoeducativo, para adultos na meia idade e idosos vinculados a uma Unidade de Saúde da Família da Região do Vale do Jiquiriçá - Estado da Bahia, numa ação de trabalho em parceria com uma Universidade Pública dessa região. As atividades giraram em torno da História de Vida. Durante os relatos apareceram canções que marcaram época, experiências de dar e receber feedback, numa realimentação sobre conteúdos ditos, vidas acrescidas a partir das observações interpretativas dadas pelos outros componentes do grupo que, compartilharam a escuta das narrativas. Essas pessoas foram estimuladas a dar retornos positivos que pudessem ser esclarecedores, alentadores, oportunizando também a aceitação em escutar e expressar opiniões opostas, reduzindo momentos de agressividade e/ou tensões. As atividades foram planejadas antes da execução através de estudo de caso com a equipe multiprofissional da USF e também com profissionais da Universidade. Ainda foi possível no próprio contexto, ocorrerem mudanças no direcionamento das técnicas de grupo a fim de que fossem atendidas as demandas que emergiram do próprio grupo durante a realização dos encontros. O esforço do trabalho foi coletivo, o que possibilitou a apreensão das significações que cada pessoa dava às suas experiências ao compartilhar com o grupo. Pudemos desenvolver dinâmicas voltadas para revisão de vida, oportunidade em que, os participantes puderam narrar as suas histórias compartilhando, atualizando experiências que ficaram marcadas em suas trajetórias. Muitas dessas experiências foram contadas, entrecortadas por choros, risos, lamentos e expressões de gratidão à vida por ter permitido fazer-se amiga e bela companheira. Quando as palavras faltavam no discurso, preservava-se o silêncio como espaço de acolhimento. Portanto, desde o primeiro encontro aqueles "seniores" evidenciaram uma clareza e compreensão sobre a necessidade e compromisso de que, todo o processo primasse pela ética e pela valorização de suas experiências. O grupo era formado por 10 pessoas, sendo uma do sexo masculino e 09 do sexo feminino. Essas pessoas estavam na faixa etária entre 41 e 70 anos. O nível de escolarização era heterogêneo. Quanto a inserção profissional, a maioria estava inserida no mundo do trabalho.  Esses componentes do grupo faziam juntos, caminhadas e outras atividades físicas, artísticas e sócio culturais, ao longo da semana. Eram acompanhados também por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais das áreas de Nutrição, Enfermagem e Educação Física. As intervenções psicossociais com o grupo evidenciaram que é possível envelhecer bem. Isso não significa ausência de limitações, mas sim, há a possibilidade de novas potencialidades compensatórias e adaptativas que surgem como competências para a resolução de desafios que a vida propõe. O objetivo das intervenções psicossociais foi, portanto, analisar as demandas que eram endereçadas ao grupo, pelos próprios componentes, que compartilhavam das impressões, melhor dizendo: os efeitos sobre o grupo das narrativas que ouviam, bem como, o modo próprio como interpretavam os conteúdos subjetivos que estavam tendo acesso e como ofereciam o retorno ao sujeito que havia exposto a sua experiência. A minha compreensão em relação ao trabalho de grupo se sustenta no entendimento de que esses espaços destinados ao compartilhamento de emoções, sentimentos e crenças entre os pares adultos, idosos se constitui em estratégias de promoção da saúde. Considerando que as comunicações interpessoais têm muito mais peso sobre os comportamentos do que a simples transmissão de informações, que servem apenas como primeiro passo em direção à sensibilização para um possível problema. A confiança que cada componente do grupo depositava nos seus pares, foi fundamental para o estabelecimento do vínculo e sentimento de pertencimento ao Grupo, pois ali, era possível serem abordados conteúdos fortes que ainda estavam em processo de elaboração. De modo geral, esse trabalho se destinou a utilização do diálogo e da comunicação de maneira mais ampla. Como suporte, para a construção de experiências grupais que promoveram trocas sociais, apoio emocional, estímulo das capacidades cognitivas dentre outras aquisições que estimularam a vivência subjetiva em contexto interativo saudável. Situações de luto, em decorrência de perdas significativas ocorridas ao longo da vida, foram relatadas com expressões emocionais de raiva, angústia, saudade e aceitação. É importante ressaltar que ao longo dos dez encontros, os componentes puderam traçar sua Linha do Tempo, re-significando as experiências, o que ajudou nas conversas, nos diálogos. As funções cognitivas: memória, atenção, linguagem, as funções executivas, as emoções foram trabalhadas. Diversos conteúdos artísticos foram trabalhados com livre expressão e significados dados tanto individualmente, quanto coletivamente como experiências significativas que fizeram parte da construção da própria vida, de acordo com o histórico de convivências que puderam estabelecer. Os efeitos decorrentes das intervenções psicossociais puderam ser notados a partir do feedback recebido tanto dos participantes do grupo que verbalizaram o sentir-se melhor quando podiam falar livremente sobre questões que implicavam sofrimento psíquico, quanto relatar fatos que provocavam alegria e orgulho frente a vida que levavam. Também os profissionais da equipe, deram retorno positivo, ao afirmarem haver constatado que as pessoas que compunham o grupo psicoeducativo, demonstraram maior adesão às atividades propostas, mantendo uma frequência mais regular durante todo o período. Vale ressaltar que a proposta da composição do grupo psicoeducativo surgiu a partir da constatação da equipe multiprofissional que conduz o programa voltado para os cuidados com usuários idosos da unidade de saúde, que estavam vivenciando período de luto, dificuldade de adesão ao programa e/ou apresentavam doenças crônicas como diabetes e hipertensão. O oferecimento durante os encontros, de uma escuta atenta favoreceu que os participantes sentissem confiantes em expressarem livremente os pontos de vistas, sem temer julgamento ou represálias e ficassem motivados em contar as suas vivências como histórias que interessavam ao grupo. Nessa ambiência, sentiram-se estimulados em levarem fotografias de entes queridos, de lugares por onde passaram, objetos antigos, guardados e que foram mostrados por terem valores afetivos, recitarem poesias, cantarem músicas, dançarem. O ambiente, assim constituído, permitiu que participantes fossem encorajados a se expor confiantemente, bem como dar e receber feedback sobre os significados atribuídos às experiências, o que fortaleceu também o treinamento de habilidades sociais. O processo de auto-revelação foi simétrico, pois cada participante pôde se auto revelar aproximadamente, no mesmo ritmo. Desse modo, podendo ser construída uma relação equitativa e de reciprocidade. Quando da composição do grupo psicoeducativo foi definido um total de dez encontros, como atividade experimental. No último encontro, os participantes pediram que houvesse a manutenção de espaços como aquele pois, além de cuidarem do corpo através da realização das atividades físicas, controle da pressão arterial, da diabetes, e participação em atividades culturais previstas anteriormente no programa ao qual estavam vinculados, gostariam também de cuidar das emoções e dos sentimentos num clima de confiança e amizade que o grupo havia conquistado. Expressaram os seus desejos desenhando, escrevendo e lendo os textos que produziram.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6998
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Pamela farias santos, Solino Ansberto Coutinho Junior, Milena Moura Moreira Da Silva, Juliana Pacheco Leão, Mônica Monteiro Ribeiro, Kawê Guilhermy Andrade Cardoso, Brenda Crystine da Rocha Cardoso, Dione Seabra De Carvalho

Apresentação: O câncer de colo de útero causado pela infecção genital devido ao contato com o Papilomavírus Humano (HPV) é a segunda neoplasia mais frequente em mulheres com idade fértil (10 a 49 anos). As alterações celulares uterinas são detectadas através da realização do exame citopatológico, o qual se trata de um método simples de coleta celular realizado nas unidades básicas de saúde (UBS) pelos enfermeiros. Diante deste cenário, a educação em saúde é um recurso de suma importância para o empoderamento das mulheres, permeado pelo diálogo e pela conscientização e sensibilização às necessidades e possibilidades de cada mulher, de acordo com as formas de prevenção e detecção ofertadas pelos serviços de saúde.  Objetivo: Este trabalho objetivou relatar a experiência vivenciada na atividade de Educação em Saúde realizada durante as praticas em Enfermagem na Atenção Primária em Saúde. Método: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência desenvolvido pela acadêmica de enfermagem da Faculdade Cosmopolita, a partir das atividades de educação em saúde, oportunizada durante a disciplina Saúde Comunitária II, na Atenção Primária em Saúde. Foi realizada uma revisão da literatura no Google Acadêmico e Biblioteca Virtual em Saúde, para a fundamentação deste trabalho.  Resultado: As atividades de educação em saúde foram desenvolvidas na ESF, localizada em um bairro especifico na cidade de Belém do Pará, na qual se destacam as atividades de promoção em saúde como: abordagem sobre o câncer de colo de útero e a importância de realizar o Exame preventivo do câncer de colo uterino (PCCU), orientando sobre os cuidados inerentes aos riscos das doenças, os meios de prevenção, além de esclarecer dúvidas relacionadas à prática realizada durante o procedimento. Tendo como proposta o fornecimento de informações e esclarecimentos, sobre o tema abordado. Logo de inicio foi realizado o acolhimento com as mulheres, onde eram orientadas sobre as atividades que estavam sendo oferecidas no local e logo depois as mesmas eram dirigidas para o salão onde estava acontecendo à ação. Diante disso, a busca pelo conhecimento para desenvolver tais ações educativas, a fim de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das usuárias, além de promover uma construção de saberes entre a população e com isso manter o vínculo com as pacientes, é de suma importância para poder identificar os riscos pertinentes àquela comunidade. Tendo como principal mediador deste processo o profissional de enfermagem. Resultado: Tal experiência foi gratificante, pois possibilitou a realização de uma assistência de forma integral, tornando o exame mais tranquilo, oportunizando o conhecimento sobre a importância de fazer o mesmo e possibilitando a realização de uma assistência de forma integral, revelando-se um momento oportuno para educação em saúde que por meio das orientações fornecidas pelo profissional tornam-se sujeitos ativos na construção de saberes relacionado à sua saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6662
Título do Trabalho: EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Fernanda Cristina Silva da Silva, Ana Júlia Góes Maués, George Pinheiro Carvalho, Gabriela Xavier Pantoja, Laíze Rúbia Silva Correa, Gisele de Brito Brasil

Apresentação: A educação em saúde constitui-se como uma ferramenta de aprendizagem dos indivíduos, grupos, comunidades e sociedade a respeito dos diversos mecanismos envolvidos no processo saúde-doença. Desta forma, esta prática emerge como um instrumento fundamental na promoção à saúde da população, principalmente, no que se refere a crianças e adolescentes, haja vista que são seres sociais em formação de conhecimentos e mentalidade, logo, contribuindo para a melhora da qualidade de vida individual e coletiva da sociedade. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem frente a ações de educação em saúde com crianças e adolescentes de um projeto de extensão. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de abordagem descritiva do tipo relato de experiência, realizado a partir da vivência dos acadêmicos de enfermagem em um projeto de extensão executado na cidade de Belém do Pará, durante os meses de março a julho de 2018. Os encontros do projeto ocorriam quinzenalmente, de modo que em cada encontro era abordada uma temática distinta. A faixa etária do público-alvo distribuía-se de 8 a 15 anos de idade, nesse sentindo, os participantes eram divididos em 6 grupos por faixa etária. Vale frisar que as temáticas de saúde abordadas foram: anatomia do corpo e dos órgãos, higiene corporal, educação sexual, lavagem correta das mãos e alimentos, entre outras. Durante as ações de educação em saúde, os acadêmicos elegiam uma dinâmica para abordar a temática, objetivando facilitar o processo de aprendizagem das crianças e adolescentes frente ao novo conhecimento. Resultado: Ao início do projeto, observou-se que havia déficits de conhecimentos das crianças e adolescentes a respeito das temáticas de saúde abordadas, especialmente, relacionados à anatomia e higiene corporal, implicando diretamente no autocuidado e qualidade de vida desses indivíduos. A partir dessa constatação, os acadêmicos buscaram novos meios de transmitir tais informações, por intermédio de jogos de perguntas e respostas, quebra-cabeças adaptados, ilustrações e desenhos, fazendo com que houvesse melhoras significativas no aprendizado do público alvo. Dessa maneira, percebeu-se ao término do projeto a evolução de aprendizado do público envolvido, tendo em vista que dominavam facilmente as dinâmicas propostas, bem como demonstraram estar transmitindo os conhecimentos adquiridos com outras pessoas, tais como amigos e família. Considerações finais: Diante disso, entende-se que a educação em saúde é uma ferramenta imprescindível para a promoção da qualidade de vida das pessoas, pois permite a inserção e empoderamento delas perante o processo saúde-doença, isto é, auxilia em tornar o indivíduo protagonista do seu cuidado. Ademais, tais experiências mostram-se enriquecedoras para os acadêmicos, uma vez que permitiu maior contato com o meio social e promoveu a diminuição entre o arco teoria e prática.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8201
Título do Trabalho: DESAFIOS DE IMPLANTAÇÃO DE UM PET – SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO SUBPROJETO “MULTIPLICANDO SAÚDE: PROMOÇÃO DE SAÚDE DE ADOLESCENTES NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR”
Autores: Juliana Richter Paes de Lima, Márcia Cristina de Araújo Silva

Apresentação: O Programa Saúde na Escola (PSE), é um programa criado pelos Ministérios da Educação e da Saúde, cujo objetivo é proporcionar, através de ações em saúde, a plena formação de alunos, de modo que sejam capazes de enfrentar e combater fatores que impeçam e dificultem, o desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino brasileira. O ambiente escolar é compreendido, dentro do programa, como um espaço potencial para a educação e promoção da saúde, considerando a integralidade e efetividade das ações, de prevenção de possíveis condições de risco e vulnerabilidade que possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar, além de estabelecer e fortalecer o vínculo entre as redes públicas de saúde e educação. Por sua vez, o Programa de Educação pelo Trabalho (PET – Saúde/Interprofissionalidade), que também é uma iniciativa dos referidos ministérios em todo o território nacional, para promover a capacitação dos profissionais em saúde e, melhorar a qualidade dos serviços e atendimento aos usuários. Neste panorama, insere-se o Instituto Federal do Rio de Janeiro, mais precisamente o campus Realengo (IFRJ), onde acontece o subprojeto “Multiplicando saúde: promoção de saúde de adolescentes na perspectiva da educação popular”, que tem por objetivo oportunizar aos adolescentes o desenvolvimento de ações de educação e promoção da saúde por meio do PSE e da Atenção Básica a Saúde a partir da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência sobre os desafios enfrentados pela equipe para implantação e execução do subprojeto “Multiplicando saúde: promoção de saúde de adolescentes na perspectiva da educação popular”, do PET – Saúde/Interprofissionalidade. As observações foram descritas a partir de anotações em um diário de campo, entre abril e novembro de 2019. Resultado: O subprojeto teve suas atividades iniciadas em abril de 2019, com uma equipe formada por oito alunos dos três cursos de graduação, duas docentes do Instituto Federal do Rio de Janeiro campus Realengo (IFRJ), quatro preceptoras de uma Clínica da Família (CF) da zona oeste do Rio de Janeiro. Inicialmente, foram indicadas pela Coordenadoria de Saúde da Área Programática 5.1 (CAP), cinco escolas municipais de segundo seguimento do Ensino Fundamental, localizadas no território da CF. As ações propostas estavam direcionadas tanto à prevenção, quanto à promoção da saúde dos adolescentes, de modo a capacitá-los, tornando-os multiplicadores do que fosse discutido e aprendido nos encontros. Assim, eles repassariam aos colegas, os frutos das discussões, para que todos os alunos pudessem receber conhecimento sobre as questões trabalhadas. Em 2019 aconteceram muitos imprevistos que dificultaram e atrasaram o início do subprojeto nas escolas, e estão descritos a seguir: 1) a equipe foi reestruturada tanto na coordenação, quanto na tutoria e preceptoria do subprojeto; 2) as preceptoras estavam incertas quanto sua permanência no PET devido à troca de Organização Social de Saúde (OSS) em toda Área Programática (AP) 5.1 do Rio de Janeiro; 3) houve greves no serviço de saúde por atraso no pagamento do salário; 4) os alunos tiveram dificuldade para se engajar nas atividades do subprojeto, devido ao pouco tempo livre disponível nas grades de horários dos cursos. Mesmo diante de tantas eventualidades, a equipe continuou a se preparar e organizar o material para fazer o levantamento junto às equipes da CF sobre o perfil das escolas e das ações que as equipes do PSE já realizavam. No entanto, ao se obter essas informações verificou-se que três, das cinco escolas, não apresentavam o perfil para o desenvolvimento do projeto. Paralelamente a isso, as atividades de capacitação das equipes e as atividades do PET continuaram a acontecer como previsto e as visitas às duas instituições de ensino que permaneceram no subprojeto, foram agendadas. Já no primeiro encontro em uma das escolas, ocorrido no mês de maio, percebeu-se, que dentre os 20 alunos selecionados, havia alguns discentes muito tímidos e que não estavam interessados em compor o grupo de multiplicadores. Essa situação fez a equipe do PET propor reuniões prévias com a direção das escolas, com o objetivo de alcançar os adolescentes com perfil mais dinâmico e proativo. Na visita à segunda escola identificou-se, que no local, já aconteciam ações similares às do PET, desenvolvidas por uma assistente social do Núcleo Interdisciplinar de Apoio às Unidades Escolares (NIAP). Esta nova circunstância, inviabilizou a atuação do grupo do PET naquela instituição e, frente à mais esse desafio, a equipe compreendeu que somente uma escola possuía alunos com o perfil esperado para serem os multiplicadores previstos pelo subprojeto. Analisando-se as dificuldades enfrentadas ao longo dos sete meses iniciais do subprojeto, notou-se que muitas delas estavam relacionadas à falhas na comunicação e na dificuldade dos profissionais da saúde e da educação no desempenho do trabalho intersetorial e interprofissional. Isso pode ser consequência do desconhecimento do que é e como funciona a intersetorialidade, além não terem sido preparados durante sua formação, para atuarem interprofissionalmente mantendo assim, as práticas setorizadas e hierarquizadas. Somente em 2017 o governo federal começou implementar a Educação Interprofissional (EIP) no Brasil, tanto na formação dos discente dos cursos de graduação em saúde, quanto na capacitação dos profissionais já formados. Mesmo com diversos obstáculos, agendou-se uma nova visita à única escola do subprojeto para reaproximar diretores e equipe do PET; selecionar os multiplicadores; estabelecer o vínculo com os alunos e iniciar as ações. Solicitou-se à direção da escola que fosse permitido aos petianos aplicar um breve questionário com os todos os adolescentes, para identificar os principais temas a serem trabalhados com eles. Assim, a coordenadora do PET elaborou o questionário que foi preenchido pelos próprios alunos, de forma anônima, no qual contavam as seguintes informações: idade, sexo, ano escolar, turma e temas que eles gostariam que fossem abordados. Após a realização dessa atividade, houve uma breve análise dos questionários compiladas em tabelas no Excel®, por cada ano escolar, do 6º ao 9º. Essa descrição dos dados permitiu identificar os temas mais frequentes indicados pelos adolescentes: ansiedade e depressão, violência, suicídio, álcool e outras drogas e automutilação. Devido à proximidade do encerramento do ano letivo a equipe optou por não iniciar as atividades de formação dos multiplicadores, contudo, para aproveitar o período restante de aulas, realizaram-se duas atividades na escola: 1) resolução de enigmas, no formato de pequenos textos que falavam sobre os principais temas conforme o resultado dos questionários; 2) discussão em grupo sobre os mesmos temas, onde os alunos deveriam trazer possíveis estratégias para auxiliar os colegas que estivessem vivenciando aquelas situações. Ao realizar a última atividade, verificou-se que as respostas foram maduras e marcantes, demonstrando conhecimento dos participantes, sobre os temas. Dessa forma, foi possível estabelecer um panorama dos possíveis formatos e modelos de atividades que poderão ser utilizados com esses grupos de adolescentes para torna-los multiplicadores após o retorno das aulas em 2020. Considerações finais: Os variados percalços enfrentados em 2019 comprometeram o desenvolvimento do projeto e, falhas na comunicação e o trabalho individualizado e setorizado foram algumas das situações desafiadoras experienciadas. No entanto, esses imprevistos que nada mais são do que reflexos do trabalho na saúde e na educação, permitiram à equipe crescer, se reinventar, se fortalecer e criar estratégias que viabilizassem a continuidade e permanência do subprojeto.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8706
Título do Trabalho: PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE JOGO EDUCATIVO COMO FERRAMENTA PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE CARDIOVASCULAR EM CRIANÇAS
Autores: Poliana Hilário Magalhães, Francisca Bertilia Chaves Costa, Ana Maria Fontenelle Catrib, July Grassiely de Oliveira Branco, Célida Juliana de Oliveira, Zélia Maria Sousa Araújo Santos, Rosendo Freita de Amorim, Carlos Antonio Bruno da Silva

Apresentação:. A promoção da saúde cardiovascular infantil vem ganhando destaque a cada dia, em decorrência do crescimento do número de crianças com sobrepeso. A estimativa é que que 43 milhões de crianças (35 milhões nos países em desenvolvimento) apresentem excesso de peso e 92 milhões estejam em risco de sobrepeso. No Brasil, dados demonstram que, no ano de 2008, 20% de meninos e meninas, entre cinco e nove anos, encontravam-se com sobrepeso. Diante desse panorama, estratégias de atuação ainda na infância são necessárias, mesmo diante do não acometimento das doenças cardiovasculares na fase infantil, para que as crianças possam crescer em ambiente saudável e que não proporcione condições para o desenvolvimento destas ou respectivas complicações. Ressalta-se ainda que a aterosclerose, umas das causas das doenças cardiovasculares, inicia-se na mais tenra idade, constituindo-se fator de risco passível de modificação. Dessa forma, compreende-se que as ações de promoção da saúde iniciadas de forma precoce, possuem a finalidade de evitar intervenções curativas, centradas na doença, para assim poder proporcionar um envelhecimento saudável, ancorado em hábitos individuais e coletivos, geradores de ambientes saudáveis. Em consequência da promoção da saúde cardiovascular infantil, a criança poderá apresentar um estilo de vida saudável na fase adulta, livre de doenças cardiovasculares. Dentro desse panorama identificou-se o jogo educativo como uma ferramenta capaz de promover a participação do indivíduo na identificação e análise crítica dos próprios problemas, por possibilitarem educar de forma diferente, ao associar o caráter lúdico com a captação de informações e, consequentemente, ampliação de conhecimentos. Dessa forma, objetivou-se descrever o processo de construção e desenvolvimento de um jogo educativo como ferramenta para promoção da saúde cardiovascular em crianças. Desenvolvimento: Estudo do tipo descritivo desenvolvido em três etapas: Inicialmente, para a elaboração desse jogo, foram identificados os termos e elementos essenciais para o seu desenvolvimento, mediante uma revisão sistemática sobre tecnologias efetivas que de forma direta ou indireta, contribuíram para prevenção de doenças cardiovasculares. Como segunda etapa houve a realização de uma pesquisa em documentos oficiais de diferentes sociedades nacionais e internacionais que voltam algumas de suas ações para os cuidados em relação aos fatores de risco infantis para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. E por último, de posse dessas referências, iniciou-se a construção e desenvolvimento do material educativo, a partir da adaptação do conteúdo a ser utilizado; elaboração dos elementos do jogo; e diagramação de seu formato. Sendo esse constituído de Espuma Vinílica Acetinada (E.V. A.), em formato de trilha, sendo as crianças participantes do jogo as protagonistas. O tamanho da trilha permite que os participantes do jogo possam se movimentar sobre ele. Essa movimentação ocorre a partir de um dado arremessado pelas crianças em jogo, para que seja determinada a quantidade de casas que avançarão. Resultado:. A revisão integrativa possibilitou encontrar oito artigos que foram utilizados para construção do jogo, bem como 10 documentos oficiais. O jogo foi estruturado com 18 casas a serem percorridas pelos participantes do jogo de forma individual ou em dupla. Para quantificar as casas a serem avançadas, utiliza-se de um dado construído de E.V. A., sendo as casas separadas por temáticas: (I) Coração saudável, (II) Fatores de risco para as doenças do coração, (III) Desafio, (IV) Alimentação saudável e (V) Atividade física, finalizando-se o jogo na casa Chegando a um coração saudável. Cada temática é representada por uma a cinco cartas que podem ser escolhidas pelos participantes, nessas cartas estão dispostas informações, atividades a serem executadas e questionamentos relacionados à promoção da saúde cardiovascular infantil. Assim, os materiais utilizados no jogo são: tapetes de E.V. A. com as ilustrações referenciadas, um dado, também de E.V. A, com dimensões 30cm x 30cm, 25 cartas confeccionadas em papel, uma ampulheta, para marcar o tempo de resolução dos questionamentos/regras/instruções e algumas atividades, sempre que necessário, uma venda, frutas e balões a serem utilizadas em alguns momentos do jogo. O jogo inicia-se quando os participantes se encontram dispostos na linha de “partida” por ordem de jogada, iniciando o jogo mediante o arremesso. Por fim, encontra-se a casa “Chegando a um coração saudável” representando o momento no qual os participantes irão relatar, mediante os conhecimentos absorvidos durante o jogo, como fazer para prevenir as doenças cardiovasculares. A partir da síntese retratada pelo participante, esse e demais colegas que atingirem essa casa ganharão medalha de honra ao mérito. Além disso, a cada atividade realizada com sucesso, além da criança avançar uma casa, ganha um adesivo de coração colocado na roupa, como símbolo de conquista. Após a chegada de todos ao final, a pessoa responsável por moderar o jogo entrega a cada participante uma fruta, para que possam fazer o brinde da vitória. O jogo elaborado, intitulado, inicialmente, de “Jogo Educativo para Promoção da Saúde Cardiovascular em Crianças”, apresenta como objetivo incentivar crianças acerca de hábitos de vida saudáveis para promoção da saúde cardiovascular, além de estimular a prática de hábitos alimentares saudáveis e a atividade física. Assim, infere-se que a construção de jogos educativos pode auxiliar na promoção da saúde cardiovascular e, sensibilizar acerca da ocorrência de fatores de risco cardiovasculares modificáveis ainda na infância, podendo esse risco ser diminuído se desde cedo a criança vivenciar hábitos saudáveis. É importante frisar que, como diferencial, esta tecnologia traz conteúdos referentes à saúde cardiovascular, proporcionando o aporte teórico necessário para promoção da saúde, utilizando linguagem acessível, interação com alimentos saudáveis e movimentação, por meio do cumprimento de tarefas pautadas que vão além da incorporação de valências físicas. Considerações finais: Os jogos educativos cada vez mais merecem atenção, diante do poder lúdico para se trabalhar com o público infantil, por contribuírem para formação do conhecimento de crianças, por meio do brincar. O jogo educativo desenvolvido representa uma ferramenta lúdica de educação em saúde que permite contribuir com a redução dos fatores de risco cardiovasculares modificáveis em crianças e, assim, tornar a criança um agente ativo diante da promoção da saúde cardiovascular, resgatando o protagonismo infantil diante de uma temática silenciosa para essa população. A construção dessa produção tecnológica educativa mostra-se como uma ferramenta potencial para a promoção da saúde cardiovascular em crianças, auxiliando o profissional, seja da saúde ou educação, a proporcionar a criança momentos de prazer, ao se transmitir conhecimento. Além disso, pode ser utilizada na Estratégia Saúde da Família, contemplando um dos pilares do Programa Saúde na Escola (PSE). Ademais, ressalta-se a importância da realização de estudos de validação desse jogo com o público-alvo, bem como pais e profissionais da saúde e educação, no intuito de avaliar e garantir a eficácia de jogos como este, diante dos ajustes necessários.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8726
Título do Trabalho: EDUCAÇÃO PERMANENTE NA CRIAÇÃO DE E-BOOK COMO TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DOS TRABALHADORES DO CTI ONCOPEDIÁTRICO
Autores: Elida Gabriela Serra Valença Abrantes, Geilsa Soraia Cavalcante Valente, Beatriz De Lima Bessa Ballesteros, Jéssica Nascimento Rezende, Vanessa Teles Luz Stephan Galvão, Gabryella Vencionex Barbosa Rodrigues, Elaine Antunes Cortez Antunes Cortez

Apresentação: A prevenção dos riscos psicossociais entre os trabalhadores de saúde tem sido alvo de pesquisas nacionais e internacionais. Neste sentido nos voltamos aos trabalhadores de terapia intensiva oncológica pediátrica, que lidam constantemente com situações-limite tornando-os alvo de vulnerabilidade ao esgotamento emocional.  Em se tratando da assistência prestada a criança portadora de doença oncológica terminal no ambiente crítico, emergem sentimentos de intensa cobrança consigo e com os demais. Ainda que a morte faça parte do cotidiano dos profissionais de terapia intensiva, a mesma permanece incompreendida por se tratar de um processo antinatural quando se dá tão precocemente, sendo neste caso na infância. O câncer infantil é considerado a segunda principal causa de morte na infância,  excedido apenas por causas externas como por exemplo as provenientes de acidentes e da  violência. Com o advento das técnicas duras e sua evolução, a expectativa de vida acendeu tornando os centros de terapia intensiva importantes colaboradores na resolução de quadros agudos que nada mais são, em sua grande maioria, complicações advindas do tratamento com quimioterapias pesadas e radioterapias. Todavia é possível observar que 25% dos casos não respondem à terapia antineoplásica culminando no tratamento paliativo, que de forma crescente, tem sido conduzido no ambiente de terapia intensiva. A utilização das tecnologias presentes em terapia intensiva também tem sido reconhecida como auxiliador fundamental para o cuidado humanizado, visto que propicia uma precisa comunicação do estado geral do paciente crítico, levando a uma intervenção mais precisa ou até mesmo antecedendo possíveis intercorrências. Tal equipe possuidora de expertise para o tratamento de pacientes críticos e proveniente de uma formação culturalmente curativa, por vezes se vê diante do paliar como um novo princípio a ser preservado com empatia e até mesmo compaixão. Mediante o exposto, torna-se essencial a contribuição da educação permanente no que diz respeito a estratégias de promoção a qualidade de vida dos trabalhadores de terapia intensiva. Estratégias que orientem quanto a conscientização da necessidade de autocuidado e que guiem à alternativas comprovadamente bem sucedidas, mediante ao que vem sido difundido por meio de pesquisas. Tais estratégias são fundamentais à promoção da estabilidade emocional dos trabalhadores, personagens imprescindíveis para a qualidade de vida de crianças, na maioria das situações, portadoras de doença oncológica terminal. Objetivo: Identificar produções científicas na literatura, que visem a melhoria da qualidade de vida do trabalhador com alta demanda emocional, especificamente no ambiente de terapia intensiva oncopediátrica, assim como propostas de intervenções psicossociais bem fundamentadas no meio científico. Método de Estudo: Revisão integrativa realizada em agosto de 2019 através da busca por artigos originais e disponíveis, publicados nos últimos 5 anos e que tenham como inspiração de pesquisa a valorização da qualidade de vida de trabalhadores com alta demanda emocional e consequente um cuidado humanizado eficaz. A pesquisa online se deu no portal da BVS, nas bases de dados: LILACS, PubMed, MEDLINE e no portal CAPES na base de dados SCOPUS. Foram utilizados descritores em ciências da saúde (DeCs) padronizados, associados aos operadores booleanos “AND” e “OR”. Resultado: Decorrida a seleção e análise do material obtido, a amostra resultou em 13 publicações que correspondiam à aplicabilidade dos critérios de inclusão e exclusão. Dentre os artigos selecionados e analisados, um discorre a respeito do risco ocupacional sofrido especificamente na atuação em terapia intensiva, dois outros artigos internacionais apresentam propostas de promoção a saúde de trabalhadores em cuidados paliativos com intervenções objetivando a manutenção do autocuidado e a resiliência. As demais produções relatam a presença de sentimentos característicos do risco de stress traumático secundário, Burnout e Fadiga da Compaixão, sendo um desses a análise da obra “Fadiga da Compaixão- O Sofrimento dos Profissionais de Saúde”. É importante ressaltar que dentre as inúmeras estratégias de promoção a espiritualidade, a resiliência, técnicas de apoio coletivo e a satisfação por compaixão tem levado a um bom resultado de conscientização e suporte para a vida profissional e pessoal dos participantes. De uma forma geral, não foi possível identificar produções científicas que articulem o tema terapia intensiva e oncologia pediátrica. Ainda é  pouco o que se pode encontrar no que diz respeito a  planejamentos preventivos e alternativos de autocuidado, resiliência, força e qualidade de vida aos profissionais de terapia intensiva. Outro ponto significativo refere-se ao pouco conhecimento dos conceitos de Fadiga por Compaixão e Satisfação por Compaixão. É importante trazer à consciência dos que atuam com o cuidar, conceitos como o de Empatia e Compaixão com a devida clareza, expondo suas diferenças que implicam diretamente na promoção da estabilidade emocional. Enquanto empatia aponta para a capacidade de se colocar no lugar do outro, a compaixão fala de atitude e desta forma vai além, sendo um segundo passo, uma iniciativa daqueles que possuem como característica o ser altruísta, observado entre os profissionais de saúde. Tais pontos nos remete a lacuna de conhecimento. Entendemos como essencial a contribuição da educação permanente como auxiliadora na promoção da saúde mental do trabalhador, pela conscientização e orientação o que nos remeterá ao cuidado humanizado de qualidade. Considerações finais: Evidencia-se o fato de que o tempo prolongado na assistência aos que estão em sofrimento gera sentimentos como culpa, impotência, reponsabilidade, fracasso, entre outros. Torna-se ainda maior o risco de adoecimento psicossocial, como consequência da sobreposisão de tais sentimentos quando falamos do cuidado ao paciente de grave de alta complexidade e tenra idade. Cabe salientar outros fatores estressantes característicos do setor, como a tomada de decisão em momentos críticos, abundância de alta tecnologia inspiradas pela visão curativa e não paliativa e a peculiaridade da necessidade de uma comunicação empática, já que o sujeito do cuidado corresponde a um binômio de acordo com o direito de acompanhamento permanente no ambiente de terapia intensiva, garantido por lei. O impacto gerado pelo processamento de emoções experêciadas no cotidiano laboral, reflete no cuidado e na vida pessoal. Há dificuldade em encontrar na literatura a educação permanente como ferramenta de apoio a temática pesquisada. Aprimorar a capacite do trabalahdor em lidar com situações de sofrimento de alto impacto emocional com equanimidade e compaixão, pode e deve ser um dos objetivos da Educação Permanente considerando-a  como ideal  na busca de estratégias que proporcionem qualidade de vida aos trabalhados, atendendo as necessidades de um ambiente propício a todos os envolvidos.  


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Trabalho nº 7192
Título do Trabalho: PRÉ-NATAL DO PARCEIRO COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO À SAÚDE DO HOMEM E DA FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA USF DE UMA COMUNIDADE RIBEIRINHA DE ABAETETUBA-PARÁ.
Autores: SIMONE GOMES DA SILVA, Kelem Bianca Costa Barros, Nayla Rayssa Pereira Quadros, Elisângela da Silva Ferreira

Apresentação:  A atenção ao pré-natal e puerperal é um direito certificado pelo Ministério da Saúde, onde é garantido a realização de no mínimo 6 consultas, devendo a primeira acontecer preferencialmente até 120 dias da gravidez. No período da gestação a mulher deve realizar uma série de exames laboratoriais e participar de ações educativas complementares cujo objetivo principal é a detecção precoce de doenças que venham afetar tanto a mãe quanto o desenvolvimento da criança, além de proporcionar o bem-estar materno e neonatal. No entanto, é observada pouca participação do homem tanto no planejamento do concepto quanto nas consultas de pré-natal e puerperal, esse retrato está baseado em um processo histórico patriarcal e na centralização do cuidado na mãe e na criança. A inserção do homem no processo de gestar acontece a partir da ampliação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem com a incorporação do Pré-Natal do Parceiro, em que as ações são voltadas para o planejamento reprodutivo, atenção à gestação, parto, nascimento e fortalecimento dos vínculos afetivos entre o homem com sua companheira e o filho que está por vir. Assim, para os profissionais de saúde, o Pré-Natal do Parceiro, é uma oportunidade de trazer o homem à unidade a fim de orientar e incentivar a realização dos exames e atualização vacinal descritos na caderneta da gestante. No entanto, vale ressaltar que diversos fatores influenciam na efetividade das ações, como a falta de flexibilidade nos horários das unidades, baixa adesão por parte dos profissionais de saúde e a cultura de resistência masculina a tratamentos e/ou acompanhamentos médicos. Desse modo. a educação em saúde é um importante fator de prevenção constituído por um conjunto de saberes e práticas orientadas a promoção de saúde, uma vez que tem como princípios regulamentar, controlar os gestos, atitudes, comportamentos, hábitos e discursos de uma determinada população. Trata-se de um artifício em que o conhecimento científico atinge a sociedade, oferecendo subsídios para a adoção de novas condutas em saúde, essencial no trabalho do cuidado em enfermagem, estabelecendo-se a partir da participação da população com o compartilhamento de suas vivências, culturas, crenças e necessidades. Logo, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência, durante a realização de uma ação educativa sobre o Pré-Natal do Parceiro, cujo público alvo eram gestantes e acompanhantes assistidos por uma Unidade Saúde da Família (USF) ribeirinha, como forma de instrumento de promoção à saúde do homem. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, observacional do tipo relato de experiência, desenvolvido por acadêmicas de enfermagem, sob supervisão docente, durante a realização do Programa de Capacitação em Atenção à criança – Estágio Multicampi Saúde 2019/2020, desenvolvido no município de Abaetetuba (PA). Este Programa tem como objetivo qualificar a formação profissional dos estudantes de graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA) e profissionais da Atenção Básica de acordo com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança do Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de reduzir a mortalidade infantil através da integração ensino e serviço. A ação educativa foi realizada em uma sala de espera da Unidade Saúde da Família Arumanduba, localizada na região das ilhas, com as gestantes e seus respectivos parceiros que buscavam atendimento do Programa Pré-Natal. A ação foi desenvolvida em dois momentos: o primeiro foi realizado uma abordagem verbal dos temas em geral como a importância do pré-natal do parceiro e da participação paterna durante o período de gestação e parto, desenvolvimento do vínculo entre pai, filho e esposa durante a gestação e o pós-parto, avaliação da saúde do homem a partir do pré-natal do parceiro, identificação precoce de infecções sexualmente transmissíveis, direitos das mulheres e lei do acompanhante; no segundo momento foram efetuadas orientações sobre pontos complementares, tais como: alterações corporais e emocionais tanto da mãe quanto do pai. Notou-se, a partir do envolvimento ativo e relatos do público masculino, alto índice de adesão ao pré-natal do parceiro, isso ocorre devido aos fatores determinantes de saúde da região em questão, sendo possível destacar a curta distância entre suas residências e a unidade de saúde, frequentes visitas domiciliares de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) abordando sobre a importância da participação do homem no pré-natal, possuírem maior disponibilidade para participarem das atividades desenvolvidas no serviço de saúde, além do enfermeiro da USF ser do sexo masculino (garantindo maior confiança e possibilidade de diálogo ao público-alvo). Ao final sanaram-se todas as dúvidas dos presentes, por meio de um debate sobre seus conhecimentos empíricos e suas incertezas sobre o tema abordado. Resultado: Observou-se o conhecimento satisfatório dos participantes sobre o tema central, bem como o envolvimento efetivo na realização dos exames e acompanhamento nas consultas do parceiro. Durante a ação educativa, através da escuta sensível, foi possível estimular a participação de todos os presentes, que a princípio encontravam-se retraídos, mas posteriormente apresentaram-se interagindo na troca dos saberes por meio da exposição das suas opiniões, vivências e dúvidas, mostrando seus conhecimentos empíricos e disponibilidade para a reformulação das suas ações e saberes, argumentando sobre as orientações estabelecidas, sempre adequando as suas necessidades e as possibilidades que o município e sua realidade socioeconômica oferecem. Outro ponto identificado foi o uso do Pré-Natal do parceiro como estratégia para captar o público masculino para dentro do Sistema de Saúde (SUS) e assim poder possibilitar o cuidado integral desse público, visto que a categoria apresenta grande resistência na realização do acompanhamento médico, realização de testes rápidos e, até mesmo, vacinação. Essa resistência  é sustentada pela cultura patriarcal do homem ser provedor do sustento da família e assim não podendo deter nenhuma patologia. Logo, na maioria dos casos, a população masculina acaba indo em busca dos serviços de saúde quando já possui alguma doença de base instalada, ou seja, necessitando de atenção especializada, o que pode gerar consequência o agravamento de doenças. Considerações finais: Diante disso, evidenciou-se a necessidade e importância de uma intervenção educativa, visto que é um instrumento de fácil implementação e troca de conhecimento, com a ressignificação da cultura de saúde masculina e um melhor acompanhamento e rastreamento de patologias por parte dos profissionais de saúde. Vale ressaltar, que tal instrumento de educação possibilita a disseminação de informações entre a comunidade, fomentando a importância de tal prática entre o núcleo das gestantes e seus parceiros.  


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Trabalho nº 11803
Título do Trabalho: NARRATIVAS E A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO AMBULATÓRIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO
Autores: Ricardo Mannato Bolelli, Caroline Brito Novaes, Maria Fernanda Di Guimarães Gonçalves Melo, Raquel Almeida Crespo, Gabriela Levy, Gilmar Hemenergildo da Silva Junior, Jorge Esteves

Apresentação: O Ambulatório de Promoção da Saúde (APS) é um projeto de extensão da Faculdade de Medicina (FM), que atua na Vila Residencial da UFRJ desde 2008. Estrutura-se a partir de uma relação pedagógica horizontal entre os estudantes e destes com os professores, com a realização de atividades teórico-práticas como aulas; atendimentos ambulatoriais; visitas domiciliares; e atividades de promoção à saúde. Focando na harmonização e integração dos aspectos psicossociais com o biológico, a Medicina Narrativa utiliza uma visão centrada no paciente para reconhecer, absorver, interpretar e narrar as histórias de adoecimento. Dessa maneira, a construção de narrativas por alunos da FM apresenta-se como um instrumento de construção de empatia, fortalecimento do vínculo e formação de memória do projeto. Objetivo: Desenvolver a escrita e a narrativa como possibilidade de recurso pedagógico no ensino médico; compreender a Medicina Narrativa no âmbito das habilidades de comunicação clínica; exercitar e fortalecer a empatia; extrapolar a visão biomédica restrita do processo de adoecimento. Método: As narrativas foram construídas a partir da relação travada entre alunos, pacientes e, eventualmente, médicos orientadores.  Em seguida realizou-se oficinas de Medicina Narrativa pelo corpo docente do projeto, facilitando e estimulando a escrita dos alunos. A produção de textos deu enfoque às histórias das pessoas atendidas e buscou a valorização das experiências de adoecimento. Respeitou-se o sigilo a partir da alteração de características que identificassem as pessoas atendidas. Resultado: Acreditando que a arte da medicina está fortemente enraizada no encontro clínico entre médico e paciente, a produção de textos pelos alunos apresentou-se como ferramenta especial para entendimento de como o processo saúde-doença afeta cada personagem em si. O projeto está em andamento e a crescente adesão voluntária dos alunos para elaboração de narrativas é digna de nota. Considerações finais: A incorporação da Medicina Narrativa ao projeto tem se mostrado relevante para a compreensão das histórias de adoecimento das pessoas atendidas, produzindo novas possibilidades pedagógicas e o enriquecimento do campo teórico-prático do projeto no processo formativo dos discentes e na promoção de melhor qualidade de atendimento dos pacientes da Vila Residencial.


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Trabalho nº 11293
Título do Trabalho: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM UNIDADES BÁSICAS PARA A PROMOÇÃO À SAÚDE DOS USUÁRIOS
Autores: Rayane Franklin Mourão Cardoso, Clícia Marina Damasceno Santana, Evelyn Rafaela de Almeida dos Santos

Apresentação: A educação possui importância inegável para a promoção da saúde, sendo utilizada como veículo transformador de práticas e comportamentos individuais, e no desenvolvimento da autonomia e da qualidade de vida. Além disso, a educação em Saúde contribui para o desenvolvimento da consciência crítica e reflexiva do indivíduo, estimula a busca de soluções e a organização para a ação coletiva. Na atual conjuntura, há uma enorme necessidade da promoção da saúde para a melhoria da qualidade de vida e é notório a crescente preocupação dos profissionais que buscam a realização de ações que contribuam nesse aspeto, proporcionando meios de educação em saúde para os usuários. A promoção da saúde consiste em uma nova modalidade conceitual e prática de políticas públicas, visando ao indivíduo e ao coletivo, através da busca de qualidade de vida, autonomia e estímulo ao autocuidado. Percebe-se que a promoção da saúde se expressa fundamentalmente nas unidades básicas através da educação em saúde, presente nas práticas desenvolvidas pelos profissionais envolvidos. Método: Utilizou-se para realização deste estudo, pesquisas em meios digitais, como revistas e artigos digitalizados e, revisões integrativas de literaturas. Resultado: A educação em saúde, embora possua métodos e segmentos distintos, não se limita apenas a transmitir conhecimento para a comunidade, mas estabelece laços entre usuários e profissionais, e promove a ativa participação da comunidade, a inclusão social e constantes remodelagens conceituais destes indivíduos, quanto a hábitos que comprometam a saúde e a qualidade de vida daquela população. No entanto, ainda existem fortes obstáculos às práticas educativas e de promoção da saúde, como, por exemplo,  aa questões de gênero, que necessitam de uma reorganização de práticas a fim de minimizar as assimetrias. Considerações finais: No âmbito da atenção básica, as ações de educação em saúde são utilizadas como meios essenciais e efetivos para incentivar os usuários a promoverem a sua autoestima e o autocuidado, a partir de reflexões que levem à mudança de comportamento. Esta estratégia reflete-se de forma promissora na conscientização e participação social, como método para se atingir os fins de promoção da saúde numa visão geral e não apenas na prevenção ou meramente na cura das enfermidades, baseando-se na confiança entre o profissional de saúde que atende e o usuário que é atendido.


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Trabalho nº 7198
Título do Trabalho: PERCEPÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE A PROMOÇÃO DO CUIDADO A PARTIR DO ACOMPANHAMENTO DAS CONDICIONALIDADES EM SAÚDE DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
Autores: Sílvia Aline Furtado, Ana Pereira Alvarenga, Kelly Carvalho Vieira, Maysa Helena de Aguiar Toloni

Apresentação: O Programa Bolsa Família tem como objetivos proporcionar o alívio imediato da extrema pobreza e propiciar a saída da condição de vulnerabilidade social entre gerações. Como estratégia para a mudança da situação de vulnerabilidade, busca-se proporcionar aos beneficiários o acesso aos serviços públicos de saúde, educação e assistência social por meio do cumprimento de condicionalidades nas respectivas áreas. Na saúde as condicionalidades são acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo consideradas como instrumento de promoção de equidade no acesso aos serviços, por estimularem a entrada de uma população de maior vulnerabilidade social nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Este acompanhamento compreende atividade compartilhada e, portanto, de responsabilidade de todos os profissionais envolvidos, entretanto os agentes comunitários de saúde (ACS) destacam-se neste processo, por seu papel de intermediador entre o governo e a população. Considerando-se a relevância das condicionalidades de saúde para a obtenção do objetivo de saída da condição de vulnerabilidade social, este trabalho buscou compreender a percepção dos ACS quanto à utilização do acompanhamento das condicionalidades de saúde como estratégia de promoção da saúde dos beneficiários do programa em um município do sul do Estado de Minas Gerais. A pesquisa teve delineamento transversal e abordagem qualitativa e é parte integrante de um projeto mais amplo intitulado “Programa Bolsa Família: avaliação da Segurança Alimentar e Nutricional das famílias participantes e acompanhamento das condicionalidades de saúde sob a ótica dos profissionais”, aprovado pelo Comitê de Ética e financiado pelo CNPq. Na pesquisa foram realizadas entrevistas com 17 ACS, gravadas e posteriormente transcritas por empresa especializada. A quantidade de respondentes foi definida pelo método de saturação de dados e os resultados foram obtidos por análise de conteúdo. As entrevistas mostraram que não era comum entre os ACS a utilização das informações obtidas durante o acompanhamento das condicionalidades na triagem e encaminhamento dos beneficiários para outros profissionais e serviços de saúde. Quanto ao aproveitamento do momento do acompanhamento das condicionalidades para a utilização de outros serviços da UBS o resultado foi contraditório. A maior parte dos profissionais negou notar este costume, outros não só disseram acontecer como enfatizaram a importância deste fato. Também foi analisada a percepção sobre o aumento da frequência à unidade de saúde pelos beneficiários sendo mais comum a ideia de que o cumprimento das condicionalidades de saúde não interferiu no hábito de frequentar ou não a UBS. Quanto à realização de atividades ou serviços, os ACS também afirmaram não realizarem ações específicas para esse grupo, nem os enxergarem de forma diferenciada. Esses profissionais parecem entender a realização de atividades diferenciadas como um privilégio e não como atenção ao princípio de equidade do SUS. Em síntese, foi possível notar que a forma de acompanhamento, utilização e valorização das condicionalidades em saúde no município tem sido pouco efetivas na promoção do acesso aos serviços de saúde. Estes resultados evidenciam a necessidade de capacitação dos ACS e demais profissionais envolvidos no acompanhamento das condicionalidades para tornar possível que estas sejam estratégias de superação da vulnerabilidade e ruptura da pobreza entre gerações.


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Trabalho nº 8225
Título do Trabalho: A PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DO TABAGISMO NA FORMAÇÃO E NA PRÁTICA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE: CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOCLINICA INSTITUCIONAL
Autores: Vilma Vieira Silva, Ana Clementina Vieira de Almeida, Lucia Cardoso Mourao, Juliana Gregório, Lucille Annie Carsten, Fabiola Braz Penna

Apresentação: Estudo que traz como objeto “a formação de profissionais de saúde nas ações de promoção e prevenção junto a tabagistas na Estratégia Saúde da Família”. Problematiza as dificuldades na realização de ações de promoção e prevenção voltadas ao tabagismo, considerando os centros formadores, os serviços de saúde e a sociedade em geral. Objetivo: Analisar os fatores que interferem na prática de promoção e prevenção desenvolvidas por profissionais de saúde junto a tabagistas, considerando seu processo formativo e suas atividades junto a fumantes na Estratégia da Saúde da Família; Identificar como tem sido abordada na formação dos profissionais de saúde a prática de promoção e prevenção junto a tabagistas; Listar as ações que os profissionais de saúde consideram prática de promoção e prevenção relacionadas ao tabagismo; Buscar juntamente com os participantes, estratégias relacionadas ao tabagismo e que possam ser aplicadas nos serviços de saúde e no processo de formação, proposta de produto deste estudo. Método: Trata-se de uma pesquisa intervenção com abordagem qualitativa, tomando como referencial teórico metodológico a Análise Institucional na modalidade Socioclínica Institucional das práticas profissionais. Escolhe como cenário uma Unidade da Saúde da Família de um município de Niterói/Rio de Janeiro e como participantes profissionais de saúde da referida unidade. Elege como dispositivos da coleta de dados dois encontros nos moldes da Socioclínica Institucional, um diário para anotações do pesquisador e as anotações nas atas dos grupos de tabagista. A pesquisa foi aprovada pelo CEP/UFF com o número 2.930.317 CAAE 91395518.8.0000.5243. O primeiro encontro aconteceu em outubro de 2018 e compareceram 15 profissionais, e o segundo encontro de restituição em maio de 2019 com 17 profissionais. O material coletado foi transcrito e a produção de dados permitiu evidenciar as características da Socioclínica Institucional e dois eixos de análise. O primeiro “a intervenção Socioclínica Institucional traz para debates a promoção e prevenção do tabagismo na formação e na prática dos profissionais” que se abriu para 03 sub eixos. O segundo a abordagem  Socioclínica Institucional como favorecedora para a busca de estratégias de prevenção ao tabagismo. Resultado: O primeiro eixo evidenciou a falta de ações mais efetivas voltadas ao tabagismo durante a formação; O preocupante envolvimento de crianças e adolescentes no ato de fumar no seio das próprias famílias; As contradições entre o que recomendam os programas oficiais e o que realmente ocorre no cotidiano e as dificuldades e potencialidades dos grupos de tabagismo. O segundo eixo, salienta como o referencial teórico metodológico favoreceu os debates que permitiram pensar em dois produtos que possibilitaram ampliar as ações de promoção e prevenção do tabagismo na formação e capacitação dos profissionais de saúde. Considerações finais: O estudo possibilitou que práticas instituintes relacionadas ao tabagismo fossem assimiladas pelos participantes naquele cenário, qualificando a formação de acadêmicos, preceptores e trabalhadores da unidade.


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Trabalho nº 9256
Título do Trabalho: A ATUAÇÃO ODONTOLÓGICA EM UMA PERSPECTIVA DE PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE BUCAL DE USUÁRIOS DE CRACK INSERIDOS NO PROGRAMA ATITUDE/PE
Autores: Grasiele Fretta Fernandes, Jéssica Maria Santos Lima, Samara Silva Neves de Sá, Gilberto Apolonio de Souza Júnior

Apresentação: Área temática: EIXO 2 – Trabalho:Apresentação: O trabalho explana uma problemática de saúde pública da atualidade relacionada ao consumo abusivo de crack por uma parcela da população brasileira, e a importância da atuação odontológica frente às alterações orais relacionadas. Sendo o crack considerado uma droga ilícita, derivada da cocaína, a qual provoca uma rápida dependência química, o objetivo deste estudo será voltado às experiências inovadoras na execução da promoção e assistência à saúde a esses usuários, analisando a atuação do cirurgião dentista na política de redução de danos, com o propósito de diagnosticar as alterações bucais elementares características desses pacientes, os quais serão avaliados no Programa ATITUDE/PE, em conjunto com a equipe multiprofissional atuante. Sabe-se que o crack pode ser utilizado em cachimbos, tubos ou latas de alumínio, havendo uma transformação deste produto sólido em substância líquida e em seguida vapor quente, contendo, este, substâncias desencadeadoras de intoxicação cerebral as quais ocasionam, nestes usuários, uma menor sensibilidade aos traumas térmicos. Dessa forma, provocam queimaduras características no lábio inferior, as quais são as causas iniciais mais comuns para o desenvolvimento de lesões potencialmente malignas, sendo outro fator de prejuízo à saúde do indivíduo. Por ser de fácil acesso e baixo custo, é uma das drogas preferenciais na atualidade, em que pode ser observada uma predominância maior entre homens negros, pobres e periféricos, caracterizados pela sociedade como uma minoria os quais se inserem em problemáticas sociais como roubo, prostituição e outros tipos de violência, para custear o vício. Percebe-se nestes cidadãos a falta de motivação para exercer atividades básicas do cotidiano, como uma consequência de redução da capacidade cognitiva, isolamento da sociedade, marginalização, desgaste físico e emocional, atrelados ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade e depressão, os quais são umas das doenças de maior prevalência atual. Nessa perspectiva, é fundamental uma atuação multidisciplinar de apoio aos usuários, sabendo que o cirurgião dentista geralmente é o primeiro profissional a identificar os danos causados, devido aos acometimentos na cavidade oral, como os tipos de gengivites, laceração gengival, perda óssea, como também o aumento no índice de cárie e perda dentária, bruxismo, xerostomia e as demais variações de lesões, como as causadas pela candidíase. Desenvolvimento: o método de estudo propõe-se a inserir o cirurgião dentista em casas de apoio do Programa ATITUDE, no município de Caruaru localizado no agreste do Estado de Pernambuco. Previamente será realizada pesquisa de campo com o objetivo de estudar, de forma ampla, as possíveis alterações orais ocasionadas pelo consumo abusivo de crack, entendendo a sua abrangência, severidade e impacto na saúde bucal, já que ainda há poucos estudos disponíveis em que se investigam as implicações dessa droga na saúde bucal destes indivíduos e a atuação do cirurgião dentista nesse meio. O Programa ATITUDE é coordenado pela Secretaria de Políticas de Prevenção às Drogas (SPPD) do Estado de Pernambuco por meio da Executiva de Políticas sobre drogas, o qual agrega um conjunto de serviços para dar assistência, de forma integral, aos cidadãos vulneráveis e ameaçados pelo tráfico de drogas, exercendo também ações relativas à cuidados primários na perspectiva de reinserção destes usuários no convívio familiar, através do auxílio de outros profissionais da saúde. Serão utilizados dados primários relativos às lesões orais mais prevalentes, assim como o grau de necessidade para atendimento odontológico, e a ideal forma terapêutica para cada caso. Sabe-se que a falta de cuidados com a higiene oral, principalmente relacionada a problemas psíquicos decorrentes do vício dos usuários e a consequente desmotivação, em conjunto dos danos provocadas pelo calor gerado pelo fumo, são as principais causas dos acometimentos observados na cavidade bucal dessa população. Sendo assim, serão observados os impactos negativos que o uso abusivo de crack causa na saúde bucal desses indivíduos, propondo-se que o cirurgião dentista atue na política ou equipe de redução de danos, na tentativa de amenizar ou estabilizar os possíveis riscos, em uma perspectiva de melhora da qualidade de vida e resgate da autoestima dessa parcela populacional. Resultado: Os indivíduos usuários de drogas pertencem a um grupo que apresentam alterações bucais constantes, desaparecendo com o fim do uso, seja qual for a substância e tratamento. O uso abusivo ocasiona lesões, devido ao contato direto das substâncias tóxica com a mucosa oral, provocando mudanças significativas nas células epiteliais. Devido a essas consequências, observa-se a necessidade de se obter um cirurgião dentista na política de redução de danos, a fim de estabelecer a possibilidade de tratamento e acompanhamento permanente desses usuários. Portanto, a proposta é entender os fatores de riscos e a forma de proteção para diminuir a vulnerabilidade desses indivíduos, melhorando a qualidade de vida, reforçando a conscientização da higiene oral, amenizando o alto índice de cárie, doenças periodontais e os avanços das lesões. Esperam-se resultados positivos aumentando a produção de saúde alternativa, em caráter sistemático, pautada na lógica de proporcionar na vida desta população cuidados humanizados, contribuindo para evidenciação da necessidade de se garantir políticas públicas com informações consistentes, na perspectiva de ampliar a forma de abordagem e cuidados paliativos para que esses indivíduos sejam tratados com equidade, contribuindo  assim com o processo de reinserção social. Considerações finais: tendo em vista a realidade social brasileira sobre o consumo de crack, em conjunto aos agravos e danos à saúde oral, é de fundamental importância a atuação de estudantes de odontologia e profissionais da área, para que seja possível a observação dos acometimentos psicológicos, sociais e físicos causados pelo uso abusivo da droga. Essas consequências agem em conformidade para o aumento da violência, marginalização e rompimento dos laços afetivos. Dessa forma, busca-se uma inserção dos cirurgiões dentistas na redução de danos, planejando uma terapêutica efetiva sobre as implicações orais, sem negligenciar os distúrbios de origem mental, buscando assim um atendimento integral, equitativo e justo, com a inclusão de uma equipe multidisciplinar. Dessa forma, a responsabilidade do profissional odontólogo é de promover a saúde em seu sentido mais amplo, estendendo-se, também, à orientação e identificação dos pacientes sobre os riscos e as consequências do uso da droga, encaminhando-os para serviços de atendimento a dependentes químicos, com a função primordial de promover uma melhor qualidade de vida para esta população.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7209
Título do Trabalho: O TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA PROMOÇÃO DA SAÚDE À POPULAÇÃO VULNERABILIZADA NO CONTEXTO DA ATENÇÃO BÁSICA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Anna Caroline Solka, Daniely Casagrande Borges, Greyce de Freitas Ayres, Nubia Ivanira Borba dos Santos, Vanessa Klimkowski Argoud

Apresentação: O trabalho em equipe multiprofissional na Atenção Básica deve considerar a presença de diferentes formações profissionais trabalhando com ações compartilhadas, por meio de um processo interdisciplinar centrado no usuário, incorporando práticas de vigilância, promoção e assistência à saúde e matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. Algumas populações específicas veem, muitas vezes, o acesso à saúde barrado, principalmente quando falamos de usuários vulnerabilizados. A concepção de vulnerabilidade não está estritamente condicionada à ausência ou precariedade no acesso à renda, mas denota uma multideterminação, como a fragilidades de vínculos afetivo-relacionais e desigualdade no acesso a bens e serviços públicos. Desse modo, através de um relato de experiência, o trabalho apresenta a articulação interdisciplinar na construção de ações de promoção da saúde para usuários vulnerabilizados adscritos em um território de abrangência de uma Equipe de Saúde da Família (ESF) em Porto Alegre (RS). O grupo de trabalho foi composto por profissionais residentes dos núcleos da psicologia, nutrição, farmácia, enfermagem e odontologia de um programa de Atenção Básica. Inicialmente, a ação se estruturou com encontros de educação permanente em saúde e de estudos do método do Círculo de Cultura de Paulo Freire na unidade, metodologia que permeou as ações com a população. Posteriormente, as ações foram estruturadas a partir de encontros em ato no território. Durante os encontros, optou-se pela divisão das profissionais residentes em duplas ou trios de núcleos distintos de saberes, bem como, a divisão dos usuários por faixa etária, formando-se assim um grupo de crianças e outro de adultos. Os encontros foram organizados por eixos temáticos da saúde, sendo que os assuntos eram estudados e discutidos a piori, possibilitando que todas as profissionais tivessem domínio dos temas. Percebeu-se que o trabalho interdisciplinar possibilita uma abordagem integral sobre os fenômenos que interferem na saúde de uma determinada população, além da superação da fragmentação do conhecimento e a melhor compreensão da realidade. Ultrapassar os limites de cada área de formação profissional, buscando novas contribuições em outros núcleos de saberes, permite a construção que novos campos e conexões possíveis.


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Trabalho nº 8882
Título do Trabalho: REFLEXÕES ACERCA DA PROMOÇÃO DE DIREITOS HUMANOS NA IFMSA BRAZIL-UFAM
Autores: Clara Guimarães Mota, Juliana Vieira Saraiva, Camile Smith de Oliveira Brito, Vicente Mendes da Silva Junior, André Luis e Silva Evangelista, Pedro Thiago de Cristo Rojas Cabral, Erick Vinícius Fernandes Pacheco, Ana Francisca Ferreira da Silva

Apresentação: De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), os direitos humanos (DH) são inerentes a todos os seres humanos, independente da raça, religião, sexo, etnia, nacionalidade, idioma ou qualquer outra condição. Nessa perspectiva, estão inclusos os direitos à vida e à liberdade - de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem exceção e discriminação. Com isso, a divulgação e promoção dos DH são mecanismos essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, com cidadãos conscientes de seus direitos e deveres e preparados para a ação, quando surgirem ameaças às liberdades individuais e à dignidade humana. Essa foi uma das pautas promovidas pelo Comitê Local IFMSA Brazil-UFAM por meio de seu Standing Committee on Human Rights and Peace (SCORP) durante o ano de 2019, através da realização de atividades voltadas para populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Dessa forma, este trabalho busca apresentar e refletir acerca das atividades realizadas durante o ano de 2019 pelo Standing Committee on Human Rights and Peace (SCORP) da IFMSA Brazil-UFAM, com vistas a promover a divulgação de ações exitosas no campo dos direitos humanos e paz. Desenvolvimento: o SCORP da IFMSA Brazil-UFAM é estruturado através de uma Local Director of Human Rights and Peace (LORP-D) e Local Coordinators of Human Rights and Peace (LORP) que trabalharam em conjunto para realizar ações para o público externo e incentivar discussões dentro da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (FM-UFAM). A atuação foi pautada em ações de assistencialismo, educação em saúde, educação médica voltada aos direitos humanos e paz, conscientização acerca das desigualdades sociais e do direito fundamental à saúde, sendo realizadas cinco atividades diferentes. A primeira foi a palestra sobre Direitos dos Usuários do SUS realizada para 30 refugiados venezuelanos assistidos pela Caritás Arquidiocese de Manaus, sendo para todos os participantes o primeiro contato com uma população em situação de refúgio e de extrema vulnerabilidade socioeconômica, na qual pode-se constatar  que a grande maioria estava em situação de regularização de documentos, a procura de emprego e com dificuldades no acesso aos serviços básicos como educação e saúde. Um dos pontos-chave foi a participação de uma tradutora que ajudou na comunicação com o público, promovendo assim, acessibilidade linguística. Essa primeira experiência abriu portas para a ampliação das atividades com refugiados, através do Projeto Esperanza: Atenção à Saúde de Refugiados, que foi realizado durante os meses de novembro e dezembro, e foi uma das atividades de maior impacto realizado pelo LC IFMSA Brazil-UFAM durante o ano de 2019. Foi possível envolver um grande número de voluntários de várias áreas do conhecimento que juntaram forças e recursos para atuar de forma humana e responsável para uma população que está em crescimento na cidade de Manaus. A mobilização promovida pelos voluntários é admirável e merece destaque, pois foram mais de 80 voluntários arrecadando doações, divulgando o projeto nas redes sociais, organizando as capacitações, o local da ação e interagindo com os refugiados. Pelas avaliações de impacto, percebe-se que houve ganho tanto para os refugiados que receberam atendimento e acolhimento multidisciplinar, tanto para os acadêmicos. Esse intercâmbio cultural proporcionou uma experiência incrível para os voluntários (sendo a primeira para a maioria dos participantes) e conseguiu inserir de forma mais abrangente esses futuros profissionais em uma realidade que tanto precisa de intervenção. Além disso desenvolvemos o projeto Teddy Bear Hospital (Hospital do Ursinho), na Escola Estadual Aderson de Menezes, que contou com a simulação de um hospital em sala de aula para crianças do segundo ano do ensino fundamental, trabalhamos a desconstrução do papel do profissional de saúde perante o olhar deste coletivo, por meio de tais atividades didáticas. Os futuros médicos, hoje acadêmicos, entram em contato direto com universo infantil; aprendem na prática como lidar com os desafios deste público e as crianças, por sua vez, ganham mais confiança acerca do tema. Igualmente, para as crianças, a realização da ação contribuiu na redução do medo de ir ao médico ou em qualquer unidade de saúde. Já a I Atividade Multicêntrica de Saúde Mental, realizada durante o setembro amarelo, atuou de forma muito importante para a discussão de saúde mental dos estudantes de medicina da UFAM, pois criaram espaços em que os mesmos se sentiram confortáveis para expor seus anseios, decepções, angústias e expectativas. Falar é essencial, e através do compartilhamento de experiências foi possível conhecer mais sobre os membros do projeto, fazendo com que a integração se tornasse mais forte. Além disso, houve disseminação de informações técnicas, o que contribuiu amplamente para a formação acadêmica e profissional. Por fim, houve a realização da I Atividade Multicêntrica de Saúde da População Negra que contou com uma reunião interna para discutir a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), racismo, discriminação e os indicadores de saúde da população negra. A atividade serviu como um importante meio de discussões sobre essas questões dentro do ambiente acadêmico, e por se tratar de uma temática pouco abordada no ensino superior, a abordagem foi muito elogiada pelos participantes. Resultado: As experiências com refugiados permitiram aos acadêmicos a visualização da realidade enfrentada por essas pessoas que relataram a logística para chegar até o Brasil, a difícil despedida aos familiares que ficaram na venezuela, a dificuldade de acesso aos serviços básicos e, principalmente, o fantasma do preconceito e discriminação que os cercam. Um dos pontos chaves foram os depoimentos de pessoas que sofreram discriminação ao tentar acessar o SUS, indo contra os princípios do sistema e do direito básico de acesso à saúde, fundamental para a existência humana. Ao analisar o impacto que as ações trouxeram à comunidade, destacam-se a prestação de assistência em saúde à populações vulneráveis; promoção da educação em saúde e prevenção de agravos; conscientização sobre desigualdade social e discriminação, com vistas a promover acesso não discriminatório à saúde; ensino de habilidades médicas e maior união entre os membros participantes do projeto. Resultado: Os debates promovidos pelo SCORP e a visão mais voltada para as populações negligenciadas buscam soluções para a promoção dos direitos humanos e paz dentro da sociedade, aliando, inclusive, o conceito de determinante social como algo intrínseco à condição de saúde. Principalmente, os estudantes de Medicina compreenderam que a capacidade de se tornarem agentes da transformação social, detectando falhas reais e buscando soluções produtivas é tão importante quanto os assuntos curriculares aprendidos dentro do âmbito da Universidade.  Além disso, é possível notar o desenvolvimento de habilidades comunicativas e empatia entre os estudantes, indo de encontro aos princípios de um ensino médico mais humanizado e que atenda as necessidades da população. O papel social, assim como os demais, deve ser defender os direitos humanos fundamentais com vista ao alcance de um sistema que proporcione equidade, igualdade e universalidade que, na teoria, há desde 1988.


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Trabalho nº 12334
Título do Trabalho: MAPEAMENTO DE CASAS, TERREIROS E ROÇAS DE MATRIZ AFRICANA: PROMOÇÃO DA CIDADANIA E CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Autores: Danilo Martins

Apresentação: Essas comunidades, conhecidas popularmente como terreiros, roças ou casas de matriz africana, se constituem em espaços próprios de resistência e sobrevivência, que possibilitam a preservação e recriação de valores civilizatórios, de conhecimentos e da cosmovisão trazidas pelos africanos quando transplantados para o Brasil. Caracterizando-se pelo respeito à tradição e aos bens naturais; o uso do espaço para reprodução social, cultural e espiritual da comunidade; e a aplicação de saberes tradicionais transmitidos através da oralidade desempenha um papel extremamente importante na promoção da igualdade racial, combate ao racismo, segurança alimentar e nutricional das comunidades em que vivem e atuam. Nesses espaços, marcados pela solidariedade social, é prática comum à distribuição de alimentos, a valorização dos alimentos saudáveis, diversificados e culturalmente adequados, entre outras atividades. As ações de mapeamento socioeconômico e cultural partem do imperativo da necessidade de coleta e sistematização de dados e indicadores que orientem a elaboração, redimensionamento, implementação, monitoramento e avaliação de polıt́icas públicas para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, no que concerne a: combate ao racismo; segurança alimentar e nutricional; acesso a serviços públicos de saúde, educação e assistência social; saneamento básico e regularização fundiária; salvaguarda de patrimônio cultural material e cultural; acesso a benefıć ios sociais; e o direito ao meio ambiente equilibrado. O objetivo do mapeamento é conhecer a realidade dos terreiros de todo o território do município de Jaboatão dos Guararapes: quem são, onde estão localizados, suas principais atividades comunitárias, infraestrutura, acesso aos serviços de saúde, entre outros aspectos socioculturais e demográficos. Busca-se, dessa forma, construir um banco de dados que norteará a construção de políticas públicas intra e intersetoriais junto às comunidades tradicionais de matriz africana, com ênfase na promoção da saúde da população negra. O mapeamento se iniciou no segundo semestre do ano de 2018, sendo este realizado pelo Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial (CMPIR) em conjunto com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SMDH) e Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A identificação desses espaços se deu, inicialmente, através das demandas do controle social em reuniões do CMPIR. O instrumento de coleta de dados se deu a partir da adaptação de um questionário objetivo disponível pelo Guia orientador para mapeamentos junto aos povos e comunidades tradicionais de matriz africana do Ministério da Justiça e Cidadania, publicado no ano de 2016. O formulário traz seis tópicos com perguntas de fácil resposta, que são: PARTE I - Localização da Casa Tradicional de Matriz Africana; PARTE II - Informações da Liderança Tradicional de Matriz Africana; PARTE III - Identificação e Caracterização da Casa Tradicional; PARTE IV - Informações sobre o Entorno/Comunidade; PARTE V - Avaliação de Políticas Públicas para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana; PARTE VI - Levantamento de demandas e outras informações. A coleta das informações aconteciam presencialmente, a partir de uma visita dos membros que compõe o CMRP nas roças, frequentemente recebidos pelas lideranças religiosas. As secretarias municipais se responsabilizavam em disponibilizar transporte para a realização das visitas pelos membros do conselho. Considerando o grau de invisibilização das comunidades tradicionais de matriz africana e o histórico de violência e negação de direitos que sobre elas sempre incidiu e a partir da necessidade de aproximação dessas casas no território de cobertura das Equipes de Saúde da Família (eSF), o Núcleo de Saúde Integral da População Negra enquanto representante da SMS, elaborou uma nota técnica versando sobre a importância do mapeamento na construção de políticas públicas voltadas para saúde da população negra e comunidades tradicionais de matriz africana no sentido de sensibilizar os profissionais. Na escrita deste documento, também, foi enfatizada a necessidade de uma maior aproximação das equipes no reconhecimento destes locais enquanto espaços de acolhimento e promoção de saúde. Posteriormente, os profissionais da eSF passaram a contribuir com o mapeamento durante a realização de visitas domiciliares nos espaços de suas áreas adstritas, realizando o preenchimento do questionário objetivo disponibilizado pela área técnica. Atualmente, o município de Jaboatão dos Guararapes conta com aproximadamente 72 terreiros, casas e roças de matriz africana mapeadas. A participação da Estratégia de Saúde da Família nesse processo oportunizou a discussão sobre racismo institucional, a desconstrução de preconceitos e estigmas, além de promover a construção do vínculo e possibilitar o aumento do número de casas mapeadas no município. O mapeamento vem sendo construído com o protagonismo e a participação dos representantes das comunidades tradicionais de matriz africana e será parte integrante da estratégia do município para a efetivação das políticas afirmativas, de respeito e fortalecimento da diversidade étnico-racial e de promoção da saúde.


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Trabalho nº 9775
Título do Trabalho: EXPERIÊNCIA DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO À SAÚDE DO HOMEM NO MUNICÍPIO DE NITERÓI
Autores: Gabriela Wakim Schiessl, Elaine Silva Miranda, Mykaella Braga Miranda, Idelzira Machado de Araujo, Andréa Siqueira da Silva Bittencourt, Letícia Coelho Viana

Apresentação: As estratégias para prevenção e promoção à saúde do homem no Brasil enfrentam diversos desafios, sendo um deles a adesão, pela população masculina, aos serviços de saúde. Tendo em vista os objetivos e diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH), são necessárias ações que contribuam de forma significativa para compreensão da realidade dessa população e assim favorecer o cuidado em saúde. O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) vigorando no município de Niterói-RJ vem promovendo a educação e atuação Interprofissional visando respostas efetivas na atenção à saúde. A Policlínica Regional do Largo da Batalha (PRLB) é um dos locais de atuação de estudantes e profissionais do PET-Saúde. Objetivo: Apresentar estratégias desenvolvidas em Niterói, para ampliar e melhorar o acesso e cuidado em saúde da população masculina adulta. Método: Foram feitas reuniões com homens no sentido de abordar cinco eixos temáticos: acesso e acolhimento do usuário, saúde sexual e reprodutiva, paternidade e cuidado, doenças prevalentes na população masculina e prevenção da violência doméstica. As reuniões do Grupo de Homens (GH) contaram com dinâmica de roda de conversa mediada por profissionais capacitados e alunas do PET-Saúde, de diferentes áreas de atuação, que constroem uma abordagem interprofissional. Além disso, são reservados momentos para a realização de serviços da policlínica considerados essenciais pelo Ministério da Saúde, tais como, teste rápido de infecções virais e bacterianas (HIV, Hepatite B e C, Sífilis), vacinas obrigatórias de acordo com o perfil do usuário, aferição de pressão arterial e índice glicêmico. Resultado: A convivência no GH apontou para necessidade de formular instrumento específico para auxiliar nos encontros. Assim, foi elaborada a Caderneta da Saúde do Homem. O preenchimento da caderneta é feito com base nas experiências vividas no GH e nos aspectos relacionados à saúde mais relevantes para esse público. O material auxilia na adesão desses usuários, uma vez que suas informações estão mais organizadas para serem usadas, posteriormente, em um acompanhamento em longo prazo. Pelos relatos trazidos nas reuniões do GH a maioria dos participantes busca assistência à saúde quando apresentam sintomas e incômodos. É notável a dificuldade em aderir a um estilo de vida saudável, pois quase metade dos homens envolvidos no GH está acima do peso e a maioria declara ter hipertensão e hipercolesterolemia. E, embora sejam orientados sobre os riscos e sintomas de problemas cardíacos, menos da metade dos participantes procurariam imediatamente um médico diante de sinais indicativos de infarto. Muitos assumem substituir, frequentemente, consultas médicas por buscas na internet. Além disso, a maior parte do público relata exceder-se regularmente em açúcar, sal ou gordura, enquanto a minoria faz exercícios físicos pelo menos três vezes por semana. CONCLUSAOSão necessárias estratégias de prevenção dirigidas a para população masculina. O GH, desenvolvido na perspectiva interprofissional, tem se mostrado uma ferramenta útil para promover a saúde entre os usuários da PRLB. 


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Trabalho nº 8240
Título do Trabalho: CÂNCER DE PRÓSTATA: A NECESSIDADE DA PROMOÇÃO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS DE INCENTIVO À PREVENÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA
Autores: Eva Rita Ribeiro Medeiro Maia, Ana Francisca Ferreira da Silva, Marcus Vinícius Souza e Silva, Júlia Fialho Cauduro, Natasha Maranhão Vieira Rodrigues, Carla Grisolia, Rômulo Geisel Santos Medeiros, Andreza Aguiar Ximenes

Apresentação: Com aproximadamente 70.000 novos casos anuais, o câncer de próstata é considerado uma expressiva preocupação à saúde pública. No entanto, é possível reduzir sua taxa de mortalidade, uma vez que, quando diagnosticado durante a fase inicial, o tratamento torna-se mais eficaz. Assim, destaca-se a importância da participação ativa dos brasileiros no controle dessa doença, através da busca pelos exames específicos, como recomendado pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer). Em incentivo à tal prática, realizou-se uma ação educativa de promoção de saúde voltada aos usuários da Unidade Básica de Saúde (UBS) Morro da Liberdade, em Manaus. Relatou-se a experiência de conscientização sobre a prevenção do câncer de próstata, que fomentou o acesso à informação na Atenção Básica, em prol de incentivar a busca pelo rastreamento desimpedido. Desenvolvimento: Por três visitas, os alunos revezaram-se em duplas e, no turno da manhã, conduziram ações de educação em saúde ao público-alvo composto por: homens aguardando atendimento, acompanhando familiares e até mesmo nos arredores do local. As pessoas eram abordadas individualmente de forma a ficarem à vontade sobre a temática. A linguagem foi coloquial, próxima à realidade popular. Cada usuário recebeu um folder retirado da página virtual da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que abrangeu o tema de forma clara e visual. Durante o discurso, destacou-se a definição da próstata, a epidemiologia e o rastreio da doença e, principalmente, a necessidade de ser realizado o exame de toque retal anualmente, caso o indivíduo estivesse incluso no grupo de risco: população do sexo masculino com mais de 50 anos. Ademais, houve um alerta aos sintomas característicos desse câncer, de forma que, caso sejam reconhecidos, ocorra a busca imediata pela UBS. Em seguida, foram esclarecidas as dúvidas dos usuários. Resultado: Observou-se que, apesar da maioria dos envolvidos ter conhecimento sobre o a necessidade do rastreamento, poucos sabiam a frequência adequada, bem como a existência de outros exames de rastreio, como o Antígeno Prostático Específico (PSA). Notou-se a dificuldade em conseguir-se consulta com o urologista pelo Sistema Único de Saúde (SUS), visto que o tempo de espera chega a ultrapassar um ano, não cumprindo, assim, o prazo esperado para o diagnóstico precoce. Uma realidade frequente é a busca por consultas particulares, quando há condições, e o retorno à UBS após o toque retal. Além disso, poucos homens apresentaram receio em falar do tema, havendo grande receptividade ao aprendizado. Considerações finais: Como segunda principal causa de óbitos dentro da oncologia masculina, o combate ao câncer de próstata necessita que a UBS realize seu rastreio de forma eficaz. A fim de respeitar o prazo cabível, é imprescindível diminuir o tempo de espera na rede pública, com a solução alternativa de conceder permissão ao médico de família e comunidade em realizar o exame. Ademais, a experiência possibilitou aos acadêmicos maior proximidade à comunidade, desenvolvendo a comunicação com o usuário e a visão desse como um indivíduo passível de dúvidas e anseios.


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Trabalho nº 7732
Título do Trabalho: ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTO AVALIATIVO EM RELAÇÃO A ADESÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE ÀS FICHAS DE NOTIFICAÇÃO PARA A PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE.
Autores: Nayla Rayssa Pereira Quadros, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira, Bianca Gomes Do Carmo, Amanda Gabrielly Miguel Rocha, Juliana Sousa De Abreu

Apresentação: No Brasil, a segurança do paciente foi instituída em 2013, por meio da Resolução nº 36, de 25 de julho, esse dispositivo legal estabeleceu aos serviços de saúde a obrigatoriedade na elaboração e implantação do Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde, estabelecendo ao Núcleos de Segurança do Paciente a responsabilidade de monitorar os incidentes e eventos adversos. A forma mais adequada da equipe conseguir identificar os casos de eventos adversos (EA) é por meio da notificação dos casos para a captação e processamento de informações da problemática dos estabelecimento de saúde e, consequentemente, trabalhar estratégias educativas para reduzir sua ocorrência. São exemplos de eventos adversos hospitalares comuns: erros com a prescrição médica, administração e preparo de medicamentos, distribuição inadequada dos fármacos pela farmácia, equipamentos e materiais que geram dano ao paciente, queda do paciente, identificação inadequada do paciente, úlceras por pressão. Entretanto, ainda há dificuldades na incorporação da cultura de segurança do paciente no Brasil, contribuindo para graves consequências ao usuário, ao profissional e instituição, como o óbito prematuro, prolongamento do tempo do paciente na unidade de internação, o monitoramento ininterrupto, danos que resultam em incapacidades temporárias ou permanentes, aumento dos custos da internação hospitalar, a necessidade de intervenção terapêutica e diagnóstica, aumento da quantidade de medicamentos e ausência no ambiente social. Além dos danos físicos, podemos citar o sofrimento psíquico decorrente do estresse da hospitalização prolongada e da ocorrência de eventos não relacionados à evolução natural da doença de base. Objetivo: Desenvolver um instrumento de coleta de dados com a finalidade de realizar o diagnóstico da realidade e a delimitação da problemática quanto à não adesão de profissionais à notificação de eventos adversos. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por acadêmicas de Enfermagem do quinto semestre da Universidade Federal do Pará, durante o primeiro semestre de 2019, a respeito da construção de um questionário semiestruturado sobre a não notificação dos eventos adversos em um Hospital Universitário de referência no Pará. No processo de desenvolvimento da ferramenta de coleta de dados foi utilizado a ferramenta 5WH2 como instrumento organizacional. Destaca-se que o projeto de criação do instrumento de coleta de dados foi iniciado pelo diagnóstico da realidade, sendo que por meio da visita técnica foi percebido que não há, em vários dos setores do hospital, fichas de notificação de eventos adversos, com exceção do bloco cirúrgico, além disso, em entrevista com a enfermeira responsável pela gerência dos casos de eventos adversos e segurança do paciente foi identificada a necessidade em saber os motivos pelos quais muitos profissionais não notificam, mesmo existindo uma ficha no bloco cirúrgico, que deveria ser também aplicada aos demais setores do hospital. Diante da realidade encontrada, foi identificada como problemática a falta de adesão dos profissionais as fichas de notificação de eventos adversos o que resultou no direcionamento do processo de teorização sobre Eventos Adversos (EA) e fatores que podem interferir para a não adesão dos profissionais as notificações. Com base nesse estudo, foi desenvolvido um questionário como instrumento de coleta de dados para o discernimento sobre os principais motivos que podem estar interferindo para os profissionais do hospital não realizarem tal prática. Resultado: O processo de elaboração das perguntas do questionário aplicado aos profissionais de saúde iniciou com a realização de uma revisão de literatura em bases de dados sobre a segurança do paciente, eventos adversos e instrumentos de notificação, evidenciando a partir dos resultados dos artigos, as principais dificuldades envolvidas na falta adesão de notificações de eventos adversos e que corroboram para a permanência da problemática. A partir disso, o questionário foi dividido em etapas, inicialmente buscando identificar a profissão, setor e tempo de serviço além de abordar o conhecimento dos profissionais sobre a distribuição e existência de fichas específicas para as notificações no hospital. Em seguida, o questionário indaga se os profissionais já realizaram alguma notificação no referido hospital e quais os principais entraves encontrados para a manutenção desta prática para aqueles que respondessem sim à este item (não adesão da equipe, desconhecimento, falta de incentivo, falta de estrutura e falta de tempo). Ademais, aos profissionais que não realizavam notificações, buscou-se destacar quais os principais motivos da não adesão (o desconhecimento, a insegurança, o medo da punição, necessidade de realização dessa prática, nunca presenciou a ocorrência de eventos adversos, comunicação verbal mais eficiente, falta de tempo, falta de comunicação entre os profissionais, função apenas da equipe de enfermagem, função apenas do enfermeiro, discordância sobre o processamento de dados e desconhecimento sobre o que são eventos adversos). Por fim, uma parte do instrumento foi destinada a escolha dos eventos adversos que precisam ser notificados, a partir do conhecimento e opinião dos profissionais e a visão dos mesmos sobre a importância de realização das notificações. Considerações finais: Com a construção desse instrumento de coleta de informações foi possível compreender os principais motivos para a não notificação de eventos adversos o que compromete a segurança do paciente, proporcionando um diagnóstico da realidade o qual busca posteriormente a intervenção com ações educativas com foco na necessidade específica do serviço. Com isso, a intervenção possibilitou a ampliação do olhar das acadêmicas quanto a importância do profissional enfermeiro no processo de notificação, pois o mesmo dentro da equipe de enfermagem desenvolve habilidades de liderança ao incentivar a prática de notificar, por meio de ações educativas, visando a atualização da equipe quanto às situações que devem ser notificadas, de quando e como notificar. Ademais, o uso de ferramentas organizacionais no processo de trabalho do enfermeiro como gestor na saúde é crucial para a organização do serviço, pois atua diretamente no fluxo de informações, comunicação dentro da equipe multiprofissional abordando as necessidades do serviço, avaliação do cuidado e desenvolvimento de intervenções. Portanto, a elaboração do questionário desenvolveu o senso crítico e reflexivo das acadêmicas sobre o papel do Enfermeiro na gerência e frente à segurança do paciente durante o processo de criação do instrumento de diagnóstico da realidade dentro da Rede de Atenção à Saúde no SUS, além de ter propiciado este momento de importante reflexão sobre a importância do ato de notificar aos profissionais que participaram da coleta de dados, estimulando assim que a prática seja efetivada no local.


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Trabalho nº 8245
Título do Trabalho: TECNOLOGIA DIGITAL E SAÚDE NA ESCOLA: EXPERIÊNCIA INOVADORA COM A WEB RÁDIO NA PROMOÇÃO E WEBCUIDADO EM SAÚDE JUNTO AOS JOVENS ESCOLARES NO CEARÁ
Autores: Karlla da Conceição Bezerra Brito Veras, Raimundo Augusto Martins Torres, Leidy Dayane Paiva de Abreu, Edine Dias Pimentel Gomes, Aretha Feitosa de Araújo, Isabela Gonçalves Costa, Joana Darc Martins Torres, Josenice Vasconcelos Martins

Apresentação: Buscar informações e adquirir novos conhecimentos são tarefas que fazem parte da geração digital de jovens, e estão cada vez mais cedo em todos os lugares. Nesse contexto, a internet Rádio AJIR (Associação de Jovens de Irajá), surge como um canal digital, com foco em atividades de educação em saúde com jovens escolares. A internet Rádio se constitui um meio de comunicação dialógica para o cuidado em saúde entre jovens escolares, estimulando o cuidado, por meio da internet. Desse modo, o presente estudo possui como objetivo relatar a experiência de uma enfermeira na aplicação do projeto de extensão “Uso da internet Rádio na Formação e Cuidado em Saúde: Experimentando Estratégias de Comunicação e Educação em Saúde com as juventudes”. E assim estudar como os jovens, se afetam como práticas de produção do internetcuidado de enfermagem e saúde, a partir dos programas transmitidos aos vivo através da internet Rádio Ajir. Acredita-se que o estudo possibilitará a produção de novas pesquisas sobre as Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação em Saúde (TDCS), no processo de educação em saúde com os jovens escolares. Desenvolvimento: O estudo trata-se de um relato de experiência, que descreve a experiência de uma enfermeira junto a um projeto de extensão da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Ceará: “Uso da internet Rádio na Formação e Cuidado em Saúde: Experimentando Estratégias de Comunicação e Educação em Saúde com as juventudes”. O projeto é realizado com jovens escolares de escolas públicas dos municípios do Estado do Ceará, veiculada através da internet Rádio AJIR. Nesse contexto, a internet Rádio é um canal de comunicação digital articulada entre a Associação dos Jovens de Irajá – AJIR com o Laboratório de Práticas Coletivas em Saúde – Lapracs/CCS da Universidade Estadual do Ceará – UECE, com o apoio da Pró- Reitoria de Extensão – PROEX e registro no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão dessa Universidade. O programa em “Sintonia com a Saúde” é transmitido todas as quartas-feiras, no período da tarde, no horário entre 16h e 17h, ao vivo, direto da capital do Estado, Fortaleza. A enfermeira que acompanhou a aplicação do projeto é doutoranda do Programa de Pós Graduação em cuidados clínicos em enfermagem e saúde (PPCCLIS), da UECE, que atuou durante o ano de 2019 em 06 escolas cadastradas no programa em Sintonia com a Saúde (S@S). Participaram do projeto 180 jovens escolares de duas (02) escolas públicas Estaduais de Educação profissional do primeiro e segundo ano do ensino médio, e cinco (05) escolas do nono ano do ensino fundamental, localizadas nos municípios de Sobral e Ubirajara, Ceará, constituindo um total de seis (06) escolas cadastradas no projeto de extensão na Regional de Sobral.  Como procedimentos éticos, a pesquisa adotou a Resolução no 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que garante proteção aos seres humanos participantes de pesquisas científicas no respeitante a sua dignidade. Na análise dos dados do estudo foi utilizado a Análise Temática de Minayo (2014) e o referencial abordado são as práticas discursivas em Foucault (1986). e a pesquisa foi aprovada com o parecer: 3.478.945. Resultado: Para o desenvolvimento do projeto de extensão nas escolas, foram realizadas visitas semanais durante o horário de transmissão da internet rádio AJIR, nas quartas- feiras de 16h ás 17h. No ano de 2019, foram realizados um total de 26 transmissões ao vivo, no Programa: Em Sintonia com a Saúde, através da web rádio AJIR. As 26 temáticas abordadas no ano de 2019, foram: Hanseníase, Dengue, Violência de Gênero, Arboviroses, Tuberculose, Sífilis, Hepatites Virais, Primeiros Socorros em queimaduras, quedas, engasgo e afogamento, câncer de colo uterino, gravidez na adolescência, métodos contraceptivos, obesidade, saúde mental na adolescência, juventude e cultura de paz, diversidade sexual e de gênero, prevenção do suicídio, transtornos alimentares, saúde auditiva, jogos digitais e saúde mental, câncer de mama, diabetes, prevenção das IST/HIV e AIDS e Educação de pessoas com deficiência visual. Durante as transmissões dos programas, foi obtido um total de 180 alunos participando online durante todos os 26 programas apresentados no site da web rádio AJIR, no Programa em Sintonia com a Saúde, apresentando um total de 4.680 estudantes online/ conectados aos programas, todas às quartas- feiras. A transmissão do programa era dinâmica e interativa, pois era utilizado uma internet TV agregada ao site da web rádio, que no momento do programa ao vivo emitia a imagem do locutor e debatedor convidado. Deste modo, foi utilizada uma técnica diferente das metodologias tradicionais, que permitiu aos jovens se entusiasmarem para a participação nas discussões. Assim, os jovens participantes do programa foram estimulados a enviarem perguntas/comentários por meio de um software de comunicação e as atividades iniciavam com uma pergunta chamada de âncora, na qual era realizada pelo facilitador de cada programa. Essa pergunta funcionava como uma indagação, espécie de provocação desenvolvida pela equipe, que se referia à temática abordada no dia, para que os estudantes pudessem pesquisar sobre o tema. Segue alguns exemplos de “perguntas- âncoras” realizadas em alguns dos programas do ano de 2019: “O que significa a SAMU?”; “Que dia é comemorado o dia mundial de combate a AIDS?”; “Cite algumas formas de prevenção da Dengue?’’; “Qual o nome da vacina que ajuda na elevação das defesas do corpo e pode evitar a hanseníase?”; “O que significa diabetes?”. Os jovens também foram estimulados a enviarem perguntas para os convidados especialistas, para assim tirarem suas principais dúvidas: Programa sobre Diabetes- Jovem 16: “Quais os sintomas da Diabetes?”, Jovem 31: “Qual a idade com maior índice de diabetes registrados no Brasil”?; Programa sobre Prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis- Jovem 27: “A camisinha é o preservativo mais eficiente para combater as ISTs?”?. Desta forma, algumas dificuldades foram identificas nas experiências como: dispersão dos estudantes durante o debate virtual, geralmente quando havia algum problema na conexão com a internet. Como desafios e dificuldades: indisponibilidade de  internet com boa qualidade nas escolas; falta profissionais das escolas com disponibilidade para acompanhamento dos estudantes durante a transmissão do programa e pouco computadores nas escolas para todos os estudantes participantes do projeto. E como benefícios do projeto aos municípios, têm-se o alcance das metas pactuadas pelo Programa Saúde na Escola (PSE), nas ações de promoção, prevenção e de atenção à saúde, realizadas através das educações em saúde nas instituições cadastradas com o projeto de extensão. Considerações finais: O canal digital constitui-se como um ambiente de troca mútua, de construção de conhecimento, onde os estudantes puderam interagir com o entrevistado e com outras pessoas de forma online e inovadora, e visando à disseminação das informações. Assim, a internet Rádio AJIR, através do Programa em Sintonia com a Saúde, se tornou um meio para esclarecer dúvidas que muitas vezes passam despercebidas no dia a dia. Foi também nesse espaço, que eles foram estimulados a desenvolver seu pensamento crítico, potencializando suas capacidades.


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Trabalho nº 9783
Título do Trabalho: A PROMOÇÃO DA SAÚDE – CAMPESINATO – AGROECOLOGIA: UMA INTERSECÇÃO PARA TRANSCENDER O AGRONEGÓCIO
Autores: Ariandeny Silva de Souza Furtado, Óscar Emerson Zúñiga Mosquera, Ana Maria Dubeux Gervais, Lourinalda Luiza Dantas da Silva Selva Oliveira, Juciany Medeiros Araújo, Tânia Maria Sarmento Silva

Apresentação: O presente trabalho trata-se de uma análise crítica em construção, por meio de uma revisão narrativa de literatura, com objetivo de apresentar a intersecção do trinômio “campesinato - agroecologia - promoção da saúde” com o agronegócio, diante o conceito teórico da “colonialidade do poder”. As/os camponesas/es traduzem em seu cotidiano atividades agrárias na perspectiva ecológica e nas práticas de promoção da saúde, mesmo com a intervenção da “agricultura industrial capitalista”, seguem na (re)existência. A agroecologia e a promoção da saúde (PS) se complementam, na medida que apresentam “olhar multidimensional” diante os Determinantes Sociais de Saúde, a efetivação de Direitos Humanos (DH), reconhece/valoriza as diferentes territorialidades, a autonomia, a horizontalidade dos saberes e o empoderamento dos movimentos populares. A agroecologia e a PS diante seus princípios, diretrizes e metodologias, são capazes de impulsionar a agricultura de base ecológica, o desenvolvimento territorial mais sustentável; sendo a sustentabilidade compreendida em sua dimensão ética, política, cultural, econômica, social, ecológica. Esse é um olhar ampliado de saúde, que não se limita ao biologicismo e nem a “agricultura ecologizada” e versa pela luta da efetivação dos DH e a soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) “do campo à cidade”. O Brasil foi (des)construído no período colonial por meio da exploração,  violências e (des)territorialização dos povos originários e das/os africanas/os escravizadas/os. Esse processo acarretou no genocídio das culturas, sendo as territorialidades transformadas “em uma única identidade”, prol “hegemonia eurocêntrica”, a qual passou a normatizar a produção do conhecimento, o ensino-aprendizagem e o processo saúde-doença-cuidado diante a racionalidade capitalista. A herança colonial ainda se materializa na atualidade e se expressa “na colonialidade do poder” e passa a direcionar o modo de (sobre)viver da população, atrelado aos interesses do Sistema Econômico Mundial. As práticas agrícolas também evidenciam a colonialidade do poder. Como herança há a concentração da terra (latifúndios) pela “burguesia agrária” (colonizadoras/es) que através das práticas agrícolas desconexas da ecologia, desenvolvem os monocultivos, utilização de agroquímicos, sementes geneticamente modificadas e mecanização em todo o processo de produção; para atender as demandas do mercado externo/biocombustíveis/ração animal e não para suprir as necessidades de alimentos e a SAN da população. Vale ressaltar que essas práticas agrícolas geram a homogeneização sociocultural por não preservar a biodiversidade, os agroecossistemas de base ecológica e as territorialidades das/os agricultores/as familiares em seus significados diante os modos de (sobre)viver. Influenciando as/os camponesas/es a (re)pensar suas práticas/experiências e os conhecimentos ancestrais prol práticas convencionais. E mesmo que não desenvolvam relações “não capitalistas de produção”, estão inseridas/os na economia capitalista mundializada. A qual se instala nos diferentes territórios em decorrência da “modernização da agricultura”, responsável pela negação dos conhecimentos que partiram das experiências vivenciadas nas comunidades e transmitidas pelas/os ancestrais, como forma de luta pela (re)existência dos modos de viver/organizar/produzir. Como consequência há a (des)territorialização e com ela as desigualdades, iniquidades e vulnerabilidades que somados a ausência das políticas públicas e a criminalização dos movimentos populares, mantém as/os camponesas/es marginalizadas/os. Essa marginalização é proposital. A base da gestão pública é representada pelas classes hegemônicas, que tecem sua atuação na racionalidade capitalista e eurocêntrica, com ênfase nos interesses da Globalização/Sistema Econômico mundial que convergem com as práticas agrícolas convencionais. Onde as/os camponesas/es não é o público alvo, ao contrário, podem ser um problema, pois ao se organizarem em movimentos populares, terão mais força, autonomia e empoderamento para reivindicarem seus direitos e a consolidação de políticas públicas, que respeitem suas territorialidades e trajetórias, sendo capazes de avançar prol cidadania e na efetivação dos Direitos Humanos. As reivindicações versam pela soberania alimentar, sementes crioulas, agroecossistemas de base ecológica, “Sistemas Agroalimentares mais Sustentáveis”; promoção da saúde, o acesso ao conhecimento científico e a Assistência Técnica, porém; nem sempre há um espaço “de fala” para que essas reivindicações sejam formalizadas e quiçá materializadas. As políticas públicas ainda são implantadas/implementadas “para” o público alvo e não “com” o público alvo. Um exemplo é o processo de construção dos atos normativos, que não contemplam em todas as etapas o público alvo. A começar pelo dia e lugar, geralmente são dias “de semana” e em horário comercial e nas capitais. As metodologias são verticalizadas, não oportunizando a participação. Há pouco subsídio (“quando há”) para custear o deslocamento/hospedagem/alimentação, pois muitas pessoas se encontram em vulnerabilidade socioeconômica e não conseguem arcar com os gastos. A Equipe/Mesa Diretiva é composta majoritariamente por servidores/as e/ou gestores/as públicas/os, mas as/os camponesas/es? São representadas/os por quem?!  Há uma participação efetiva ou uma “pseudo participação”?! Vale ressaltar que há exceções, e que as conquistas que tivemos até a presente data, foi pela luta e a representação dos movimentos populares e demais pessoas comprometidas com a transformação social, nos espaços de “Controle Social”. Nosso respeito e reconhecimento a todas/os que fizeram parte desses espaços. Há muito o que percorrer, mas estamos no caminho. E problematizar esse cenário é fundamental, até porque ele é cultural e institucionalizado. E nesse cenário se (des)constrói as políticas públicas que no seu contexto de (des)envolvimento, são carregadas de interesses que muitas vezes divergem com a justiça social e a busca por uma sociedade mais equânime. Se dermos continuidade ao contexto do campesinato, torna-se perceptível o paradoxo entre a implantação e a implementação das políticas públicas que dialogam com a agricultura e o desenvolvimento rural mais sustentável. Em relação a implantação, temos 4 referências: Política Nacional de Promoção da Saúde (Portaria n° 2.446/2014) entre os valores evidencia a justiça e a inclusão social, nos princípios há a territorialidade e a sustentabilidade; entre os objetivos a valorização do saber popular; a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN)  (Decreto n° 7.272/2010) no art. 3 inciso II aborda a “promoção do abastecimento e estruturação de sistemas sustentáveis e descentralizados, de base agroecológica, de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos”; Decreto 8.471/2015 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) que no art. 7ª “Art. 7º-A. passa a considerar na legislação agropecuária “os costumes, os hábitos e os conhecimentos tradicionais na perspectiva da valorização da diversidade alimentar e do multiculturalismo dos povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares” além da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Decreto nº 7.794/2012), que contempla todas as dimensões citadas. Se esses atos normativos já estão vigentes, por que não são implementados? Quais são os impedimentos? Estes são exemplos de que pelas políticas públicas é possível transcender a “colonialidade do poder” que versa pelo agronegócio e que de forma participativa e compartilhada, mesmo que pontual, os movimentos populares, camponesas/es e todas as pessoas podem corroborar com a efetivação dos Direitos Humanos e o desenvolvimento rural e agricultura mais sustentáveis pelo controle social diante a (não) implementação das políticas públicas. Há um longo percurso a percorrer na descolonização do agronegócio, do conhecimento científico e do Sistema Alimentar Global. Sigamos na (re)existência potencializando as lutas do campesinato e dos movimentos populares, fortalecendo os Sistemas Agroalimentares mais Sustentáveis, o conhecimento agroecológico e a promoção da saúde.


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Trabalho nº 8248
Título do Trabalho: CONTRIBUIÇÃO DA LIGA DE SAÚDE PUBLICA INTERDISCIPLINAR NA FORMAÇÃO ACADÊMICA E A NA PROMOÇÃO A SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Haryel Ferreira da Silva Martins, Karine Melo Lucas, Vagner Luis Garrido Bonifácio, Alexandre Angelo Frias da Silva, Rana Cristina Fernandes dos Santos Torres, Priscilla Dias Fernandes, Marcella Ramos Machado, Luciana Santos Braz

Apresentação: De acordo com Camará (2012), as Ligas Acadêmicas são entidades sem fins lucrativos com duração ilimitada, criadas e organizadas por acadêmicos, professores e profissionais que apresentam interesses em comum. Constituem-se por atividades extraclasse e devem ter ações voltadas para o ensino e para a educação relacionada à saúde. A Liga Interdisciplinar de Saúde Pública – LAISP é um projeto extensionista, com o propósito de aprofundamento no estudo da Saúde Pública, sendo composta por um grupo de estudantes do curso de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição da Faculdade Bezerra de Araújo e coordenado por uma professora doutorando em enfermagem especializada em saúde publica, interagindo com todos os níveis de complexidade, a fim de aprimorar a formação acadêmica e identificar as demandas da população. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado após as primeiras atividades da Liga Acadêmica Interdisciplinar de Saúde Pública – LAISP. Com objetivo de relatar a importância da liga acadêmica na formação profissional, sua interface na promoção a saúde e a experiência vivenciada pelos ligantes. Os dados foram coletados durante 2 ações vivenciadas pelos ligantes no ano de 2019. Resultado: A criação da LAISP surgiu a partir da necessidade de desenvolver ações promoção de saúde junto à comunidade e aprofundar o conhecimento dos acadêmicos durante a pratica, disponibilizando ao público o conhecimento adquirido através do ensino e da pesquisa desenvolvidos dentro da universidade. Dentre as atividades, a LAISP esteve participando do projeto roda-hans, que teve como objetivo capacitar profissionais da atenção básica a diagnosticar precocemente a Hanseníase em sua passagem pelo bairro de Irajá na zona norte do Rio de Janeiro, no qual envolveu grande parte da população do bairro e adjacências. Além disso, a LAISP esteve participando do projeto “Juntos pela Amamentação” em comemoração do agosto dourado, que ocorreu no parque de Madureira na zona norte do Rio de Janeiro, desenvolvendo rodas de conversas com a população, uma tenda exploratória com o intuito de apresentar os benefícios da amamentação respeitando o tempo determinado pela OMS, com panfletagem e orientações. Dessa forma, destacamos a troca de conhecimentos e aprendizado proporcionado pela presença de outros cursos na realização das atividades de promoção a saúde da população assistida. Considerações finais: As práticas de promoção a saúde desenvolvidas pela liga contribuíram de maneira rentável para a construção de um maior conhecimento tanto para a comunidade quanto para os ligantes, promovendo a interação entre o usuário e os futuros profissionais da saúde, contribuindo para que as pessoas tenham orientação sobre a saúde e melhor qualidade de vida. Por fim, as atividades realizadas contribuíram para o crescimento do acadêmico, pois com todas as experiências vivenciadas auxiliou com que o ligante aprimorasse a sua visão crítica e reflexiva.


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Trabalho nº 11530
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA SAÚDE ATRAVÉS DO INCENTIVO AOS HÁBITOS SAUDÁVEIS INTRAMUROS NO CÁRCERE: transformação do tempo ocioso em tempo proveitoso
Autores: Purdenciana Ribeiro de Menezes

Apresentação: Apesar das doenças cardíacas estarem aumentando nos dias atuais, as pessoas ainda dedicam pouca atenção para a importância da atividade física, principalmente para a manutenção da saúde do coração. A prática regular de um exercício físico beneficia amplamente qualquer indivíduo. Além disso, é uma das principais medidas de prevenção de doenças cardíacas. E você só precisa começar, dar o primeiro passo para deixar o sedentarismo de lado. O presente trabalho norteia-se pelo objetivo de relatar a experiência da aplicação de ações para promoção da atividades físicas intramuros em uma unidade prisional do Ceará. Desenvolvimento: Ação educativa sobre a importância da adoção de hábitos saudáveis, no intramuros de uma unidade prisional, tendo como facilitadores a equipe muldisciplinar, composta por enfermagem, odontologia, medicina e psicologia, da unidade de saúde prisional, realizada nos blocos de celas da Penitenciária de Pacatuba, CE, no dia 03 de fevereiro de 2019, tendo como público-alvo, 412 presos, abordados nas salas de aula da referida unidade prisional. Resultado: Durante a ação foram esclarecidas algumas dúvidas e colocado a unidade de saúde da unidade à disposição para resolução de problemas. Na ocasião foi explicado sobre a importância da atividade física, dando ênfase para os cuidados ao coração e às patologias cardíacas, dadas às necessidades do empoderamento de cuidados essenciais para esta vertente. Explanou-se sobre a importância de os reclusos também praticarem atividades físicas, sugerindo-se a prática de esportes nos blocos quando soltos para o banho de sol. Considerações finais: Observou-se a situação de prisão pode tornar os internos muito acomodados e que o apoio à prática de atividades físicas dentro do recinto prisional, pode incentivar a prática. Por isso, é oportuno, esse tipo de abordagem em ambiente prisional, tendo em vista que a maioria dos internos, dispõe de muito tempo ocioso, de modo que este tempo pode ser utilizado para a adoção de atividade físicas, cuidados com a saúde e aquisição de conhecimento.


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Trabalho nº 7230
Título do Trabalho: ENSINO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE NA GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA NO BRASIL
Autores: Carlos Meister Arenhart, MARIA LUCIA FRIZON RIZZOTTO, ALESSANDRA ROSA CARIJO, FATIMA MOUSTAFA ISSA, LETICIA MILLER MARTINS

Apresentação: Considerando que o ensino e formação no campo da Promoção da Saúde estão presentes nas bases da Saúde Coletiva em seu contexto histórico e, realizando uma costura lógica, também se fazem presentes na formação dos Sanitaristas Bacharéis em Saúde Coletiva, o presente relato tem por objetivo compartilhar a estruturação da formação e ensino do campo da Promoção da Saúde em algumas matrizes curriculares dos cursos de graduação em saúde coletiva (CGSC). Método: Para se compreender o ensino da promoção da saúde nestas graduações, buscou-se identificar primeiramente as escolas que ofertam este curso e, na sequencia, foram analisadas as cargas horárias nas matrizes curriculares. O ensino da promoção da saúde, caracterizado neste relato pelas cargas horárias disciplinares deste campo nas graduações em saúde coletiva. A sondagem foi realizada no mês de janeiro de 2019 na plataforma online do Ministério da Educação. As plataformas utilizadas para o estudo foram o sistema eletrônico de acompanhamento dos processos que regulam a educação superior no Brasil e as plataformas das universidades que possuem as matrizes disponíveis para o público. Em sondagem na plataforma e-MEC identificou-se mais de quinze CGSC no território nacional. Resultado: Com o acesso às matrizes curriculares e PPC’s, nota-se que o campo da Promoção da Saúde enquanto ensino está presente na grande maioria das graduações em Saúde Coletiva. No curso da Universidade Federal do rio Grande do Sul, a disciplina de “Promoção e Educação da Saúde” tem sua ocorrência em forma de Unidade, sendo elas ofertadas em semestres recorrentes, com carga horária total de 345 horas, diluídas em oito semestres. No curso da Universidade de São Paulo há uma disciplina específica de Promoção da Saúde no quinto período com 30 horas. No curso da Universidade Federal da Bahia há a disciplina de “Vigilância e Promoção da Saúde I, II, III e IV” em um total de 136 horas, diluídas em oito semestres de curso. Na Universidade Estadual do Amazonas existem dezessete campi que ofertam a graduação em Saúde Coletiva, identificando-se na matriz curricular do curso as disciplinas “Promoção da Saúde I e II”, ofertadas no terceiro e quinto período respectivamente, num total de nove semestres. Considerações finais: Este estudo permitiu vislumbrar costuras referentes ao ensino e formação da Promoção da Saúde em alguns CGSC que se encontram em processo de expansão nas universidades latino-americanas. Entende-se que seus pilares formativos estão em sintonia com a teorização e prática da promoção da saúde enquanto estratégia de consolidação da reorientação do modelo de atenção à saúde.


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Trabalho nº 11330
Título do Trabalho: REFLEXÕES A CERCA DAS UNIVERSIDADES PROMOTORAS DA SAÚDE
Autores: carine silvestrini sena lima da silva

Apresentação: As universidades apresentam enorme potencial para promover a saúde de sua população, bem como das comunidades nas quais estão inseridas. Nessa perspectiva, o movimento das Universidades Promotoras de Saúde defende que as Instituições de Ensino Superior devam contribuir para a existência de ambientes mais saudáveis através da valorização da Promoção da Saúde em suas políticas e componentes curriculares. Tendo esses aspectos em mente, o presente trabalho tem o objetivo geral de contribuir com o debate sobre as Universidades Promotoras de Saúde (UPS) e, para esta finalidade, optou-se por efetuar uma breve reflexão do conceito de UPS com o propósito de fortalecimento das iniciativas adotadas por Instituições de Ensino Superior em países da América Latina e da Europa. Desenvolvimento Os anos oitenta são marcados pelo conceito de “Entornos Saudáveis” impulsionado pela OMS, ensejando em iniciativas tais como comunidades saudáveis, municípios e escolas saudáveis, entre outros. Na década de noventa, são constituídas redes acadêmicas universitárias como o consórcio Interamericano de Universidades e Centros de Formação de Pessoal em Educação para a Saúde (CIUPS), com o objetivo de impulsionar ações de formação de recursos humanos neste campo. Na mesma época ganha expressão um movimento de Universidades Promotoras da Saúde, que tem criado redes tanto no espaço latino-americano quanto europeu, especialmente na Espanha. Sob a liderança de universidades como a Pontifícia Universidade Católica do Chile, em 2003, a Universidade de Alberta em Edmonton, no ano de 2005, a Universidade Autónoma de Juárez, no México, em 2007 e a Universidade Pública de Navarra, em 2009, foram organizados e realizados 4 congressos, cujas conquistas são evidentes: formulação de um guia de universidades promotoras da saúde, intercâmbio de experiências de docência, investigação e projeção social, fortalecimento da Rede de Universidades Promotoras da Saúde. Conclusão   Moura et. al. (2007), reafirmam nossas convicções quando dizem que, de forma geral, o ambiente escolar poderia tornar-se um grande facilitador de projetos que envolvam a promoção da saúde, incluindo nessa dimensão o cuidado com o meio ambiente. Adicionalmente, os processos educacionais, muitas vezes, extrapolam seu habitat e chegam à comunidade por meio das atividades de extensão. Em vista disso, há a necessidade das relações sociais serem mais solidárias, éticas e ecologicamente corretas, ocupando a posição de novos paradigmas na educação. Sendo assim, as UPS devem ser interativas e dinâmicas e cada IES que se propõe a aderir de forma estruturada às atividades promotoras de saúde, deve realizar prospecção de sua realidade de tal maneira que possa elaborar projetos que resultem em melhorias da qualidade de vida da comunidade, pois segundo Rocha (2008), a plenitude do desenvolvimento humano só se atinge se o sistema educativo também investir em saúde, com a participação ativa individual e coletiva, sob a supervisão do Estado. A despeito dos esforços já empreendidos por iniciativas das universidades na promoção da saúde, de acordo com Precioso (2009), alguns estudos realizados em universidades portuguesas revelaram que a maioria dos futuros licenciados em Ensino de diversas áreas considerava ser de sua responsabilidade a abordagem de vários temas de saúde, contudo não teriam recebido nas universidades formação adequada para este propósito, o que demonstra que as universidades possuem um grande desafio a vencer para qualificação mais apropriada destes profissionais. Portanto, a universidade precisa enfrentar o desafio de permitir que seus alunos reelaborem conhecimentos de maneira a conformar valores, habilidades e práticas favoráveis à saúde. Nesse processo, espera-se que possam estruturar e fortalecer comportamentos e hábitos saudáveis, tornando-se sujeitos capazes de influenciar mudanças que tenham repercussão em sua vida pessoal e na qualidade de vida da coletividade.  


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Trabalho nº 8267
Título do Trabalho: A MUSICOTERAPIA COMO ALIADA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM PARA PROMOVER O BEM ESTAR AOS PACIENTES COM CÂNCER: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Autores: Catarina Cristina Fraga da Silva, Isadora do Nascimento Ribeiro, Suellen Karoline de Lima Pinheiro, Susany dos Santos Tenório, Daniely da Silva Sena, Elian Coimbra Fontinelli Tavares

Apresentação: O câncer se refere a um conjunto de doenças que correspondem ao crescimento desordenado de células, as quais invadem tecidos e órgãos determinando a formação de tumores. A quimioterapia tem como principal objetivo eliminar essas células, todavia, os medicamentos utilizados, na maior parte dos casos, atingem tanto às células que formam o tumor quanto às células sadias, o que resulta no aparecimento de efeitos colaterais que podem se manifestar tanto física quanto emocionalmente. Nesse âmbito, o interesse da enfermagem em utilizar a musicoterapia tem aumentado, pois essa técnica estuda as reações do indivíduo diante de estímulos sonoro-musicais e tem por objetivo favorecer o desenvolvimento emocional e afetivo, contribuindo para o conforto do doente e sua família, importante no enfrentamento da doença e na humanização do cuidado. Objetivo: Identificar as produções científicas publicadas sobre a utilização da musicoterapia como instrumento de enfermagem no cuidado aos pacientes com câncer. Método do estudo: Trata-se de um estudo descritivo do tipo Revisão Integrativa de Literatura (RIL), à cerca do uso de música pelos profissionais de enfermagem como terapia aos pacientes oncológicos, desenvolvida em janeiro de 2020. A busca para realização deste estudo ocorreu nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados em Enfermagem (BDENF). Foram critérios de inclusão no estudo: artigos na íntegra indexados nos bancos de dados dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): (musicoterapia, cuidados de enfermagem e enfermagem oncológica) e artigos publicados em português. Foram critérios de exclusão do estudo: artigos não relacionados, outro idioma, revisão integrativa e não disponível em texto completo. Resultado: Foram encontrados nove artigos, mas foram selecionados e analisados à luz da discussão temática quatro produções, que se adequavam nos critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. Destes, dois foram encontrados na base de dados LILACS e os outros dois na BDENF. Ademais, o estudo permitiu identificar o êxito dessa técnica para portadores de câncer, pois no ambiente de pessoas que convivem com a doença, constatou-se que a música aviva sensações agradáveis, sentimentos de alegria e contribui para o conforto e bem-estar do paciente e sua família, dando sentido aos seus dias e, tornando os pacientes mais comunicativos. Representa um suporte de apoio psicossocioespiritual que desperta força e coragem para o enfrentamento da doença além de contribuir para a redução de náusea, vômito e ansiedade, resultando no aumento da sua qualidade de vida. Considerações finais: Diante dos aspectos tratados nessa revisão integrativa, conclui-se que os pacientes que tem acesso à musicoterapia apresentam melhora na sua qualidade de vida, convivendo melhor com a doença e o tratamento. Todavia, ainda existem poucas pesquisas encontradas principalmente com pacientes oncológicos, necessitando de mais trabalhos nessa área. Dessa forma, há necessidade de ampliar o uso dessa técnica nas diversas áreas da saúde, pois se mostrou benéfica em várias circunstâncias além de ser reconhecida pelos profissionais como ferramenta de humanização.


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Trabalho nº 6447
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DE SAÚDE E PARTICIPAÇÃO JUVENIL
Autores: Raquel Marisa Faccio Viotti, André Amorim Martins

Apresentação: O projeto de extensão “Protagonismo Infanto Juvenil no Bairro Belvedere Divinópolis” é inscrito no Núcleo de Psicologia sobre Educação, Paz, Saúde, Subjetividade e Trabalho CNPq/UEMG e possui como objetivos a participação e promoção de saúde do adolescente. Mesmo que o Brasil possua legislação avançada na proteção integral de crianças e adolescentes ainda se faz necessário a descentralização do cuidado em saúde e maior participação social dessa faixa etária em espaços de promoção de saúde. Dessa forma o projeto é realizado através de um grupo na Estratégia Saúde da Família do bairro Belvedere/Divinópolis. Este se encontra aberto para que novos adolescentes possam adentrar quando considerarem oportuno, contando com encontros semanais de duração média de uma hora. Os temas discutidos são variados e se constroem a partir da demanda apresentada pelos participantes, incluindo também campanhas de prevenção do Ministério da Saúde como o Setembro Amarelo e o Outubro Rosa. Além dos encontros semanais na unidade de saúde o projeto também propõe visitas guiadas pelo território de Divinópolis (MG). Já foram realizadas visitas as universidades públicas da cidade, praças públicas, museus e também feiras culturais como o Festival Literário de Divinópolis (FLID). Através dos encontros geram-se espaços para participação juvenil, tornando os adolescentes promotores da transformação social e sujeitos ativos na construção de sua autonomia e projetos de vida. O favorecimento da participação juvenil vem como uma estratégia eficaz na promoção de saúde e a realização do grupo como um espaço de escuta e reflexão, não sendo meramente um local de transmissão de informações. Ademais do apoio psíquico que o grupo oferece é também nítida a maior aproximação dos jovens com a unidade básica de saúde, tornando-os mais ativos na busca de outros cuidados necessários que são oferecidos pela atenção básica.


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Trabalho nº 8786
Título do Trabalho: FATORES CRÍTICOS PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO ÀS VIOLÊNCIAS NO AMBIENTE ESCOLAR A PARTIR DO TRABALHO E EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL
Autores: Carine Ferreira Santos, Dais Gonçalves Rocha, Raquel Turci, Sheila Murta, Isabella Kahn, Ana Carolina Boquadi, Andréia Simplício, Juliane Andrade

Apresentação: A Universidade de Brasília (UnB) e a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), tem como proposta colaborativa a institucionalização de projeto para atuação nas Escolas articulando ensino-pesquisa-extensão para a prevenção das violências, com foco na articulação intersetorial entre a educação e a rede de saúde do Distrito Federal através do PAV Girassol - Programa de Pesquisa, Assistência e Vigilância à Violência. O enfrentamento às violências e a promoção da cultura de paz no Brasil é apresentado como Tema Prioritário na Política Nacional de Promoção da Saúde e compreende criar oportunidades de convivência, de solidariedade, de respeito à vida e de fortalecimento de vínculos, no desenvolvimento de tecnologias sociais favorecedoras da mediação de conflitos, favorecendo a garantia dos direitos humanos e das liberdades. Objetivo: Desenvolver habilidades interprofissionais e competências nas ações de educação e promoção da saúde, com enfoque na promoção da cultura de paz e prevenção às violências a partir da parceria ensino-serviço. Criado como projeto de extensão em 2017, a partir de 2019 passa a integrar o PET GraduaSUS Interprofissional com apoio de bolsas para preceptoras (04), estudantes (9 incluindo voluntários) e docentes universitárias (3 incluindo voluntária). Objetiva-se neste relato analisar os fatores críticos para o desenvolvimento da educação e trabalho interprofissional na temática. Desenvolvimento: Foi realizado estudo de natureza qualitativa, mediante análise documental de um dos instrumentos de acompanhamento dos estagiários denominado “diário de itinerários”. Este foi preenchido de forma individual, semanalmente e a cada atividade de estágio realizada, seja teórica ou de campo, no período de abril a dezembro de 2019. Após o preenchimento do “diário” os estudantes postavam na pasta do GoogleDrive do Projeto. O diário de itinerários é uma ferramenta que permitiu sistematizar as experiências, monitorar as atividades e avaliar os fatores críticos (facilitadores e desafios). Estes diários foram sistematizados e categorizados pelas preceptoras e professoras autoras deste. A análise temática dos relatos dos estudantes acerca das condições que facilitaram e dificultam o estágio interprofissional evidenciou seis categorias, das quais serão apresentadas quatro: (a) organização/processo de trabalho/gestão, (b) campo/contexto/realidade, (c) metodologia, (d) comunicação. Resultado: Os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa; A categoria organização/processo de trabalho/gestão compreende relatos acerca da oferta de supervisão, formação e educação permanente e planejamento das atividades ao longo do estágio, de modo processual. As categorias foram indicada tanto como facilitador quanto dificultador. Na perspectiva facilitadora, os estudantes apontaram como frutífera a supervisão, tanto no preparo prévio de atividades a serem realizadas no campo como no apoio recebido na mediação nas atividades na escola, visto que supervisora e preceptoras foram a campo para acompanhar e apoiar as atividades práticas. Indicaram características do planejamento como produtivos, incluindo a disponibilização de tempo e espaço para familiarização com o referencial metodológico adotado, apresentado desde a fase inicial do estágio. Na condição de dificultador, citaram manejo de imprevistos que feriam o planejamento realizado, tal como a ausência de membros da equipe na facilitação de atividades que antes contavam com sua colaboração; e planejamento insuficiente devido mudanças de cronograma por demanda da escola. A categoria referente ao campo/contexto/realidade inclui a responsividade de crianças e docentes, que se mostraram receptivos e participativos nas atividades. Notou-se engajamento crescente nas atividades no decorrer do semestre. O engajamento do docente, em particular, manifestou-se como colaboração no planejamento (por exemplo, sugerindo ajustes no procedimento) e desenvolvimento das atividades de estágio (por exemplo, intervindo para que as crianças se mantivessem focadas na tarefa proposta). Para tanto, o conhecimento dos docentes acerca da realidade da escola e das matérias escolares funcionou como um aliado. O ambiente físico usado nas oficinas com os docentes foi considerado aconchegante, particularmente a disposição física das mesas e cadeiras, em formato circular, permitindo que todos pudessem se ver. A abertura da escola para o trabalho em rede foi enfatizada como positiva, assim como materiais conseguidos com o apoio do PAV Girassol. Entre os aspectos dificultadores da categoria campo/contexto/realidade incluíram falta de articulação da rede; agitação das crianças, o que requeria habilidades mais desenvolvidas de manejo de grupo; limitações na estrutura física; barulho nas salas de aula na escola; dificuldades de conciliar horários entre a equipe de estágio e a rotina escolar; e atrasos dos professores, com consequente redução do tempo para execução das atividades previstas e não realização na íntegra das atividades planejadas. A categoria metodologia engloba aspectos da abordagem, estratégias e técnicas adotadas para atingir os fins previstos no estágio que foram percebidos como favorecedores das atividades do estágio. A metodologia adotada (Pesquisa Participativa Baseada na Comunidade e Arco de Maguerez) foi vista pelos estudantes como produtiva, por permitir articulação teoria-prática, otimizar a colaboração entre todos os atores ao reconhecer o saber do outro e centrar-se em potencialidades. Descreveram o material de estudo acerca da referida metodologia como de fácil compreensão e abrangente. Ademais, os estudantes destacaram as estratégias e técnicas utilizadas nas oficinas com crianças e professores como fecundas por distanciarem-se da “escolarização hierárquica”, permitirem o acesso a sentimentos e conhecimentos, serem divertidas, lúdicas e de fácil entendimento, o que fomentou a adesão das crianças. Entre os dificultadores foram: o manejo do tempo da atividade, a relação com a metodologia (por ser nova), a vinculação criativa das temáticas da oficina e o desafio em desenvolver atividades na escola que promovessem engajamento e fossem integradas ao conteúdo programático. A categoria comunicação agrupou relatos relativos à escuta, diálogo e abertura para compartilhar ideias, expectativas, opiniões, conhecimento e saberes sobre o contexto; horizontalidade na relação entre membros da equipe de estágio; e vínculos em construção entre representantes da universidadade, do PAV e da escola. Estas dimensões da comunicação foram apontadas como favorecedoras do engajamento dos escolares nas atividades propostas, com demonstração de confiança, atenção e curiosidade. Na condição de dificultadores, a categoria comunicação englobou problemas tecnológicos, que resultaram no não envio de textos para leitura a tempo da supervisão e monopolização do tempo durante a oficina, com impedimentos para a participação ampliada do grupo. Considerações finais: O projeto tem conseguido inserir estudantes das mais diversas graduações da área da saúde (Serviço Social, Saúde Coletiva, Psicologia, Odontologia, Medicina,, Farmácia e Enfermagem), assim como profissionais dos serviços de saúde (Serviço Social, Psicologia, Terapia Ocupacional), que tem viabilizado o desenvolvimento de práticas colaborativas para o efetivo trabalho em equipe no ambiente escolar e reconhecimento da importância do registro para monitoramento do processo de trabalho. Este registro online possibilitou a identificação dos fatores críticos  e favorecido o diálogo sobre com todos os envolvidos do projeto, incluindo a gestão da escola e da saúde. Finalmente, o Diário de Itinerários, por se tratar de uma ferramenta narrativa, permite a reflexão sobre a prática, num exercício de superação da fragmentação entre a ação e a produção de saberes.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8035
Título do Trabalho: PRÁTICAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE EM TERRITÓRIO DE OCUPAÇÃO URBANA
Autores: Aline Messias Mota, Rubens Bedrikow

Apresentação: De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de habitações inadequadas vêm crescendo no país, dobrando na última década. As denominadas ocupações irregulares contam com inúmeras famílias residindo em condições precárias e por permanência indeterminada. Além de questões epidemiológicas que dizem respeitos aos riscos de se morar nessas condições, elementos tais como provisoriedade, desenraizamento e invisibilidade contribuem para a fragilização da saúde desses indivíduos e culminaram assim em desafios a serem enfrentados pelas equipes de saúde. Objetivo: Este trabalho visa apresentar relato de experiência dos autores em trabalhos de promoção da saúde desenvolvidos por período de dois anos em uma área de ocupação no interior paulista. Desenvolvimento: As ações em saúde decorreram a partir do projeto de extensão intitulado Promoção de Cidadania e Saúde em Área de Ocupação Urbana do departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas – Unicamp, em área de ocupação onde residem cerca de 150 famílias brasileiras e haitianas. As ações iniciaram em 2018 e ocorreram a partir de encontros quinzenais com os moradores, principalmente com as crianças (cerca de 30% da população local), e teve o intuito de realizar intervenções de fortalecimento da saúde e cidadania. As atividades aconteceram dentro do território contando com apresentação de teatro, oficinas de slackline, oficina de forró, contação de histórias, brincadeiras, rodas de conversa com as mulheres, dentre outras. Fora do território ocorreram encontros promovidos na universidade e na câmara de vereadores do município. Resultado: O projeto de maneira geral alcançou grandes resultados como promover o estreitamento de laços dos moradores e equipe de saúde de referência, além de trazer os residentes da ocupação para outros espaços de forma a torná-los mais visíveis e em decorrência disso propiciar espaços de trocas. Essas ações foram possíveis por meio de participação e exibição do documentário realizado pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura da universidade, e fala de representantes de moradores na tribuna da câmara de vereadores no momento de premiação do projeto. Tais práticas, em ambientes privilegiados, mesmo que em determinadas ocasiões possibilitaram espaços de fala daqueles que pouco são escutados ou vistos. Por fim, as experiências vividas nesse projeto contribuíram para repensar as ações de saúde extramuros das instituições. A criatividade e a intersecção com outros saberes neste sentido, foram preponderantes para lidar com adversidades ocorridas, como eventos inesperados, poucos recursos materiais, o sol abrasador e temporadas de chuvas, topografia complicada, constante mudança do cenário local próprias da provisoriedade, dentre outras. Considerações finais: A partir da atuação possibilitada pela extensão universitária pôde-se refletir acerca da necessidade de pensar ações que extrapolem os modelos de cuidado em saúde já postos especialmente quando se trata de pessoas muito estigmatizadas e em espaços físicos e subjetivos complexos tal como as ocupações urbanas.


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Trabalho nº 8277
Título do Trabalho: MAPA MENTAL COMO FERRAMENTA DE PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE AÇÃO EDUCATIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Julielen Larissa Alexandrino, Valéria Gabriele Caldas Nascimento, Wanderson Santiago de Azevedo Junior, Emily Karolayne Aleixo da Silva, Flavine Evangelista Gonçalves, Nathália Oliveira, Monique Tereza Amoras Nascimento, Stelacelly Coelho Toscano de Brito

Apresentação: A tuberculose (TB) é uma doença severa, causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis e pode atingir todos os sistemas que compõem o organismo humano. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) registra 85 mil casos notificados anualmente em âmbito nacional, logo tal agravo é reconhecido como um problema de saúde pública. Além dos males provocados pela doença, os usuários afetados ainda sofrem com o estigma social que patologia acompanha. O Programa Nacional de Controle a Tuberculose (PNCT) visa prevenção e controle adequado da doença e preconiza medidas nesse âmbito, dentre as quais destaca-se a detecção e tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB). O tratamento da infecção latente contribui para evitar a ocorrência da tuberculose em suas várias formas, uma vez que o uso da Isoniazida reduz em 60 a 90% o agravo do quadro; porém depende da duração correta e adesão do tratamento. Uma das principais causas para o elevado quantitativo de casos é a falta de adesão dos usuários durante o período de tratamento, desencadeando abandonos, sobretudo por desconhecimento, dúvidas e receios acerca do mesmo e da própria doença e efeitos adversos dos medicamentos. Além disso, em Belém ocorre a menor taxa de cobertura de avaliação da doença no Brasil, com apenas 8,2% de comunicantes examinados. Nesse sentido, o uso de um mapa de conteúdos (Mapa Mental), mostra que práticas de educação em saúde se tornam indispensáveis, pois o profissional da área da saúde, neste caso o enfermeiro como agente transformador, utiliza metodologias que priorizam a participação do usuário de forma ativa, garantindo o seu empoderamento frente à sua condição, estabelecendo corresponsabilidade na continuidade do tratamento e superação da doença, e ainda fomentando a prevenção, a promoção e a manutenção da saúde, pressupondo o usuário não apenas como o portador da patologia, mas sim como um ser único e protagonista neste processo. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência vivenciada referente à realização de uma ação educativa na sala de espera de um hospital universitário. Desenvolvimento: Trata- se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência realizado no dia primeiro de outubro de 2018, no Hospital Universitário Barros Barreto (HUJBB) na cidade de Belém Pará, Brasil, com o grupo de pacientes e acompanhantes presentes na sala de espera do exame de Prova Tuberculina (PPD). A ação foi desenvolvida pelos acadêmicos do curso de enfermagem do 3° semestre que estavam em aula prática neste período, coordenado e supervisionado pela professora da Atividade Curricular Atenção integral a Saúde do Adulto e Idoso, da Universidade Federal do Pará (UFPA) no curso de Bacharelado em Enfermagem. Respeitando-se todas as fases amparadas, foi realizada a confecção de dois mapas mentais e a ação foi desenvolvida em cinco etapas: No primeiro momento aconteceu o acolhimento e apresentação ao publico dos alunos e da dinâmica; no segundo houve a construção do primeiro mapa mental, de forma que nesse era registrado no cartaz do mapa o conhecimento dos usuários da sala de espera sobre a identificação de grupos de vulnerabilidade, como era a realização do exame de PPD e o resultado, a relação entre o exame e a vacina BCG e por último os efeitos adversos do exame, as informações dadas pelos usuários eram organizadas pelos acadêmicos; no terceiro momento, foi apresentado aos usuários um mapa mental construído previamente pelos acadêmicos que possuía os mesmo temas; ao quarto momento, ocorreu a comparação dos dois mapas mentais e explanação de divergências e convergências entre eles, bem como a resolução de dúvidas e, por ultimo, o quinto momento em que aconteceu a despedida e agradecimento ao publico e entrega de lembranças, como folder. Resultado: Na ação educativa proposta, majoritariamente os usuários não conheciam os grupos de vulnerabilidade a ILTB; quanto a realização do exame, alguns demonstraram ciência de que era realizada no antebraço, porém sem especificidade. Em sua maioria desconheciam os tipos de resultados, efeitos comuns e adversos e a relação do exame com a vacina BCG. Foi observado que o desenvolvimento de ações educativas para grupos de vulneráveis ou suspeitas de Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) são de caráter fundamental para a transformação da realidade encontrada. A atividade educativa sobre o Exame de Prova Tuberculínica (PPD), o qual identifica usuários com ILTB, deu-se de modo satisfatório uma vez que, além de explanar o tema proposto ainda contemplou outras pautas sobre o tema, as quais incluíam dúvidas sobre a tuberculose, a necessidade de superar uma infecção latente e se haviam riscos de contaminação, uma vez confirmado o caso de ILTB, e a preocupação com seus familiares, pois muitos usuários desconheciam a busca ativa de contatos próximos e orientações para conduta após o exame. É possível afirmar, nesse sentido, que o cliente não possui o conhecimento completo ao que tange o motivo e a importância da realização do exame. Ademais, a atividade não se restringiu a metodologia tradicional de explicação do ILTB ou PDD, mas estabeleceu método participativo, pois expandiu-se, devido as perguntas dos usuários, de modo a conferir a esses presentes o lugar de fala e posicionamento de suas experiências e conhecimentos sobre o tema, de modo a assegurar a autonomia do usuário, a valorização de seu conhecimento e a apreensão das informações debatidas. Considerações finais: Desse modo, mostra-se a real necessidade de se realizar Ações de Educação em saúde com intuito de promoção e, também, realizar a interligação entre serviço e ensino dentro da Universidade e na própria assistência. Assim, acredita-se que essa deve pressupor o usuário como protagonista na conscientização e na propagação de informações, bem como estabelecer o empoderamento do mesmo, fomentando sua autonomia no tratamento, instrumentalização sobre sua condição, ainda que sob suspeita da doença, pois desse modo concretiza-se a corresponsabilidade no cuidar da saúde. Nesse âmbito, o enfermeiro (a) tem como papel atuar como o agente transformador que, por meio de competências e habilidades desenvolvidas e embasadas em sua educação permanente e continuada, modifica o cenário no qual a saúde pública está inserida hodiernamente, transformando a realidade apresentada e contribuindo para garantia da qualidade de vida da população e mudança dos índices alarmantes de cobertura de avaliação de tuberculose e ILTB que ainda cercam nossa sociedade. Portanto, a partir da realização da ação foi possível dimensionar a necessidade de ações dentro e fora de unidades de saúde para aumentar o aparato intelectual da população e superar a não adesão de tratamentos por desinformação.


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Trabalho nº 10846
Título do Trabalho: AÇÕES DE PROMOÇÕES A SAÚDE SOBRE DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL PARA POPULAÇÃO NO INTERIOR DO AMAZONAS
Autores: Elisson Gonçalves da Silva, Rodrigo Silva Marcelino, Daniela Gomes de Souza, Jéssica Karoline Alves Portugal

Apresentação: Ações educativas estão relacionadas a uma temática de diversos assuntos que envolvem a teoria e a pratica, atrelada por informações de saúde-doença no qual se faz necessário propor e executar atividades com o intuito de prevenir ou retardar o surgimento de doenças. Nesse sentido, as orientações são essenciais para qualidade de vida de uma sociedade, pois a mesmo nem sempre possui informações de doenças silenciosas tais como diabetes mellitus e Hipertensão arterial sistêmica. A incidências dessas doenças agudas e crônicas está aumentando não só no Brasil, mas no mundo todo afetando principiante jovens e adultos. No entanto, as complicações dessas doenças é um reparo de alerta a saúde pública, pois a diabetes é uma das primeiras causas de amputações aumentado também risco de adquirir doenças cardiovasculares e com isso possibilita internações hospitalares e afastamento dos indivíduos ao ambiente de trabalho. Objetivo: Relatar as vivências dos estudantes de enfermagem e fisioterapia sobre pacto positivo de ações educativas sobre Diabetes Mellitus e Hipertensão arterial para população no interior do Amazonas. Desenvolvimento: Trata-se de um relato descritivo. A imersão vivencial dos acadêmicos ocorreu durante ação educativa no dia mundial dos pobres realizada pelo Catitas Brasileira com parceria a igreja católica e a Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O período da atividade aconteceu no mês de novembro de 2019 com participação de 200 pessoas do municípios de Coari- AM, tendo como público alvo jovens e adultos. Resultado: Participaram da palestra 20 pessoas, com faixa etária de 20 a 69 anos. Identificou-se 4 pessoas diagnosticadas com hipertensão e diabetes. A ação educacional proporcionou conhecimento teórico e prático a respeito da temática, permitindo que os participantes desenvolvessem conscientização a respeito da preocupante realidade do aumento de mortalidade que acompanha as doenças crônicas como hipertensão e diabetes. Diante disso, o repasse de informações em saúde pode contribuir para o desenvolvimento de boas práticas de saúde como por exemplo alimentação saudável e balanceada, práticas de exercício físicos e acompanhamento periódicos nas unidades básicas de saúde. Desta forma, é possível haver diminuição de pessoas hipertensas e diabéticas, principalmente aquelas de classe baixa que em regra são as mais afetadas por esses tipos de enfermidades. Considerações finais: Diante do exposto evidencia-se a importância da disseminação de informações em saúde para o público leigo ampliando o senso crítico e despertando a prática do autocuidado para o público leigo potencializando, garantindo desta forma, uma melhor qualidade de vida.


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Trabalho nº 6959
Título do Trabalho: SAÚDE E MEIO AMBIENTE: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE COM ADOLESCENTES DA PERIFERIA DE BELÉM
Autores: Antonio Soares Junior

Apresentação: Diversos estudos nos apontam que a degradação ambiental tem colocado em risco o bem estar social, portanto as questões ambientais devem ser vistas como um problema de saúde coletiva e os profissionais da área da saúde devem estar alinhados com essa temática para propor estratégias que visem diminuir este risco. O objetivo deste trabalho foi promover um espaço de reflexão sobre saúde e meio ambiente com um grupo de adolescentes, entre 12 a 14 anos, pertencentes ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), situado em uma periferia de Belém, no estado do Pará. A escolha da faixa etária se deu pelo tipo de metodologia que seria aplicada, a fim de despertá-los para o protagonismo juvenil. As ações foram realizadas em 05 encontros, onde foram abordados temas que abrangem a relação homem, saúde e ambiente. As atividades consistiram na elaboração de um pequeno diagnóstico ambiental onde os referidos adolescentes retrataram a realidade de sua comunidade, em seguida houve a exibição do filme “Avatar” (James Cameron, 2009) como mote norteador de discussão, roda de conversa e produção de materiais com produtos recicláveis, no intuito de transformar o espaço do CRAS em um espaço que oportuniza reflexões sobre saúde e meio ambiente. Com os relatos obtidos durante as atividades e as produções feitas pelos adolescentes, pode-se observar que os mesmos compreenderam a importância do cuidado ao meio ambiente e a consciência de que o homem é responsável pela preservação do meio ambiente e que tal preservação está diretamente ligada com sua sobrevivência e seu bem estar. O trabalho teve um alcance limitado a um determinado público, no entanto sugere-se que ações como esta sejam planejadas e realizadas em conjunto ou paralelamente com as unidades educacionais e de saúde para que tenham um alcance mais abrangente que além de contribuir na formação de nossos adolescentes, os sensibilizam quanto o cuidado com o meio ambiente e por conseguinte, a prevenção e cuidado com a saúde.


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Trabalho nº 10339
Título do Trabalho: ATIVIDADES EDUCATIVAS DE PROMOÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS EM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Ursula Viana Bagni, Maria Thereza Medeiros Fernandes, Julliane Sandriely Melo Pereira, Maria Elionês Oliveira Araújo, Maria Eduarda Bezerra Silva, Josianny Rodrigues dos Santos Silva, Thaís Lima Dias Borges

Apresentação: As atividades de educação alimentar e nutricional visam estimular de maneira autônoma e voluntária, hábitos alimentares saudáveis. Para pessoas com deficiência visual tornam-se ainda mais necessárias, pois encontram maiores dificuldades para adquirir e manter uma alimentação saudável. Frequentemente os obstáculos enfrentados no preparo e porcionamento das próprias refeições e na aquisição dos alimentos com autonomia, desestimula-os a manter uma rotina alimentar saudável. Nesse sentido, foi desenvolvido um projeto de extensão que realizou atividades educativas inclusivas a fim de promover hábitos alimentares saudáveis que auxiliassem em pessoas com deficiência visual. Desenvolvimento: Foram realizadas 20 atividades educativas no Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do Norte, realizadas semanalmente durante todo o ano de 2019. As atividades foram voltadas às pessoas com diferentes graus de deficiência visual, seus familiares e professores da instituição. A equipe responsável era composta por docente e alunos de graduação e pós-graduação em Nutrição, e realizaram capacitações para imersão nos aspectos relacionados à deficiência visual, visando entender melhor quais as necessidades e especificidades desse público, principalmente relacionadas ao aprendizado, comunicação e locomoção. Foram abordadas as diretrizes para promoção de alimentação e estilo de vida saudável, a fisiopatologia, prevenção e tratamento doenças crônicas não transmissíveis, e realizadas de oficinas culinárias e de degustação que contemplaram receitas práticas e acessíveis relacionadas com as patologias que foram discutidas. Todas as atividades foram inclusivas e acessíveis e buscaram estimular o uso dos sentidos remanescentes pelos indivíduos com deficiência visual para facilitar o aprendizado em cada encontro. Resultado: O projeto foi bem recebido pelos participantes e pela instituição, e em todas as atividades havia muitos participantes, que interagiram muito e relatavam estar aprendendo bastante em decorrência das atividades serem planejadas especificamente para essa população. Percebeu-se que para realizar atividades educativas inclusivas e que promovam alimentação e estilo de vida saudável para essa população é extremamente necessário o uso de materiais táteis. O tato é um dos principais sentidos que contribui para o aprendizado e alcança a todos, de forma que tanto pessoas deficiência visual quanto os videntes conseguem compreender o conteúdo de maneira mais eficaz. Além disso, é necessário que esses materiais táteis sejam, preferencialmente, tridimensionais e com diferentes texturas pra que a pessoa com deficiência visual consiga perceber através toque os elementos inseridos no contexto da atividade. As oficinas culinárias com envolvimento do indivíduo com deficiência visual no preparo das receitas em que também foram relatadas como cruciais para a adesão de hábitos alimentares saudáveis. A escolha de preparações práticas, que pudessem ser executadas pelo próprio sujeito, contribuiu para a participação de todos. O toque no alimento e o preparar a receita com autonomia fez com que os participantes sentissem o interesse em provar novos alimentos e percebessem que a alimentação saudável também pode ser saborosa. Considerações finais: Atividades educativas de alimentação e nutrição, quando acessíveis às pessoas deficiência visual, contribuem para melhores escolhas alimentares e melhor relação com a comida, bem como estimulam a autonomia e o autocuidado em relação à saúde e nutrição nessa população.


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Trabalho nº 7272
Título do Trabalho: AÇÃO EM SAÚDE NA PRAÇA: UMA ESTRATÉGIA NA PROMOÇÃO DE SAÚDE E CUIDADOS NO INTERIOR DA AMAZÔNIA
Autores: Márlon Rudson Sampaio Marinho, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Manoel Marinho Filho, Marne Rodrigo Sampaio Marinho, Vanessa Kemilly Gomes Lima

Apresentação: Em Santarém, na Amazônia, as praças centrais se localizam próximas ou em frente a orla da cidade. É nessa localidade também, que a população passeia e os barcos e lanchas chegam e saem para as comunidades ribeirinhas e as cidades próximas. Assim, a praça possui um grande vínculo com os Santarenos, e utilizá-la como forma de promover saúde e cuidados, é uma estratégia de grande valia. Logo, este resumo tem como objetivo de demonstrar uma ação em saúde ocorrida em uma praça no interior da Amazônia. Desenvolvimento: Trata-se de um discurso descritivo, do tipo relato de experiência, ocorrido em uma praça localizada no centro de Santarém-Pará. Essa ação em saúde contou com a contribuição de profissionais da área, centros de atendimentos do SUS, bem como acadêmicos das instituições de ensino. Vale ressaltar que os serviços ofertados estiveram voltados para: testes rápidos através do Centro de Testagem e Aconselhamento, educação em saúde sobre primeiros socorros, vacinas, arteterapia promovida pelo projeto EDUCA-ART Saúde, testes de estresse por meio do Centro de Atenção Psicossocial, educação em saúde sobre lavagem das mãos, entre outros. O público de participantes foram crianças, adultos e idosos. Resultado: Notou-se que pelo fato de ser uma praça localizada no centro, próxima ao local onde os barcos das comunidade ribeirinhas saem e chegam, esse público também esteve presente. Além disso, verificou-se por meio da grande participação das pessoas que esse tipo de ação carece ser além de escolas, unidades de saúde e empresa, e cada vez mais englobada em locais centrais e públicos. Isso porque, há uma parcela da população que estão em comunidades ribeirinhas na Amazônia, nas quais os serviços e informações ainda não chegam na mesma proporção do que na cidade. Considerações finais: Ademais, realizar esse tipo de estratégia de ação em saúde na praça é imprescindível para abarcar pessoas de diferentes bairros de Santarém, bem como de outras cidades próximas e comunidades ribeirinhas, haja vista que o público Amazônico é extenso, diversificado e se encontra em diferentes localidades.


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Trabalho nº 9836
Título do Trabalho: GRUPOS ABERTOS COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM SERVIÇO-ESCOLA DE PSICOLOGIA
Autores: Giovanna Cavalheiro Moreira

Apresentação: Os serviços-escola de Psicologia se configuram como espaços com uma dupla função, haja vista que, por um lado, são locais para o exercício prático visando a formação do psicólogo e, por outro, ofertam intervenções psicológicas à população que busca tais serviços. Nota-se, contudo, que frequentemente se veem face a uma demanda superior àquela passível de ser atendida, somado à solicitação prioritária de atendimentos individuais a despeito do potencial demonstrado pelas práticas grupais. Tendo em vista esse cenário, objetiva-se apresentar e discutir a experiência de grupos abertos realizados desde 2015 na Clínica Psicológica da Universidade Estadual de Londrina, considerando-os como dispositivos para a promoção de saúde da população. Trata-se de uma intervenção grupal semanal, de caráter aberto, ou seja, novos participantes podem ser inseridos, a cada semana. Os grupos são divididos por faixa etária (crianças, adolescentes, adultos/idosos) e ocorrem no período matutino e vespertino, de maneira a ampliar o acesso dos possíveis interessados. Nos encontros, que possuem duração de 1h30, são propostos temas para reflexão, no caso dos grupos de adultos e de adolescentes, ou atividades lúdicas, nos grupos de crianças. As propostas são, frequentemente, mediadas por atividades artístico-expressivas, com o intuito de promover a coesão grupal, tendo em vista o caráter aberto da intervenção. Neste sentido, pôde-se, efetivamente, notar uma heterogeneidade do público usuário, fato que implica em certa complexidade para condução da intervenção e a necessidade de flexibilidade por parte dos coordenadores dos grupos. Contudo, o uso dos recursos expressivos favoreceu o desenvolvimento das atividades e a comunicação dos participantes, se configurando como um recurso que promove o desenvolvimento de potencialidades latentes e a interação dos integrantes do grupo, frente a diversidade existente. Por meio da experiência, entende-se que este tipo de prática se apresenta como algo potente, que permite a oferta de um espaço de escuta e acolhimento sem a necessidade de inscrição em listas de espera como nos atendimentos individuais. Tem-se, ademais, a oportunidade de convivência e interação com o diferente, respeitando-se o outro em suas particularidades, potenciais e limites. Pensa-se que se apresenta, assim, como um tipo de intervenção que pode ser replicado para outros serviços-escola de Psicologia, seja para o acolhimento do público, seja como estratégia na formação do psicólogo, visando o desenvolvimento de habilidades e competências para a coordenação de grupos e de flexibilidade para se lidar com o inesperado.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 12136
Título do Trabalho: PLANO ESTADUAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE EM PERNAMBUCO: DOS NÓS AOS LAÇOS
Autores: Ana Maria de Araujo Loiola, Isabela Lucena Heráclio, Isabella Martins Barbosa da Silva Paes, Juliana Martins Barbosa da Silva Costa, Marcela da Mata Atroch, Marcela Maria Nassar de Vasconcelos, Sandra Luzia Barbosa de Souza, Thássia Christina Azevedo da Silva

Apresentação: O histórico do conceito da Promoção da Saúde (PS) revela uma tendência à adoção de uma visão holística da saúde, do conceito de determinação social do processo saúde-adoecimento e da equidade social como objetivos a serem alcançados. A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), fundamenta-se nas Cartas das Conferências Internacionais de Promoção da Saúde, e traz em seu escopo princípios que direcionam para o alcance destes objetivos. No Estado de Pernambuco, localizado na região nordeste do país, a Secretaria Estadual de Saúde (SES), por meio da coordenação de Vigilância de Doenças Crônicas não transmissíveis e Promoção da Saúde investe na qualificação das ações de promoção da saúde com atividades em educação permanente, disseminação da informação e monitoramento. No entanto, diante da necessidade em ampliar as discussões neste campo para as demais áreas técnicas que compõe a SES, no sentido de qualificar as ações desenvolvidas na perspectiva ampliada da promoção da saúde e, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) iniciou-se um movimento de elaboração de um Plano Estadual de Promoção da Saúde (PEPS), o qual objetiva desenhar, de forma participativa e intrassetorial, um plano compatível com as necessidades e potencialidades do estado. Este trabalhado objetiva relatar a experiência na construção do Plano Estadual de Promoção da Saúde, em Pernambuco, sob a ótica de uma residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva. O relato dessa experiência acontece na perspectiva da integração ao serviço e das trocas e contribuições entre o aprendizado da atuação na gestão da saúde pública e assimilação das reflexões e desafios emergentes da experiência do estágio de residência pelos diversos atores do serviço. Desenvolvimento: As reuniões de planejamento da elaboração do Plano iniciaram-se no primeiro trimestre de 2019, das quais participaram as técnicas da coordenação de vigilância de doenças crônicas não transmissíveis e promoção da saúde, uma residente de saúde coletiva com estágio nesta coordenação e pesquisadoras do Núcleo de Saúde Pública e Desenvolvimento Social (NUSP/UFPE) e a Superintendência do Ministério da Saúde em Pernambuco (SEMS). Com a finalidade de construir o PEPS de forma participativa, foi sistematizada uma Oficina Pernambucana de Promoção da Saúde prevista, inicialmente, em duas etapas: a primeira, em setembro de 2019, que teve como objetivo resgatar conceitos teóricos e estimular as demais áreas técnicas convidadas a identificarem ações de promoção da saúde já desenvolvidas (ou andamento) em sua atuação. Para isso, foi enviada uma atividade preparatória por meio eletrônico, realizadas micro-oficinas temáticas abordando o histórico da promoção da saúde, os princípios da PNPS e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, além de atividade em grupo para elaboração e revisão dos planos de ações trazidos pelas áreas técnicas, a fim de subsidiar a estrutura do PEPS; já a segunda etapa aconteceu em fevereiro de 2020, com o propósito de aprofundar os planos de ações, a partir da identificação dos princípios da PNPS e dos ODS contemplados em cada ação, assim como planejar as atividades e reconhecer possíveis parceiros para estruturar o PEPS. Foram convidados os gestores e os técnicos da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) de todas as regiões de saúde do estado. Participaram das duas etapas da oficina as seguintes áreas/setores: regionais de saúde (vigilância e atenção à saúde); Secretaria Executiva de Atenção à Saúde (Superintendência de Atenção Primária - Programa Saúde na Escola; Práticas Integrativas e Complementares - e Saúde Prisional, Diretoria de Políticas Estratégicas - saúde do homem e da pessoa idosa, saúde da população LGBT, saúde da população negra, atenção à saúde bucal, segurança alimentar e nutricional, saúde da criança e do adolescente, saúde da mulher, saúde da pessoa com deficiência, saúde mental - e Programa Mãe Coruja); Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde - vigilância de saúde ambiental e do trabalhador, vigilância de eventos vitais, vigilância de óbito, vigilância de infecções sexualmente transmissíveis e AIDS, vigilância das arboviroses e zoonozes, vigilância de doenças de veiculação hídrica e alimentar, Superintendência de Vigilância das Doenças Negligenciadas, vigilância de desastres ambientais, vigilância de acidentes e violência; Secretaria Executiva de Regulação em Saúde, e parceiros (Comitê de Equidade, Operação Lei Seca, Escola de Saúde Pública, Comitê Estadual de Prevenção a Acidentes de Moto). Além dos trabalhadores, também foi inserida nessa construção a estudante do programa de residência multiprofissional em saúde coletiva, durante o estágio na Coordenação de Vigilância das Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Promoção da Saúde, setor responsável pela idealização e sistematização da construção do Plano. Resultado: Durante a primeira etapa da Oficina Pernambucana de Promoção da Saúde, os grupos discutiram suas ações a partir das atividades realizadas nas micro-oficinas e as reescreveram na perspectiva da promoção da saúde. As ações foram apresentadas e discutidas para o grande grupo. De setembro de 2019 a janeiro de 2020, foram sistematizados todos os planos de ações e agrupados nos seguintes eixos: formação e educação Permanente, cuidados em Saúde, Vigilância e Informação e Articulação e advocacy em Promoção da Saúde. Os planos foram revisados pelas áreas técnicas e reenviados para serem trabalhados na etapa seguinte. Na segunda etapa, em fevereiro de 2020, os conceitos trabalhados na etapa anterior foram revisados por meio de vídeos construídos por um estudante do Programa de Residência em Saúde Mental durante seu estágio na Vigilância de Doenças Crônicas não transmissíveis e Promoção da Saúde. Os participantes da oficina foram organizados em grupos e discutiram os princípios da PNPS e os ODS relacionados às ações, assim como identificaram possíveis parceiros intra e intersetoriais. Ao final da Oficina, foram propostas 33 ações. Os próximos passos serão a discussão com cada área/setor para a revisão das ações e elaboração do monitoramento. O lançamento do Plano está previsto para o terceiro trimestre de 2020, já o início das ações no primeiro trimestre de 2021 com monitoramento semestral. Considerações finais: A construção do PEPS representa um marco na promoção da saúde no Estado de Pernambuco, possibilitando a capacitação de ações já desenvolvidas no estado por meio da adoção do entendimento da promoção da saúde em uma construção coletiva entre as diversas áreas. A inserção do residente de saúde coletiva no cenário da elaboração do Plano constitui uma oportunidade de construção mútua e valorização da Residência como um espaço de aprendizado em serviço. Em um cenário de transição epidemiológica inconclusa, desmonte de políticas públicas e descrédito na saúde pública, há a necessidade de uma formação de sanitaristas com o entendimento da Promoção da Saúde como estratégia para romper as situações persistentes que interferem da determinação social do processo saúde-adoecimento. Portanto, a experiência de estágio nesta área, na oportunidade de construção do Plano foi determinante para a construção de saberes necessários a uma sanitarista (trans)formada pelo e para o Sistema Único de Saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9842
Título do Trabalho: FONOAUDIOLOGIA NA ESCOLA: CRIANDO ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM E PROMOÇÃO DA SAÚDE
Autores: Bianca Maia Curty, Taiany Gonçalves Soares

Apresentação: A atuação fonoaudiológica na escola ainda é pouco difundida, contudo, a presença desse profissional no meio educacional potencializa o desenvolvimento social, cultural, educacional e cognitivo dos alunos. Essa atuação ocorre com intuito de desenvolver ações de promoção da saúde, realizar diagnóstico situacional do ambiente escolar e orientar alunos, pais e professores a fim de proporcionar-lhes qualidade de vida. Este relato tem o objetivo de tecer a experiência de duas graduandas do Curso de Fonoaudiologia de uma universidade pública durante o estágio em Fonoaudiologia Educacional. Desenvolvimento: descrição da experiência ou método do estudo Durante o curso de Fonoaudiologia, os discentes vivenciam o espaço escolar durante todo o oitavo semestre da graduação. No estágio, eles são apresentados a ferramentas de diagnóstico situacional e educação em saúde para uma atuação voltada à avaliação e criação de estratégias que possibilitem o incentivo à autonomia, empoderamento e desenvolvimento dos escolares, pais e professores. Resultado: Os efeitos percebidos decorrentes da experiência Foram desenvolvidas atividades de estimulação da linguagem oral com a educação infantil e da linguagem escrita com o ensino fundamental I, sendo utilizadas estratégias lúdicas para promover o desenvolvimento da comunicação e com isso triar as principais dificuldades do alunos, de forma a promover estratégias de estimulação em grupo, evitando a necessidade de busca assistencial no âmbito ambulatorial no futuro; Oficinas de promoção da saúde vocal para os professores com atividades práticas e problematizadoras sobre o uso da voz e os cuidados necessários para prevenir alterações no futuro; Orientação aos pais sobre o desenvolvimento infantil e a importância do brincar para a estimulação das habilidades linguísticas e da comunicação; e um mapeamento da estrutura e dos recursos da escola que poderiam ter impacto na aprendizagem dos alunos. Considerações finais: A partir deste estágio, as graduandas puderam vivenciar a educação em saúde em um espaço diferenciado, demandando criatividade, autonomia e a quebra de paradigma ao pensar cuidado em saúde em um ambiente educacional. Foi necessário articular ações de promoção da saúde embasadas em uma pedagogia problematizadora, visando a autonomia dos sujeitos rumo a uma maior qualidade de vida e potencialização das habilidades linguísticas, justificando a presença do fonoaudiólogo no contexto escolar e nas equipes do Programa Saúde na Escola (PSE).


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6755
Título do Trabalho: FEIRA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO CERRADO BAIANO: UMA EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE RURAL
Autores: Tarcisio Joaquim de Souza, Ítalo Ricardo Santos Aleluia

Apresentação: O protagonismo do estudante de medicina deve ser explorado desde o início de sua graduação, visto que essa habilidade transpassa a formação unicamente técnica, sendo de suma importância na construção de futuros profissionais mais dinâmicos e capazes de resolver situações-problema com maior celeridade. Conseguintemente, deve-se ter uma base curricular que fomente esse ímpeto nos discentes. Uma das formatações válidas para tal é a inserção do estudante no contexto de saúde-doença-cuidado nos territórios comunitários. A experiência ocorreu em outubro de 2019, na comunidade de Chaprão, zona rural do Município de Cristópolis/BA. Participaram discentes do curso de Medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia, profissionais da Estratégia Saúde da Família, gestores da Secretaria Municipal de Saúde e comunidade. As ações educativas foram elaboradas a partir do referencial teórico de Paulo Freire, que serviu de subsídio para o planejamento das técnicas pedagógicas a serem implementadas. O processo educativo se estruturou de forma dialógica, horizontal e protagonizado entre os estudantes e a participação comunitária na construção de novos sentidos em saúde. As temáticas discutidas foram organizadas em grupos de quatro a cinco discentes, que desenvolveram ações educativas referentes à Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), câncer de mama, alimentação saudável, alcoolismo e tabagismo, depressão e ansiedade, planejamento familiar, hipertensão e diabetes. Os temas foram abordados com a inclusão direta da comunidade em vivências atrativas e dialógicas. Pode-se citar os jogos (quiz) sobre mitos e verdades do aborto; experiências sensoriais sobre o corpo (“se toque”) e mente (“simulação sobre a mente depressiva”); vivências visuais sobre os efeitos do cigarro, da hipertensão e diabetes sobre o corpo humano, com uso de materiais reciclados; e cenário simulado sobre IST com “dinâmica do fluxo de contatos”. Também foram ofertados diversos serviços, como consultas de Medicina de Família e Comunidade, testes-rápidos para IST, aferição da tensão arterial e de glicemia, serviços de regulação de exames, dispensação de medicamentos, imunização e atendimentos odontológicos, realizados por profissionais da SMS. A vivência permitiu aos discentes criar e planejar suas metodologias educativas em saúde, propiciando maior autonomia e reafirmação como sujeitos construtores de um conhecimento alinhado ao contexto cultural e social da comunidade. As dinâmicas proporcionaram forte interação entre os acadêmicos e os usuários, ocorrendo uma quebra do estigma do “médico desumano” e, principalmente, a troca e construção compartilhada de saberes em saúde. A inserção na comunidade de contexto rural gerou importantes reflexões acerca das iniquidades em saúde ali presentes e das possíveis estratégias para superá-las, permitindo uma integração que fortaleceu a formação dos discentes e a relação discentes-profissionais-gestão-comunidade. A feira de saúde se mostrou como importante ferramenta na concretização do pressuposto acadêmico da formação médica humanizada e orientada pelas problemáticas e necessidades de saúde do território, aliada a dois pilares fundamentais: o ensino e a extensão. A experiência possibilitou aos discentes o trabalho em grupo e o reconhecimento dos determinantes do processo de saúde-doença-cuidado e uma aprendizagem no contexto real do serviço e do cenário rural.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9844
Título do Trabalho: A OFICINA CULINÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DA OBESIDADE E DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS – A EXPERIÊNCIA DO POLO MACAÉ
Autores: Naiara Sperandio, Victória Miranda Cantuário Maciel Damasceno, Márcia Maria Prata Pires Ramalho, Lilian Bittencourt da Costa Scherrer, Carolina da Costa Pires, Michelle da Silva Escobar, Jane de Carlos Santana Capelli, Luciana Azevedo Maldonado

Apresentação: A obesidade é considerada uma epidemia global, atingindo diferentes fases do curso da vida. O projeto “Ações de controle e enfrentamento da obesidade no Estado do Rio de Janeiro”, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, apresenta três eixos de atuação. Destaca-se o Eixo de Formação, que tem como proposta qualificar profissionais de saúde da Atenção Primária (APS) e dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família (NASF-AB). O curso de formação com atividades presenciais e à distância, para as ações de cuidado individual e coletivo da obesidade visa contribuir para a organização da linha de cuidado do sobrepeso e da obesidade nos municípios. Este projeto acontece em parceria com Universidade Federal do Rio de Janeiro/Campus UFRJ-Macaé Professor Aloíso Teixeira e a Divisão Especial da Área Técnica de Alimentação e Nutrição (Catan), sendo denominado Polo Macaé. Uma das estratégias metodológicas presenciais utilizadas no curso é a oficina culinária que visa aproximar o cursista do tema alimentação adequada e saudável. Objetivou-se apresentar as experiências e os principais resultados obtidos nas oficinas culinárias voltadas aos profissionais de saúde inscritos no Polo Macaé. Desenvolvimento: Foi oferecida uma oficina culinária para cada grupo de cursistas (profissionais de saúde) inscritos no Polo Macaé, totalizando três grupos. As oficinas aconteceram entre os dias 04 e 06 de fevereiro de 2020. A programação de cada oficina foi organizada em 8 etapas: (1) Chegada e Acolhimento; (2) Dinâmica de Acolhimento; (3)Apresentação: da proposta e os objetivos da Oficina Culinária; (4) Aplicação do questionário sobre habilidades culinárias; (5) Divisão dos grupos e elaboração das preparações; (6) Degustação das receitas preparadas; (7) Roda de conversa sobre o guia alimentar e a culinária; (8) Dinâmica de avaliação. Resultado: Dos 62 cursistas inscritos, 46,8% (n=29) participaram da atividade, sendo 05 de Macaé, 07 de Quissamã, 10 de Cabo Frio/São Pedro da Aldeia e 10 de Rio das Ostras. Em todas as etapas da programação, verificou-se o interesse e participação dos profissionais de saúde. Em relação às habilidades culinárias, utilizando-se o questionário aplicado para cada grupo participante, foi possível verificar que 48,0% dos cursistas são responsáveis pelo preparo das refeições na sua casa; além disso, dos homens presentes (n=3), dois revelaram que intercalam com suas esposas o preparo de suas refeições. Considerações finais: Todas as preparações foram consideradas de fácil preparo e saborosas pelos cursistas. As águas saborizadas e as saladas de feijão fradinho e primavera tiveram boa aceitação. As oficinas culinárias evidenciaram a importância de se trabalhar a promoção de uma alimentação saudável e adequada, incentivando o resgate do prazer em cozinhar, de comer, bem como a comensalidade e a valorização do uso dos alimentos locais pelos cursistas. Elas se constituíram em um método educativo de agregação de conhecimento e trocas de experiências entre os cursistas e educadores. Elas favoreceram a capacitação dos profissionais da APS e NASF-AB, permitindo que sejam multiplicadores das informações em seus locais de atuação, para a promoção da saúde e prevenção da obesidade e suas comorbidades, e das doenças crônicas não transmissíveis.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6775
Título do Trabalho: DESAFIANDO AS BARREIRAS DA EQUIPE DE ATENÇÃO BÁSICA EM PROMOVER SAÚDE PARA OS USUÁRIOS DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS NO PARÁ.
Autores: Carmen Carolina Cruz de Lima, Yvina Farias Dias, alessandra de oliveira carvalho, erica mota peres

Apresentação: Contextualização Com um cenário peculiar de rios e furos as equipes de saúde da região Amazônica têm o desafio de promover melhorias de saúde a comunidades que vivem em um contexto limítrofe de acesso a saúde, educação e saneamento básico. No estado do Pará temos várias localidades que possuem esse perfil, entre elas o município de Abaetetuba que é composto por uma área urbana, mas com grande parte de população situada em áreas ribeirinhas. Objetivo Geral Relatar as estratégias de fortalecimento de ações e programas das equipes de saúde que promovem atendimento a comunidade ribeirinha. Metodologia Trata-se de um relato de experiência das estratégias de saúde realizadas pelas Equipes de Agente Comunitário de Saúde (EACS) do município de Abaetetuba (PA) que atendem comunidade ribeirinha. As equipes fazem parte de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) tradicional que tem como público-alvo comunidade rural e urbana, composta por cinco equipes de EACS e a equipe multiprofissional vinculada a unidade, com horários de atendimento em dois turnos. As experiências relatadas são referentes ao período de janeiro a dezembro de 2019. A organização da assistência à saúde das equipes ocorre através de visita domiciliar, consulta individual e atividades coletivas. Desenvolvendo ações e programas como saúde da criança, saúde da mulher, tabagismo, saúde do idoso, saúde mental, saúde na escola, entre outros. Resultado As estratégias para o fortalecimento de saúde da comunidade ribeirinha envolvem os programas preconizados pelo ministério da saúde e são influenciados também pelo calendário da saúde. Podemos destacar o trabalho dos ACS na comunidade levando orientação e identificando as principais demandas de saúde da população residente, com transporte próprio realizam visitas, fazem reuniões e palestras, além de trabalharem em parceria com a pastoral da saúde disseminando informações sobre amamentação e alimentação saudável, coleta de lixo, calendário vacinal e outras temáticas de saúde. Em relação as estratégias que envolvem todos os profissionais temos a saúde da criança com o incentivo amamentação exclusiva e alimentação complementar saudável, no qual é realizado o acompanhamento das crianças de 0 a 5 anos. O serviço oferta um calendário mensal de atividades até o 6º mês, e após esse período segue com o calendário de atendimento da criança proposto pelo caderno de atenção básica do ministério da saúde. Para o fortalecimento dessa ação tivemos a formação de profissionais como tutores da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, que já ofereceram oficinas sobre o tema para 98% dos profissionais da UBS, resultando em um melhor atendimento e vínculo com os usuários. Além disso é organizado todos os anos durante o mês de agosto a semana do bebê com atividades voltadas para a mãe e para a criança em espaços estratégicos da comunidade e na UBS. Na saúde da mulher são realizadas atividades voltadas para o pré-natal, planejamento familiar e a realização do exame preventivo de câncer de colo de útero (PCCU). A maioria dessas ações são feitas na UBS, mas para maior aproximação da comunidade é organizado em locais como escolas e centro comunitário, atividades coletivas sobre prevenção da gravidez na adolescência e métodos contraceptivos. Para intensificar as atividades como a realização do PCCU são organizados nos meses de março e outubro (durante o março lilás e outubro rosa) a realização do exame na comunidade, por meio das embarcações são levados macas e materiais de suporte para o preventivo até os pontos estratégicos da localidade, facilitando o acesso a oferta desse serviço. No campo da saúde mental contamos com a colaboração da equipe de psicologia, médico e nutricionista para os atendimentos individuais. E durante o período da pesquisa foram realizadas ações como o setembro amarelo com a programação de palestras para os profissionais, houve também a parceria com o CAPS na realização de uma orientação para os ACS sobre a prevenção de álcool e outras drogas. No combate as doenças crônicas transmissíveis e não transmissíveis são realizadas as consultas individuais nos casos de hanseníase, tuberculose, tabagismo, obesidade, hipertensão, diabetes, entre outras. Atividades como a semana de combate a hanseníase, palestras sobre hipertensão e diabetes na comunidade, e a formação para os agentes de saúde nas ações de rastreamento de tuberculose e hanseníase. Com as ações do programa saúde na escola as equipes conseguem abranger estratégias de fortalecimento para a maioria dos programas envolvendo principalmente as crianças, adolescentes, pais e professores. Já foram desenvolvidas temáticas como saúde sexual e reprodutiva, combate ao abuso sexual infantil, alimentação saudável, atividades corporais, atualização do calendário vacinal e outros temas propostos pelo próprio programa. O maior desafio das equipes é propiciar a comunidade ribeirinha a oferta de serviços e programas da atenção básica estando localizados fisicamente fora das localidades de abrangência. O modelo de equipe EACS, não caracterizada como ribeirinha, limita a formulação de estratégias mais eficazes e condizentes a realidade dessa população. Com este tipo de equipe não dispomos de embarcações próprias, ou outro suporte que facilite a proximidade com a comunidade. O transporte utilizado nas ações e atividades hoje são custeados pelo município, mas não são de exclusividade das equipes da UBS. Considerações finais: Promover saúde no contexto da comunidade ribeira requer dos profissionais a superação de barreiras geográficas, estruturais e materiais, e além de tudo sociais e econômicas. Nossa atual estrutura de organização ainda tem muitas limitações para ofertar serviços essenciais para a comunidade, mas trabalhamos para melhorar e aproximar cada vez mais os usuários da rede de saúde, reduzindo assim suas dificuldades de acesso. As estratégias utilizadas até o momento tentam amenizar as iniquidades e contribuir para fortalecimento da atenção básica voltada para população ribeirinha. Uma das propostas sugeridas pela equipe e pela gestão municipal para diminuir os impactos relacionados principalmente a acesso é uma mudança futura de modelo de equipe para melhor conformidade com a população (como por exemplo a formação da equipe de saúde ribeirinha), e a instalação de novas equipes dentro das localidades. Enquanto isso não acontece, as equipes que atuam nessas áreas trabalham dentro das suas possibilidades, buscando um SUS equânime, com melhoria de acesso e de qualidade.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8318
Título do Trabalho: REVITALIZAÇÃO E ADEQUAÇÃO DA CASA DOS IDOSOS FOCADO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE
Autores: Joseph Rodrigues de Rosa, Annie Veggi de Campos, Regiane da Silva Macuch, Rute Grossi Milani, Liney Maria Araujo, Rejane de Sousa Barros Campos, Stefania Pinto Mota, Flávia Helena Ramos

Apresentação: A Fundação do Abrigo Bom Jesus, é uma casa de amparo para idosos e existe deste a década de 40 atendendo a sociedade cuiabana até os dias atuais. Sendo uma entidade filantrópica, abrigando aproximadamente 100 idosos providos de abandono familiar, muitos destes em boas condições de saúde, enquanto que outros possuem limitações de mobilidade ou necessitam de atendimento especial. O objetivo deste estudo está em apresentar uma projeto de revitalização e adequação das funcionalidades dos espaços já existentes, tornar a edificação inclusiva permitirá a criação de ambiente que possa proporcionar calma e tranquilidade aos ocupantes, utilizando de sistemas construtivos e vegetação nativa para dialogar com a edificação existente, permitindo uma maior integridade de espaços e um bom uso dos mesmos, na outra face auxiliando a promoção da saúde nessa população. Fazendo valer na prática o Estatuto do Idoso, que traz na sua essência de cuidados o ser humano de forma holística, atuando nas suas necessidades biopsicosócio-espirituais do indivíduo idoso, onde foi idealizado na Política Nacional de Promoção a Saúde (PNPS) promulgada em 30 de março de 2006. Todos os cuidados para a pessoa idosa, idealizados na PNPS tem como norte a prevenção de doenças, contribuindo para uma longevidade saudável dessa população crescente. Desenvolvimento: Fragmentado em seis partes, esse trabalho contou com várias frentes, sendo a  primeira sobre panorama histórico das edificações de longa permanência destinada aos idosos no Brasil, onde foi possível averiguar os tipos de moradias, como a arquitetura hospitalar, da época medieval em forma de cruz; a galpões grandes divididos em alas semelhantes a presídio; a edificações separadas em pequenos blocos ajardinados; a edificações com fachadas dos quartos voltados ao sul, onde permitiria uma melhor insolação e ventilação dos quartos. Como visto em 1954 no Brasil, inicia uma mudança na concepção de lar para idosos incluindo novas ideias funcionais, como atendimento médico e opções de lazer dentro dessas edificações com a tentativa de dar uma cara de casa. À segunda etapa retrata sobre os conceitos relativos ao tema como o assistencialismo ao idoso, onde a o mesmo se mistura com as histórias dos hospitais e com as casas solidarias ou casas de caridade da igreja católica durante ao longo da história. Possuindo diversas denominações, estas surgindo ao longo do atendimento exclusivo ao idoso, têm-se como: Lar de Idosos; Casa de Idosos; Abrigo de Idosos; Asilos entre outros observados na literatura, todos tratando da evolução do acolhimento e do atendimento ao idoso. Já na terceira etapa, são levantados as normas aplicadas ao tema, estas desde normas de acessibilidade (Normas Brasileiras Regulamentadoras: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos de nº 9050 de 2015), como o Estatuto do Idoso (LEI nº10.741 de 1 de Outubro de 2003), normas da ANVISA (como a Portaria nº810/GM/MS e a Portaria da Resolução: regulamento técnico para funcionamento das instituições de longa permanência de 2004) ao Código de Obras do Município de Cuiabá (2008). Partindo então para a quarta etapa, levantando e analisando o diagnóstico feito da Fundação Abrigo Bom Jesus de Cuiabá, elencando o estado atual e os anseios de seus ocupantes. Na quinta etapa do projeto, são levantados projetos de referências, buscando entender e aprimorar a ideia para o desenvolvimento do projeto, levando em conta a regionalidade do ambiente a ser trabalhado. Na sexta e ultima etapa a elaboração da proposta do projeto em si, que pode ter seu desenvolvimento projetual estudado ambiente a ambiente, o que permitiu estudar as características de uso de cada ambiente da edificação entendendo seu uso pelos profissionais da casa e pelos ocupantes. Nessa premissa de desenvolvimento, a equipe elaborou uma proposta de espaço que não serviria apenas para o descanso dos idosos, mas também para a promoção da saúde dos mesmos, como exigido pela pelo Estatuto do Idoso, atendendo as demandas das normas locais da Secretaria de desenvolvimento urbano do município. E por fim entende-se que, as características a nível de contexto espaço moradia podem influenciar nos comportamentos de nível individual e coletivo.  O lar, embora, coletivo, cada indivíduo tem a sua particularidade, a casa dos idosos deve ser o local onde a pessoa idosa passará esse novo ciclo de vida devendo viabilizar a sua sociabilidade e equilíbrio holístico. Resultado: A corrida para um envelhecimento saudável e uma longevidade tornou-se inexorável tanto para a sociedade leiga como para vários tipos de ciência. Motivo pelo qual, inúmeras áreas de conhecimento estão em busca de apresentar uma participação com contribuição efetiva nessa nova etapa da vida do ser humano.  Inclusive, os espaços subsidiados pelas políticas públicas que acolhem os idosos estão nesse mesmo ideal. Motivo pelo qual se elaborou este projeto de reforma, onde foi constatando a necessidade de inclusão de espaços de descanso, a implantação de espaços pode ser feita com pouca intervenção no mesmo. Onde ao observar as legislações tantos do Estatuto do Idoso como o Código de Obras do município de Cuiabá, é possível propor mudanças na edificação buscando a promoção da saúde, com um melhor aproveitamento do espaço, permitindo a implantação de espaços de descansos e de recriação que possa estar melhorando na qualidade de vida desses idosos. Considerações finais: Conclui-se que esses espaços necessitam ser (re) pensado visando melhor atender as demandas pontuais dessa “nova” população que vem emergindo com rapidez. Para a pessoa idosa assegurar esses espaços, e conquistar seu ambiente saudável e adaptado para sua qualidade de vida, bem como realizar um exercício continuo de cidadania coletiva, com ganhos principalmente individuais. Foi perfeitamente possível elaborar uma revitalização e adaptação do Abrigo Bom Jesus na capital de Matogrosso atendendo as normas vigentes, demonstrando a possibilidade de ter um ambiente acolhedor e bem setorizado mesmo em espaços de uso público. Onde, ao usar do paisagismo para transmitir o aconchego e acolhimento, assim como a sensação de calma e tranquilidade é possível obter resultado almejado, que é a saúde psico/social da pessoa idosa. Desta forma, o projeto iniciou-se por uma análise de viabilidade dos ambientes existentes, seguido de um estudo de normas vigentes de Instituições de Longa Permanência pelo Ministério da Saúde e da Previdência Social assim como, a implantação e distribuição de plantas nativas da região obtidas no IBMA. São espaços que necessitam ser (re) pensado visando melhor atender as demandas pontuais dessa “nova” população que emergindo com rapidez. Para que essa população conquiste um ambiente saudável e adaptado, está sendo um exercício continuo de cidadania coletiva, com ganhos principalmente individual. Servindo como projeto piloto para a gestão atual, esse projeto transmiti a importância do estudo e a implantação do espaço seguindo as normativas para a promoção da saúde e qualidade de vida do idoso, bem como maior longevidade.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10879
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA SAÚDE NA COMUNIDADE: UM EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA ACDÊMICA DE ENFERMAGEM
Autores: Luis Claudio dos Santos Tavolaro, Carolina de Souza Silva, Andreza Andrade de Azevedo, Greyce Trindade do Bomfim Pereira, Erick da Silva Freire, Stefani Schuambach do Nascimento, Karine Melo Lucas Correio, Carla Oliveira Shubert

Apresentação: As Ligas Acadêmicas (LA) foram idealizadas no Brasil durante o período da ditadura militar, favorecendo para o despertar dos questionamentos relacionados à essência dos ensinamentos realizados pelas universidades, o seu direcionamento e aplicabilidade da expansão do conhecimento intelectual teórico-prático. A primeira liga a ser criada, foi na área da saúde, a Liga de Combate a Sífilis, entidade pertencente ao Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, criada em 1920, que até hoje desenvolve projetos para melhoria no tratamento e prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O sistema de ensino superior exerce grande influência sobre a sociedade, ao mesmo tempo em que é influenciado e determinado por condições histórico-sociais, além de ter relevância nos processos de modernização e melhoria da sociedade. Neste contexto, inserem-se as Ligas Acadêmicas (LA), aproximando o estudante da prática de atenção à saúde, fazendo-os alcançar a indissociabilidade do tripé da formação, oferecer diversidade de cenários, formar para a saúde, aprender a fazer e aprender a cuidar do outro. Diante disso, destaca-se a importância das LA para a formação em saúde, visto que a participação dos acadêmicos cria profissionais diferenciados, com uma visão ampliada do cuidado em saúde, e sua importância para o meio social, graças às atividades que desenvolvem. As Ligas Acadêmicas de Enfermagem são possibilidades de aprimoramento científico que possibilitam a promoção de saúde e de espaços de discussão e reflexão entre os alunos e profissionais sobre temas relacionados ao protagonismo da enfermagem na sociedade. A LACENF – Univeritas Rio – Liga Acadêmica do Cuidado de Enfermagem, através do projeto de extensão chamado LACENF Solidária, desenvolve ações de saúde na comunidade do entorno da Instituição de Ensino, através do reconhecimento das vulnerabilidades apresentadas. Esta atividade tem o objetivo de proporcionar ao acadêmico contato com a sociedade e/ou comunidades promovendo saúde e desenvolvendo o senso crítico e o raciocínio científico. Este estudo objetivou relatar a experiência de acadêmicos da LACENF na realização do projeto de extensão LAcenf Solidária. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado após as primeiras atividades do projeto de extensão LACENF Solidária. Resultado: A criação do projeto de extensão surgiu a partir da necessidade de desenvolver ações de promoção de saúde junto a comunidade, disponibilizando ao público o conhecimento adquirido através do ensino e da pesquisa desenvolvidos dentro da universidade. Num projeto ideal de desenvolvimento integral, enquanto a ação concreta está envolvida em direção à melhoria visível de certos aspectos da vida, o sucesso é medido pelo impacto que estas ações têm sobre a capacidade da comunidade e das suas instituições em tratar de questões de desenvolvimento a níveis cada vez maiores de complexidade e eficácia. Contribuir no processo de melhoria contínua de uma comunidade é fundamental. Os acadêmicos têm, desde o início dos trabalhos, contato direto com os representantes das comunidades para obter todas as informações necessárias para o desenvolvimento dos projetos, além de pesquisas na Biblioteca da Universidade, palestras técnicas e orientação de professores. Dentre as atividades, a LACENF, desenvolveu atividades de educação em saúde em uma escola localizada em uma comunidade do Rio de Janeiro. Nesta oportunidade, através de forma lúdica. Foi desenvolvida uma ação teatral para transmitir informações de prevenção a pediculose bem como, a transmissão do parasita, ciclo de vida e ainda, desmistificar o senso comum. Além disso, sensibilizados com a importância do tema, foi realizada em uma escola de ensino médio, ações de prevenção ao suicídio, temática do Setembro Amarelo. Nesta experiência, foi possível  a troca de conhecimentos e aprendizado sobre as vivências da adolescência e como eles absorvem suas experiências, suas frustrações, podendo assim contribuir com estes oferecendo ferramentas de como lidar com seus sentimentos de maneira mais tranquila e saudável. No mês de outubro os acadêmicos foram até uma escola pública localizada na região Metropolitana do Rio de Janeiro, esclarecer dúvidas sobre o câncer de mama para alunos do ensino médio e professores ali presentes. Foi realizada uma palestra sobre a campanha do outubro rosa, seus objetivos e finalidades, e em seguida foi proposto uma dinâmica de mitos e verdades sobre o câncer de mama como meio de intervenção lúdica sobre o tema. Uma intervenção é eficaz quando atinge os resultados esperados. Nesse sentido, intervenções lúdicas para a educação em saúde devem promover a aprendizagem e aspectos mais abrangentes, como a mudança de comportamentos e melhora na qualidade de vida. Essas ações favorecem o aprimoramento das pessoas envolvidas, não apenas no aspecto pessoal como também no profissional, por meio da valorização dos diversos saberes e da possibilidade de intervir criativamente no processo saúde-doença. Considerações finais: Com esse projeto de extensão os acadêmicos, através da identificação de vulnerabilidade e necessidades sociais, foi possível sensibilizar, através de estratégias de educação em saúde, diversos indivíduos, orientado sobre o auto cuidado, atividades de prevenção, dentre outros. Nesse sentido, o projeto de extensão, despertou nos acadêmicos de enfermagem, suas responsabilidades profissionais. As atividades extensionistas, proporcionam para a comunidade a integração do ensino com o serviço, e garante ao acadêmico ampliação de seu saber clínico com a incorporação de conceitos e de ferramentas originários da saúde coletiva, saúde mental, ciências sociais e de outros campos de conhecimento para que possa lidar com a complexidade do processo saúde e doença. Assim, permite a complementação do saber teórico adquirido na graduação com o saber prático exercido nos projetos de extensão. A extensão universitária possibilita a formação do profissional cidadão e se credencia, cada vez mais, junto à sociedade como espaço privilegiado de produção do conhecimento significativo para a superação das desigualdades sociais existentes, influencia e também é influenciada pela comunidade, ou seja, possibilita uma troca de valores entre a universidade e o meio. A extensão universitária deve funcionar como uma via de duas mãos, em que a Universidade leva conhecimentos e/ou assistência à comunidade e também aprende com o saber dessas comunidades. Portanto, se nas práticas de cuidado integral fundamentadas em diálogos o cuidar tem o lado racional (técnicas, teorias) e o sensitivo (emoções, amor), as ações extensionistas na formação em saúde favorecem o entendimento da e a compreensão do sujeito. Pois ocorrem questionamentos de práticas e vivências, devido ao confronto teoria x prática, que provocam reflexões acerca de valores, costumes e crenças.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8834
Título do Trabalho: CRESCENDO SEM CÁRIE: PROMOÇÃO DA SAÚDE COM EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL EM CRECHES MUNICIPAIS DE MANAUS (AM)
Autores: Karoliny Fernandes Tavares1; Anderson An Fernandes Tavares

Apresentação: As crianças são susceptíveis a serem livres de cárie se o hábito de higiene oral for iniciado logo nos primeiros meses de vida, tendo seus pais e cuidadores como principais responsáveis por sua saúde. A partir da promoção de saúde e prevenção é possível que um indivíduo chegue à idade adulta sem ter qualquer experiência de cárie e doença periodontal, doenças que podem ser prevenidas pelo controle mecânico do biofilme. Este trabalho tem como objetivo relatar as ações de promoção e prevenção à saúde bucal, com educação em saúde e escovação dental supervisionada em crianças de 1 a 3 anos, matriculadas em seis creches públicas no município de Manaus-Am. As crianças receberam acompanhamento semanal, onde foram observadas a dieta e a higiene bucal. As crianças participaram de atividades de educação em saúde geral e bucal e escovação supervisionada, utilizando o lúdico como instrumento, com pinturas, colagens, fantoches, teatro, música e escovação em macromodelos. Os pais ou responsáveis, e professores das creches participaram de rodas de conversa, onde dúvidas foram esclarecidas. O ganho com a participação neste projeto excede o passar de conhecimento científico sobre saúde geral e bucal às crianças, pais e professores. Há neste caminhar, especialmente, uma troca de aprendizado obtido entre os discentes de odontologia e os professores das creches, quanto à didática e metodologia de ensino a crianças de 1 a 3 anos, e também ocorre troca de experiências com os pais, em relação à inserção desses hábitos na família das crianças, incluindo a melhora das condições de saúde bucal das crianças ao longo do tempo, levando a diminuição de altos indicies de cáries e perdas dentárias precoces. Conclui-se que as vivências neste projeto elevaram a experiência acadêmica das teorias, das salas e laboratório da Universidade, indo além das práticas clínicas rotineiras, levando os acadêmicos envolvidos a estarem mais preparados para o trabalho em saúde bucal coletiva, tornando-o um profissional mais humano, com olhar e atuação para a saúde das comunidades e suas necessidades.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10371
Título do Trabalho: GRUPO DE APOIO A TRANSEXUAIS E TRAVESTIS PARA A PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Ursula Viana Bagni, Leon Coelho Toscano, DIANNE CRISTINA SOUZA SENA, JÚLIA MARIA ALVES MEDEIROS, THALLES MARCIANO DE SANTANA FERREIRA, PAULO MOREIRA DANTAS, Maria Aparecida Dias

Apresentação: A vulnerabilidade é um movimento que pode aumentar a chance de exposição do usuário à doença através de cenários individuais, coletivos e contextuais que reverberam em maior ou menor suscetibilidade ao adoecimento. Diante das barreiras discriminatórias ou pela falta de acolhimento nos serviços de saúde, transexuais e travestis podem buscar um atendimento precário nos serviços clandestinos, o que pode trazer riscos para a saúde em geral e, consequentemente, aumentar suas vulnerabilidades. Considerando-se a fragilidade na atenção em saúde prestada a essas pessoas, particularmente no que se refere à orientação nutricional e de prática de atividade física durante e após o fim do processo transexualizador, desenvolveu-se um projeto de extensão com ações de promoção da saúde, alimentação saudável e atividade física a transexuais e travestis, bem como escuta qualificada nas demandas dessas áreas, a fim de promover a integralidade do cuidado nesses grupos, e em longo prazo, fornecer elementos baseados em evidências para subsidiar o cuidado em saúde dessas pessoas visando prevenir e recuperar agravos à saúde que possam repercutir na sua qualidade de vida. Desenvolvimento: O projeto, que foi desenvolvido no segundo semestre de 2019, promoveu hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física regular e adequada entre pessoas transexuais e travestis, por meio do seu empoderamento acerca de conceitos básicos de alimentação equilibrada e saudável e exercícios físicos apropriados para a manutenção da saúde, visando não somente a saúde e bem-estar, mas principalmente criando uma cultura de autocuidado que pudesse contribuir para a melhoria das condições saúde e qualidade de vida desse grupo que se expõe constantemente a pressões da sociedade para modificações corporais. Foram desenvolvidas rodas de conversa, atividades lúdicas e jogos de recreação relacionados a conceitos básicos de alimentação e nutrição, atividade física, saúde e autocuidado relacionado às principais doenças crônicas não transmissíveis e distúrbios da imagem corporal, visando aumentar o protagonismo e autonomia em relação a estilos de vida saudáveis. Os encontros tiveram cerca de duas horas de duração, e foram abertos a todos os interessados nos temas. A agenda de encontros era divulgada com antecedência em diferentes redes sociais. Resultado: A atividade foi muito bem acolhida pelos participantes, que se demonstraram muito desejosos na continuidade do projeto. Inicialmente demonstraram bastante interesse em discutir com profundidade determinados temas, particularmente o controle de peso na hormonioterapia, uso de suplementos e riscos do uso de silicone industrial para a prática de atividade física. Embora a ausência de protocolos e recomendações oficiais para nutrição e atividade física de transexuais e travestis tenha gerado frustração no grupo, a troca de experiências entre os participantes foi muito importante para apontar caminhos possíveis. Para além dos encontros coletivos, os participantes solicitavam frequentemente prescrição dietética e de exercício personalizados, uma vez que os serviços públicos de saúde ainda não possui profissionais de saúde especializados nestas áreas. Considerações finais: Por meio de práticas promotoras de saúde o projeto promoveu a inclusão social e equidade em saúde, interdisciplinaridade e multiprofissionalidade, centrando esforços para uma população vulnerável historicamente neglicenciada na área da saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8325
Título do Trabalho: MUDANÇAS NA FORMAÇÃO E NAS PRÁTICAS DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DO TABAGISMO: PRODUTOS DO MESTRADO PROFISSIONAL
Autores: Vilma Vieira Silva, Ana Clementina Vieira Almeida, Lucia Cardoso Mourão, Juliana Gregório, Lucille Annie Carstens, Fabiola Braz Penna

Apresentação: As ações de promoção à saúde dependem da reorientação dos serviços de saúde na busca da atenção integral às pessoas em suas necessidades, visando alcançar a qualidade de vida em seu sentido mais amplo através da luta contra as desigualdades e reafirmação da construção de cidadania. Entre as ações realizadas no âmbito da atenção primária em saúde, um dos agravos que trazem desafios às equipes de saúde é mudança do hábito de fumar. O tabagismo é um problema de saúde pública ao responder por cerca de 5 milhões de mortes por ano em todo o mundo. No caso do controle do tabagismo, o interesse se volta às práticas de promoção e prevenção da doença. O relato a seguir, parte dos resultados obtidos na dissertação de mestrado profissional em ensino na saúde da Universidade Federal Fluminense que trazia como problema o pouco envolvimento de profissionais de saúde e de alunos em formação no controle do tabagismo. Objetivo: Apresentar e trazer para reflexões a questão do tabagismo e as ações de promoção e prevenção a ele relacionadas, a partir de duas estratégias elaboradas com vistas a favorecer a formação e as práticas dos profissionais de saúde na Estratégia Saúde da Família (ESF). Método: pesquisa intervenção com abordagem qualitativa utilizando como referencial teórico metodológico a Análise Institucional em sua modalidade Socioclínica Institucional, colocando em debates coletivos o problema do tabagismo. Foram realizados dois encontros de intervenção com 17 profissionais de saúde de uma unidade da ESF, localizada no município de Niterói/ Rio de Janeiro, no primeiro semestre de 2019. Resultado: durante os debates foram evidenciados que crianças e adolescentes eram o grupo mais vulnerável a iniciação ao tabaco e que esta temática era pouco abordada na formação. A partir destes achados os participantes do estudo no segundo encontro, pensaram em um formulário que permitisse identificar os fumantes, quantos desses desejavam parar de fumar e se tinham crianças e ou adolescentes nas famílias. O formulário, foi testado e implantado na unidade, sendo aplicado nas consultas médica e de enfermagem, na sala de procedimentos e na sala de espera da unidade tendo como proposta ser aplicado a todos os usuários que procurassem a unidade. O formulário também vem sendo utilizado em diferentes eventos da unidade. A segunda estratégia, pensada durante os encontros pela docente de farmácia cujos alunos participavam dos grupos de tabagismo, foi elaborar e aplicar um curso de capacitação sobre tabagismo aos Agentes Comunitários de Saúde. A proposta do curso é que o mesmo tenha continuidade com outros grupos de alunos. Considerações finais: destaca-se que o processo de intervenção nos moldes da Socioclínica Institucional contribuiu para que os participantes pensassem em estratégias abrindo espaço para mudanças em suas práticas o que constituiu-se em potencialidades dos produtos. Como fragilidade, destacamos a necessidade do envolvimento de todos os profissionais da unidade na aplicação dos produtos, fato que vem sendo motivo de novos debates nos moldes da Socioclínica Institucional naquele cenário, buscando a corresponsabilidade dos serviços e do ensino na promoção e prevenção ao tabagismo.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8129
Título do Trabalho: O PROTAGONISMO DE JOVENS LGBT NO CONTEXTO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM ÂMBITO ESCOLAR: PRODUÇÃO DE EVIDÊNCIAS MEDIANTE APLICAÇÃO DAS HISTÓRIAS DE VIDA E STORYTELLING
Autores: Sandra Carvalho Cavalcante Freitas, Ximena Pamela Díaz Bermúdez, Edgar Merchán- Hamann, Daís Gonçalves Rocha

Apresentação: Este trabalho divulga algumas contribuições evidenciadas na dissertação de mestrado: Histórias de vida de jovens LGBT inseridos em projetos de educação em sexualidade no âmbito escolar e que tem como fundamento a abordagem no campo da educação em sexualidade, na perspectiva da promoção da saúde e dos direitos humanos para jovens LGBT em escolas. Sendo assim, os principais objetivos foram compreender as histórias de vida e das experiências afetivossexuais de jovens LGBT que participam de projetos de protagonismo juvenil na área de educação em saúde em escolas; registrar as experiências e vivências afetivossexuais e os fatores que favorecem e dificultam a promoção da saúde; caracterizar os cenários, atores e ações de educação em saúde desenvolvidas na escola em que os jovens LGBT estão atualmente inseridos e identificar interfaces entre o projeto cenário de pesquisa e a promoção da saúde em contexto escolar. Desenvolvimento: O trabalho de campo foi desenvolvido em uma escola da rede pública de ensino do Distrito Federal que, ao longo de mais de uma década, vem desenvolvendo ações na área de educação em saúde e direitos humanos como parte de seu projeto pedagógico. Os participantes de pesquisa foram três jovens LGBT que integram como protagonistas juvenis o projeto da escola, sendo uma mulher trans, um homem cis gay e uma mulher cis lésbica. O processo metodológico abrangeu cinco momentos, desde a coleta de dados, resultados, análise de dados e aspectos éticos da pesquisa. Primeiro o projeto foi aprovado pelo CEP/FS/UnB, sob número 2.270.313, em 27 de junho de 2018. Na etapa de registro e análise documental sobre dados do projeto de 2001 a 2019, mapeou-se as diversas abordagens pedagógicas desenvolvidas na escola. Foram selecionados 19 documentos, como o projeto pedagógico atual, atas e/ou ajudas memória das intervenções na escola, relatórios de trabalho. O registro dos documentos visitados e analisados foi apresentado em quadro construído pela pesquisadora no capítulo de análise e discussões. A linha do tempo construída a partir de tal análise apontou a caracterização temporal da realidade do projeto e do cenário escolar diante de temáticas pertinentes para a formação integral dos jovens, as conquistas, mas também as barreiras para a sustentabilidade do espaço de escuta e diálogos em saúde em contexto escolar. Com o auxílio do software Atlas TI 8, foram destacados códigos e trechos significativos, apresentados em estrutura de network. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com atores-chave, sendo três professores, dois gestores e a mãe de um entrevistado, no caso a mãe da jovem mulher trans, para complementar a percepção das narrativas dos jovens LGBT e auxiliar na leitura mais aprofundada dos trechos elencados pela análise documental do projeto da escola. Foi registrado por meio de encontros direcionados por entrevistas semiestruturadas em profundidade, narrativas de histórias de vida, relacionadas principalmente à trajetória escolar e às experiências afetivossexuais dos três jovens LGBT e que se assumiram como pertencentes ao grupo LGBT. Após a escrita da primeira versão das histórias de vida de cada participante, a pesquisadora enviou esses textos para leitura pelos jovens personagens das narrativas, individualmente. Ainda foram reenviadas para uma segunda avaliação, depois de realizadas as alterações solicitadas. Todos os pseudônimos foram escolhidos em conjunto, destacando a vontade dos participantes de pesquisa. A escrita das narrativas em 1ª pessoa foi escolha da pesquisadora com o intuito de potencializar as vozes dos jovens LGBT e valorizar aspectos emocionais em profundidade. Resultado: Foram produzidas três histórias de vida a partir da narrativa dos participantes da pesquisa: O menino que conversava com as árvores (homem cis gay); Sou Voz e Falo o que Nunca Tive Oportunidade de Falar! (mulher cis lésbica) e Corri para Fugir do Frio, Andei para Fugir da Vida, Fui Embora para Fugir de Mim! (jovem mulher trans). Foram criados 76 códigos nomeados e 12 códigos livres, correspondendo a segmentos singulares do relato dos jovens, dos atores-chave e dos documentos que posteriormente se organizaram em 13 subcategorias e, finalmente, cinco grandes categorias centrais: Panorama escolar dos jovens LGBT, Identidades e diversidade LGBT, Vozes LGBT em trajetórias de vida, Vivências afetivossexuais na trajetória dos jovens LGBT e a Promoção da Saúde de jovens LGBT em cenário escolar que responderam aos objetivos da pesquisa e o diálogo com a literatura. Finalmente foram produzidas três storytellings para comunicar os resultados segundo a linguagem dxs participantes (tradução do conhecimento). Após análise dos resultados foi sinalizada eventos de violência, preconceito e discriminação engendrada de dores, sofrimentos, mas também processos de superação narrado pelos três atores principais das narrativas; outro aspecto identificado foi a importância do processo de educação permanente de professores nas temáticas de sexualidade, promoção da saúde e direitos humanos. Refletiu também propostas de ações programáticas e/ou políticas a partir da perspectiva da promoção da saúde, tendo como desafio atual manter as ações do projeto devido ao surgimento de barreiras para abordar institucionalmente esses temas no contexto educacional. Considerações finais: As narrativas dos jovens LGBT participantes do estudo possibilitaram compreender que tais vozes são emblema de dores advindas das diversas formas de violência, preconceito e discriminação vivenciadas em ambientes familiar, escolar e social. Emergiu que professores e outros atores institucionais que coordenam e oferecem espaços de diálogos sobre tais temáticas em âmbito escolar também são alvo de preconceito e vivenciam dores. Dessa maneira, observa-se que ambientes mais saudáveis em escola acolhem os discentes, contribuem para evitar a evasão escolar e previnem eventos de violência e exclusão, oferecendo subsídios para avançar na agenda da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Nesse sentido, a possibilidade de sistematizar, compreender e apontar interfaces entre o projeto e o que propõem espaços protetivos em escola é uma contribuição ao tema de promoção da saúde, educação em sexualidade e direitos humanos. Jovens conscientes de seus direitos, fortalecidos pelas suas convergências e valorizados em suas singularidades podem inspirar outras vidas na construção participativa de novos horizontes contra o preconceito e a discriminação por meio da educação. E finalmente, o trabalho contribuiu para analisar experiências que se ancoram na promoção da saúde no âmbito escolar e, também, vai ao encontro de diretrizes estabelecidas pela nova Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, sendo que o propósito dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) visa garantir uma vida sustentável, pacífica, próspera e equitativa em nosso planeta. Ao mesmo tempo, apresenta um repertório de reflexão sobre intervenções bem-sucedidas que podem colaborar para desvendar e superar estigmas, além de fortalecer os processos de empoderamento de jovens e de cidadania nas escolas e na vida.  


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10889
Título do Trabalho: OFICINA DE AUTOCUIDADO: UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE PARA INCENTIVAR O USO CONSCIENTE DE MEDICAMENTOS EM IDOSOS
Autores: Beatriz Fileme, Livia Malof Cardoso, Moema Guimarães Motta

Apresentação: O presente trabalho foi pensado como resultado do processo de construção de conhecimento sobre a atenção à saúde do idoso desenvolvido na ação extensionista “Envelhecimento ativo: uma proposta de intervenção interdisciplinar para a promoção da atenção integral da pessoa idosa”, voltado à promoção da saúde e qualidade de vida dos idosos residentes no bairro de Jurujuba/Niterói. A temática é relevante devido ao envelhecimento populacional, uma vez que a expectativa de vida do brasileiro tem apresentado aumento com a simultânea queda da taxa de natalidade, e a tendência é a continuidade desse comportamento demográfico, de modo que o Brasil pode chegar a quinta posição mundial em número de idosos nos próximos anos, revelando  a importância de ações voltadas para essa população e suas respectivas necessidades, configurando-se um desafio atual da saúde pública em implementar ações voltadas para o devido acolhimento dessa população, como iniciativas de prevenção e promoção da saúde, principalmente relacionados ao aumento da incidência dos agravos crônicos não transmissíveis. Nesse contexto, a partir de uma consulta prévia aos participantes das reuniões quinzenais do Grupo de Convivência Ativa Idade, a equipe propôs a oficina do autocuidado, realizada em quatro encontros que abordaram assuntos como violência e direitos dos idosos, higiene do sono, estimulação cognitiva e uso racional de medicamentos. Sendo esta última temática planejada e desenvolvida pelos membros discentes da equipe extensionista, graduandas de enfermagem e farmácia. Uma experiência que possibilitou a vivência de um trabalho interdisciplinar e permitiu a contribuição dos diferentes olhares sobre o trabalho na equipe de saúde. Objetivo principal Relatar as experiências vividas na construção e aplicação de uma estratégia educativa para idosos pelas discentes de Enfermagem e Farmácia através de uma oficina em um grupo de convivência Objetivos secundários Evidenciar a relevância da contribuição multidisciplinar em atividades de promoção à saúdeOportunizar a aproximação do ensino-pesquisa-serviço aos discentes interessados e contribuir com a sua formação com ênfase no trabalho em equipe na Saúde Coletiva. Contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população atendida através de ações promotoras de saúde. Produzir conhecimentos junto à comunidade a fim de incentivar a autonomia, autoestima e a participação social. Descrição da experiência Uma questão observada no grupo, bem como abordada na literatura foi a dificuldade para o idoso administrar a polifarmácia indicada para uso cotidiano de todos os idosos frequentadores do Grupo de Convivência. Nesse contexto, os discentes solicitaram aos interessados que levassem todos os seus medicamentos em uso para prévia coleta de dados. A oficina contou com a participação de doze idosos. A graduanda de farmácia classificou os mesmos e organizou-os nas classes mais prevalentes de medicamentos e com o auxílio da colega da enfermagem trouxe informações básicas sobre farmacologia, tais como: apresentação, cinética, distribuição e excreção de medicamentos pautada nas alterações fisiológicas do idoso. Baseando-se no prévio conhecimento sobre a assistência farmacêutica no âmbito da saúde coletiva e a aplicação de metodologias ativas no processo de promoção da saúde, desenvolveram atividades lúdicas como o jogo de verdadeiro ou falso e apresentação de casos simulados de maneira que as dúvidas dos participantes fossem esclarecidas. Resultado: Ao total, doze idosos levaram seus respectivos medicamentos em uso. A partir disso verificou-se que todos os idosos faziam uso de ao menos um medicamento para controle da hipertensão, dentre os quais se destacaram as classes de bloqueadores de canais de cálcio (12%), inibidores da enzima conversora de angiotensina (16%), antagonistas do receptor da angiotensina II (20%), bloqueadores adrenérgicos (20%) e diuréticos (32%). Além disso, aproximadamente 55% utilizavam estatinas e cerca de 45% relataram o uso de antidiabéticos. Os seguintes dados confirmam as referências bibliográficas sobre a prevalência de doenças crônicas em idosos, representadas em sua maioria por diabetes, hipertensão e síndromes metabólicas. Algumas outras classes chamaram atenção tais como inibidores da bomba de prótons, antiagregantes plaquetários e suplementos alimentares, com ou sem recomendação médica, com cerca de 30% de uso concomitante aos medicamentos anti-hipertensivos, estatinas e hipoglicemiantes. A maior parte dos presentes apresentou dúvidas quanto às terapias utilizadas, forma correta de utilização e interações medicamentosas, questionamentos esses que foram trabalhados durante a dinâmica, além do interesse em conhecer termos médicos comuns nas prescrições. Um pedido acompanhado de comentários sobre a dificuldade de falar livremente com os médicos e do reconhecimento sobre o saber do farmacêutico. Inclusive tendo sido lembrado pelo grupo o costume de consultar um antigo farmacêutico do bairro. Entre outras práticas relatadas pelos participantes, o uso de chás, pomadas e unguentos a base de ervas, teve grande representatividade, com cerca de 90% utilizados no combate de sintomas corriqueiros como dores de cabeça, náuseas e tonturas. Entretanto, nenhum dos presentes que são adeptos a essa prática souberam informar as medidas utilizadas no seu respectivo preparo. Por essa razão, houve necessidade de um momento de sensibilização sobre o assunto, uma vez que muitas das vezes o uso de chás e suplementos podem ter ação farmacológica e que geralmente são associadas apenas a resultados benéficos. Sendo assim, foi realizada a orientação com vistas a uma prática mais segura, de forma cautelosa, uma vez que parte dessa prática se relaciona diretamente com as origens culturais dos mesmos. Ao término da atividade, foi solicitado aos participantes a avaliação do encontro e suas percepções a respeito do tema. Todos os integrantes participaram ativamente das discussões propostas e avaliaram positivamente o encontro quanto à efetividade da reflexão do uso racional de medicamentos e demonstraram interesse em obter cada vez mais informações sobre o tema, revelando a necessidade cada vez maior de aliar as práticas de educação em saúde com a multiprofissionalidade e metodologias inclusivas. Considerações finais: A experiência confirmou a importância da inclusão dos idosos em espaços de construção de conhecimento coletivo através dos grupos de convivência para incentivar o envelhecimento ativo e o reforço da autonomia no seu processo de cuidado, uma vez que este compõe um espaço de solidariedade e trocas entre indivíduos que compartilham uma realidade e o conhecimento do cuidado de si a partir do chamado “senso comum”. Ao mesmo tempo, aproximar os discentes em processo de formação de carreiras distintas e responsabilizá-los pelo planejamento e desenvolvimento do trabalho no campo da saúde coletiva mostrou ser uma estratégia positiva para a troca de conhecimentos e habilidades necessárias ao sucesso de um trabalho em equipe.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9876
Título do Trabalho: EDUCAÇÃO EM SAÚDE AS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS, UMA FORMA DE PROMOVER IGUALDADE SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: GLEIVISON CUNHA TELES, Kamille Giovanna Gomes Henriques, Cássia Freitas de Sousa, Núbia Rafaela da Costa Gomes, Amanda Carolina Silva de Aviz, Márcia Soraya Quaresama Vera Cruz, Maria Suzane Souza Castro, Helisa Campos Cruz

Apresentação: É cada vez mais necessário “oferecer oportunidades para que as pessoas conquistem autonomia necessária para a tomada de decisão sobre aspectos que afetam suas vidas” e “capacitar as pessoas a conquistarem o controle sobre sua saúde e condições de vida” é uma importante medida na prevenção de doenças e agravos1. A educação em saúde constitui uma importante forma de capacitar as pessoas e de dar-lhes autonomia2. Pensando no cotidiano das comunidades ribeirinhas, nos desafios enfrentados pelos profissionais em oferecer saúde e na ausência de políticas públicas que contemplem as demandas por saúde, desenvolveu-se um uma tecnologia leve, que visa integrar educação, saúde, ensino-aprendizagem e promoção a saúde. Uma vez, que a saúde é omitida ou deliberada de forma desorganizada a um grupo de pessoas, coloca-se em cheque, um dos principais e talvez mais importante princípios do SUS, a integralidade, dessa forma é visível a necessidade de medidas que possibilitem a igualdade de acesso a saúde a todas as pessoas sejam ela moradoras de uma metrópole, até o ribeirinho, por mais distante que seja sua residência, apenas dessa forma pode-se garantir integralidade de acesso a saúde. Além disso, existe um grande problema de fixação de profissionais nas comunidades ribeirinhas, uma vez que os estes não dispõem de infraestrutura necessária para desenvolver suas atividades em saúde, além da, possível distancia de sua cidade, amigos e família. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem, na criação do projeto apresentado na Semana de Enfermagem, da Universidade da Amazônia-UNAMA. Onde culminou na criação de um jogo adaptado à realidade dos povos ribeirinhos. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, onde acadêmicos da UNAMA, tiveram a oportunidade de construir uma ferramenta de educação em saúde. Projeto apresentado no dia 31 maio do ano de 2019, no hall de entrada da Universidade da Amazônia, na cidade de Belém. O projeto culminou na criação de um jogo chamado “Pescaria Junina” em referência ao mês de junho (mês de apresentação do jogo), que consiste em uma pescaria, relembrando a cultura ribeirinha. Todos os “peixes” ficam dispostos dentro de um aquário, onde seriam pescados pelos participantes da dinâmica, cada peixe tem um número de um a dez, que corresponde a uma pergunta ao participante, caso acertasse era premiado, caso erra-se era abordado sobre o tema da pergunta com todos os participantes. Dessa forma, é possível abordar sobre os mais diversos temas, de uma forma totalmente dinâmica e inclusiva, atendendo o princípio da equidade. Resultado: Por meio do princípio da equidade, objetiva-se diminuir as desigualdades, independentemente de cor, raça ou religião e sem nenhum tipo de privilégio, as pessoas não são iguais e por isso, têm necessidades distintas. É difícil falar de saúde as populações ribeirinhas sem antes pensar em todas as dificuldades de acesso a saúde a essas pessoas, além disso, é notório uma falta de políticas públicas que atendam suas necessidades mais básicas. Pensando nesta e outras problemáticas, acadêmicos desenvolveram uma ferramenta de baixíssimo custo e alto impacto, associando educação em saúde e jogos lúdicos, dinamizando ainda mais a forma de ensino-aprendizagem sob os mais diversos problemas de saúde, prevalentes nas mais diversas comunidades. Espera-se com essa tecnologia possibilitar o acesso a saúde a todas as pessoas, independente da infraestrutura disponível, visto que este é um dos principais entraves de promover saúde nas comunidades ribeirinhas, além de, oferecer a essas pessoas a rica oportunidade de serem coparticipantes do processo de construção da educação em saúde, dessa forma reduzindo os abismos históricos de a acesso a saúde. Considerações finais: Durante a construção do projeto, percebemos a importância da educação em saúde como forma de inclusão social dos povos ribeirinhos, uma vez, que sofrem com a ausência de políticas públicas voltadas a assistência em saúde, além de, ressaltar a relevância de tecnologias leves que abordem a cultura e o cotidiano das populações como forma para promover ações em saúde. Espera-se com esse trabalho provocar reflexões sobre o acesso a saúde aos povos ribeirinhas e apresentar tecnologias leves que contribuam para o processo de educar em saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 11928
Título do Trabalho: VIGILÂNCIA EM SAÚDE: PROJETO ATENÇÃO ÀS ÁGUAS VIVAS – PROMOÇÃO DE SAÚDE E PREVENÇÃO FRENTE AOS ACIDENTES COM CNIDÁRIOS NO BALNEÁRIO CASSINO (RS).
Autores: Michele Neves Meneses, Márcia Xavier Pons, Roberta Medeiros da Costa, Kleyton Fernandes Cougo, João Batista Reinhart, Marcelo Amaro Pedroso

Apresentação: O Projeto “Atenção às Águas Vivas” surgiu da necessidade de realizar orientação aos veranistas do Balneário Cassino a partir da grande quantidade de acidentes (queimaduras) atendidos na unidade de saúde local. A unidade de saúde referência da beira mar é de pronto atendimento, ficando com uma população estimada de quase 200 mil pessoas nesse período do veraneio. Trata-se de um relato de experiência do projeto da Vigilância em Saúde sobre o processo de construção compartilhada do conhecimento no que tange à prevenção aos acidentes com águas vivas. A metodologia é de relato do projeto “Atenção às Águas Vivas” baseando-se nos registros de informações da Vigilância em Saúde, da cidade do Rio Grande (RS), no período do veraneio nos anos de 2013 até 2020. Em 2013 iniciou-se a notificação dos casos, em formulário específico, pelos profissionais de saúde, para haver um controle da Vigilância Epidemiológica da quantidade real de pessoas “acidentadas”. Nesse mesmo ano, observou-se a quantidade extensa de acidentes que chegavam à unidade de saúde para atendimento. A partir disso, criou-se o projeto contínuo nos meses do verão, com formação de trabalhadores da saúde e guarda vidas, atividades educativas de prevenção com veranistas e residentes do balneário. Ainda, consistiu em alertar à população para que tivesse cuidado ao entrar no mar com a sinalização das guaritas com bandeiras descrevendo: “CUIDADO! ÁGUAS VIVAS”, quando de grande quantidade de cnidários ao mar. No ano de 2018, inovou-se o projeto e acrescentou-se às atividades educativas à distribuição de “kits águas vivas”. Esses kits vêm contendo um frasco com vinagre (Ácido acético) e gazes para um primeiro atendimento do acidente pelo próprio usuário/veranista já na beira mar. Salienta-se, ainda, que esse projeto, no quesito das sinalizações e alertas à população foi destaque como modelo e referência para todo o litoral do Rio Grande do Sul, sendo replicado pelo corpo de bombeiros em outras cidades litorâneas. Dessa forma, verificou-se que a população empoderou-se desse saber e fazer em saúde, que após as atividades educativas a população apropriou-se dos conhecimentos compartilhados e assumiu de forma efetiva e coletiva os primeiros cuidados com qualquer pessoa que sofresse acidente à beira mar. Isso foi evidenciado pelos dados epidemiológicos de notificação, sendo em 2014: 671 notificações, 2015: 151 notificações, 2016: 98 notificações, 2017: 97 notificações, 2018: 20 notificações, 2019: 18 notificações, 2020: 40 notificações até a presente data. Salienta-se que apenas em janeiro e fevereiro de 2020 já foram atendidos mais de 8 mil acidentes à beira mar do Cassino. Uma vez que os dados de notificações são menores, consequentemente os atendimentos ambulatoriais na unidade de saúde foram diminuídos, reorganizando a porta de entrada para efetivamente atendimentos de urgência e emergência. Assim, identificou-se a eficiente adesão da população na construção desse cuidado em saúde, emergindo a ideia de que processos emancipatórios e de empoderamento com a população no trabalho da Vigilância em Saúde são possíveis a partir de metodologias participativas, trabalho horizontal que signifique os saberes prévios e levando em consideração o cuidado popular em saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6810
Título do Trabalho: ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NA PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE AMBIENTAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Autores: Denise Lima Magalhães, Cinoélia Leal de Souza, Elaine Santos da Silva, Ane Carolline Donato Vianna, Gabriella Pimentel Marques, Anne Layse Araújo Lima, Jaqueline Lopes Prates, Daniela Teixeira de Souza

Apresentação: As questões de saúde referentes a Atenção Primária ganharam enfoque a partir da Conferência de Alma Ata, em 1978, na qual nações perceberam a importância e os impactos causados pelas ações realizadas nesse nível de atenção à saúde. Desta forma, o Brasil começou a desenvolver políticas de reorganização de seu modelo de saúde, direcionando os primeiros subsídios para a Atenção Primária. Nesta perspectiva, a Estratégia Saúde da Família se configura, atualmente, como a principal tática no âmbito da Atenção Primária à saúde, possui como objetivo principal a assistência integral ao indivíduo, família e comunidade, além de melhorar a qualidade de vida e autonomia dos usuários de acordo aos condicionantes e determinantes da saúde. Formada por uma equipe multiprofissional, a qual possibilita a reorganização da Atenção Primária, há a participação da enfermeira, que realiza promoção da saúde, prevenção das doenças e agravos além da assistência direta e gerenciamento da unidade. Visto o caráter de promoção da saúde em saúde da família, as atividades de natureza educativa promovidas pela enfermeira, como educação em saúde e educação em saúde ambiental, tornam-se imprescindíveis para alcançar os objetivos propostos para a Estratégia Saúde da Família. Ademais, como aponta a Organização Mundial de Saúde, a saúde ambiental é intrínseca a todos os aspectos da saúde humana, relacionada à qualidade de vida, fatores químicos, físicos, biológicos, culturais, sociais, bem como avaliações e controle de fatores ambientais que podem acometer a vida. Percebe-se, portanto, que para educar no âmbito da Estratégia Saúde da Família, a enfermeira deve aplicar estes conhecimentos a favor da saúde da comunidade. Deste modo, esse estudo objetivou identificar as ações realizadas pela enfermeira na promoção e educação da saúde ambiental. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de caráter qualitativo exploratório, no qual foram entrevistadas onze enfermeiras atuantes na Estratégia de Saúde da Família do município de Guanambi (BA)-Brasil. Os dados foram coletados através de entrevistas individuais que ocorreram nas unidades de saúde, no ano 2017, com o auxílio de um questionário semiestruturado, flexível ao andamento da entrevista, instrumento este, composto por questões referentes as orientações sobre aspectos ligados a saúde e ao meio ambiente, proteção do meio ambiente, além das orientações de educação em saúde direcionadas para a população. Os dados foram analisados segundo a técnica de análise de conteúdo, que foi dividida em três etapas: ordenação dos dados coletados, identificação dos profissionais por número e posterior transcrição da entrevista, e por fim, foi realizado o agrupamento dos resultados por categorias para facilitar a análise e descrição dos resultados. A pesquisa foi realizada de acordo com a resolução n. 466 de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, aprovada pelo Comitê de ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e aprovado no dia 05 de dezembro do ano 2017, sob o protocolo CAAE: 79882217.8.0000.0055 e todas as participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultado: das onze enfermeiras entrevistadas 90,9% eram do sexo feminino com faixa etária entre 20 a 60 anos e em sua maioria, correspondendo a 54,5% das entrevistadas trabalhavam a um ano nessa Estratégia Saúde da Família. Estas profissionais relataram que possuem maior contato com a comunidade por meio da assistência direta durante as consultas de enfermagem, na qual gestantes, puérperas, crianças e pacientes no geral são assistidos e, esse momento é aproveitado para realizar orientações de educação em saúde. A Atenção Primária a saúde foi criada com caráter preventivista, com finalidade de educar as pessoas para que estas adquiram autonomia e previnam-se, não adoecendo, desta forma, denota-se a grande importância das ações de promoção e educação em saúde promovidas pelas enfermeiras. A relação existente entre saúde e meio ambiente é inquestionável, deste modo, deve ser discutida e trabalhada pela Atenção Primária, indagando-se sempre sobre a interação entre o indivíduo e as condições do meio ao qual está inserido, especialmente quando este favorece ao desenvolvimento de enfermidades. Em relação a educação em saúde ambiental promovida nos domicílios, através de visitas domiciliares, e em forma de mutirão para prevenção da dengue e demais doenças ambientais, 63,6% das entrevistadas relataram fazer educação em saúde abordando questões referentes a água e lixo, 27,2% não realizam orientações de educação em saúde ambiental, realizam somente quando necessário ou em época de chuvas na região. Os outros 9% seguem os programas disponíveis na unidade de saúde. As entrevistadas, no entanto, não relacionaram a água, também, como uma possível transmissora de doenças parasitárias, notou-se ainda que, em relação a segunda parcela que afirmou não realizar educação em saúde ambiental rotineiramente e, se realizadas, somente perante a necessidade, esta conduta remete ao modelo curativista, que atua tão somente no momento em que os problemas de saúde já estão instalados no território contrariando os objetivos para este nível de atenção, que preconiza, acima de tudo, a promoção e prevenção de doenças e agravos a saúde humana.  Em seguida foi questionado sobre a participação das mesmas em algum curso ou capacitação sobre os impactos ambientais na saúde, todavia, 100% das enfermeiras afirmaram nunca ter participado de capacitações voltadas para essa temática. Fato este que compromete a qualidade das ações de promoção e educação em saúde ambiental, uma vez que, as profissionais não são preparadas de forma adequada para essa atividade. Por último, perguntou-se as integrantes do estudo quais eram as barreiras ambientais da sua área de atuação, contudo 63,6% responderam não saber o que são barreiras ambientais e somente 36,3%, responderam positivamente e com exemplos de barreiras ambientais em seu território. No estudo em questão, considerou-se como barreiras ambientais aquelas que estão associadas ao acesso à saúde, levando-se em conta os fatores como infraestrutura, configuração geográfica, as necessidades ambientais, as necessidades das pessoas, o acesso dificultado à bens e serviços básicos, como saúde, educação, saneamento e demais condições que afetam a saúde e bem-estar da população, ressaltando-se que o meio ambiente é um fator determinante para a saúde humana. Considerações finais: Quando se fala em saúde, o meio ambiente é indissociável e de valiosa importância para uma boa qualidade de vida, por conseguinte as ações de promoção e educação em saúde ambiental na Estratégia Saúde da Família são de extrema relevância para o bom desenvolvimento da saúde da comunidade, uma vez que a educação em saúde capacita o indivíduo a obter uma melhor qualidade, autonomia e, consequentemente, amplia o processo de participação popular. Percebe-se que a educação em saúde ambiental leva o indivíduo a ter uma reflexão crítica de sua condição no ambiente ao qual está inserido. Desta forma, a enfermeira, quanto profissional da Atenção Primária deve promover a educação ambiental, disseminando conhecimentos acerca deste assunto com a comunidade, seja durante momentos de assistência dentro da unidade de saúde ou em campo junto à comunidade durante as visitas domiciliares, gerando, assim, impactos positivos a vida e saúde da população. Referências: LEONELLO, V. M.; VIEIRA, M. P. M.; DUARTE, T. C. R. Competências para ação educativa de enfermeiras da estratégia de saúde da família. Rev. Bras Enferm [internet], v.71, n. 3, pg. 1136-42, 2018.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8559
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA SAÚDE REPRODUTIVA E PREVENÇÃO DE ISTs EM UMA ESCOLA PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE BARCARENA-PA
Autores: EVERTON LUIS FREITAS WANZELER, CAMILA ALMEIDA BONFIM, Hennã Cardoso de Lima, Nicélia Pereira da Silva

Apresentação: A educação em sexualidade nas escolas contribui expressivamente para esclarecer, ampliar conhecimentos, discutir conceitos e orientar quanto ao início da vida sexual. O período da adolescência compreende transformações físicas, biológicas, sociais e emocionais tornando-se, muitas vezes, por falta de orientação tanto na escola como entre os familiares, vulneráveis às infecções sexualmente transmissíveis. O objetivo da ação consiste em promover educação em saúde sexual e reprodutiva frente às ISTs. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa ação realizada entre os adolescentes do ensino médio de uma escola pública no município de Barcarena- PA. Resultado: A ação iniciou por meio de uma palestra com exposição sobre sexualidade, métodos contraceptivos, gravidez não planejada, aborto, principais infecções sexualmente transmissíveis e formas de prevenção. Em seguida, foi permitido o momento de esclarecimento de dúvidas e, de forma prática, houve a demonstração do uso correto dos preservativos feminino e masculino. Além disso, foi executada uma dinâmica envolvendo os estudantes, para que facilitasse a assimilação dos conhecimentos e, de forma lúdica, as consequências da problemática em questão. A educação em saúde junto aos adolescentes do estudo foi transformadora, tendo ocorrido por meio de uma metodologia que permitiu o diálogo, a reflexão, a sensibilização e estímulo para o desenvolvimento da responsabilidade/autonomia. Possibilitou trocas de ideias, conhecimentos, experiências, a expressão de sentimentos e inquietações e, ao mesmo tempo, fortaleceu o elo entre os adolescentes e a escola. Considerações finais: O contexto escolar é local ideal para que a educação em sexualidade aconteça, abordando temáticas associadas com as vivências da sexualidade da população em questão. A pesquisa contribuiu de maneira agradável para o aumento do conhecimento dos participantes. Nota-se que tais exposições tornam-se fundamentais e um meio facilitador para as transformações vivenciadas nesta etapa da vida.  


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Trabalho nº 8349
Título do Trabalho: PARCERIA SAÚDE E EDUCAÇÃO E A PROMOÇÃO DA VIDA DE ADOLESCENTES: PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS
Autores: Jônatas Sneideris, Maria Aparecida Bonelli, Gabriele Petruccelli, Bruna Felisberto de Souza, Ana Izaura Basso de Oliveira, Bárbara de Souza Coelho Legnaro, Patrícia Luciana Moreira Dias, Monika Wernet

Apresentação: Entre as questões remetidas às equipes da atenção básica, sobretudo àquelas direcionadas pelo preceito da estratégia saúde da família, está a educação em saúde na escola. Isto se alinha e integra o programa saúde na escola, com indicativas de investimento na parceria colaborativa dos profissionais da saúde com os da educação. O presente estudo teve como objetivo analisar a percepção de profissionais da saúde acerca da promoção da saúde e vida na adolescência, com atenção ao lugar da parceria dos setores Saúde e Educação. Trata-se de um estudo de campo, exploratório, descritivo e de abordagem qualitativa, que utilizou os referenciais do Interacionismo Simbólico e da Análise de Conteúdo de Bardin para condução teórica e metodológica. O estudo foi desenvolvido em um distrito rural de um município do interior paulista, com profissionais de saúde atuantes em uma unidade de saúde da família, com escola adscrita em seu território. A obtenção dos dados empíricos foi a partir de grupo focal disparado pela colocação: “Conte-me como pensam a atuação junto aos adolescentes com vistas a saúde e vida deles?”, a seguir, e de forma articulada ao exposto, perguntas acerca da percepção sobre a parceria com escola foi apresentada. O grupo focal foi gravado e transcrito na íntegra, e os dados analisados de acordo com as recomendações da Análise Temática de Bardin. Os resultados apresentam os determinantes da (não) integração da prática de promoção de saúde de forma articulada entre educadores e profissionais de saúde, com apontamentos importantes à renovação do cuidado em saúde direcionado aos adolescentes e jovens e pautados na intersetorialidade.


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Trabalho nº 10400
Título do Trabalho: ACUPUNTURA AURICULAR NO SUS COMO PRÁTICA DE INTERVENÇÃO: PROMOVENDO O CUIDADO DE USUÁRIOS COM SEQUELAS DE CHIKUNGUNYA
Autores: JESSICA PINHEIRO CARNAÚBA, ERIKA RACHEL PEREIRA DE SOUZA, ANA KAREN PEREIRA DE SOUZA, HIPÁCIA FAYAME CLARES ALVES, LUCENIR MENDES FURTADO MEDEIROS, MAGNA GEANE PEREIRA DE SOUSA, KÁTIA RANGELLY ALVES DE OLIVEIRA, BRENDA PINHEIRO EVANGELISTA, LUANA DA SILVA VIANA

Apresentação: No contexto da Saúde Publica Brasileira, dentre as doenças infecciosas, podem ser citadas as arboviroses enquanto importante desafio, sendo necessário desenvolver estratégias de enfrentamento intersetoriais.  Entre as arboviroses mais prevalentes está a chikungunya, que devido as suas particularidades tem gerado muitas preocupações para o setor saúde. Nesse sentido, a chikungunya apresenta como característica peculiar a artralgia, que costuma afetar cerca de 80% dos usuários e pode durante permanecer por meses e até anos, alem de manifestações reumáticas e musculoesqueléticas, com persistência da dor e até artrite reumatóide. Nesse caso, a dor é considerada uma das mais importantes causas de sofrimento, capaz de gerar incapacidades para o trabalho e de importantes consequências negativas no âmbito econômico, social e psíquico. Lidar com tais sintomatologias por parte dos profissionais da saúde consiste ainda em uma grande dificuldade. Uma importante estratégia a ser considerada, consiste na acupuntura auricular, um método de acupuntura cujos objetivos diagnósticos e terapêuticos tem sido valorizados na atualidade. No contexto da acupuntura auricular, o pavilhão auricular passa a ser concebido enquanto um dos microssistemas do ser humano. Nesse sentido, a acupuntura auricular trata-se de ações reflexas a partir da estimulação de pontos na orelha, capazes de prevenir doenças, aliviar sinais e sintomas e até mesmo curar doenças através da harmonização do organismo. Além disso, é considerada uma técnica bem aceitável por parte dos usuários, quase nenhum efeito colateral e é considerada como um método simples. Por esse motivo, o presente estudo busca relatar uma estratégia utilizada para o cuidado dos portadores de chikungunya em reabilitação, a partir do uso da acupuntura auricular realizadas no município de Acopiara, como parte integrante das ações desenvolvidas pela Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade da Escola de Saúde Publica do Ceará. Desenvolvimento: Em Maio de 2017, os residentes em Saúde da Família realizaram a territorialização de duas Equipes de Saúde da Família do qual os residentes desenvolveriam suas ações no referido município. Como parte inicial da residência, o reconhecimento do território é parte indispensável do processo de imersão dos residentes. Nesse momento foi realizado o diagnóstico situacional da região sendo pontuados os “nós críticos” e elencadas as maiores necessidades de intervenções. Dentre essas necessidades, mereceu destaque o elevado número de usuários com chikungunya em fase crônica. A situação identificada corroborou com os dados do Município de Acopiara, Ceará, que desvelou o alto índice de casos de dengue, zika e chikungunya no qual vivenciou o panorama de alerta ocasionado pela iminência de uma epidemia de chikungunya. Em busca de intervir positivamente nas condições de saúde dessa população, os residentes do núcleo de enfermagem e fisioterapia realizaram a implantação de um grupo de práticas integrativas e complementares, com vistas a reabilitação e o autocuidado dos usuários afetados. Para captação desses usuários foi realizado em primeiro lugar, a apresentação do projeto aos funcionários das Unidades Básicas de Saúde de cobertura e em seguida os Agentes Comunitários de Saúde realizaram a busca ativa de usuários que se enquadravam nos critérios: ter apresentados sinais e sintomas de dengue, zika ou chikungunya com o desenvolvimento de sequelas. Foi realizado a divulgado no inicio do grupo também pela rádio local e pelas redes sociais do município. Resultado: As ações se deram no período de Maio de 2017 a Fevereiro de 2019. O primeiro encontro foi realizado na quadra do Liceu com a Fisioterapeuta e a Enfermeira, sendo realizada de inicio, um momento de acolhimento e escuta, em busca de conhecer o publico presente e apresentar a proposta da ação, que se daria com grupos semanais, com a frequência de duas vezes realizando movimentos terapêuticos, pilates, dança e atendimentos ambulatoriais de acupuntura auricular uma vez na semana com a enfermeira nas Unidades Básicas de Saúde. O publico para os atendimentos da Acupuntura Auricular consistiu de 20 usuários semanais, as terça-feira e quarta-feira nos turnos da manhã e da tarde. Os atendimentos ocorriam pelo período de 20 a 30 minutos. Somente mulheres tiveram o interesse no atendimento. Sendo realizada anamnese e selecionados os pontos de puntura. Foram identificadas, nessa fase, que as queixas mais prevalentes eram dores articulares, insônia e ansiedade. Para a prática da acupuntura as sementes e agulhas eram distribuídas em pontos dos meridianos de acupuntura, de acordo com a medicina chinesa, e orientações quanto alimentação. Como material para a realização da Acupuntura Auricular, foram utilizadas sementes de mostarda e moxabustão. Para os casos com sintomas intensos, foram usadas agulhas intradérmica e rabo de porco. No inicio de cada atendimento após a anamnese também realizou-se a massagem auricular. O ambiente era previamente preparado para a prática, com o uso dos aromatizantes com essência de capim santo e a utilização de música relaxante. Foi percebido, desde o inicio, durante o primeiro retorno dos usuários, relatos de melhora do quadro da queixa principal do primeiro atendimento, e nos atendimentos subsequentes, surgiam outras queixas ainda não descritas inicialmente ou, até mesmo, redução da escala de dor para as dores articulares oriundas das sequelas da chikungunya. Quanto a permanência nos atendimentos, foi evidenciado que quando havia melhora significativa da queixa principal, os usuários se afastavam dos atendimentos e após algumas semanas sem o comparecimento, retornavam com relatos de piora do quadro de dor, insônia, ansiedade e outros. No ultimo atendimento, realizados na última semana de fevereiro, por motivo de finalização do período da residência, foi realizado o atendimento individual e logo após em roda de conversa a avaliação de todo processo de atendimento utilizamos como perguntas norteadoras, QUE BOM? QUE PENA? QUE TAL? As vinte participantes no geral responderam no quadro do QUE BOM: os atendimentos foram qualificados como efetivos, proporcionaram melhor qualidade de vida e redução do uso de medicamentos; que aconteciam na Unidade Básica de Saúde próxima de suas residências; eram atendimentos agendados, não sendo necessário entrar em filas para pegar ficha para os atendimentos. O serviço de Acupuntura Auricular também era oferecido pela Secretaria de Saúde diariamente, porém, a cada atendimento, o usuário necessitava chegar cedo, ficar em fila e pegar uma ficha no dia, não havendo o agendamento prévio ou o retorno agendado. Para a classificação no QUE PENA, todas evidenciaram que o atendimento acabaria com a partida dos residentes e os sintomas e queixas que apresentavam, retornariam, não sendo acolhidas pelos profissionais remanescentes nos serviços. Para a categoria QUE TAL, para as usuárias, era importante que permanecesse os atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde, com agendamento prévio. No geral as participantes relataram o quanto se sentiam aliviadas em relação as dores nas articulares, cefaléias, e o quanto passaram a apresentar sono tranquilo, redução da ansiedade e melhoria na qualidade de vida. Considerações finais: A partir da implementação desse grupo, foi possível compreender como os profissionais da Atenção Primária podem ser capazes de traçar estratégias para a melhoria do cuidado dos usuários. Foi possível compreender a utilização da Acupuntura Auricular enquanto importante pratica para a redução da dor e melhoria da qualidade de vida dos usuários, sendo esta uma importante prática que necessita ser divulgada. Nesse sentido, sugere-se novas pesquisas com o uso da Acupuntura Auricular, para que a mesma possa ser amplamente difundida e compreendida enquanto importante prática para a qualidade de vida dos usuários.


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Trabalho nº 11428
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA SAÚDE NA UFBA: CONCEPÇÕES E AÇÕES
Autores: Liliana Santos, Adriana de Oliveira Lima dos Santos, Monique Azevedo Espiridião

Apresentação: Promoção da Saúde na UFBA: Concepções e Ações As Universidades Promotoras de Saúde são instituições que aplicam os princípios da Promoção da Saúde (PS) em seu planejamento estratégico transversalmente. Nesta pesquisa, realizada de junho de 2018 a março de 2019, são analisadas concepções de gestores, estudantes e trabalhadores e ações de Promoção da Saúde existentes na Universidade Federal da Bahia, bem como identificadas potencialidades desta Universidade como Promotora de Saúde. Realizou-se um estudo qualitativo de natureza exploratória através de análise documental e entrevistas semiestruturadas com informantes-chave. A Universidade Federal da Bahia é uma instituição complexa, formada por uma comunidade de 41.076 estudantes matriculados em cursos de graduação e pós-graduação, 6.560 trabalhadores, entre docentes, técnicos administrativos e servidores terceirizados, conforme dados obtidos na Pró-Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas e dados do informativo UFBA em números Ano base 2016 (UFBA, 2017). A realização de estudos sobre a responsabilidade social que a instituição possui sobre a saúde da comunidade interna e externa é importante para a garantia deste direito humano constitucional. Neste contexto, indagou-se nesta pesquisa: Como a UFBA responde à comunidade quanto à questão da Promoção da Saúde? Quais as concepções e ações de Promoção da Saúde nela existentes? Que recursos, potencialidades e desafios a UFBA possui para avançar na direção de ser uma Universidade Promotora de Saúde? Em que medida as concepções de informantes-chave sobre promoção da saúde influenciam as ações realizadas? Buscando-se responder a estas indagações, identificou-se concepções de Promoção da Saúde e sobre Universidades Promotoras de Saúde (UPS) e realizou-se mapeamento das ações de PS referidas pelos participantes, com vistas à análise das concepções e ações quanto a possuir um foco individual, no desenvolvimento de hábitos saudáveis ou mais coletivo, relacionando-se às condições de vida. Trata-se de um estudo qualitativo de natureza exploratória no qual foram realizadas análise documental e entrevistas semiestruturadas com atores-chave. A análise dos dados foi realizada buscando-se identificar relações entre o conteúdo dos discursos e documentos e os princípios e campos de atuação da PS preconizados na Carta de Ottawa, eleitos como categorias para fins da análise das concepções e ações na UFBA. Para a análise das ações, após sua identificação a partir de documentos e entrevistas, foi verificado se consistiam em ações focadas no indivíduo ou se abrangiam aspectos direcionados ao coletivo e ao ambiente. A relação das concepções apreendidas com as ações identificadas também foi analisada. As características encontradas permitiram uma análise da situação atual da Promoção da Saúde na UFBA e da forma como esta instituição responde à sua comunidade com vistas a ser uma Universidade Promotora de Saúde. Verificou-se que as concepções sobre Promoção da Saúde na Universidade Federal da Bahia abrangem um gradiente do estilo de vida às condições de vida e trabalho. Questões amplas como as relações de poder e o modelo de atenção à saúde se apresentam dispersas nos discursos. A concepção sobre PS dos gestores está centrada em aspectos como relações interpessoais, qualidade de vida no trabalho, ações de permanência, qualificação de ambientes, desenvolvimento humano individual e de equipes e gestão do trabalho. Para as entidades representantes dos servidores relaciona-se à disseminação de conhecimento sobre saúde, à realização de atividades com foco no estilo de vida, à criação de ambientes favoráveis à saúde, além da prestação da assistência. Os estudantes relacionam este conceito à oferta de serviços de assistência concomitantemente à função da Universidade de disseminadora de conhecimentos para a sociedade e à sua responsabilidade pela reflexão sobre promoção da saúde. As ações mais referidas pelos participantes como promotoras de saúde foram as relacionadas à assistência e estilo de vida, de cunho individual. Nos documentos foram identificadas ações mais relacionadas aos determinantes intermediários e distais de saúde, conforme referencial teórico, porém se encontravam dispersas, sem clareza sobre a intenção de Promoção da Saúde. Potencialidades e desafios foram apontados para a construção de uma UFBA Promotora de Saúde, como a autonomia universitária, a maturidade institucional, bem como as limitações financeiras e efeitos da conjuntura político econômica e social vivida no Brasil e a prática do princípio da intersetorialidade. Com esta pesquisa foi possível visualizar as possibilidades de construção de uma UFBA mais promotora de saúde alicerçada no conceito ampliado de saúde e no gradiente concepções sobre Promoção da Saúde desde o enfoque sobre o estilo de vida até as condições de vida e trabalho, a partir de ações intersetoriais e participativas.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9893
Título do Trabalho: UM PROJETO PEDAGÓGICO SOBRE SAÚDE MENTAL PARA A PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO INSTITUTO FEDERAL DE COARI, INTERIOR DO AMAZONAS
Autores: Letícia Kelly Cristina Braga da Cruz Gonçalves, Vivian Graziella dos Santos Oliveira, Izequiel de Brito Santos

Apresentação: Experiências inovadoras nos projetos pedagógicos dos cursos de graduação em saúde.Apresentação: Um projeto educativo realizado pela disciplina Educação em Saúde com o tema Saúde Mental que visou à experiência dos discentes do 3º período do curso de Enfermagem, da Universidade Federal do Amazonas, campus Instituto de Saúde e Biotecnologia em Coari, interior do Estado do Amazonas para a promoção em Educação em Saúde para os alunos do 3º ano do Ensino Médio do Instituto Federal do Amazonas. Desenvolvimento: O projeto em questão é um relato de experiência que aborda o tema Saúde Mental, um assunto de total relevância na atualidade, o qual tinha por objetivo proporcionar o conhecimento a respeito sobre este tema de forma simplificada, teatral, lúdica, dinâmica e interativa. Este projeto foi realizado por um grupo de sete discentes do curso de Enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas, no mês de Novembro de 2019 no Instituto Federal do Amazonas em Coari, no interior do Amazonas para uma turma com sessenta alunos do 3º ano do Ensino Médio em que constou: (1) o assunto foi abordado de forma resumidamente explicativa e breve para um melhor entendimento dos alunos, (2) foi exposto os Programas de Saúde, Janeiro Branco: Saúde Mental e Bem-Estar, pois, quem cuida da mente, cuida da vida! E Setembro Amarelo: este mês foi escolhido em razão do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, que é o dia 10/09, para conscientizar as pessoas que o suicídio pode ser evitado, (3) duas encenações que mostraram a realidade contemporânea: a primeira encenação foi de uma pessoa que precisava de ajuda em relação a problemas psicológicos e emocionais e decidiu procurar ajuda, marcando uma consulta com o psicólogo para tentar entender sua situação e como poderia lidar com tudo isso, a segunda encenação a pessoa é depressiva e decide não buscar por ajuda, não sabe como lidar com tais problemas e não consegue expor a situação para ninguém, sendo assim resolveu se suicidar, (4) orientações foram passadas caso alguém estivesse precisando de ajuda, procurar os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) ou entrar em contato com o Centro de Valorização a Vida (CVV) pelo site cvv.org.br. que realiza o apoio emocional e prevenção do suicídio, atende de forma voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem ou precisam conversar, sob sigilo, por e-mail, por telefone pelo número 188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular, a ligação para o CVV é em parceira com o Sistema Único de Saúde ou  pelo chat www.cvv.org.br., e (5) por fim foi realizado duas dinâmicas interativas com a turma: a primeira foi escolhido quatro pessoas para cada uma falar de três pessoas que fizeram essa caminhada do Ensino Médio ser mais leve e tornou os dias mais alegres. Estas pessoas que foram escolhidas receberam um presente para entregar para alguém que não é tão próximo e ficou a lição que as pessoas precisam ter mais empatia pelo próximo, porque ninguém sabe o que o outro está passando e por último cada pessoa tinha que escrever no mural “Motivos para se viver e para amar”e ao término das atividades cada pessoa pegou um pirulito que estava pendurado no teto com fitilho com uma mensagem motivacional para cada aluno. Resultado:Apresentação: Uma turma com sessenta alunos foram beneficiados com o projeto educativo, pois a maioria não apresentava um conhecimento prévio sobre o que é a Saúde Mental, dessa forma foram instruídos e informados sobre o assunto, como pedir ajuda caso necessário e se existir vergonha de pedir ajuda ou vergonha de falar com alguém pessoalmente foi disponibilizado o site da CVV. Observou a importância desse projeto para alunos de Ensino Médio, pois existem os vestibulares a serem prestados, a pressão de ser aprovado e ingressar em uma universidade, a ansiedade que alguns adquirem, em síntese este projeto foi algo simples, mas de grande relevância para o ensino e aprendizado dos alunos, fazendo–os ter uma boa base teórico-prático sobre este tema, assim como na possibilidade de criar um espaço multidisciplinar a partir do incentivo e estímulos de discentes em relação à vontade de querer promover a Educação em Saúde, compartilhar os conhecimentos adquiridos e propagar ações de bem estar mental e emocional aos sujeitos de convívio escolar, social, familiar e comunitário. Considerações finais: Este projeto educativo foi de suma importância para a promoção em Educação em Saúde na escola, pois os alunos adquiriram um aprendizado significativo tendo em vista sua realização e concretização na modalidade de Ensino Médio, sendo assim, utilizou-se de práticas pedagógicas a partir de uma abordagem teórico-metodológica integradora, multidisciplinar, simples, interativa e dinâmica. Foi uma experiência inovadora nos projetos pedagógicos dos cursos de graduação em saúde, pois a maioria destes projetos é feito na comunidade, sendo que existe uma escassez de tais realizações pedagógicas nas escolas no município. Para os discentes são experiências únicas, pois se trabalha com alunos, tem contato com a sala de aula e que amplia o conhecimento do mesmo, possibilitando uma construção de olhares diferenciados para a promoção em Educação em Saúde no interior do Estado do Amazonas, visando não só a educação em saúde para a comunidade, como também para as escolas e os atores educacionais, ampliando novos horizontes e também não se prender naquilo que lhe é proposto.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 11435
Título do Trabalho: A AURICULOTERAPIA COMO PROMOTORA DO CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE: PRÁTICA INTEGRATIVA DESENVOLVIDA POR UMA RESIDENTE NA ATENÇÃO BÁSICA
Autores: Glaucia Dias dos Santos, Sthefany Riella Santos

Apresentação: O uso das Práticas Integrativas e Complementares (PICS), têm sido utilizadas no mundo, e sua importância vem sendo comprovada através de estudos. No Brasil, sua prática é incentivada e fortalecida a partir da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), a qual foi aprovada e publicada em maio de 2006. Inicialmente foram incluídas a Homeopatia, Plantas medicinais/Fitoterapia, Acupuntura/Medicina Chinesa e Termalismo social/crenoterapia. A auriculoterapia formam um grupo de serviços, saberes e técnicas agrupados pela característica comum de não pertencerem aos saberes da medicina convencional, mas se apoiarem mais nos conceitos da Medicina Tradicional Chinesa. Sua forma de tratamento baseada em microssistema, em que a orelha tem representações de todas as outras partes do corpo. O microssistema auricular tem locais definidos de projeção de todos os órgãos e estruturas corporais. Pode ser utilizada como complementação no tratamento para diversas doenças e  agravos. Este trabalho objetiva relatar a relevância da auriculoterapia como promotora do cuidado integral à saúde, realizadas por uma Fisioterapeuta residente do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica/ Saúde da Família da UNIVALI. A partir das experiências vivenciadas na aplicação de auriculoterapia no tratamento de agravos, observo que a técnica favorecem a ampliação do cuidado integral, estimulando os usuários a serem protagonistas do seu cuidado. As práticas ampliam as possibilidades diagnósticas e terapêuticas por considerarem questões de dimensões psicossociais, espirituais, emocionais e subjetivas. Na prática favorece uma boa relação terapeuta-usuário, permitindo maior adesão ao tratamento proposto, possibilitando uma conduta eficaz e integral. A auriculoterapia contribui para a ressignificação da percepção do cuidado em saúde, permitindo um cuidado holístico, tornando o cuidado mais abrangente, evidenciando as necessidades biológicas, emocionais, sociais e espirituais. Assim flexibilizando dos conceitos de saúde e doença e uma maior consideração da subjetividade do sujeito.


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Trabalho nº 8876
Título do Trabalho: A SAÚDE BUCAL NAS ESCOLAS POR MEIO DAS METODOLOGIAS ATIVAS: PROPOSTA DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE
Autores: Gabriel Gama de Sousa, Adriane das Neves Silva

Apresentação: A saúde é um direito fundamental da pessoa humana, assegurado sem distinção religiosa, ideológica, política, social ou econômica; devendo cada um gozá-la individualmente e de forma solidária, sem prejuízo. Os cuidados primários de saúde são tidos como a base para o Serviço Nacional de Saúde, nele ocorre o contacto inicial entre a usuário com o sistema público de saúde. A promoção e proteção da saúde, a prevenção e prestação de cuidados na doença, são formas de garantir a continuidade da assistência, permitem que os serviços de saúde primários se revistam como elemento chave na obtenção da saúde para todos. Atualmente, as estratégias voltadas para melhoria das condições de saúde por meio de mudanças dos padrões e modo de vida da população é que tem maior ênfase. Um dos princípios fundamentais da promoção de saúde é o desenvolvimento de ações destinadas as necessidades que população apresenta. A grande incidência e a gravidade das morbidades bucais, estão associadas  a um desenvolvimento da atenção à saúde bucal deficiente, causado pela falta de apoio a políticas de saúde pública bucal; elevados custos do serviço assistencial; a limitação dos conhecimentos da população acerca da importância da saúde bucal; as desigualdades no acesso aos serviços, principalmente para grupos vulneráveis; barreiras culturais, de gênero e outras barreiras sociais e a qualidade precária da atenção à saúde bucal. A Educação em saúde estimula a criação hábitos saudáveis em indivíduos de qualquer idade, mas principalmente em crianças, que estão na fase inicial da construção desses hábitos. Nas escolas, o trabalho de promoção em saúde deveria ser desenvolvido com a comunidade escolar pela equipe da Atenção Básica de Saúde da localidade para o desenvolvimento da capacidade de interpretar e incorporar atitudes e hábitos para a melhoria da saúde e da qualidade de vida.  A promoção de saúde bucal tem como base a conscientização da importância de uma adequada higienização oral, e dos riscos para a saúde quando ela é negligenciada. A educação em saúde bucal, não consiste somente nas instruções de higiene oral e escovação dos dentes, mas mostrar ao indivíduo o protagonismo e o papel fundamental que ele exerce para a manutenção de sua saúde. Visando ações de promoção e prevenção em saúde no âmbito escolar, o Governo Federal instituiu pelo Decreto nº 6.286 de 05/12/2007, o Programa Saúde na Escola (PSE). Esse programa é resultado do trabalho integração entre o Ministério da Educação e do Ministério da Saúde. Nele, as políticas de saúde e educação voltadas aos discentes, docentes, funcionários das unidades escolares, se unem para promover saúde e educação integral aos estudantes da rede pública de ensino. Apesar da iniciativa, o Programa Saúde na Escola, ainda não é bem difundido, pela sua não obrigatoriedade e depender do apoio de gestores da Educação e da Saúde e, o decreto não obriga a incorporação do Programa Saúde na Escola (PSE) na grade de programas desenvolvidos pelos Municípios. Com isso, muitos desses municípios acabam não aderindo e implementando o PSE, como por exemplo, o município de Cachoeiras de Macacu. As ações de educação em saúde do PSE, proporcionam saberes que colaboram na prevenção de doenças e possíveis agravos, e estimulam a conscientização para a melhora da condição intraoral, melhorando o prognóstico da saúde bucal. Com o notório déficit existente na educação em saúde nos colégios do referido município, foi proposto um Projeto de Intervenção de Educação em Saúde Bucal nas Escolas. Esse Projeto de Intervenção foi desenvolvido como requisito para conclusão do curso de Especialização em Ativação de Processos de Mudança na Formação Superior de Profissionais de Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP – FIOCRUZ). Objetivo: fortalecer a parceria entre o ensino e o serviço para a promoção e prevenção da saúde bucal na comunidade escolar, na perspectiva humanizada e resolutiva. Desenvolvimento: A partir de ações educativas pautadas nas vivências dos alunos, as etapas do projeto preveem ações de convívio no ambiente escolar para a observação e levantamento dos problemas na unidade escolar, que possam interferir na saúde bucal desses indivíduos. Além da realização de reuniões com os docentes e a direção da Unidade Escolar para planejamentos das ações e busca de parceiros para compor o grupo de trabalho. Na infância e na adolescência a apresentação sobre a importância da saúde bucal, a partir do diálogo com a direção, docentes e funcionários sobre os possíveis agravos físicos, emocionais e sociais que podem acarretar a perda precoce de elementos dentários, e os prejuízos intelectuais que esses agravos podem desencadear em indivíduos em fase escolar se mostra um potencializar para a incorporação de hábitos de saúde pelos alunos. Apresentar um projeto que contemple a implementação do Programa Saúde na Escola aos gestores municipais de saúde e educação contribui para o fortalecimento das ações de saúde a essa população. A partir da apresentação palestras com temas variados em Odontologia, como a doença cárie, técnicas de escovação, tipos de escovas e cremes dentais, Câncer bucal e outras patologias que acometem o sistema estomatognático, é estimulada a discussão em rodas de conversa com os discentes e docentes, com a realização de mesas clínicas na quais os discentes possam ver, tocar e interpretar saberes adquiridos nas palestras e rodas de conversa. Além de ações com instruções de higiene oral, escovação supervisionada e aplicação de flúor tópicos em alguns casos. Resultado: Dentre os fatores que influenciam na efetividade da saúde bucal dessa comunidade específica, está a deficiência do efetivo da equipe da Atenção Básica local, dificultando a disponibilidade de tempo para que os alunos façam a higienização bucal após a refeição escolar e o alto consumo de carboidratos através de balas, chicletes e doces. Considerações finais: O Programa Saúde na Escola, quando implementado, permite a construção de hábitos favoráveis para a promoção e prevenção em saúde bucal, na infância e na adolescência. Com isso, evita possíveis mutilações e outros agravos psicossociais acarretados em decorrência de perdas dos elementos dentários. Porém, a dificuldade de acesso ao serviço odontológico encontrado pela população menos favorecida fragiliza a Atenção Primária, corroborando a importância da implementação do Programa Saúde na Escola.


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Trabalho nº 8878
Título do Trabalho: AÇÃO EDUCATIVA DE PROMOÇÃO A SAÚDE PARA COMUNIDADE NA PREVENÇÃO E AUTOCUIDADO DA DIABETES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: DANIELE FERREIRA BEZERRA, Adriana de Sá Pinheiro, Hennã Cardoso de Lima, Jackeline do Socoorro Braga Figueiredo, Laydiane Martins Pinto, Lorena Santos Soares, Gabrielle Reis de Nazaré, Angélica do Socorro Lopes da Silva

Apresentação: Doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 70% dos óbitos no mundo, como a diabetes e a hipertensão arterial sistêmica que são responsáveis por levar à comprometimentos e a incapacidades. Diante disso, um estudo realizado em 2016 demonstrou que os índices de diabetes vêm aumentando no Brasil devido a diminuição na qualidade de vida da população, uma vez que o tabagismo, o sedentarismo, o uso excessivo de álcool e a má alimentação são os principais percussores para o aumento desses índices. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos da saúde de uma instituição de ensino superior em uma ação social. Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido durante uma ação social em uma escola municipal para a comunidade, no município de Belém no estado do Pará, Brasil. Essa atividade foi realizada durante o mês de novembro de 2019, a qual ocorre em formato de mutirão anual e multidisciplinar. Durante seis horas o projeto ofereceu serviços como aferição de pressão arterial não invasiva, verificação de glicemia capilar, antropometria, atendimento nutricional, físico e médico. Além disso, foram realizadas orientações sobre a hipertensão arterial, diabetes e o autocuidado, informações que foram repassadas mediante folders e banners. Resultado: Em média, foram realizados 300 atendimentos, todos os participantes tiveram acesso as atividades desenvolvidas na ação que oportunizou as atividades voltadas à promoção da saúde, de tal forma a atender à população que era constituída por homens e mulheres de diferentes faixas etárias. Essa atividade estimulou a inquietação do público para a realização da prevenção do diabetes, para o engajamento e para a participação populacional, em assuntos relacionados à saúde e a qualidade de vida. Considerações finais: Notou-se na avaliação, por meio das observações dos acadêmicos que a ação educativa pautada na prevenção e nos cuidados do público-alvo provocaram mudanças significativas e positivas para o desenvolvimento crítico-reflexivo dos participantes. Observou-se ainda que a ação de cunho social é capaz de sensibilizar a comunidade quanto a importância de realizar o autocuidado. Logo, essas atitudes demonstram a importância da ação educativa nas comunidades e, assim, devem ser incentivadas nas instituições de ensino, pois serviços como esses revelam a importância de políticas públicas voltadas à promoção da saúde.


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Trabalho nº 6834
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO DO PROFISSIONAL MÉDICO: ANÁLISE DE PUBLICAÇÕES EM REVISTAS MÉDICAS
Autores: Stefania Mota, Sonia Maria Marques Gomes Bertolini, Ely Mitie Massuda, Liney Maria Araújo, Joseph Rodrigues de Rosa, Flávia Helena Ramos, Waneska Pinto Mota, Rejane de Souza Barros Campos

Apresentação: A execução das ações de promoção em saúde tem sido um desafio na atualidade e, concomitantemente os profissionais médicos vêm sofrendo uma drástica mudança na postura sobretudo após a implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), da Política Nacional Atenção Básica (PNAB) e da Política Nacional de Promoção de Saúde (PNPS). A atuação dos profissionais nos campos de estágios acadêmicos e na prática clínica diária tem sofrido estas influências diretamente. O surgimento da disciplina Integração Ensino Saúde e Comunidade (IESC) na academia se constitui num dos exemplos da adaptação feita neste sentido. A Medicina de Família e Comunidade (MFC) surgiu como uma especialidade médica norteadora de uma nova direção educacional, com ênfase no atendimento humanizado e com a visão ampliada do cuidado, definindo e valorizando o papel do profissional médico na Estratégia de Saúde de Família (ESF). Este estudo buscou levantar 5160 artigos revisões sistemáticas e destes quantos seriam encontrados em revistas de medicina, cujo assunto principal assunto fosse a promoção da saúde. O estudo foi feito na base de dados LILACS através de busca na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) com os descritores promoção saúde e medicina, entre os meses de março, abril e maio de 2019. Desenvolvimento: A execução das ações em Promoção da Saúde, na pratica diária dos profissionais médicos configura-se um grande desafio, Os grupos populacionais são heterogêneos e a situação do Sistema Único de Saúde (SUS) vigente desestimulante. Atualmente, os modelos de atenção estão sendo propostos focados no enfrenta­mento das necessidades de saúde, tanto individuais quanto coletivas. A exemplo, tem-se a implantação e efetivação de políticas públicas como a PNAP (Política Nacional de Atenção Básica) e a PNPS (Política Nacional de Promoção da Saúde) que contribuem para consolidar as diretrizes do SUS, integralizam e conferem credibilidade a todo esse processo. O Programa de ESF (Estratégia de Saúde da Família) funciona como um o principal eixo da Promoção de Saúde e, desde a sua concepção foi idealizado para um dinamismo prático de uma equipe multiprofissional na atenção primaria. Dentre os profissionais que compõe essa equipe está o médico que é um visto pelos coletivos, gestores e o restante da equipe como figura essencial, inclusive como um líder no desempenho desse processo de reorganização do trabalho. Nessa nova tendência das atuais políticas públicas, coube ao estado o papel de implantação de transformações necessárias que auxiliassem nessa adaptação curricular.  As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina (DCNs) passaram a nortear as academias médicas fomentando a criação de egressos de medicina com conhecimento em gestão pública e no cuidado integral das pessoas. Tais DCNs, foram publicadas em 2001 passando mais de uma década para serem instituídas (2014). As DCNs incorporam a Promoção da Saúde como estratégia de política de saúde que articulada às demais políticas e tecnologias no sistema de saúde brasileira, contribuem para a construção de ações exequíveis. Em 1994 surge o PSF (Programa de Saúde da Família que possui a denominação de PSF para ESF (Estratégia de Saúde da Família), uma mudança político/social, estrategicamente pensada. A concepção da palavra programa, aponta para uma atividade com início, desenvolvimento e finalização. A definição de estratégia, é de reorganização da atenção primária e não prenuncia um tempo para finalizar esta reorganização. A instalação da equipe multidisciplinar da ESF nas dependências das UBS (Unidade de Saúde Básica), estimulou-se a e interação entre os pares, com de cunho interdisciplinar, inter e intrassetorial, totalmente calcados nos preceitos do SUS. Todos os esforços da academia de medicina em validar as atuais políticas públicas na pratica do profissional e ao mesmo tempo buscar uma maior humanização atendimento  do médico ao usuário tem sido feita através das suas ações no coletivo e individual, fato   evidente nos artigos pesquisados sobretudo após a implementação das ESFs. Há uma escassez de profissionais médicos formados com demanda interna para exercer seu labor nas ESF e, com um agravante, estão despreparados para o exercício político/social e de assistência médica a essa população. Para minimizar essa lacuna, sócio/política/educacional, surge então a residência de Medicina de Família e Comunidade (MFC), com duração de 2 anos que confere ao médico o título Especialista, o objetivo está centrado na promoção da saúde com visão na integralidade do cuidado. Os profissionais médicos em treinamento estão exercendo as suas atividades curriculares na Atenção Básica de Saúde (ABS) o que configura um componente primordial desse nível de atenção do SUS. Baseada nos princípios, conceitos e recomendações internacionais formalizadas pela WONCA (Organização Mundial do Médicos de Família) a especialidade tem entre seus objetos desenvolver ações integradas de promoção, proteção e recuperação da Saúde no nível individual e do coletivo. Resultado: As produções científicas abrangendo a promoção da saúde, tem crescido muito nos últimos anos. As publicações podem ser  encontradas em revistas de diversas áreas  do conhecimento na forma de  artigos de revisão, dissertações, teses e  revisões sistemáticas. Trata-se de um estudo de revisão integrativa após busca bibliográfica em trabalhos de revisão sistemática realizados entre 1998 e 2016, em revistas de medicina indexadas que abordassem como assunto principal a promoção em saúde. Como descritores foram utilizadas as palavras promoção da saúde e medicina. Foram utilizados os próprios filtros da base de dados. Na seleção dos trabalhos foram incluídos aqueles que estivessem indexados e disponíveis como revisões sistemáticas sendo excluídos periódicos isolados e duplicados, dissertações, teses, revistas de outras áreas, e todas as revistas que não tivessem a medicina e promoção da saúde como tema central. Os dados tiveram como estratégia de busca a pesquisa na Biblioteca Virtual de Saúde BVS (Bireme) realizada entre os meses de março, abril e maio de 2019. Foram obtidos 32776 resultados na base de dados LILACS, através de pesquisa na Biblioteca Virtual da Saúde. Destes foram selecionados inicialmente as revisões sistemáticas que totalizaram 5160 artigos. No total foram estudados 12 artigos de revisões sistemáticas obtidas na base de dados LILACS como artigos completos e disponíveis. Procede-se a leitura de todos e ao final três artigos foram excluídos sendo dois de ensaios clínicos randomizados e um com temática em rede social. Nove artigos foram selecionados ao final. Pela amostragem dos artigos, a compreensão dos paradigmas da  nova visão  dos  modelos assistenciais  não está sendo vista como prioridade. As teorias e princípios amplamente preconizados pelos Ministérios da Saúde e Educação foram amplamente aceitos por uma comuni­dade científica, porém pouco executado por uma parte dos atores (médicos/residentes) e pouco exigidos pela outra parte (coletivo, gestão e academia). Considerações finais: Uma escassez na literatura de artigos em revistas médicas que destaquem a promoção da saúde é identificada por este estudo. Ainda necessitamos caminhar muito nas pesquisas para otimizar o atendimento prestado pelo profissional médico. Busca-se por um padrão de excelência e com integralidade do cuidado. No entanto, as políticas públicas atuais, focadas na promoção da saúde, e nas novas diretrizes educacionais incorporadas no ensino de graduação e pós-graduação destes profissionais da saúde tem contribuído para amenizar a situação e proporcionar avanços positivos do atual cenário.


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Trabalho nº 11959
Título do Trabalho: PRÁTICAS COLABORATIVAS INTERPROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE COMUNITÁRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Aline Fabricia Santos da Silva Bistene, Claudia Teresa Vieira de Souza

Apresentação: Em consonância com o Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) adota como uma das estratégias o estabelecimento de práticas de cuidado humanizado, de modo que promovam o reconhecimento e o diálogo entre as diversas forma do saber (popular, tradicional e científico), construindo práticas pautadas na integralidade do cuidado e da saúde. A Educação em Saúde (ES) é uma prática social, cujo processo contribui para formação da consciência crítica das pessoas a respeito de seus problemas de saúde, a partir de sua realidade, e estimula a busca de soluções e organização para a ação individual e coletiva. As práticas baseadas no estabelecimento de parcerias entre profissionais de saúde, propicia o desenvolvimento de competências para o trabalho em equipe de forma integrada e colaborativa, além do compartilhamento de experiência interprofissional através do diálogo. Trata-se de um relato de experiência, que tem por objetivo descrever as contribuições das atividades de ES para o desenvolvimento profissional no cuidado integral do indivíduo e coletivo. A ES é uma das ferramentas de Promoção da Saúde (PS), que são desenvolvidas pelo projeto Plataforma de Saberes: envolvimento e participação da comunidade em práticas inovadoras de promoção da saúde e produção de conhecimento, promovido pelo Laboratório de Pesquisa em Epidemiologia e Determinação Social da Saúde (LAP-EPIDSS) do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (INI/Fiocruz), onde contempla pacientes, seus amigos e familiares, integrantes de associações  (por exemplo: Associação Lutando pra Viver Amigos do INI, Clube das Amigas da Mama, Comitê Comunitário Assessor do Centro de Pesquisa em DST/AIDS do Hospital Geral de Nova Iguaçu, entre outros) e comunidade local de Manguinhos. A experiência vivenciada propiciou a autora principal deste trabalho, a capacitação em atividades de pesquisa, como a participação em eventos científicos-sociais de PS direcionados à comunidade, colaboração no desenvolvimento de material educativo demandados ao laboratório pelos participantes do projeto, colaboração com a equipe no planejamento e organização dos eventos/atividades do LAP-EPIDSS, confecção de relatórios e apresentação de trabalhos em eventos científicos. Além disto, possibilitou o contato prático com o SUS e a melhor compreensão das atividades produzidas, as quais são motivadas a partir das necessidades dos pacientes e comunidade. A partir do envolvimento interprofissional, a prática colaborativa oportunizou troca de experiência e saberes, cooperação na construção das atividades, exercício do diálogo permanente e desenvolvimento de competências, contribuindo para o trabalho em equipe na promoção do cuidado. Esta experiência favoreceu a capacitação profissional, com foco na Epidemiologia Social e nos Determinantes Sociais da Saúde. Além de, qualificação nas atividades de PS a partir da ES, com o despertar para a inclusão social, integração e acolhimento do paciente. A produção e difusão do conhecimento de forma participativa, são essenciais para a PS, pois fortalece a participação social uma vez que a comunidade é corresponsável e protagonista na construção de conhecimentos em saúde, contribuindo para uma melhor qualidade de vida individual e coletivamente.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10944
Título do Trabalho: AGROECOLOGIA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM ÁREAS RURAIS DO SERTÃO PERNAMBUCANO SOB UM OLHAR INTERDISCIPLINAR
Autores: Juciany Medeiros Araujo, Ariandeny Silva de Souza Furtado, Tânia Sarmento, Gilmar Correia Dias, Ana Maria Dubeux Gervais, Paulo José de Santana

Apresentação: O presente estudo relata uma visita técnica realizada por Doutorandos em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da UFRPE, realizado na cidade de Ibimirim-PE, sertão pernambucano. O objetivo da visita era promover uma aproximação dos doutorandos da disciplina de Agroecologia e Políticas Públicas, e um dos espaços a ser visitado foi uma Unidade de Saúde da Família localizado num Distrito Rural da cidade. A visita foi recepcionada pela equipe de Saúde da Unidade e conduzida por Profissionais do Núcleo Ampliado da Saúde da Família-NASF que perdurou um turno de diálogo sobre a realidade local. A partir desse diálogo o resumo proposto irá trazer um pouco da contribuição desse momento enriquecedor e de compartilhamento de saberes. Trazendo um pouco da metodologia aplicada, a Roda de Conversa foi a possibilidade metodológica sugerida para o momento vivenciado, para uma comunicação dinâmica e produtiva entre doutorandos, professores, trabalhadores e moradores. Essa técnica apresentou-se como um rico instrumento para ser utilizado como prática metodológica de aproximação entre os vários sujeitos. As discussões na Roda de Conversa foram pautadas nas percepções de cada ator presente sobre seus relatos de vida no campo e sua relação com a condição de saúde que possuem. Nessa intenção, a Roda de conversa se mostrou um instrumento eficaz para o estabelecimento de um espaço de diálogo e interação. Partindo da proposta de dialogar com a Promoção da Saúde com a Agroecologia, foi proposto inicialmente que os profissionais de saúde trouxessem os dados sociodemográficos e epidemiológicos da comunidade que a Unidade de Saúde dá cobertura. Atualmente o Brasil está vivendo um nível de insegurança alimentar e Nutricional que já vem sendo alertado há algumas décadas, com o desafio de reduzir o percentual de quase 30% de desperdício de alimentos. De acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008-2009, possuímos 48% da população com sobrepeso e 15% já se classifica em estado de obesidade. “A parcela dos meninos e rapazes de 10 a 19 anos de idade com excesso de peso passou de 3,7% (1974-75) para 21,7%, já entre as meninas e moças o crescimento do excesso de peso foi de 7,6% para 19,4%”.  Esse dado foi relatado durante o desenho da realidade local que não diferencia da realidade nacional. Outra informação importante é que 86% da população consome mais gorduras saturadas do que o necessário 61% se excede no consumo de açúcar. A falta de vitaminas e nutrientes atinge 68% da população, e mais de 90% dos brasileiros não ingere as 400 gramas diárias recomendadas pelo Ministério da Saúde de frutas, legumes e verduras, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e outras graves doenças crônicas. Por ser uma área rural, o acesso a alimentos produzidos localmente, deveria ser uma realidade, mas a escassez de água e a facilidade do acesso a alimentos industrializados que chega até por meio da merenda escolar, faz com que a mudança de hábitos e comportamentos alimentares reflita na sua condição de saúde. Entendendo os dados relatados pela equipe de saúde e o NASF, da atual condição de saúde da população rural, quando direcionamos a raiz do problema para maior compreensão de como solucionar, surge a Agroecologia como um campo do conhecimento interdisciplinar, fundado na aplicação da Ecologia ao estudo e manejo dos agroecossistemas, que objetiva o desenvolvimento de sistemas produtivos que garantam, simultaneamente, crescente autonomia na utilização de insumos externos, elevada capacidade de autorregeneração da fertilidade dos agroecossistemas e de auto regulação das populações de insetos-praga e organismos patogênicos, níveis de produtividade e renda satisfatórios para os produtores e produtoras e o atendimento da segurança alimentar e nutricional da população e como perspectiva de garantir a saúde do ambiente. Por se tratar do sertão do Moxotó, região onde está localizada a Unidade de Saúde, posso afirmar que esta é uma localidade com grande diversidade da agricultura familiar e dos povos e comunidades tradicionais e um enorme potencial para produção de alimentos saudáveis para a população. Possui também uma grande capacidade de resistência nos territórios e de responder a estímulos de políticas públicas, como o Programa de Aquisição de Alimentos, Programa de Alimentação Escolar, Feiras da Roça e da Agricultura Familiar. Mas no percurso do diálogo para conhecer melhor essa realidade, contamos com as falas de agricultores, pescadores e indígenas da região, que a produção de alimentos e segundo a Nutricionista e os Agentes comunitários, as famílias que possuem uma boa condição de saúde, são aquelas que conseguem desenvolver os sistemas agroalimentares por meio de iniciativas orientadas pelos princípios da agroecologia e fortalecimento de redes, como o apoio de Organizações Não Governamentais-ONG, com apoio de tecnologias agroecológicas para os jovens e suas famílias, trazendo um olhar com maior atenção a setores da população – saúde, qualidade da alimentação e conservação ambiental. No entanto, não é a realidade da grande maioria da população que vive no meio rural dessa cidade, por isso existe uma luta por Políticas públicas suficientes e  pouco fragmentada, voltada para  Agroecologia e Produção Orgânica no Município, por associações e famílias que compreende a importância de não utilizar agrotóxicos, por ter pessoas adoecidas, familiares, amigos, que utilizaram e ou consumiram alimentos e água contaminadas. Processos alérgicos, problemas respiratórios e o câncer são algumas das doenças que antes não eram vistas e hoje muito disseminada na comunidade. Como consequência disso, a forma de produzir alimentos na perspectiva agroecológica tem baixo impacto ambiental e promove a qualidade de vida. A implantação de um sistema produtivo sustentável nos âmbitos social, ambiental e econômico deve ser estimulado em comunidades rurais, por profissionais e gestores da saúde. Por fim, alguns estudos já demonstram que a agroecologia e a promoção da saúde são áreas contributivas e complementares, e que ao se aproximarem elas só vêm enriquecer a discussão em torno da saúde rural e a concepção das políticas públicas, estimulando intervenções e novas práticas intersetoriais. Assim, esta vivência é um diálogo freiriano, com obrigação de multiplicar o sentimento de mudança e de afirmação da agroecologia como base para a sustentabilidade e organização social e produtiva da agricultura familiar e camponesa, em oposição ao modelo atual que só traz prejuízo a terra e a quem vive nela, pois é o modo de produzir e se relacionar na agricultura, que preserva a biodiversidade, os ecossistemas e o patrimônio genético, que produz alimentos saudáveis, livre de transgênicos e agrotóxicos, dessa forma valorizando os saberes e culturas dos povos do campo, das águas e das florestas e defendendo a vida.


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Trabalho nº 8899
Título do Trabalho: O USO EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO DE SAÚDE ACERCA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES, COLESTEROL E ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE BELÉM DO PARÁ
Autores: Leonardo de Souza Louzardo, Bruno mateus viana Lima, Paula regina barbosa de almeida, Flavia Alves, Regina celi da silva Souza

Apresentação: As doenças cardiovasculares afetam milhões de pessoas no mundo inteiro. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares ocupam o primeiro lugar no ranking de doenças que mais matam pessoas no mundo. Essas doenças estão relacionadas a alguns fatores de risco, como a obesidade, diabetes, hipertensão arterial e outros fatores associados à má alimentação e ao sedentarismo. Nesse viés. o colesterol se apresenta de muitas formas, no entanto, duas são as mais conhecidas, são elas: o HDL e o LDL e são usualmente conhecidas como colesterol “bom” e “ruim”, respectivamente, definição que favorece o processo de educação em saúde devido à analogia antagônica de Bem e Mal. O HDL (High Density Lipoprotein) é uma molécula que atua removendo o colesterol dos tecidos e levando para o fígado, onde será degradado. Diante disso, o LDL retira o colesterol do fígado e leva até as membranas celulares. Quando há muito colesterol ligado à molécula de LDL, contribui para o surgimento de placas de gordura nos vasos sanguíneos, condição conhecida como aterosclerose. Essa formação de placa de gordura pode contribuir para a obstrução do vaso e levar ao infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular encefálico. Diante disso, nota-se a importância de procurar alimentos ricos em HDL e evitar o consumo exagerado dos alimentos ricos em LDL. Por essa razão, este trabalho teve objetivo levar a importância dos cuidados com doenças cardiovasculares e esclarecer a diferença entre o HDL e LDL colesterol, com o fito de desenvolver hábitos saudáveis de prevenção para melhoria da qualidade de vida dos pacientes atendidos nas unidades de serviço público de saúde por acadêmicos da área da saúde da Universidade Federal do Pará. Desenvolvimento: As atividades de educação em saúde foram realizadas em dois dias diferentes. Na primeira, foi discutido sobre colesterol, no dia 9 de agosto de 2019, na Unidade Básica de Saúde do Bairro Guamá, na cidade de Belém do Pará, em uma sala de espera da unidade. Assim, as dinâmicas foram criadas por estudantes que fazem parte do Programa de Educação para o Trabalho em Saúde (PET-Saúde Interprofissionalidade), já o público envolvido foram os pacientes de geriatria e pediatria os quais seriam consultados no período da tarde. Nesse contexto, para a realização da ação foram criados instrumentos ilustrativos e educativos para facilitar a assimilação e entendimento por parte do público-alvo. Assim, foi confeccionada 1 placa nomeada de HDL e 1 placa de LDL para serem usadas no pescoço dos estudantes, cada estudante possuía imagens de alimentos. Os alimentos exemplificados como fonte de HDL foram: frango, azeite de oliva, abacate, castanha do Pará e peixe. Já os alimentos como sugestão de fonte de LDL foram: sorvete, picolé, bacon defumado e carne de porco, ovos fritos, carne vermelha, doces recheados. Para desenvolver interação do público foi solicitado para o público presente designar os alimentos ao tipo de colesterol correspondente. Após esse período, houve a discussão dos tópicos a seguir: definição de colesterol, tipos existentes e suas diferenças, complicações possíveis e alimentação saudável. Já na segunda atividade, foi executada na Unidade Saúde da Família (USF) – Radional pelo período da manhã. Acerca disso, o diálogo sobre Infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC) e tiveram como público, o grupo de hiperdia que é acompanhado semanalmente pela equipe do núcleo de núcleo de apoio à saúde da família (NASF) e com o apoio da equipe, foi confeccionado um cartaz com informações como: dados estatísticos, definição das doenças, como adquirir, como diagnosticar e no fim como prevenir, doenças essas as que acometem o coração e suas vias de circulação. Ao final de ambas as atividades foram entregues um folder para enfatizar a importância do controle do colesterol e evitar as doenças cardiovasculares, o (AVC) e o Infarto Agudo do Miocárdio, além de sanar as dúvidas dos presentes na ação. Durante a atividade, foi reforçada a necessidade do colesterol para o bom funcionamento do organismo, sua função nas células do cérebro, músculos, pele, fígado, intestino e coração. Além disso, foi ressaltada a importância de realizar exames de rotina e fazer acompanhamento nas unidades de saúde, como também, controlar os fatores de risco como o controle glicêmico, controle da pressão arterial, evitar hábitos de fumo e etilismo, além do controle do peso e exercer atividades físicas regularmente. Resultado: O público da unidade mostrou-se extremamente receptivo sobre a ação executada pelos acadêmicos do pet-saúde interprofissionalidade, com interação do início ao final da ação, além de promover questionamentos sobre a necessidade de gorduras na alimentação, foi possível também estar esclarecendo dúvidas e justificando sobre toda a funcionalidade metabólica, energética e estrutural exercidos pelos lipídios. Muitos usuários relataram ter ou conhecer pessoas com risco de hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, esteatose hepática, e apesar de conhecerem os sintomas sobre as doenças cardiovasculares, muitos deles não tinham conhecimento das formas de reverter os quadros. Sendo assim, frisou-se a necessidade de mudar o estilo de vida, buscando melhores hábitos de vida desde a infância, ao praticar atividade física regularmente, fazer exames de rotina para avaliar a situação de saúde e escolher alimentos ricos em fibras, com colesterol do tipo HDL, com alta ingesta de frutas e verduras e maior ingestão hídrica. Os usuários agradeceram os esclarecimentos, o folder distribuído e compartilharam desejos de melhorar e praticar o autocuidado com a saúde. Considerações finais: Portanto, observou-se que todos os objetivos propostos foram alcançados com a realização da ação educativa, já que atividade de educação tem um papel essencial na construção e desenvolvimento integral do ser humano. Sendo assim, a prática de educação em saúde deve ser realizada por todos os profissionais da saúde a fim de abordar diversas temáticas, como campanhas de saúde e ensinar sobre o processo saúde-doença de cada indivíduo. Ademais, as metodologias ativas e participativas têm o poder de aumentar o interesse e a participação do público que participa da dinâmica. É fundamental pontuar por fim, que as ações de extensão voltadas para a comunidade, devem ser mais estimuladas, com o intuito de melhorar a atenção integral à saúde dos indivíduos, o trabalho interprofissional das diversas áreas da saúde e contribuir para o crescimento profissional dos acadêmicos envolvidos.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8394
Título do Trabalho: PROJETO CLUBINHO DE LEITURA DO BAÚ: DESCREVENDO A EXPERIÊNCIA SOBRE A PROMOÇÃO DE UMA INFÂNCIA E JUVENTUDE COM CULTURA DE PAZ E DIREITOS HUMANOS
Autores: Leidy Dayane Paiva de Abreu, Raimundo Augusto Martins Torres, Maria Denise Paulino da Silva, Maria Ivanilce Pereira dos Santos, Adriana Oliveira Ângelo, Antonio Cleilton de Paiva, Antônia Lis de Maria Martins Torres, Joana Darc Martins Torres

Apresentação: A associação foi construída com o desejo de jovens implantarem uma biblioteca comunitária no distrito de Hidrolândia, Ceará, conhecido como Irajá, nos anos 80. Logo a juventude fez a ocupação permanente do espaço doado pela Prefeitura e fundam a Biblioteca 21 de Abril, denominada assim, por ser criada nesta mesma data em que realizam a sua reforma e organização do espaço a qual passa a se tornar sede da associação. Neste ambiente os jovens e crianças irajaenses se reúnem até hoje para planejar e executar as atividades culturais, de leitura com a Implantação do Baú da Leitura e diálogos sobre cultura, educação e saúde por meio do projeto Clubinho de Leitura do Báu-CLB, que tem como meta produzir “criações e narrações” de histórias e leituras das realidades e experimentações de vidas locais. Logo, a vivência objetiva descrever a experiência sobre a promoção de uma infância e juventude com a Cultura de Paz e Direitos Humanos, junto aos participantes do projeto pedagógico “Clubinho de Leitura do Baú: narradores do sertão”. Desenvolvimento: Relato de experiência realizado na Associação dos Jovens do Irajá-AJIR/Biblioteca 21 de Abril junto a crianças e jovens. Utilizou-se o conceito de jovens e juventudes ao invés de adolescentes e adolescências em todo texto, uma vez que podem não se referir estritamente a uma faixa etária específica ou a uma série de comportamentos reconhecidos biologicamente. A escolha do termo jovens e juventudes decorre do fato desse público estar imerso em cenários culturais diversos, produzindo suas vidas mediadas pelos cotidianos de suas experimentações e vivências em grupos e em outros territórios. A vivência aconteceu de 8h às 11h, 28 de outubro de 2019. Foi desenvolvida uma oficina em alusão aos dias das crianças com a temática promoção de uma infância e juventude com a Cultura de Paz e Direitos Humanos, com crianças e jovens do projeto CLB da Biblioteca 21 de Abril (B21). O momento foi realizado pela facilitadora pedagógica doutoranda e professor doutor docente do curso de enfermagem da Universidade Estadual do Ceará – UECE, e quatro monitores com acompanhamento pedagógico e logística das atividades, ressalta-se que todos fazem parte da associação. Os atores sociais envolvidos são trinta e uma (31) crianças e jovens, com faixa etária de 05 a 25 anos, cadastrados na AJIR. A oficina foi dividida em acolhimento, desenvolvimento e avaliação. Utilizou-se do diária de campo nas ações realizadas e foram analisadas e fundamentadas no “Círculo de Cultura” de Paulo Freire. A experiência atende a Resolução nº. 466/12, com Parecer sob o Nº 3.478.945/2019 do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará. Resultado: As estratégias educativas foram definidas com apoio no Círculo de Cultura de Paulo Freire. Logo, o Círculo de Cultura incentiva e estimula à utilização e à expressão de diferentes formas de linguagem e representação da realidade. Para isso, participaram vinte e cinco (25) crianças e jovens. Na etapa de acolhimento foi realizada a dinâmica “Significado do Meu Nome”. Os participantes desenhavam suas caricaturas e seus nomes e falavam o significado ou quem escolheu e porque. A dinâmica teve como finalidade promover, interação, descontração e vínculo. Já na etapa de desenvolvimento, realizou-se a dinâmica da bola quente com perguntas sobre a história da AJIR/Biblioteca 21 de Abril, Cultura de Paz e Direitos Humanos. Todos os participantes acertaram sobre a história da AJIR e Biblioteca 21 de Abril. Já em relação a Cultura de Paz a maioria não sabia o que significava. Com isso, os facilitadores por meio de uma roda de conversa dialogaram sobre o conceito e as dúvidas em relação ao tema. E ao entenderem a temática os participantes mencionaram que existe violência em seus territórios e que todos podem contribuir para a cultura de paz, pois a violência contra as crianças e jovens não se justifica. A atividade permitiu uma rica discussão, os facilitadores ainda ressaltaram que a Biblioteca 21 de Abril pode promover a Cultura de Paz por meio de passos primordiais, que são: promover ações de sensibilização e mobilização na defesa de tão importante causa; conversar com crianças e adolescentes orientando-os sobre os riscos da violência no cotidiano e suas formas de prevenção; adotar posturas proativas frente a qualquer situação de violência; e debater o assunto nas escolas, comunidades, família, serviços de saúde, dentre outros setores da sociedade. E na etapa de avaliação foi utilizada uma pergunta norteadora: “Como vocês estão saindo desse encontro?” As crianças e jovens receberam de forma positiva as atividades propostas, por entenderem que o desenvolvimento das ações ocorre a partir deles como atores principais do processo de ensino-aprendizagem. Observou-se que a liberdade dos diálogos no grupo proporcionou o estabelecimento de vínculos e troca de saberes acerca do tema. O momento de oportunidade, de promoção do diálogo e cultura junto a crianças e jovens no sertão cearense requer novos olhares, novos desafios e atitudes de construção por parte de atores sociais corresponsáveis diante de movimentos sociais e estímulos comunitários, produzindo significados nesses territórios emergentes, com possibilidade de melhorias para essas localidades, reescrevendo páginas de uma história, nas quais todos são agentes de um contexto em transformação, no ideário da educação emancipatória, com justiça social. Considerações finais: O uso de outros espaços como a Biblioteca 21 de Abril, ressalta a expressão cultural e artística no campo da cultura, saúde e educação por meio da promoção da saúde e da educação popular em saúde na formação de crianças e jovens se configura como uma abordagem inovadora e criativa, pois motiva a participação do público, de forma dinâmica e interativa sobre sua saúde ao responder e retirar suas dúvidas em “perguntas” acerca do tema ligado a seus contextos de vida, deixando em evidência a experiência em campo como processo de construção coletiva da cultura, educação e cuidado em saúde. Portanto, o diálogo sobre Cultura de Paz junto as crianças e juventudes gera a promoção da segurança pública, dos direitos humanos, da educação e da saúde Nesse sentido, esse projeto busca considerar e sensibilizar a extensão na universidade, com vistas a contribuir para a discussão sobre esses cenários e sujeitos, considerando a cultura e o lazer como produções de vida, histórias e relações como possibilidades de realizar experiências coletivas.


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Trabalho nº 7883
Título do Trabalho: EDUCANVISA: EDUCAÇÃO E SAÚDE UNIDAS PARA PROMOVER A SAÚDE
Autores: Haideline Mertens Kuff

Apresentações: Diante da complexidade do ordenamento social e dos padrões de consumo e adoecimento da atualidade, que exigem ampliar o espectro das ações que visam meramente à assistência e à prevenção de doenças para incluir as que efetivamente promovam saúde, a Educação em Vigilância Sanitária tem como desafio buscar alternativas à visão higienista, estritamente biológica, que se cristalizou na prática educativa desde seus primórdios. O Projeto Educanvisa é a iniciativa nesta direção, pois visa desenvolver ações que integrem educação em vigilância sanitária e promoção da saúde, acreditando e investindo no potencial formador e multiplicador das escolas, é o seu maior propósito. No município de Terenos, Mato Grosso do Sul, desenvolvemos o projeto desde o ano de 2016, com a adesão de 02 CEINFs (Centro de Educação Infantil), 08 Escolas Municipais e 02 Escolas Estaduais, onde foram capacitados 26 professores, 31 Agentes Comunitários de Saúde e com o envolvimento de 747 Alunos. Para a efetivação deste projeto contamos com alguns parceiros que nos auxiliaram na capacitação dos professores multiplicadores e no desenvolvimento do projeto: Silvia Yuki e Patrícia Nunes Siqueira – Nutricionistas, Henrique Budke – Engenheiro Agrônomo, Letícia Freire e Gislaine Tonet – Farmacêuticas, Janainne Escobar – Fiscal Sanitário/ CVISA/ SES, Juliana Galhardo – FAMEZ/UFMS, Silvia Libman Luft – Engenheira Agrônoma/ IAGRO MS, Terezinha Cléa Signorini Feldens – Pedagoga/ IAGRO MS, Gelson Sandoval Júnior – Médico Veterinário/ IAGRO MS. Como a Escola está se tornando mais um espaço de convivência da criança, devido o ingresso da criança na escola ocorrer cada vez mais precocemente, está deve ser promotora de saúde através do ensino do conteúdo programático relacionado à saúde. Temas como alimentação saudável, atividades físicas, vigilância sanitária, meio ambiente e agrotóxicos, uso racional de medicamentos, desenvolvimento de habilidades para a saúde e qualidade de vida, prevenção de acidentes e violência, fortalecimento da participação da comunidade estão ligados à escola promotora de saúde. E o EDUCANISA aborda todos esses temas, e com a parceria do PSE – Programa Saúde na Escola. Esperávamos com esse projeto quebrar o paradigma de que a vigilância sanitária “só dá prejuízo”, e que o SUS “é o cartão do SUS”, frases ditas pelos próprios alunos. Promover a saúde da população em um todo começando dentro dos próprios lares dos alunos, passando para eles informações que possibilitem a construção de novos valores, por meio da educação sanitária, a qual é uma pratica educativa que induz um determinado público a adquirir hábitos que promovam a saúde e evite a doença e tem de ser um processo contínuo, permanente e construído na medida em que o indivíduo aprofunda seu conhecimento.


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Trabalho nº 7884
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DE VÍNCULOS PROFISSIONAIS ENTRE EQUIPES DE MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL E DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Autores: Maria Amélia Meira, Leandro da Rosa Borges, Manuela Gomes Campos Borel, Adrize Rutz Porto, Maira Buss Thofehrn, Thayenne Barrozo Mota Monteiro, Beatriz Francisco Farah, Juliana Nazaré Bessa Andrade

Apresentação: O cuidado às pessoas com necessidades em saúde mental é visto como um grande desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo, e para superá-los implementam-se dispositivos de integração de rede que fomentam a participação conjunta de profissionais atuantes na Atenção Básica com especialistas. Destaca-se o matriciamento como uma iniciativa que possibilita o cuidado integral, sendo um modelo de intervenção pedagógico-terapêutico proposto para a produzir e estimular padrões de relação que perpassem todos os trabalhadores e usuários, favorecendo uma troca de informações e a ampliação da corresponsabilização pelo usuário. A atuação das equipes de apoio matricial tem função de retaguarda especializada de assistência, com redução de encaminhamentos desnecessários aos outros níveis de atendimento e aumentando a capacidade resolutiva de problemas de saúde pela equipe de referência, que são os profissionais das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF). A peculiaridade desta atividade, os novos processos de trabalho, exige cuidado especial aos profissionais matriciadores e da ESF. Afinal, estão expostos ao contexto sociocultural da população adscrita, à mercê da adesão voluntária aos projetos terapêuticos por parte do usuário, família e comunidade. Estudos realizados no Brasil em 2019 correlacionam outros reveses sobre o trabalho das equipes de matriciadores e da ESF como: o não comparecimento de todos membros das equipes nos encontros matriciais, desinteresse nas discussões, estigma às pessoas com sofrimento psíquico, a verticalização de ações interprofissionais, dificuldade de partilhar conhecimento e poder. Deste modo, contrapondo a interdisciplinaridade e horizontalidade de saberes que esculpiram outras experiências exitosas em cenários de desinstitucionalização brasileiros. A revisão integrativa sobre a temática no contexto brasileiro no período de 2008 a 2018, revelou como obstáculos subjetivos e culturais a dificuldade de alinhar planejamentos e as relações interpessoais. Aprimorar os modos de relacionar e integrar-se promovendo espaços dialógicos atendendo aos princípios e doutrinas do Sistema Único de Saúde (SUS) que preconiza transmudar as relações, compartilhar saberes e transformar a sociedade requer ações sistematizadas. Portanto, converge com a Teoria dos Vínculos Profissionais (TVP) de Maira Buss Thofehrn e Maria Tereza Leopardi (2005) que propõe que as relações interpessoais no ambiente laboral se deem pela formação e afirmação de vínculos profissionais, que permearão  a ação e o discurso do trabalhador, estabelecendo inclusão e significação para o grupo, dando-lhe característica própria no universo institucional. A TVP foi desenvolvida com a equipe de enfermagem, mas, Borges (2017) a adaptou para a equipe multiprofissional da ESF e de matriciamento, porque a TVP foca nas relações interpessoais, intra e extra grupais e viabiliza o trabalho em equipe. Pressupomos que o desenvolvimento do trabalho em saúde precisa de reconhecimento e respeito a subjetividade para promover vínculos que possam modificar o cotidiano da prática profissional. E que a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) se constitui ao promover a saúde e o ser humano nas suas multidimensionalidades. É pertinente analisar os benefícios da TVP em outras equipes de saúde e em outros cenários, porque a habilidade relacional é desafio para todos os trabalhos coletivos, e fundante nos cenários da saúde. O fortalecimento do vínculo e confiança entre as equipes são agenciadores de um cuidado terapêutico de qualidade, e que as ações terapêuticas conjuntas em saúde mental é a tarefa profissional deste grupo. O objetivo deste estudo é analisar a contribuição da TVP nas relações interpessoais entre as equipes de matriciadores em saúde mental e a Estratégia de Saúde da Família para promoção de vínculos profissionais. Desenvolvimento: Estudo descritivo-reflexivo sobre a TVP, alicerçado na dissertação de Leandro da Rosa Borges (2017) que investigou as contribuições do Matriciamento em saúde mental e suas contribuições para o fortalecimento da Estratégia Saúde da Família na perspectiva da TVP, identificando as relações interpessoais neste contexto. Participaram do estudo profissionais das equipes de matriciamento em saúde mental e ESF, com tempo mínimo de atuação de seis meses e frequentes nos grupos de discussão sobre as questões de saúde mental semanalmente. Excluiu-se os que estavam afastados do trabalho no início da coleta de dados. Os procedimentos de coleta de dados foram observação simples em seis encontros para conhecer a dinâmica de trabalho entre as equipes de matriciamento e ESF, e entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados conforme proposta operativa de Minayo (2014) e revelaram três categorias temáticas: entendimento das equipes de matriciamento e ESF sobre o apoio matricial em saúde mental; ações de matriciamento em saúde mental na ESF; relações interpessoais no processo de trabalho em ESF e matriciamento em saúde mental. Resultado: O matriciamento foi reconhecido como importante estratégia de atuação entre as equipes de matriciamento e ESF por possibilitar trocas de informações, experiências, respeito ao usuário, compartilhamento de ações. O processo dialógico, o vínculo e a confiança aproximou os profissionais envolvidos neste contexto, fazendo-os pertencentes a um único grupo de trabalho, potencializando a resolutividade das intervenções. Foram evidenciados problemas como: descontinuidade em cumprir pactuações, dificuldade de interação, os conflitos desconsiderados e a tarefa do grupo de trabalho, que são as ações terapêuticas conjuntas em saúde mental, tem centrado mais no discurso que no ato. Além disto, os vínculos citados pelas equipes de matriciamento e ESF nem sempre se apresentam de modo saudável, são débeis, frágeis sem interação e desfocado das relações interpessoais. A implementação da TVP oportuniza o desenvolvimento das atividades grupais e os vínculos profissionais estabelecidos orientam ações específicas que concomitantemente instrumentalizam as relações humanas e de trabalho. É uma tecnologia gerencial que utiliza de tecnologias relacionais para o estabelecimento de vínculos profissionais saudáveis. O marco conceitual da TVP apresenta o processo de trabalho que se ajusta a qualquer disciplina da saúde, por referir a uma atividade exercida para atender às demandas dos usuários dos serviços de saúde. E a tarefa profissional é uma ação terapêutica que propicia atender o usuário nas suas multidimensões para promover uma vida saudável. A limitação da TVP perpassa pelo assentimento e empenho de cada membro na construção de novas relações de grupo, em instruir-se dos conteúdos filosófico-teórico que lhe é próprio, adotar em suas práticas a divisão de trabalho e definição de papéis. Assim, protagonizar seu aperfeiçoamento profissional ao gerar conhecimento, recompondo suas habilidades técnicas, científicas, emocionais e relacionais. Considerações finais: A TVP e sua metodologia, é um protocolo de ação para planejar o processo de trabalho, centrado nas relações interpessoais que contribui para um ambiente laboral com realizações que extrapolam para o âmbito pessoal. Permite perceber a individualidade como instrumento para fortalecer as relações interpessoais com vínculos profissionais saudáveis e construir ações terapêuticas coletivas em saúde mental com excelência e prazer. Os profissionais das equipes de matriciamento e ESF precisam ser acolhidos e compreendidos dentre de suas subjetividades para estabelecerem vínculos entre si. Habilitando-os para exercerem a intersubjetividade que permite o acolhimento, a escuta e a formação de vínculo com os usuários destes serviços de saúde. O fortalecimento dos vínculos profissionais estruturaria o matriciamento em saúde mental na ESF para que este dispositivo possa consolidar a Reforma Psiquiátrica e o SUS, acrescendo ao acesso, o cuidado integral dos usuários.  


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Trabalho nº 7373
Título do Trabalho: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM COM A EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: PROJETO “OS CAÇA-VIBAC’S
Autores: Pedro de Oliveira Nogueira, Fabrício Sidnei da Silva

Apresentação: O projeto “Os Caça-Vibac’s”, foi desenvolvido no dia 19 de março de 2019, a ideia surgiu em sala de aula, baseando-se na necessidade de conscientizar e promover a saúde individual e coletiva, por meio da higienização das mãos.  O nome do projeto advém da analogia com o filme Os Caça-Fantasmas (1984), trazendo consigo a ideia de detecção e combate aos Vírus e Bactérias. Após reuniões em sala de aula, definiu-se que o foco temático seria diretamente relacionado com as Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IRAS), pois de acordo com estudos, vem apresentando não somente a precaução padrão, aquela comum a todas as áreas, mas também a precaução de contato associada à precaução respiratória por gotículas. Diz-se “nessa etapa”, pois essa é a etapa de continuação de um projeto que se iniciou no primeiro semestre de 2019. Com o aumento nos números de incidência, as infecções relacionadas à assistência à saúde em diversas regiões do mundo, leva à uma reflexão crítica sobre o preparo do profissional e até mesmo, o modo de disseminação de informação e compartilhamento de informação sobre as medidas profiláticas, que até hoje tem baixa adesão e são deixadas de lado por muitos profissionais aumentando a incidência de infecções cruzadas. Para tanto, o projeto visou a abordagem da higienização das mãos, uma prática simples e assertiva, que atua na prevenção de comorbidades para o corpo humano, e constantemente é negligenciada ou realizada de forma incorreta, e ainda as precauções de contato e respiratória por gotículas. Metodologia Trata-se de um relato de experiência descritivo sobre o projeto “Os Caça-Vibac’s” realizado de forma interativa por acadêmicos de enfermagem do 2º período da Universidade Paulista – UNIP – campus Manaus (AM), no dia 01 de novembro de 2019, no hall da própria instituição. Essa atividade é integralização curricular do curso de bacharelado em enfermagem, remetente a disciplina de atividades práticas supervisionadas, associada a prevenção contra infecções em instituições de saúde. O público alvo eram todos aqueles circulantes da universidade, enfatizando os graduandos de outros cursos e rede de funcionários, e o horário pré-definido foi idealizado pelos alunos foi o momento de intervalo de aula das turmas, para assim, alcançar o maior público possível. Os alunos promotores do projeto se dividiram em subequipes dos quais se exemplificam na equipe responsável por chamar atenção do público para o projeto visto que a execução dele não seria pré-anunciada, denominada equipe caça, e na equipe banca, que ficou no stand acolhendo e explanando a temática ao público. Toda essa divisão foi estabelecida a fim de todos os integrantes desempenharem as funções de maneira igualitária e consensual. A priori, a equipe caça realizou uma apresentação performática que contou com o apoio de elementos teatrais, onde os integrantes personificados de super-heróis faziam alusão a heróis da informação e do combate aos micro-organismos transmissores de infecções, e musicais, no qual foi feita uma coreografia com os integrantes citados anteriormente. As músicas que foram escolhidas fazem parte de um contexto de interação jovem. A posteriori, a equipe banca utilizou para a realização desse projeto equipamentos de proteção individual, a fim de exemplificar e demonstrar a temática na prática profissional, além de banners explicativos e folders ilustrativos. Ainda também, como forma de dinamizar, apropriou-se da canção popular “Parabéns pra você” para ensinar o tempo correto de higienização das mãos. Resultado: Durante a apresentação inicial, observou-se a reação e aprovação dos membros integrantes e público de espectadores, por meio da vibrante ovação, assim que chegamos o seu término. Vale lembrar que o público não esperava quaisquer atividades naquele momento, e foram surpreendidos. Ao citar as apresentações teóricas, notou-se que a grande interação em números de pessoas, bem como sua diversidade, foi de suma importância no aprendizado de todos. Por fim, de maneira geral foi observado que a efetivação das abordagens proativas aguçou a curiosidade do público, que por vezes, procuraram integrantes do projeto para obtenção de mais conhecimento. Dessa forma, mesmo estando em períodos iniciais do curso, percebe-se por meio do retorno participativo do público, a importância da educação em saúde como precursora de indivíduos autônomos. Considerações finais: No início do trabalho verificou-se os elevados índices de doenças relacionadas as faltas de precauções no âmbito público e nosocomial, por isso, fez-se importante realizar pesquisas e estudos sobre a higienização das mãos e precauções de contato e respiratório por gotículas. Diante do apresentado, o objetivo do projeto foi o resgate de informações ao público e aos futuros profissionais da saúde. Contata-se que o objetivo foi atendido, pois efetivamente o trabalho conseguiu transmitir as informações com o interesse despertado no público. A elaboração do projeto partiu da hipótese de que as informações não estariam sendo devidamente valorizadas e difundidas nos meios de socialização, isso se deu porque a incidência de problemas evitáveis relacionadas aos métodos de precaução é grande. Durante o desenvolvimento do projeto, verificou-se que a maioria das pessoas ainda não tinha de fato conhecimento do tema, contudo não foram realizados quaisquer testes ou pesquisas de avaliação do conhecimento do público, reiterando assim o objetivo que era frisar o assunto e não o colocar em questão frente ao domínio dele pelas pessoas. Assim, em grupo preparou-se para a realização das atividades do projeto, no dia pré-determinado pelo professor orientador da disciplina, nas dependências da própria universidade, com pesquisas mais detalhas, divisão de funções dentro das equipes, aquisição de materiais de apoio, confecção dos banners e folders, bem como, ensaios para a apresentação inicial. Diante da metodologia proposta percebe-se que o trabalho poderia ter sido realizado com maior amplitude de pesquisa bibliográfica, para assim não somente apresentar o assunto, mas também coletar e analisar dados sobre os aspectos envoltos dos problemas e hipóteses levantadas. Além disso, a limitação de tempo e geográfica de todos integrantes, dificultaram a execução plena dos preparativos em grupo, sendo necessário reduzir o tempo de algumas tarefas, consequentemente resultando na sua simplificação. Portanto, para trabalhos futuros recomenda-se questionar o público, coletando as informações por eles fornecidas e ainda procurar metodologias de grupo para serem trabalhadas com os promotores de projeto.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6350
Título do Trabalho: A PROMOÇÃO E A PREVENÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM ADOLESCENTES NO AMBIENTE ESCOLAR
Autores: Emília Gallindo Cursino, Eduarda Nunes Seidel, Paula Mendes Marinho, Dayane Chaves Limongi Vita, Lewi Soares de Souza, Gabriel Moura Mello, Maria Estela Diniz Machado, Luciana Rodrigues da Silva

Apresentação: no contexto da promoção de saúde e na prevenção de doenças do adolescente evidencia-se a escola, cenário importante para a construção da cultura de saúde, que pode fortalecer as capacidades individuais e coletivas e a criação de ambientes saudáveis. Objetivo: descrever a experiência de  estudantes de enfermagem do 8º período em atividade de educação em saúde na escola, durante o estágio curricular, do ensino de graduação de uma universidade pública do Estado do Rio de Janeiro. Resultado: estudo descritivo tipo relato de experiência realizada com adolescentes do segundo e terceiro ano do ensino médio em uma escola privada, no período de  setembro a outubro de 2019. No primeiro momento foi demonstrada a dinâmica do “repolho roxo” que permitiu a reflexão sobre os riscos de adquirir Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Após foi realizada a dinâmica da “batatinha quente” com balões coloridos contendo dúvidas dos adolescentes, a partir de uma “caixa de perguntas” deixadas na escola. A seguir foi apresentado slides com o tema. Finalizando  foi feito demonstração sobre o uso do preservativo na prevenção das ISTs. Considerações finais: A socialização dos conteúdos expressos nas dinâmicas utilizadas, promoveu uma maior interação entre os envolvidos, fato evidenciado pela participação dos adolescentes e pelas indagações deles em relação ao tema. A experiência conferiu aos estudantes de enfermagem a apropriação de conhecimentos e habilidades exigidas para a formação profissional do enfermeiro educador em saúde e seu papel na promoção da saúde na adolescência. Destaca-se a importância do enfermeiro, no ambiente escolar, para promover uma maior interação da escola.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8909
Título do Trabalho: O PAPEL DA MÍDIA SOCIAL INSTAGRAM COMO FERRAMENTA DE PROMOÇÃO DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Lígia Rebecca Mota Amorim, Andreza Aguiar Ximenes, Karina Cristina Carvalho dos Santos, Thiago Bentes de Souza, Ana Francisca Ferreira da Silva

Apresentação: O Programa Rede Cegonha surgiu como forma de assegurar os direitos que toda gestante possui. As garantias abrangem desde o planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez até o direito que as crianças possuem de um nascimento seguro e crescimento psicossocial saudável. Fundamentado nisso, com o objetivo de conscientizar gestantes e famílias, principalmente da cidade de Manaus (AM), dos seus direitos, nasceu o perfil do Instagram “@redecegonhamanauara”. Criado por acadêmicos de medicina do 3º período da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a conta visa a propagação de conhecimentos a respeito dessa estratégia do Ministério da Saúde. Desenvolvimento: O processo de produção do material informativo para a mídia social  “@redecegonhamanauara” acontecia duas vezes por semana. Um  dos discentes era responsável por fazer publicações sobre as diretrizes do Programa Rede Cegonha, enquanto os outros colaboradores se encarregavam de estudar as informações pertinentes para o público-alvo. Em síntese, foram desenvolvidos vídeos com um médico especialista em Medicina da Família e Comunidade e dicas de bem-estar, com intuito de proporcionar informações que as ajudassem a ter qualidade de vida. Além disso, realizou-se entrevistas com mulheres que vivenciaram os assuntos abordados, a fim de que, através desses relatos, houvesse a troca de conhecimentos e experiências e outras gestantes se sentissem acolhidas e representadas. Todas as publicações e os “stories” foram elaborados com uso de uma linguagem acessível e descontraída, para que as informações a respeito do programa Rede Cegonha, dentro do SUS, fossem transmitidas de uma forma objetiva e eficaz. Resultado: O instagram da @redecegonhamanauara apresentou uma aceitação satisfatória por parte do público. Em 3 meses, a partir da criação do instagram, foram um total de 621 curtidas e 131 comentários em 24 postagens. O alcance da rede social, cerca de 100 visitas semanais, foi maior do que o esperado inicialmente. Isso se deve ao fato de muitos seguidores comentarem nas postagens marcando um amigo, aumentando, dessa forma, a visibilidade. Observou-se, através dos comentários, o quanto os conteúdos impactaram a vida da comunidade, que não tinha, até o momento, entrado em contato com informações tão essenciais ou apresentava dúvidas. Outro resultado positivo observado foi a quantidade considerável de mulheres enviando mensagem através da ferramenta do “direct”. A maioria das mensagens eram respostas aos “stories” postados diariamente, com dicas variadas sobre o Programa Rede Cegonha e outros assuntos relevantes à maternidade. Notou-se, também, muitos recados de agradecimento pelos relatos de experiências postados semanalmente. As gratificações eram enviadas por grávidas que se identificavam com os medos e as inseguranças que podem acometer uma gravidez. Considerações finais: Perceber a criação de vínculo com usuários do SUS, através de uma interação informal e descontraída, proporcionou crescimentos pessoal e profissional para os acadêmicos “gestores” da mídia social. Além disso, por se tratar de rede social, pessoas de todo o Brasil foram alcançadas. Assim, a grande aceitação mostra que as redes sociais podem ser utilizadas como ferramentas de promoção de saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10104
Título do Trabalho: EXPERIÊNCIA INTERPROFISSIONAL NA PROMOÇÃO DE SAÚDE: DINÂMICA EDUCATIVA COM FOCO NA SAÚDE SEXUAL DO ADOLESCENTE
Autores: Giovanna Carolinny Diniz da Silva, Bianca Helena dos Santos Lima, Wanessa Modesto Costa, Yasmim Gouveia Gomes, Fabiana Nunes de Sousa, Hellen de Jesus Silva Pimentel, Maria Lúcia Souza Siqueira, Francilene da Luz Belo

Apresentação: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), o Câncer de colo do útero e o Câncer de pênis têm representado grandes problemas de saúde pública e estão relacionados aos hábitos e práticas sexuais, tendo grande impacto na vida do indivíduo por estarem associadas a estigmas sociais. A adolescência é reconhecida como uma fase de intensa mudança e diversos fatores e comportamentos aumentam a vulnerabilidade a estes agravos como o início precoce da vida sexual e a falta de informação sobre uso de preservativo. Nesse contexto, a educação é um dos meios que se tem de moldar a participação ativa dos sujeitos na aquisição de conhecimentos. O espaço escolar é tido como um ambiente de troca de saberes e reflete a possibilidade de realizar práticas educativas e de fortalecer o desenvolvimento saudável dos adolescentes. A fim de aproveitar o espaço para promoção de saúde e prevenção de agravos, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Saúde na Escola (PSE) que tem o objetivo de articular saúde e educação para que as políticas de saúde alcancem crianças e adolescentes. Diante desse cenário, surge a necessidade de promover educação sexual e como estratégias se tem os projetos de extensão e em especial o projeto PET-Saúde cuja proposta é integrar o ensino e o serviço em diferentes cenários, atendendo as demandas de saúde de modo mais efetivo. Dessa maneira, este relato visa apresentar uma oficina realizada em uma escola pública como parte da integração ensino-serviço-comunidade e com o objetivo de efetivar uma intervenção educativa que ofereça conhecimento e adoção de bons hábitos relacionados à saúde sexual dos adolescentes. Ademais, a dinâmica procurou integrar estudantes e profissionais no cenário da atenção básica de saúde. Desenvolvimento: a oficina foi idealizada para um projeto de extensão universitária em parceria com o projeto PET-Saúde Interprofissionalidade, fazendo parte da equipe uma enfermeira, acadêmicas de farmácia e nutrição. O projeto de extensão faz parte do componente curricular de uma disciplina do curso de Farmácia da Universidade Federal do Pará. Como o objetivo era desenvolver a educação interprofissional na promoção de saúde optou-se pela parceria com o PET, o qual tem atuação em uma Unidade Saúde da Família. O público alvo foram estudantes com idade entre 13 e 16 anos de uma turma de escola pública que faz parte do Programa Saúde na Escola (PSE). A dinâmica foi elaborada no formato de um jogo a fim de obter a participação e interação dos adolescentes, permitindo a comunicação e compartilhamento de experiências. Para a atividade as acadêmicas prepararam um dado que continha em cada um dos lados temas que foram definidos para discussão – HIV/AIDS, ISTs, Métodos de prevenção, Câncer de colo do útero, Câncer de pênis e Vaginose – com elaboração de quatro a cinco perguntas para cada. Os alunos foram dispostos em um círculo e o jogo consistia no lançamento do dado e então uma pergunta era feita ao participante escolhido; a cada resposta correta o mesmo poderia escolher o próximo a lançar o dado. Após a seleção do tema uma pergunta era feita ao jogador da vez e assim sucessivamente até que a maioria da turma tivesse participado. As dúvidas que surgiam conforme as explicações também eram esclarecidas, assim como aquelas provenientes dos próprios alunos. Para aumentar a interação e entendimento foram mostradas imagens das principais ISTs e um álbum seriado que continha as informações essenciais e características das principais infecções. Puderam ser discutidas temáticas como “ter HIV é o mesmo que ter AIDS?”, “usar preservativo masculino e feminino aumenta as chances de proteção?”, “importância dos testes rápidos”, “importância da boa higiene íntima” entre outras. Ao final da oficina foi reforçada a importância do uso de preservativo e demonstrado como utilizar corretamente, finalizando com a distribuição de camisinhas e folder disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Resultado: durante a graduação é trabalhada a relevância de transpor o ambiente acadêmico e levar à comunidade o conhecimento teórico e as práticas profissionais. Com isso, a participação em um projeto de extensão permite agregar conhecimento em relação aos modos de trabalhar a educação em saúde nos diferentes públicos e assim contribui para a formação acadêmica. A escolha do ambiente escolar para realizar a atividade foi primordial para alcançar os objetivos em virtude de ser um espaço associado a formação e construção de aprendizados, além de permitir a liberdade de expressão e comunicação entre os indivíduos que a compõem. A coordenação da escola, por já fazer parte do PSE se mostrou bastante favorável a realização da dinâmica, contando inclusive com a participação de professores. Em relação a interação com os adolescentes no decorrer na dinâmica se observou uma significativa participação do grupo, levando ao entendimento que o uso de técnicas educativas em formatos não convencionais, como o uso de jogos nesse caso, é importante para envolver os alunos e garantir sua atenção voltada a compreensão dos temas. Muitos puderam expor suas dúvidas e opiniões, demonstrando que carregam consigo um conhecimento e até mesmo experiências anteriores à oficina e reforçando também que este público tem grande interesse em aprender sobre os temas abordados. Sendo assim, a dinâmica com o uso de dado é uma estratégia que permite a manifestação pessoal dos componentes e auxilia a estruturação de um saber coletivo. Considerações finais: A adolescência é representada por uma fase de mudanças e de construção de conhecimentos, por isso, é fundamental que sejam inseridos num contexto de educação em saúde buscando assim gerar qualidade de vida e responsabilidade com o autocuidado. Além disso, a crescente de ISTs e outros agravos envolvendo a saúde sexual no grupo de adolescentes enfatiza a necessidade de discutir esses temas abordando principalmente a prevenção. A experiência permitiu às discentes que ampliassem seus conhecimentos e compartilhassem a dimensão de realizar uma dinâmica educativa conforme o público que se deseja alcançar, assim como valoriza os projetos de extensão como meio de acesso à comunidade. Também, cabe reforçar a importância da união interprofissional na efetivação de atividades voltadas à educação da população sobre os agravos de importância pública.


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Trabalho nº 10450
Título do Trabalho: O USUÁRIO DO SUS COMO AGENTE PARTICIPATIVO NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS EDUCATIVOS VOLTADOS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE
Autores: PATRICIA AFONSO MAIA, GEILA CERQUEIRA FELIPE, CLAUDIA ROBERTA BOCCA SANTOS, HUGO BRAZ MARQUES, MARIA CECILIA QUIBEN FRUTADO MACIEL, KARINA LEAL, DEBORA TAVARES CARVALHO

Apresentação: De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (2017) a educação em saúde se insere como uma atribuição comum a todos os membros das equipes que atuam na assistência primária à saúde. No entanto, promover saúde no âmbito da atenção básica requer a participação tanto dos profissionais de saúde quanto do próprio usuário. A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (2012) aborda a educação alimentar e nutricional como um processo de diálogo entre profissionais de saúde e a população, fortalecendo o reconhecimento do protagonismo do usuário nos espaços de debate e reflexão, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia, da emancipação e do compromisso com o cuidado com a sua saúde, de sua família e de sua comunidade. Assim sendo, na promoção da saúde é fundamental a interlocução entre gestão, profissionais e usuários de saúde. A integralidade de saberes rompe com a tradição autoritária dominante e conduz o processo educativo vinculado e próximo dos sujeitos sociais. Inicialmente a Área Técnica de Nutrição do Município do Rio de Janeiro, o Instituto de Nutrição Annes Dias (INAD), em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) por meio de um projeto de extensão com a Escola de Nutrição - Departamento de Nutrição em Saúde Pública, e com os profissionais de saúde da atenção primária esboçaram cinco materiais educativos, baseados nos princípios do Guia Alimentar para a População Brasileira, voltados para a promoção da saúde nas temáticas: alimentação saudável, diabetes, dislipidemias, hipertensão e rótulos nutricionais, para posteriormente serem apresentados e avaliados pelos usuários do SUS. Objetivo: Promover a construção conjunta de materiais voltados para promoção da saúde e da alimentação saudável com a participação dos usuários do SUS, a fim de torná-los contíguos à realidade social, econômica e cultural. Método: Para a construção de forma coletiva do material foram realizadas oficinas com diversos atores. Em seguida, foram selecionadas vinte Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município do Rio de Janeiro, utilizando-se o critério da realização de atividades em grupo como uma estratégia para educação em saúde. A fim de padronizar o processo de avaliação dos materiais nas UBS, participantes e equipe responsável pelo projeto desenvolveram um instrutivo e um roteiro para discussão. O roteiro abordou tópicos como: layout, linguagem, conteúdo e informação dos materiais. Seguindo o instrutivo, os nutricionistas das UBS participantes formaram grupos com no mínimo cinco e no máximo dez usuários. Período de realização: Para que os cinco materiais fossem testados de modo não maçante sugeriu-se pelo menos quatro encontros com os usuários. A testagem dos materiais teve início no mês de maio de 2019 e continuou até julho de 2019. Resultado: Considerando que oito UBS concluíram o processo, com participação de 41 usuários, apresentaremos aqui os resultados parciais. Dos usuários que avaliaram o material 85 e 100% gostaram e o consideraram visualmente atraente (considerando formato, ilustrações e texto), respectivamente. Cerca de 95% qualificaram a linguagem do material como apropriada e 98% concordaram que o material ajudou a entender a diferença entre processados, minimamente processados e ultraprocessados, e as informações contidas nele poderiam contribuir para melhorar sua saúde. Apesar disso, alguns profissionais afirmam não serem capazes de reproduzir tais informações nos seus espaços de convívio. Além disso, aproximadamente 40% dos usuários contribuíram com críticas e/ou sugestões, dentre elas destacam-se: “menos coisas escritas e mais imagens”, “no sal de ervas acrescentar o termo desidratado”, “muita informação para pouco espaço”, “acrescentar atividade física”, “letras pequenas e brancas no fundo colorido podem dificultar a leitura, principalmente dos idosos”, “esquematizar através de figuras as explicações dos textos”, “falar também sobre o benefício da ingestão do carboidrato” e “colocar um prato equilibrado”. Ressalta-se que uma das críticas mais recorrentes ao material foi a necessidade da sua divulgação em maior escala dentro e fora das redes para que atinja o maior número possível de usuários. Considerações finais: A metodologia participativa é uma importante ferramenta de aprendizagem. Essa experiência está sendo uma oportunidade singular de vivenciar a proposta de ter o usuário inserido no processo de construção de materiais educativos, possibilitando uma relação conscienciosa entre conhecimento técnico-científico e entendimento da realidade e o saber popular. A maneira dialogada, considerando diferentes percepções, necessita de maior tempo para construção e conclusão do material para que o mesmo se torne um instrumento atraente e de fácil entendimento para os usuários. No entanto, essa iniciativa destaca a importância do usuário como peça fundamental a ser reconhecida nas decisões sobre a rede de atenção à saúde e seus dispositivos. A efetividade de toda e qualquer ação da rede de atenção à saúde, se torna mais efetiva e próxima da realidade local, uma vez que oportuniza a participação de seus principais beneficiados. 


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Trabalho nº 5846
Título do Trabalho: MENTE SÃ, CORPO SÃO: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA E ENFERMAGEM PARA A PREVENÇÃO DE DOENÇAS E A PROMOÇÃO DE SAÚDE DE ESTUDANTES DO IFAM
Autores: Raianne de Souza Rodrigues, Reidevandro Machado da Silva Pimentel

Apresentação: Este trabalho é um relato de experiência da ação “Cuidar da Saúde faz bem para o corpo e a mente”, desenvolvida no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM Campus Parintins, que possibilitou à comunidade escolar o acesso a consultas médicas e avaliações odontológicas, realização de exame preventivo de câncer de colo de útero, vacinação e aplicação de testagem rápida para rastreamento de HIV, Sífilis e Hepatites Virais, serviços esses ofertados por uma Unidade Básica de Saúde (UBS), que referencia a área de abrangência do instituto. A ação disponibilizou ainda orientações a respeito do funcionamento e da funcionalidade dos serviços de Psicologia e Enfermagem, disponíveis no Campus desde 2015, quando os respectivos profissionais tomarem posse de seus cargos públicos e passaram a prestar seus serviços aos estudantes, familiares, colegas de trabalho e outros. Os objetivos desta ação foram ofertar serviços da atenção básica de saúde a comunidade escolar do IFAM para fins de prevenção de doenças e promoção de saúde e elucidar a função dos serviços da Psicologia e Enfermagem no âmbito do Campus Parintins. Esta ação foi pensada a partir de relatos de estudantes trabalhadores a respeito da dificuldade de tempo em procurar os serviços de saúde ou até mesmo pela superlotação nas UBS, o que fragiliza o seu acesso a consultas e realização de outros procedimentos clínicos. Acrescenta-se a isto, problemas quanto a compreensão do funcionamento do SUS por parte desta população, que provavelmente também desconhece a funcionalidade e o funcionamento dos serviços da Psicologia e Enfermagem, mesmo sendo realizada orientações a este respeito no início (cursos técnicos Integrado e Subsequente) e meados (cursos técnicos Subsequente) de cada ano, quando iniciam as aulas das turmas. Cumpre ressaltar que a construção do SUS passou por muitos debates da sociedade civil organizada e movimentos da reforma sanitária, sendo a 8ª Conferência Nacional de Saúde um marco para a sua regulamentação através da Constituição Federal de 1988. O sistema foi desenvolvido sob os princípios da universalização, integralidade da assistência e descentralização oportunizando a milhares de brasileiros, pobres e desempregados o direito a saúde como um direito social e desse modo ampliando o seu acesso não somente a todos os brasileiros, mas também aos estrangeiros residentes no país. Esse acesso se dá por diferentes formas, sendo uma delas as UBS, que têm equipes de saúde compostas por diversos profissionais, como médicos, odontólogos, assistentes sociais, bioquímicos, agentes de saúde, psicólogos e enfermeiros. Nestes locais são ofertados vastas ações e serviços de saúde, destacando-se a aplicação de vacinação, realização de curativos, controle de doenças crônicas, atendimentos dos programas de saúde da mulher, homem, adolescente e idosos, estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Tais procedimentos são os responsáveis por resolver em torno de 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja necessariamente encaminhamentos para serviços de urgência e emergência. No contexto escolar, o Serviço de Psicologia implementa ações de atenção à saúde e projetos integrais voltados a permanência e ao êxito dos estudantes e desenvolvidos de forma articulada com as atividades de ensino e numa perspectiva interdisciplinar. Além disso, realiza atendimento por demanda espontânea ou por encaminhamentos internos, orientação profissional, rodas de conversa sobre temas relacionados ao cotidiano dos estudantes, encaminhamentos ao SUS, visitas domiciliares conjuntamente com o Serviço Social e visitas institucionais para desenvolvimentos de parcerias. Já o Serviço de Enfermagem realiza consultas, curativos, imobilizações simples, retirada de pontos, administração de medicações orais e injetáveis mediante prescrição médica, imunização, aferição de pressão arterial e controle de glicemia, sendo as situações emergenciais em parte resolvidas no ambulatório e os casos com maior gravidade são referenciados para as emergências hospitalares. Acrescenta-se a isso, a realização de atividades de promoção da saúde por meio de projetos integrais articulados ao ensino, além de outros serviços em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, tais como: realização de teste rápido para rastreamento de HIV, Sífilis e Hepatites Virais, exames preventivos de câncer de colo de útero e mama, avaliações com odontólogos e posterior marcação de atendimento na unidade básica de saúde e realização de consulta médica e vacinação. Diante desse cenário, a ação oportunizou o acesso a serviços de saúde e a informações sobre as peculiaridades das supracitadas categorias profissionais, que compõem a equipe multiprofissional do Campus Parintins. Para tanto, foram adotados os seguintes procedimentos: visita a UBS pelo enfermeiro e pela psicóloga para sondar o interesse e disponibilidade de participação na ação; solicitação de apoio técnico à equipe gestora do Campus; formalização documental após o aceite da instituição de saúde; divulgação da ação nas salas de aula e espaços de convivência, bem como por meio de convites dispostos nos murais institucionais; agendamento para as consultas; identificação e organização dos locais de atendimento e do auditório para a realização das palestras de orientação. Participaram da ação, realizada em abril de 2017, duzentas e seis pessoas, incluindo estudantes dos cursos técnicos Integrado e Subsequente, familiares e servidores, que receberam atendimento médico (40), avaliação odontológica (50) e vacinação (60), assim como fizeram exame preventivo de câncer de colo de útero (06) e testagem rápida para rastreamento de HIV, Sífilis e Hepatites Virais (50). Diante desse cenário, observou-se a tímida participação da comunidade escolar nesta ação de saúde, se compararmos o quantitativo de participantes ao número total de estudantes matriculados naquele ano, setecentos e oitenta e oito, o que sugere contradição entre o discurso dos estudantes acerca da dificuldade no acesso aos serviços de saúde na rede municipal e a sua efetiva motivação ou necessidade para dispô-lo. Esse dado pode apontar ainda o quão é frágil a cultura da prevenção em nossa sociedade, demonstrando que a população procure os serviços de saúde somente quando efetivamente já estão adoecidas. Nesse sentido, ações como esta se fazem necessárias no espaço escolar para desmistificar questões relacionadas ao processo saúde-doença, enfatizando os conceitos de prevenção e promoção, como estratégias eficazes da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Ademais, é recomendável que iniciativas como esta possam ser desenvolvidas com regularidade a fim de que se fortaleça o atendimento em rede, preconizado nas legislações que tratam da saúde, enquanto um direito social de todo cidadão. Entendemos, por fim, que ações de cunho preventivo e promotor fazem parte do Know-how de psicólogos e enfermeiros, especialmente daqueles que atuam solitariamente em institutos federais e enfrentam o desafio de fornecer assistência a todos, que fazem parte da comunidade escolar, lançando mão de estratégias de caráter coletivo para o alcance deste fim, pois de outra forma seria inviável, haja vista o quadro insuficiente de profissionais da área de saúde nos campi do interior do Amazonas em relação a demanda assistida.


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Trabalho nº 6359
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DE SAÚDE EM AMBIENTE ESCOLAR COM ADOLESCENTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Pamela Farias Santos, Solinho Ansberto Coutinho Junior, Milena Moura Moreira Da Silva, Juliana Pacheco Leão Costa, Ricardo Luiz Saldanha Da Silva, Ana Luísa Lemos Bezerra, Kawê Guilhermy Andrade Cardoso, Hellen de Jesus Silva Pimentel

Apresentação: As importantes mudanças que ocorrem no corpo durante a adolescência caracterizam-se como uma fase de transformações fisiológicas decorrentes da puberdade e por ser um período de vulnerabilidade social, psicológica e física com alterações complexas no processo de desenvolvimento do ser humano, diante do seu modo de agir, pensar e no desempenho dos papéis sociais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A adolescência é definida pelo período entre a infância e a idade adulta, delimitado cronologicamente dos 10 aos 19 anos. Sendo que O Ministério da Saúde (MS) considera esses mesmos limites, enquanto o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) adota como critério a faixa etária de 12 a 19 anos. As atividades de promoção de saúde voltadas à população adolescente devem contemplar as ações de prevenção de doenças e o fortalecimento de fatores de proteção. E tais atividades promovem maior efetividade quando desenvolvidas a partir de uma abordagem educativo-preventiva no ambiente escolar. Além de a escola assumir uma função pedagógica específica, também exerce a função social e política voltada à transformação da sociedade, relacionada ao acesso de oportunidades, aprendizagem e de desenvolvimento. Objetivo: o presente estudo teve como objetivo apresentar o relato de experiência sobre a promoção à saúde do adolescente realiza­da pela equipe multiprofissional de acadêmicos da área da saúde. Método: Este estudo trata-se de um relato de experiência da atividade de educação em saúde com natureza descritiva. Resultado: As atividades de educação em saúde foram desenvolvidas numa escola estadual, localizada em um bairro especifico na cidade de Belém do Pará, na qual se destacam as atividades de promoção em saúde como: abordagem sobre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), realização de testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites. Apresentando como proposta o fornecimento de informações e esclarecimentos, sobre os cuidado individualizado no ambiente em que vivem. Inicialmente foi realizado o acolhimento dos alunos, em seguida os mesmos eram colocados na roda onde acontecia a dinâmica desenvolvida pelos acadêmicos, a mesma era realizada com a ajuda de um dado o qual continha temas de maior relevância para o grupo, logo em seguida eram feitas perguntas para os alunos de acordo com o tema o qual foi sorteado, e logo depois as acadêmicas juntamente com a enfermeira sanavam as duvidas as quais os mesmos tinham. Resultado: De modo geral, a aceitação da atividade proposta foi muito positiva, visto que as pessoas ali presentes participaram ativamente dos espaços, a experiência com o grupo proporcionou o desenvolvimento de es­tratégias para incluir os adolescentes nas ações de promoção da saúde. Portanto, fica cada vez mais evidente a necessidade de adoção de práticas educativas de caráter dialógico, capazes de promover a ativa participação dos adolescentes para que estes se sintam protagonistas, corresponsáveis por sua saúde e melhoria, em meio as variadas técnicas de ensino-aprendizagem aplicada na roda de conversa, enquanto profissionais de saúde e promotor de saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9433
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL NUMA ESCOLA PÚBLICA NO INTERIOR DO AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Fernanda Gonçalves da Silva, Elisson Gonçalves da Silva, Maria Aparecida Silva Furtado.

Apresentação: A promoção de educação em saúde, realizada em escolas, é fundamental para garantir uma formação integral dos alunos. Com intuito de formar hábitos saudáveis, fixando na prevenção e na melhoria das condições de vida dos discentes, a escola se torna um local ideal para promover ações educativas, já que o ambiente escolar pode agregar valores essenciais para o crescimento, a convivência, o ensino e a aprendizagem. Para isso, é importante que sejam realizadas práticas pedagógicas voltadas para área da saúde com dinâmicas lúdicas. Objetivo: Relatar as vivências dos estudantes do Curso de Licenciatura em Ciências: Biologia e Química sobre pacto positivo de ações educativas de saúde numa escola municipal infantil no interior do Amazonas (AM). Método:  Trata-se de um Relato de Experiência de natureza descritiva com abordagem qualitativa. A imersão vivencial dos acadêmicos ocorreu durante um Estágio Curricular do Programa Mais Alfabetização do município de Coari-AM, em parceria com o Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O período da atividade prática aconteceu no mês de outubro de 2019. Resultado: Participaram da ação educativa 30 alunos do Educação Infantil, com faixa etária de 7 a 10 anos de idade, e uma professora estagiária. A promoção de educação em saúde foi norteada pelas temáticas de educação alimentar, acidente escolar na hora do intervalo, importância da lavagem das mãos antes e após lanches. As atividades foram realizadas tomando como base uma metodologia dinâmica. Ação educacional proporcionou conhecimento teórico e prático a respeito da temática, permitindo que os alunos reconhecessem essas atribuições e a preocupante a sua saúde mostrando a realidade do aumento doenças e agravos a sua saúde. Resultado: Diante do exposto, destaca-se que houve um impacto positivo no aproveitamento desta fase escolar para educação em saúde, pois orientações como as desenvolvidas são essenciais para qualidade de vida em geral e, principalmente, para o público infantil, já que, nem sempre, esses alunos possuem informações de prevenção de doenças e de possíveis acidentes. Conclui-se, portanto, que esta estratégia foi valiosa, já que as crianças demonstraram ter compreendido as temáticas trabalhadas no espaço escolar e revelaram uma promoção da educação em saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7898
Título do Trabalho: TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE: FERRAMENTA DE PROMOÇÃO E EQUIDADE DAS AÇÕES EM SAÚDE
Autores: Nilma Célia Neves Silva, Vitória Regina Nunes Maia, Mila Silva Cunha, Márcia Regina de Oliveira Pedroso

Apresentação: O presente estudo é um relato de experiência sobre atividades de Territorialização desenvolvidas em duas Unidades de Saúde da Família (USF) do município de Barreiras (BA), durante o ano de 2019, pelos acadêmicos  dos cursos de Farmácia, Nutrição e Medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), integrantes do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/Interprofissionalidade). O território constitui-se de um espaço singularizado, com limites definidos de forma político-administrativa ou até mesmo por ação de determinado grupo de atores sociais. Internamente o território é relativamente homogêneo, caracterizando a identidade daquela área, o que vai depender da história de sua construção e dos atores que se exercitam nele e constroem as relações de poder. Assim, o território tem importância significativa para as estratégias de políticas públicas sociais e da saúde e para ações de enfrentamento dos problemas da população que o habita e o constrói. Para conhecer o território é necessária uma coleta de dados sistemática que informa situações, problemas e necessidades em saúde, o que possibilita identificar vulnerabilidades, populações expostas e a seleção de problemas prioritários para as intervenções. Nesse sentido o objetivo deste escrito é relatar a experiência da Territorialização como ferramenta de promoção de saúde, de reconhecimento do perfil epidemiológico e das fragilidades sócio econômicas e culturais locais, favorecendo a humanização, a integralidade e a equidade das ações em saúde. Objetiva também mostrar o papel do PET-Saúde/Interprofissionalidade na formulação das ações e na melhoria da saúde da população. Desenvolvimento: Para a realização da territorialização são aplicados instrumentos que facilitam a coleta e organização das informações, levando em consideração os aspectos que configuram a qualidade de vida proporcionada pelas relações presentes no território, bem como a dinâmica e articulação entre setores da vigilância sanitária, ambiental, epidemiológica e vigilância da saúde do trabalhador. Tais instrumentos são elaborados para propiciar o máximo aproveitamento na coleta de dados e favorecer o mapeamento dos equipamentos sociais da comunidade e suas características de funcionamento. Nesse sentido, é importante o reconhecimento dos contextos e a singularidade do território em questão, respeitando o ponto de vista e as concepções da população. A abordagem inicia-se através da demarcação das áreas, ou seja, do planejamento das ações em cada área geográfica, onde ocorreu o reconhecimento do ambiente, da população e da dinâmica social existentes, cujo panorama foi fornecido previamente por membros da Equipe de Saúde da Família (ESF), que conhecem boa parte das características e do ritmo cotidiano do território. Através da ESF e principalmente dos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) foram selecionados alguns moradores antigos e lideranças comunitárias que colaboraram para a elaboração de um resgate histórico do bairro, observando a construção dos laços sociais, familiares e de vizinhança. Além disso, a ESF participou da elaboração de um relato histórico da criação da Unidade de Saúde da Família na comunidade, que abrange desde sua criação até a dinâmica do serviço atual. Para facilitar o mapeamento geográfico e a análise de determinantes sociais é proposta a elaboração de mapas afetivos, que vão além das delimitações espaciais, apresentando os aspectos culturais e de lazer, econômicos e educacionais, como fontes de emprego e renda, escolas e creches, e aspectos ambientais como delimitação geográfica, saneamento básico e riscos ambientais. Para registro de todos esses dados são utilizados recursos de mídia como fotografias, vídeos, gravações de áudio, além de material escrito, proporcionando maior aproveitamento das informações e a construção de um material mais completo que viabiliza ampla discussão e elaboração de propostas efetivas de intervenção, otimizando e fortalecendo as ações de saúde já existentes e possibilitando a construção e execução de projetos que melhorem significativamente a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas que constituem e vivenciam o território. Resultado: Considerando o que foi realizado, a territorialização trouxe resultados significantes, principalmente no que concerne à melhoria da saúde da população. Por meio da territorialização, pode-se identificar as fragilidades do território, necessidades e doenças que estão mais presentes em termos epidemiológicos. Nesse sentido, com base nas informações coletadas, os agentes de saúde e demais profissionais de saúde das unidades básicas de saúde puderam direcionar, de forma mais efetiva, o foco das suas atividades em saúde, estabelecendo prioridades do que é mais necessário para a população. Adicionalmente, tendo em vista que o território é dinâmico e passível de mudanças, por meio da territorialização foi viável acompanhar as mudanças ocorridas no território ao longo do tempo, de modo que foi possível analisar as melhorias no campo da saúde, bem como identificar as novas características inerentes ao território. Ademais, o processo de territorialização propiciou uma melhor compreensão dos alunos participantes do projeto sobre as singularidades do território e a necessidade de entender como funciona a dinâmica da comunidade e como ela mantém influência sobre o processo saúde-doença. Unido a isso, os alunos puderam ampliar sua visão colocando em prática conceitos teóricos aprendidos na universidade, vivência que certamente contribuiu, para o crescimento acadêmico dos estudantes. Atrelado a isso, por meio de tal atividade pode-se analisar que a humanização é um fator importante tanto na abordagem dos usuários como nas relações entre os profissionais de saúde, tendo em vista que essa proporciona uma melhor comunicação e compreensão no ambiente das unidades de saúde. Considerações finais: A territorialização representa importante instrumento organizacional dos processos de trabalho e práticas de saúde. O processo de territorialização tornou-se o tripé operacional das vigilâncias em saúde nas  USF's da cidade de Barreiras (BA) onde os alunos integrantes do PET-Saúde exercem suas atividades. Durante o processo foi possível identificar as fragilidades sociais do território, bem como traçar ações em saúde direcionadas para as resoluções dos problemas locais. Compreender o território é assumir a atitude de percorrer diversas acepções elaboradas a cerca dele ao longo dos anos, é compreender que o território é mutável e depende das ações dos diversos atores que nele se exercitam. A análise social no território foi construída contribuindo na identificação de informações, auxiliando nas tomadas de decisão e na definição de estratégias de ação em diferentes dimensões do processo saúde-doença. As ações de territorialização ampliaram o olhar dos profissionais da atenção primária à saúde, da equipe multiprofissional e dos estudantes, promovendo melhor compreensão do perfil epidemiológico local bem como melhorando o vínculo entre unidade de saúde e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Por essa ferramenta, foi possível planejar ações de promoção e de atenção integral à saúde com projetos que nasceram das necessidades de saúde da comunidade, permitindo também a participação social e a equidade das ações. Diante disso, a territorialização foi uma atividade de imensa importância para demonstrar a integração entre os médicos, enfermeiros, agentes de saúde e a comunidade. Nesse sentido, observou-se que a interprofissionalidade é fundamental para o pleno funcionamento do sistema único de saúde, além de ser um recurso que facilita a troca de informações e perspectivas nas unidades de saúde. Somada a isso, a atividade de territorialização é um momento em que é possível colocar em prática os princípios de longitudinalidade, integralidade e universalidade do SUS, que devem reger e nortear as ações em saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10083
Título do Trabalho: A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA COMO FORMA DE PROMOÇÃO A SAÚDE MENTAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA BASEADO NO JANEIRO BRANCO.
Autores: Evelyn Rafaela de Almeida dos Santos, Gabriela Éleres Casseb

Apresentação: A saúde é um processo de produção social que consiste no equilíbrio entre a saúde mental, o social e boas condições de vida. Concernente a isto, o termo saúde mental está vinculado à forma como uma pessoa reage as exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções. Dados recentes mostram que cerca de 37% dos países em desenvolvimento gastam menos de 1% de orçamento do setor de saúde com programas voltados a reabilitação psicossocial. Dentre as recomendações para a organização de redes de saúde mental, destaca-se a oferta de tratamento na atenção primária e a organização de ações em saúde mental no contexto comunitário. Visando atingir tal objetivo, a campanha Janeiro Branco existente desde 2014, dedica-se a colocar os temas da Saúde Mental em máxima evidência, mediante a iniciativas de educação em saúde na atenção básica. Assim, o objetivo deste trabalho é relatar a importância de ações educacionais em saúde mental, a partir de uma vivência de discentes participantes de uma liga acadêmica com estudos voltados para saúde mental, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Desenvolvimento: Estudo descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiência. A vivência se deu a partir de uma ação em uma UBS da periferia de Belém, em janeiro de 2020. Resultado: A liga acadêmica de saúde mental objetiva se aprofundar em temas específicos a partir de aulas teóricas e experiências na comunidade. Logo, o Janeiro Branco mostra-se como uma importante oportunidade para a conscientização da promoção e proteção a saúde mental na população. Portanto, optou-se pela realização de ações de educação em saúde e dinâmicas em uma UBS com ampla aderência da comunidade local. A ação foi idealizada a partir de estudos e a construção de folders referente ao assunto. Primeiramente, após mobilização dos pacientes presentes na sala de espera e distribuição do material produzido, o grupo foi dividido em dois e se deu início a educação em saúde na modalidade roda de conversa, visando uma participação ativa da população com questionamentos e contribuições. Os temas foram abordados a partir de questões norteadoras, instigando uma autorreflexão. Em seguida, os discentes iniciaram a dinâmica denominada “varal das emoções”, em que cada participante da roda de conversa foi orientado a escrever palavras e frases motivacionais, sentimentos ou desejos para o futuro em uma pequena folha de papel. Ao final da ação todas os papeis foram reunidos e pendurados em forma de varal, de modo que este pudesse ser visto e lido por todos que passassem na UBS. Considerações finais: A partir da ação desenvolvida obteve-se maior compreensão a respeito da importância de abordar a saúde mental na Atenção Básica, visto que esta é a principal porta de entrada dos usuários no sistema de saúde. As atividades em questão demonstraram retorno positivo. Ademais, percebeu-se um estímulo ao rompimento de barreiras de hierarquização nos serviços, possibilitando a construção de um conhecimento mútuo e a propagação da ciência, desenvolvida nas academias, para a população.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7901
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PRESTADA ÀS MULHERES COM DIAGNÓSTICO DE HIV
Autores: Isabela Da Costa Monnerat, Priscila Pimentel de Souza, Alice Damasceno Abreu, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Claudia Cristina Dias Granito

Apresentação: O papel do enfermeiro é centrado pelo ato de ouvir e ensinar, confortar e dar suporte para a pessoa que convive com esta condição, pois o objetivo de ambos é o alívio, a prevenção da dor e a manutenção da vida. Evidencia-se através desta revisão que o enfermeiro é citado pela maioria dos autores como o profissional indicado para realizar o acolhimento e que o mesmo institui vínculo entre profissional- paciente. A enfermagem deve desenvolver prática relacional, o acolhimento, que consiste na responsabilização do profissional pelo cliente, fazendo uso de uma escuta qualificada para que possa identificar e considerar as queixas, as angústias e preocupações presentes na história de vida de cada mulher. O objetivo do presente estudo visa analisar a qualidade da assistência e a promoção da educação em saúde prestada às mulheres com diagnóstico de HIV. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, de caráter descritivo explicativo, por meio de revisão de literatura integrativa de artigos de publicação eletrônica, em periódicos nacionais de representatividade na área de enfermagem, indexados ao banco dados da BVS, sendo utilizando artigos publicados entre 2016 a 2019, com análise de textos relacionado ao papel do enfermeiro nos cuidados de enfermagem com as mulheres infectadas com o vírus HIV, optamos por refletir em cima de um arsenal cientifico disponível nas bases de dados científicas percebe-se o enfermeiro como profissional indispensável no acolhimento e em instituir vínculo entre o profissional e paciente. Resultado: Considerando a Diretrizes para Implementação da Rede de Cuidados em IST/HIV/AIDS, a enfermagem pode e deve participar efetivamente no acolhimento e aconselhamento; na execução de ações preventivas; nas estratégias de convocação das parcerias sexuais em risco; na vigilância dos faltosos a compromissos agendados, nas orientações e informações referentes às implicações das IST na gestante; na profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP); na coleta de material para exames, participar de grupos como o de adesão, discussão de casos com a equipe multidisciplinar, faça orientações sobre o uso de álcool e outras drogas. A sistematização da assistência da enfermagem (SAE), é reconhecida como instrumento de trabalho por facilitar a aplicação de planejamento, execução e avaliação dos cuidados de enfermagem. Relacionado a atuação do enfermeiro frente a infecção pelo HIV a aplicação da SAE se mostrou eficaz na redução do sofrimento de pessoas acometidas pela AIDS, além de garantir assistência eficaz à maioria dos clientes. As atividades de enfermagem no manejo das DST têm como pressuposto a efetiva implantação da sistematização do atendimento de enfermagem (SAE), conforme dispõe a resolução 272/2002 do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN. Considerações finais: Conclui-se, portanto, que os estudos destacam a importância da enfermagem em direcionar ações de saúde para essas mulheres, no sentido de possibilitar a reflexão sobre as situações que as expõe a vulnerabilidade e estimulando a adoção de práticas sexuais seguras.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9950
Título do Trabalho: FAZER CIÊNCIA X PROMOVER CUIDADO: PROBLEMATIZAÇÕES SOBRE SAÚDE LGBTQIA+
Autores: Hector Lourinho da Silva, Dorivaldo Pantoja Borges Junior, Wilker Silva Alves

Apresentação: O presente ensaio bibliográfico visa levantar problematizações sobre a promoção de saúde à população LGBT+ a partir da articulação de apontamentos contidos em artigos científicos, dissertações e teses, documentos publicados por conselhos de classe e, por fim, por experiências vivenciadas em ligas acadêmicas em Belém do Pará. Dessa forma, o estudo fora disposto primeiramente na explanação histórica da relação entre o fazer científico, mais especificamente a medicina, e a sociedade para posteriormente, delimitar o que se compreende por promoção de cuidado. Posto isto, refletiu-se, mediante o material bibliográfico que subsidia este estudo, sobre as variáveis que influenciam o processo de cuidado integral destes sujeitos. Desenvolvimento Nos primórdios do que se tange a saúde, os pilares de formação e informação eram alicerçados na medicina. Ao medico era concedido o poder de aprovar ou desaprovar práticas de cuidado ou reconhecer a necessidade ou não das mesmas, ocasionando em muitos casos, a insegurança e incredulidade da sociedade às ciências formuladas e praticadas por outros profissionais. Resquícios históricos que, ainda hoje levantam discussões e debates no promover saúde, porém se faz necessário supera-los para, assim, viabilizar a construção de um novo modelo de raciocínio e trabalho. Ou seja, um fazer científico interdisciplinar que seja preconizado pelo social, onde o foco não seja a “cura da patologia”, mas a promoção integral de saúde baseado na singularidade apresentada por cada sujeito. Atualmente os princípios doutrinados pelo SUS se mostram mais validos e necessários, principalmente quando são aplicados em grupos específicos como o LGBTQIA+, que sofrem por estigmatizações sociais de conteúdos culturais, religiosos e, até mesmo, de saúde (o pareamento desses sujeitos aos ultrapassados “grupos de risco” para ISTs). Em todos estes casos, o que se observa é a rotulação de subjetividades, impedindo a possibilidade de manifestação e circulação pelos espaços sociais. Percebe-se que, a promoção de saúde em geral, recorrentemente, é atravessada por concepções reducionistas. Compreender uma pessoa como um apanhado anatômico-biológico desvinculado de aspectos sociais, culturais, econômicos e psíquicos é uma realidade presente nos serviços de saúde. O que, a princípio, pode ser visto como algo alarmante, porém possui raiz na concepção de formação acadêmica adotada no Brasil. O trabalho, portanto, não está desvinculado de uma proposta de currículo acadêmico, de aulas, direcionamentos de estudo, interesses de pesquisa e, sobretudo, de compreensão científica, o que é tema central neste ensaio. Aqui, indaga-se sobre as aproximações e deslocamentos entre fazer ciência e promover cuidado em saúde. Resultado: Ao analisar as propostas de assistência à comunidade LGBTI+, percebemos a insistência de resgatar conceitos primitivos e antiéticos defendidos por princípios morais e religiosos e este ainda hoje embasam vários procedimentos e intervenções que prometem alterar e mudar a orientação sexual ou a identidade de gênero o que vai totalmente contra a ética profissional de inúmeros profissionais de saúde, porém vemos que inúmeros destes procedimento são criados e ainda adotados por alguns profissionais que compartilham de um pensamento muita das vezes religiosos, identifica-se também que a dinâmica dos procedimentos se diferencia, pois os procedimentos adotados para travestis, transexuais e intersexuais são em sua maior parte diferentes daqueles adotados para gays, lésbicas e bissexuais. Esta diferença é marcada principalmente porque as pessoas trans e intersexuais estão mais propensas a serem submetidas a tratamentos medicamentosos e a internações de ordem médica e/ou psiquiátrica, evidenciando a lógica, que ainda persiste, da patologização das travestilidades, transexualidades e intersexualidades. Em contraposição, a grande maioria das pessoas LGBs são submetidas a procedimentos de cunho moral, religioso e espiritual. Entretanto, podemos afirmar algo que esses procedimentos têm em comum: o viés da aniquilação das subjetividades LGBTIs, por meio da reafirmação da cisgeneridade e heterossexualidade como as únicas formas possíveis e legítimas de experiências da sexualidade e do gênero. Devemos assumir que ainda hoje a assistência a este grupo é construída em cima desses preceitos e por isso acabam sendo ineficazes e expurgam esses indivíduos de dentro da assistência que os mesmo têm direito, porém não são bem acolhidos ou orientados e ainda passam por constrangimentos ao serem sempre encaminhados aos CTAs o que ainda levanta outro questionamento que é o de atrelar a saúde LGBTQI+ a saúde sexual ou ainda reitera o preconceito com pessoas vivendo com HIV/AIDS. Esse recorte é imprescindível para validar e fortalecer as ações de resistência aos processos de exclusão e vulnerabilidade social ao que os LBTQIA+ estão submetidos. São práticas de sobrevivência diante de um contexto que recrimina, inferioriza e ainda afirma a desimportância destas pessoas, destituindo por vezes o lugar de humanidade. Dentre as possíveis ações que podem ser adotadas estão a de reiterar o orgulho, autoafirmação e autodeterminação da orientação sexual e identidade de gênero; inserção e permanência em espaços educacionais, universitários e principalmente de saúde. Considerações finais: A teoria holística desenvolvida e aplicada no cuidado pela enfermagem revela a importância e relevância de se olhar além de sinais e sintomas para se alcançar a real promoção a saúde, uma vez que facilita identificar a origem das demandas gerais e especificas de cada usuário, ou seja, analisando e respeitando a subjetividade singular apresentada pode-se traçar um plano de cuidado eficaz e eficiente que trate, forme, informe e promova saúde para um indivíduo e sua comunidade, valendo-se do saber cultural de se propagar informação pelo famoso “boca a boca”. Se faz necessário uma nova abordagem e fomentação de espaços de formação de profissionais com a comunidade em si, pois não há possibilidade de criar ou elaborar planos de cuidados sem se quer conhecer as demanda e dificuldades apresentadas e observadas pela mesma, ou seja, deve-se incutir nos profissionais e futuro profissionais a sensibilidade na assistência as minorias olhar o indivíduo como um todo e não só como uma patologia ou sinais e sintomas que devemos tratar, pois para se alcançar um estado de saúde integro devemos assistir o indivíduo e entender a origem de tudo que o mesmo apresenta e isso só pode ser feito com uma equipe interdisciplinar  e percebamos a diferença entre ser inter e multi e assim formemos uma assistência mais humana e eficaz para nossa sociedade em geral.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8144
Título do Trabalho: EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO AO INSULINODEPENDENTE.
Autores: stephanne barboza monteiro, Jamile Pacheco Pacheco, Ana Rosa Pontes

Apresentação: De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o Diabetes mellitus (DM) caracteriza-se por manifestar grupos heterogêneos de distúrbios metabólicos que apresentam como causa comum a hiperglicemia. Isso ocorre devido a defeitos na ação da insulina, na secreção da mesma ou os dois casos, podendo, portanto, considerar-se como um dos principais problemas de saúde pública mundial. O DM é uma patologia crônica e progressiva, se não controlado pode provocar, a longo prazo, disfunção e falência em vários órgãos. Dessa forma, faz-se necessário, para o bom controle glicêmico, que o paciente acometido por esta patologia, faça o uso de hipoglicemiantes orais os quais estabilizem os valores glicêmicos e, quando necessário, em associação à insulina subcutânea como complemento terapêutico. Vale inferir que, mais da metade dos casos evoluem com a necessidade do uso de insulina. Dentro da prática assistencial, verifica-se o impacto que o DM tem sobre a saúde da população e a dificuldade de adesão dos seus acometidos aos comportamentos preventivos, seja por não aceitação da patologia, seja por escassez de informações da equipe de saúde, as quais se fazem necessárias dentro desse processo do autocuidado. Nessa perspectiva, a assistência de enfermagem para a pessoa com DM deve estar voltada para um processo de educação em saúde que auxilie o indivíduo a conviver melhor com a sua condição crônica, reforce sua percepção de riscos à saúde, mantendo a maior autonomia possível e tornando-se corresponsável pelo seu cuidado. Neste contexto, a educação popular em saúde, conduzida por toda a equipe de saúde, se torna um forte instrumento na condução de práticas as quais intensifiquem a melhoria do autocuidado do paciente, visto que esta torna possível que as pessoas se informem e tenham habilidade para fazer escolhas saudáveis sobre sua vida e, como consequência, contempla o paciente com informações necessárias ao seu tratamento, contribuindo para uma maior adesão e aceitação nesse processo. Uma vez que, esse método educacional proporciona combinações de ações e experiências de aprendizado planejado com o intuito de habilitar as pessoas a obterem controle sobre fatores determinantes e comportamentos de sua própria saúde. Deste modo, o presente trabalho tem como objetivo descrever a experiência de acadêmicas de enfermagem na condução de ações de educação popular em saúde visando a consolidação de informações necessárias no processo de autocuidado do paciente insulinodependente. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, desenvolvido por acadêmicas da Universidade Federal do Pará, sob a supervisão docente. A experiência baseou-se em atividades extensionistas realizadas no projeto intitulado “Promoção de saberes sobre a insulinoterapia subcutânea aos pacientes diabéticos em Unidade Básica de Saúde (UBS) de Belém do Pará”, no período de agosto de 2019, tendo como público alvo os idosos portadores de diabetes mellitus e insulinodependentes cadastrados no Programa Nacional de Hipertensão e Diabetes mellitus (HIPERDIA). A vivência se deu por meio da prestação da assistência aos participantes, e ações de educação em saúde aos grupos com a finalidade de gerar maior responsabilização e fidelização dos pacientes, bem como diminuir e controlar complicações e fatores de risco com usuários diabéticos que faziam o seguimento terapêutico com a aplicação de insulina subcutânea em domicílio. Ademais, foram utilizados alguns métodos recreativos como: boneco confeccionado de pano com as regiões para administração da insulina demarcadas, frascos e agulhas de insulina para simulações, flip-chart e outras técnicas de educação em saúde para melhor elucidação dos usuários do programa. As atividades tiveram enfoque na promoção do autocuidado, protagonismo dos usuários frente à sua própria saúde e prevenção de complicações decorrentes do manejo inadequado das autoaplicações. Dentro dessa perspectiva, os principais direcionamentos das abordagens durante as ações voltaram-se para a explanação sobre a doença e suas possíveis complicações; elucidação de dúvidas a respeito, principalmente dos sintomas e tratamento; importância do monitoramento glicêmico e valores de referência da glicemia; capacitação e/ou aperfeiçoamento dos conhecimentos e técnicas dos usuários para realizarem a prática de autoaplicação da insulina com qualidade; os tipos de insulina e suas unidades; importância da utilização de um rodízio sistemático dos locais de aplicação e a abordagem sobre complicações decorrentes de uma técnica de autoaplicação inadequada e falta de adesão ao rodízio, bem como também o passo a passo da administração correta do hormônio. Durante a experiência, sempre a equipe levou em consideração relatos feitos pelos usuários quanto a fatores os quais poderiam interferir na eficácia do tratamento, como a quantidade de vezes da utilização da mesma seringa e a forma de armazenamento da insulina, para que, a partir dessas informações colhidas fossem realizadas as orientações adequadas. Para alcançar tais premissas, o grupo utilizou, como principal tecnologia do projeto, um boneco demarcado com os locais corretos de aplicação, com o intuito de verificar a técnica do paciente durante a administração da insulina e ao mesmo tempo, realizar a capacitação efetiva ao paciente insulinodependente, levando em consideração seus conhecimentos prévios a respeito do assunto, moldando as orientações e fomentando o cuidado a partir destes. Considera-se, portanto, que na ocasião foi demonstrada a técnica correta de aspiração da insulina, enfatizando a dose em unidades internacionais utilizadas em uma seringa de insulina, técnica de administração, bem como as regiões utilizadas para a autoadministração, fatores estes que podem comprometer o tratamento. Resultado: A vivência nos forneceu, enquanto acadêmicas, maiores conhecimentos sobre a doença e reafirmação da importância de se haver estratégias, principalmente na Atenção Básica, as quais proporcionem ao usuário, segurança na realização do autocuidado, enfatizando o seu protagonismo frente ao seu tratamento. Notou-se que com a abordagem realizada pela equipe, os conhecimentos prévios do paciente foram explorados, ocorreu uma maior motivação para adesão ao tratamento e maior entendimento sobre a terapêutica e a doença, fatores estes que estão diretamente relacionados com um tratamento mais efetivo e como consequência, maior segurança do paciente na realização do autocuidado. Considerações finais: Em suma, torna-se evidente a importância da atuação da enfermagem integrada à equipe multiprofissional, proporcionando atenção e fornecendo conhecimento básico e necessário ao usuário do sistema de saúde, com a finalidade de promover melhorias quanto aos hábitos e estilo de vida dos mesmos. Desta forma, cabe a este profissional o papel de educador, criando ferramentas de educação em saúde para auxiliar esses pacientes a desenvolverem autonomia que requer ao autocuidado.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9954
Título do Trabalho: A CAMPANHA "2018: PRIMARY HEALTH CARE NOW OR NEVER", UMA EXPERIÊNCIA ITALIANA NA PROMOÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Autores: Sara Bontempo Scavo, Mirian Ribeiro Conceição, Martina Belluto, Alienor Ferroni, Ardigò Martino

Apresentação: Em um cenário caracterizado por uma transição epidemiológica, demográfica e social que está colocando em crise os sistemas de saúde num nível global, há a necessidade crescente de um modelo de cuidados de tipo comprehensive que vise superar a fragmentação e seja capaz de realizar uma abordagem integrada, proximal e life-long. O progressivo envelhecimento da população e a crescente incidência de doenças crônicas impulsionou, no contexto italiano, o desenvolvimento deste tipo de modelo, porém em modo desigual e com algumas dificuldades. É neste cenário que nasceu "2018: Primary Health Care Now or Never", uma Campanha nacional, formada por jovens estudantes e profissionais das profissões sociossanitárias, para promover atividades de sensibilização, promoção e autoformação sobre o tema da Comprehensive Primary Health Care (C-PHC). Este trabalho visa, portanto, apresentar a experiência da Campanha e os pressupostos que levaram à sua constituição, ressaltando os passos que levaram à progressiva sensibilização dos jovens profissionais, até à elaboração de uma real proposta de reforma da assistência territorial. Desenvolvimento: O sistema italiano, baseado no paradigma biomédico, apresenta modelo de assistência centrado no hospital com forte fragmentação das práticas profissionais e da rede de serviços. Tais configurações não respondem às necessidades atuais do contexto epidemiólogico-demográfico-social, que possuem o aumento das doenças crônicas e condições de fragilidade e vulnerabilidade social. A Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1978, com a Declaração de Alma Ata, recomendou a importância de desenvolver sistemas de Atenção Primária fortes e de tipo comprehensive, ou seja, uma concepção de cuidados primários como essenciais ao acesso universal de indivíduos e famílias, sendo esses realizados de modo participativo, próximo aos lugares de vida. Em 2008, há 30 anos de publicação da primeira recomendação, a OMS reafirma e propõe a renovação do modelo da Primary Health Care (PHC), por meio do documento "Primary Health Care Now More Than Ever". Tal renovação é proposta a partir da análise dos efeitos da globalização em tensionamento à coesão social e consequentemente aos sistemas de saúde, exigindo, portanto, a inovação de respostas às atuais necessidades. No contexto italiano, em 2006, foram implementadas as Casas de Saúde (CdS), que são estruturas com referência territorial, com potencial para se desenvolverem segundo o modelo da PHC, em ótica de integração entre serviços e profissionais. O modelo das CdS está sendo desenvolvido em modo muito diversificado em âmbito nacional, mas na Região Emilia-Romagna sua implementação constituiu realidades muito próximas do modelo da Primary Health Care de tipo comprehensive. É neste contexto que o Centro de Saúde Internacional e Intercultural (CSI) da Universidade de Bolonha realizou uma pesquisa-formação-intervenção sobre o desenvolvimento das CdS no distrito de Ferrara. O estudo envolveu muitos estudantes e profissionais que aprofundaram o debate sobre a Atenção Primária e as estratégias de assistência da CdS e posteriormente se questionaram sobre seu potencial e desenvolvimento, suas deficiências estruturais e organizacionais, a importância de um modelo de C-PHC, bem como a falta de formação neste âmbito. Em novembro de 2017, estes atores da área da saúde e de outras áreas, em discussão e análise sobre a Atenção Primária e as competências necessárias para seu desenvolvimento, sentiram a necessidade de organizar eventos de formação e autoformação. Em fevereiro de 2018, em Bolonha, na ocasião do 7º Workshop Internacional do Laboratório Ítalo-Brasileiro de Formação, Pesquisa e Práticas em Saúde Coletiva, foi organizado um encontro de formação e reflexão, que deu origem à Campanha "2018: Primary Health Care Now or Never". O nome é inspirado no documento da OMS de 2008 que reafirmou sua importância 40 anos após a Declaração de Alma Ata. A partir deste momento, a Campanha começou a se auto constituir, definir seus objetivos, tais como: definição do posicionamento ético e político; exploração e formação entre pares e no campo sobre os modelos de Primary Health Care já adotados (no nível nacional e internacional); estudo e desenvolvimento de ferramentas concretas para melhorar o trabalho do Médico de Família na Itália e torná-lo mais eficaz, de qualidade, resolutivo e sustentável. Em dois anos foram realizados dez workshops em todo o território nacional como objetivos de formação e auto formação para o fortalecimento e difusão do modelo C-PHC, de promoção e difusão da própria Campanha, bem como a autorreflexão e organização de suas atividades. Estes encontros também contaram com a participação de convidados internacionais brasileiros e portugueses promovendo, a partir do intercâmbio entre os sistemas de saúde que desenvolveram o mesmo modelo, trocas de boas práticas e de estratégias inovadoras. Resultado: Nos últimos anos a Campanha em movimento ativo de seus membros, mantém sua característica independente, e se fortalece organizando e participando em numerosos eventos. Tais esforços contribuíram para o desenvolvimento teórico e prático da Atenção Primária, publicação de artigos e um livro com difusão nacional. Ainda, em amadurecimento das discussões produzidas ao longo dos anos foram criados temáticos, que trabalham de forma independente tanto a nível local como nacional: (in)formação e autoformação; envolvimento das outras profissões sociossanitárias, em modo a superar a hegemonia da representação da profissão médica e ampliar o diálogo interprofissional e multidisciplinar; estruturação de consultórios experimentais de Medicina da Família; gestão e reorganização dos materiais produzidos e experiências da Campanha; produção do Livro Azul (inspirado pelo Livro Azul português), que presenta uma proposta concreta sobre o desenvolvimento do nosso sistema de Atenção Primária. As atividades destes grupos temáticos são realizadas de forma autónoma, numa base voluntária, tendo em conta os principais interesses de cada participante, e são subsequentemente compartilhadas com o grupo nacional. Na Global Conference on Primary Health Care da OMS (2019) em Astana, a Campanha foi apresentada no contexto do PHC Young Leaders Network. Considerações finais: A Campanha "2018: Primary Health Care Now or Never" é ainda uma experiência recente, que está se fortalecendo no cenário italiano. Contexto este que apresenta ainda uma política que opera em oposição ao desenvolvimento de um sistema universalista e de luta contra as desigualdades, e que promove prioritariamente modelos de privatização dos cuidados, fragmentados, e favorece o aumento das desigualdades e da vulnerabilidade social, minando os fundamentos do direito à saúde para todos. Deste modo, torna-se evidente a importância de discussões e realidades como as da Campanha "2018: Primary Health Care Now or Never", especialmente dirigidas a estudantes e jovens profissionais, que propõem reflexões e estímulos sobre o futuro do nosso sistema sociosanitario. Por fim, vale ressaltar a necessidade de que espaços e movimentos como estes se tornem operacionais, ou seja, que consigam produzir impactos políticos, éticos e práticos promovendo mudanças concretas nos sistemas.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9937
Título do Trabalho: PROJETOES ESCOLA DA FAMÍLIA: PROMOVENDO PRÁTICAS PARENTAIS COM AFETO, SEM VIOLÊNCIA – um novo olhar em segurança pública
Autores: Maria Jose Soares Pereira, Alexandre Trino, Odila Curi, Ana Eppinhaus, Rosidaili Penido, Mirian Cruz, Suely Cotta, Jaime Cezario, Laurimar Lopes, Sônia Araujo

Apresentação: Diante da necessidade de enfrentamento a grave situação relacionada à violência, a Prefeitura de Niterói construiu de forma participativa, em 2014, com base numa visão inovadora de Segurança Pública, que permeia diversos setores e secretarias, um “Plano Municipal de Segurança Pública, denominado “Pacto Niterói contra a Violência”, estruturado nos eixos: Prevenção, Policiamento e Justiça, Convivência e Engajamento dos Cidadãos e Ação Territorial Integrada. Coube à Fundação Municipal de Saúde de Niterói o “Projeto Escola da Família: promovendo praticas parentais como afeto, sem violência”, vinculado ao eixo dos Projetos de Prevenção. O principal problema a ser enfrentado compreende a “violência intrafamiliar” como fenômeno complexo e multicausal e  um grave problema de Saúde Pública, potencializada por outras formas de violência, em ambientes domésticos e em situação de rua envolvendo relações vinculares (homens e mulheres, pais e filhos, entre irmãos, adultos e crianças, gestantes, idosos pessoas com deficiência, cuidadores) intergeracionais e de gênero. O objeto da ação consiste nos estilos e práticas parentais expressas nas relações intrafamiliares entre mulheres gestantes, pais e cuidadores no decorrer dos primeiros 1.000 (mil) dias de vida da criança. O projeto Escola da Família tem como objetivo contribuir para qualificação, por meio de atividades educativas, acolhimento e monitoramento, das práticas parentais exercidas por gestantes, pais e/ou cuidadores, com afeto, sem violência. Desenvolvimento:. O desenvolvimento do trabalho contempla a participação das gestantes, pais e cuidadores, em um dos Grupos Educativos de Formação Parental implementado por profissionais de Saúde. O Grupo deve ser formado por aproximadamente 15 participantes (gestantes, pais e/ou cuidadores) com atividades educativas realizadas em 8 encontros semanais e/ou de acordo com a particularidade de grupos específicos. Serão desenvolvidas atividades que visam a aquisição de conhecimentos, capacidades e atitudes para o desenvolvimento da criança com afeto e sem violência potencializando as ações de prevenção e promoção, fortalecimento do Pré-natal da gestante e do parceiro, prevenção da Sífilis, em desenvolvimento na Saúde. A estimativa é alcançar aproximadamente quatro mil e quinhentas gestantes residentes da cidade, em acompanhamento no Pré-Natal em uma das unidades de saúde da Rede de Saúde do Município. A 1ª fase teve início em novembro de 2019 contemplando as Gestantes em situação de rua, que fazem acompanhamento do Pré-Natal pela equipe do Consultório na Rua. A 2ª fase terá início em março de 2020. No sentido de incentivar a participação da gestante e familiares, foi instituído o Incentivo ao Pré-Natal Seguro, no valor de R$ 1.000,00 reais para cada gestante que participar do Grupo Educativo de formação parental, observando os critérios estabelecidos na Lei nº 3437 que institui o Incentivo ao Pré-Natal. REFERÊNCIAL TEÓRICO. Estudos têm demonstrado que práticas parentais autoritárias ou negligentes comprometem o desenvolvimento infantil e se constituem em fatores de risco para a violência assim como as práticas parentais positivas e participativas contribuem para o desenvolvimento infantil saudável formando crianças seguras e resilientes à violência. Neste sentido é possível inferir que, por trás de cada uma das formas de violência como negligência, violência física, violência psicológica, abuso sexual etc. estão presentes, dentre um rol mais amplo de questões sociais, estilos e práticas parentais autoritárias ou negligentes, comprometendo a função precípua da família em assegurar o desenvolvimento integral da criança. Estudos como os do pediatra José Martins Filho (2016) ressalta a importância dos chamados “primeiros mil dias de vida da criança”, que incluem a gestação e os dois anos que lhe seguem. O autor faz referência a estudos no campo da neurofisiologia ressaltando que aprimeira infância de um caráter bastante significativo para o desenvolvimento ulterior dos indivíduos. Sendo assim, cuidados físicos, estímulos cognitivos e aspectos emocionais na primeira infância estão na própria gênese do bem-estar psicológico, social e biológico dos adultos, enquanto que carências de cuidado nesses domínios – e ainda mais acentuadamente, o abandono e maus-tratos - podem deflagrar uma situação de “estresse tóxico precoce infantil”, com efeitos para o resto da vida dos indivíduos, (FILHO, 2016). Resultado:S. A mulher em situação de rua está sujeita a diversas vulnerabilidades, condições de violência e abandono que se repercutem em riscos à sua saúde. Desta forma, houve priorização inicial para a qualificação e acompanhamento das equipes de consultório na Rua e do PMF envolvidas na execução e no monitoramento do projeto escola da família: promovendo práticas parentais com afeto, sem violência, contemplando assim especificidades na metodologia das atividades educativas planejadas em 8 oficinas temáticas, com vistas à contextualização da complexidade abordada no texto acima, com os seguintes temas: 1- “A mulher em situação de Rua: reconhecimento de situações de violência no contexto da rua”; 2- “Drogas, Mulheres, estigmas e preconceitos”; 3- “Garantias de direitos junto à mulher em situação de rua”; 4- “Encontro na Maternidade Alzira Reis sobre parto humanizado”; 5- Fortalecimento de laços afetivos e proteção social para gestantes em situação de rua; 6- A relação mãe – bebê e sua influência no desenvolvimento da criança; 7- Orientações sobre o incentivo ao pré natal seguro; 8- Culminância com encontro entre mães e círculo familiar mais próximo para fortalecimento de vínculos e laços afetivos. Duas gestantes em situação de rua já completaram o ciclo de encontros citados acima, e mais cinco gestantes estão participando de outro ciclo de encontros ainda em curso. Considerações finais:. Os primeiros resultados demonstram que os encontros produzem desdobramentos importantes de resgate de vínculos familiares e maior consciencia da importância de reconstituírem laços parentais para prevenção e proteção a saúde da mãe e do bebê. Neste sentido, cabe aos profissionais de saúde, em especial aos da Atenção Básica, acompanhar as mulheres grávidas, mesmo nas ruas, oportunizando todos os cuidados e atenção necessária, para que a gestação possa se constituir em um processo onde laços sejam realizados. Laços entre a mãe e a criança, entre a gestante e a equipe de saúde, entre mulheres e seus companheiros, entre mulher e maternidade, enfim, entre tantos outros, a promoção da coesão social para a prevenção à violência e a proteção do binômio mãe- bebê. ____________1-Todos os autores são servidores da FMS/Niterói - integrantes da Equipe Local de Gestão do Projeto. Atualmente, outros servidores integram a equipe 


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Trabalho nº 7913
Título do Trabalho: INTERDISCIPLINARIDADE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE: EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS A PARTIR DA PESQUISA PARTICIPATIVA
Autores: Lina Márcia Migueis Berardinelli, Maria Lucia Alves Cavaliere, Luciane Pires da Costa, José Silva de Oliveira Barbosa, Irma da Silva Brito

Apresentação: No Brasil, a literatura tem apontado dificuldades no processo de formação, no plano acadêmico, considerando que o campo da saúde é um sistema complexo onde circulam e atuam múltiplos sujeitos para efetivarem práticas e pesquisas que requerem, cotidianamente, ações coletivas. Sobre esse processo, a lógica que tem orientado os movimentos educacionais ainda está significativamente deslocada, tanto da realidade epidemiológica do país, em relação as situações crônicas de saúde, quanto dos propósitos assistenciais do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa situação na realidade significa influência negativa para a reorientação das práticas assistenciais, como também, nas mudanças dos serviços de saúde e gerenciamento futuro, dos profissionais que ao retornarem para seus espaços de atuação, se deparam com as instituições de saúde defasadas em relação ao atendimento oferecido a população. Nesse sentido, a formação de estudantes que atuam em um programa de saúde interdisciplinar baseia-se em ações de cuidado focado na promoção da saúde às pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (DANT). Em geral as DCNT estão relacionadas a causas múltiplas, caracterizadas por início gradual, prognóstico incerto, de longa duração e períodos de agudização. Geram incapacidades, dificuldades no cotidiano da vida das pessoas, gastos públicos, aposentadorias precoces, inclusive levando a óbito pessoas jovens. Algumas das doenças crônicas demandam atuação de cuidadores, projetos terapêuticos, acesso aos serviços e ações integradas onerosas. De acordo com essas características, as DCNT são responsáveis por 70% das mortes no mundo e por, aproximadamente, 75% das mortes no Brasil, configurando-se como o problema de saúde de maior expressividade no cenário mundial. As DCNT geram também perdas na qualidade de vida, dos anos vividos, das pessoas, das famílias e das comunidades em geral. À medida que a doença avança, agravam-se as iniquidades e aumenta o nível de pobreza. Sendo assim, as DCNT requerem intervenções com uso de tecnologias leves, leve-duras e duras associadas a mudança de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo, que não leva a cura. Sendo assim, nesse Programa de saúde, associa-se a essas ações, práticas pedagógicas e abordagens participativas, fundamentando-se nas diretrizes e ações de cuidado segundo a OMS. Para tanto a promoção de saúde deve ser considerada a ação estratégica e essencial que se utilize o cuidado terapêutico em grupo de ajuda mútua com pessoas vivenciando o adoecimento crônico, em especial a fibromialgia, para que impactem positivamente nas condições determinantes de saúde do grupo participante (GP). Assim, os alunos ao mesmo tempo em que participam do grupo interdisciplinar (GI), composto por profissionais de diferentes campos do conhecimento, oferecendo e produzindo cuidado às pessoas com fibromialgia, adquirem conhecimentos, habilidades e competência para criar grupos, no futuro, depois de formados, em seus ambientes de trabalhos e sejam reprodutores dessas ações. Objetivo: Identificar o conhecimento dos participantes sobre a abordagem participativa; Descrever como ocorreu o processo de formação na perspectiva dos estudantes; Analisar as experiências centrais destes alunos com a pesquisa participativa, a partir da vivência com as equipes e grupos de ajuda mútua. Desenvolvimento: Trata-se de pesquisa de natureza qualitativa de abordagem participativa, colaborativa, desenvolvida em uma grande instituição universitária do Rio de Janeiro. O trabalho foi desenvolvido com 37 alunos que desenvolveram atividades com os Grupos Participantes de pessoas vivenciando a fibromialgia, no período entre 2015 a 2019. As repercussões das pessoas que vivenciam a fibromialgia são imensuráveis, causando transtornos psíquicos, emocionais, cognitivos e limitações abstendo-se da vida funcional, sendo assim precisam de acompanhamentos e cuidados contínuos. As atividades do GI desenvolvidas com às pessoas que vivenciam a fibromialgia duram nove meses, dentro deste período, os participantes passam por três etapas, cada uma com duração de três meses denominadas: adaptação, transição e convivência. Os alunos conheceram todas as etapas, porém, atuaram com frequência integral na primeira etapa, desde a formação do grupo participante, das entrevistas, das reuniões com as equipes onde se planeja as estratégias pedagógicas de promoção da saúde de acordo com as demandas e necessidades das pessoas, como as oficinas de sensibilidade e de criatividade, como também a organização das atividades físicas, aeróbicas e musculação. O estudo foi desenvolvido dentro dos padrões éticos legais de pesquisa com seres humanos, designado pela Resolução nº 466 de 12/12/2012. A técnica de produção de dados foram, World Cafe e entrevista. Em seguida os dados foram transcritos, organizados, seguido da análise temática. Houve participação e envolvimento efetivo dos alunos demonstrando interesse, desde a fase de planejamento até a finalização. Resultado: Inicialmente avaliamos o conhecimento sobre práticas participativas, sendo que, 80% dos participantes não conheciam esse tipo de abordagem e o conhecimento ocorreu a partir das histórias de vida dos sujeitos envolvidos e de todo o processo vivido, na interação com as equipes e com os participantes do grupo Interdisciplinar, seguida da reconstrução da história individual, relatos em grupos, nas oficinas de educação em saúde e com as famílias do GP. O conhecimento foi construído no dia a dia, com a troca de experiências entre os grupos e conceitos de empoderamento, educação em saúde, estratégias pedagógicas, autocuidado, bem-estar, qualidade de vida, alimentação, práticas pedagógicas mais horizontais, escuta ativa, dando voz e ouvindo as pessoas, em suas demandas e necessidades de saúde, monitorando, ajudando-as a repensar e a modificar seus modos de viver. O Grupo Interdisciplinar ofereceu ambiente acolhedor, respeitoso em que todos os envolvidos se sentiram à vontade para fazer perguntas, esclarecer dúvidas, discutir as suas situações de vida, apresentando revelações e sentimentos positivos. Nesse caso criando subsídios para novas reflexões com os alunos sobre os temas desenvolvidos, favorecendo a cocriação do conhecimento e ajudando-os a recriarem em seus espaços futuros a produção de cuidado interdisciplinar, a se desenvolverem enquanto futuros profissionais de saúde, no atendimento às pessoas desenvolvendo a prevenção, a promoção e a produção de cuidados, no sentido de garantir autonomia e bem estar. Considerações finais: Diante dos principais achados é perceptível que a abordagem participativa é capaz de contribuir para consolidação de conhecimento, para interpretação e compreensão das práticas e dos fenômenos, fomentando participação conjunta, cocriação do conhecimento, estímulo a adoção de práticas mais saudáveis, ao mesmo tempo em favorece as práticas dialógicas, interdisciplinares e um espaço integralizador. Desse modo, esse estudante poderá se diferenciar pela formação crítico-reflexiva desde o período de graduação e aprofundando com as experiências vivenciadas e pela capacidade de aprender a aprender com a realidade em que se inserem, ajudando outras pessoas a ressignificar seus modos de viver, os estilos de vida mais saudáveis e a viverem em plenitude com mais autonomia. A avaliação dos alunos do Programa de Saúde evidencia tais aspectos, sugerindo que essa experiência possa se constituir em uma estratégia positiva para a formação de outros alunos e de Recursos humanos que atenda às necessidades do SUS.


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Trabalho nº 6381
Título do Trabalho: A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO EM PACIENTES NEUROCIRÚRGICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Caio Demetrius de Lima Meireles, Ingrid Bentes Lima, Jessica Suene Andrade do Nascimento, Thany Elly Vanzeler Pereira, Victoria Maria Barile Sobral, Livia Felix de Oliveira

Apresentação: O cérebro é responsável pela nossa atividade intelectual e cognitiva, entretanto déficits neurais podem comprometer a funcionalidade do órgão, a partir disso a Enfermagem tem como perspectiva trabalhar a teoria do autocuidado para promover o bem estar destes indivíduos. Objetivo: Relatar a criação e implantação de tecnologia educativa como instrumento de orientações sobre autocuidado. Método: Trata-se de um relato de experiência dos discentes de enfermagem, na aplicação da teoria do autocuidado, em um Hospital de referência em Belém. Esse estudo tem como público alvo pacientes submetidos a neurocirurgia e a equipe de Enfermagem da instituição. É fundamentado no Arco de Maguerez, em que foi desenvolvida uma tecnologia educativa direcionada a pacientes neurocirúrgicos. Resultado: A necessidade de atenção para recuperação da saúde de um paciente, após diagnostico da patologia, necessita de ações que visem promover sua recuperação. Dentre essas ações está a participação ativa do paciente em seu processo de restauração. Essa tecnologia instiga o paciente a ser ativo na sua recuperação, contribuindo para o conhecimento do autocuidado. Considerações finais: É imprescindível o preparo da equipe de enfermagem nos cuidados do pré e pós-operatório de pacientes com problemas neurológicos, sendo a tecnologia educativa a estratégia adequada às necessidades do paciente. Contribuições para a enfermagem: De acordo com a avaliação da equipe de enfermagem, o instrumento oferece aplicabilidade e utilidade na assistência. Logo as tecnologias educativas devem fazer parte da assistência da equipe de enfermagem, uma vez que desenvolve as potencialidades das orientações e atuam como catalisadores de informações entre pacientes, acompanhantes e a equipe de enfermagem. Para tanto, a iniciativa de exercer a educação em saúde deve partir da enfermagem, a fim de facilitar a comunicação em sua assistência.


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Trabalho nº 7918
Título do Trabalho: UNIVERSIDADES PROMOTORAS DA SAÚDE: UM PROCESSO TRANSFORMADOR E PARTICIPATIVO
Autores: Adriana da Silva Santiago, Vera Maria Sabóia

Apresentação: Estudo sobre o fortalecimento das ações de promoção da saúde, com estudantes de graduação da área da saúde de uma universidade pública federal, fundamentada na proposta das Universidades Promotoras da Saúde. As Universidades podem tornar-se espaços significativos de promoção da saúde e bem-estar para diferentes atores sociais. O presente estudo tem como Objetivo: Desenvolver proposta fundamentada nos preceitos das Universidades Promotoras da Saúde, com estudantes de uma Universidade Federal do Rio de Janeiro, com vistas ao impulsionamento de políticas de saúde adequadas às necessidades contextuais. Objetivo: específicos: 1-Caracterizar ações de promoção da saúde realizadas com estudantes de graduação da área da saúde, existentes nesse cenário; 2-Analisar aspectos relacionados ao estilo de vida e saúde desses graduandos; 3-Discutir a proposta das Universidades Promotoras da Saúde como um projeto intersetorial nessa instituição. Método: Estudo de natureza mista, com abordagem participativa, como referencial teórico pretende-se utilizar a Teoria Libertadora de Paulo Freire, com aprofundamentos conceituais vinculados à prática dialógica e reflexiva, que estimula o pensar criativo e inovador. O cenário será uma Universidade Federal localizada no Rio de Janeiro. Os participantes serão estudantes de graduação da área da saúde. Os dados serão produzidos por meio do Questionário Estilo de Vida Fantástico, Pesquisa Documental e Entrevista Semiestruturada. A técnica de análise de dados será a Análise de Discurso e Análise Estatística Descritiva.Tese de partida: Ações de Promoção da Saúde devem ser fomentadas nas Universidades com estudantes de graduação visando impactos positivos na Promoção da Saúde individual e coletiva. Resultado: esperados: Espera-se que as ações de Promoção da Saúde reafirmem o papel das Universidades como centro de inovação e criatividade no desenvolvimento de um ensino transformador e participativo.


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Trabalho nº 8573
Título do Trabalho: REAFIRMANDO A PROMOÇÃO EM SAÚDE E PREVENÇÃO DE AGRAVOS E DOENÇAS COM O FORTALECIMENTO POPULAR
Autores: Luise Toledo Kern, Ana Flávia Roatt de Oliveira, Ingrid Schmidt Gonçalves

Apresentação: O presente relato é fruto da experiência da imersão da residência integrada em saúde, em que o campo de prática foi numa Estratégia de Saúde da Família, de uma cidade de grande porte do Estado do Rio Grande do Sul. Este município vivencia tensionamentos com forte inclinação ao projeto neoliberal e tem como uma das medidas adotadas, a terceirização da Atenção Básica. A gestão preconiza demissões em grande escala às trabalhadoras concursadas, com substituição por contratos da ação privada. Tal conduta, culminou numa maior fragilização das condições de trabalho e vem impactando diretamente as ações diárias das equipes de saúde, dentre elas, a suspensão das atividades de promoção à saúde e prevenção de agravos e doenças. Como estratégia a este cenário buscou-se construir um projeto de intervenção com objetivo de desenvolver educação em saúde, reafirmando, através dos grupos, as ações de promoção e prevenção da Unidade de Saúde, tendo em vista a defesa do Sistema Único de Saúde, frente ao atual contexto. Percebendo a importância da construção do pensamento crítico, a partir do conhecimento popular, o método utilizado foi o Círculo de Cultura, de Paulo Freire, em que tem-se como base as experiências individuais e coletivas da comunidade em questão e como principal instrumento, o diálogo. Conforme apontado na literatura, os grupos são ferramentas que abarcam possibilidades de resistência, a partir de potencialidades que propiciam movimentos de denúncias e anúncios. Junto a isso, a promoção em saúde busca romper com o modelo biomédico possibilitando autonomia profissional e do indivíduo, que em conjunto, compreende as condições de vida que resultam em saúde. Assim como a prevenção de doenças e agravos, ao dialogar com os dados epidemiológicos, exige que a profissional da saúde conheça as demandas do território. Portanto, essas ações colocam as usuárias como protagonistas do desenvolvimento da saúde no território. Devido ao projeto ainda estar em andamento, encontra-se até agora como resultados, o entendimento de que o grupo é um espaço potente para construções críticas, em que nesta experiência as usuárias questionam as condições de saúde que o governo municipal promete implementar, denunciando o reducionismo do atendimento proposto, e em contrapartida, anunciando o cuidado que buscam - que se faz a partir do coletivo. Além disso, também percebeu-se que a produção dos grupos traz a possibilidade de trabalhar na contracorrente do modelo médico centrado. Desse modo, conclui-se a relevância da educação em saúde, como ferramenta de cuidado e de construção de criticidade que podem apontar para novos horizontes no campo da saúde.


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Trabalho nº 9456
Título do Trabalho: DESENVOLVENDO HABILIDADES, PROMOVENDO APRENDIZAGENS
Autores: ISABELA DUTRA COELHO BRANDT

Apresentação: O presente projeto tem como público-alvo alunos, responsáveis e professores de Creches e escolas da Rede Municipal, através de ações que visam disponibilizar informação, sensibilização e vivência de atividades relacionadas às habilidades cognitivo-linguísticas e psicomotoras das crianças. Resultado: Dentre os resultados alcançados destacamos a devolutiva de professores acerca da necessidade de maior observação sobre o comportamento da criança e a relação com a sua saúde auditiva. Na reunião de pais realizada numa das escolas assistidas, obtivemos relatos de pais que demonstraram interesse e sinalizaram a necessidade de buscarem a consulta especializada. Considerações finais: Um grande número de escolares que, mesmo sem sintomas aparentes, podem apresentar prejuízo na acuidade auditiva, relacionado à obstrução no meato auditivo causado por cerume. Nesses casos, além do rebaixamento auditivo, ainda há que se considerar o risco para o desenvolvimento de algumas habilidades auditivas, como atenção e discriminação de fonemas, repercutindo na aquisição da linguagem oral e escrita. Daí, a característica inovadora de um procedimento realizado em âmbito escolar. Observamos, em nossa prática, que a comunidade escolar, de maneira geral, possui pouco acesso a informações sobre saúde auditiva, especificamente no que se refere à função do cerume, uso de hastes flexíveis, impacto da obstrução causada pelo cerume para a fala e aprendizado. Compreendemos então, que as ações voltadas para observação, informação e sensibilização representam uma estratégia de fundamental importância na Atenção Básica à Saúde, em ambiente escolar, assim como para promover uma busca ativa aos serviços especializados de Saúde. Objetivo: Analisar o índice de alunos com riscos para a saúde auditiva, mesmo sem sintomas aparentes.Informar pais e professores sobre a relação do impacto da Saúde Auditiva e o desenvolvimento de linguagem oral e escrita. Sensibilizar, através do índice de alterações visualizadas, pais e professores para os cuidados com a Saúde Auditiva. Encaminhar aos Serviços Especializados de Saúde (ambulatório de Otorrinolaringologia/Fonoaudiologia). Método: A ação foi realizada pelos acadêmicos do 7º período do curso de Fonoaudiologia da UNIFLU em parceria com a fonoaudióloga do PSE. Foram elencadas 3 (três) unidades escolares da Rede Municipal de Educação. A fonoaudióloga e a psicóloga da equipe do PSE realizaram reuniões com pais e professores, a fim de esclarecerem sobre os objetivos do procedimento de meatoscopia, o impacto da saúde auditiva no processo de aprendizagem, a importância dos cuidados preventivos e esclarecimentos sobre os serviços especializados da Saúde relacionados aos eventos clínicos em questão. Resultado: Foram alcançados, até o momento, 298 alunos nos meses de Abril e Maio, onde 97% dos alunos não apresentaram alteração. Os alunos que apresentaram alteração (obstrução por cerume) foram encaminhados para os serviços ambulatoriais, através da notificação e informação ao professor e/ou responsável. Considerações finais: Observamos, em nossa prática, que a comunidade escolar, de maneira geral, possui pouco acesso a informações sobre saúde auditiva, especificamente no que se refere à função do cerume, uso de hastes flexíveis, impacto da obstrução causada pelo cerume para a fala e aprendizado. Compreendemos então, que as ações voltadas para observação, informação e sensibilização representam uma estratégia de fundamental importância na Atenção Básica à Saúde, em ambiente escolar, assim como para promover uma busca ativa aos serviços especializados de Saúde.  


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Trabalho nº 6388
Título do Trabalho: O PROGRAMA MÃE CORUJA PROMOVENDO O DESENVOLVIMENTO INFANTIL COM ATIVIDADES DE CULTURA E LAZER: BRINCANDO NA MINHA CIDADE
Autores: Ana Elisabeth Andrade, Lília Simões, Virginia Holanda, Márcia Branco, Iramarai Vilela, Luiziaba Almeida, Gustavo Burkhardt

Apresentação: Os espaços públicos como as praças e os parques infantis, além do papel de socialização, mostram-se importantes para o desenvolvimento infantil por oportunizar habilidades físicas (força, agilidade, motricidade ampla), cognitivas (concentração, atenção, noção espacial), sociais (interação, socialização, diversidade) e psicológicas (regular emoções, criatividade, autonomia), através da atividade do brincar (Souza & Vieira, 2004). O Brincando na Minha Cidade é uma iniciativa do Programa Mãe Coruja Pernambucana (PMCP) com a participação da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e das Secretarias de Cultura, Turismo e Lazer do Governo de Pernambuco. Essa ação busca promover, com atividades lúdicas e culturais, a interação coletiva e afirmação das identidades locais entre as crianças, mulheres cadastradas no programa e suas famílias, estimulando os vínculos afetivos e comunitários. Partindo dessa premissa, é feito um mapeamento dos municípios, uma convocação dos agentes sociais para sensibilização sobre a importância do brincar, a utilização do espaço urbano e participação comunitária. Posteriormente é realizado um mapeamento nestes municípios de locais como praças e parques infantis. A ação foi desenvolvida em 4 municípios do Estado de Pernambuco: Lagos doa gatos, Cumaru, Betânia e Araçoiaba, tendo sido observados o envolvimento dos diversos setores do município em cada atividade principalmente da comunidade junto com expressiva adesão do público infantil, todos envolvidos nesta brincadeira baseada no resgate identitário. Desde o Desenho do espaço da amarelinha, das cordas para cabo de guerra, espaços para queimado, pescarias onde o brinde são livros, a troca de brinquedos onde a criança exercita o desapego, a apresentação de grupos de dança regional, o teatro, a cotação de história, o museu da cidade sendo visitado e a arquitetura sendo relembrada. Como efeitos percebidos decorrentes da experiência vizualizamos a socialização, integração com os espaços comunitários, o estímulo do brincar, conscientização de sua importância para o desenvolvimento infantil, tudo isso envolvendo no resgate cultural. Finalmente consideramos que a promoção do desenvolvimento na primeira infância tem sido importante para a qualidade de vida individual e da sociedade. Entre os fatores considerados relevantes para atingir esse objetivo destaca-se a necessidade da presença de espaços de convivência nas cidades. No entanto, as políticas públicas que devem proporcionar a criação dos espaços adequados ao desenvolvimento na primeira infância encontram dificuldades em decorrência do modelo de desenvolvimento econômico e social vigente, que tem levado ao crescimento de violência urbana e pouco investimento em infraestrutura, produzindo redução nos espaços urbanos dedicados à cultura, esporte e lazer. Portanto é relevante explicitar a importância de ações que promovam o desenvolvimento infantil saudável, tais como o Brincando na Minha Cidade.


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Trabalho nº 8441
Título do Trabalho: SENSIBILIZARTE: AS MÚLTIPLAS POSSIBILIDADES ARTÍSTICO-EXPRESSIVAS NA PROMOÇÃO DO CUIDADO
Autores: Flávia Marina da Silva Lopes, Alberto Durán González

Apresentação: Este resumo se refere-se à um relato de experiência vivida no Sensibilizarte: Humanizar através da Arte, um Projeto de Extensão da Universidade Estadual de Londrina (UEL) desde 2017. O referencial teórico e prático  adotado é o HumanizaSUS – Política Nacional de Humanização, criada em 2003. O projeto tem como objetivo fazer a aproximação de pacientes e futuros profissionais da saúde por meio da arte,  promovendo encontros que engajam tais corpos a se sensibilizarem e promoverem uma relação de cuidado que rompa, por vezes, com o tecnicismo, pautando o sujeito em sua dimensão biopsicossocial. Desenvolvimento: Além disso, devido ao contato com a diversidade de cursos na área da saúde, o Sensibilizarte possibilita uma prática de interdisciplinaridade e intersetorialidade ainda na graduação, da mesma maneira que, por meios artístico-expressivo, ensina novas formas  de acolhimento possível aos usuários do serviço. O projeto originou-se em 2007 a partir de dois estudantes de medicina que, inspirados nos grupos que utilizavam expressões artísticas como uma outra maneira possível de se comunicar com os usuários, buscaram na palhaçaria uma forma de atuação no Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (HU-UEL). No início, apenas os cursos de medicina e enfermagem participavam  como voluntários, em 2008 o projeto passou a abarcar outros cursos da área da saúde, atualmente os cursos que englobam o projeto são: Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Psicologia e Serviço Social. Devido à complexidade do tema que permeia o projeto, assim como, a diversidade de colaboradores, o Sensibilizarte passou a abarcar outras linguagens artísticas e, atualmente, conta com quatro frentes: Artesanato (no qual há a produção simbólica pelo artesanato produzido), Contação de Histórias (a imaginação promove o encontro), Música (melodia e letras chegam onde as palavras verbais não se fazem entender), Palhaço (onde o nariz vermelho ilumina o usuário para experiências). O amadurecimento do projeto contou, então, com a vinculação à International Federation of Medical Students Associations of Brasil (IFMSA- Brazil) pelo comitê de Saúde Pública e tal movimento serviu de inspiração para outros estudantes implantassem projetos semelhantes em suas universidades. Após 6 anos de projeto com gestão voluntaria, a formalização das atividades se mostrou necessária e, a partir disto, o Sensibilizarte passou a ser, oficialmente, um Projeto de Extensão da UEL. Atualmente, fazemos intervenções no HU-UEL, em outros hospitais locais, escolas, eventos beneficentes, centros de convivências, dentre outros espaços. Por muito tempo o sentimento de pertencimento ao projeto foi ligado somente a frente de participação e pouco se tinha de interação com os colaboradores de outras frentes, porém, nos últimos dois anos, tentamos ampliar esse conceito para nos tornarmos sensibilizartistas e proporcionar, pela via dos afetos e das diferentes formas de arte presente, experiências e aprendizados para além do que fazemos semanalmente. Resultado: Este relato diz respeito ao vinculo criado entre as frentes e como as artes podem se complementar e promover encontros ainda mais afetivos. No começo da trajetória vivida no projeto, percebi que, nas entradas conjuntas nos serviços de saúde, as frentes não sabiam como lidar umas com as outras, cada grupo tentava fazer o que era esperado e a falta de integração e interação entre as frentes causava desconforto e atrapalhava o rendimento, por exemplo, quando o artesanato e a música atuavam na mesma ala, era acordado qual entraria antes e qual depois, não havendo atividade conjunta. Como uma foram de melhorar a integração entre as frentes em 2018 surgiram pela primeira vez na história do projeto às “capacitações cruzadas”, que consistia na preparação compartilhada dos estudantes misturando-se as frentes, até então cada frente tinha sua capacitação sozinha, e a maioria das entradas também. Neste momento, começamos a ampliar nossa compreensão sobre o meio artístico de cada frente, além de outras possibilidades nos contextos em que estávamos. Como fruto deste novo sentimento de sensibilizartistas que estava se formando, foi possível perceber que a coincidência de uma entrada na pediatria, por exemplo, era a possibilidade de uma entrada conjunta entre o artesanato e a música. Chegamos cantando nos corredores e nos dividimos em pequenos grupos, o artesanato adentrava em um dos quartos com muita calma, falava com as crianças e mostrava como um dragão feito de rolo de papel higiênico e papel crepon funcionava, era lindo ver os olhos delas brilhando com um brinquedo novo dentro de um ambiente tão hostil, e a linguagem verbal se fazia muito presente. Quando o silêncio já não se sustentava mais, a música vinha como um consolo, como uma alegria, como uma despedida ou diversão, e todos cantavam juntos. Esta vivência fez perceber como as artes se potencializam juntas e complementam-se nas lacunas que, as vezes, estão abertas. Outra experiência marcante foi em um evento promovido pelo IFMSA-Brazil, que consistia em um bazar de doação de roupas para pessoas em situação de rua. Nós e vários outros participantes de projetos da UEL fomos convidados para intervenção. Estávamos em 16 colaboradores das diferentes frentes, cursos e conhecimentos. Elaboramos um cartaz escrito “escuto histórias grátis” e nos reunimos para fazer borboletas de origami. Muitos passavam e apenas pegavam o origami, outros contavam histórias para nós, alguns sentavam e aprendiam a fazer  as borboletas conosco. Emergia, neste fluxo de encontros, novas possibilidades de se relacionar. Destaco a vivência de um sujeito que, com sua câmera fotográfica antiga, tirou diversas fotos conosco e expressou múltiplas vezes que  sentia-se querido entre nós. Bem como, a de outro homem que sentou em nossa mesa e nos ensinou a fazer tsurus, outra modalidade de origami, que, de acordo com algumas crenças, traz sorte e prosperidade. Considerações finais: O aprendizado de que produzimos saberes locais em conjunto com a comunidade que atendemos, bem como, entre os profissionais, se evidencia como possibilidades para o cuidado em saúde. Não podemos pensar o Sistema Único de Saúde (SUS) separado dos atravessamentos que percorrem cada singularidade e cada contexto social que estamos inseridos, podemos pensar em um SUS que se constrói nos encontros. Nesta perspectiva, a arte, como criação e meio de conexão, é uma aliada para a área da saúde, bem como, para a vida e uma possibilidade de produzirmos redes de cuidado e relações mais sustentáveis afetivamente.


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Trabalho nº 6906
Título do Trabalho: O TEATRO E A PROMOÇÃO DA SAÚDE NA ESCOLA: POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO SOCIOEDUCATIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Autores: Lucas Lima de Carvalho, Eduardo Alexander Júlio César Fonseca, Lucas Rodrigues Claro, Antonio Eduardo Vieira dos Santos, Amanda dos Santos Cabral, Regina Izabella Mendes da Costa, Marcela Pereira da Silva Mello, Bruna Liane Passos Lucas

Apresentação: Este é um relato de experiência das atividades desenvolvidas no projeto “Teatro em Saúde”. O projeto possui duas interfaces: de extensão, voltada à educação popular em saúde, utilizando o teatro como ferramenta facilitadora da promoção da mesma; e de pesquisa, com objetivo de analisar os significados que os escolares atribuem às temáticas concernentes à promoção da saúde. Seu público-alvo são crianças de 6 a 12 anos, matriculadas em escolas de Ensino Fundamental I no Município do Rio de Janeiro. Atualmente, as atividades estão sendo desenvolvidas em parceria com as clínicas da família (CF’s) localizadas na CAP 3.1, estando inserido no Programa Saúde na Escola (PSE). Como objetivos gerais, visa desenvolver atividades de educação em saúde na modalidade lúdico-teatral e analisar os significados que as crianças atribuem à determinadas práticas de promoção da saúde. As apresentações teatrais consistem em musicais que variam de 15 à 60 minutos, que foram estruturadas a partir das temáticas, dos elementos conhecidos e das vivências prévias que despertassem o interesse do público-alvo: personagens do cotidiano das crianças e músicas conhecidas por elas. Além das músicas conhecidas pelas crianças, também foram elaboradas paródias que apresentam conceitos da temática abordada. Todas as dramatizações tem dois finais alternativos, previamente definidos pela equipe do projeto. Para favorecer o protagonismo infantil as crianças escolhem os finais de sua preferência durante a encenação por meio de votação. Os escolares participantes das atividades no primeiro semestre constituíram o grupo piloto para o aprimoramento dos pré-roteiros referente à realidade e necessidades dos escolares inseridos no projeto nos meses seguintes. Ressalta-se que as crianças participaram ativamente da construção dos pré-roteiros, uma vez que, selecionaram as personagens das dramatizações, os finais alternativos dos musicais para exibição durante as encenações e, puderam opinar livremente durante a execução das peças, guiando assim o processo de contar as histórias e de compartilhamento horizontal do conhecimento em saúde. As temáticas abordadas nas peças são: Bullying e Cultura da Paz; Reciclagem e Sustentabilidade Ambiental; Arboviroses; Importância da Higiene Corporal, incluindo a Higiene Bucal; Importância da Alimentação Saudável e Realização de Atividades Físicas; Prevenção de Acidentes na Infância; Vacinação; entre outros temas emergentes. A equipe executora dividiu seu cronograma entre as escolas vinculadas à CF, a próprio CF, e a demais escolas que solicitassem as atividades do projeto na comunidade escolar. As experiências acumuladas revelam que o escolar tem capacidade evidente de reflexão e crítica da realidade a despeito do que muitas pessoas imaginam. Isto se revela pelo seu interesse, mobilização e criatividade durante o desenvolvimento das ações extensionistas. O emprego de metodologias ativas favoreceu a construção de vínculos com os escolares, possibilitando a aproximação da equipe com o público-alvo, além do aprendizado com o mesmo, graças ao contato com suas crenças e realidade cotidiana. Assim se reforça a ideia de que o processo educativo é horizontal e bilateral (uma via de mão dupla). No decurso das apresentações, confirmou-se que a utilização de músicas e personagens conhecidos favoreceram a maior captação da atenção dos escolares, na medida que, facilitaram a inserção e participação ativa do público na história contada. Além disso, notou-se que a estratégia principal de estimular o protagonismo infantil, foi essencial para despertar o interesse dos escolares pela atividade e motivá-los como sujeitos do autocuidado. Pode-se inferir que para a escola o projeto contribui para a ampliação de estratégias que visam a incorporação da temática em saúde como eixo transversal do currículo à luz das Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Os professores das escolas participaram ativamente do processo por meio da mobilização das crianças e participaram como autênticos apoiadores. Além disso, as atividades do projeto serviram como base educacional para as aulas futuras das turmas que participaram das peças. Para a equipe executora as experiências contribuíram sobretudo na formação acadêmica e profissional dos graduandos, o que possibilitou, dentre outros aspectos, avanços das seguintes competências: 1) desenvolvimento de habilidades de comunicação para aproximação com a cultura e os modos de vida da comunidade escolar; e, 2) aprofundamento de conhecimentos relativos à diversos assuntos que perpassam as práticas de promoção da saúde na escola, tais como: políticas públicas direcionadas ao empoderamento da população brasileira, paradigmas de assistência à saúde, conceitos, métodos e técnicas tradicionais e inovadoras no campo da educação popular em saúde. Com isso, foi possível para a equipe refletir sobre estratégias e instrumentos que possam favorecer a implementação de uma abordagem centrada no escolar, sua família e comunidade, com enfoque das práticas em saúde à luz da valorização da competência cultural no território. Torna-se importante destacar que o profissional de saúde e acadêmico tendem a adotar uma postura mais rígida e pragmática relacionada às práticas de promoção da saúde. Portanto, é necessário romper com o paradigma tradicional das práticas de promoção da saúde para possibilitar a potencialização do processo de educação popular em saúde numa perspectiva que englobe a participação ativa dos usuários nesse processo. O instrumento lúdico-teatral possibilitou aos participantes ampliar sua concepção de saúde, a partir da implementação de práticas educativas numa perspectiva sociocultural, e levando em consideração os determinantes e condicionantes da saúde. Salienta-se que um semestre após o encerramento das atividades, as crianças reconheceram os alunos do projeto e fizeram link como as personagens das peças teatrais, o que nos faz refletir sobre a possibilidade de criação de vínculo. No âmbito do território a ferramenta teatral viabilizou o trabalho comunitário em saúde o que proporcionou ao estudante de graduação a aproximação com a cultura da população local. Vale frisar que o presente projeto de extensão contribui para o fortalecimento do ensino da enfermagem pediátrica, tendo em vista sua interface com a multiprofissionalidade e interdisciplinaridade, mediante a interação da equipe do projeto com as professoras das escola e outros profissionais de saúde, e ao promover encontros da equipe executora com as crianças, o que implica em interação do estudante de graduação de enfermagem com a comunidade escolar e vice-versa. Além disso, possibilitou o esclarecimento das crianças sobre o papel da enfermagem e reforçou a importância do empoderamento desses sujeitos nas práticas de promoção da saúde na escola. Por fim, é importante ressaltar que a equipe do projeto tem como meta, para o ano de 2020, estender as atividades desenvolvidas para o restante da comunidade escolar, englobando, adolescentes, corpo docente, funcionários da escola e responsáveis, adequando a metodologia à cada público-alvo.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6397
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA EQUIDADE DA POPULAÇÃO LGBT: RODAS DE CONVERSA
Autores: Gisele Cristina Tertuliano, Fatima Helena Cecchetto

Neste resumo , objetivamos refletir sobre a importância do diálogo para a promoção da equidade em saúde, através do “Projeto Promoção da Equidade da População LGBT+- Rodas de Conversa” que é fruto de uma parceria do Curso de Enfermagem Cesuca, Liga da Saúde Coletiva da Faculdade Cesuca e o Grupo de Trabalho Interinstitucional Municipal (GTI-M) de Promoção da Equidade de Cachoeirinha/RS. A Roda de Conversa é um método de ressonância coletiva que consiste na criação de espaços de diálogo, com o objetivo de estimular a construção da autonomia dos sujeitos por meio da problematização e da troca de informações, promovendo reflexões capazes de impulsionar ações. O objetivo deste estudo foi analisar a percepção da população LGBT+ de Cachoeirinha sobre o tema da educação como determinismo social no processo saúde-doença. Trata-se de estudo exploratório e descritivo com abordagem qualitativa, que utilizou a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin para organização e análise dos dados. A roda ocorreu no ano de 2018 na Faculdade Cesuca, e tiveram como mediadores os representantes do GTI-M contando com a presença total de 15 pessoas.A pesquisa foi realizada após aceitação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos sujeitos da pesquisa em projeto previamente aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade Cesuca e cadastrado na Plataforma Brasil sob o CAAE: 81387317.9.0000.5665. A referida investigação avaliou apenas informações fornecidas pelas pessoas entrevistadas, ou seja, elementos que não ofereceram riscos potenciais aos envolvidos e respeitando a recusa dos mesmos em continuar participando do processo. A intenção da roda foi contribuir para o empoderamento da população LGBT+ no município de Cachoeirinha em relação ao acesso às políticas públicas. No girar da roda ocorreram os relatos de experiências, seguido de debates que problematizaram a invisibilidade da população LGBT+ nos espaços educacionais. Compreender a determinação social no dinâmico processo saúde-doença nos indivíduos e nas coletividades requer admitir que a exclusão social decorrente do desemprego, da falta de acesso à moradia e à alimentação digna, bem como da dificuldade de acesso à educação, saúde, lazer, cultura interferem, diretamente, na qualidade de vida e de saúde. É necessário também reconhecer que todas as formas de discriminação sobre a orientação sexual e a identidade de gênero tem relação direta sobre o processo de saúde-doença e são geradoras de sofrimento e de desigualdades em saúde.A proposta da roda convergiu com o protagonismo dos sujeitos, ao defender a produção de sujeitos autônomos, críticos, reflexivos e livres, que se constituem em coletivos democráticos e participativos.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 11518
Título do Trabalho: GRUPOS EDUCATIVOS COMO PRÁTICA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E ESTÍMULO DO AUTOCUIDADO E AUTONOMIA DO USUÁRIO EM UMA UNIDADE DE AUTOGESTÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Aline Gomes Donato, Carolina Moreira Souza

Apresentação: Os grupos educativos são ferramentas utilizadas dentro da Clínica para favorecer autonomia ao paciente e mudança em seu estilo de vida através do conhecimento propagado a população e informações sobre todo processo de saúde-doença que envolvem o indivíduo. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência da equipe multidisciplinar de uma clínica de autogestão da saúde suplementar na Baixada Fluminense. A motivação do grupo foi para que os pacientes conhecessem as formas de trabalho em conjunto e seus resultados. Os pacientes foram convidados por linhas de cuidados, a princípio foram trabalhados pacientes diagnosticados com hipertensão e diabetes. Foram convidados através de ligação telefônica e mensagem eletrônica enviada para os seus celulares. Os grupos foram realizados com a equipe multidisciplinar da clínica. Resultado: Nos grupos são desenvolvidas atividades de educação em saúde com o uso de materiais impressos e roda de conversa. Essas atividades propiciam momentos de reflexão junto aos usuários, contribuindo para uma visão crítica da alimentação e como os ambientes alimentares podem favorecer ou não a promoção da saúde. Estimular dinâmicas como essa se torna uma alternativa para incentivar o pensamento crítico do usuário diante de suas escolhas alimentares, a sua autonomia na tomada de decisão e, consequentemente no empoderamento do paciente para realização de escolhas conscientes promovendo o autocuidado em saúde. Considerações finais: Os grupos educativos têm impactos positivos na vida dos usuários, pois propicia conhecimento sobre as doenças trabalhadas, aderência ao tratamento, formas de controles da doença através da mudança do estilo de vida, disseminação do conhecimento através dos próprios usuários e autocuidado.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6400
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA EQUIDADE LGBT+: Avaliando acesso aos serviços de saúde
Autores: Gisele Cristina Tertuliano, Fatima Helena Cecchetto, Manoela Coimbra

Apresentação: O processo de invisibilidade da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT+) é decorrente de atitudes discriminatórias presentes na sociedade, expondo essa população a situações de iniquidades e vulnerabilidades. Objetivo: Conhecer o acesso de saúde da população LGBT+ no município de Cachoeirinha. Método: Foi realizado um estudo de natureza transversal, com base em dados obtidos de forma primária através de entrevistas estruturadas, individuais com a população LGBT+ que procura atendimento na estratégia de saúde da família através da metodologia Bola de Neve com amostra não probabilística no município de Cachoeirinha-RS, no período de abril a agosto de 2018. Resultado: Dos participantes (n= 17), nove pessoas são do gênero feminino (52,94%), quatorze homossexuais (82,35%) e com identidade de gênero cisgênero doze (70,58%), média de idade de 27,76 anos, predominante treze pessoas de cor branca (76,47%). Quanto ao período da vida em que houve a percepção da sua orientação sexual a média de idade foi aos 4,53 anos. Outras informações retratam o perfil da população em estudo: no que se refere a religião: duas pessoas referiram não ter nenhuma religião, três se declararam espíritas, duas adeptas às religiões de matriz africana, cinco católicas, uma evangélica, duas cristãs, uma mórmon e uma não respondeu. Sobre as condições de moradia, 76,47%9(13) referiram residir em casa própria e 17,64%(3) responderam que moram de aluguel. Dez pessoas residem com o companheiro 5,88% e 35,29%(6) moram com a família. Conforme a Portaria Nº 2.836, de dezembro de 2011, o nome social deve ser garantido a travestis e transexuais, de acordo com a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde; porém somente 29,41% (5) usufruem desse direito, contrariando O Decreto Nº 8.727, de 28 de abril de 2016 que dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Sentir-se pertencente a um grupo social, ficou demonstrado em oito participantes 47,5% dos casos. Três dos entrevistados referiram alguma dificuldade em transitar pela cidade totalizando 17,64% dos participantes. Ampliando-se a compreensão acerca das formas de expressão da violência, o estudo de Minayo (2006), aponta que esta varia quanto a natureza da expressão, podendo ser classificada em: a) psicológica/verbal, na qual acontecem agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar, rejeitar, humilhar a vítima, restringir sua liberdade ou ainda, isolá-la do convívio social; b) física, que aponta para o uso da força para produzir injúrias, feridas, dor ou incapacidade em outrem e c) sexual, voltada para o ato ou jogo sexual dentro das relações, visando estimular a vítima ou utilizá-la para obter excitação sexual por meio de aliciamento, violência física ou ameaça. A agressão sofrida pela orientação sexual ou identidade de gênero representou (35,29%) e seis pessoas relataram eventos como ameaça de agressão, agressão verbal, discriminação, violência sexual, agressão física. Dez dos entrevistados 5,88% não quiseram falar quem foi o autor da agressão,41,17%(7) não fizeram nada e somente duas pessoas procuraram a delegacia (11,76%). A portaria Nº 2.836, de 1ºde dezembro de 2011 visa ampliar o acesso da população LGBT+ aos serviços de saúde do SUS, garantindo às pessoas o respeito e a prestação de serviços de saúde com qualidade e resolução de suas demandas e necessidades. Apenas um indivíduo relatou acesso ao tratamento hormona, por exemplo. Quatro indivíduos relataram algum problema de saúde na vida, totalizando 23,52%. No quesito acesso aos serviços de saúde, 82,35%(14) procuram atenção básica quando precisaram de tratamento e nove indivíduos referiram que tiveram um bom atendimento em 52,94% dos casos. Estes, relataram que receberam a oferta de teste rápido para hepatites virais do tipo B e C, Sífilis e HIV há mais de 6 meses, 7(41,17%). O Ministério da Saúde compreende que todas as formas de discriminação, como o caso da homofobia, devem ser consideradas como fatores impulsionadores na produção de doenças e sofrimento. Junto ao processo de homofobia, outros fatores de discriminação social devem ser considerados propulsores do processo de adoecimento dessa população, como, por exemplo, o desemprego, o racismo e a inacessibilidade à moradia e à alimentação. Dos entrevistados, nove (52,94%) relataram o uso de álcool e seis (35,29%) não usam drogas, catorze entrevistados (82,35%) referiram que o uso de substâncias não prejudicou nenhum aspecto de sua vida até o momento em que a entrevista foi realizada. Seis indivíduos (35,29%) pensaram em suicídio e quatro indivíduos não buscaram atendimento de saúde em virtude desse evento. Dois (11,76%) já tentaram o suicídio e buscaram atendimento de saúde. Doze 70,58%) apresentaram problema emocional e procuraram os serviços de saúde. O reconhecimento de direitos para lésbicas, transexuais, gays, bissexuais, travestis e transgêneros é impulsionado pelos movimentos sociais e por demais atores sociais sendo esta atitude uma âncora na luta diária para promoção de um debate para reforçar que a população LGBT+ existe e deve ser reconhecida como sujeitos de deveres e direitos. Declarar igualdade, a dignidade, a liberdade, em defesa do pluralismo para que os espaços da sociedade construam e repensem suas estratégias para a resolução de problemas e questões geradas na diversidade. No entanto, quinze entrevistados 94,11% desconhecem o número de telefone para denunciar violência contra a população LGBT+ e doze pessoas (70,58%) desconhecem o disque 100. Desses nove disseram que usariam o serviço, totalizando 52,94% e 5,88% demonstram confiança nesse tipo de atendimento.  Considerações finais: No campo da saúde da população LGBT, é necessário que os princípios que doutrinam o sistema único de saúde como a universalidade, integralidade e equidade sejam materializados em políticas públicas que promovam o enfrentamento das iniquidades em saúde geradoras de discriminação e preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Considerando-se as Unidades Básicas de Saúde e dentro dela, a Estratégia de Saúde da Família sejam locais instituídos para a implementação, monitoração e avaliação da efetividade das políticas públicas de saúde que buscam equidade. É preciso também considerar que o processo de educação permanente, a instituição das linhas de cuidado como ferramentas capazes de ressoar processos de que multiplicam cuidado, que respeite a dignidade de todo ser humano dentro da riqueza de sua diversidade individual e coletiva. Os resultados da presente pesquisa, apesar de limitados em no número de entrevistados conseguiram apresentar percepções e representações das quais estamos seguros de que se repetirá em outros espaços da atenção primária em saúde, enfatizando que é necessário a ampliação do acesso da população LLGBT+ aos serviços de saúde e   garantir aos mesmos uma assistência digna e de qualidade. A implementação das ações na base da execução do sistema de saúde é bem mais complexa do que a formulação de políticas nos gabinetes de gestão. Assim, é preciso investir em metodologias ativas que permitam aos atores sociais expor e trabalhar seus valores e crenças,  reconhecer possíveis estigmas e preconceitos deles decorrentes, para que seja possível desconstruí-los, fato esse que está sendo construído e reconstruído desde 2017 no município de Cachoeirinha através do grupo de trabalho  Intermunicipal  de Promoção da Equidade, sendo assim possível oferecer uma atenção à saúde qualificada à população LGBT e a outros grupos populacionais diversos, contribuindo para a formação de profissionais tecnicamente e eticamente preparados .


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Trabalho nº 7937
Título do Trabalho: A PROMOÇÃO DA COLABORAÇÃO INTERPROFISSIONAL NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE
Autores: Luana Pinho de Mesquita Lago, Silvia Matumoto, Tatiana Maria Coelho Veloso, Tatiane Martins Jorge

Apresentação: As Residências Multiprofissionais em Saúde (RMS) são forças instituintes indutoras da mudança, primeiro porque sustentam que diferentes profissionais atuem conjuntamente para a resolução dos problemas e, segundo, porque este modelo de formação coloca em xeque a hegemonia médica e questiona paradigmas de formação em saúde ao propor o trabalho em equipe interprofissional com foco na integralidade, necessidades de saúde, formação política,  negociação, mediação e tolerância, vivência de conflitos e relações de poder nos serviços de saúde. No sentido da construção coletiva, a Colaboração pode ser entendida como as relações e interações que acontecem entre profissionais que trabalham juntos, e mais ainda, que os permitem querer trabalharem juntos. Então, a prática colaborativa, como tomada na perspectiva brasileira, seria este conjunto de relações nas práticas profissionais, com a inclusão e reconhecimento da importância do usuário, da família e da comunidade. Esta centralidade nas pessoas é que deveria orientar as práticas e a interação nas práticas com vistas ao cuidado integral. No entanto, nesse contexto, a formação interprofissional ainda se constitui um desafio, pois a lógica estrutural e parcelada do ensino de graduação ainda é dominante, o que estimula uma continuidade ao trabalho uniprofissional e ainda, há pouco apoio político para que as políticas públicas sejam efetivadas. Outro desafio está no exercício de habitar novos territórios, e para isso, por vezes, é preciso desviar-se do núcleo de saberes e práticas profissionais e se lançar ao campo de práticas, aquilo que a literatura aponta como espaço de todos os profissionais no campo da saúde coletiva. Investimentos necessários em um projeto comum, seja teórico ou prático, e que resulte em produção de vida. O objetivo deste trabalho é analisar os movimentos de colaboração interprofissional na formação em serviço em uma unidade na AB e dessa forma, motivar novas experimentações e investimentos necessários em um projeto comum, seja teórico ou prático, que resulte em produção de vida. Desenvolvimento: Este trabalho é parte dos resultados de uma tese de doutorado que teve como foco as práticas profissionais na residência multiprofissional em saúde, em especial as práticas que favorecem ou não a colaboração interprofissional e a integralidade do cuidado na atenção básica. Nesta pesquisa Sócio-clínica, com aporte no referencial teórico-metodológico da Análise Institucional, produziu-se uma pesquisa participativa (pesquisa com) a partir de movimentos de autoanálise, que permitiram ao coletivo de residentes entender um pouco mais como as práticas se produzem e, então, ressignificá-las. O estudo foi produzido no município de Ribeirão Preto, São Paulo, em um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde com residentes de diferentes áreas da saúde, no período de 2017 a 2018. Foram utilizados diferentes dispositivos para produção dos dados como análise de documentos, diário de pesquisa, análise institucional de práticas profissionais, observação, entrevistas, restituições. Nesta produção, será abordado parte dos resultados referente à observação da prática profissional em uma Unidade de Saúde da Família, que denominamos Equipe Ipê, no período de outubro a dezembro de 2017 e à análise de práticas profissionais junto aos residentes desta unidade. Os dados foram organizados e analisados com apoio do referencial teórico-metodológico da Análise Institucional e Sócio-clínica Institucional. A escolha desta Unidade se deu pela plasticidade para o exercício no manejo de conflitos, negociação, cuidado da equipe, aproximação à cogestão e às práticas interprofissionais colaborativas. Resultado: Os residentes da equipe Ipê estavam participando do processo de construção de um espaço de discussão coletivo que foi pensado conjuntamente pela enfermeira da unidade, profissional de referência como preceptora no apoio à gestão do processo de trabalho, e pela tutora de campo da área da Fonoaudiologia, com experiência profissional na AB. Este encontro multiprofissional entre residentes (Terapia Ocupacional, Nutrição, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Farmácia) não incluía os profissionais médicos e seria uma forma de fomentar a corresponsabilidade na formação entre residente multiprofissional e tutor/preceptor dentro da equipe Ipê, algo instituinte. Encontrar espaço comum na agenda de todos foi um trabalho árduo, sempre havia outros compromissos como férias, congressos e outras atividades acadêmicas que interferiam na periodicidade dos encontros e especialmente, na presença da tutora de campo, que possuía vínculo com a Universidade. Os encontros eram planejados em conjunto com dinâmicas que envolviam os desafios do trabalho em equipe e do território. Eles elegeram temas de interesse como 1- organização do processo de trabalho dos residentes e organização de agendas e horários para que se encontrem na unidade; 2- comunicação e 3 – autoconhecimento. Inicialmente, haviam programado três encontros e a primeira autora participou como observadora no segundo deles. A atividade ocorreu na sala de reuniões, espaço coletivo, comum. Primeiramente, houve uma discussão sobre os elementos da comunicação, tipos de comunicador (agressivo, passivo e assertivo): Como se aproximar de um perfil mais assertivo? Ser propositivo, relembrar pactos, falar de suas expectativas, sintonizar o tom de voz e as palavras. A proposta seguinte foi preencher um teste para avaliar as dimensões da comunicação verbal e depois, experimentar a vivência de diferentes papéis para análise de suas reações frente a situações vividas no cotidiano do trabalho, a fim de aprimorar as habilidades de comunicação. A vivência desta dinâmica possibilitou a reflexão, já que os residentes tiveram dificuldade em se expressar em momentos de tensão com outro profissional, e a autoanálise abriu caminho para pensar em mudanças de atitudes em relação à comunicação interprofissional, reconhecendo o quanto é importante o autoconhecimento para o enfrentamento de conflitos presentes no trabalho. Aspectos importantes para a prática colaborativa interprofissional foram o exercício da comunicação interprofissional, o entendimento da dinâmica de funcionamento em equipe e a aprendizagem da resolução de conflitos interprofissionais. Este acompanhamento e parceria entre tutor-preceptor, na perspectiva da Educação Permanente em Saúde, problematizou questões do cotidiano, repensou as práticas articulando-as com o objetivo da equipe, do coletivo, de sustentação do SUS, do trabalho em equipe que atenda às necessidades dos usuários. Equipes implicadas com a função preceptoria e tutoria de campo, como o caso da equipe Ipê, expressam-se como campos que potencializam seu papel formador, se constituem ao mesmo tempo como campo de aprendizagem e de prática, pois lançam mão de ferramentas que disparam processos de subjetivação e de reflexão, que colocam os residentes em uma postura de ação enquanto trabalhadores de um sistema de saúde amplo e complexo. Assim, abre a possibilidade para que no encontro da instituição Saúde com a instituição Cuidado centrado no usuário, essa interferência resulte em uma Formação em serviço com produção de vida. Considerações finais: A parceria entre os profissionais demanda uma comunicação honesta e os aproxima ao compartilhamento do saber-poder; isto leva ao empoderamento de cada profissional e respeito e reconhecimento de um pelo outro, com visível redução dos graus de competição. Dentre as ações que potencializam as práticas colaborativas estão a garantia de espaços formais de integração e análise de práticas, mediados por um tutor ou preceptor que apoie os residentes a escolherem os caminhos que colocam o usuário no centro do cuidado e questionarem os lugares e posicionamentos uniprofissionais na prática dos serviços, os saberes e poderes de uns e de outros. Assim, a RMS se constitui como espaço potente para o desenvolvimento de uma postura de ação colaborativa, a partir de uma aprendizagem interativa que exercite o compartilhamento de saberes e poderes, que se torna mais possível a partir de investimentos na formação dos profissionais de saúde do SUS.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6914
Título do Trabalho: PSE – Programa Saúde na Escola, como forma de promoção da saúde. Um relato de experiência das residentes em Saúde da Família ENSP Fiocruz.
Autores: Maria Carolina Rezende Simonsen, Andresa Barbosa Candido, Geisa Moreira de Jesus, Laís Soares Faria de Souza, Larissa Borlin Ladeira Ontiveros, Mariana Espíndola Robin, Natasha de Jesus de Carvalho

Apresentação: O PSE - Programa de Saúde na Escola (política intersetorial da Saúde e da Educação, instituído em 2007, com o objetivo de promover saúde e educação integral dos estudantes da rede pública de ensino) é também um dos programas que compõem a carteira de serviços da Atenção Primária. Ao iniciarmos nossa imersão enquanto residentes multiprofissionais do programa de residência em Saúde da Família da Escola Nacional de Saúde Pública, no processo de trabalho desenvolvido pela Clinica da Família Anthidio Dias da Silveira, e da Equipe Viúva Cláudio, a qual estamos inseridas, entendemos que seria importante conhecer o trabalho realizado pelos profissionais na escola pertencente ao território de abrangência da equipe, o Colégio Estadual Horácio Macedo. O presente trabalho tem por sua vez o objetivo então, de apresentar a experiência desenvolvida por nós residentes neste colégio, durante o segundo semestre de 2019. A fim então de nos aproximarmos das três séries que cursam o ensino médio do Colégio Estadual Horácio de Macedo, inicialmente nos apresentamos para cada turma dos três anos letivos nos diferentes encontros, por meio de uma dinâmica. Com um barbante, pedimos para que cada aluno se apresentasse e dividisse conosco uma coisa que gosta de fazer. A partir disso, pedimos que jogasse o barbante para quem tiver distante, com a intenção de criar uma teia entre eles. Por fim, colocamos uma caneta no centro da teia de barbante e os desafiamos a encaixá-la dentro de uma garrafa A ideia foi poder tanto conhecê-los e nos apresentarmos, como levantar o debate sobre a importância do trabalho coletivo para conclusão de uma tarefa, de escutar um ao outro, fortalecimento da união de um grupo, da integração entre os alunos e da relevância de cada um nos processo final. Também trouxemos a tona neste primeiro momento, uma caixa lúdica para que eles pudessem colocar sugestões de ideias para os próximos encontros. Com essa ferramenta, embasamos nossos discursos sobre o que significa o trabalho desenvolvido pelo PSE e o que buscamos construir junto com eles durante a realização destas atividades, ressaltando sempre a centralidade da construção conjunta entre nós e eles, fugindo do modelo tradicional apenas de transmissão de conhecimentos, A partir destas ideias estruturamos então um cronograma de atividades para serem realizadas ao longo do próximo semestre. Dentre os vários conteúdos que surgiram, observamos que o que apareceu com mais prevalência foi o debate sobre saúde sexual e reprodutiva. Diante disso, trouxemos este tema para três turmas de primeiro ano nos nossos próximos encontros. Foi muito interessante, nas duas salas que desenvolvemos a dinâmica, perceber as dúvidas que eles têm sobre o tema, os posicionamentos que possuem, e como debatem de maneira livre tais questões. Surgiam dúvidas relacionadas a tanto a métodos contraceptivos, como pro exemplo o de emergência, e a infecções sexualmente transmissíveis, como também a “idade certa” para se relacionar, as questões éticas envolvidas no atendimento na clínica para abordar a sexualidade dos adolescentes. Meninas se colocaram falando muito do quanto o desejo delas deve ser respeitado marcando a importância de se falar sobre consentimento, sobre sexo seguro e sobre respeito. Os meninos também fizeram perguntas, relacionadas à probabilidade de algum método não ser eficaz, e sobre o respeito ao desejo do outro quanto ao sexo. Alguns jovens levantaram a questão da gravidez, questionando-se sobre o melhor momento para engravidar: “com um emprego estável e uma vida digna” (sic). Mediamos à conversa algumas vezes falando sobre a importância de separar a prática do sexo com o a gravidez. Pautamos também o debate sobre moralismo – entendemos como necessário não passar por cima da vontade do outro, respeitando caso essa seja diferente, e ainda da importância de se atentar a idades muito discrepantes entre os parceiros, pois meninas ou meninos muito mais jovens possuem autoconhecimento sobre o corpo e processo de tomada de decisão ainda em processo de desenvolvimento. Por fim, concluímos a atividade com um jogo de ligar pontos – material desenvolvido na clinica – com perguntas e respostas a cerca de três infecções sexualmente transmissíveis (sífilis, gonorreia e HIV), a respeito das formas de transmissão, sintomas e do tratamento. Entendemos o PSE como forma de promoção da saúde, visto que por meio do desenvolvimento das atividades construídas na escola Horácio de Macedo, pudemos nos aproximar de um público que tem seu acesso muito restrito as clínicas da família, e aos espaços de produção de saúde como um todo, onde acessam e entendem a unidade de saúde a partir de uma condição de doença ou problema. Pudemos participar de debates muito enriquecidos a respeito de temas bastante presentes no desenvolvimento da saúde do adolescentes, construindo um espaço de liberdade de conversa, expressão, respeito, diálogo e construção coletiva. Potencializando as atividades desenvolvidas no programa saúde na escola com atividades além do que já é tradicional do programa, muitas vezes focado na saúde bucal e prevenção de doenças, mas também trazendo outras possibilidades através da música, desenhos, jogos e artes. Sempre utilizando-se de metodologias dialógicas e participativas, com  objetivo de construir junto com eles e não para eles. Sendo assim, concluímos que a participação no desenvolvimento do Programa Saúde na Escola, foi potente não apenas para a escola e a aproximação da saúde com a educação, mas para o nosso processo de trabalho e aprendizagem. A Residência Multiprofissional em Saúde da Família é um programa de aprendizagem também através da prática no trabalho, e construir em conjunto entre nós residentes e os alunos atividades e metodologias ativas para a discussão e debate de temas relacionados a saúde, desenvolvimento e cidadania foi muito enriquecedor. Acreditamos que a troca de saberes e experiências, valorizando o saber de cada um, exercer a escuta e as falas de todos e todas só contribui para o fortalecimento de práticas de saúde e educação. Compreendemos a importância de um olhar diferenciado a saúde do adolescente, uma vez que este está em um processo de transição da vida infantil para a adulta e pode apresentar questões que permeiam os dois lado. Faz-se importante para isso, o uso de uma linguagem próxima a deles é uma escuta qualificada, para compreender as suas principais demandas e promover saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9480
Título do Trabalho: SAÚDE, PREVIDÊNCIA E CIDADANIA': RESULTADOS DE PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA VOLTADO PARA A EDUCAÇÃO CONTINUADA E A PROMOÇÃO DE CONHECIMENTOS SOBRE DIREITOS E CIDADANIA
Autores: Uliana Pontes Vieira, Luciano Pontes Vieira, Helaine Maria Lopes Vasconcelos Piorotti, Paula Amanda Starling Alves, Bruna Fernanda Silva Bastos, Camila Leirós Vasconcelos

Apresentação: 'Saúde, Previdência e Cidadania' foi um projeto extensionista que realizou entre 2018 e 2019 série de encontros em Macaé (RJ) abordando temas atuais e relevantes sobre serviços e direitos relativos ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à Previdência Social, visando fortalecimento de ações que beneficiam a população brasileira, em especial indivíduos e grupos desfavorecidos e vulneráveis. Coordenado por docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Professor Aloísio Teixeira (UFRJ-Macaé), em parceria com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), articulou duas instituições federais de grande relevância social. A UFRJ-Macaé oferece dois cursos de Licenciatura (Biologia e Química) e quatro graduações em saúde (Enfermagem, Farmácia, Medicina e Nutrição), o que gera público potencialmente disposto a participar de atividades de educação previdenciária, tema pouco abordado nos currículos disciplinares. Desenvolvimento: Em 2017, o projeto de extensão universitária 'Construindo Pontes' (UFRJ-Macaé) realizou bem sucedida parceria com o Programa de Educação Previdenciária do INSS no evento 'Verão com Ciência' (UFRJ-Macaé), para realização da palestra 'Previdência, Cidadania e Inclusão'. Logo após, várias pessoas manifestaram interesse em novas edições, pois notaram lacuna significativa de conhecimentos sobre previdência, por parte do corpo social universitário e também das comunidades participantes das atividades de ensino e extensão da UFRJ. Com isso, a Gerência Executiva de Duque de Caxias do INSS concordou com a criação do presente projeto, específico para este fim, de modo a garantir continuidade e regularidade da proposta. Contou com dois profissionais, uma docente da UFRJ e um técnico do Seguro Social do INSS, com diferentes perfis profissionais e acadêmicos, conferindo, desde sua concepção, caráter interdisciplinar à equipe e à programação. Resultado: Esta foi experiência inédita junto à UFRJ Macaé, não havendo outras iniciativas semelhantes para divulgar direitos previdenciários, em especial junto à comunidade estudantil, na instituição. Muitas vezes, estudantes perdem a oportunidade de tornarem-se segurados e se encontram em situação de vulnerabilidade por desconhecer o acesso à Previdência e Seguridade Social. Ademais, estudantes e docentes das áreas da saúde, que têm forte aproximação com a comunidade mais carente, por meio das atividades de ensino e extensão, podem colaborar na multiplicação de conhecimentos. Ressalta-se que os eventos buscaram ouvir o público participante, possibilitando troca expressiva de conhecimentos sobre como estes indivíduos se relacionam com seus direitos e exercem sua cidadania, conceitos e serviços relacionados à assistência em saúde e previdenciária e os diferentes modos de existir. Considerações finais: A aproximação do INSS com a sociedade e a universidade é de fundamental importância para a promoção de cidadania e acesso a direitos, por meio de vários temas correlatos em saúde e previdência, transformando a formação profissional. Por exemplo, ao abordar a saúde da mulher, é possível abranger também regras previdenciárias sobre auxílio maternidade, o que promove melhor integração ensino-serviço e a garantia da integralidade e resolutividade da assistência. O projeto encerrou-se em 2019, em virtude da Reforma da Previdência, que tornou mais complexa a condução das atividades, mas há intenção tanto da equipe executora quanto da comunidade para a retomada das ações.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 12041
Título do Trabalho: A ENFERMAGEM PROMOVENDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PRÉ-NATAL E VISITA DOMICILIAR EM UMA ESTRÁTEGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICIPIO DE BAIÃO-PA: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Autores: EMILLY CANELAS DE SOUZA, Kamille Giovanna Gomes Henriques, Laura Samille Lopes Meneses, Lucas Geovanne dos Santos Rodrigues, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho, Eugenia Mota Aguiar Milhomen

Apresentação: A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa a reorganização da atenção básica no Brasil, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS)(¹). A ESF é considerada, estratégia prioritária de estruturação da atenção básica (AB), sendo a principal porta de entrada no SUS, funcionando por meio de equipes de saúde da família, que desde 2004 são compostas por no mínimo um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e pelo menos quatro agentes comunitários de saúde (ACS), além de profissionais de saúde bucal(²). O pré-natal é essencial para que a mulher se prepare para ser mãe, e é por meio das consultas e outras ações desenvolvidas no âmbito da ESF que a gestante é acompanhada quanto ao desenvolvimento de sua gestação e as condições do bebê. Dessa forma, a assistência da equipe de saúde pode ser considerada como uma ferramenta para a prevenção de complicações clínicas e obstétricas no decorrer da gestação e parto(³). Os profissionais de enfermagem desempenham uma função fundamental em relação à orientação na consulta da gestante no pré-natal, assim sana as dúvidas, mantêm a mulher orientada quanto à importância das consultas e exames necessários na gestação. Neste sentido, o enfermeiro precisa realizar ações de maneira eficaz, resguardando a gestante de negligências, imperícias e imprudências, atuando de forma ética e responsável, para assegurar o nascimento de um concepto saudável(4). Objetivo. Descrever a vivência de uma acadêmica do curso de enfermagem da Universidade da Amazônia em estágio extracurricular voluntário em uma Estratégia de saúde da família no município de Baião-PA. Metodologia. Trata-se de um estudo descritivo, de natureza relato de experiência, realizado através da vivência de uma acadêmica de enfermagem na ESF no bairro da Cidade nova, no município de Baião, no período de 01 a 15 de julho de 2019, no decorrer da frequência de cinco dias por semana, 8 horas por dia, totalizando 80 horas. A discente durante o seu estágio foi supervisionada pela enfermeira da unidade responsável pela saúde da mulher e da criança. Diariamente, atendia-se 20 clientes, sendo essas divididas por ordem de chegada, em média 15 gestas eram atendidas por dia, totalizando uma média de 75 atendimentos por semana.  Resultado: e Discussão. A ESF atualmente conta com uma equipe formada por uma médica, três enfermeiros, duas técnicas de enfermagem e quinze agentes comunitários de saúde (ACS). Na estruturação dos trabalhos da ESF foi notória a rotina das atribuições da enfermeira, que realizava funções de assistência as gestantes. Durante o estágio voluntário foi possível a atuação em educação em saúde através da ministração de palestra juntamente com a enfermeira, com a finalidade de orientar as gestas da unidade sobre conceito, diagnóstico, tratamento e prevenção das síndromes hipertensivas da gestação (SHEG) e sobre a relevância dos ACS na busca ativa e encaminhamento das gestantes para acompanhamento pré-natal na ESF. Durante a execução do programa de pré-natal, observou-se a importância da enfermeira nas orientações e solicitações de exames fundamentais no início da gestação, assim como a realização de testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites virais, bem como a orientação da presença paterna nas consultas pré-natais e encaminhamento para outros profissionais. No exame físico obstétrico, verificou-se a situação e apresentação fetal, ausculta dos batimentos cárdiofetais, cálculo da idade gestacional, data provável do parto e altura uterina, além de incentivo e orientações sobre o trabalho de parto vaginal. No exame físico neonatal além de realizar todas as etapas do mesmo (percussão, palpação, ausculta cardíaca, pulmonar e inspeção) eram realizados os exames de reflexologia, e orientações sobre começar o planejamento familiar. Ao final das consultas, as orientações para cada caso eram intensificadas, entre elas: aleitamento materno exclusivo (AME) até os seis meses; alimentação saudável; situação vacinal da gestante, do neonato e orientações as puérperas para que começassem o planejamento familiar o quanto antes. As visitas domiciliares da ESF eram realizadas pela médica em conjunto com os ACS e a enfermagem, em dias distintos, sendo a enfermagem as quartas-feiras e a medicina as quintas-feiras. A visita domiciliar da enfermagem presenciada pautou-se na busca ativa de uma paciente com CID Z21, que não estava comparecendo as consultas pré-natais com a enfermagem e medicina, norteando a importância desse atendimento para dar suporte de saúde e proporcionar um vínculo entre profissional e usuário. O ACS da ESF, responsável pela cobertura da região da gestante foi quem identificou a ausência da mesma e compactuou a enfermagem para realizar a busca em domicílio. No momento da consulta domiciliar, a enfermeira realizou escuta qualificada e sensibilizou a primigesta sobre os riscos de não realizar o pré-natal, tanto para ela, quanto para o seu bebê, evidenciou-se que a mãe estava triste com  sua situação e relatava não querer o bebê após o nascimento, pois foi abandonada pelo companheiro após o diagnóstico do HIV+. A enfermeira identificando a situação-problema encaminhou a sua cliente para acompanhamento psicológico no Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) do município e orientou sobre a importância de seu retorno as consultas do pré-natal. Conclusão. A experiência dessa construção explanou a importância da vivência em estágio extracurricular na atenção primária para a formação acadêmica- profissional, uma vez que proporcionou conhecer e aprender sobre o cotidiano da comunidade e ações desenvolvidas na ESF por sua equipe, principalmente, sobre a atuação e importância do enfermeiro no pré-natal.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9482
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DO CUIDADO CORPORAL EM ESCOLARES ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Lara Lelis Dias, Daniel Reis Correia, Laís Sousa Silva, Débora Mol Mendes, Renata Oliveira Caetano, Thais Bitencourt Faria, Sada Saliba Castro, Pedro Paulo do Padro Junior

Apresentação: As crianças possuem todos os direitos defendidos pela constituição, logo, é dever da família, sociedade e governo, assegurá-los, a respeito de seus direitos sociais, como: educação, saúde e alimentação. Considerando o acesso da criança à saúde, é fundamental o exercício de práticas que promovam um crescimento saudável e a educação em saúde contribui para uma qualidade de vida. O curso de enfermagem da Universidade Federal de Viçosa, através da disciplina Enfermagem, Saúde e Sociedade, realiza a inserção dos estudantes na comunidade, afim de realizar, dentre outras atividades, práticas de educação em saúde com grupos populacionais, de acordo com os ciclos de vida. Desenvolvimento: O presente trabalho refere-se à experiência da atividade realizada com crianças, em uma escola municipal da zona da mata mineira. A atividade, compreendeu: conhecer o território (a escola), a realidade social dos seus estudantes e realização de uma prática de educação em saúde. O tema “Cuidados corporais”, foi definido em acordo com a direção da escola. A partir do tema, o grupo, desenvolveu atividades a serem aplicadas em todas as séries da escola. Nesse trabalho será relatado as atividades desenvolvidas com as crianças do 1° e 2° anos do ensino fundamental. Os temas trabalhados foram: lavagem das mãos, banho, prevenção de piolhos, cuidados com os dentes. A dinâmica da atividade compreendeu momentos, assim descritos: o primeiro, consistiu em uma roda de conversa entre o grupo e as crianças, para avaliar os conhecimentos prévios sobre o assunto. No segundo momento, foram entregues caixas, com frases e imagens coloridas sobre a temática, com o objetivo de reforçar os conhecimentos prévios, corrigir os conceitos errados e agregar novos saberes como: prevenção de doenças, como identificar e tratar os problemas. As crianças sorteavam um papel, e com a instrução de um dos membros do grupo, os temas eram discutidos. A partir das questões e imagens sorteadas foi construído um mural, que posteriormente foi fixado no pátio da escola servindo de orientação para os demais estudantes. O último momento consistiu em uma nova roda de conversa para avaliação da proposta de trabalho e dos conhecimentos adquiridos. Resultado: A maioria das crianças, já possuía noções básicas de higiene, porém, a atividade foi importante para o esclarecimento da importância das ações de cuidado corporal, em especial na promoção da saúde e prevenção de doenças. Ao término da atividade as crianças apresentavam respostas mais completas sobre o tema. Durante a atividade, as crianças mostraram-se interessadas em participar das ações propostas, e acredita-se que a metodologia utilizada proporcionou às crianças a possibilidade de aplicar na prática os ensinamentos aprendidos. Considerações finais: O ensino criativo e divertido foi o diferencial nos resultados alcançados, e o aprendizado para as crianças, pode transformá-las em agentes de propagação de conhecimento, para além da escola. A experiência vivenciada proporcionou ao grupo a percepção da importância da interação universidade e comunidade e a oportunidade de realizar práticas de educação em saúde promoveu a satisfação, de poder intervir no território e perceber mudanças na comunidade.  


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Trabalho nº 10508
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA CONSCIENTIZAÇÃO E PREVENÇÃO SOBRE OS PERIGOS DO TABAGISMO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Autores: Vitória Gonçalves Ribeiro, Adriele Cristine Sacramento da Silva, Carlos Michel Duarte Braga, Bruno William Baia da Silva, Rahilda Brito Tuma

Apresentação: Sabe-se que o tabagismo é extremamente prejudicial à saúde, levando a ocorrência de doenças respiratórias, cardiovasculares e a introdução de crianças e adolescentes precocemente ao tabagismo torna-o ainda mais nocivo à saúde, visto que, quanto mais cedo, maior o risco de desencadear doenças crônicas, problemas de memória, déficit de atenção, depressão, ansiedade, transtorno de humor, além de antecipar o aparecimento de alguns tipos de câncer quando adulto, haja vista que um terço dos jovens experimentam o cigarro antes dos 12 anos, então considerando que o cérebro ainda está em formação nessa fase é muito mais nocivo ao indivíduo fumar, isso o torna portanto, mais suscetível à desenvolver tais doenças ao longo da vida. Por conseguinte, é necessário conscientizar e educar as crianças e adolescentes de forma didática e lúdica acerca dos perigos que o tabagismo pode causar a sua saúde e ao seu desenvolvimento. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos da área da saúde na prevenção e conscientização acerca dos danos causados pelo tabagismo. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, do tipo relato de experiência que teve como público alvo alunos de uma Escola Pública de Ensino Fundamental, onde foram desenvolvidas ações de promoção da saúde, prevenção do tabagismo e prevenção de doenças crônicas. A ação educativa foi realizada através de metodologia ativa com uso de material educativo (vídeos lúdicos, banner e folders). Os acadêmicos foram previamente capacitados sobre o tema pela orientadora, por meio de uma oficina teóricoprática do Programa Nacional de Controle do Tabagismo de 12 horas. Na escola, foi realizado um cine-debate sobre os riscos do tabagismo. Para avaliar a opinião das crianças sobre a ação educativa, foi aplicada a “Escala Hedônica facial mista, verbal e lúdica”, seguindo o protocolo do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação, por meio das Resoluções FNDE/CD nº32/2006 e FNDE/CD nº38/2009, escolhida por ser um método de fácil entendimento e execução, adequado para a faixa etária de 8 a 15 anos, além de apresentar baixo custo. A ficha da Escala Hedônica constou de 4 categorias: ÓTIMO, BOM, REGULAR e PÉSSIMO. Resultado: Foram entregues 40 fichas de avaliação e apenas 02 (5%) foram rasuradas e, portanto, descartadas da avaliação. Entre os 38 respondentes foram obtidos os seguintes Resultado: 57% consideram ÓTIMO, 28% BOM, 6% REGULAR e 4% PÉSSIMO. Portanto, a maioria (85%) dos participantes respondeu positivamente (ÓTIMO E BOM) à proposta educativa como um todo. Resultado: Diante do fato de cada vez mais cedo crianças e adolescentes fumarem, torna-se fundamental a promoção de ações de educação e conscientização sobre o tabagismo. Tais ações mostraram-se eficazes na prevenção de hábitos nocivos à saúde como o mesmo, em prol da melhoria da qualidade de vida e de saúde da população. Os resultados positivos obtidos nesta experiência mostram a viabilidade de promover atividades práticas, simples e de baixo custo, contando com boa receptividade por parte do público alvo.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8578
Título do Trabalho: TRASNTORNOS ALIMENTARES, PROFESSORES E AMBIENTE ESCOLAR: CONHECIMENTO PRÉVIO E INTERSETORIALIDADE PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE
Autores: Carlos Felipe Fontelles Fontineles, Normanda de Almeida Cavalcante Leal, Aldo Angelim Dias, Lysrayane Kerullen David Barroso, Lucianna Leite Pequeno, Yohana De Oliveira Ponte

Apresentação: O mundo contemporâneo vive um processo de transição nutricional, que resulta em uma alta prevalência de sobrepeso e obesidade na população mundial, caracterizando um crescimento epidêmico. No contrafluxo dessa epidemia mundial, pode-se perceber o surgimento de uma sociedade lipofóbica, que valoriza determinados padrões vigentes de beleza, que rotula os obesos, associando o excesso de peso a valores morais negativos diante da sociedade. Estes padrões, o corpo altamente idealizado no modo de vida contemporâneo, e a veiculação da mídia de uma ideologia pela construção de corpos belos e saudáveis produzem um terreno propício para o surgimento e instalação de psicopatologias associadas à distorção da imagem corporal e os mais extremos Transtornos Alimentares (TA). A adolescência é um constitui uma fase de repletas transformações que correspondem às alterações físicas, mentais e sociais. Associado a essas transformações, este púbico demonstra inúmeras preocupações, entre elas, a aparência corporal, que pode desencadear alterações no comportamento alimentar. Diante destas disso, este é um público apresenta insatisfação corporal, um dos fatores determinantes para o desenvolvimento dos sintomas de TA. A Política de Atenção Integral à Saúde do Adolescente institucionaliza um novo olhar sobre o jovem e adolescente, estimula a reflexão sobre novos conceitos, estratégias e ações na área de promoção da saúde a partir de uma abordagem intersetorial. Neste sentido, faz-se necessário a inserção dos profissionais de saúde no contexto da educação, não apenas para identificar problemas relacionados a saúde, mas desenvolver ações de educação e promoção da saúde com estratégias de diversos assuntos que permeia a vida em todo contexto dos jovens. Assim, o objetivo foi identificar a percepção dos profissionais da educação em relação aos transtornos alimentares. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa intervenção com abordagem qualitativa desenvolvida pela Nutricionista Residente em Saúde da Família. O local do estudo foi Escola Municipal Trajano de Medeiros, situada no território de abrangência do Centro de Saúde da Família Maria Aldeodata, no município de Sobral – Ceará. Os profissionais participantes foram um coordenador, uma diretora e três professores. O método proposto por Paulo Freire, círculo de cultura, foi utilizado para o desenvolvimento da oficina, esta abordagem constitui uma ideia substituição da “sala de aula” ou “turma de alunos”, por Círculo participativo com ênfase no diálogo, campo profícuo para a reflexão-ação na elaboração coletiva de uma proposta sistematizada para uma educação em saúde construtiva. O momento da intervenção desenvolvido na escola e articulada com os profissionais de saúde, realizaram-se no formato de oficinas, fundamentadas no Método de Paulo Freire, o Círculo de Cultura, que dinamiza o processo educativo possibilitando um diálogo visando à promoção da saúde dos jovens envolvidos. Desta forma, de acordo com a etiologia da palavra, o “círculo” definido pela representação geométrica, pressupõe que os participantes estejam reunidos adquirindo a forma de um círculo, em que todos se olham e se veem, onde se ensina e se aprende, ao mesmo tempo, por meio do diálogo. É “de cultura”, pois esses momentos têm o potencial de extrapolar o aprendizado individual, produzindo também modos próprios e renovados, solidários e coletivos de pensar e agir, por meio de uma interação do homem com a realidade, recriando-a e buscando-se a dinamização de seu espaço no mundo. A oficina se deu com a participação dos profissionais da educação (coordenador e professores) com o objetivo de construir um conceito a partir do conhecimento prévio sobre a temática acerca dos transtornos alimentares com o recurso da nuvem de palavras. O desenvolvimento da oficina contou com palavras disparadoras: “peso corporal”, “imagem corporal”, “saúde”, “alimentação saudável” e “redes sociais”. Estas palavras direcionou a construção do conceito, conhecimento prévio dos profissionais e sensibilização quanto ao olhar e escuta para as problemáticas atuais dos adolescentes e, assim, possíveis identificação. Para a coleta de dados foram utilizados a observação participante, o diário de campo, é importante salientar que houve o registro da intervenção através de fotos, gravações (voz e vídeos), questionários e de um diário de campo que se caracteriza por ser um instrumento de registros diários. Para análise utilizou-se o recurso do diagrama de nuvens de palavras, construído através da ferramenta Wordle, recurso de acesso gratuito e disponível na internet. Foi aplicado aplicados os Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE e o Termo de autorização de uso de imagem para os profissionais. A proposta de pesquisa foi enviada para o comitê de ética e pesquisa com seres humanos da Universidade Estadual Vale do Acaraú, sendo aprovada pelo número do parecer: 2.890.972. Resultado: As falas, para a construção do conceito e entendimento dos transtornos nutricionais segundo os profissionais da educação, são os seguintes: “Quando raramente eu ouço falar sobre transtornos alimentares, entendo que é mais presente em meninas, mulheres. E sei que tem a ver com excesso de comida, vômitos, magreza, obesidade, ausência de alimentos. São pessoas com psicológico afetado e imagem física deturpada”. (P1). “O transtorno que eu sei, é aquela pessoa que tem compulsividade por comida, ou aquela que come, se arrepende e fica vomitando e não come nada”. (P2) Ao analisar as falas, na conversa com o entrevistado P1, pode-se perceber a construção de um conceito mais amplo com relação a saúde e transtornos alimentares e uma aproximação com a literatura, que relata os TA como psicopatologias que envolvem alterações graves nos componentes biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares. Segundo o diagrama de palavras, As palavras que mais foi citada no diálogo com os profissionais da educação e que apresenta uma maior relevância em torno dos transtornos alimentares, são: “comida, come, transtornos alimentares, pessoas”. É perceptível a aproximação com o tema, porém, as palavras expressam um conceito limitado e relata mais o aspecto da relação das pessoas com a comida. É importante pensar na perspectiva que os TA apresenta etiologia multifatorial diagnóstico clínico de transtorno alimentar apresentam sintomas comportamentais. Considerações finais: Neste sentido, pode-se perceber que os educadores sentem grande necessidade de trabalhar os temas saúde, educação e meio ambiente em conjunto com alunos e equipe de saúde; desejavam, portanto, receber treinamentos específicos por não se sentirem preparados para a efetivação da promoção da saúde dentro de seu ambiente de trabalho, a escola. Assim, estas ações de intersetorialidade é de fundamental importância para o desenvolvimento da educação em saúde.


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Trabalho nº 9130
Título do Trabalho: IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO BÁSICA EM AÇÕES DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E APOIO AO ALEITAMENTO MATERNO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Evelyn Rafaela de Almeida dos santos, Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Rayane Franklin Mourão Cardoso

Apresentação: O aleitamento materno é considerado um dos pilares fundamentais para a promoção e proteção da saúde das crianças, devido o ser um alimento completo e natural, adequado para muitos recém nascidos como fonte de alimento, de proteção contra doenças e de afeto. Além disso, o aleitamento desempenha um papel importante na saúde da mulher e da criança, trazendo inúmeras vantagens ao prevenir infecções gastrointestinais, respiratórias e urinárias, diminuindo o risco de alergias e promovendo a melhor adaptação da criança para receber outros tipos de alimentos, assim como facilita uma involução uterina mais precoce e associa-se a uma menor probabilidade da mãe desenvolver cancro da mama. Ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno são importantes para a melhoria da saúde pública. Entretanto, a implementação dessas ações, depende de esforções coletivos e intersetoriais, constituindo um grande desafio para o sistema de saúde pública, isso dentro de uma perspectiva de abordagem integral e humanizada. Com isso, destacamos o papel fundamental da Atenção Básica (AB) nas estratégias efetivas de promoção, proteção e apoio à prática do aleitamento materno, como a criação de salas de incentivo ao aleitamento, tendo em vista que, esse é um espaço de acolhimento e orientação a gestante e mães no que diz respeito à amamentação. Assim, o objetivo deste trabalho é relatar a importância do aleitamento materno a partir de uma vivência de acadêmicos de enfermagem em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiência. A vivência se deu a partir de uma visita técnica em uma UBS da periferia de Belém, em dezembro de 2019, onde acadêmicos de enfermagem tiveram contato com a sala de incentivo e aleitamento materno da UBS, a qual é além da Fundação Santa Casa de Misericórdia, a única que faz coleta do leite materno, o qual é armazenado no banco de leite humano. Resultado: A partir da visita na UBS, foi possível verificar que o banco de leite humano é uma das principais iniciativas para a redução da mortalidade infantil, tendo em vista que, algumas mulheres não produzem leite suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais do seu bebê de maneira exclusiva. Além disso, por entender a importância do aleitamento a UBS oferece instruções quanto à pega, posição, ordenha e contracepção para as mulheres que tenham dificuldades com a amamentação, ademais, a equipe da unidade fornece um kit de aleitamento para auxiliar as mães nesse processo. Como o leite materno também garante à criança um crescimento com menos riscos de hipertensão, diabetes e colesterol alto, por exemplo, traz uma evolução para a saúde pública do país e por isso a UBS usa como estratégia de incentivar o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses um certificado de “Mãe Maravilha”. Considerações finais: Com a visita técnica os acadêmicos observaram a importância do aleitamento materno, além de visualizarem estratégias que contribuem e incentivem essa ação. Outrossim, essa visita contribuiu para a formação acadêmica dos futuros enfermeiros despertando um olhar diferente acerca desse assunto.  


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Trabalho nº 7440
Título do Trabalho: O USO DA METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO COMO FORMA DE PROMOVER AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA COMUNIDADE
Autores: Pedro Lucas Carrera da Silva, Hector Brenno da Silva Cagni, Kendra Sueli Lacorte da Silva, Iasmim Ianne Sousa Tavares, Ana Carolina Ferreira Pantoja, Stefany Ariadny Moura Braga, Armando Sequeira Penela

Apresentação: A educação em saúde é uma prática que abarca a mobilização e a participação social a partir da transmissão de conhecimentos que envolvem a saúde em geral, sendo uma ação essencial para a promoção e manutenção da saúde na sociedade. Essa atitude ajuda na mudança de hábitos e na prevenção de infecções e doenças, bem como na democratização do conhecimento científico. A Metodologia da Problematização (MP) leva em conta a realidade do sujeito (estudante), conhecimentos prévios e sua experiência, além de utilizar um esquema denominado “Método do Arco”. Esse método utiliza uma estrutura que parte da observação da realidade e percorre etapas que envolvem reflexão, teorização, hipóteses de solução e retorno à realidade. O alvo é sempre a realidade e as possibilidades de transformá-la, através da solução do problema colocado. O presente trabalho tem como objetivo, descrever a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem realizando ações de educação em saúde, durante o período de um ano, baseando-se na Metodologia da Problematização pelo Arco de Maguerez. Desenvolvimento: Para realizar cada ação de educação em saúde, os acadêmicos tiveram que cumprir as etapas do Arco de Maguerez, sendo estas, respectivamente: observação da realidade, onde foram identificados problemas que necessitavam de intervenção; levantamento dos pontos-chave, momento no qual era dialogado sobre as principais questões dos problemas a serem trabalhados; teorização, período em que foram pesquisadas informações que conduzissem ao entendimento do problema; hipóteses de solução, etapa na qual eram discutidas possíveis soluções, de forma que estas pudessem ser executadas pelos próprios acadêmicos e envolvessem o público atingido; aplicação à realidade, que consiste na ação de educação em saúde. As atividades foram realizadas com pré-adolescentes e adolescentes de uma escola pública de ensino fundamental e médio, com foco na mitigação dos problemas, sensibilizando os participantes de modo que estes fossem capazes de provocar, paulatinamente, uma mudança positiva na realidade que vivenciam. Resultado: Os autores, mediante a observação da realidade e o levantamento de pontos-chave, conseguiram compreender os problemas que fazem parte da realidade no entorno, tais como a necessidade de uma alimentação saudável, uma higiene adequada e o combate às parasitoses, entre outros, totalizando 7 ações de educação em saúde. Por intermédio da teorização, puderam ter sua primeira experiência de pesquisa e realização de trabalhos científicos com a comunidade, conhecendo, atenuando e resolvendo problemas simples, os quais enfrentarão no ambiente de trabalho. Com o auxílio do retorno à realidade, os discentes aprenderam a dialogar e interagir com a população de modo conciso e compreensível. Considerações finais: Com o objetivo deste trabalho alcançado, é possível perceber a importância da continuidade da MP, dado que pôde aproximar os acadêmicos com a sociedade que está além dos muros da instituição de ensino, incentivando-os a relacionar-se e buscar, de modo autônomo, formas de intervir positivamente em qualquer local no qual seja inserido. Além do mais, a população pôde ter acesso às informações que de fato são confiáveis e não apenas resultado do senso comum e de suposições.


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Trabalho nº 11907
Título do Trabalho: ONZE ANOS DO PROJETO AMBULATÓRIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE, 2008 A 2019: A INFORMATIZAÇÃO DOS DADOS E A AVALIAÇÃO DAS AÇÕES EXECUTADAS
Autores: Ana Carolina Barbosa Caudet, Vitor da Silva Siqueira Lobo, Giovanna Neri Ferreira, Thaina Novaes Tempesta, Marina Boleli de Salles, Winnie de Camargo Vieira, Jorge Esteves, Alfredo Oliveira Neto, Roberto de Andrade Medronho

Apresentação: O Ambulatório de Promoção da Saúde (APS) é um projeto de extensão criado por alunos de Medicina em 2008 e atua, supervisionado por docentes, na Vila Residencial do campus Fundão da UFRJ, promovendo ações de educação e de assistência à saúde. Ao longo desses onze anos de projeto foi gerada uma quantidade relevante de prontuários em papel dos nossos atendimentos. A análise desses dados é importante para o aprimoramento das ações do APS. O objetivo é digitalizar os dados do APS, identificar deficiências na coleta de informações e analisar o perfil dos pacientes atendidos pelo projeto de 2008 a 2019. Isso será feito com o uso do Google Forms, com dados dos prontuários em papel, acoplados com as informações já digitalizadas em planilha Excel de 2008 a 2012 e de 2015 a 2018. A partir dos prontuários, são digitalizados dados como nome, idade, sexo, cor da pele, naturalidade, escolaridade, estado civil, quantidade de atendimentos, doenças crônicas (hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes melito tipo 2 (DMII)), tabagismo e etilismo. Posteriormente, são feitas análises univariadas e bivariadas através do programa estatístico SPSS para conhecer melhor o perfil sociodemográfico e epidemiológico da população atendida. São utilizados razão de prevalências, teste de qui-quadrado para proporções e o teste de Mann-Whitney para variáveis numéricas. A digitalização dos dados no Google Forms já está avançada. Resultado: preliminares de dados previamente digitalizados mostram que de 2015 a 2018 foram realizados 221 atendimentos e de 2008 a 2012 foram atendidos 223 pacientes. Desses, 409 foram completamente digitalizados e analisados. Houve informações ignoradas, que foram excluídas das análises. As análises univariadas mostram que 61% é do sexo feminino, a idade média dos atendidos é 49 anos, 70% é natural da região Sudeste, 40% é casada e 61% é não branca. A distribuição segundo IMC mostra que 73% possui sobrepeso (IMC ≥ 25), sendo 38% obeso (IMC ≥ 30). A prevalência de HAS é de 51,2% e de DMII é de 16,8%. Em relação a etilismo e tabagismo, 38% são tabagistas e 38% são etilistas. As análises bivariadas foram feitas associando HAS com IMC, idade, sexo, escolaridade e local de nascimento. Foi encontrado que a prevalência de HAS aumenta conforme o IMC e a idade, é maior no sexo feminino, em migrantes e em indivíduos que possuem escolaridade até o ensino fundamental. Em relação a obesidade, DMII, tabagismo, sexo e cor, foram feitas análises de razão de prevalências. Encontrou-se uma associação significativa entre HAS e obesidade (RP = 1,26; p-valor 0,05), entre HAS e DMII (RP = 2,26; p-valor 0,01) e entre HAS e tabagismo (RP = 1,26; p-valor 0,05). Outras associações foram encontradas, porém sem significância estatística: HAS e sexo feminino (RP = 1,15; p-valor = 0,19); HAS e cor não branca (RP = 1,23; p-valor = 0,06). Diversas outras associações não tiveram significância estatística. O prontuário do paciente é um instrumento permanente de educação, pesquisa e gerenciamento dos atendimentos, portanto, a informatização desses prontuários trará benefícios para orientar na efetividade das ações do projeto.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10031
Título do Trabalho: POR ONDE ANDAM A PROMOÇÃO À SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO DISTRITO FEDERAL EM 2017? – INTERSETORIALIDADE, CIDADANIA E CIDADES SAUDÁVEIS NA PROMOÇÃO À SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO DF?
Autores: Larissa Alencar Rodrigues, Guilherme Augusto Pires Gomes, Tâmara Rios de Sousa, Ana Carolina Esteves Da Silva Pereira, Flavia Tavares Silva Elias

Apresentação: Este projeto aplicativo é resultado de pesquisa realizada entre abril de 2017 e março de 2018 relacionando intersetorialidade e cidadania para promoção à saúde de pessoas em situação de rua – PSR. O objetivo principal é Identificar a rede de equipamentos sociais disponíveis e propor ações para o fortalecimento da cidadania da população em situação de rua no Distrito Federal; e tendo como objetivos específicos: Identificar os equipamentos sociais da rede a partir da perspectiva de pessoas em situação de rua e da análise das publicações da Revista Traços, que promove saúde através da geração de renda a PSR no Distrito Federal e propor ações que contribuam para o fortalecimento da cidadania da população em situação de rua, abrangendo a governança intersetorial, a disseminação de informações sobre os equipamentos/iniciativas e a comunicação entre os pontos da rede, sejam a própria população, os trabalhadores e atores não governamentais. Desenvolvimento Trata-se de um estudo de cunho exploratório e descritivo realizado a partir de dados primários e secundários. Assim, três etapas foram realizadas: entrevistas com questões abertas, análise documental e proposta de aplicação para atuação no território. Com o objetivo de identificar a rede viva de equipamentos sociais para a população em situação de rua a partir de usuários-guia A estratégia de observação participante permitiu aos pesquisadores obter elementos da realidade nas quais as iniciativas são desenvolvidas no Distrito Federal. Os espaços de vivências foram 21 e sistematizados na pesquisa. Foram realizadas seis entrevistas, cujos trechos foram transcritos posteriormente. Como identificação, utilizamos “E” para os entrevistados (de E1 a E6) e “P” para qualquer um dos pesquisadores envolvidos na pesquisa. A primeira entrevista foi realizada com um informante-chave no primeiro momento de vivência do Curso de Especialização em outubro de 2017, novembro e janeiro de 2017. Foram realizados registros audiovisuais com autorização de uso de imagem e som com aceite oral. As questões abordadas perpassam pela trajetória de vida e percepção sobre os serviços sociais e de saúde ofertados para pessoas em situação de rua, específicos ou não. O critério de seleção foi as entrevistas que mais abordaram as categorias de análise definidas para o desenho deste estudo: assistência social, saúde e educação. Além disso, realizou-se uma análise documental de reportagens de 22 edições da Revista Traços. A revista é um projeto criado para dar voz às iniciativas culturais no DF e também uma ferramenta de reinserção social para pessoas em situação de rua, responsáveis por comercializá-la, sendo chamados de Porta-vozes da Cultura. Praticamente todas as revistas contam com uma reportagem voltada para a história destes porta-vozes. Optou-se por priorizar os seguintes eixos ou categorias temáticas: 1) saúde; 2) educação; e 3) assistência social. Ao final de cada procedimento citado anteriormente, foi feita a análise de discursos (entrevistas e revistas), agrupamento de falas de acordo com as delimitações do estudo (categorias) e, por fim, a sistematização dos equipamentos sociais identificados na pesquisa. Resultado: Compreendeu-se que embora haja algum diálogo, ações conjuntas visando resolutividade são escassas. As seis entrevistas levantaram a trajetória de vida e percepção de PSR sobre os serviços da assistência social, saúde e educação. Foram mapeados 59 equipamentos sociais públicos e privados relacionados à promoção à saúde e Cidades Saudáveis. Observou-se uma forte presença de ONGs conveniadas com o governo para a prestação de serviços do SUAS, os entrevistados A partir das entrevistas, identificou-se um total de 13 equipamentos disponíveis para população em situação de rua. Além do nome do serviço, foram adicionadas informações como tipo de entidade, objetivo, abrangência/população beneficiada, situação em 2017 e financiamento. Dentre osequipamento identificados sete estão relacionados à saúde, quatro à assistência social e dois à educação. Já a análise documental da Revista Traços apontou-se 46 equipamentos ou atores relacionados à população em situação de rua no DF. Quanto a origem, dezesseis são estatais, dois paraestatais, um banco de economia mista e os demais de origem privada. Dentre os atores ou equipamentos privados há ONGs, igrejas, ONGs de iniciativa de igrejas, comércios, missionários e uma banda de samba da cidade. São dez as ONGs identificadas, duas iniciativas de comércio e dez iniciativas relatadas têm vínculos religiosos. As comunidades terapêuticas foram mais presentes nos discursos. Dois entrevistados mencionaram ter passado (mais de uma vez) por esse tipo instituições. Cinco equipamentos foram identificados a partir das entrevistas e oito a partir da revista Traços, alguns semelhantes nas duas análises. Caminhando para um panorama geral da análise, pôde-se perceber que diversos atores e equipamentos atuam na promoção à saúde, colaborando para a construção de Cidades Saudáveis. Os atores que se apresentam como barreiras na promoção de direitos são: o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTRANS), na obtenção de Passe Livre Estudantil para a PSR; o Conselho Tutelar, quando viola o direito de uma mãe em situação de rua tentando tirar a guarda de seus dois filhos e, hoje, como porta-voz da cultura, conseguiu acesso à moradia e outros direitos e diminuir o risco de uma atuação do Conselho; e a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (AGEFIS), que em um dos relatos da revista retirou pertences e barraca uma pessoa em situação de rua que vivia em frente a Fundação Nacional da Arte (FUNARTE), equipamento cultural localizado no centro de Brasília. A AGEFIS atua fortemente no Distrito Federal como instrumento do Estado de higienização. Diversos vendedores informais têm seus produtos confiscados pela agência no famoso “rapa”. Certamente, o Estado mostra através da atuação desta instituição, um tratamento desigual a infratores pobres e a infratores de classe média e ricos, sendo um exemplo da distribuição de direitos e violações no espaço geográfico na lógica capitalista, conforme autores do direito à cidade relatam. Com a análise dos resultados foram propostas três estratégias para aplicação: fomentar a criação da Rede social de atores envolvidos com a garantia de direitos à População em Situação de Rua, disseminar de forma contínua iniciativas que promovam saúde para PSR, utilizando-se de aplicativos, e fortalecer a participação social e educação por pares. Uma dissertação de mestrado da Fiocruz Brasília também apontou a necessidade desse aplicativo e no final de 2018 captou-se recurso em edital de fomento com este fim. Considerações finais A identificação de equipamentos por si só não é capaz de elucidar toda uma rede viva. As iniciativas sistematizadas constituem importantes pontos das redes das pessoas em situação de rua do Distrito Federal, porém não a caracterizam como um todo. Uma rede viva é uma representação real de todas as relações estabelecidas pelo sujeito, seja com outras pessoas, seja com serviços, formais ou informais, bem como seus fluxos e a conexão entre os demais pontos da rede. Somente a identificação não permite, por exemplo, identificar as pessoas inseridas na oferta do serviço e na configuração da rede ou como se dá a conexão entre os demais pontos dessa mesma rede.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 5916
Título do Trabalho: PROMOVENDO SAÚDE SOBRE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL PARA FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR E TRABALHADORES DE UMA EMPRESA AUTOMOBILÍSTICA DO RECIFE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Autores: Maria Eduarda Soares Viana

Apresentação: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a doença que mais leva a óbito os brasileiros, sendo considerada a principal causa de incapacidade e internações no mundo1. Ocorre quando os vasos que levam sangue ao cérebro obstruem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea e consequentemente, sem oxigênio. É uma doença que acomete mais o sexo masculino e atinge com mais frequência indivíduos com idade superior a 60 anos. Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa. O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos, já o hemorrágico é responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico2. Objetivo: Compartilhar a experiência da ação de um projeto de extensão sobre o Acidente Vascular Cerebral (AVC) para funcionários da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) e trabalhadores de uma empresa automobilística do Recife. Método: Trata-se de um relato de experiência sobre ações de conscientização e prevenção realizadas por estudantes de áreas interdisciplinares através do projeto de extensão Pense Bem AVC. Resultado: O projeto de extensão intitulado como “Pense Bem AVC – FPS” tem como objetivo trazer para a população conhecimentos gerais sobre a doença, com foco maior na explanação da prevenção baseada nos fatores de risco bem como a identificação dos sinais e sintomas para um rápido socorro da vítima. Todas as ações eram supervisionadas por algumas das coordenadoras e monitoras do projeto. As atividades prosseguiam-se com distribuição de um breve questionário contendo algumas perguntas sobre o tema com o objetivo de analisar o nível de conhecimento e dúvidas os ouvintes. Notou-se que com esse formato de abordagem, ouve uma maior interação entre o público-alvo e os estudantes ali presentes, tornando-se uma apresentação mais dinâmica e de grande interesse por parte dos ouvintes. Nas ações realizadas, foi observado um considerado número de participantes que declararam conhecer pessoas que tenham sofrido AVC, o que só confirma os dados alarmantes de casos ocorrentes de acidente vascular cerebral, além da grande importância de promover cada vez mais educação em saúde sobre essa patologia e orientar para as prevenções necessárias. Resultado: O AVC pode ser prevenido através da redução dos fatores de riscos causador do mesmo, por isso a importância da equipe multidisciplinar como propagador dessa informação. Tendo em vista que existe uma escassez de informações consolidadas pelos cidadãos sobre o tema AVC, de acordo com as dúvidas frequentes apontadas pelo público-alvo alcançado pelo projeto, é considerada importante então, a divulgação dos fatores de risco, sinais e sintomas, prevenção, além de transmitir informações sobre o socorro, hospitais de Referência e reabilitação. Com a propagação dessas informações, acredita-se que as ações interdisciplinares proporcionadas por estudantes da FPS, obtiveram positivamente, grande impacto na aquisição de conhecimentos e informações por parte dos ouvintes.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 11550
Título do Trabalho: ANÁLISE DO PERFIL DEMOGRÁFICO DA POPULAÇÃO DE CRIANÇAS DA VILA RESIDENCIAL (ILHA DO FUNDÃO) VACINADA CONTRA A GRIPE PELO PROJETO AMBULATÓRIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (UFRJ)
Autores: Renata Escosteguy Medronho, Raquel Almeida Crespo, Alexandra Correia Andrade, Paula Dalastra, Roberto de Andrade Medronho, Jorge Esteves

Apresentação: Sabe-se que as crianças abaixo de dois anos de idade apresentam morbidade semelhante à observada nos grupos de risco para infecção grave por influenza, caracterizada por elevada taxa de hospitalização, aumento do número de consultas médicas e complicações por infecção secundária. No entanto, nos últimos anos houve o crescimento do movimento antivacinação no Brasil; esse incluído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em seu relatório sobre os dez maiores riscos à saúde global em 2019. Assim, é notória a importância da ampliação da cobertura vacinal na Vila Residencial, local de atuação do Ambulatório de Promoção da Saúde, projeto de extensão da faculdade de Medicina da UFRJ. Ademais, destaca-se a relevância de analisar a situação vacinal das crianças da comunidade, para fins de promoção da saúde em campanhas vindouras e conscientização dos responsáveis acerca da importância dessas. Materiais e métodos: entrevistas realizadas por alunos do projeto com os responsáveis de crianças residentes da Vila Residencial. Os dados coletados incluem a idade das crianças, a análise da carteira de vacinação das mesmas (ou o motivo de não terem sido analisadas) e o porquê de existirem carteiras incompletas. Resultado: Foram colhidos dados de 52 crianças, com idade variando de 1 a 10 anos, sendo 48% na faixa de 1 a 4 anos, 25% na faixa gt; 4 a 6 anos e 27% na faixa gt; 6 a 10 anos44,2% tinha as vacinas em dia, 42,3% não tinha e 13,5% não foi possível avaliar, porque o responsável não trouxe a carteira no dia da entrevista. Quanto à causa da carteira incompleta, 59,1% não sabia da necessidade de dar a respectiva vacina/dose; 13,6% refere que vacina não estava disponível na rede; os motivos restantes dividiram-se entre: não quis dar; esquecimento; responsável não sabia dizer o porquê; deseja fazer exames antes; perdeu data da campanha. Sobre as vacinas não feitas, citam-se: febre amarela fracionada (40,9%) e dose única (13,6%), hepatite A (27,3%) 2o reforço penta/DTP (22,7%), varicela atenuada (31,6%); as demais incluíram rotavírus humano e HPV (ambas as doses). Considerações finais: A partir dos dados apresentados, vê-se um expressivo percentual de carteiras de vacinação incompletas; a maioria por conta do desconhecimento dos responsáveis quanto à necessidade de dar a referida vacina/dose. Isso ressalta a relevância de ações de promoção à voltadas a essa população e a seus responsáveis, educando quanto à maneira correta de administrar as vacinas conforme idade. Ademais, a OMS alertou sobre um possível surto de febre amarela no Brasil entre dez/2018 e jan/2019, e sobre casos de epizootia, incluindo no Rio de Janeiro. Pelos dados colhidos, percebe-se que a vacina menos feita nessa população foi a de febre amarela. Isso torna imprescindível o reforço aos familiares quanto à importância da vacinação dessas crianças contra o vírus, em consonância com as recomendações da OMS.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7456
Título do Trabalho: O USO DAS REDES SOCIAIS NA PROMOÇÃO DE SAÚDE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Autores: Samara Santos Nascimento, Deise Andrade Melo, Emanuelly Maria Lima Barbosa, Fernando Lopes, Luisa Tiemi Souza Tuda, Sandro Adriano de Souza Lima Junior, Bahiyyeh Ahmadpour

Apresentação: As mídias sociais são ferramentas que ampliam a comunicação e a difusão de informações de maneira rápida e prática entre os seus utilizadores e estas podem ser usadas para divulgar informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário como descrito em um dos princípios e diretrizes da Lei 8080 do Sistema Único de Saúde (SUS) a qual dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Concomitante a isso, aproximar a universidade da comunidade e divulgar informações a respeito da Atenção Básica de Saúde aos usuários, foi uma das formas pensadas pela disciplina de Saúde Coletiva III do terceiro período do curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) para alcançar-se mudanças no campo da saúde, de maneira a impulsionar o estudante de Medicina a buscar estratégias utilizando uma linguagem de fácil compreensão a respeito dos programas da Atenção Básica de Saúde do SUS com fins de promover o conhecimento sobre eles e alcançar uma vasta quantidade de pessoas. Logo, diversos grupos de alunos desenvolveram um produto para às mídias sociais com esse objetivo e um desses grupos criaram uma conta chamada “Blogueirinhos do SUS” em uma plataforma digital com a finalidade de divulgar e esclarecer dúvidas quanto a Estratégia Saúde da Família (ESF) e fornecer informações referentes a promoção, prevenção e cuidados com a saúde. Dessa forma, esses estudantes desenvolveram materiais informativos sobre essas temáticas de modo descontraído e com fundamentos teóricos referenciados, também empregando diversos recursos tecnológicos de maneira a aproximarem-se da população e sua abrangente diversidade. Desenvolvimento: A Estratégia de Saúde da Família está inserida na Atenção Básica de Saúde e se fortalece cada vez mais como uma porta de entrada para o SUS. Sendo esse nível de atenção amplamente divulgado pelo Ministério da Saúde, os acadêmicos do terceiro período de Medicina foram desafiados pela disciplina de Saúde Coletiva III a dar seguimento a essa difusão de informações e promover a saúde através da divulgação da ESF de forma acessível e adaptada ao contexto das mídias sociais. Uma conta criada no aplicativo “Instagram” foi desenvolvida com o login “Blogueirinhos do SUS”. Tanto a rede quanto o nome foram escolhidos a fim de atingir desde uma parcela mais jovem da sociedade até os mais velhos. Frente a esse contexto, publicações foram elaboradas contendo: informações sobre a função das ESFs, os profissionais de saúde que nelas atuam, as áreas de abrangência na cidade, guias de como encontrar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima do usuário que possui esse serviço, além de questionários interativos que esclareceram dúvidas recorrentes sobre o SUS e informações sobre suas principais campanhas de promoção de saúde e prevenção de doenças. As publicações foram feitas semanalmente do dia 30 de agosto de 2019 até os dias atuais, com designs divertidos e de linguagem simplificada com o objetivo de atrair a atenção dos seguidores da conta e passar as informações necessárias de uma forma acessível e didática. Consoante ao nome da página, foram criados personagens, inspirados nos acadêmicos que desenvolveram o projeto, os quais têm o objetivo de aproximar ainda mais o usuário do serviço ao cotidiano dos discentes e promover uma maior familiaridade com os assuntos abordados pelas postagens. Desta forma, vídeos foram postados no recurso “stories” da mídia social em que tais personagens explicaram um pouco de como é a vivência de uma das cinco ESFs inseridas na UBS Arthur Virgílio Filho (Manaus - AM), unidade essa acompanhada pelos discentes por meio da prática da disciplina de Saúde Coletiva III. E os assuntos abordados provenientes dessa vivência foram os consultórios médicos, o laboratório, a disponibilização de medicamentos na farmácia da UBS e a promoção de saúde relacionada à campanha Outubro Rosa. Ademais, os acadêmicos foram às ruas perguntar às pessoas e aos usuários do SUS se eles possuíam conhecimento sobre os benefícios que a Estratégia proporciona e percebeu-se que a grande maioria não compreendia o que era o serviço e foi feito o esclarecimento perante os mesmos. Tais dados obtidos e autorizados pelos entrevistados foram documentados e disponibilizados em forma de vídeo na página do Instagram pelo recurso “IGTV” com o título “Blogueirinhos do SUS nas ruas” e a repercussão se deu de forma muito positiva e esclarecedora. Resultado: Com o término da disciplina de saúde coletiva III, a plataforma digital criada, “Blogueirinhos do SUS”, alcançou mais de 400 seguidores em menos de 4 meses de uso e continua em progressão, constatando, portanto, que há um público crescente que busca por informações sobre o SUS de forma menos complexa e com discursos mais acessíveis. Dessa forma, conforme surgem dúvidas dos seguidores e sugestões sobre qual assunto abordar, os acadêmicos são estimulados não apenas a buscar de forma autônoma informações úteis para a sociedade, mas praticar diversas habilidades interdisciplinares, como, por exemplo, gestão, marketing, e principalmente, saber adequar a oratória conforme o público-alvo. Além disso, o uso de plataformas digitais na promoção de saúde trouxe uma nova perspectiva sobre a possibilidade de os discentes fornecerem conhecimento durante a graduação de maneira prática e objetiva, que, consequentemente, contribui para a disseminação da importância do SUS fora dos meios universitários. Além de um novo olhar por parte dos estudantes e dos usuários das mídias sociais a respeito do SUS e como ele funciona na prática. Assim sendo, a ferramenta digital proporcionou uma experiência agregadora de conhecimento tanto para os criadores da conta vinculada ao “Instagram” quanto para o meio acadêmico, haja vista que a participação de outros estudantes na divulgação, comentários e opiniões foi de fundamental importância para que o conteúdo da página dos “Blogueirinhos do SUS” na rede social atingisse as mais diversas esferas sociais. Considerações finais: Diante do exposto acima e com base nos relatos obtidos pelos estudantes protagonistas do trabalho realizado com as mídias sociais, pode-se concluir que a divulgação sobre a ESF, a promoção de saúde e a vivência prática na Unidade Básica de Saúde por estes pela página “Blogueirinhos do SUS”, permitiu um novo entendimento sobre a rede integrada do SUS pelos estudantes e por todos que foram alcançados pelas publicações e informações transmitidas através deles. Além disso, esse primeiro contato com os usuários da rede social e com a comunidade por meio da prática na UBS, gerou experiências não só de ganho de conhecimentos e capacidade comunicativa como também de crescimento pessoal para os acadêmicos. Ressaltando-se que nesta relação com o público, o estudante conseguiu transmitir aquilo que aprendeu sobre o SUS no decorrer da disciplina de Saúde Coletiva na teoria e na prática de forma interativa e acessível, sendo estimulado a aprofundar seus conhecimentos prévios e transmiti-los com uma linguagem de fácil compreensão para todos. Portanto, aproximar a universidade e o Sistema Único de Saúde da população é essencial para alcançar-se mudanças no campo da saúde. Logo, para tanto, é necessário estimular os acadêmicos a fazerem a diferença desde já como futuros profissionais da área, podendo-se obter resultados enriquecedores para a população como foi alcançado pelos trabalhos realizados por meio das mídias sociais.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10530
Título do Trabalho: BUSCA ATIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: REFLEXÕES SOBRE A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NAS AÇÕES DE PROMOÇÃO À SAÚDE NAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
Autores: Leonardo Cardoso Rozendo de Souza, Gabriela Maciel dos Reis

Apresentação: O tripé de atividades do ensino superior na área da saúde, em especial das universidades públicas, se constitui em ensino, pesquisa e extensão, tornando a vivência acadêmica  um motor de aprendizado, desenvolvimento científico e retribuição à comunidade. Neste contexto, os projetos de extensão que surgem pela iniciativa de alunos e professores somam esforços com o Sistema Único de Saúde – SUS ao promover saúde e materializar os princípios essenciais da saúde coletiva, oferecendo mais meios de atenção a cada indivíduo em sua integralidade, compreendendo vínculos culturais e sociais e corroborando com uma linha de cuidado. Além disso, as ações desenvolvidas têm grande importância para o aumento de cobertura, ações efetivas de educação em saúde e alerta e prevenção acerca dos agravos de saúde. Este trabalho tem por objetivo discutir e evidenciar os serviços desenvolvidos pela Universidade Pública para a sociedade com destaque às atividades de extensão em face às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), auxiliando o SUS em busca ativa. Desenvolvimento: As DCNT são um relevante problema de saúde pública, cuja prevalência é análoga a uma epidemia, sendo as maiores causas de mortalidade a nível mundial. Esse conjunto de patologias, com notoriedade a Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, Doenças Cardiovasculares, Doença Renal Crônica entre outras,  tem determinantes multifatoriais e possui potencial para agudização, culminando em moléstias de maior complexidade e tratamentos mais onerosos. Ainda assim, essas doenças são manejáveis através de políticas de cuidado, tendo a resultante redução de incidência de novos doentes e de agravos. Ações de promoção de cuidado e prevenção são essenciais para o controle desse quadro e, nesse ponto, a extensão universitária tem real atuação. Um dos grandes entraves para o sucesso das medidas formuladas, sobretudo pela Atenção Primária, para intervenção é a dificuldade de mobilização do público alvo e o comprometimento deste para com a conduta terapêutica. De caráter crônico, essas afecções podem acometer pacientes desde muito jovens quando ainda são integrantes da População Economicamente Ativa (PEA), o que se revela como impedimento ainda maior para o acompanhamento desses indivíduos integralmente, dado o comprometimento de seu tempo com uma rotina ocupada, na qual a saúde não é vista como prioridade. Tais circunstâncias se tornam preocupantes, pois este grupo, que acaba de desenvolver a doença ou é suscetível a isso, compreende o substrato no qual as ações de prevenção de agravos seriam mais efetivas, considerando a imisção prematura. Por isso, a busca ativa da Atenção Primária à Saúde se faz imprescindível para alcançar essa parcela populacional e propiciar saúde. Nessa perspectiva, o exercício de extensão da Universidade pode se estabelecer. Dentre os sujeitos que adoecem, o grupo de adultos jovens do sexo masculino é o que menos frequenta as unidades de saúde e corresponde ao contingente de pacientes com a maior probabilidade de se tornarem evasivos e também de desenvolverem os agravos de maior complexidade, principalmente pela baixa adesão ao tratamento específico e a qualquer tentativa de promoção de saúde de um modo geral. Frente a essa problemática, um projeto extensionista baseado em um posto de atendimento de estudantes alocados em áreas próximas aos locais de passagem desse grupo ajudaria a atingi-lo e a fomentar a aplicação de medidas de intervenção e de orientação, alavancando o acolhimento da população em risco e suavizando os gargalos do SUS. A atuação da Universidade se inicia desde a mobilização dos pacientes até o processo de referenciar a unidades básicas de saúde para suporte e tratamento continuado. Isso acontece, em atividades de extensão, por meio de ações de atendimento, ações de educação em saúde, grupos de atividades físicas e atividades recreativas. Esse modelo se traduz na busca ativa a indivíduos com elementos de risco. Desse modo, em tendas, estudantes sob a supervisão de docentes podem aferir a pressão arterial sistêmica, o índice glicêmico, identificar comportamentos de risco e fatores de doença renal crônica, por exemplo. A partir dessas práticas, viabiliza-se a estratificação de risco e os pacientes com sintomatologia de DCNT ou com vulnerabilidade ao acometimento são encaminhados ao serviço do SUS, podendo desfrutar do atendimento e dos benefícios da intervenção, em especial a que se dá precocemente. A matriz de trabalho para propostas extensionistas desse tipo se associa com a Atenção Primária à Saúde e seus mecanismos de execução das diretrizes do SUS. A funcionalidade da extensão universitária não se restringe à busca ativa de público alvo, mas se complementa ainda mais na sensibilização da população sobre os assuntos abordados e a relevância da saúde individual, pessoal e coletiva. Ressalta-se aos ouvintes a progressão assintomática das DCNT - um alerta à necessidade de cumprir as indicações e frequentar os serviços com regularidade e coerência. Resultado: O projeto educativo que se desenvolve corrobora com as metas de atenção do SUS, ao auxiliar a promoção de saúde, na mudança de hábitos de risco e estilo de vida. No ambiente de prática, os estudantes exercem os conhecimentos adquiridos no ensino e na pesquisa da Universidade e retribuem à comunidade. Com isso, o rastreamento e a busca ativa de pacientes com DCNT são potencializados, assim como o plano de autocuidado pactuado é assegurado não apenas pelos profissionais de saúde, mas também pelo reforço contínuo da presença universitária em regime de extensão. A universidade pública é uma grande aliada para quaisquer políticas públicas, com realce na área da saúde. A articulação entre Universidade e órgãos de saúde é primordial para a identificação precoce das DCNT e das demais doenças passíveis de serem identificadas em seus fatores de risco, partindo de um planejamento de detecção e monitoramento. Isso coopera com as características da APS de  resolver 85% das demandas. Trata-se de uma retribuição em saúde que a Universidade promove à comunidade a partir dos recursos públicos investidos na educação. Considerações finais: A discussão da atuação da Universidade Pública na promoção de saúde em relação especialmente às DCNT por meio de projetos de extensão traz à tona a dedicação e o aprimoramento social e científico que instituições desse perfil têm para com a população. É por meio de trabalhos desse eixo, produzidos há muitos anos pelas universidades em seu projeto de assistência, que o SUS pode contar com um auxílio para maior cobertura dos serviços de saúde e para sensibilização à adesão da terapia. Para tanto, programas como esses devem ser incentivados e considerados em parcerias com os órgãos de saúde. Os resultados permeiam diversas esferas desde redução dos gastos com tratamento, identificação de riscos, engajamento de adesão até a pactuação do autocuidado. Outrossim, esse plano de atuação oportuniza aos acadêmicos um forte contato com os usuários do serviço na comunidade e da própria prática profissional, promovendo uma formação universitária mais qualificada, humanizada e comprometida com a promoção de saúde. Indubitavelmente, esse dinamismo tem como cômputo intrínseco o aprimoramento da capacitação profissional oferecida aos estudantes de nível superior das Universidades Públicas na área da saúde, além do beneficiamento da comunidade e retribuição de investimento em forma de assistência e serviço associado ao SUS. A extensão é fonte infindável para democratizar ainda mais o acesso à saúde e ampliar a ação do SUS em cobertura e busca de população em risco, uma das principais prioridades da Atenção Primária à Saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 5923
Título do Trabalho: AS FAVELAS, AS MULHERES E A PROMOÇÃO DA SAÚDE: SABERES DO COTIDIANO
Autores: Nilza Rogéria de Andrade Nunes

Apresentação: O trabalho aqui apresentado é parte de um estudo em curso que tem como objetivo relacionar como a atuação das mulheres de favela (lideranças comunitárias) se articulam com os determinantes sociais da saúde nos territórios populares. A partir do mapeamento de 100 mulheres de diversas favelas do Rio de Janeiro, buscamos identificar como articulam a correlação entre suas práticas comunitárias e a promoção da saúde. A Mulher de favela são (re)conhecidas como liderança, porque seu lugar é de destaque social e político. Fazem gestão de territorialidades (redes) que se constroem como teias no interior do território da favela e se engajam na busca de transformação de um coletivo que transcende suas relações pessoais. Embora mobilize um leque de formas de atuação, a mulher de favela demonstra possuir uma compreensão do conceito “promoção da saúde” enquanto prática social e política. Desenvolvimento Este trabalho encontra-se em curso e faz parte do estudo “Determinantes sociais da saúde em debate: um estudo sobre a atuação de lideranças femininas nas favelas do Rio de Janeiro”. O referencial metodológico desta etapa é produzir um mapeamento dessas mulheres através da “Bola de Neve”, cujo inicio se deu através da busca ativa das mulheres participando de redes e espaços de controle social. Não possuímos a delimitação do lócus do estudo e não há recorte espacial previamente definido, uma vez que o convite à participação desse estudo se dá de forma espontânea. A seleção se faz a partir da atuação dessas mulheres como participantes ativas e publicamente reconhecidas como lideranças de suas comunidades. Resultado: Consideramos para os resultados ora apresentados um universo de 100 lideranças femininas já entrevistadas. Quando perguntadas se acreditavam se o trabalho realizado contribui para a Promoção da Saúde de suas comunidades 96,5% afirmaram que sim. Seus trabalhos se destacam pelas inúmeras estratégias utilizadas e sempre orientadas por metodologias participativas que geram condições para que as pessoas possam expressar suas opiniões, adquirir novos conhecimentos, buscar orientação sobre o acesso aos serviços, dentre tantas outras ações. Nas rodas de conversa, nas campanhas informativas, no trabalho de prevenção, o dialogo é sempre orientado pela perspectiva da mobilização e defesa de direitos, formação de parcerias; ação intersetorial, fortalecimento da participação popular, mobilização de serviços de saúde, dentre outras ações. Considerações finais: A dimensão comunitária na perspectiva da Promoção da Saúde se sustenta nos preceitos da autonomia e do “empoderamento”, buscando estratégias capazes de alcançar diferentes seguimentos e dimensões que perpassam a produção de melhores condições de vida. No contexto de austeridade que estamos vivendo, há que se reconhecer e valorizar as inúmeras perspectivas e atitudes que a mulher de favela atua no enfrentamento das desigualdades humanas e sociais a que são submetidos os moradores das favelas. Trazem consigo uma compreensão ampliada do conceito de saúde e seus determinantes sociais e possibilitando que outras práticas possam ecoar nesses locais acentuadamente marcados pela negligencia do Estado.  


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7460
Título do Trabalho: GRUPO DE GESTANTES COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO DE SAÚDE E APROXIMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Gabriella Marques Monteiro, Brendha Zancanela Santos, Ana Carolina Drehmer Santos, Rita de Cássia Fossati Silveira Evaldt

Apresentação: Os Grupo de Gestantes surgem, no Sistema Único de Saúde (SUS), em consonância com os princípios de integralidade e universalidade. Assim, funcionam como instrumento complementar ao serviço de pré-natal e atendimento materno-infantil. Nesse cenário, a Liga Acadêmica de Saúde Materno-Infantil (LASMI) da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) atua como uma associação disposta a promover orientação e assistência à população acerca de saúde materno-infantil e proporcionar a seus membros aprendizado nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Logo, trabalha como ferramenta de aproximação da universidade e da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Desse modo, o presente trabalho visa relatar a experiência de acadêmicas de medicina na vivência de grupos de gestantes desenvolvidos em uma ESF. Desenvolvimento: O Grupo de Gestantes da LASMI foi desenvolvido em uma ESF, em um município da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Foram realizados 12 encontros entre maio e novembro de 2019, envolvendo membros da LASMI, profissionais da ESF e convidados. Com a finalidade de iniciar o grupo, foi realizado busca ativa presencial e via telefone. Dentre os temas abordados nos encontros, vale destacar: direitos das gestantes, amamentação, sexualidade na gestação e puerpério, empoderamento e autocuidado na gestação, cuidados com o recém nascido, planejamento familiar. Destarte, todos os encontros foram pensados com o intuito de aproximar teoria e prática, contextualizada nos aspectos biopsicossociais das participantes. Nessa lógica, as gestantes mais experientes compartilhavam informações práticas que complementavam a teoria trazida pelas acadêmicas, assim, respeitava-se o saber popular de cada família. Ressalta-se que muitas mulheres traziam para o grupo seus filhos e mães, porém nenhuma figura masculina compareceu aos encontros, dessa forma visualiza-se o retrato de uma sociedade patriarcal e conservadora. A fim de otimizar a adesão das gestantes ao grupo, foi elaborado um projeto para confecção de enxovais solidários a partir de doações de itens de higiene e vestuário e, também, de realização de ensaio fotográfico de gestantes de forma gratuita, os quais eram entregues às participantes assíduas e que realizassem o pré-natal conforme preconizado. Durante as vivências do grupo era possível observar a prática como ambiente de consolidação dos conhecimentos das acadêmicas. Além disso, o espaço se construía a partir da descoberta das gestantes como mulheres ativas no processo de gestação e puerpério, contribuindo para a vivência de uma gestação e puerpério positivos. Resultado: Foram englobadas no projeto 49 gestantes, dessas, 13 mantiveram seguimento pós-parto, seja com consultas puerperais acompanhadas pelas ligantes da LASMI, seja através da continuidade no grupo. Ainda, foram entregues 14 enxovais e realizados 4 ensaios fotográficos. Ademais, 6 participantes manifestaram interesse em participar dos encontros do próximo ano. Por fim, a construção de grupos na formação acadêmica atua no desenvolvimento de profissionais que tenham a capacidade de transcender o modelo biomédico de saúde. Considerações finais: A educação em saúde é dita a forma mais democrática de construir um conceito ampliado de saúde, visto a possibilidade de promover o autocuidado e uma atenção integral e humanizada. Dessa maneira, é fundamental fortalecer os grupos como instrumentos de promoção de saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8486
Título do Trabalho: A INTERLOCUÇÃO ENTRE A GRUPALIDADE, A PROMOÇÃO DA SAÚDE E A MOBILIZAÇÃO SOCIAL NO CAMPO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Autores: Rafael Fernandes Tritany, Camila Prott Pessanha, Debora Silva do Nascimento Lima

Apresentação: O presente trabalho refere-se a experiência de uma equipe multiprofissional de residentes em saúde da família (RMSF-ENSP/ Fiocruz) em seu campo de prática, uma Unidade Básica de Saúde (conhecidas como Clínica da Família), na zona norte do município do Rio de Janeiro no ano de 2019. Mais especificamente, trata-se do envolvimento da equipe — composta por assistente social, dentista, educador físico, enfermeira, farmacêutico, nutricionista e psicóloga —  na construção e fortalecimento das atividades grupais, entendidas e vivenciadas como potentes espaços de mobilização social e promoção da saúde dos usuários e trabalhadores envolvidos. Os espaços grupais configuram-se como uma das atividades desempenhadas e desenvolvida no âmbito da Atenção Primária. Para além das ações de assistência e educação em saúde esses espaços se destacam pela potência em promover ações que instiguem a participação dos usuários e a promoção da saúde pelo fortalecimento da autonomia dos sujeitos que deles participam. A Clínica da Família (CF) em que atuamos, apesar de relativamente nova (inaugurada em 2016), possui uma característica forte de trabalho com grupos. No entanto, percebemos durante a construção do Diagnóstico Situacional Participativo— etapa de territorialização da equipe de residentes na Estratégia de Saúde da Família (ESF) — que os grupos que ocorriam eram, via de regra, nomeados e focados nas doenças e agravos específicos e mais prevalentes naquela população adscrita. Além disso, outra marca desses era a reprodução de um sistema de hierarquia entre trabalhadores da saúde, os cuidadores, e usuários, os cuidados. A ideologia medicalizadora da vida, entranhada na sociedade contemporânea, tem como princípio o deslocamento de atividades, condições de saúde e situações cotidianas para dentro do saber (poder) médico. Por consequência lógica e obrigatória, tal ideologia retira a autonomia das pessoas sobre suas próprias vidas e desacredita dos saberes populares. Dessa forma, no setor saúde, a práxis em saúde construída ao longo dos séculos retirou os usuários da arena do cuidado e, podemos dizer que, de um modo geral, da participação social nas decisões políticas. No entanto, sabemos hoje da importância (necessidade) da corresponsabilização do usuário no seu cuidado — o autocuidado apoiado —,  da valorização dos saberes populares e ancestrais e da participação popular na construção das políticas públicas de saúde. É nesse sentido que nossas experiências grupais, no coração da Atenção Primária à Saúde, vão ao encontro: da grupalidade ao fortalecimento da autonomia coletiva entre usuários e trabalhadores, o Sistema Único de Saúde (SUS) como uma potência nessa unidade. Tão logo iniciamos nossas atividades na clínica observamos que as atividades grupais, em seus distintos formatos, apresentavam grande potencial para o rompimento dessa lógica medicalizadora e em contrapartida apresentavam-se como espaços que poderiam ajudar a promover o fortalecimento dos usuários, seja pelos movimentos de autonomização e resgate dos saberes populares, seja pelo fortalecimento da participação social e cidadania. Ambos passíveis de serem desenvolvidos no âmbito das atividades grupais. Desta forma, gostaríamos de compartilhar, por meio desta interlocução, as experiências de nossa participação e intervenções profissionais em alguns desses espaços. Espaços estes compostos de múltiplos formatos. Desde grupos fixos a espaços e atividades grupais mais pontuais, como ações de PSE (Programa de Saúde na Escola), e outras ações coletivas de mobilização social e de promoção da saúde. As ações da equipe de residentes focaram-se na expansão e fortalecimento das atividades grupais promovidas pela CF. A partir da identificação de algumas necessidades de saúde levantadas durante a elaboração de um Diagnóstico Situacional Participativo, iniciamos a formação de alguns grupos de convivência para usuários e trabalhadores da clínica. Foram eles, os grupos de dança, de horta comunitária e de artesanato e atividades culturais, que acontecem semanalmente na CF. Nestes espaços procuramos desenvolver atividades que promovam o convívio social entre os atores envolvidos, com ênfase nas ações que incentivem a coparticipação e corresponsabilização na condução desses grupos por parte dos usuários, respeitando suas experiências e saberes nessa trajetória. Esses grupos têm se conformado ainda como potentes espaços de mobilização política e participação popular, onde temos experienciado  importantes momentos de discussão política e mobilização social frente ao cenário de precarização e crise na saúde pública do município. O grupo de horta comunitária, recentemente nomeado como “Plantando Saúde, Colhendo Felicidade”, assim como o de dança, nomeado pelos usuários e usuárias como “Dançando pela Saúde” têm como destaque o protagonismo dos usuários na condução. Nesse primeiro, discutimos temas relevantes acerca do uso racional de plantas medicinais, seu cultivo, agricultura urbana e alimentação saudável. Partimos apenas de uma ideia (desafio) e hoje temos uma horta, dentro dos espaços da CF, que conta com mais de 15 variedades de plantas alimentícias e medicinais, dentre elas o manjericão, a cúrcuma, erva cidreira, citronela, hortelã e muitas outras. Outra iniciativa da residência foi apostar e fortalecer os espaços de atividade física, para usuários e trabalhadores. As atividades físicas, tal como desenvolvidas pelo programa Academia Carioca de Saúde, têm se efetivado como um dos espaços mais dinâmicos e inovadores nas unidades de saúde. Movidos por um forte sentimento de grupalidade, identificamos nesses espaços potentes lugares para o fortalecimento da grupalidade e do sentimento de pertencimento e participação nas atividades da clínica. Atualmente contamos semanalmente com um grupo de caminhada, conduzido pelo educador físico residente em uma extensão das atividades da Academia Carioca. Também promovem-se atividades de pilates durante a semana para os trabalhadores, antes e depois do expediente, por entendermos que os espaços de cuidado desses são fundamentais para garantir o mínimo de suporte para o enfrentamento das dificuldades e desafios da rotina profissional. Ademais, outro eixo fundamental e potente que temos identificado e investido são nas atividades de PSE. Muito além do cumprimento de metas, expressas pelas 12 ações previstas nas atividades de PSE ao longo do ano nas escolas, temos procurado investir no fortalecimento da comunicação e vínculo com as escolas do território. Esse investimento se dá principalmente  através do diálogo promovido junto a direção, coordenação e professores, seja através de espaços de reuniões das redes, seja diretamente nas escolas. Ou seja, mais do que realizar ações de prevenção e educação em saúde junto às escolas, cujo alvo principal são os estudantes, temos procurado fortalecer a rede intersetorial, pelo acolhimento das demandas específicas dos territórios e pela aposta nos profissionais da educação como potentes parceiros no cuidado e articulação da  rede. Dessa forma, observamos através dessas experiências a multiplicidade dos frutos colhidos nos espaços de coletivização dos saberes e cuidados em saúde. Muito mais do que o somatório de atendimentos ou procedimentos individuais, as práticas grupais engendram a grupalidade, que por sua vez é geradora de laços e aprendizados. Além disso,  permitem a horizontalização dos múltiplos saberes e o fortalecimento da autonomia dos sujeitos — seja repensando os processos de trabalho e cuidado ou ampliando a participação social — apresentando-se para nós enquanto um eixo central na construção de um SUS socialmente referenciado.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9003
Título do Trabalho: RELATO DE EXPERIÊNCIA: IMPACTO DE AÇÃO DE PROMOÇÃO A SAÚDE DO HOMEM NO SEU AMBIENTE DE TRABALHO
Autores: Alessandra Aparecida de Saldes, Tuanny Caroline Pereira de Santana, Milena Tereza Freitas Ferreira, Caroline Nascimento de Souza, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Claudiane Maria Urbano Ventura

Apresentação: Por fatores inerentes ao gênero, a população masculina é a que mais negligencia a saúde, tornando-a susceptível a patologias e agravos. A Política Nacional de Educação Popular propõe estratégias voltadas para a promoção e recuperação da saúde através de práticas do diálogo entre a comunidade e trabalhadores da saúde. O ensino-extensão proporciona a construção compartilhada de conhecimentos para promover o autocuidado, alertar sobre potenciais riscos à saúde além de contribuir para o entendimento do usuário do SUS, descontruindo mitos e ainda fortalecer boas práticas. Diante disso, o objetivo do trabalho consiste em analisar o impacto de uma atividade de promoção à saúde do homem no seu ambiente de trabalho. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido pelos discentes de enfermagem e medicina acerca de uma ação em saúde realizada numa empresa de distribuição e transporte no mês de setembro de 2019. Na oportunidade, aconteceu uma discussão ativa e colaborativa com 50 funcionários utilizando recursos de exposição a respeito de assuntos selecionados através do perfil epidemiológico do público. Os temas foram: Lesão por esforço repetitivo, doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, saúde mental com enfoque em síndrome de Burnout, ansiedade, depressão e suicídio, alcoolismo, tabagismo e vacina. Foi realizada aferição da pressão arterial e atualização da caderneta de vacina, com foco na importância dos cuidados preventivos e possível detecção de determinada comorbidade e ainda, auxílio para o encaminhamento dos homens avaliados aos centros de saúde adequados. Resultado: A idade dos participantes variou entre 27 a 55 anos com predominância do sexo masculino. Mesmo não sendo as mulheres o foco do projeto, elas foram convidadas a participar por serem disseminadoras de informações. No desenvolvimento do trabalho foram encontrados dez funcionários com pressão arterial alterada, onde cada um recebeu orientações para prevenção de agravos e a necessidade de atendimento em uma unidade de saúde. A interação entre os temas abordados foi bastante satisfatória, percebeu-se um grande interesse dos participantes com o tema de vacinação, que promoveu assim um momento de esclarecimento das dúvidas e afirmação acerca da imunização. Foram vacinadas 27 pessoas, com isso, o grupo conseguiu atingir 54% de imunoprofilaxia. Os resultados do trabalho mostraram a eficácia da educação como recurso de promoção à saúde. Ações de educação em saúde devem ser desenvolvidas dentro de uma relação onde há vínculo entre o profissional e o usuário a fim de empoderar o sujeito para exercer o autocuidado. Considerações finais: Fatores socioculturais são as principais barreiras encontradas para alcançar a saúde da população masculina. Os resultados mostram que o conhecimento sobre o autocuidado e atitudes de prevenção, além da compreensão sobre o acesso ao SUS, desmistificam crenças equivocadas e assim, contribuem para dissipar barreiras, transformar pensamentos e atitudes. O estímulo à participação ativa do homem no processo de saúde promove resposta imediata com repercussões favoráveis a mudanças com o cuidado de si mesmo, o que estimula a promoção e prevenção da saúde para os homens e o fortalecimento do SUS.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6956
Título do Trabalho: ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA A PROMOÇÃO E PREVENÇÃO À SAÚDE DO HOMEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Pamela farias santos, Solino Ansberto Coutinho Junior, Milena Moura Moreira Da Silva, Juliana Pacheco Leão, Mônica Monteiro Ribeiro, Ricardo Luiz Saldanha Da Silva, Ana Luísa Lemos Bezerra, Hellen de Jesus Silva Pimentel

Apresentação: A organização da atenção primária se dá por meio da Estraté­gia de Saúde da Família com a oferta de serviços e ações para a prevenção de doenças e promoção à saúde. No entanto, no primeiro contato, para uma atenção em saúde integral, longitudinal e de coordenação do cuidado, exis­tem desafios como o contraste da frequência dos homens, um público alto índice de morbimortalidade, em relação a outros grupos como crianças, mulheres e idosos, que pre­dominam na atenção primária. Nesse sentido, a Política Nacional de Integração à Saú­de do Homem (PNAISH) dispõe-se a oferecer a assis­tência à saúde do homem e qualificar a atenção primária para que seu foco não seja curativista e, de modo consequente a busca imediata pelos serviços especializados, dimi­nuindo a morbimortalidade entre os homens. As ações de educação em saúde para o homem advêm de estratégias e experiência  em trazer o homem até a Estratégia Saúde da Família (ESF), a exemplo: roda de conversa sobre a saúde do homem, novembro azul, oficinas educativas, entre outras ações potencializadas no local de trabalho de homens. Segundo alguns autores as estratégias e experiências em trabalhar a saúde do homem precisam estão ape­nas começando e precisam de investimento. A tríplice ges­tão-universidade-comunidade é fundamental para o avanço no cuidado e prevenção de doenças à saúde do homem. Objetivo: o presente estudo teve como objetivo apresentar o relato de experiência sobre a promoção à saúde do homem realiza­da por discentes de enfermagem e equipe de saúde da família. Método: Este estudo trata-se de um relato de experiência da atividade de educação em saúde com natureza descritiva.  Resultado: As atividades de educação em saúde foram desenvolvidas na ESF, localizada em um bairro especifico na cidade de Belém do Pará, na qual se destacam as atividades de promoção em saúde como: abordagem sobre o câncer de próstata, realização de testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites, além de destacar a importância de realizar o PSA (Antígeno Prostático Específico). Tendo como proposta o fornecimento de informações e esclarecimentos, sobre os cuidado individualizado no ambiente em que vivem. Inicialmente foi realizado o acolhimento com os homens, onde eram orientados sobre as atividades que estavam sendo oferecidas no local. Em seguida os mesmos eram dirigidos para o salão onde estava acontecendo à ação. Resultado: De modo geral, a aceitação da atividade proposta foi muito positiva, visto que as pessoas ali presentes participaram ativamente dos espaços, a experiência com o grupo proporcionou o desenvolvimento de es­tratégias para incluir os homens nas ações de promoção da saúde. No que concerne à universidade, investir na extensão aproxima os sujeitos, oportuniza a imersão mais estreita da academia à realida­de social local. Logo, o processo de construção dessa ação, que integra ensino-serviço, possibilitou diferentes aprendizagens no processo de formação para o SUS. No que concerne à universidade, investir na extensão aproxima os sujeitos, oportuniza a imersão mais estreita da academia à realida­de social local.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 11567
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE NA ESCOLA: DESAFIOS PARA O ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Autores: Cláudia Mara Tavares, Aline Dias Gomes, Marilei Melo Tavares

Apresentação: A adolescência compreende uma etapa importante no desenvolvimento humano, sendo caracterizada por conflitos de natureza diversa, bem como de grande potência existencial. O perfil de mortalidade dos adolescentes no Brasil mostra que a maioria tem suas vidas interrompidas por causas externas de morbidade e mortalidade, alertando sobre a importância do direito a vida ser garantido nas agendas públicas. O maior êxito para se reduzir a mortalidade de adolescentes vítimas de causas externas é a realização de projetos que promovam articulação intersetorial. Embora haja no país um Programa Nacional de Atenção à Saúde do Adolescente, é raro encontrarmos nas unidades de saúde ações concretas de promoção à saúde mental ou apoio emocional aos adolescentes. A escola - em colaboração com as unidades básicas de saúde - constitui espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações de apoio emocional/promoção a saúde mental do adolescente. Objetivo: identificar problemas emocionais dos adolescentes - estudantes do ensino médio e desenvolver estratégias de promoção da saúde mental com apoio de enfermeiro da estratégia saúde da família. Método do estudo: O método utilizado para a investigação foi o descritivo-analítico-experimental da sociopoética. Realizou-se experimentação estética por meio do dispositivo do grupo-pesquisador com 12 adolescentes. Resultado: A angústia e a ansiedade intensa foram referidas pela maioria dos adolescentes participantes da pesquisa, estando relacionadas à emergência da incerteza do futuro, insegurança pessoal, baixa autoestima, pressões advindas do ENEM e necessidade de tomada de atitude diante do porvir. Outro problema mencionado foi o bullying. Os adolescentes destacam que muitas vezes o sofrimento apresentado acaba subestimado pelos pais, colegas e a própria escola. Em função disso, alguns adolescentes disseram que não tentam mais enfrentar a situação. Conforme literatura consultada a angústia pode ser produto da antiprodução, que o mundo do instituído e do organizado exerce sobre as forças físicas, psíquicas e sociais, sendo um efeito indesejável, mas contornável com processos produtivos e criativos de existência. A participação do enfermeiro na escola decorreu da demanda frequentemente apresentada pelo diretor da escola à ESF local. O enfermeiro foi até a escola conversar com os dirigentes e professores, posteriormente realizou grupo de convivência com os adolescentes. A partir desses encontros foram propostas aos escolares ações teatrais, lúdicas e criativas que permitiram ampliar a relação do adolescente consigo mesmo, com o outro e com o ambiente escolar. Considerações finais: O estudo propiciou aos escolares experiências como sujeitos de direitos e detentores de lugares de fala e de coresponsabilização por sua saúde mental, incorporando ações promotoras de saúde e de criatividade na escola. Verificou-se que o ambiente escolar constitui espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações de apoio emocional e promoção à saúde mental do adolescente a ser desenvolvido por enfermeiros que atuam na atenção básica em saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9008
Título do Trabalho: O ENFERMEIRO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA AMAZÔNIA
Autores: Hanna Maria da Silva Gomes

Apresentação: Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) são um conjunto da ONU, que visam promover uma sociedade sustentável até 2030. A ODS 3 SAÚDE e BEM ESTAR tem 13 metas que abrangem vários eixos, ressalta-se que a ODS 3.3 que se trata do incentivo para acabar com as epidemias de doenças como AIDS, Tuberculose e Malária, assim como outras doenças tropicais. O Estado do Amazonas vive um cenário onde se encontra com um número significativo de casos de doenças tropicais como a malária, totalizando 8,3mil novos casos em 2018. Objetivo: Promover reflexão sobre a atuação do enfermeiro no Amazonas com base da ODS 3 meta 3, de como o enfermeiro atuando nas áreas onde mais são suscetíveis a essas doenças no Amazonas, pode impactar na educação ambiental e saúde. Método: Pesquisa qualitativa em bases de dados. Resultado: Há uma necessidade de entendimento maior por parte do enfermeiro de que saúde e meio ambiente são fundamentos a serem trabalhados juntos com a população, sendo assim, utilizar disto uma forma de promover cuidados. Resultado: A partir disto, entende-se que há uma necessidade de compreensão por parte dos profissionais de que a saúde ambiental faz parte da atenção básica e que isso pode ser uma forma de promoção á saúde e trabalha as ODS, junto à população do Estado. Considerações finais: A enfermagem pode promover a educação em saúde ambiental como parte do seu dia a dia, considerando-se que o trabalho requer contato direto com a população, e incluir a percepção de que saúde e meio ambiente andam juntos, já que fatores ambientais impactam diretamente a saúde da população.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7991
Título do Trabalho: A IMPORTÂNCIA DO ENTENDIMENTO DE SAÚDE MENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
Autores: Sandra Aparecida Souza Azevedo, Andreza Gonçalves Vieira Amaro, Claudete Da Silva de Oliveira, Esther Damaceno Soares, Juliana Medina Gomes, Kamila Rosa da Costa, Mariana da Costa Oliveira

Apresentação: Ainda realizada através do modelo biomédico, a assistência direcionada a saúde mental tem sido desenvolvida com base em tratamento e/ou cura da doença previamente instalada, não tendo um olhar holístico, voltado também para a subjetividade do indivíduo. No entanto, é de interesse da sociedade em geral, que a conceituação da saúde mental não trabalha apenas sobre a patologia, mas no equilíbrio das situações vivenciadas no cotidiano da pessoa, o que envolve a capacidade do indivíduo de gerenciar suas impressões, ações e emoções. A importância desse entendimento, é oferecer serviços efetivos e eficientes para a manutenção da qualidade de vida do outro, levando em consideração diversos fatores sociais, econômicos, ambientais e biológicos. O profissional deve estar atento a individualidade e integralidade do cuidado, ao realizar o acolhimento, escuta ativa, direcionamento de cuidado e criação de vínculo entre profissional e cliente, promovendo assim uma assistência humanizada. O saber reconhecer fatores mais extensos que afetam a saúde mental de um indivíduo é essencial para que possa obter o devido conhecimento do que lhe afeta, sendo uma importante ferramenta para o desenvolvimento de ações para a promoção da saúde. Com o objetivo de reestruturação da assistência de saúde mental no País, a Segunda Conferência Nacional de Saúde Mental (II CNSM) ocorrida em 1992 trouxe como proposta uma rede de atenção substitutiva ao modelo hospitalocêntrico, constituída de serviços que devem se transformar em laboratórios de produção de saúde e de vida, nos quais são apontadas a importância do resgate histórico e de cidadania dos indivíduos. Quando pesquisado o conceito de saúde mental, nota-se que o entendimento é de difícil definição, aja visto, que deve ser levado em consideração o contexto de vida diário da pessoa. Seguindo esse precedente, temos o objetivo de identificar a importância diferenciação entre saúde e doença mental para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde. Desenvolvimento: Esta pesquisa foi desenvolvida através do estudo qualitativo, descritivo, bibliográfico, de modo que a análise e interpretação dos registros, permitiram identificar informações que contribuíram para um novo olhar sobre a realidade existente. Resultado: Considerando que a visão sobre o que é ter saúde mental tem impacto com base na cultura, meio social, classe econômica, entre outros fatores relacionados de quem a interpreta, nem sempre é fácil obter uma definição, e entendimento único, dificultando assim a identificação do que a prejudica. Diferente da saúde física, que é facilmente compreendida como um estado de completo bem-estar geral e não apenas a ausência de uma enfermidade. Dentre os fatores sociais e econômicos que influenciam a saúde mental, observa-se alguns determinantes característicos como violação de direitos, confinamento, abandono e outros com consequências ainda mais diretas, como o emprego, a moradia e a educação. O emprego, estabilidade laboral, carga horária, exigências envolvidas, reconhecimento e a satisfação no ambiente de trabalho, estão comumente relacionadas aos melhores níveis de saúde e bem-estar; de maneira oposta, o desemprego, a insegurança no ambiente de trabalho, associados ao medo de perder o emprego, os sentimentos de humilhação e a baixa autoestima, impactam na falta de recursos, dificuldade na manutenção de moradias e alimentação saudável, estando assim diretamente ligadas ao aumento dos níveis de doença e mortalidade precoce. Através das leituras, é possível perceber que este é um cenário regularmente ligado a crises agudas de ansiedade, depressão, e até de tentativa de autoextermínio. Entre os fatores determinantes da educação, diversos estudos têm constatado uma forte conexão inversa entre o nível educacional e a ocorrência de doença mental; nomeadamente perturbações mentais comuns, de modo que, quanto maior o nível educacional, menor a incidência desses casos. Além disso, o fator educação muitas vezes influencia no acesso ao emprego melhor remunerado, melhor condição habitacional e inclusão social satisfatória, por outro lado, a baixa escolaridade, tende a influenciar de modo adverso, produzindo prejuízo na infância, e em alguns casos, a exclusão socioeconômica. Outro fator importante para a saúde mental é a moradia, que quando apropriada, proporciona a pessoa um abrigo físico e psíquico, de proteção contra elementos de seu ambiente, suprindo as necessidades do homem conforme suas condições específicas. Embora uma habitação apropriada, não dê garantias sobre ter saúde mental, a exposição e o risco de adoecimento é diminuída, pois a ligação pode ser entendida por inúmeros fatores de stress e circunstâncias adversas, particularmente o enfraquecimento dos laços familiares, o aumento da população local, dificuldade no acesso aos bens essenciais, estilo de vida menos saudáveis e menor apoio social. Todos esses fatores antes mencionados são circunstanciais e oferecem impacto direto na saúde da pessoa, entretanto, é preciso também levar em consideração os acontecimentos estressantes e adoecedores, como o abuso infantil, violência (familiar, conjugal, em situações de guerra, entre outras), doenças crônicas ou lesões incapacitantes e exposição a situações de catástrofe natural; isso porque, estes estabelecem experiências traumáticas que impactam negativamente na saúde mental de qualquer indivíduo, adoecendo-os diretamente. O conhecimento sobre os aspectos condicionantes e determinantes, sociais e econômicos alusivos à saúde mental é de extrema importância, estando associado na formulação das políticas de saúde, numa perspectiva de Saúde Pública. E é nesse sentido que a promoção da qualidade de vida, remete-se a alteração do estilo de vida da pessoa, visão ampla sobre possibilidades de manutenção e melhorias da saúde, diminuição dos fatores de risco, que possam causar perturbações mentais e comportamentais, tornando-se metas profissionais para criação de intervenções norteadas pelo conhecimento dos determinantes da saúde mental. Uma vez que as ações de promoção a saúde estão conectadas ao comportamento e as circunstâncias vividas pela pessoa, o fortalecimento do conhecimento da população atendida possibilita o papel mais ativo, com tomada de decisão assertiva sobre a manutenção da saúde. Um profissional que reconhece a importância de promover a saúde mental, oferece orientações que levam a alteração no estilo de vida, individual e coletivo, com a realização de atividades que proponham prazer, como criação de hortas comunitárias,  desenvolvimento sustentável através de reciclagem, caminhadas matinais, exercícios físicos regulares, alimentação saudável, atividades de socialização, entre outras. Consideração Final: Entende-se que há um vasto caminho para a compreensão real da saúde mental, sendo este, um assunto com carência de assertivas sobre a diferenciação e separação no que diz respeito ao significado de saúde e doença, o que resulta num entendimento comum, não qualificável, onde o indivíduo só é visto quando está adoecido mentalmente. Todavia, é preciso considerar que mesmo através de uma avaliação subjetiva, a saúde mental pode estar desajustada mesmo que não se tenha um diagnóstico de transtorno mental associado. Desse modo, é imprescindível que se desenvolvam estratégias de organização assistencial e capacitação profissional, para que mesmo em momentos de sofrimento mental ou de usual situação de vulnerabilidades, a população tenha qualidade de vida cognitiva e ausência de doenças.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6457
Título do Trabalho: GRUPO DE MULHERES EM UMA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) COMO PROMOÇÃO DE SAÚDE, INSERÇÃO E CONHECIMENTO
Autores: Marcela Augusta Anjos Vasconcelos, André Amorim Martins

Apresentação: O grupo de mulheres é realizado via estágio curricular em Psicologia Social e Saúde Coletiva, sendo também inscrito no Núcleo de Psicologia sobre Educação, Paz, Saúde, Subjetividade e Trabalho(CNPq/UEMG). Este teve sua criação devido a uma grande procura de atendimento psicológico das mulheres, o que culminava em uma enorme fila de espera na ESF-Belvedere, em Divinópolis – Minas Gerais. O objetivo do grupo é criar um espaço para que estas troquem experiências, relatem suas vivências, conflitos, desejos, carências e pratiquem a empatia e sororidade entre elas. Os temas realizados no grupo surgem de acordo com a demanda das participantes, com encontros semanais de uma hora. O método do trabalho baseia-se em rodas de conversas. No entanto em meses como setembro e outubro foram criadas programações semanais diversificadas. A campanha de prevenção ao suicídio Setembro Amarelo foi alvo de discussões em torno da importância do diálogo e do bem estar. Outra realização foi a sala de espera no qual as estagiárias de Psicologia apresentaram informações sobre a história do Setembro Amarelo, tabus, fatores de prevenções, entre outros. Na campanha do Outubro Rosa, foram discutidos temas como autocuidado, relacionamentos saudáveis, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e palestras sobre prevenção ao câncer de mama. Uma visita de uma Sexóloga em um dos encontros proporcionou intervenções acerca da valorização de ser mulher, discutindo sobre aceitação e a libertação do feminino. Os resultados são satisfatórios visto que foi possível notar uma melhora na qualidade de vida de inúmeras mulheres que frequentaram o grupo, provocando um maior conhecimento sobre elas mesmas e suas vontades e direitos, com sigilo dos profissionais e sem julgamentos. Além disso o grupo provoca uma maior aproximação entre as mulheres da comunidade e a atenção básica de saúde, criando uma extensão para outros serviços de saúde da ESF, visando a promoção de saúde das mesmas. 


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9530
Título do Trabalho: METODOLOGIAS ATIVAS COMO FERRAMENTA PARA EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO À SAÚDE DO IDOSO
Autores: Marília Aparecida de Araújo Holanda, Kássia Carvalho Araújo, Cássio da Silva Sousa, Helena Márcia Dias Ripardo, Andréa Carvalho Araújo Moreira

Apresentação: O envelhecimento é um processo que acarreta inúmeras mudanças fisiológicas, essas alterações estão diretamente relacionadas a fatores biológicos, sociais e psicológicos. Em vista disso, a fim de promover um envelhecimento saudável e a qualidade de vida do idoso é essencial que ações de educação em saúde sejam efetivas, principalmente em grupos. Nessa perspectiva, é notória a necessidade da aplicação de intervenções de educação em saúde como método preventivo e terapêutico na manutenção da saúde do idoso, além de estimular o desenvolvimento da sua autonomia e independência e a busca pela qualidade de vida na terceira idade. Diante disso, o objetivo desse trabalho é descrever a experiência dos acadêmicos de enfermagem no desenvolvimento de ações educativas em saúde, junto a um grupo de idosos de um municípios do interior do Ceará. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência vivenciado por acadêmicos de enfermagem, no período de maio a agosto de 2019 junto a um grupo de convivência de idosos em um município do interior do Ceará. O grupo de idosos possuía 15 participantes. As intervenções de educação e promoção à saúde, desenvolvidas envolviam atividades físicas visando os hábitos saudáveis, educação em saúde e promoção da saúde física e mental. As intervenções realizadas foram planejadas e organizadas por meio da demanda das necessidades e fragilidades identificadas pelos próprios participantes. Utilizou-se como recurso didático para as atividades educativas o uso de metodologia ativas, as quais foram: jogos educativos, dinâmicas, passeios e festas a fim de promover a interação social. Resultado: A partir das intervenções desenvolvidas visando à educação e promoção da saúde física e mental do idoso, os problemas encontrados no grupo foram a presença de doenças crônicas, principalmente, hipertensão e diabetes, dúvidas sobre alimentação saudável e a necessidade de ações voltadas à saúde mental.  Diante disso, buscando a prevenção e o controle das doenças crônicas por meio da mudança no estilo de vida dos idosos, promoveram-se ações de atividades físicas (alongamentos, caminhadas, exercícios para coordenação motora) e uma intervenção sobre alimentação saudável na qual os idosos conseguiram sanar dúvidas e trocar informações, resultando na melhora da qualidade de vida do idoso e no desenvolvimento do autocuidado e do bem-estar. Foram efetuadas também ações que proporcionaram a saúde mental dos idosos como passeios, festas e dinâmicas que facilitaram a expressão de sentimentos, angústias e preocupações, resultando em uma escuta ativa e interação grupal.  Dessa forma, obteve-se êxito nas ações aplicadas, visto que as temáticas eram essenciais e foram bastante aderidas pelos idosos. Considerações finais: As ações educativas voltadas ao idoso são essenciais, tanto para a promoção da saúde, como também para a formação do enfermeiro, considerando seu papel como educador e cuidador. É notável que os grupo de convivência promove a troca de saberes e experiências e o cuidado coletivo proporcionando um envelhecimento saudável e ativo. Assim, esses espaços são potentes para o desenvolvimento de habilidades interdisciplinares e interprofissionais que ampliam a capacidade de análise e intervenção em saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 5948
Título do Trabalho: EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO SUS EM PARCERIA COM INICIATIVA PRIVADA AFIM DE PROMOVER REABILITAÇÃO BUCAL
Autores: Andreia Molez, Yeda Lima, Fernando Magalhães, Maria Teresa Pinheiro Ribeiro, Leticia Moreira Oliveira, Viviane Nascimento Tonon, Adilson Sakuno

Apresentação: Os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) asseguram atenção integral, garantindo acesso as ações e serviços de saúde, envolvendo a saúde bucal com a prevenção, promoção e recuperação da saúde. Porém, na atenção básica, nem sempre a prevenção e promoção da saúde bucal é suficiente, tendo em vista a estatística divulgada pelo IBGE em 2015 que apontou que o País tem 11% da sua população sem nenhum dente, o que corresponde a 16 milhões de pessoas. Tendo em vista a lei nº 8.080 n.º 9637 de 19.09.1990 – Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população, o SUS poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. Embasado nessas diretrizes, a Superintendência de Saúde do Distrito Estadual de Fernando de Noronha em parceria com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos, vem promovendo saúde bucal através do restabelecimento da fonética, estética e função com a  reabilitação através de  próteses dentárias removíveis com ou sem implantes dentários, uma vez que no arquipélago não existe rede particular que ofereça tal serviço, e a população apresentava grande número de pacientes desdentados totais ou parciais sem reabilitação. Desenvolvimento: Estudo com 100 usuários da atenção básica de Fernando de Noronha-Pernambuco, com edentulismo parcial ou total. Os dados foram coletados através de visitas às Unidades Básicas de Saúde, aplicando-se um questionário próprio estruturado e o instrumento GOHAI (Geriatric Oral Health Assessment Index) para verificação do impacto da falta de dentes na qualidade de vida. Os pacientes com necessidade de atenção à reabilitação bucal foram triados por agentes sociais e encaminhados para avaliação com fonoaudiólogo, nutricionista e por fim odontólogo a fim de restabelecer a adequação bucal promovida pelo SUS e a reabilitação através de próteses removíveis e/ou implantes dentários pela parceria público-privada. Resultado: Os pacientes contemplados são avaliados pela mesma equipe multidisciplinar ao longo de 12 meses, e evidenciam através ganho na desenvoltura fonética, melhoras na diversidade nutricional, promoção a saúde bucal e melhora na avaliação da autopercepção da saúde oral pelo teste GOHAI que demonstrou uma redução média de 3 pontos após da reabilitação bucal. Considerações finais: A assistência à saúde em parceria com a   iniciativa privada pode ser uma alternativa quando a cobertura assistencial à população não pode suprir demandas que necessitam de reabilitações de alto custo. Na promoção da saúde, o SUS pode recorrer aos serviços ofertados por entidades filantrópicas e sem fins lucrativos com resultados excelentes promovendo a saúde bucal com excelência para população. 


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Trabalho nº 9533
Título do Trabalho: A PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO SANITÁRIO: A BUSCA PELO DIREITO À SAÚDE PARA ALÉM DA JUDICIALIZAÇÃO
Autores: Luciana Souza d'Ávila, Roberta Moriya Vaz, Maria Gabriela Araújo Diniz

Apresentação: O objetivo deste trabalho é apresentar a proposta pedagógica e temática do Curso de Pós-Graduação – nível especialização - lato sensu em Direito Sanitário da Escola de Saúde Púbica do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), tendo em vista uma mudança de perspectiva que busca superar a visão restritiva do direito sanitário enquanto sinônimo de (combate à) judicialização da saúde. A ESP (MG) criada em 1946, vem desenvolvendo ações de educação e pesquisa com o objetivo de produzir conhecimentos e de qualificar profissionais críticos e capazes de transformar a sua prática cotidiana no sistema de saúde. Em seu modelo pedagógico, busca aproximar os discentes à realidade social da população, sempre em diálogo transdisciplinar e intersetorial, apresentando em seu corpo técnico pesquisadores e docentes de diversos campos do saber, além de contar com parcerias importantes no âmbito acadêmico, administrativo, dos serviços de saúde, dos órgãos judiciais e dos movimentos sociais. Nesse contexto, desde o final dos anos 1990, a instituição desenvolve o Curso de Especialização em Direito Sanitário, o qual se encontra em sua oitava turma, tendo como parceiros e alunos, trabalhadores dos principais órgãos estaduais que atuam na defesa do Direito à Saúde no Estado de Minas Gerais, como a Secretaria de Estado de Saúde, a Advocacia Geral do Estado, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública, entre outros. Nesses quase 20 anos, a proposta e os objetivos do curso vêm sendo discutidos e atualizados de forma permanente, com vistas a contribuir para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir do desenvolvimento de conhecimentos e práticas articuladas e integradas no campo do direito sanitário. De forma geral, os objetivos do curso são promover, além da reflexão sobre o conteúdo axiológico do direito à saúde e sobre o campo da saúde coletiva, a compreensão da dinamicidade dos contextos políticos, econômicos e culturais, e seus impactos na saúde das pessoas. Ademais, o fato de ter como alunos diversos atores envolvidos na garantia do direito à saúde (gestores, analistas, juízes, promotores, defensores públicos e conselheiros de saúde), o curso torna-se uma oportunidade de troca de saberes e de revisão crítica da atuação profissional nessa seara. Vale ressaltar que apesar da demanda pelo curso ser crescente e coincidir com o aumento progressivo das ações judiciais envolvendo o direito à saúde e de grande parte das discussões e abordagens em sala de aula recair sobre a judicialização enquanto realidade de trabalho dos discentes e docentes, o foco e a compreensão sobre esse fenômeno vêm sendo reconstruídos na perspectiva da Promoção da Saúde. Entende-se que o estudo do Direito Sanitário e a busca pelo direito à saúde vão além do combate à judicialização e que ao se resgatar os princípios da Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Carta de Otawa, 1986), da luta pelos direitos humanos, do Novo Constitucionalismo Latino-Americano e, principalmente, da 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), constata-se que a ação judicial pode ser uma aliada na efetivação desse direito. Essa mudança de perspectiva se coloca premente na medida em que se observam o esgotamento das discussões acerca das características dessas ações judiciais e um movimento no sentido de se limitar a abrangência do direito à saúde e do papel do poder judiciário em sua a garantia. A Promoção da Saúde, a partir da Carta de Otawa, significa a própria defesa do Direito à Saúde enquanto prioridade dos governantes e da sociedade como um todo, por meio da garantia de condições e recursos fundamentais como a paz, habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, justiça social e equidade. A saúde, portanto, é o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico e humano. O aparato internacional de proteção aos direitos humanos, desde a promulgação da Constituição da Organização Mundial de Saúde em 1946 e da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, também traz a saúde como resultado da garantia dos demais direitos, bem como determinante do seu exercício. A 8ª Conferência Nacional de Saúde, por sua vez, em meio ao processo de redemocratização do país, traz em seu relatório a saúde como um direito a ser reconhecido não só constitucionalmente, mas materializado pela atuação do Estado de forma integrada às demais políticas econômicas e sociais, mediante participação e controle popular, tendo como princípios o acesso universal e igualitário às ações e serviços. Paralelamente, o relatório enfatiza que as limitações e obstáculos para a efetivação do direito à saúde são de caráter estrutural, ou seja, para que o direito à saúde seja plenamente garantido, deve haver mudanças nas formas de organização social da produção, bem como o combate às desigualdades dos níveis de vida e à mercantilização do sistema de saúde. O resgate desses princípios no curso se dá tanto na disciplina Princípios do Direito Sanitário e Direito Constitucional Sanitário, quanto de forma transversal em sua matriz curricular, buscando-se uma interlocução com os conteúdos das disciplinas, as quais são distribuídas em três módulos, totalizando 360 horas/aula: 1)Apresentação: ao Estudo do Direito Sanitário; 2) Organização das Políticas Públicas de Saúde e 3) Direito sanitário aplicado. Além das disciplinas voltadas para o modelo de atenção, gestão e organização do SUS, como Políticas Públicas de Saúde, Redes de Atenção, Vigilância em Saúde no SUS, Regulação em Saúde, Economia da Saúde e Financiamento da Saúde, por exemplo, há disciplinas relacionadas aos aspectos jurídicos e doutrinários do Direito Sanitário e também disciplinas cujas ementas promovem a interface entre saúde, direito e ciências sociais. Entre estas, podem-se citar Estado, Saúde e Sociedade;Apresentação: à Saúde Coletiva; Saúde e Ambiente; Aportes das Ciências Sociais e Humanas sobre família e parentesco; Direito Sanitário e Saúde Mental e Determinantes Sociais em Saúde e Trabalho em Saúde. Ao mesmo tempo, são realizadas visitas técnicas a diversos serviços de saúde e discussão de casos com troca de papéis entre os alunos, para que conheçam a realidade do SUS e de seus colegas e possam tentar enxergar o trabalho do outro como parte da busca pelo direito à saúde, repensando, assim, seu próprio processo de trabalho. Ao longo do curso, são ainda realizados seminários com especialistas de diversas partes do país, trazendo suas experiências no âmbito jurídico, acadêmico e na gestão dos serviços de saúde. A judicialização da saúde é discutida na perspectiva estruturante como uma forma de se alcançar impactos coletivos e universalizantes, requalificando sua importância no âmbito individual como garantia de acesso à justiça. Os papeis do Ministério Público e dos órgãos do Poder Judiciário são debatidos no sentido de atuarem em questões macropolíticas e sociais que visam garantir o financiamento adequado e a participação social no SUS; combater o movimento de privatização do sistema e a implementação das políticas de austeridade e de ajuste fiscal; limitar a atuação e pressão da indústria farmacêutica; fazer cumprir o reembolso ao SUS pelas operadores privadas de saúde; entre outros. Diante da proposta pedagógica do curso e do entendimento acerca do Direito Sanitário e do papel da judicialização da saúde, têm sido observados resultados importantes, como a reorganização dos processos de trabalho e qualificação das tomadas de decisão pelos alunos, além de mudanças institucionais com implantação de fluxos (no âmbito da saúde e da justiça) e participação na formulação de políticas.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6974
Título do Trabalho: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM PROJETO DE EXTENSÃO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE CONTRA MIGRÂNEA PROMOVIDO PELA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Autores: Danielle Brandão de Melo, Ida Oliveira de Almeida, Ana Paula Silva Simões, Rosana Freitas de Assis, Aníbal de Freitas Santos Júnior, Ana Patrícia Paschoal Queiroz, Tamires dos Reis Santos Pereira

Apresentação: O projeto “Livre da enxaqueca” possui uma equipe multidisciplinar em saúde, composta por quatro Farmacêuticos, um Nutricionista, uma fisioterapeuta, uma psicóloga e duas estagiárias de Farmácia até os tempos atuais. inicialmente alocado no serviço médico da Universidade do Estado da Bahia, e a partir de 2016 fincado no prédio da Farmácia escola da mesma instituição, teve início em 2011, tendo como áreas de concentração predominante a farmácia clínica e atenção farmacêutica. O objetivo do projeto é proporcionar uma terapêutica medicamentosa racional, cuidados paliativos em saúde e aumento da qualidade de vida de indivíduos diagnosticados com migrânea. A migrânea é uma cefaleia primária episódica e crônica, caracterizada pela presença de dor intensa em um dos lados da cabeça, normalmente pulsátil, com aura, isto é, acompanhada de fotofobia, sensibilidade a sons, náuseas, êmese, tontura, visão turva e percepção de luzes oscilantes; ou sem aura. Figura um problema de saúde pública por afetar majoritariamente mulheres em idade produtiva, ocasionando faltas no trabalho com respectivo impacto na economia. A doença pode perdurar durante toda a vida ou cessar com o passar dos anos, principalmente na senescência, por motivos ainda pouco elucidados. Trata-se de uma enfermidade multifatorial, que pode ter como gatilhos oscilações hormonais, alimentos e bebidas como queijo, café, chocolate, alimentos embutidos, etanol, molhos, além de estresse, insônia, exposição solar, tensão pré-menstrual e exercícios físicos de endurance, que causam disfunções em neurotransmissores como serotonina, dopamina, noradrenalina e glutamato. O diagnóstico é dado por médico cefaliátra, psiquiatra ou neurologista, sendo a prerrogativa para a inclusão do paciente no projeto em questão. Este relato diz respeito ao período de 2012 à 2013, em que foi feito um estágio voluntário em Farmácia clínica, no qual competia, dentre outros encargos, atuação como assistente dos demais profissionais, realizando marcações de consultas, assistindo aos atendimentos (quando possível), pontuando os avanços outrossim os resultados da terapêutica medicamentosa com analgésicos não opioides, como ácido acetilsalicílico, dipirona e paracetamol, e anti-inflamatórios não estereoidais, a exemplo do ibuprofeno, naproxeno sódico e ácido tolfenâmico, somado a terapêuticas não medicamentosas pilates, reeducação alimentar, acupuntura, psicoterapia e mudança de estilo de vida, na migrânea sem aura. Na migrânea com aura, recomendava-se, além das medidas citadas no tratamento sem aura, a inserção de derivados ergóticos (tartarato de ergotamina ou mesilato de di-hidro-ergotamina) ou triptanos.Indicava-se utilizar gastrocinéticos e antieméticos, exceto com o uso de triptanos. Uma condição que chamou atenção foram relatos de enxaqueca de rebote pelo abuso de analgésicos, reduzindo endorfinas no cérebro, com consequente dor aguda de alta intensidade nos pacientes, que ocasionou o internamento hospitalar dos mesmos antes de participarem do projeto. Logo, foi observada uma resposta positiva nos participantes do programa, tendo, na maioria dos casos, acabado com as crises após ajustes nas doses terapêuticas dos analgésicos, alteração do fármaco, mudança de estilo de vida e hábitos alimentares, com a retirada gradual dos fatores de gatilho.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9967
Título do Trabalho: AUTOCUIDADO E O ENVELHECIMENTO: PROMOÇÃO DA SAÚDE PARA PESSOAS IDOSAS EM UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Tatiana Mota Lote, Alessandro Silva Pontes, Erine Aragão Cavalcante, Thiago Penaforte de O. Queiroz, Bruno Schesquine Heringer da Silva, Antônio Jose De Souza Neto, Antônia Evilânnia Cavalcante Maciel

Apresentação: O presente estudo é um relato de uma experiência vivenciada na organização e execução de uma oficina em saúde com os idosos de uma instituição filantrópica na cidade de Manaus (AM), onde foi abordados temas como: Sensibilizando idosos quanto à importância do autocuidado e higiene corporal. Utilizando de metodologias que visem à sensibilização por meio da educação em saúde. As atividades realizadas e materiais utilizados foram planejados, confeccionados e implementados pelos acadêmicos internos de medicina da Universidade Nilton Lins.  Objetivo: Relatar a dinâmica da oficina enfatizando a importância da sensibilização dos idosos quanto o autocuidado. Desenvolvimento: As atividades em formato de oficina com duração de uma hora e meia, tendo os idosos como grupo alvo. Em formato roda de conversa os acadêmicos de medicina se apresentaram e expuseram a temática da e o objetivo a ser abordado, e logo em seguida conduziram uma breve apresentação entre os idosos. No segundo momento realizou-se a dinâmica “Para quem você tira o chapéu?”  que teve como objetivo estimular a autoestima dos idosos, para realização da mesma foi utilizado os seguintes materiais: um chapéu e um espelho. Da realização da dinâmica:  o líder da dinâmica entregou o chapéu para um dos participantes e perguntou “se ele tira o chapéu?” para a pessoa que está no fundo do objeto e “por que ele tira o chapéu?”. Esta é uma dinâmica de verdadeira importância, pois ela estimula o idoso a se valorizando, analisando tudo pelo o que passou, todas as conquistas que obteve e continua obtendo ao longo da vida, além de reconhecer suas principais habilidades e características físicas e pessoais, que fazem com que ele seja e tenha se transformado no indivíduo que é hoje. No terceiro momento foi abordado de forma clara e objetiva sobre a importância da higiene corporal, utilizando uma abordagem participativa por meio de matérias lúdicos e audiovisual, após a exposição e discussão em roda de conversa foi realizado um o bingo de higiene corporal adotado como atividade final pelos acadêmicos. Resultado: Os idosos interagiram positivamente com as atividades propostas e tiveram uma boa aceitação das metodologias utilizadas durante a oficina. Os idosos se posicionaram quanto à percepção da necessidade de adotar hábitos de autocuidado e higiene corporal e se comprometeram em adotar tais hábitos saldáveis expostos na oficina, levando em consideração suas limitações e a importância do apoio dos cuidadores e técnicos de enfermagem nesse processo de promoção de saúde. A utilização de metodologias ativas e educação popular em saúde foram cruciais para o alcance do objetivo proposto na oficina, do qual enfatizou a importância da promoção de saúde utilizando métodos que não fujam da realidade da população participante, além da valorização da medicina preventiva, como educação em saúde na formação ensino-aprendizagem de acadêmicos do curso de medicina.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6465
Título do Trabalho: “SAÚDE NO BECO”: VIVÊNCIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E DA FELICIDADE NA COMUNIDADE
Autores: Olga Maria de Alencar, Maria Aparecida de Oliveira Nicolau, Mara Natalia Fernandes Silva, Maria Rocineide Ferreira da Silva

Apresentação: O presente trabalho objetiva compartilhar a experiência de um grupo de promoção da saúde, bem como suas reflexões críticas das aprendizagens, desafios e mecanismos de sustentabilidade, que fortaleça a autonomia e o protagonismo da equipe e comunidade. Desenvolvimento: promoção da saúde é uma das principais ações desenvolvida no âmbito da Atenção Primária á Saúde (APS), que tem mobilizado as equipes, no sentido de promover melhoria na qualidade de vida da população sobre sua responsabilidade. O Saúde no Beco é um projeto que teve início no segundo semestre de 2018. Nasceu inicialmente do desejo de realizar uma ação para os portadores de hipertensão arterial e diabetes no território de saúde Centro I em Quixadá(Ceará), expandindo-se posteriormente para um espaço de diálogos para todos que desejasse. Portanto, sai da perspectiva preventivista e torna-se uma ação de promoção de saúde e da vida. Essa ação é resultado de um trabalho em parceria com a Equipe de Saúde da Família(ESF) Centro I e uma instituição de ensino superior. Resultado: foram realizados em torno de 50 encontros no período de 2018 a 2019 numa rua sem saída que fica localizada na área de abrangência, daí o nome do projeto: “saúde no beco”, sendo esse nome construído coletivamente. As atividades do grupo são coordenadas pelos ACS e por uma professora de uma universidade filantrópica da cidade. As atividades desenvolvidas foram:  festas dia dos pais, das mães, natal, carnaval, festas juninas; rodas de conversas educativas e lúdicas com temas transversais; atividades fisioterápicas; atividades cenopoéticas e artes manuais; passeios a pontos turísticos, culturais e educativos.  Apontamos como principais impactos a melhoria da promoção da saúde, da vida e da felicidade; redução de danos e agravos do adoecimento; promoção da autonomia, da autoestima e protagonismo; redução do uso de medicamentos psicotrópicos, melhora dos níveis pressóricos e  glicêmicos, fortalecimento dos vínculos afetivos entre os vizinhos, melhoria nas relações interpessoais nas famílias e intrapessoal de seus participantes. Considerações finais: com essa experiência podemos concluir que a construção coletiva dos saberes, as mudanças de hábitos que implicaram na reabilitação física e emocional apontam resultados positivos na vida tanto dos usuários como da equipe de saúde. Os aprendizados construídos também são considerados elementos força, pois contribuem no enfrentamento das adversidades do dia a dia.  


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10057
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL NOS PRÉ- ESCOLARES DA UMEI GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS
Autores: Dayhane Boechat Fernandes, Raquel Miranda

Apresentação: Este trabalho foi desenvolvido na UMEI(Unidade Municipal de Ensino Infantil)Governador Eduardo Campos situada em Niterói, com o objetivo de detecção e tratamento precoce da cárie na primeira infância. No início de 2019, foi pactuado com a diretora adjunta da instituição o calendário das ações a serem desenvolvidas no curso do ano letivo. Na primeira etapa os professores receberam orientações sobre cuidados com a saúde bucal e esclarecimentos sobre o Tratamento Restaurador Atraumático (TRA). Eles atuaram como multiplicadores do cuidado, devido à proximidade com os responsáveis. A segunda etapa foi a aproximação dos alunos, através de atividades lúdicas de orientação. Foram realizadas escovação supervisionada, aplicação de flúor e exame epidemiológico. As crianças diagnosticadas com cárie foram encaminhadas para tratamento na unidade de saúde pertencente ao seu território. Em um terceiro momento foi realizado o TRA. Foram avaliadas 142 crianças com idade entre 2 e 6 anos, 32 apresentavam cárie, sendo que 17 tinham indicação para TRA. Destas 17 apenas 8 tiveram a autorização para execução do procedimento e duas foram atendidas no PMF Matapaca. Devido a criação do vinculo com a equipe e por se tratar de um tratamento indolor e pouco invasivo, as crianças reagiram bem ao procedimento, colaborando para restauração de 32 dentes. O TRA  foi realizado no ambiente escolar, com a participação da estagiária, integrante do programa de preceptoria da UFF. Após análises, verificamos que a maior prevalência de cárie estava na faixa etária entre 4 e 6 anos, em virtude disto, precisamos intensificar as orientações aos responsáveis sobre importância da dentição decídua para que os mesmos tenham consciência de que a prevenção e adoção de hábitos saudáveis são a melhor solução para controle da cárie. 


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8014
Título do Trabalho: A PSICOLOGIA E A FORMAÇÃO PARA ATENÇÃO E PROMOÇÃO EM SAÚDE E DE APOIO A COMUNIDADES E AOS ESTUDANTES INDÍGENAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Autores: Maria Eunice Figueiredo Guedes

Apresentação: As políticas públicas de saúde no Brasil ganharam a partir da Constituição de 1988, relevância indiscutível e especial destaque no esforço nacional de recondução do Estado Brasileiro aos caminhos da democracia. Com o início da abertura política nos anos oitenta, resultante de grande pressão social, o Movimento Sanitário, surgido em meados da década de 70, em conjunto com o Movimento Popular e Sindical, pôde denunciar os efeitos do modelo econômico sobre a saúde da população, agravados pela irracionalidade do sistema. Precisamos a partir das necessidades de atenção e promoção de saúde para a população pensar em alternativas de atendimento que tenham como premissa essa realidade social e que está se agudizando ainda mais atualmente correlacionando com o que está previsto em alguns dos princípios do  Sistema único de Saúde (SUS) como, por exemplo, o acesso universal; a integralidade na atenção e equidade etc. Precisamos também estabelecer com o outro (tão sujeito quanto nós profissionais) uma relação de diálogo e escuta. Assim concordamos com Martins que afirma que “para que haja ética, é preciso ver (perceber) o outro e que para  que ocorra a assistência humanizada também é preciso perceber o outro, conclui-se que assistência humanizada e ética caminham juntas”. Importante então trazer à reflexão o cuidado que é uma categoria epistemológica que deve gerar autonomia para a sociedade e a possibilidade de expansão do viver. Assim os sujeitos com quem trabalhamos nos serviços de saúde e na nossas várias são seres vivos que estão atravessados por um conjunto de fatores históricos, sociais, econômicos, subjetivos e geracionais. Nesse sentido, temos que ver como está se construindo o sentido do desenho da realidade social nos diversos níveis de complexidade na saúde. Quais possibilidades e que tipo de  tratamento devemos realizar tanto na promoção, prevenção e/ou recuperação que possa possibilitar ao usuário o “cuidado de si”. Consideramos notável e admirável a capacidade da pessoa humana em experimentar o mundo das maneiras mais diversas que possamos imaginar. Segundo Martins (2001), merece reflexão a atual tendência das ações humanizadoras no tecido institucional em que as ações de saúde se veiculam. A teia interacional, ou seja, o conjunto das relações que se estabelecem nas instituições e na forma como se atua em relação aos problemas sociais demandam hoje ações interprofissionais no trato com essas problemáticas. Precisamos também estabelecer com o outro (tão sujeito quanto nós profissionais) uma relação de escuta e diálogo, tal como afirma Martins (2001) “[..] para que haja ética, é preciso ver (perceber) o outro [...]; e para a assistência humanizada também é preciso perceber o outro, conclui-se que assistência humanizada e ética caminham juntas”. Bock (2001) afirma que a Psicologia deve contribuir para “[...] fortalecer os sujeitos, permitir-lhes o desenvolvimento de uma “compreensão crítica” da inserção que têm no mundo social, contribuir para a construção de projetos de intervenção cotidiana e, trabalhar para ‘ressignificar experiências’, de modo a reestruturar as apropriações que fazem, atualizando-as e tornando-as parte confortável de sua subjetividade”. Boaventura Santos (2002) afirma a importância e a necessidade de “restaurar os valores comunitários e a importância da comunidade local nas mudanças sociais”. Modos de significar e ressignificar o ambiente que evidenciam miríades de compreensões de si e do mundo. A Declaração Universal dos Direitos Humanos compreende que todo ser humano " tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar". Assim na formação e intervenção que realizamos desde 2014 temos essas reflexões na tarefa que realizamos  enquanto órgão formador tanto junto aos os profissionais do sistema de saúde, educação, assistência entre outros (nos serviços) que operacionalizam as políticas públicas quanto no espaço de implementar a reflexão na formação acadêmica.  A saúde é um campo de lutas, depende do sentido que se dá ao adoecimento, é a luta do sujeito contra o adoecimento e contra os percalços do meio. Não há na pessoa humana a possibilidade de não se defrontar com os perigos da vida cotidiana e não vivenciar situações em que o medo, a angústia e ansiedade se entrelacem, produzindo ressonâncias em suas subjetividades (BENEVIDES, 2005). O Sistema Único de Saúde (SUS) também não deve lidar com as pessoas descontextualizadas da realidade social, geográfica e política onde vivem e os povos da Amazônia na sua diversidade e especificidades é uma realidade que demanda um cuidado e atenção especial. O objetivo deste trabalho é relatar ações que vimos realizando de atenção, formação e cuidado com comunidades e estudantes indígenas e quilombolas da Amazônia. Alguns dos maiores problemas encontrados no índice de “acesso aos serviços” (dados da pesquisa Amazônia) foi falta de assistência profissional (principalmente de profissionais de nível superior); baixa cobertura na atenção básica através dos programas de assistência a saúde da família e; pouco empoderamento das comunidades no sentido de lançar mão de mecanismos de resistência e luta que garantam seus direitos, e de práticas de cuidado de si e da família. Este trabalho relata as situações decorrentes de  momentos de escuta, discussões e construção de ações e projetos e de vivências relacionadas a construção  no espaço comunitário ou universitário da articulação  saúde, cidadania  e Direitos Humanos. Estamos sempre nos inventando e nos compreendendo, fazendo parte desta experiência humana como sujeitos, grupo de pessoas das mais diversas características e modos de se sentir étnicos e raciais. Existem no mundo atualmente centenas de etnias indígenas e comunidades remanescentes de quilombos, com históricos mais singulares e continuam a existir e resistir em seus territórios/terras e a desenvolver suas práticas culturais e estratégias de sobrevivência, principalmente os que se encontram ameaçados pelos mais diversos vetores sociais, ambientais, climáticos, políticos e industriais. Atualmente, no Brasil Segundo o Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) são cerca de trezentos e cinco etnias indígenas, em situações mais diversas e adversas em seus territórios. Na Amazônia notamos o avanço dos grandes projetos e intensificação nos conflitos de terra. Diversas são as táticas de resistências destes povos na Amazônia para garantir a continuidade de sua existência e reprodução sociocultural e assim da saúde destes povos. Neste contexto, a década de 1980 é de suma importância para compreender como um acontecimento no que se refere ao histórico das mobilizações dos povos indígenas e quilombolas e da conquista dos seus direitos. A constituição de 1988  assegura em seu texto  o direito à saúde, educação diferenciada e reconhecimento de terras para indígenas e quilombolas. Isso nos faz notar a grande responsabilidade que as instituições de saúde e educação tem em saber acolher de modo responsável e respeitando as especificidades culturais destes povos, para que sigam tendo garantidos seus direitos  indissociáveis pela terra, saúde e educação. Esse nosso trabalho  conta com o apoio  da Associação de Povos Estudantes Indígenas da Universidade Federal do Pará (APYEUFPA), da Associação de Estudantes Quilombolas (ADQ-UFPA  que são parceiras desse nosso projeto. E também contamos com o apoio do Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá- Tocantins (DSEI GUATOC), Casa de apoio à Saúde Indígena de  Icoaraci – CASAI Icoaraci/ DSEI GUATOC, Associação dos Quilombolas do Abacatal – Ananindeua/Marituba – Pá, Faculdade de Psicologia da UFPa, Liga de Saúde Indígena da UFPa- LASIPA, Comissão de Psicologia e Povos Indígenas do Conselho Regional de Psicologia Pará _ Amapá. CRP10, Liceu Escola de Artes e Ofícios Mestre Raimundo Cardoso – Icoaraci/Belém


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 11087
Título do Trabalho: O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE E A PROMOÇÃO DA SAÚDE DA COMUNIDADE: DESAFIOS COTIDIANOS
Autores: Roberta Araújo, Catherine Marques Barros

Apresentação: O agente comunitário de saúde faz parte da equipe mínima que atua na Estratégia de Saúde da Família, juntamente com o enfermeiro, o médico e o auxiliar ou técnico de enfermagem. Essa profissão, instituída oficialmente em 1991 com o Programa dos Agentes Comunitários de Saúde, possui papel fundamental para identificar e atuar sobre as demandas da comunidade e na manutenção da sua saúde, haja vista seu conhecimento sobre o território e a proximidade com as famílias. O estabelecimento desta categoria facilita o desenvolvimento das ações de promoção à saúde e o acompanhamento integral às famílias. Sabendo que uma das atribuições dos agentes comunitários de saúde é “estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo ações educativas, visando à promoção da saúde, à prevenção das doenças e ao acompanhamento das pessoas com problemas de saúde...” (1), é primordial a quantidade adequada de profissionais para a cobertura total das microrregiões. Diante disso, tem-se que o percentual de profissionais disponíveis influenciam diretamente no atendimento prestado à população. O estudo é um resumo em resposta a seguinte questão: de que forma o percentual de cobertura dos agentes comunitários de saúde influenciam na qualidade do atendimento à população? Desenvolvimento: A questão norteadora do estudo surgiu a partir da tentativa de realização de intervenções de enfermagem, focadas na educação em saúde e promoção de bem-estar, em algumas unidades básicas de saúde em uma cidade do interior de Minas Gerais. Entretanto, não houve êxito pois os projetos desenvolvidos nesses locais dependiam da convocação realizada pelos agentes comunitários de saúde, e esses profissionais estavam desfalcados no momento do contato. Diante dessa situação, percebe-se que a quantidade de profissionais disponíveis, agentes comunitários de saúde, nesse contexto especificamente, pode influenciar diretamente a qualidade e abrangência do atendimento prestado à população, principalmente, no que diz respeito a projetos de prevenção e promoção, como grupos operativos e ações de educação em saúde e vigilância sanitária. Resultado: Segundo dados do e-Gestor, Informação e Gestão da Atenção Básica, do Ministério da Saúde, a cobertura dos agentes comunitários de saúde em Minas Gerais em novembro de 2019 (dado mais recente até a realização deste estudo) era de 75,45%. E no contexto geral do Brasil, neste mesmo período, a estimava é de 63,18%. Há uma divergência nessas informações, já que na proposta inicial do Programa de Atenção Básica é estabelecida cobertura total das microrregiões pelos agentes comunitários de saúde. Mas além das questões políticas e gerenciais que levam a essa situação profissional, a preocupação maior é com os usuários do serviço. A cobertura parcial dos ACS pode ter consequências como: a descontinuidade do atendimento, fragilidade do relacionamento profissional-usuário e a sobrecarga dos outros profissionais da equipe da Estratégia de Saúde da Família. É válido ressaltar que toda a equipe é responsável pela comunidade, porém levando-se em consideração que os ACS realizam uma quantidade considerável de visitas domiciliares, tem-se que a falta desses profissionais pode fazer com que as pessoas não compareçam aos grupos operativos, já que não haverá quem repasse as informações dos encontros; a diminuição das visitas domiciliares consequentemente leva a um menor contato com os usuários e a um afastamento do relacionamento profissional e até mesmo da confiança do usuário; o monitoramento das vulnerabilidades presentes na comunidade também pode ficar comprometido, já que enfermeiros e médicos geralmente acompanham presencialmente as famílias com maiores demandas de saúde, por exemplo, pessoas que estejam acamadas; além disso, esses profissionais que habitualmente sofrem com cargas físicas, psíquicas e sociais, decorrentes das condições de trabalho, com exposição ao sol, longas horas em pé ou caminhando sobre terrenos irregulares, e a cobrança pessoal e dos próprios membros da comunidade, são ainda mais exigidos quando há falta de profissionais. O resultado de todas essas situações é a queda na qualidade de vida da população e das ações de promoção à saúde. E ainda como retratado por Araújo e Assunção, uma das habilidades dos agentes comunitários de saúde é “estimular a participação popular, através das Associações Comunitárias e Conselhos Locais de Saúde”, sendo assim o caminho de desenvolvimento da autonomia social poderá estar dificultado, tendo em vista que a participação política se faz na coletividade e algumas demandas de saúde não estão claramente acessíveis a população, mas que com auxílio dos ACS podem ter o entendimento mais facilitado sobre essas questões. Vale ressaltar que devido a uma visão hospitalocêntrica da sociedade, o investimento na atenção primária ainda não é prioridade. Os hospitais e a atenção terciária ainda são vistos como os melhores métodos de se fazer saúde, deixando os outros setores cada vez mais sucateados. Como exemplo tem-se as novas mudanças na Política Nacional da Atenção Básica de Saúde, que altera o modelo de financiamento da atenção primária, bem como na composição das equipes de saúde, tirando a obrigatoriedade do agente comunitário de saúde. Os impactos dessas medidas além do óbvio aumento da escassez dos ACS, é o enfraquecimento da territorialização e do vínculo da equipe de saúde em sua área geográfica. Considerações finais: Diante do exposto tem-se que a cobertura parcial dos ACS tem como possíveis consequências: alterações na relação comunidade-atenção primária, que podem desencadear diminuições nas ações de promoção à saúde, além de descumprir dois dos princípios do SUS que são a universalidade e a integralidade e um princípio doutrinário, que é a participação popular. Tudo isso na medida em que a menor cobertura das microrregiões representa menos pessoas recebendo visitas domiciliares, menos assistência, incentivos aos grupos operativos, e além disso menos acesso a participação popular, já que o estímulo promovido pelos ACS representa um impulso diferencial a participação social. Ademais, nota-se o esgotamento da equipe da Estratégia da Família ao tentar suprir a falta de outros membros do grupo, desempenhando funções não correspondentes com seus cargos. Dessa maneira fica explícita a importância da estruturação de uma equipe multiprofissional e, especialmente dessa categoria profissional como propulsora da saúde da população, e que os atuais desafios vividos necessitam ser superados para que a atenção primária tenha a resolutividade e abrangência esperada. (1) MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012


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Trabalho nº 9043
Título do Trabalho: PESQUISA EM SAÚDE PÚBLICA COMO PROMOTORA DA GARANTIA DE DIREITOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM DIRETRIZES PARA SAÚDE DA MULHER HIV POSITIVA
Autores: Ana Carolina Drehmer Santos, Gabriella Monteiro Marques, Brendha Zancanela Santos

Apresentação: A Liga de Saúde Materno Infantil (LASMI) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus Uruguaiana no Rio Grande do Sul, é formada por alunas de fisioterapia, enfermagem e medicina e é centrada no trabalho interdisciplinar para cumprir com retorno à sociedade, posto que as Universidades Federais são financiadas com recursos advindos da população. Através do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão, a Liga exerce atividades para promoção de saúde em ambiente acadêmico e em Estratégias de Saúde da Família (ESF), serviço de Saúde da Mulher e Centro de Orientação e Apoio Sorológico (COAS). Nesse contexto, alunas identificaram falhas no rastreio de câncer cervicouterino em usuárias HIV positivas do Serviço Único de Saúde do município, propondo Pesquisa para conhecimento da realidade municipal e possibilitar futura proposta de alternativas. Objetivo: Continuar restituição social através da verificação da eficácia da Diretriz de Rastreio do Câncer de Colo de Útero do Ministério da Saúde em pacientes imunossuprimidas e quais fatores de risco dos serviços públicos de saúde na cidade de Uruguaiana, Rio Grande do Sul. Método: Pesquisa documental em fontes primárias e secundárias sobre prevenção e rastreio de carcinoma cervicouterino em mulheres HIV positivas, como normativas da Organização Mundial de Saúde, Organização Panamericana de Saúde e Ministério da Saúde. Pesquisa bibliográfica, via artigos sobre patologia. Visando compreensão do cenário na cidade de Uruguaiana, realizou-se consulta dos prontuários do Serviço de DST/AIDS para averiguar coleta de citopatológico anual como preconizada. Resultado: Os índices de prevenção de patologia oncoginecológica recrudesceram com a implementação das Diretrizes de Rastreio em câncer cervicouterino, no entanto, observa-se que Uruguaiana representa a preocupação das Organizações Internacionais pela persistência dessa patologia em países em desenvolvimento. O cenário torna-se mais preocupante em mulheres HIV positivas devido aos maiores riscos socioculturais e biológicos representados pela vulnerabilidade social, preconceito com o HIV e risco elevado de malignização da lesão por vírus HPV pela imunossupressão. No COAS foi observado precária organização e sobrecarga de atendimentos. Diversos prontuários não possuíam informações atualizadas há cinco anos, enquanto agenda dos profissionais do serviço estava lotada, evidenciando falta de recursos humanos. Percebeu-se, também, falha na formação de uma rede, visto as coletas empreendidas nas ESF’s não são atualizadas nos prontuários do setor. A informatização através do sistema “Siscan” (Sistemas de Informação do Câncer) também é um obstáculo, pois não está disponível em todas as Unidades pela falta de computadores ou internet. Considerações finais: Através da pesquisa em Saúde Pública é possível fornecer dados para a futura formação de estratégias que auxiliem na garantia de direito à saúde. Observou-se que as Diretrizes de Rastreio de câncer cervicouterino em usuárias do serviço de saúde HIV positivas estão de acordo com as preconizações das Organizações Internacionais. No entanto, a falta de recursos humanos e falha referência e contrarreferência são obstáculos para a efetivação da Diretriz na cidade de Uruguaiana. Dessa forma, a identificação das barreiras na prevenção de câncer cervicouterino pela LASMI dá continuidade no retorno à comunidade em promoção de saúde para redução de inequidades e garantia de direitos na área.


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Trabalho nº 11092
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ILHA DO MURUTUCU, NO PARÁ, ATRAVÉS DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO (PET-SAÚDE INTERPROFISSIONAL)
Autores: Jamila Gatinho, Flavia Martins Moreira Alves, Bruna Gerrits Mattos, Leonardo de Souza Louzardo, Jessica Aline Alves Oliveira, Thayná Cibele Vasconcelos de Sousa, Vanessa Silva Garcia

Apresentação: A Ilha do Murutucu situa-se às margens do Rio Guamá, próximo à região metropolitana de Belém, no estado do Pará. Embora faça parte de um complexo de ilhas circundantes na região, junto com a Ilha do Combu, a comunidade ribeirinha do Murutucu enfrenta maiores dificuldades no quesito do acesso aos serviços de saúde básica. Nesse cenário, acadêmicos e profissionais do Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde) da Universidade Federal do Pará realizaram uma ação de promoção de saúde direcionada aos moradores desta comunidade, com enfoque em suas necessidades. Desenvolvimento: A atividade foi realizada pelo período da manhã, em que uma equipe interprofissional abrangendo profissionais de odontologia, medicina, enfermagem, fisioterapia e nutrição foi conduzida à ilha em um barco de assistência hospitalar. Os espaços cedidos para a realização da ação foram a casa de uma família ribeirinha e a escola de ensino infantil frequentada pelas crianças da ilha. No primeiro momento, acadêmicos do PET promoveram uma palestra sobre higienização da água e alimentos, considerando o difícil acesso da população local à água potável; a temática de higiene básica pessoal e bucal também foi abordada, além de orientações sobre práticas de alimentação saudável distribuídas em folhetos para os ouvintes. Ao fim da palestra, foram distribuídas pequenas doses de hipoclorito de sódio para serem utilizadas na higienização da água e alimentos. Em um segundo momento, as crianças da ilha assistiram a um teatro de fantoches no espaço da escola sobre os temas de higiene básica e bucal, doenças transmitidas por mosquitos e lixo e, posteriormente, participaram da escovação bucal supervisionada com os dentistas da equipe. Ao final da ação, foram realizadas consultas odontológicas, médicas e de enfermagem no barco para os membros da comunidade. Resultado: Através da ação, foi possível realizar orientações de promoção de saúde com enfoque nas reais necessidades da comunidade ribeirinha da Ilha do Murutucu, que envolviam a dificuldade no acesso de água potável, higienização precária dos alimentos e alto consumo de alimentos industrializados, trazidos da região metropolitana de Belém. Além disso, foi de extrema importância a instrução das crianças da ilha referentes a questões como lixo, doenças como a dengue, higiene pessoal e bucal através do teatro de fantoches, que gerou engajamento e interação do público infantil. Considerações finais: Ações de promoção e educação em saúde são estratégias fundamentais para introduzir as orientações adequadas no cotidiano das populações ribeirinhas, considerando que são comunidades que enfrentam maiores dificuldades no acesso à saúde. Nesse contexto, é papel da equipe interprofissional de saúde o desenvolvimento de tais ações e o maior contato com a comunidade, levando não só as informações necessárias, mas os subsídios para que a população possa mudar de hábitos e consequentemente adquirir melhor qualidade de vida.


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Trabalho nº 8022
Título do Trabalho: ROÇA COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL: EXPERIÊNCIA NA CASA DE APOIO À SAÚDE INDÍGENA DE CANARANA (MT)
Autores: Maria Eunice Waughan Silva, Yamalui Waura, Waldemiro Flores Marcolan, Joana D'arc, Douglas Willian Menezes Oliveira, Aumari Yawalapiti, Charles Juliano Visconti, Kátia Yukari Ono

Apresentação: O presente trabalho trata da experiência do projeto “Roça Indígena” realizado na Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI) de Canarana – MT, pertencente ao Distrito Sanitário Especial Indígena Xingu (DSEI Xingu). Entre os objetivos, a iniciativa buscou relacionar alimentação e nutrição indígena e a sua possível utilização na alimentação dos comensais da própria CASAI, bem como realizar a troca de mudas com as demais etnias. A ideia inicial foi criar um espaço de promoção da alimentação adequada baseada nas tradições indígenas do Xingu, porém ao longo do tempo as intenções foram se modulando de acordo com a realidade de execução do projeto e apresentação dos primeiros resultados. Ao longo do projeto foi possível realizar a utilização do resíduo orgânico, restos de alimentos que são produzidos na cozinha segregados e dispensados  na composteira para que por sua vez possa virar adubo completando seu ciclo e ajudando a produzir mais alimentos. Objetivo: Este texto busca descrever o nascimento do projeto, desde a plantação das primeiras mudas, passando pelo processo de colheita, preparação do alimento e produção de composto orgânico, considerando as potencialidades e desafios da manutenção da roça na CASAI. Desenvolvimento: O projeto teve início em outubro de 2018 e segue até os dias atuais, a primeira atividade constituiu na articulação da entre DSEI e Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente através da disponibilização de maquinário para preparação do solo e doação de mudas de couve, salsinha, pimenta, maracujá, ramas de mandioca e batata doce da variedade Covington. O primeiro desafio apresentado foi o método de irrigação, iniciou-se com irrigação manual. Profissionais e pacientes, especialmente crianças, auxiliaram na irrigação. Devido dificuldade, foi doado por 2 profissionais 100 metros de mangueira. O método de irrigação foi aprimorado aos poucos, como o fluxo da água não atingia todos os canteiros, fez-se uma extensão do encanamento com  fixação de duas torneiras, método que é utilizado até hoje. Após 1 mês de plantio, o segundo desafio foi o surgimento de formigas que afetaram especialmente as folhosas. Houve dúvidas sobre o método de controle de pragas, porém foi observado que as formigas fazem parte da alimentação tradicional indígena, sendo consumida crua sem asas e pernas ou tostada com beiju. Optou-se por desistir das folhosas. Interessante também foi o surgimento de novas mudas, voluntariamente pessoas da equipe de enfermagem, cozinha, limpeza e pacientes plantaram suas sementes e mudas de pimenta, erva cidreira, abacaxi, melancia, quiabo, abóbora. Para limpeza da roça foram organizados mutirões, porém com dificuldades de organização. Em meados de fevereiro de 2019 foi firmada a parceria com Empresa Pública Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (EMPAER) vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura Familiar, com objetivo de ofertar apoio técnico assistencial. O ponto focal para receber as orientações técnicas é o agente de saneamento Yamalui Waura, DSEI Xingu, principal profissional responsável pela manutenção da roça. Em março somou-se à experiência o Instituto Socioambiental (ISA) que contribuiu através da doação de matérias para o início da composteira. Após 5 meses do início do projeto foi possível reunir todos os parceiros para novos planejamentos. No mesmo mês foi iniciado a implementação da composteira através da orientação às cozinheiras sobre separação do lixo orgânico, produção de anéis de caixa d’água no qual seria destinado o composto orgânico. O composto ficou pronto para uso após 4 meses de preparação, foram feitas duas composteiras em tempos distintos que estão sendo utilizadas nos canteiros da roça pré-plantio e em oficinas de produção de mudas. Na semana do meio ambiente (01 a 05 de junho) foram realizadas atividades com os indígenas sobre separação do lixo, a relação entre o ato de comer e as mudanças climáticas e plantação na CASAI de 7 mudas de árvores frutíferas e nativas do cerrado. Para as oficinas culinárias foram utilizados utensílios da cozinha junto aos métodos de cocção em fogo de chão com lenha. Os utensílios para oficina de beiju foram providenciados conforme é realizado na realidade indígena. As latas de leite transformaram-se em descascadores, o ralador foi produzido com madeiras e lata perfuradas com prego e martelo, para separação da polvilho foram utilizadas esteiras indígenas e balde com água. Os produtos do projeto consistem em colheita coletiva, oficinas culinárias com receitas indígenas e não indígenas, oficina de mudas, compartilhamento de saberes técnicos e tradicionais. RESULTADOS S: Dois meses após o início já foi possível identificar o crescimento dos primeiros alimentos melancia, abobrinha, pimenta entre outros. Com as dificuldades de irrigação e limpeza da roça, os alimentos que se mantiveram ao longo do tempo foram as batatas doces, mandioca, erva cidreira, maracujá, 1 pé de banana, pequi. A pimenta foi coletada pelos indígenas para consumo o beiju com peixe ou frango assado quando estes prepararam em fogo de chão na CASAI, porém com falta de irrigação as 3 pimenteiras secaram. Atualmente há 4 ramas grandes de erva cidreira que são utilizadas em dietas especiais conforme aceitabilidade do paciente e para consumo da equipe da enfermagem. A primeira grande colheita aconteceu no início de fevereiro, 4 meses após a plantação, foram colhidos 15kg de batata doce fortificada, da variedade Covington que tem como característica polpa alaranjada com alto teor de vitamina A. Uma parte das batatas foi assada em fogo de chão, outra cozida conforme é feita nas aldeias. O uso de batata é mais comum nas etnias do baixo Xingu, em especial os povos Kaiabi e Yujda. No final de abril foram plantadas mais 54 ramas de batatas reaproveitadas das ramas já existentes na roça. Final de maio aconteceu a segunda colheita de batata biofortificada, com os 55kg colhidos repetiu-se as oficinas culinárias tradicionais com acréscimo da receita de mingau de batata ensinado pelas mulheres indígenas e as fibras que sobraram da peneiragem da batata foram utilizadas em receita de bolo que foi servido no mesmo dia no lanche da tarde da CASAI. 76,3kg de mandioca foram colhidos e transformados em beiju que foi servido com mutape. O plantio da mandioca é feita pelos homens e as mulheres ficam com a responsabilidade da colheita e preparação do polvilho. Conforme os conhecimentos tradicionais, cada plantação tem um dono espiritual ou protetor, tanto no plantio quanto na colheita há regras que precisam ser seguidas, caso contrário a desobediência pode gerar doenças nos indígenas, sendo necessário intervenção do pajé. Após a cura, a família da pessoa que adoeceu organiza festa e o alimento é ofertado para a comunidade. Considerações finais: Apesar das dificuldades, o projeto sinaliza para novos modos de ocupar a CASAI, com potencialidades de cuidado ampliado (corpo e natureza) e compartilhamento de saberes. Dentre os resultados, destaca-se a articulação intersetorial e o projeto como espaço de educação permanente para os profissionais da CASAI que tem a oportunidade de aprender com os indígenas sua relação com a natureza, o alimento e a saúde.


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Trabalho nº 6999
Título do Trabalho: CRIATIVIDADE, ARTE E PROMOÇÃO DA SAÚDE: UM ELO DA ARTETERAPIA
Autores: Milena Beatriz de Sousa Santos, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Françoise Gisela Gato Lopes, Ana Eliza Ferreira Pinto, Fabiana Santarém Duarte, Rebeka Santos da Fonseca, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: A arteterapia auxilia no desenvolvimento tanto pessoal, quanto emocional. Assim, no início de 2016, um grupo de acadêmicas de enfermagem e fisioterapia criou o projeto de extensão EDUCA-ART Saúde, na Universidade do Estado do Pará – Campus Santarém. Este tem como intuito promover à comunidade momentos terapêuticos através da arteterapia, sendo essa uma metodologia artística utilizada para fins terapêuticos, e já regulamentada pelo Ministério da Saúde segundo a portaria nº 849, de 27 de março de 2017. A partir disso, foi possível proporcionar saúde e qualidade de vida por meio de produções como: pintura, desenho, músicas, artesanato, confecção de mandalas, pulseiras, filtro dos sonhos, chaveiros de mandala, momentos de interação musical através do recurso de karaokê e diálogos que possibilitam momentos de vínculos e liberação do estresse. Concomitante a isso, o “EDUCA-ART Saúde” com três anos de existência, está sendo difundido em inúmeros espaços, tendo em vista sua importância, convites e parcerias de instituições de saúde e projetos sociais. Dessa forma, este relato tem como objetivo de discorrer sobre a utilização da arteterapia no projeto intitulado EDUCA-ART Saúde no município de Santarém-Pa. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, ocorrido em Santarém-Pará, no período de 2016 a 2019. Foi realizado por meio do projeto EDUCA-ART Saúde, na qual realizou-se ações voltadas para arteterapia, em vários locais da cidade, incluindo praça, shopping, universidade, casa de apoio, Centro de Atenção Psicossocial, entre outros. Utilizou-se das técnicas de mandala simples e em 3D, artesanato em pulseiras, pintura, desenho, apanhador de sonhos e karaokê. Enquanto que os materiais utilizados para confecção consistiram em: linhas coloridas, palitos, papéis A4, lápis de cor, giz de cera, miçangas, argolas de acrílico, corrente para chaveiro e tesouras. No decorrer do processo de produção das técnicas as voluntárias realizavam o empoderamento da arteterapia de forma individual ou em grupo. É importante frisar que participaram dessas ações, crianças, adultos e idosos, além de acadêmicos e trabalhadores, englobando assim, a comunidade em geral. Resultado: Verificou-se que ao se utilizar da arteterapia os benefícios observados são a promoção de bem estar e o relaxamento, como os mais prevalentes. Vale ressaltar que os participantes não só estavam inseridos no desenvolvimento da arte, mas também interagiam com outras pessoas que estavam participando. Isso, promovia interação social, grupal e cultural mediante as atividades desenvolvidas, por meio da exposição de criatividade e troca de experiências. A partir dessa participação em múltiplos ambientes, notou-se a aceitação da comunidade Santarena ao aderir de forma positiva nas técnicas utilizadas pelo projeto. Considerações finais: Portanto, realizar esses tipos de atividades possibilita à comunidade em geral não somente o empoderamento artístico, mas também a promoção do bem estar, do relaxamento e da qualidade de vida. Assim, torna-se imprescindível realizar essas ações em diferentes meios, objetivando cada vez mais promover a saúde por meio da arte para a sociedade como um todo.


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Trabalho nº 9050
Título do Trabalho: JOGOS EDUCATIVOS: UMA ESTRATÉGIA PARA A PROMOÇÃO DE EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO PROMOVIDA POR UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO PARÁ
Autores: Luciana Pereira Colares Leitão, Pedro Henrique Lucas Morgilia, Thais Cristina Costa Barbosa, Christian de Sousa Araújo, Mikaelle Claro Costa Silva Ferraz, Isabella Piassi Dias Godói

Apresentação: O presente trabalho surgiu a partir do projeto de extensão “Educação Mais Trânsito”, idealizado para promoção de ações sobre educação no trânsito nas escolas do município de Marabá-PA, bem como no âmbito acadêmico a partir da interdisciplinaridade entre os discentes do curso de saúde coletiva, pedagogia e geografia  da Universidade do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), com o intuito de contribuir para prevenção dos acidentes de trânsito. O presente trabalho tem como objetivo caracterizar as atividades educativas desenvolvidas através da abordagem metodologica de jogos educativos direcionada a diferentes públicos sobre educação no trânsito. Desenvolvimento: As ações do proejto foram desenvolvidas em quatro escolas, entre particulares e públicas, abarcando todos os níveis de ensino e diferentes áreas urbanas. As visitas às escolas consistiam na apresentação da palestra educativa, seguida de teatro educativo e, para finalizar, os jogos educativos adaptados a cada público-alvo. As atividades foram finalizadas com a realização do I Simpósio Educação no trânsito, que contou com a presença da comunidade acadêmica e externa, órgãos fiscalizadores do trânsito e da saúde do município. Resultado: As ações nas escolas possibilitaram aos estudantes o acesso a informações e debate sobre importantes conceitos e regras aplicadas ao trânsito, a partir da participação destes em jogos educativos que envolviam situações reais do cotidiano de pedestres e condutores como: as simulações promovidas pelo jogo “InteraEdu”; as questões referentes ao trânsito e legislação, abordadas em jogos como o “Quiz”, “Corrida maluca” e “Trilha”, e o “Jogo da memória”, associando a memorização às cartas de placas de trânsito. Uma média de 500 alunos, de diferentes faixas etárias participaram,  possibilitando a estes o aprendizado por meio da interação interpessoal e lúdica, sendo notável a curiosidade e o interesse em aprender, relatar as experiências de situações reais vivenciadas e opinar criticamente sobre o fato. Dentre as dificuldades encontradas destacam-se o trabalho com elevado número de alunos por turmas, os espaços e  tempo reduzido para a realização de todas as atividades. Contudo, adequações e ajustes foram devidamente conduzidas, que contribuíram para o melhor desenvolvimento  das atividades propostas. Considerações finais: Conclui-se que as atividades desenvolvidas pelo projeto ultrapassam os muros da universidade agregando interdisciplinarmente entre os cursos, professores e estudantes com um trabalho de qualidade, utilizando-se de jogos para atingir o público visando assim o aprendizado em educação para o trânsito por meio da ludicidade. Apesar dos desafios, os jogos como prática pedagógica são instrumentos democráticos de aprendizado. Adicionalmente, o projeto contribuiu com formação dos discentes envolvidos frente a importância da realização de atividades com foco no binômio universidade/comunidade, fortalecendo o tripé ensino, pesquisa e extensão, aplicada a um tema relevante e, principalmente, pela possibilidade de formação de multiplicadores de boas práticas no trânsito.


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Trabalho nº 11103
Título do Trabalho: EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE DE CRIANÇAS INDÍGENAS NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL ATRAVÉS DA INTERAÇÃO COM ESTUDANTES DE MEDICINA
Autores: Thiago Emanuel Rodrigues Novaes, Ana Selia Rodrigues Novaes, Vanderléia Laodete Pulga

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência de atividades de educação popular e promoção da saúde realizados por estudantes de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Passo Fundo (RS), vinculadas ao Componente Curricular de Saúde Coletiva e integrado à extensão popular, através de ações de interação entre a universidade, a comunidade indígena do Carreteiro em Água Santa (RS), a escola pública indígena, a Secretaria Municipal de Saúde do município e a equipe da Estratégia de Saúde Indígena da Comunidade a fim de desenvolver ações de promoção e educação em saúde junto com as crianças indígenas. Desenvolvimento: Historicamente, muitos indígenas brasileiros têm que conviver com a deficiência de políticas públicas e a discriminação por parte da sociedade, até mesmo na saúde. Dessa maneira, a atuação da saúde coletiva é de valorosa importância para uma promoção de saúde de qualidade, livre de preconceitos de qualquer natureza. Assim, no curso de medicina, pôde-se realizar atividades com crianças, na faixa etária de 4 a 10 anos, em uma escola indígena, no interior do Rio Grande do Sul, sobre os cuidados corporais, de maneira lúdica, exercitando ações para cuidados da higiene das mãos, dos dentes, da alimentação, das atividades físicas e dos cuidados com o corpo inteiro, para promover a saúde, prevenir doenças e evitar os abusos e violências. Com base na necessidade de reflexão e de superação do preconceito histórico velado em relação aos povos indígenas, tal como uma visão macunaímica do índio onde é visto como “preguiçoso, interesseiro e alcoólatra”,  inclusive, pode ser visto no processo de promoção de saúde desse grupo social brasileiro, a realização de vivências e ações coletivas são fundamentais para mudar mentalidades e (pré)conceitos, além de combater a discriminação para com essas populações. Nesse sentido, no curso de medicina, através do Componente Curricular (CCR) Saúde Coletiva da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Passo Fundo, é possível conhecer o Sistema de Saúde vigente no Brasil por meio de imersões, vivenciando na prática, desde o primeiro período, o funcionamento da saúde no país em diversos pontos das redes de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), em diferentes contextos, territórios, comunidades e grupos. No que tange ao cuidado integral à saúde dos povos indígenas, o SUS garante o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, através da Secretaria Especial de Saúde Indígena – SESAI, atendendo em diferentes Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) no país. Dessa maneira, alguns acadêmicos da primeira fase do curso, sob orientação da docente de Saúde Coletiva, realizaram atividades educativas dinâmicas sobre saúde, numa escola indígena do interior do Rio Grande do Sul. A construção destas ações ocorre em parceria entre a UFFS, a SMS do município, a ESF, a escola e as lideranças indígenas, onde tudo é construído coletivamente. Após, em data combinada, os estudantes de medicina junto com docentes de Saúde Coletiva e vinculados à Extensão Popular chegam à Comunidade Indígena, são acolhidos pelas lideranças locais através da apresentação de todos (as) e da história da Comunidade com depoimentos, vídeos e roda de conversa. Em seguida, os estudantes da escola são organizados em grupos por faixa etária e cada um desses grupos vai para espaços específicos, onde um grupo de acadêmicos de medicina e representante da escola e da equipe de saúde que atuaram como facilitadores das atividades de educação e promoção da saúde sob orientação geral de docentes da Saúde Coletiva. Assim, foram realizadas atividades lúdicas, dinâmicas, reflexões e vivências de cuidado com o corpo num contexto da integralidade e ações específicas de vivência da lavagem de mãos; de higiene geral, de alimentação, de prevenção de violências, de sexualidade e prevenção da gravidez na adolescência, de  prevenção ao suicídio, dentre outras pactuadas com a equipe de saúde. Após as ações realizadas, cada grupo apresentou o resultado das vivências e os indígenas fazem a dança celebrativa onde há interação intercultural intensa. Em seguida, são feitas visitas ao território e aos serviços de saúde da ESF indígena, ao horto e laboratório de plantas medicinais, além do diálogo e vivência junto à SMS do município. Por fim, tem a roda de conversa na viagem de retorno refletindo todo o processo vivenciado, as ações realizadas e os aprendizados e desafios aos futuros médicos. Resultado: ou impactos: A imersão de estudantes de medicina junto às comunidades indígenas interagindo, a partir de necessidades conjuntas e em cenários e com públicos diversos possibilitou a problematização da realidade, das comunidades, de grupos, dos serviços de saúde, equipes, gestão e controle social com olhares ampliados sobre os processos de saúde e adoecimento e sobre os modos de cuidar, de promover a saúde e proteger de riscos e agravos. As atividades de cuidado com o corpo ampliou o olhar e possibilitou a construção de sentidos à cuidados básicos como higiene corporal. A construção ética dos estudantes de medicina foi outro avanço que  acarretou em mais conhecimentos populares e culturais. Durante a realização, notou-se o envolvimento e interação destes com as crianças. A curiosidade esteve presente em ambos e contribuiu para superar preconceitos impostos historicamente. Favoreceu no fortalecimento do SUS para a população indígena, interagindo com os saberes populares indígenas etnográficos na promoção e cuidado em saúde com base na educação popular em saúdeConsiderações finais: As vivências/imersões junto às comunidades, grupos, territórios, serviços e equipes se constitui numa estratégia pedagógica  para aperfeiçoamento do atendimento à saúde indígena, para a qualificação da formação médica inserida e comprometida com o avanço do SUS e para a integração ensino-serviço-comunidade e ensino-extensão e pesquisa. As relações interpessoais no Sistema Único de Saúde, através das vivências de acadêmicos, possibilitam uma formação profissional mais ética, já que os alunos entram em contato com pessoas de diversas culturas, cores, etnias e outras variáveis sociais. Nessa perspectiva, ao terem contato com comunidades indígenas, a noção dos acadêmicos acerca da promoção de saúde muda positivamente, pois há adesão de novos conhecimentos, valores éticos, comportamentos e estratégias para as relações médico-paciente. Inclusive, é possível conhecer estruturas como as UBSIs – Unidades Básicas de Saúde Indígena  e pólos-base, além do funcionamento desse subsistema do SUS. A saúde coletiva tem papel importante em promover a vivência em espaços diferenciados de saúde, pois, além de proporcionar os primeiros contatos, desde o início do curso, consegue desenvolver o apoio social, mostrando a importância de cada profissional de saúde, seja ele médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e tantos outros. Assim, percebe-se que a saúde depende diretamente da união de tais profissionais para a promoção dessa. Além disso, possibilita que os estudantes desenvolvam metodologias educativas ativas e participativas em saúde para a abordagem com diferentes grupos. Notou-se, através dessa atividade, interesse das crianças que participaram das atividades, além da curiosidade no contato com estudantes de medicina. Intrínseco a isso, a visão macunaímica de alguns acadêmicos pôde ser desconstruída, dando espaço para a tolerância e mais amor ao próximo, passos fundamentais para uma medicina mais humanizada no Brasil. Ações como essa são de fundamental importância para combater a discriminação, seja ela étnica, racial, de gênero ou orientação sexual na saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6375
Título do Trabalho: PARTICIPAÇÃO POPULAR NA PROMOÇÃO E ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO CENÁRIO DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS COMO ESTRATÉGIA DE CONSCIENTIZAÇÃO E COMBATE AO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Autores: Laylla Mirella Galvão Azevedo, Danilo Guerra Neto, João Maurício Moreira Araújo, Laila da Cruz Ramalho

Apresentação: O abuso sexual infantil representa um importante problema de saúde pública, com evidente violação aos direitos humanos. Considerando que esta experiência traumática afeta o desenvolvimento emocional de crianças e adolescentes, é fundamental desenvolver ações que viabilizem a detecção precoce da violência sexual. Tais atividades são especialmente importantes no contexto das escolas primárias, visto que estas ocupam um lugar privilegiado na atenção à criança e ao adolescente. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi explicar, de forma lúdica e simples, os sinais e sintomas encontrados em crianças vítimas de abuso sexual. Desenvolvimento: Trata-se de um projeto que surgiu na tentativa de auxiliar no enfrentamento e redução dos índices de abuso infantil. Para tanto, médicos docentes e graduandos de Medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia desenvolveram palestras mensais no município de Barreiras, em parceria com escolas particulares e públicas. Houve especial enfoque aos educadores no sentido de capacitá-los a atuar como agentes de prevenção do abuso sexual infantil, em virtude da acessibilidade destes às crianças e à procura de suporte da vítima fora do ambiente familiar. A experiência também teve abordagem voltada às crianças, isto é, uma ação do educando em sua própria educação, a partir de encenações e teatros de fantoches que abordaram a importância de estas reconhecerem seu corpo e a invasão dele, além de alertar sobre possíveis estratégias utilizadas pelo abusador. Ademais, foram desenvolvidos vídeos curtos para adolescentes, que se mostraram uma estratégia condizente à faixa etária e visaram auxiliar no reconhecimento de quando o outro pode estar sendo vítima de violência sexual através de sinais comportamentais e físicos. IMPACTOS O desfecho da atividade desenvolvida foi bastante significativo, uma vez que viabilizou discussões enriquecedoras. A participação popular teve especial papel nesta construção por possibilitar a quebra de tabus, como o receio em tratar do assunto com as crianças e exemplos de abordagens eficazes, de modo que a participação se consolidou como um pressuposto da aprendizagem. A Sociedade Baiana de Pediatria reconheceu a validade desta iniciativa, o que estimula abordagens posteriores. Houve um retorno positivo, principalmente por parte dos professores, em relação ao melhor preparo para lidar com os casos de abuso sexual infantil. Cabe destacar, ainda, que esta experiência foi importante para os futuros profissionais de saúde ao aprimorar a escuta ativa e demais habilidades fundamentais ao SUS, como o trabalho em equipe e o senso de responsabilidade social. Considerações finais: A participação popular foi fundamental para o encaminhamento desta atividade em virtude das trocas de saberes e do reconhecimento de que a violência sexual infantil merece maior atenção por parte de toda sociedade. Frequentemente, tais entraves se restringem à figura do profissional de saúde, porém, o êxito nesta causa é mais viável com a integração da família e da comunidade nas ações de prevenção e combate ao abuso infantil. Assim, o planejamento e execução de estratégias semelhantes a esta experiência parecem fornecer uma alternativa à capacitação de profissionais, educadores, comunidade e das crianças para evitarem a ocorrência do abuso sexual.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 12131
Título do Trabalho: PRÁTICA INTEGRATIVA E COMPLEMENTAR DO TAI CHI CHUAN NO EQUILÍBRIO, MOBILIDADE E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DA PESSOA IDOSA: relato de experiência
Autores: Nathália Guilhermina Santana Silva, Alisson dos Anjos Santos, Marisete Afonso de Sales, Maria Teresa Brito Mariotti de Santana

Apresentação: O Tai Chi Chuan conforme o glossário de termos do Ministério da Saúde é uma prática corporal coletiva de origem oriental que consiste em posturas de equilíbrio corporal e na realização de movimentos lentos e contínuos que trabalham, simultaneamente os aspectos físicos e energético do corpo. Origina da cultura chinesa considerada como uma arte marcial derivada do Kung Fu praticado no templo budista de Shaolin. Atualmente tem sido reconhecido como prática de promoção da saúde em virtude dos benefícios relacionados ao exercício da meditação, ao relaxamento e ao equilíbrio. A partir da Lei nº 19.785, de 20 de dezembro de 2018, o Tai Chi Chuan, incluído na Medicina Tradicional Chinesa passou a ser incorporada no Sistema Único de Saúde, nos diferentes níveis de atenção à saúde (primária, secundária e terciária), inclusive nos programas de saúde na escola, saúde prisional, saúde mental, com ênfase na atenção básica a nas estratégias de atenção à saúde da família. Os princípios filosóficos do Tai Chi Chuan estão associados à filosofia do Taoismo e ao conhecimento da Alquimia chinesa. É uma modalidade de Ginástica Chinesa que, depois da musculação, é a de maior aderência entre as pessoas idosas. A Sequência Curta do Tai Chi Chuan ou Tai Chi Chuan Simplificado e os exercícios que compõem esta prática foram publicados numa série de cadernos pedagógicos oficiais, posteriormente reunidos e traduzidos para os principais idiomas ocidentais com o nome de WUSHU - Guia Chinês para a Saúde e o Preparo Físico da Família. Este guia descreve e ilustra, em pormenores, as diversas técnicas disponíveis para o planejamento da prática do Tai Chi Chuan. Estudos de evidência científica demonstram os benefícios do Tai Chi Chuan para a pessoa idosa que sofre a dor ocasionada por osteoartrose, perda da força e resistência muscular, e risco aumentado para quedas. Além das perdas físicas outras de caráter psico-sócio-econômica também ocorrem comprometendo a qualidade de vida e a auto-estima. Objetiva-se apresentar o relato de experiência da incorporação da prática integrativa e complementar do Tai Chi Chuan na atenção à saúde da pessoa idosa, no nível terciário. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência sistematizado tendo como pergunta norteadora: como o Tai Chi Chuan pode melhorar a autoestima, a qualidade de vida e o alívio da dor de uma pessoa idosa que o pratica ? O contexto foi o ambulatório de Práticas Integrativas e Complementar de um hospital universitário. Essa prática está incorporada desde 2014. O público foram os usuários do Sistema Único de Saúde que chegavam ao ambulatório por demanda espontânea com acesso direto. Encaminhado ao acolhimento com escuta sensível e qualificada e posteriormente para registro no ambulatório do hospital. Os encontros são realizados uma vez por semana, nos dias de quarta-feira, com duração de 60 minutos, .no horário que corresponde das sete e vinte as oito e vinte horas. O grupo reúne entre 25 a 30 participantes. Duas profissionais de saúde uma enfermeira e uma psicóloga habilitada na prática do Tai Chi Chuan conduzem os exercícios. A partir de 2019 foi estabelecida a integração ensino serviço com um projeto de extensão universitária, registrado na Pró-Reitoria de Extensão e a coordenação e organização contou além dos técnicos-administrativos com docentes e discentes. Feito uma análise das fichas de atendimento, organizando um banco de dados, utilizando uma planilha de excel, no período de 13 de março a 13 de dezembro do ano de 2019. A análise foi feita a partir da percepção dos(as) autores(as) utilizando a observação direta que é útil  para fornecer explicações evolutivas sobre alguns aspectos do comportamento humano, pelo diálogo verbal e não com os participantes. Associado a observação está a descrição que envolve o contexto no qual aspectos do todo podem ser registrados. Ambos exercem uma importante função na apresentação do relato de experiência. Também contribuíram as leituras sobre a temática publicada na literatura científica. Resultado: Foi analisado os seguintes pontos: 1. Benefícios do Tai Chi Chuan para o equilíbrio e a mobilidade da pessoa idosa - são decorrentes da prática regular dos exercícios não só durante os encontros, mas como uma prática diária que poderá ser desenvolvida junto com os familiares após ter assimilados os conhecimentos. São necessárias sessões contínuas e ininterruptas para que ocorra a prática  dos movimentos de forma sistemática. As principais queixas são as dores de coluna e nos joelhos. A osteoartrite e artrite reumatóide são perturbações musculoesqueléticas mais incidentes no mundo da pessoa idosa. É uma doença que provoca degeneração da cartilagem articular, hipertrofia nas margens dos ossos e alterações na membrana sinovial que pode afetar toda e qualquer articulação. A mobilidade, dificuldade de realizar tarefas cotidianas, dor, incapacidade, redução da qualidade de vida e aumento do risco de morbidade e mortalidade são comumente frequentes. Não há sugestão de que o Tai Chi Chuan possa diminuir a deterioração da cartilagem e do osso, mas há indícios de que ele possa agir como terapia adjuvante do tratamento médico. Participantes relatam espontaneamente adquirir mais flexibilidade das articulações, redução de edema e houve relatos de menor ingestão de analgésicos, indicando, assim mais um efeito benéfico dessa prática; 2. Tai Chi Chuan na melhoria da qualidade de vida - muito relacionado às emoções e a autoestima. Nos relatos os participantes referiram aumento da percepção do corpo e de diferentes facetas do bem-estar, redução do estresse, fazer coisas que achavam que não podiam fazer, sensação de vigor e força, melhor coordenação e equilíbrio, diminuição da ansiedade e percepção da dor, aumento da atenção, da confiança e do relaxamento, melhor desempenho mental e senso de realização. Considerações finais: A experiência revelou os efeitos da prática do Tai Chi Chuan incorporado na atenção terciária, com os  participantes que possuem comorbidades características do processo de envelhecimento, a média vulnerabilidade social e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. É benéfico no condicionamento físico e na promoção da saúde de indivíduos idosos. É de baixo custo. Pelos benefícios que traz ao corpo e à mente, essa prática é utilizada para fins terapêuticos e curativos pela medicina alternativa. Destaca a necessidade de desenvolver estudos com o objeto de pesquisa do Tai Chi Chuan para a pessoa idosa que frequentam regularmente o ambulatório de práticas integrativas e complementares em saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10597
Título do Trabalho: Promoção de práticas educativas com pessoas diabéticas e sua influencia na prevenção de complicações renais
Autores: Rayza Venina Bezerra Santana, Maria de Nazaré De Souza Ribeiro, Selma Barboza Perdomo, Cleisiane Xavier Diniz, Bruna da Silva Simões

Apresentação: Indivíduos que possuem o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), muitas das vezes desconhecem que  podem ser determinantes no processo de melhora de sua situação clínica e que também podem prevenir complicações oriundas da mesma, dessa forma buscou-se identificar como a promoção de práticas educativas implementadas em um grupo de diabéticos influenciaram na prevenção de complicações renais. Desenvolvimento: Estudo quantitativo, longitudinal, prospectivo e descritivo. A amostra foi de 28 indivíduos com DM2, que aceitaram participaram de rodas de conversas no período de 1 ano em uma comunidade da zona sul da cidade de Manaus (AM), sendo desenvolvidos temas de interesse do grupo e troca de experiências. A análise da função renal foi realizada a partir de três exames laboratoriais. Considerou-se para avaliação da função renal, os estágios da Doença Renal Crônica (DRC) estimada pela Taxa de Filtração Glomerular (TFG) em mL/min/1,73m², calculada pela fórmula CKP-EPI. Resultado: Foram realizadas atividades educativas quinzenais, por profissionais enfermeiros e psicólogos, intermediadas por rodas de conversa, com debates de temas envoltos a 04 linhas de ação: manutenção do tratamento medicamentoso com hipoglicemiante; incentivo à atividade física e manutenção do peso adequado; alimentação adequada; e manutenção de boas relações sociais/familiares. Dentro destes temas, diversas dinâmicas foram implementadas tais como oficinas, palestras com a participação de diferentes profissionais;  troca de experiências; aconselhamentos individuais e coletivos; e  avaliação física, psicológica, social e laboratorial. Na avaliação da TFG as médias encontradas nos 3 exames foram: 106,  106 e 114mL/min/1,73m², indicando que o grupo manteve-se no estágio 1, TFG (≥ 90). Considerações finais: A promoção de práticas educativas implementadas no grupo geraram resultados positivos na manutenção da função renal de pessoas com DM2. As ações de saúde devem basear-se na realidade do individuo, auxiliando e estimulando no processo do cuidado, com ênfase nas mudanças do estilo de vida.


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Trabalho nº 7015
Título do Trabalho: O ENSINO DO FUTURO PROFISSIONAL DE SAÚDE PARA A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO NO DIABETES MELLITUS: UMA ABORDAGEM SOCIOCLÍNICA INSTITUCIONAL
Autores: Patricia Ribeiro da Silva Maia Teixeira, Ana Clementina Vieira de Almeida, Lúcia Cardoso Mourão, Ana Paula Brandão Fried, Camila Castilho Machado Rosa

Apresentação: Este trabalho traz como objeto a formação dos profissionais de saúde em relação às atividades de promoção do autocuidado do diabético. O diabetes mellitus constitui o grupo das doenças crônicas responsável pelas principais causas de morte no mundo e é considerado um dos problemas de saúde de grande magnitude. A capacidade de promover o autocuidado, na interação entre o indivíduo e o profissional de saúde, é uma dimensão significativa do projeto terapêutico que os futuros profissionais precisam adquirir em seu aprendizado clínico junto aos preceptores nos campos de prática da Atenção Básica. Objetivo: Analisar o processo formativo nos campos de prática dos futuros profissionais de saúde em relação à promoção do autocuidado de indivíduos diabéticos na Atenção Básica Objetivos específicos: Investigar de que maneira foi abordada a promoção do autocuidado do diabético durante a formação dos profissionais de saúde que atuam como preceptores; identificar as estratégias por eles utilizadas para o desenvolvimento no processo formativo das habilidades discentes sobre o autocuidado no controle do DM; contribuir para a elaboração conjunta de um produto pedagógico capaz de intensificar a habilidade dos profissionais do SUS em capacitar os alunos de graduação para a promoção do autocuidado do diabético na Atenção Básica. Método: Estudo com abordagem qualitativa, realizado de 2018 a 2020, utilizando como referencial teórico-metodológico a Análise Institucional, na vertente Socioclínica Institucional. São participantes profissionais do SUS que atuam como preceptores dos futuros profissionais de saúde (graduandos), em atividades junto a pessoas com DM em uma unidade do Programa Médico de Família de Niterói (RJ). Como dispositivos de coleta de dados utiliza o diário do pesquisador e encontros socioclínicos institucionais. Os dados foram coletados após aprovação pelo CEP (CAAE: 14351519.0.0000.5243) e Secretaria Municipal de Saúde de Niterói. Resultado: parciais: após diversas leituras dos depoimentos do primeiro encontro e do diário do pesquisador foi possível elaborar dois eixos: 1. As características da Socioclínica Institucional se fazem presentes nos debates sobre o autocuidado e a formação; 2. O Ser e o Fazer: dilemas dos profissionais de saúde na efetivação do autocuidado na assistência e na formação/preceptoria. Os eixos revelaram que os participantes não tiveram formação para promoção do autocuidado e nem tampouco para atuar como preceptores. No cenário estudado, começam a ser percebidas práticas profissionais favorecedoras do autocuidado de diabéticos e também do processo ensino aprendizado desenvolvido com os alunos de graduação como preconizado nos documentos do SUS e nas diretrizes curriculares. Para alcançar o último objetivo estamos desenvolvendo como produto pedagógico encontros socioclínicos institucionais na Atenção Básica: debates sobre o autocuidado do diabético com profissionais do SUS que atuam como preceptores. Considerações finais: Este trabalho contribuiu para: ampliar o conhecimento sobre a metodologia de intervenção - Socioclínica Institucional; que cada participante contextualizasse sua realidade e nela se inserisse como sujeito crítico e ativo; melhorar as práticas dos profissionais de saúde e aproximar a academia dos serviços; reafirmar o papel dos participantes enquanto educador em saúde; debater sobre o trabalho em equipe; evidenciar que a confiança mútua e a comunicação eficaz são favorecedoras do autocuidado.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8552
Título do Trabalho: PLANO DE AÇÃO INTERSETORIAL É ORGANIZADO POR ACADÊMICOS MÉDICOS, COM FOCO NA PROMOÇÃO À SAÚDE VISUAL DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA NO INTERIOR DE SP
Autores: Julianne Silva Neves, Alex Wander Nenartavis

Apresentação: A UNOESTE (Universidade do Oeste Paulista) insere os estudantes da Graduação de Medicina em oito ESFs (Estratégias Saúde da Família) nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado. Facilitadores estimulam a criação de Planos de Ação que emergem da Metodologia Ativa da Problematização, a partir das Necessidades de Saúde das pessoas que residem nos territórios adscritos às ESFs. No dia 10 de dezembro de 2019, foi publicado pela Assessoria de Imprensa da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) o balanço realizado pelo Banco de Olhos “Maria Sesti Barbosa” da Santa Casa de Presidente Prudente, SP. De acordo com os dados, no balanço parcial referente a 2019, relacionado ao Projeto Saúde Visual Escolar, foram contabilizados 2.273 atendimentos aos alunos, em 25 escolas estaduais. 393 estudantes foram encaminhados para consultas médicas e 373 passaram a usar óculos. Entre os anos de 2010 e 2019 foram atendidos 23.102 alunos, com 3.921 consultas, 1.370 novos usuários de óculos e 100 tratamentos clínicos. Um dos Planos de Ação, teve como alicerce a Intersetorialidade. Esse projeto faz parte do Programa Saúde na Escola (PSE) e contou com a iniciativa do Lions Clube Centenário, com a parceria da UNOESTE, o qual ocorre com a participação de estudantes da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp). Esse projeto segue a proposta do Lions Clube Centenário: o 1º atendimento deve ser feito pela Rede Municipal quando o aluno ingressa no ensino fundamental menor (1º ano) e, posteriormente, terá o 2º atendimento quando ingressar no Ensino Fundamental Maior (6º ano) na rede estadual de ensino. Os testes de acuidade visual são aplicados nas escolas por estudantes de Medicina orientados e acompanhados por facilitadores, a partir da aplicação de Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem. Os escolares com sinais de dificuldade em enxergar são encaminhados a consultas com oftalmologistas para iniciar o tratamento. Aqueles escolares nos quais for constatada a necessidade do uso de óculos, poderão recebê-los gratuitamente, pelo convênio entre o Lions Clube e uma ótica do município de Presidente Prudente. As Políticas de Saúde e de Educação investiram no Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo Decreto Presidencial n.º 6.286, de 5 de dezembro de 2007, tendo como principais desafios: o uso de estratégias pedagógicas coerentes com a produção de educação e saúde integral, fundamental para produzir autocuidado, autonomia e participação dos escolares, de acordo com a idade na qual se encontram. Facilitadores utilizaram o Arco de Maguerez para estimularem reflexão na ação. Acadêmicos consideraram que o projeto contribui positivamente na região do Oeste Paulista, uma vez que o testemunho comum de diretores de escolas e professores é de que há um aumento na qualidade do aprendizado do escolar que passa a usar óculos. Antes o aluno da Rede Pública apresentava dificuldade para acompanhar o conteúdo exposto na sala de aula. Os participantes consideraram como positiva a ação de Promoção à Saúde visual de Escolares da Rede Pública de Educação, desenvolvida nos territórios das ESFs de Presidente Prudente e Álvares Machado, no interior paulista.


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Trabalho nº 9065
Título do Trabalho: A PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO DE RISCO À INFECÇÃO PELO HIV COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA DE PORTO ALEGRE
Autores: Daila Alena Raenck da Silva, Mariana Tejada de Barros, Fernanda Vaz Dorneles, Cristina Bettin Waechter, Kellem Liliane Martins Severo, Fernanda Santos de Moraes, Deise Lisboa Riquinho, Camila Raenck Vargas da Silva

Apresentação: Em um país que apresenta 966.058 casos de AIDS registrados pelo Ministério da saúde, de 1980 a 2019, existe a necessidade de aprofundar as estratégias de enfrentamento desse agravo. Entre diferentes ações disponíveis no Brasil, encontra-se a que chamamos de prevenção combinada. Ela reúne distintas intervenções divididas em biomédicas, comportamentais e estruturais. A Profilaxia Pós-exposição (PEP) ao HIV faz parte das tecnologias biomédicas disponíveis no escopo de possibilidades da ferramenta citada anteriormente. E possibilita trabalhar a prevenção do HIV principalmente em populações mais vulneráveis. Diante do exposto pretende-se explanar a importância da PEP como uma estratégia potente para prevenção que extrapolam as medidas biomédicas, inserindo-se como uma abordagem comportamental capaz de trabalhar o gerenciamento de risco e as exposições que tornam os sujeitos mais suscetíveis as infecções sexualmente transmissíveis. Desenvolvimento: Foi realizado um estudo transversal, retrospectivo de abordagem quantitativa. Com 79 usuários que realizaram PEP em um serviço de referência do município de Porto Alegre, de fevereiro de 2015 a dezembro de 2017. Nesta pesquisa foi possível caracterizar os indivíduos que buscavam o atendimento, identificou-se algumas características sociodemográficas e comportamentais que definem um perfil específico dos indivíduos que buscaram a PEP no período desejado. Mas acima de tudo foi possível perceber a PEP como uma inovação no cuidado para além de uma tecnologia farmacológica. Resultado: O principal objetivo da pesquisa foi atingindo, que buscou conhecer as principais características dos usuários que necessitaram da PEP. No entanto uma questão significativa se destaca entre os resultados. Essa encontra-se no número expressivo de pessoas que buscaram o atendimento por ausência total de uso de preservativo e a recorrência na procura por esse atendimento. Tais achados, embora pareçam preocupantes, demonstram a importância de ter a abordagem da PEP como um veículo de promoção e prevenção do cuidado ao que se refere ao enfrentamento das IST e principalmente ao HIV. O uso da PEP vincula os usuários ao serviço de saúde e permite o acolhimento e um aconselhamento focado a necessidade do sujeito. Sendo cada encontro no serviço de saúde uma oportunidade para os profissionais trabalharem os fatores que deixam as pessoas vulneráveis às ISTs. Considerações finais: Dessa forma, se evidencia o papel significativo da prevenção combinada como uma ferramenta potente de cuidado. Dando destaque a ela como um agente de comunicação entre os profissionais de saúde e os usuários dentro do SUS, sendo capaz de criar a vinculação e respeitar as necessidades sexuais e as especificidades de prevenção dos indivíduos. Permitindo um debate que extrapola o biologicismo, mas que dialoga com as questões de discriminação, preconceito e permite a reflexão relacionada a direitos fundamentais e cidadania. Esse fato apresenta a viabilidade desse avanço quando aplicado principalmente a populações-chave com foco na integralidade da assistência. E ainda demonstra a incapacidade de sucesso quando ocorre a adoção práticas biomédicas isoladas na prevenção de ISTs.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9067
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO: PALESTRAS EDUCATIVAS - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Autores: Luciana Pereira Colares Leitão, Amanda Geizela Santos Lima, Christian Souza Araújo, Mikaelle Claro Costa Silva Ferraz, Isabella Piassi Dias Godói

Apresentação: Os danos resultantes dos acidentes de trânsito estão entre as principais causas da mortalidade no Brasil e no Mundo. No município de Marabá, localizado no sudeste do estado do Pará, os dados da Secretaria Municipal de Segurança Institucional apontam o agravamento do cenário, com registros de acidentes ocasionados predominantemente pela imprudência e descumprimento do Código Brasileiro de Trânsito (CBT). O artigo 6º do CTB afirma que um dos objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito é estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito. Neste contexto, o projeto de extensão “Educa mais trânsito” promovido por docentes e discentes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) teve como objetivos o desenvolvimento de ações educativas, a partir de diferentes abordagens metodológicas, a fim de sensibilizar e conscientizar a comunidade frente a este importante problema de saúde pública. O Ministério da Saúde elenca a educação como uma importante forma de prevenção, para que crianças, jovens e adolescentes, os principais envolvidos, sejam ensinados e protegidos. As Palestras Educativas, portanto, se estabeleceram objetivando ações que desenvolvessem a sensibilização e a compreensão da importância da função específica de cada sujeito presente no trânsito e sobre as regularidades que ele precisa obter para evitar os acidentes ocasionados. Desenvolvimento: As ações foram realizadas pelos discentes do 2° e 3º semestre do curso de Bacharelado em Saúde Coletiva da UNIFESSPA, em uma atividade de extensão dentro de uma disciplina componente da grade curricular do curso, juntamente com a participação de acadêmicos de pedagogia e geografia da mesma instituição. Para a elaboração das palestras educativas foi conduzida uma pesquisa bibliográfica frente a diferentes instrumentos direcionados a temática, tendo como principal referencia o Código Brasileiro de Trânsito. Adicionalmente, o projeto “Educa mais trânsito” promoveu no ambiente acadêmico, debates e reflexões envolvendo alunos e profissionais de importantes órgãos públicos relacionados ao trânsito entre eles destaca-se o Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano - DMTU, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU, a Polícia Rodoviária Federal - PRF e o Corpo de Bombeiros, que promoveram palestras semanais com informações pertinentes a respeito do papel no sistema de trânsito de cada um dos órgãos citados, além de relatos da vivência de cada profissional frente as demandas de cada órgão. Após esta experiência, os participantes seguiram com a realização de palestras educativas que contemplaram escolas públicas e particulares, divididas entre os núcleos do município de Marabá, e abrangeram os níveis educacionais: desde o ensino infantil ao ensino médio. A realização das palestras ocorrera em auditórios ou em salas de aula amplas de cada escola e foram ministradas utilizando-se recursos de vídeos e/ou recursos lúdicos e dinâmicos, de acordo com cada faixa etária. Durante as apresentações buscou-se a interação dinâmica com a plateia, visando uma troca de conhecimentos e o ensino sobre a temática. Resultado: Cada palestra era apresentada em uma média de 30 minutos de duração, tempo esse essencial para prender a atenção do público, foram realizadas 15 apresentações entre os meses de Outubro e Novembro do ano de 2019 envolvendo escolas públicas e privadas de Marabá. Foi possível, a partir da colaboração da universidade, o transporte dos discentes e docentes, em ônibus da instituição pública, para os locais onde foram realizadas as atividades. Durante a atividade, os alunos expectadores interagiam com os palestrantes, questionando e esclarecendo as dúvidas que surgiam sobre as normas de trânsito e sobre fatos vivenciados por cada aluno. Pode-se destacar que um importante recurso utilizado foram os audiovisuais, em especial os vídeos, que ilustravam as situações relatadas durante a palestras e que contribuíram de forma significativa para um maior esclarecimento das causas relacionadas aos acidentes de trânsito, conseguindo assim uma melhor transmissão das informações frente ao tema. A dinâmica diferenciada das palestras era adequada a cada público, para o público infantil a utilização de vídeos com uma abordagem mais lúdica era utilizada, para o público adolescente a demonstração das leis de trânsitos e vídeos mais realistas conseguiam prender a atenção do público.  Ressalta-se, que o conhecimento sobre a organização e as regras do trânsito foi construído e trabalhado ao longo das palestras, buscando a sensibilização e a consciência sobre a importância da prevenção e de decisões responsáveis no trânsito. O desafio de trabalhar com as crianças de idades e anos escolares diferentes, propiciou aos discentes envolvidos, um contato na prática, das diversas formas pedagógicas que podem ser utilizadas em ações de educação e promoção da saúde. Apesar dos desafios, as palestras educativas se apresentaram como importantes instrumentos democráticos de aprendizado. Adicionalmente, o projeto contribuiu com formação dos discentes envolvidos frente a importância da realização de atividades com foco no binômio universidade/comunidade, fortalecendo o tripé ensino, pesquisa e extensão, aplicada a um tema relevante e, principalmente, pela possibilidade de formação de multiplicadores de boas práticas no trânsito. Considerações finais: As palestras educativas possibilitaram um espaço de aprendizado e troca de experiências, tanto para os emissores como para os receptores, sobre importantes conceitos e informações aplicadas a regras e funcionamento do sistema nacional de trânsito, com ações direcionadas para a promoção da prevenção e combate aos acidentes, considerado um desafio para a saúde pública não apenas em Marabá, como em todo o Brasil. O trabalho colaborativo de discente e docentes da equipe de trabalho envolvida no projeto foi satisfatório e essencial para a concretização com sucesso de todas as etapas desde a preparação, realização das palestras e, principalmente, para o alcance dos objetivos traçados frente ao processo de aprendizagem do público-alvo. Ressalta-se a relevância da continuidade de iniciativas que visem auxiliar no processo de sensibilização e conscientização da população em decorrência da grande relevância e demandas aplicadas a esta temática, a fim de que possam contribuir com a redução das vítimas (fatais e não fatais) em decorrência dos acidentes de trânsito no município, que vale ressaltar, são as principais causas de internação nos hospitais do município. Além disso, colaborar com a equipe do projeto foi enriquecedor e desafiador para que a partir de tal preparação, o processo de aprendizagem do público-alvo fosse alcançado.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 11119
Título do Trabalho: NÚCLEO DE OFICINAS E TRABALHO: UMA TECNOLOGIA SOCIAL QUE PROMOVE O BEM VIVER
Autores: Kátia Liane Rodrigues Pinho, Maria Lucia Teixeira Machado

Apresentação: A inclusão social pelo trabalho, na área da saúde mental, se apresenta como um campo de pesquisa dotado de desafios pois transcende as discussões na área da saúde. O debate acerca do direito ao trabalho, da autonomia, do trabalho com valor social e afetivo aponta para discussões que tem na área da ciência, tecnologia e sociedade um encontro possível com as tecnologias sociais. São consideradas tecnologias sociais: produtos, métodos e/ou processos desenvolvidos para solucionar uma problemática social. Geralmente concebidas pela união de diversos saberes, incluídos os não acadêmicos e de impacto social comprovado. Os projetos que desenvolvem atividades de geração de trabalho e renda, sob inspiração da economia solidária, utilizam de estratégias associativistas e cooperativistas, para organizar o modo de funcionamento dos grupos, desenvolvendo verdadeiras tecnologias sociais replicáveis. Um modelo de cuidado que gera trabalho, renda, protagonismo e inclusão social. Considerando que tríade da reabilitação psicossocial considera o trabalho como eixo organizador da vida humana e de valor social, as estratégias viabilizam o aumento da contratualidade social dos participantes. Esse trabalho que corresponde a parte inicial de tese de doutorado em desenvolvimento no Programa de Pós Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade Federal de São Carlos, tem por objetivo analisar experiência da tecnologia social: N.O.T. (Núcleo de Oficinas e Trabalho), como promotora de direitos, de ampliação da contratualidade social e do Bem Viver de seus participantes. O conceito do Bem Viver se apresentou ao longo do desenvolvimento da pesquisa como um tema que abrange diversas áreas do viver do homem e de sua relação com a natureza. Um viver que resgata a ancestralidade colocando o homem e suas relações no centro do desenvolvimento das sociedades, despertando outros modos de viver e de se relacionar. Aspectos que foram sendo relatados ao longo das entrevistas e demonstrados graças a inclusão dos mesmos em projetos de reabilitação psicossocial pelo trabalho. São ainda objetivos específicos da pesquisa: identificar o perfil dos participantes das oficinas de trabalho e geração de renda, da tecnologia social pesquisada; compreender a relação estabelecida entre a saúde mental e a economia solidária, na referida tecnologia social; verificar o potencial da tecnologia social pesquisada enquanto agente de transformações econômicas e de inclusão social pelo trabalho Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de caso e a pesquisa está sendo realizada na cidade de Campinas/SP. O N.O.T. é um dos projetos de reabilitação psicossocial do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira (SSCF) e visa oferecer atividades de geração de trabalho e renda a 300 (trezentas) pessoas da rede de saúde municipal. Há 28 anos em atividades ininterruptas de produção e inclusão social pelo trabalho, atualmente é composto por 12 (doze) oficinas de trabalho que oferecem atividades artesanais e de prestação de serviços, nas áreas de: agricultura orgânica, jardinagem, ladrilho hidráulico, mosaico cerâmico, serralheria, marcenaria, vitrais, papelaria artesanal, cartonagem, costura e alimentação (restaurante, buffet para eventos e doceria). Cada oficina é concebida como um empreendimento, que gera produtos que visam a comercialização e, por consequência, a geração de renda a seus membros. Os grupos têm em média 20 (vinte) pessoas que são acompanhadas por 1 (um) profissional de nível superior (coordenador de oficina) e 1 (um) ou mais profissionais de nível médio de formação (monitores). A carga horária média de funcionamento das oficinas é de 36 horas por semana. As oficinas de artesanato funcionam de segunda a sexta feira e as oficinas de prestação de serviços e agricultura funcionam também aos finais de semana. O modelo jurídico de associação de assistência social garante a legalidade das ações empreendedoras como compra de materiais, emissão de nota fiscal e prestação de contas das oficinas e desenvolvimento de projetos com parceiros públicos e privados. Dentre as parcerias, um convênio com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) permite o desenvolvimento do Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua – “Projeto Morador”, público este inserido nas oficinas e, portanto, população alvo desta pesquisa. Os então, usuários do serviço N.O.T., denominados oficineiros, são os sujeitos participantes dessa pesquisa, pois é de nosso interesse identificar os benefícios ao Bem Viver dessa população quando inseridos num dispositivo de inclusão social pelo trabalho como o referido. Foram previstas inicialmente 30 entrevistas, correspondentes a 10% da capacidade de atendimento do serviço, estando os entrevistados incluídos há no mínimo 180 dias nas oficinas, sendo 50% da usuários encaminhados pelo Projeto Morador. De abordagem qualitativa, o roteiro de entrevista foi construído a partir de considerações do manual de aplicação da Tabela de Classificação Funcionalidade para Saúde mental, que traça o perfil do público alvo e identifica benefícios ao Bem Viver dos usuários do serviço, a partir da experiência de vivências nas oficinas de trabalho. Resultado: O desenvolvimento dessa pesquisa combinando: levantamento bibliográfico, -informações e dados institucionais e - entrevistas, vem apontando que o trabalho autogestionário, viabilizado nas oficinas, proporciona resultados, além de materiais e financeiros. O estranhamento entre trabalho e o resultado do trabalho, produzido pela lógica de reprodução sóciometabólico do capital, é superado por um trabalho onde o resultado dele não é estranho ao trabalhador, mas sim, é parte constitutiva de seu projeto de vida. O trabalho autogestionário nas oficinas faz do trabalho um espaço de realização existencial dos oficineiros. Nessa perspectiva, os conceitos associados e orientados pela dinâmica do trabalho, da realização sócio econômica, não são capazes de responder ao que produz o trabalho autogestionário das oficinas do N.O.T. Durante o levantamento bibliográfico no campo da Economia Solidária, uma economia que produz cuidado, novas sociabilidades, novos jeitos de se relacionar com o trabalho, m também chama atenção  o conceito de Bem Viver. Realizando assim, um deslocamento epistemológico, para uma dimensão da produção além da economia, do trabalho e da geração de renda. Trazendo uma reflexão da produção para o conjunto das relações sociais, transcendentais e de sociabilidade de uma sociedade. Aspectos esses, relatados nas entrevistas já realizadas com os oficineiros. Considerações finais: O desenvolvimento dessa pesquisa tem apontado um novo olhar para os resultados efetivos na vida das pessoas incluídas em projeto de reabilitação psicossocial pelo trabalho, reflexões que vão além do potencial da inclusão social pelo trabalho, nos permitindo novos olhares para um campo em constante desenvolvimento e dotado de muitos desafios. O conceito do Bem Viver abriu um novo campo para pensar trabalho e geração de renda na saúde mental.


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Trabalho nº 9072
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA SAÚDE DA COMUNICAÇÃO HUMANA EM GRUPOS DE GESTANTES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Terezinha Paes Barreto Trindade, Julyane Feitoza Coêlho

Apresentação: O presente relato traz a experiência de práticas coletivas de educação em saúde realizadas por uma fonoaudióloga em grupos de gestantes, tendo como objetivo promover a saúde da comunicação humana, orientando e prevenindo agravos. Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados em 2008, buscando apoiar a inserção da Estratégia de Saúde da Família na rede de serviços e ampliar a abrangência, a resolutividade, a territorialização, a regionalização, bem como a ampliação das ações da Atenção Primária em Saúde no país. Passando a ser denominado Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) a partir da atualização da Política Nacional de Atenção Básica em 2017, assumindo a responsabilidade pelos diversos arranjos de equipes de Atenção Básica. Os NASF-AB fazem parte da Atenção Básica, sendo constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada, compartilhando as práticas e saberes em saúde nos territórios sob sua responsabilidade, atuando diretamente no apoio matricial às equipes das unidades nas quais está vinculado. Desenvolvimento: No município de João Pessoa, o território é dividido em cinco Distritos Sanitários, sob a perspectiva da regionalização, com o objetivo de organizar a rede de cuidado progressivo do sistema e garantir à população acesso aos serviços básicos, como também aos especializados e a assistência hospitalar. A atenção primária é composta pela Estratégia Saúde da Família (representada pelas Unidades de Saúde da Família e Equipes de Saúde da Família), NASF-AB, Consultório na Rua e Serviço de Atenção Domiciliar (SAD). Os profissionais dos NASF-AB realizam o apoio matricial, que se caracteriza como a responsabilidade por uma clientela dentro de um território de abrangência, possuindo uma gerência em comum e prestando apoio à equipes de referência (Equipes de Saúde da Família), representando apoio assistencial e técnico-pedagógico, apoiando-as para que possam incrementar não só a integralidade, mas também a resolutividade, a qualidade do cuidado, as ações de promoção de saúde e o acompanhamento e monitoramento em seus diversos aspectos. O Fonoaudiólogo, nos NASF-AB, atua junto às Unidades de Saúde da Família de sua área de referência, de acordo com a equipe multiprofissional que compõe. São realizadas atividades específicas de núcleo profissional com atendimentos clínicos individuais em diversas áreas de especialidade profissional (Linguagem, Motricidade Orofacial, Voz e Disfagia), discussão de casos clínicos e construção de Projeto Terapêutico Singular (PTS). Como também realização de atividades coletivas, como participação em atividades das Academias de Saúde, atividades em grupos terapêuticos (grupos de HIPERDIA, de idosos, gestantes, saúde mental, de homens, dentre outros) e em diversos equipamentos sociais do território (como escolas, igrejas, dentre outras instituições). A experiência relatada aqui envolve atuação de uma fonoaudióloga do NASF-AB junto à grupos de gestante, que foi desenvolvida em três Unidades de Saúde da Família (USF), sendo uma integrada com três equipes e as outras duas com uma equipe cada, que abrangiam o território de atuação da profissional, lotada no Distrito Sanitário III do município de João Pessoa (PB). Os grupos de gestante nas três USF propostas surgiram a partir do interesse de profissionais das Equipes de Saúde da Família, particularmente enfermeiras e cirurgiãs-dentistas, juntamente com o apoio de profissionais das equipes NASF-AB, incluindo a fonoaudióloga. Diante da necessidade de trabalhar temáticas relativas à Fonoaudiologia que são de fundamental importância para um desenvolvimento saudável do bebê e observando que a presença da profissão junto a esse público e atuação nesse cenário ainda é bastante incipiente, a profissional decidiu se inserir ao grupo e propor atividades educativas. As gestantes eram convidadas com antecedência pelos profissionais das equipes, incluindo os agentes comunitários de saúde (ACS), por terem um papel fundamental de interligação da equipe com a comunidade através de um maior contato com o território nas visitas domiciliares. Foram trabalhados temas relativos à promoção do aleitamento materno, trazendo os benefícios a mulher e ao bebê, orientações sobre a pega, mitos e verdades; desenvolvimento da comunicação na primeira infância, explicando o modo como ocorre, como estimular a linguagem do bebê e sinais indicativos de alteração; como também exames básicos realizados pelo fonoaudiólogo junto ao bebê, sendo eles o teste da orelhinha e o teste da linguinha, fundamentais para o diagnóstico precoce de perdas auditivas e de alterações no frênulo lingual, respectivamente, que podem comprometer o desenvolvimento da comunicação da criança. As atividades eram realizadas de modo dinâmico, em formato de roda de conversa, na qual a profissional abordava os temas e promovia reflexões junto às gestantes, de um modo claro e acessível, com o apoio de vídeos e dinâmicas de interação, visando facilitar o entendimento e promover um espaço de discussão e troca de saberes. O número de participantes em cada grupo variava em torno de 5 a 10 gestantes por encontro. Os grupos eram realizados em parceria com enfermeiras, dentistas e também outros profissionais do NASF, como a assistente social da equipe, contribuindo para uma maior riqueza nas trocas e ampliando o conhecimento construído nos encontros. Ao final de cada grupo era realizado um lanche coletivo, criando um ambiente de descontração e possibilitando um espaço de interação e confraternização entre os profissionais e as usuárias. Resultado: A partir das experiências e vivências proporcionadas pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica, é possível perceber que a atuação fonoaudiológica tem contribuído para a realização das atividades coletivas de orientação, promoção de saúde e prevenção de agravos, a partir da realização dos grupos de gestantes, dando contribuição na educação em saúde da população usuária das Unidades de Saúde da Família, permitindo uma maior integralidade do cuidado aos usuários do Sistema Único de Saúde. Desse modo, as atividades realizadas na área de Fonoaudiologia têm contribuído positivamente e percebeu-se um impacto das temáticas trabalhadas junto as gestantes, promovendo nas mesmas uma reflexão e um melhor entendimento a respeito de aspectos fundamentais para um adequado desenvolvimento do bebê, o que pôde-se observar pela participação das gestante por meio de dúvidas e comentários que surgiam ao longo dos encontros. A experiência possibilitou orientar as gestantes a respeito de aspectos que possivelmente não seriam trabalhados com as usuárias durante os períodos do pré-natal ou puerpério, como por exemplo o desenvolvimento da comunicação da criança, que muitas vezes é negligenciado, não sendo priorizado e valorizado perante a outras temáticas consideradas mais importantes pelos profissionais das equipes. E considerando o restrito número de fonoaudiólogos inseridos na atenção primária, a utilização de práticas coletivas como os grupos potencializa a oferta do cuidado, possibilitando o alcance de um maior número de usuários, como também uma rica troca de saberes. Considerações finais: A experiência aqui relatada apresentou relevância na promoção de saúde e resultados satisfatórios junto as gestantes usuárias das equipes, demonstrando uma possibilidade de atuação para os fonoaudiólogos inseridos na atenção primária à saúde como membros das equipes de NASF-AB. Ressalta-se que além das temáticas aqui citadas, outras diversas poderiam ser trabalhadas considerando o saber fonoaudiológica, como saúde auditiva, hábitos orais deletérios, transição alimentar/recusa alimentar, estimulação de linguagem, cognição e motricidade orofacial dos bebês, dentre outros. Um aspecto importante a ser considerado também é a construção das atividades em parceria com outros profissionais das equipes, permitindo uma maior integração, ampliação de saberes e integralidade do cuidado, buscando a melhoria de serviços em saúde oferecidos à população.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9073
Título do Trabalho: PROJETO BEM VIVIDOS: UMA FERRAMENTA NA PROMOÇÃO À SAÚDE DO IDOSO.
Autores: Patricia Teixeira Guerra Ferreira, Jeane Pereira dos Santos, Thamires Ezic, Luciane Vieira Vicente Amim, Cristina Patané Gomes Lopes, Luciana Agra da Silva, Juliane de Macedo Antunes, Ana Karina Ramos Brum

Apresentação: Um dos maiores feitos da humanidade foi a ampliação do tempo de vida, porém o envelhecimento da população não basta por si só. Viver mais é importante desde que se consiga agregar qualidade aos anos adicionais de vida. No Brasil, de acordo com o Estatuto do Idoso (2003), as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos são reconhecidas como idosas. O envelhecimento é um processo que deve ser vivido de uma forma saudável e autônoma o maior tempo possível. Para isso, é necessário que as pessoas se envolvam na vida social, econômica, cultural, espiritual e civil, envelhecendo de uma forma ativa. Face a esta evidência é pertinente a abordagem da qualidade de vida nas pessoas idosas.  A Política do Envelhecimento Ativo (OMS, 2005) tem a saúde como um de seus pilares básicos, e as ações neste âmbito devem considerar a manutenção em níveis baixos dos fatores de risco ambientais e comportamentais para doenças crônicas e declínio funcional e elevação dos fatores de proteção. Esta mesma política conceitua o envelhecimento ativo como o acesso a oportunidades de saúde, participação social e segurança, visando a qualidade de vida no percurso do envelhecimento, trazendo uma visão para o processo do envelhecimento saudável, de bem-estar físico, social e mental e tem como objetivo aumentar a expectativa de uma vida saudável para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados. Em países desenvolvidos, esta etapa de vida da população ocorre de forma lenta e organizada, associado ao planejamento e às melhorias nas condições gerais de vida, enquanto que em países em desenvolvimento, como o Brasil, envelhece de forma rápida e intensa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a população idosa brasileira é composta por 23 milhões de pessoas, totalizando 11,8% da população total do país, este é o segmento populacional que mais cresce no mundo. A qualidade de vida que as pessoas terão quando envelhecerem depende não só das escolhas e oportunidades que experimentarem durante a vida, mas também da maneira como as gerações posteriores irão oferecer ajuda e apoio, quando necessário. O envelhecimento da população é um fenômeno que já não pode mais ser ignorado, visto que o idoso também assume um papel social de provedor de sustentos de uma família ou pessoal, isto implica diretamente na necessidade de pensar ações e estratégias eficientes para promoção do envelhecimento ativo. Temos de encontrar os meios para: incorporar os idosos em nossa sociedade, mudar conceitos já enraizados e utilizar novas tecnologias, com inovação e sabedoria, a fim de alcançar de forma justa e democrática a equidade na distribuição dos serviços e facilidades para o grupo populacional que mais cresce em nosso país. Baseado nestes propósitos, em 2013, a equipe de profissionais de saúde de uma Policlínica de atenção primária em saúde, na zona norte do município de Niterói, delineou um Projeto com o compromisso de promover saúde, qualidade de vida e envelhecimento ativo, atendendo à Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (2009) vigente no SUS. As atividades iniciaram através da construção de grupos de convivência, com reuniões mensais, com idosos que apresentavam queixas de diminuição da memória. O principal foco era de trabalhar e desenvolver a cognição, memória, concentração, raciocínio lógico e criatividade, entre eles e potencializar suas atividades de vida diária com autonomia e independência. A proposta foi tão bem recebida que as reuniões passaram a acontecer quinzenalmente e, atualmente, o projeto tomou uma proporção maior, onde acontecem quatro reuniões semanais, com o apoio da equipe interprofissional, sendo realizadas diversas atividades planejadas em reunião mensal de equipe, como: atendimento médico, psicológico, nutricional, serviço social e de enfermagem individual, avaliação e tratamento de lesões nos pés dos idosos diabéticos por profissional da podologia, oficinas de alimentação saudável, atividade física; aula de dança; zumba gold, oficina de artesanato; oficina de estimulação cognitiva; agenda da saúde, sendo um espaço para ampliação do conhecimento destes participantes, quanto a uma temática desejada; inclusão digital e atividades culturais com algumas apresentações públicas. A prática das atividades que enfatizam o movimento corporal propicia benefícios na agilidade, fortalecimento muscular, coordenação motora e equilíbrio. Esta mesma prática também estimula o convívio social, promovendo a interação com outras pessoas e se refletindo na elevação da autoestima do idoso, além de ser um pilar fundamental na prevenção de quedas. A fim de fortalecer a identidade e integração do grupo, propomos a escolha de um nome que trouxesse uma representatividade. Portanto, os próprios idosos, em comum acordo, escolheram serem chamados de “Bem Vividos”, configurando assim o Projeto Bem Vividos. A equipe interprofissional é composta por enfermeiros, assistente social, psicólogo, geriatra, educador físico, podólogo e nutricionista. A porta de entrada para participação ao grupo acontece com o encaminhamento da equipe de atendimento ambulatorial ou a partir da demanda espontânea. Objetivo: Este estudo busca relatar a experiência exitosa de um projeto desenvolvido na rede pública de saúde com a finalidade de promover por meio do desdobramento da saúde física e mental e do desenvolvimento social, da oferta de acesso à cultura e lazer, a melhoria da qualidade de vida dos idosos, bem como o envelhecimento ativo. Resultado: O resultado é perceptível ao longo deste período com a sistematização das ações desenvolvidas, incluindo o planejamento, a organização, a coordenação, a execução, e a avaliação das atividades; a elaboração de metodologias educativas, ampliando conhecimento dos idosos referente a importância do envelhecer saudável; adesão ao programa, assim como, através de instrumentos de medidas, diminuição da dor e níveis pressóricos e glicêmicos; melhora do humor e diminuição nas  hospitalizações e busca aos serviços de emergência. O processo de cuidado em saúde requer atenção integral à todas as etapas da vida, desde a juventude até a etapa sênior, onde a equipe interprofissional tem um papel fundamental na promoção, proteção e recuperação da saúde, visando a  qualidade de vida. A corresponsabilidade e a compreensão entre equipe e o idoso, de que envelhecer com qualidade de vida está além de procedimentos intervencionistas ou processos fechados de cuidados, requer um olhar holístico e integral do indivíduo.  


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Trabalho nº 11122
Título do Trabalho: PET-SAÚDE/ INTERPROFISSIONALIDADE: ESTRATÉGIA PARA PROMOÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE
Autores: Brenda Fernanda Guedes, Helizânio José de Farias Lima, Hemelly Raially de Lira Silva, Maria Heloisa Moura de Oliveira, Claudia de Lima Rodrigues Souza, Ronald Pereira Cavalcanti, Kátia Carola Santos Silva

Apresentação: Na atenção à saúde exige-se uma intervenção que englobe os diversos saberes do cuidado, considerando contexto biopsicossocial do indivíduo o enxergando de forma holística. O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET- Saúde) Interprofissionalidade é essencial para a formação dos acadêmicos, possuindo o eixo central da Educação Interprofissional em Saúde, estruturado por ações e troca de conhecimentos entre professores, estudantes, profissionais de saúde e usuários, desenvolvidas na atenção básica. Os estudantes vivenciaram desafios como a aplicação da teoria apresentada no ambiente acadêmico, trabalho em equipe interdisciplinar; visitas domiciliares e o desenvolvimento de estratégias para enfrentamento das necessidades de saúde, de acordo com a realidade familiar. O presente trabalho visa relatar a experiência no PET- Saúde, vivenciada por um grupo de discentes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) inserido na Unidade Básica de Saúde, localizada no município de Vitória de Santo Antão-PE, durante o segundo semestre de 2019. Desenvolvimento As ações ocorreram semanalmente, no período de agosto a dezembro de 2019. Alunos e profissionais uniram seus conhecimentos em prol do desenvolvimento de intervenções para os usuários, baseadas na perspectiva do Projeto Terapêutico Singular (PTS) que compreende um conjunto de propostas e condutas terapêuticas articuladas para um indivíduo, uma família ou um grupo que resulta em uma discussão coletiva interdisciplinar, potencializando o planejamento das ações em saúde, especialmente na lógica do apoio matricial e equipe de referência. O PTS se desenvolve em quatro momentos: Diagnóstico; Definição de Metas; Divisão de Responsabilidades e Reavaliação. Dessa forma, três famílias foram acompanhadas. A metodologia utilizada foi centrada na visita domiciliar, com a sondagem das necessidades e planejamento da intervenção. Em seguida, eram realizadas discussões dos casos e traçadas estratégias para o enfrentamento dos problemas. Foram construídas as ferramentas de apoio genograma e ecomapa, fundamentais na tomada de decisão para a realização das intervenções em cada família. Resultado: Foram realizadas ações de orientação, encaminhamentos para especialidades, informações sobre cuidados pós-cirúrgicos, promoção do autocuidado, tratamento da hipertensão, orientações e estímulo ao aleitamento materno, introdução alimentar, cuidados com a higiene alimentar e a importância da busca e formação de vínculo com os serviços de saúde. Os impactos decorrentes das vivências e intervenções, foram importantes e satisfatórios, pois propiciaram uma mudança na realidade de saúde, tanto para as famílias como para a equipe. A atuação de forma interprofissional, pontuando as prioridades, compartilhando diferentes observações, visões e sugestões, ampliou a resolutividade de dificuldades vivenciadas na comunidade. Considerações finais Ao envolver diferentes atores do cuidado em saúde com diversos conhecimentos e experiência, o programa colaborou para o crescimento profissional, estimulando a proatividade, criatividade, cidadania, trabalho em equipe, pensamento crítico e reflexivo, ampliando o conhecimento social e de saúde pública, através da integração da comunidade, o ensino e serviço; sendo enriquecedor e promotor da integralidade. É essencial ao acadêmico e futuro profissional, saber lidar e interagir com distintos saberes, visões e formações. Como resultado há mudança de postura na atuação profissional e transformação na realidade de saúde na comunidade


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Trabalho nº 11635
Título do Trabalho: PREVENÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL, DIABETES E PROMOÇÃO DE HÁBITOS SAÚDÁVEIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE UM INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS.
Autores: karla brandao de araújo, Erika Oliveira Abinader, maria de nazaré de souza ribeiro, victor hugo da silva xisto, Karem de Souza Brandão

Apresentação: Estratégias que estimulem a promoção da saúde são relevantes para o desenvolvimento de hábitos que fortaleçam uma vida saudável. Este trabalho relata a experiência da equipe multiprofissional do Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia do Amazonas campus Distrito Industrial (IFAM/ CMDI) que objetivou proporcionar ações de rastreamento da Hipertensão Arterial (HA) e Diabetes Mellitus (DM), bem como promover orientações sobre hábitos alimentares saudáveis aos funcionários terceirizados da instituição. Desenvolvimento parte da equipe multiprofissional do IFAM/CMDI (médica, enfermeira, técnico de enfermagem e nutricionista) organizou, nos dias 01 e 04 de novembro de 2019, ação de rastreamento para doenças crônicas. A motivação pela temática e escolha do público alvo foram definidos a partir dos registros de prevalência da procura pelos serviços da equipe, por parte dos terceirizados, decorrentes de doenças crônicas pré- existentes e/ou alterações pontuais na pressão arterial e glicemia capilar. A ação foi desenvolvida em dois turnos: matutino e vespertino para que pudéssemos atingir 100% do público alvo. O fluxo da ação teve início com acolhimento através da consulta de enfermagem utilizando-se da escuta ativa para anamnese, incluindo a triagem com mensuração dos sinais vitais e glicemia capilar pós-prandial. Em seguida, eram encaminhados para consulta com nutricionista tendo as medidas antropométricas tomadas para cálculo do índice de massa corpórea onde receberam as devidas orientações quanto aos hábitos alimentares saudáveis, sempre considerando a realidade objetiva de cada indivíduo. O fluxo findava com a consulta médica onde alguns casos foram orientados à realização da Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), exames laboratoriais, prescrição de fármacos e encaminhamento à especialistas. Resultado: embora tenhamos realizado ampla divulgação, obtivemos apenas 12 participantes que corresponde a 40% do total do público alvo. Desses, 05 se declararam hipertensos referindo uso sistêmico de anti-hipertensivo, 02 afirmaram possuir DM tipo 2 em uso de antiglicemico oral. Não houve relato de prática de atividade física, todos afirmaram que se alimentam de forma saudável evitando comidas gordurosas e dando preferência as frutas, verduras e proteínas. Considerações finais: A baixa procura pela intervenção, evidenciou que a cultura de promoção da saúde é algo incipiente nos indivíduos sendo necessário seu fortalecimento para evitar que a procura por assistência só ocorra quando da instalação de enfermidades.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10612
Título do Trabalho: AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA PROMOÇÃO DO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Autores: NÍVIA TAVARES PESSOA, Michelle da Silva Bezerra, Jocivania Mesquita Lima, Maria Liliane Luciano Pereira, Emanoel Afonso Souza Martins, Amanda Sthefanny dos Santos Sousa, Brenna Karoline Carneiro Souza, Stefany Dayane Andrade Araújo Braga

Apresentação: De acordo com a Organização Mundial de Saúde entende-se que há uso racional de medicamentos quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade. O trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS) nesse contexto se torna fundamental, uma vez que o seu contato direto com a população, permite uma contribuição para a melhoria da qualidade de vida dessa comunidade, promovendo o cuidado e a gestão de informações sobre o uso de medicamentos de maneira correta e segura. Objetivo: Realizar uma capacitação sobre Uso Racional de Medicamentos direcionada aos ACS de uma região administrativa do município de Fortaleza. Método: Trata-se de um relato de experiência de uma oficina de capacitação sobre Uso Racional de Medicamentos. A oficina foi realizada em parceria pelo Centro de Informação sobre Medicamentos e a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza. Inicialmente foram apresentados os “10 passos para o Uso Correto de Medicamentos, que traziam recomendações relacionadas a utilização, armazenamento e descarte. Em seguida foi realizada a oficina em quatro estações de 40 minutos cada, com as seguintes temáticas: Aprendendo sobre os medicamentos; Utilizando corretamente os medicamentos; O perigo da automedicação; De olho no uso de medicamentos. Os temas eram apresentados em forma de casos, para isso utilizou-se como apoio a publicação do Ministério da Saúde: O trabalho dos agentes comunitários de saúde na promoção do uso correto de medicamentos. Os ACS faziam um rodizio pelas estações de forma que ao final do encontro pudessem ter discutido todos os temas propostos. Resultado: Participaram cerca de 144 ACS. Os ACS se identificaram com as situações problemas e deram vários exemplos das situações apresentadas em sua prática diária. As principais dúvidas que surgiram durante as estações estavam relacionadas a interação medicamentosa, o uso de medicamentos com álcool, armazenamento de medicamentos no domicílio, o risco relacionado ao uso incorreto e a dificuldade dos pacientes em aderir ao tratamento. Os ACS também relataram várias atividades que realizam no domicílio para poder ajudar os pacientes principalmente os polimedicados. Dentre as atividades relataram a ajuda aos pacientes para organizar os medicamentos de forma a facilitar a tomada e o recolhimento de medicamentos vencidos. Considerações finais: A oficina mostrou-se muito produtiva e conseguiu envolver todos os participantes possibilitando uma discussão aprofundada sobre vários aspectos do uso racional de medicamento. Nossa perspectiva, é que essa ação auxilie o agente comunitário para que ele possa orientar de forma mais segura as famílias, em sua área de atuação quanto ao uso correto dos medicamentos, incentivando uma pratica inovadora com o direcionamento a promoção de saúde e qualidade de vida da comunidade.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7030
Título do Trabalho: ARTETERAPIA E EUTONIA: PROMOÇÃO DE AUTOCUIDADO E REDUÇÃO DE ESTRESSE EM ALUNOS PRÉ-VESTIBULANDOS
Autores: Gabriela Garcia de Carvalho laguna, isadora de Souza Barcelos, nívea Maria Silveira de Almeida

Apresentação: Diante das Diretrizes Curriculares do curso de medicina, que preconizam a compreensão da integralidade do sujeito para formação, alunos de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Campus Anísio Teixeira, desenvolveram uma oficina baseada em práticas artísticas e de Eutonia. Essa iniciativa surgiu de uma percepção, pautada tanto em experiências próprias quanto em marcos teóricos relevantes, sobre o estresse e a tensão que permeiam o cotidiano pré-vestibular alinhada ao componente estruturado para que o conhecimento adquirido na universidade seja partilhado em outras ambiências. O presente relato busca compartilhar a perspectiva dos discentes sobre a experiência de promover saúde à comunidade local. Desenvolvimento: A atividade contemplou vivências para cerca de 30 estudantes, de vitória da conquista, em um período de uma hora. Inicialmente, os facilitadores apresentaram-se e indagam a respeito do bem-estar dos pré-vestibulandos, usado como parâmetro para um feedback inicial. Abriu-se um espaço de diálogo, os alunos revelaram estar cansados, sobrecarregados, nervosos, com medo, mal-estar, estresse físico e emocional. Realizou-se um quebra-gelo em que os alunos receberam uma folha e uma sequência de comandos iguais para obterem produtos diferentes, demonstrando que cada um experiencia o momento a seu modo. Em seguida,  estimulou-se que desenhassem memórias que moldam sua personalidade, com o propósito de gerar autoconhecimento. A atividade seguinte, por meio da aproximação aleatória de duplas de alunos, promoveu o reconhecimento e a identificação entre os envolvidos. Uma das pessoas da dupla era vendada e guiada pela outra, depois a situação se invertia. Depois, usou-se a música como ferramenta de relaxamento; os alunos, dançaram seguindo passos simples, ativando a musculatura corporal e perdendo a timidez frente aos colegas. Por fim, deixou-se uma atividade reproduzível de desestresse, através de uma oficina de técnicas de respiração, coerente e alternada, que exercitou táticas simples e eficazes de relaxamento, uteis para o autocuidado. Resultado: Quanto aos desenhos, aceitaram a proposta, mas ficaram receosos de relatar para a grande roda suas experiências. As poucas histórias compartilhadas, contudo, demonstraram a importância dessa experimentação, por evocar sentimentos profundos e reflexões elaboradas sobre intersecções que definem os sujeitos. A vivência em dupla demonstrou que a comunicação transcende a fala, o olhar promove confiança e o perceber do eu no olhar do outro promove reconhecimento e conexão.  Perceber a mudança dos alunos após as oficinas, quando o feedback final revelou descontração, calma e redução do estresse, foi essencial para o processo de formação médica. Esta abordagem contribuiu positivamente para o crescimento pessoal e profissional ao estimular o acolhimento, por meio de uma escuta ativa, e reforçar o valor de uma atuação integral, centrada na compreensão dos sujeitos enquanto seres biopsicossociais. Considerações finais: A oficina se mostrou satisfatória tanto para os estudantes de Medicina quanto para os pré-vestibulandos, cumprindo os objetivos de promover uma formação médica mais humanizada e reduzir o estresse dos pré-vestibulandos.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9592
Título do Trabalho: CUIDAR DE QUEM CUIDA: PROMOVENDO AUTOCUIDADO E BEM-ESTAR DE ACOMPANHANTES DE PACIENTES E COLABORADORES DA SANTA CASA DE CARIDADE DE DIAMANTINA (SCCD), MINAS GERAIS
Autores: Márcia Maria de Sousa, Kaio Cesar Pinhal, Luana Otoni Costa Santos, Alvia Maria Tereza Alves, Paulo Henrique da Cruz Ferreira

Apresentação: O projeto “CUIDAR DE QUEM CUIDA” é uma iniciativa da Santa Casa de Caridade de Diamantina (SCCD) em parceria com a Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e que tem por objetivos: promover práticas de autocuidado e saúde, incentivar a prática regular de atividade física e proporcionar momentos de lazer e bem-estar para acompanhantes de pacientes e colaboradores. As ações acontecem no jardim e anexos da instituição. Os acompanhantes e profissionais da Santa Casa são convidados pessoalmente pelos organizadores a participar do projeto e o convite é reforçado através do sistema de som, cartazes e panfletos. São desenvolvidas diversas atividades: massagem terapêutica, auriculoterapia, relaxamento, jogos, ginástica para o cérebro, curso de automaquiagem, exercícios físicos, sessões de alongamento e práticas integrativas e complementares (tai chi chuan, meditação e yoga). Palestras e rodas de conversa também são ofertadas, abordando temas como valorização da vida, prevenção de dores nas costas, adoção de hábitos de vida saudáveis e prevenção e manejo de doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão arterial, diabetes, depressão e ansiedade). A iniciativa reflete a importância do cuidado integral e humanizado com o indivíduo, além de ofertar práticas e ações de prevenção e promoção à saúde em um ambiente até então voltado para ações curativas. Cuidar do cuidador é promover um ambiente humanizado e acolhedor que, certamente, trará benefícios para a saúde e bem-estar de todos os envolvidos.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10900
Título do Trabalho: OUTUBRO ROSA NA RENNER: UMA AÇÃO EXTRAMUROS EM PROL DA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA.
Autores: Brenda Freitas Pontes

Apresentação: O controle do câncer de mama vem sendo uma das prioridades na agenda da Política Nacional de Saúde, vindo a ser uma temática de políticas públicas desenvolvida no Brasil desde meados dos anos 80. Passando a ser um problema de saúde pública que corresponde a um número significante de casos de neoplasias malignas em mulheres. O evento do Outubro Rosa tem como foco principal a luta contra o câncer de mama, estimulo à participação da população no combate a essa doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento contribuindo assim para a redução da mortalidade. O Outubro Rosa é um evento criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, nos Estados Unidos, com expansão para todo o mundo. A primeira iniciativa vista no Brasil em relação ao Outubro Rosa, foi a iluminação em rosa do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista, situado em São Paulo-SP, no dia 02 de outubro de 2002. Em outubro de 2008, diversas entidades relacionadas ao câncer de mama iluminaram de rosa monumentos e prédios em suas respectivas cidades. Aos poucos o Brasil foi ficando iluminado em rosa em São Paulo-SP, Santos-SP, Rio de Janeiro-RJ, Porto Alegre-RS, Brasília-DF, Salvador (BA), Teresina-PI, Poços de Caldas-MG e outras cidades. O câncer de mama, quando diagnosticado precocemente, tem elevadas chances de tratamento efetivo e preservação da mama, nesse contexto, o papel da enfermagem tem-se destaque no que se refere a uma das ações de sua competência, a realização de reuniões educativas e informativas sobre o câncer de mama direcionada à população alvo. O Ministério de Saúde definiu estratégias extremamente relevantes de diagnóstico precoce e o rastreamento com intuito de diminuir a mortalidade em decorrência dessa neoplasia. As Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama, publicada em 2015 pelo Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), recomendam a mamografia (MMG) como o método preconizado para rastreamento na rotina da atenção integral à saúde da mulher. O Consultório de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense de Rio das Ostras, inaugurado em 2017, é um cenário de inovação pedagógica para o ensino, pesquisa e extensão em saúde da mulher, tendo como prioridade a realização de atividades práticas destinadas ao aprimoramento do acadêmico de enfermagem e atendimento à população local, inclusive a comunidade acadêmica (discentes, docentes, técnico-administrativos e terceirizados). O objetivo deste trabalho é relatar os resultados do evento Outubro Rosa no Consultório de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense de Rio das Ostras, sob a ótica da formação profissional em enfermagem, em uma de suas ações extramuros. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência sobre a participação de graduandos em enfermagem no evento Outubro Rosa no Consultório de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense de Rio das Ostras, realizado no dia 17 de Outubro de 2019 no Centro de distribuição das lojas RENNER, localizado no município do Rio de Janeiro, de 10 as 22 horas. O grupo de trabalho contou com a participação de 01 docente do Curso de Enfermagem e 07 discentes do Curso de Graduação em Enfermagem. A ação extramuros realizou exame clínico das mamas, anamnese, avaliação em saúde (verificação Pressão Arterial, circunferência abdominal, mensuração de peso e estatura para o cálculo de Índice de Massa Corporal, solicitação de exames complementares (Ultrassonografia das mamas, mamografia, papanicolaou oncótica, Ultrassonografia transvaginal), encaminhamento para atualização do cartão vacinal e, rodas de conversa. Os discentes participaram de todas as etapas necessárias para a realização do evento: planejamento das atividades, elaboração e reprodução dos impressos, levantamento dos materiais educativos (banners, álbum seriado, prótese peniana, pelve feminina de acrílico, preservativos femininos e masculinos, mamas de tecido), levantamento dos equipamentos para atendimento (luvas de procedimento, álcool gel, esfignomanômetro, estetoscópio, balança antropométrica, fita métrica, maca para exame clínico, mesa e cadeira), organização dos espaços de atendimento, atendimento ao público e compilação dos resultados). Esta atividade acadêmica está vinculada ao Projeto de Pesquisa intitulado: Saúde Sexual e Reprodutiva das Usuárias do Consultório de Enfermagem do Campus Universitário da Universidade Federal Fluminense Rio das Ostras, autorizado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), CAAE nº: 93546617.3.0000.5243. Os dados foram coletados dos prontuários abertos. Resultado: do trabalho: Os resultados revelam que 88 mulheres realizaram avaliação em saúde e 69 mulheres realizaram o exame clinico das mamas e 95 mulheres participaram das rodas de conversas. Quantos a solicitação de exames: 20 mulheres foram encaminhadas para realização do exame papanicolaou, 09 mulheres para ultrassonografia das mamas, 01 mulher para ultrassonografia transvaginal e 01 mulher para mamografia. Foram temas abordados nas rodas de conversa: planejamento reprodutivo, sexualidade feminina: visibilidade e vulnerabilidade, infecções sexualmente transmissíveis, câncer de mama e câncer de colo de útero. Ao realizarmos a tabulação dos dados colhidos através da Ficha de prontuário podemos observar a faixa etária das mulheres sendo 11,1% possuem 25 anos e 9,5% possuíam 24 anos 9,6% 23 anos. 4,8% possuíam 28 anos, 7,9% possuíam 30 anos, 3,2% possuíam 32 anos, 3,2% possuíam 36 anos. Grau de Instituição: 69,4% apresentavam ensino médio completo, 11,7% Superior Incompleto, 6,5% Superior completo e 6,5% Médio incompleto. Orientação Sexual: 95,2% Heterossexual, 1,6% Homossexual e 3,2% Bissexual. Não houve rastreamento de câncer de mama. Os discentes consideraram uma ação importantíssima e essencial para a formação profissional sendo esse um caminho para uma transformação pessoal e aprimoramento como forma de colocar em prática conhecimentos adquiridos durante a vida acadêmica, considerando a aproximação do estudante à prática como um momento privilegiado de formação, no qual diferentes aprendizagens são construídas e partilhadas. Possibilitou o exercício da escuta ativa, a problematização, e a adequação da linguagem verbal e não verbal. Desta forma desenvolveram e compreenderam, de forma ampliada, os valores necessários ao desenvolvimento do trabalho em equipe e da empatia. Considerações finais: Ao longo dos anos com enfoque na última década a saúde da mulher ganhou destaque devido ao crescente papel que a mulher tem representado na sociedade. Deste modo, o avanço de conhecimento e do reconhecimento da igualdade de direitos entre os gêneros, nota-se a necessidade da ampliação de cuidados à saúde da mulher. Esta atividade teve extrema relevância, pois enfatizou a conscientização das mulheres sobre os cuidados com a saúde bem como, ações de promoção, prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 11130
Título do Trabalho: EXPERIÊNCIAS INOVADORAS NA EXECUÇÃO DA PROMOÇÃO E ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM DIVERSOS CENÁRIOS – CONSULTÓRIO NA RUA NO MUNICÍPIO DE BELÉM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Vitória Gabrielle Matos Nascimento, Flavine Evangelista Gonçalves, Izabella Rocha da Costa, Hudson Gonçalves da Costa Filho

Apresentação: Pessoas em situação de rua estão sujeitas a diversas vulnerabilidades, desde ausência de abrigo assegurado diariamente até laços familiares fragilizados ou mesmo interrompidos. Nesse sentido, as equipes de cuidados em saúde encontram obstáculos ímpares para o devido acompanhamento dessa população, visto que o tempo na rua é o tempo da sobrevivência: o compromisso de ir a uma unidade em um dia/horário marcado não é simples, o indivíduo não sabe nem se vai se alimentar naquele dia. Ademais, a relação da rede de atenção básica com os serviços assistenciais e de albergamento não é bem estruturada, o que dificulta a formação do cuidado holístico. Assim, o presente trabalho visa demonstrar uma experiência de alunos de cursos da área da saúde – como Medicina e Enfermagem – da Universidade Federal do Pará em um Consultório na Rua (CnaR) do município Belém (PA), apresentando tal vivência como ferramenta singular na formação de futuros profissionais da saúde. O CnaR em questão existe em um prédio próximo ao centro histórico da cidade, no qual os alunos tiveram a oportunidade de participar de uma roda de conversa no auditório do local. Nas proximidades convivem muitas pessoas em situação de rua, o que torna o prédio estratégico para a iniciativa. Na ocasião, com a mediação de um médico especialista em Medicina de Família e Comunidade, três indivíduos em situação de rua que estavam em atendimento no dia aceitaram falar sobre suas vivências, medos e expectativas, responderam a perguntas dos discentes e explanaram sobre seus passados e os caminhos que os levaram à situação de rua. Cantigas populares foram cantadas, expondo aos alunos a importância das manifestações culturais como instrumento de união para os indivíduos. Ao fim, os discentes ficaram livres para expor a significância daquela experiência para sua formação profissional, a qual foi beneficamente impactada. Alguns alunos, inclusive, revelaram ao grupo vivências pessoais com a temática, nas quais algum familiar ou pessoa próxima passou pela situação de rua devido a caminhos da vida, como consumo de substâncias ilícitas. Tais relatos são notáveis, visto que aproxima as realidades em questão – um indivíduo em situação de rua e um discente de instituição acadêmica – e influencia para a construção de práticas em saúde não estigmatizantes. Então, é imprescindível trazer as situações impostas pela vida na rua para a visibilidade dos futuros profissionais da saúde, possibilitando uma melhor construção de vínculo entre os indivíduos e os trabalhadores da rede de atenção básica. Além disso, a desconstrução de práticas estigmatizantes deve ser buscada na atuação dentro da Atenção Básica, para assim possibilitar o almejado cuidado biopsicossocial.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8060
Título do Trabalho: CONSTRUINDO ESTRATÉGIAS DE CUIDADO E PROMOÇÃO DE SAÚDE NA AMAZÔNIA COM ESTUDANTES INDÍGENAS E QUILOMBOLAS
Autores: Maria Eunice Figueiredo Guedes

Apresentação: É necessário fazer a reflexão sobre a intervenção relacionadas à saúde com comunidades. Em roda de conversa lideranças indígenas e comunidades quilombolas paraenses reafirmam a perda nas aldeias das práticas e cuidados tradicionais como a extinção da parteira e pajé e diversas situações que ocorrem como o crescimento de número de indígenas usando álcool e drogas; de situações envolvendo Suicídios e assassinatos; da medicalização com uso de alto índice de psicotrópicos. Burin afirma que “los factores sociales influyen de modo determinante em el equilíbrio psíquico, em el bienestar personal y em la participación del individuo em los objetivos comunitários”, que são segundo esta autora os fatores que “constituyen la esencia de la salud mental” (1). Devemos então pensar em intervenções éticas que garantam a diversidade, os conhecimentos tradicionais não hegemônicos para pensar na construção de diálogo (s) que respeitem também os saberes. A política de inclusão abriu as portas da universidade para estas populações que ao longo da história veem recebendo os impactos negativos de uma sociedade extremamente racista, porém, somente abrir as portas das universidades ainda não é o suficiente, mas é o primeiro passo em busca de igualdade, ainda assim há um longo caminho a ser percorrido. Ao sair de sua comunidade o indígena e o quilombola trazem sua cultura e deixa a vivencia diária com sua comunidade e é inserido em um novo ambiente, o da universidade, onde se depara com exigências acadêmicas que estão muitas vezes aquém do seu conhecimento. Adaptar-se a essa nova realidade estando distante de sua família, dos rituais culturais do seu povo e diante das dificuldades financeiras, é um desafio, que compromete sua permanência na instituição, e que acabam acarretando problemas psicológicos, emocionais e de baixa autoestima, que muitas vezes encaminham para a desistência do curso de graduação por parte desse estudante. Diante dos desafios e dificuldades enfrentados por discentes indígenas e quilombolas na universidade federal do Pará, surgiu a necessidade de criar uma rede de apoio psicossocial que dê suporte para esses estudantes. Agregamos ao nosso trabalho já realizado com povos tradicionais e indígenas também um espaço de escuta que vem possibilitando aos discentes da UFPA (indígenas e quilombolas)  trocas de  experiência com os demais, ressignificação de vivencias e apropriação desse espaço institucional (UFPA). Assim vem se  criando estratégias que estimulam a auto estima e autonomia dos discentes. psicológicos, emocionais e de baixa autoestima, que muitas vezes encaminham para a desistência do curso de graduação por parte desse estudante. Diante dos desafios e dificuldades enfrentados por discentes indígenas e quilombolas na universidade federal do Pará, surgiu a necessidade de criar uma rede de apoio psicossocial que dê suporte para esses estudantes. É diante de tal demanda que vamos agregar ao nosso trabalho já realizado com povos tradicionais e indígenas também  proporcionar um espaço de escuta que possibilite os discentes da UFPA (indígenas e quilombolas)  trocas de  experiência com os demais, para a ressignificação de sua vivencia e apropriação desse espaço, como também criando estratégias que estimule a autonomia dos discentes. (1) Burin, 1987:33


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8061
Título do Trabalho: EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO PRÁTICAS DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIO PARA POPULAÇÃO LGBTQIA+.
Autores: Leticia Diniz França, Thais Fernanda Vieira, Júlia Beatriz Silva Ferreira, Bruna Gabriela Ribaldo, Tamires Azevedo Francia

Apresentação: O Projeto de extensão Reexistir foi criado no fim do segundo semestre de 2018, a partir das particularidades e demandas das questões do movimento LGBTQIA+ e do interesse das e dos estudantes da Universidade Federal de São Paulo, entendendo que os temas relacionados à diversidade sexual e identidade de gênero são pouco discutidos na formação de profissionais da área da saúde e pouco trabalhada de forma interprofissional. Objetivo: Articular diálogos sobre demandas em saúde que dizem respeito a populações LGBTQIA+ como foco de prevenção e promoção em saúde, favorecendo o autocuidado, a autoavaliação e o autogerenciamento individual e coletivo e informar a população, a partir de suas demandas relativas às opressões, promovendo empoderamento e fortalecimento do movimento sociais atrelado a consciência de classe, favorecendo estratégias emancipatórias para liberdade individual e coletiva. Método: Planejamento participativo da comunidade LGBTI+ e a educação popular em saúde como práticas de promoção da saúde. A proposta é empoderar os indivíduos que frequentam o Centro de Referência e Defesa da Diversidade, localizado na república, proporcionando oficinas e dinâmicas participativas com a população LGBTQIA+ frequentadora do local todas às quartas-feiras quinzenais. A equipe é composta por 9 alunas e alunos, e uma professora-coordenadora que realizaram encontros presenciais na universidade para discussão das atividades e relatos de experiência dos encontros no CRD. Resultado: Durante o ano de 2019, o Projeto de Extensão Reexistir, realizou 23 encontros no CRD, 12 sobre Educação e Saúde. Alguns temas abordados durantes os encontros realizados dizem respeito ao acesso e opinião sobre serviços e concepções de saúde; Padrões Corporais; mitos e verdades do vírus HIV e da AIDS; Espiritualidade e religiosidade; Principais vacinas obrigatórias e os tabus que as cercam; Utilização de medicamentos sem prescrição; Oficina de primeiros socorros, entre outras. Após a realização das dinâmicas, os participantes das rodas relataram a importância das informações ali compartilhadas, visto que os mesmos não possuíam o conhecimento a respeito dos temas tratados antes da dinâmica e/ou possuíam informações difusas sobre,  confirmando a necessidade do contínuo trabalho de educação em saúde. Considerações: Dessa forma, com os relatos de experiência das/os extensionistas e das/os usuárias/os pode se observar a construção de práticas em grupo de um contínuo exercício de diálogo e tolerância entre os diferentes atores e atrizes na compreensão do agir ético e participativo e na construção de atividades democráticas, reconhecendo suas fortalezas e dificuldades como coletivo, além da valorização das experiências individuais e dos grupos do CRD, assim como o reconhecimento das diferentes realidades e o respeito por elas.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10623
Título do Trabalho: PREPARADES NA APS: PROMOÇÃO E AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS DE PROFISSIONAIS RESIDENTES EM SAÚDE QUE ATUAM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE PORTO ALEGRE SOBRE A PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO AO HIV (PREP)
Autores: Lucas Cardoso da Silva, Daniel Canavese de Oliveira, Bruno Silva Kauss, Karen da Silva Calvo, Vinícius de Souza Casaroto, Uélquer Guedes de Souza, Daila Alena Raenck da Silva, Luciana Barcellos Teixeira

Apresentação: O HIV∕aids ainda persiste como um problema de saúde pública mundial, mesmo após décadas de sua descoberta. Nesse contexto, a profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) tem ganhado cada vez mais importância na estratégia de prevenção combinada do HIV para o enfrentamento da epidemia. A PrEP consiste na utilização de medicamentos antirretrovirais, de forma preventiva, antes da exposição ao HIV, para diminuir a probabilidade de infecção. A implementação deste novo método iniciou recentemente no SUS. O protocolo clínico do Ministério da Saúde preconiza a tomada diária do medicamento, embora existam outros esquemas terapêuticos possíveis, grande parte ainda em estudo. As evidências apontam para a boa segurança, custo-efetividade e relação risco-benefício deste método, o que levou a Organização Mundial da Saúde a recomendá-lo para pessoas com risco substancial de infecção pelo HIV. Embora a PrEP seja voltada a indivíduos de populações em situação de vulnerabilidade ao HIV, iniquidades de acesso têm ocorrido. O perfil das pessoas usuárias de PrEP consiste em, predominantemente, homens gays, brancos e de alta escolaridade, enquanto pessoas travestis ou trans, pardas ou negras, e de baixa escolaridade ainda apresentam dificuldades de acessar este método. Isto ocorre não só por uma comunicação insuficiente e pela dificuldade crônica de acesso dessas populações aos serviços de saúde, mas também pelos estigmas associados à PrEP pelos seus pares e pelos próprios profissionais de saúde. Neste cenário, a atenção primária à saúde (APS) pode exercer um papel estratégico, no sentido de vincular a população aos serviços e de promover a equidade. Há uma lacuna na literatura brasileira sobre conhecimentos, atitudes e práticas (CAP) de profissionais da saúde relacionados à PrEP. O objetivo deste estudo foi de implementar uma ação educativa e avaliar CAP de profissionais residentes em saúde que atuam na APS sobre a PrEP, na perspectiva da equidade e de zero discriminação. Este é um estudo CAP com ação educativa e abordagem mista. A ação educativa foi desenvolvida por uma equipe multiprofissional com ampla experiência em atuação e pesquisa em serviços de saúde e atividades de prevenção do HIV. O conteúdo programático incluiu a característica técnica da Prevenção Combinada e da PrEP, assim como marcadores de interseccionalidade que são determinantes da vulnerabilidade do HIV e da AIDS e do acesso à PrEP, bem como as políticas de equidade em saúde e o programa Zero Discriminação da UNAIDS. A parte formativa constituiu-se como palestra expositiva e dialogada, com a utilização de metodologia ativa, visando disparar atitudes reflexivas e problematizadoras junto aos participantes. Elencou-se a carga horária de quatro horas presenciais para desenvolver a ação educativa e aplicar o instrumento de coleta de dados. Já o componente qualitativo consistiu na elaboração de um instrumento de coleta de dados para avaliar os conhecimentos, atitudes e práticas de profissionais da APS sobre a PrEP, através de revisão de literatura, grupo operativo e aplicação em profissionais elegíveis. Foi desenvolvido um instrumento com dois questionários para serem aplicados antes e após a ação educativa. A primeira etapa do componente quantitativo envolveu a análise da avaliação da ação educativa pelos participantes. A segunda etapa consistiu em uma análise descritiva dos dados obtidos antes da ação, apresentados em números absolutos e percentuais. A última etapa se trata de comparações entre antes e após ação educativa, as quais foram realizadas por meio do teste de homogeneidade de proporções baseados na estatística de qui-quadrado de Pearson. Neste trabalho, são apresentados resultados parciais e preliminares do estudo. Foi realizada uma ação educativa com 57 profissionais residentes que estavam atuando na APS. A formação superior desses profissionais se apresentou diversa e heterogênea, devido ao perfil dos programas de residência em que estão inseridos: saúde coletiva, medicina de família e comunidade, atenção básica, e saúde bucal. A avaliação da ação pelos participantes foi positiva: 70,2% apontaram que atingiu  seu objetivo; 66,0% afirmaram que a ação explorou o tema proposto satisfatoriamente; 66,0% acreditaram que seu aproveitamento nesta capacitação foi bom e 80,9% assinalaram que poderiam aplicar os conhecimentos adquiridos durante a ação educativa em sua prática profissional. No entanto, 63,8% indicaram que a carga horária de quatro horas não é totalmente suficiente para explorar o tema. Dos 57 participantes, 53 (93%) responderam ao instrumento pré-teste. Em relação a CAP antes da ação educativa, 88,6% autodeclararam o conhecimento sobre a PrEP como insuficiente ou pouco suficiente. Quando avaliados, 79,6% obtiveram conhecimento insuficiente ou pouco suficiente. Embora 76,4% estariam dispostos a recomendar a PrEP aos usuários, apenas 2,3% informaram ter realizado a recomendação nos últimos sete dias. A insuficiência de treinamento para recomendar a PrEP foi o motivo mais frequente para poder não a recomendar, apontado por 53,8% dos respondentes. Outros motivos apontados foram: a PrEP pode causar danos ao organismo (17,3%); pode levar ao aumento de outras infecções sexualmente transmissíveis (17,3%); o usuário/a pode não aderir corretamente ao esquema terapêutico (15,1%); não sabe o que é a PrEP (11,5%); o preservativo é a melhor prevenção (11,5%); não protege completamente contra o HIV (5,8%); muitas consultas de seguimento são necessárias (1,9%); pode levar à resistência do HIV (1,9%); e não tem tempo para recomendar (1,9%). Nenhum respondente assinalou os motivos “pode reduzir recursos em outras ações” e “prevenção do HIV é reponsabilidade das pessoas e suas famílias”. Dos 57 participantes, 46 (80,7%) responderam aos dois instrumentos (pré e pós-teste). Destes, após a ação educativa, 65,2% (p = 0,465) autodeclararam o conhecimento como suficiente ou muito suficiente, e 69,6% (p = 0,001) atingiram esses níveis quando avaliados. Ainda, 43 recomendariam a PrEP aos usuários, enquanto 3 não responderam quando questionados. Observou-se melhora no conhecimento sobre a PrEP após a ação educativa e possivelmente houve melhora na atitude em relação à recomendação do método. Estes são resultados preliminares, pois anda há outras variáveis e análises possíveis de serem exploradas por meio dos dados coletados. No entanto, destaca-se que este é o primeiro estudo no País sobre conhecimentos, atitudes e práticas relacionados à PrEP de profissionais da saúde que atuam na APS. Frente ao cenário de dificuldade na implementação da PrEP no Brasil e no mundo, a literatura científica brasileira voltou-se ao público alvo deste método: as populações em situação de vulnerabilidade. Contudo, o profissional de saúde é o principal mediador entre a população elegível e o método de prevenção. Para isso, deve estar preparado para a implementação desta tecnologia no SUS. Além da realização deste estudo CAP com profissionais da APS que está em andamento, é importante estender essa avaliação aos outros níveis de atenção, inclusive aos serviços especializados onde a PrEP foi implementada. Os conhecimentos, atitudes e práticas avaliados antes da ação evidenciam que a educação permanente sobre a PrEP deve ser objetivo a ser perseguido para a implementação efetiva deste método de prevenção no SUS. As possíveis implicações em políticas públicas podem ser consideradas benefícios tanto para a população estudada, no sentido de incentivo à educação permanente, quanto para as populações impactadas pela prática desses profissionais. Ou seja, na diminuição de iniquidades de acesso à PrEP no Brasil e, consequentemente, no fortalecimento do enfrentamento ao HIV e à AIDS.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8065
Título do Trabalho: OFICINAS EM DINÂMICA DE GRUPO COMO ESTRATÉGIA METODOLÓGICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE NA CRECHE
Autores: Fernando Vitor Alves Campos, Margaret Olinda de Souza Carvalho Lira, Dhessika Riviery Rodrigues dos Santos Costa, Millena Coelho Guimarães, Vanessa Victória Araujo Pereira, Icaro Alvim Melo Nunes de Souza, Elisangela Cordeiro Alves

Apresentação: O presente trabalho descreve a experiência vivenciada por um estudante de enfermagem e sua professora, durante atividades de promoção à saúde e prevenção de agravos desenvolvidas entre 2017 e 2018 em um Centro de Educação Infantil na cidade de Petrolina(PE), Brasil, que utilizou como estratégia metodológica, “Oficinas em Dinâmica de Grupo”, aplicadas distintamente a crianças menores de seis anos, cuidadoras e professoras, para trabalhar  as temáticas alimentação saudável; higiene corporal; abuso sexual e criatividade infantil, objetivando incentivar a adoção de hábitos alimentares saudáveis, sensibilizar sobre a importância da higiene para a promoção da saúde, estimular a criatividade infantil e identificar situações suspeitas de abuso sexual. Cada oficina durou 1:30 horas e se estruturou em momentos de acolhimento e integração, desenvolvimento da temática e sistematização, por meio de atividades lúdicas, colagens, desenhos, pinturas e contação de histórias. Para falar de alimentação saudável aproveitou-se o momento das refeições para apresentar a pirâmide alimentar e a importância dos alimentos para o crescimento e desenvolvimento infantil. Quanto aos cuidados com a higiene corporal problematizou-se por meio da história adaptada da “fada do dente” sistematizando com animação sobre higiene corporal e escovação. O abuso sexual infantil, por se tratar de temática densa, foi trabalhado por meio de estratégias mais leves, auxiliando-as a diferenciar afetos bons de afetos ruins e a refletir sobre sentimentos que determinadas carícias podem ocasionar, como medo e terror. Assim, foram orientadas a comunicar a um adulto da confiança, atitudes semelhantes que pudessem sofrer. O trabalho sobre estimulo  à criatividade infantil direcionado às cuidadoras e professoras, intencionou auxiliá-las a desenvolver estratégias para estimular a criatividade infantil e consistiu em disponibilizar papel e lápis cera, orientando a dividir a folha desenhando de um lado,  a dia a dia em sala de aula e do outro, o dia a dia fora da sala de aula. Após esta etapa, discutiu-se a importância do estímulo à criatividade infantil e sua relação com a promoção da saúde. Para concluir exibiu-se o desenho animado "Alike", história de uma criança que adoeceu por ter sua criatividade reprimida e recobra a alegria de viver, ao ter sua criatividade estimulada. Conclui-se que o uso de oficinas em dinâmica de grupo auxiliou na mudança de hábitos e conscientização da comunidade escolar. Nas crianças, notou-se progresso nos cuidados com a higiene corporal e na alimentação, pois passaram a selecionar os alimentos que compunham o cardápio e compreenderam que muitos itens continham açucares e gorduras prejudiciais à saúde, favoráveis ao surgimento de problemas como obesidade infantil e cáries. Sobre a prevenção do abuso sexual, elas diferenciaram afeto bom e afeto ruim. Quanto às professoras e cuidadoras pareceram sensibilizadas a estimular a criatividade infantil. Quanto à formação acadêmica, dado ao espaço ocupado pela enfermagem na promoção da saúde da criança, a vivência oportunizou interações e ampliação de conhecimentos, contribuindo para uma prática profissional sensível e solidária.


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Trabalho nº 10626
Título do Trabalho: ENFRENTAMENTO, PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DO DOCENTE DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DE MINAS GERAIS
Autores: Laura Elisa Silva, Clayver Viktor Moreira de Azevedo, Amanda Morais Polati, Gian Batista do Carmo, Tiago Ricardo Moreira, Andreia Queiroz Ribeiro, Deíse Moura de Oliveira

Apresentação: O sofrimento é uma experiência individual e singular do ser humano que pode estar relacionada a uma ameaça da integridade física psíquica e/ou religiosa. Tal experiência está intimamente relacionada com a saúde mental. No Brasil aproximadamente 30% da população adulta apresenta transtornos mentais comuns, como insônia, falta de concentração, falta de apetite etc. É fato que o processo de trabalho pode ser um potencial gerador de impactos negativos à saúde mental dos trabalhadores. No que tange ao docente universitário, a jornada de trabalho elevada, a carga de trabalho que extrapola a carga horária formal e as relações hierarquizadas e competitivas das instituições podem ser identificadas como causas de sofrimento mental. Além dessas questões, a exigência de que os professores, sobretudo aqueles credenciados em cursos de pós-graduação, mantenham um índice significativamente alto de produção científica, associado ao elevado número de aulas ministradas, também são identificados como fatores desencadeantes de sofrimento em docentes. Transtornos como ansiedade, estresse, depressão e síndrome de Burnout acometem frequentemente docentes, o que salienta a importância de investigações que elucidem as repercussões à saúde mental de docentes universitários. Destarte, o presente estudo objetivou compreender como a saúde mental dos docentes de uma Universidade pública é impactada pelas experiências advindas da profissão, a fim de apreender o processo de enfrentamento do docente frente aos impactos à saúde mental vivenciados no contexto ocupacional e identificar os fatores que, na perspectivas dos docentes, atuam na promoção da saúde mental no ambiente profissional. Desenvolvimento: trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, que permite o aprofundamento e a compreensão necessária para a descrição detalhada do fenômeno estudado.  Refere-se a um recorte de um estudo quanti-qualitativo intitulado “A saúde mental de docentes de uma universidade pública de Minas Gerais”. Os participantes dessa pesquisa foram docentes em exercício ativo da profissão. Os dados foram coletados nos meses abril e maio de 2019 por meio de entrevistas individuais e abertas, orientadas por um roteiro semiestruturado e analisados a partir da técnica de Análise de Conteúdo temática. Cabe ressaltar que o presente recorte apresentado se debruçou sobre os resultados da segunda e terceira categorias da pesquisa, intituladas respectivamente por “Processo de enfrentamento do docente na proteção da sua saúde mental” e “Expectativas docentes para a promoção da saúde mental”. Salienta-se finalmente que o presente estudo obteve parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da universidade à qual os investigadores estão vinculados, inscrito sob o CAAE nº 91939318.7.0000.5153/ Parecer nº 2.804.50Resultado: participaram do estudo 13 docentes de ensino superior, com faixa etária entre 27 a 54 anos, sendo seis do sexo masculino e sete do sexo feminino. O tempo de exercício dos docentes em instituições públicas variou de 2 a 27 anos. Os resultados do estudo revelam que o docente é afetado pela sobrecarga de trabalho, pelas relações estabelecidas entre os pares e pelo contexto macropolítico. Diante disso, destacam-se algumas estratégias realizadas pelos docentes e entendidas como forma enfretamento para proteção da saúde mental. Quanto às estratégias mencionadas, o estabelecimento de limites entre a vida pessoal e profissional foi identificado como âncora protetora importante à saúde mental dos participantes. Além disso, foi apontado pelos entrevistados que identificar o seu limite individual de atividades é fundamental para evitar sofrimento, de forma a direcionar tempo para as demais atividades cotidianas. A motivação com relação à prática docente também foi reconhecida como fator promotor de saúde mental dessa classe trabalhadora. Os depoentes afirmam que fazer aquilo que ama e escolheu fazer é uma forma de enfrentar as dificuldades impostas pelo exercício da profissão. Atividades utilizadas como “válvula de escape” também foram apontadas como estratégia de enfrentamento para proteção da saúde mental, como a prática de desporto e outras atividades de lazer. As relações positivas com os colegas de profissão e com servidores técnico-administrativos foram identificadas como método de proteção à saúde mental por alguns participantes da pesquisa, contribuindo sobremaneira para a qualidade de vida no ambiente de trabalho. A organização pessoal do tempo e das tarefas a serem realizadas foi ainda elencada, além do estabelecimento de prioridades para a realização do trabalho, de forma a executar aquelas que geram maior satisfação profissional e pessoal. No que tange às expectativas dos docentes para a promoção da saúde mental, o depoimento dos entrevistados indicaram descontentamento com o sistema de avaliação do profissional e do ensino, fato que indica a necessidade de reavaliar os critérios utilizados, com o intuito de valorizar o profissional além do valor quantitativo. Os depoentes sugerem que haja uma política de gestão no âmbito institucional para a promoção e proteção da saúde mental, com atividades que trabalhem a mente e o corpo, bem como oficinas humanísticas, considerando que apesar de a universidade ser reconhecida pelo senso comum como espaço do saber é, acima de tudo, o espaço do humano. Acreditam os participantes que oportunizar espaços dialógicos e construtivos sobre o humano e as relações com/entre ele advindas seria uma estratégia importante para superar desafios institucionais que impactam sobremaneira a saúde mental do público docente. Além disso, os docentes afirmam a necessidade ainda em âmbito institucional de readequações no processo de trabalho, o que traria benefícios para a saúde mental dos trabalhadores, como por exemplo, a adequação de uma carga horária mais equitativa entre os colegas. Considerações finais: Os resultados do estudo mostram que a saúde mental dos docentes é afetada por diversos fatores e identificou como estratégias de enfrentamento o estabelecimento de limites entre a vida pessoal e profissional, assim como as relações interprofissionais no ambiente de trabalho, a prática de atividades de lazer e a boa organização do tempo de acordo com as prioridades estabelecidas. Dentre as expectativas para promoção e proteção da saúde mental abordadas a reformulação do método de avaliação do docente pelas instituições de pesquisa e agências foi requisitada, assim como o desenvolvimento de atividades voltadas para a identificação e manejo de sofrimento mental entre os docentes por parte das instituições. Por conseguinte, é possível afirmar que o sofrimento mental dos docentes está posto, as é negado pelas universidades, companheiros de trabalho e até mesmo pelo próprio docente, o que reafirma a importância de se pensar estratégias para viabilizar e atuar nesse contexto em busca de melhorias da saúde dos profissionais docentes e consequente do ensino em que atuam.


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Trabalho nº 10629
Título do Trabalho: O WHATSAPP COMO FERRAMENTA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE A GESTANTES: UMA PROPOSTA DA ENFERMAGEM
Autores: Simone Graziele Silva Cunha, Laura Andrade Pinto, Marina Correa Alves dos Reis, Andréia Guerra Siman, Maria José Menezes Brito

Apresentação: A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem como objetivo realizar a promoção, prevenção e recuperação da saúde dos indivíduos. Nesse contexto, os profissionais de enfermagem visam a proporcionar ao usuário uma vida de qualidade, reduzindo sua vulnerabilidade e risco, em todas as fases da vida. Dessa maneira, a gestante é incluída no cuidado da enfermagem. Deve-se acolher, possibilitar consultas de pré-natal, implementar grupos operativos e, principalmente, disponibilizar informações sobre cuidado dirigido à mãe e ao bebê. Cabe salientar que a enfermagem vivencia, no setor saúde, uma explosão informacional que requer a mobilização de competências na operacionalização e utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), com vistas a promover a qualidade dos serviços, atrair usuários, tomar decisões e realizar a promoção da saúde. Dentre as TIC podemos destacar o WhatsApp Messenger, o qual é o aplicativo mais baixado no mundo. O referido aplicativo é gratuito, admite troca de mensagens instantâneas via internet, possibilita a comunicação por meio do compartilhamento de mensagem de texto, voz, imagem, música e vídeo. Um dos recursos desse aplicativo é o bate-papo em grupo, no qual as pessoas se comunicam e compartilham informações numa interface, permitindo a interação sem necessidade de aproximação física. Esse aplicativo é utilizado no campo da saúde como meio de comunicação rápida entre profissionais da saúde, bem como traz resultados satisfatórios na interação entre usuário e profissional. Pressupõe-se que a introdução do WhatsApp seja um importante desafio, configurando-se como recurso tecnológico para o desenvolvimento e promoção da saúde, podendo permear e interferir nas ações da equipe de enfermagem. Diante disso, indaga-se: Como os enfermeiros utilizam o WhatsApp para a prática da educação em saúde com as gestantes? O estudo teve como objetivo compreender como o WhatsApp é utilizado pela enfermagem na promoção de saúde a gestantes. Entende-se que ter uma compreensão sobre a utilização desse aplicativo no ambiente profissional de saúde e as diversas relações que se estabelecem com o seu uso é fundamental para entender as repercussões nas usuárias. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de caso qualitativo, realizado em seis unidades da ESF, no município de Divinópolis, Minas Gerais, Brasil. Participaram do estudo dez enfermeiros e seis técnicos de enfermagem, com vínculo empregatício superior a seis meses. Foram excluídos três enfermeiros que alegaram sobrecarga de trabalho. O fechamento amostral ocorreu por meio saturação de informações. Ressalta-se que a ordem dos participantes e das unidades visitadas se deu mediante sorteio. Os dados foram coletados de agosto a outubro de 2018, com entrevistas individuais e roteiro semiestruturado e a técnica do “Gibi”. Os participantes foram identificados em ordem alfabética na sequência em que foram entrevistados. Os dados foram analisados mediante Análise de Conteúdo proposta por Bardin. O projeto obteve parecer favorável sendo aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte (Parecer n°2.740.035). Resultado: Da análise emergiu uma categoria temática: “O WhatsApp como ferramenta de promoção da saúde a mulheres gestantes”. Nessa categoria, a equipe de enfermagem relata que os profissionais da ESF criaram um grupo no WhatsApp para orientar gestantes, com o intuito de minimizar dúvidas, informar sobre o autocuidado e o cuidado com o Recém-Nascido (RN). Os profissionais expuseram que a utilização do ambiente virtual não foi imposta, mas proposta como alternativa visando acolher as gestantes e permitir a construção coletiva de conhecimento por meio do compartilhamento de informação. Os entrevistados A e B disseram que o aplicativo intensificou o acesso à informação e promoveu a interatividade da enfermagem com as usuárias. As mulheres ficaram mais comunicativas, respondiam prontamente as perguntas dos profissionais, faziam perguntas com maior frequência e liberdade e trocavam informações com as outras gestantes. “E outra coisa bacana que nós temos é um grupo de WhatsApp das gestantes, nele a gente troca dúvidas e orientações. As mães colocam (dúvidas) e elas mesmas trocam informações entre si.” (B) “A gente realiza grupos de gestante, aí nós convidamos as gestantes através do grupo (para participar do grupo de WhatsApp), a gente usa esse espaço pra tirar dúvida delas quanto a alguma coisa, então acho que é mais informação e troca de experiência mesmo.” (C) A ferramenta possibilitou a equipe de enfermagem entender e conhecer os saberes que são construídos pelas mães por meio das interações. Nesse contexto, os profissionais tiveram a oportunidade de diminuir a troca de informações equivocadas, reduzindo os riscos. Sabe-se que a interação de saberes permite a formação de conhecimentos emancipatórios e, também, o estabelecimento do melhor método de ensino. Destaca-se que o aplicativo é uma forma que requer menor custo na disseminação de informação sobre a saúde e a doença. Os participantes do estudo acrescentaram que utilizam o grupo do WhatsApp para mostrar a importância da realização do pré-natal, avisar sobre as consultas e a realização de grupos operativos de gestante de forma presencial. A enfermagem considera positiva a utilização do grupo de WhatsApp pelas gestantes, pois trocam informações somente sobre gestação e bebê, tornando as interações mais objetivas e eficazes. O participante O afirma que em áreas de difícil acesso, o aplicativo possibilita um contato entre integrantes do grupo, permitindo deixar recados, fazer agendamentos e falar sobre busca ativa. A participante M relata que o WhatsApp proporciona agilidade na informação, consistindo em uma maneira de se comunicar com quem está no domicílio. Afirma, ainda, que o grupo tornou as gestantes mais seguras nas suas escolhas, além de promover o compartilhamento de comportamentos saudáveis e conquistas. Considerações finais: O uso do aplicativo WhatsApp se mostrou favorável para o estabelecimento da comunicação aberta e imediata, revelando-se como importante estratégia para o esclarecimento de dúvidas, para a promoção da saúde, bem como para a interação e a acessibilidade das gestantes em relação à equipe de enfermagem. Ademais, consiste em um dispositivo de apoio social, tomada de decisão e autocuidado. Importa salientar a necessidade de se criar espaços de discussão sobre os aspectos éticos da utilização do aplicativo e sobre o desenvolvimento de competências para o manejo das TIC e a corresponsabilização pelo bom ou mau uso. Entende-se que o WhatsApp deve ser um recurso complementar na promoção da saúde e não um elemento substitutivo das ações presenciais. Agradecimentos: PAPq, FAPEMIG, CAPES, CNPq e NUPAE.


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Trabalho nº 6028
Título do Trabalho: GRUPO ATIVIDADE: UMA INICIATIVA MULTIPROFISSIONAL PARA PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO ATIVO
Autores: Moema Guimarães Motta, Beatriz - Fileme

Apresentação: O presente projeto foi pensado como resultado do processo de construção de conhecimento sobre a atenção à saúde do idoso desenvolvido durante a disciplina Trabalho de Campo Supervisionado 1-B (TCS1 B), dirigida aos estudantes do segundo semestre do curso de Medicina e que possibilita o acesso dos discentes aos diversos espaços relacionados ao cuidado da saúde. A partir desta aproximação ensino-serviço, surgiu uma parceria que ultrapassou os limites institucionais Uma provocação da equipe de profissionais do Centro de Referência de Assistência Social(CRAS) de Jurujuba para desenvolvermos um projeto de extensão com a população idosa local. O convite foi aceito como uma oportunidade de acesso a um campo de prática para discentes interessados em atuar no campo da saúde coletiva e desenvolver ações coletivas dirigidas a melhoria das condições de vida e saúde dos idosos residentes na comunidade de Jurujuba. Trabalho iniciado em 2018, apresentou boa aceitação pelos participantes que nos solicitaram dar continuidade as atividades, ainda em andamento. Objetivo: Principal: Oportunizar acesso a um campo de prática para discentes interessados em atuar no campo da saúde coletiva e desenvolver ações coletivas dirigidas a melhoria das condições de vida e saúde dos idosos residentes na comunidade de Jurujuba. Objetivo: SECUNDÁRIOS: Estimular a autoestima, autonomia e o protagonismo social dos idoso a fim de contribuir para uma melhor qualidade de vida; Produzir conhecimentos capazes de contribuir para melhoria na atenção integral da saúde da população idosa assistida pelo projeto; Proporcionar espaços de vivência do ato de cuidar com destaque para as dimensões humana, cultural, social e política; Aproximar o discente do mundo do trabalho e contribuir com sua formação acadêmica e para maior integração entre ensino-serviço e pesquisa. Desenvolvimento: Iniciado em 2018, o projeto de extensão conta com a parceria do CRAS de jurujuba que oferece espaço para realização de encontros quinzenais, sexta-feira, no turno da tarde. Apesar do contato inicial com graduandos do curso de medicina, até o momento, o projeto de extensão contou com dois alunos do curso de enfermagem e um da farmácia Os encontros buscam trabalhar temas do campo da saúde de interesse dos participantes, através de atividades lúdicas, roda de conversa, oficinas de estimulação sensorial e cognitiva e também da memória social. Não se exige cadastramento e/ou frequência obrigatória dos idosos. Iniciado com 8 participantes, já contabilizamos em torno de 40 idosos participantes das reuniões. Espaço que nos permitiu debater sobre as mudanças ocorridas após o fechamento das antigas fábricas de sardinhas locais, o desinteresse dos mais jovens pela tradição pesqueira do lugar, as mudanças do papel social do velho na contemporaneidade e os reflexos no modo de levar a vida. Fato que nos impulsionou a iniciar uma pesquisa sobre a qualidade de vida dos idosos, em andamento,Resultado: Os encontros do Grupo Ativa Idade promovem o compartilhamento de vivências com aqueles indivíduos que estão na mesma fase de vida e dividem questões próprias daquele bairro; Promoção de uma dinâmica de ensino-aprendizagem no cotidiano da localidade escolhida e apropriação da temática pelos discentes e docente envolvidos na atividade; Houve aproximação da equipe que desenvolve o projeto com a história social dos participantes e também com a dinâmica de trabalho do CRAS, de grande valor para planejar ações de promoção da qualidade de vida local. Assim foi possível levantar diferentes interesses dos participantes como a oferta de oficinas de smartphones, Aulas de alfabetização, aulas de dança, entre outros; Iniciado um projeto de pesquisa (em andamento) para melhor avaliar a qualidade de vida dos idosos do bairro. E, a consequente aproximação do cotidiano da vida dos idosos pela equipe do projeto.


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Trabalho nº 10638
Título do Trabalho: PRÁTICAS CRIATIVAS E ARTÍSTICAS PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL COM PACIENTES DA ENFERMARIA CIRÚRGICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: MÓNICA MONTUANO MATTOS, MONIK NOWOTNY JUNIOR, RACHEL OLIVEIRA GOMES SILVA, MARTA SOUZA FERREIRA, JANE SILVA ANDRADE, SANDRA MARIA BEZERRA NASCIMENTO, RENATA SILVA SANTOS, JULIANA VANNUCCI SILVA

Apresentação: Nosso relato de experiência com pacientes internadas em hospital de grande porte no município do Rio de Janeiro mostra que o processo criativo e artístico pode ser despertado nas pessoas por meio de técnica simples e materiais de valor acessível, podendo contribuir para promoção da saúde mental e bem estar de pacientes em longa permanência numa enfermaria cirúrgica ginecológica em hospital universitário. A sociopoética é uma abordagem e método de construção coletiva que ressalta a criatividade artística como caminho real para expressão do corpo velado, subconsciente ou inconsciente do qual ao ser despertado para si e para o mundo configura uma única singularidade do ser pensante, questionador, inovador e artístico que é. Nosso objetivo é relatar a vivência do cuidar-se através da arte do fuxico, crochê, tricô, amigurumi, e almofadas com pérolas, com pacientes mulheres que fizeram cirurgias de histerectomia e mastectomia internadas de longa data na enfermaria. O termo “fuxico” em português é sinônimo de “fofoca” [cochicho] e, com isso nos reunimos em roda onde conversamos, escutamos e damos oportunidade do outro falar, interagir e socializar angústias, medos onde buscamos promover saúde mental e bem estar. Em curto espaço de tempo é possível construir um trabalho coletivo de efeito estético, o que promove um grande bem estar nas pessoas e em todos que estão entorno das nossas atividades, ajudando a ativar processos de criação. Após elaboração e expressão do grupo, os mesmos contemplaram desacreditados no resultado estético, da sua produção. Durante a realização da atividade alguns relatos surgiram comoventes, com lágrimas nos rostos e sorrisos encantadores, despertando sentido de continuidade da missão. O trabalho de fuxicar e ou fazer outra técnica que fosse de interesse em aprender, levou o grupo a retomar vivencias familiares significativas de criação, acolhimento e afeto, levando-os a sentir vontade de estarem com seus familiares, antepassados e amigos. Rimos muito e nos vimos contando histórias maravilhosas e relembrando tempos remotos. Através da experiência, foi possível constatar que a experimentação estética por meio da realização de fuxicos, crochê, tricô e almofadas com pérolas, conseguiu despertar nas pacientes a importância e o valor do trabalho manual, assim como desenvolver a criatividade, o raciocínio, a sensibilidade, a iniciativa, a autoestima, esperança de dias melhores e possivelmente práticas de fuxicar e costurar quando receber alta hospitalar.  


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Trabalho nº 8429
Título do Trabalho: SENSIBILIZARTE: A MÚSICA COMO PROMOTORA DE CUIDADO EM SAÚDE
Autores: Flávia Marina da Silva Lopes, Alberto Durán González

Apresentação: Neste trabalho trago as experiências vivenciadas no Projeto de Extensão da Universidade Estadual de Londrina (UEL) chamado Sensibilizarte: Humanizar através da Arte. O referencial proposto é Política Nacional de Humanização, e utiliza a arte como ferramenta de aproximação entre os usuários e os estudantes de graduação da área da saúde. O objetivo é, por meio de encontros, sensibilizar os futuros profissionais para além dos moldes tecnicistas exigidos, proporcionar relação de cuidado pautando todo o sujeito e que possibilite trocas afetivas. Além disto, propõe-se uma experiência de interdisciplinaridade e busca, nas ferramentas artístico-expressivas, proporcionar um acolhimento de ordem afetiva àqueles que estão internados. Atualmente o projeto conta com estudantes de Educação Física, Enfermagem, Fármacia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Psicologia e Serviço Social da UEL. Os colaboradores se dividem em quatro frentes: Artesanato – produção de algo manual e simbólico-, Contação de Histórias – histórias são ponte para trocas de experiências -, Música – recursos melódicos para afetar- e Palhaço – o improviso e o olhar como promotor de encontros-. Desenvolvimento: São realizadas intervenções em hospitais, em escolas, em eventos, em centros de convivências, dentre outros. Para ser colaborador (Sensbilizartista) é necessário passar por um processo seletivo. Relato agora experiências com a frente da música, da qual participo. A música está atrelada ao ser humano desde a pré-história e, comprovadamente, é um auxílio no tratamento de problemas somáticos, psíquicos ou psicossomáticos, seja através de terapias clínicas como a musicoterapia, ou de maneiras informais, como um instrumento para afetação. Obtive vivências de diversas ordens e dividi momentos com estudantes de todos os cursos. No primeiro ano de graduação, prestei o processo seletivo, o  desejo para participar era intenso, mas, como caloura e com pouca bagagem a cerca da saúde, minha visão sobre o Sensibilizarte era voltada a “amor e carinho” e “levar alegria ao hospital”,  a reprovação foi necessária para entender e amadurecer o que era humanização em saúde e como isto não é um ato de benevolência e caridade, mas sim um direito e dever de todos que fazem parte do SUS – gestores, profissionais e usuários-. Entrei no projeto, efetivamente, no segundo ano e com isto, a musica entrou em minha vida de uma maneira diferente. Sempre gostei de música, era meu refúgio para momentos mais introspectivos, era, também, uma forma de descontração e diversão, mas dentro do hospital, ela tomou outras proporções, pois a música conseguia chegar a espaços onde nenhuma palavra tocava. Resultado: Uma situação marcante era o caso de um menino que morava no HU, ele havia nascido ali e se mantinha vivo por conta dos aparelhos, sua situação era crítica, pois estava em estado vegetativo. Em algumas situações, quando a mãe dele estava presente, ela nos dizia que ele não gostava de música e que não era para cantarmos no quarto, respeitamos todas às vezes. Houve um dia que havia outra criança no quarto junto a ele e, a pedido da acompanhante da outra criança, começamos a cantar Leãozinho de Caetano Veloso. O semblante do menino em situação grave parecia um sorriso e balbuciava, cantando a música junto conosco. Não é possível saber se, efetivamente, ele sentiu algo com a nossa intervenção, mas estas reações fazem acreditar que sim. Outro momento se deu na UTI pediátrica, uma bebê havia acabado de fazer uma neurocirurgia e, quando chegamos, ela estava resmungando e a enfermeira tentava acalma-la com uma bexiga feita de luva do hospital. Perguntamos a elas se poderíamos cantar uma música e  responderam que sim, a bebê não falava, mas desde o momento em que adentramos, ela ficou estática, observando nossas cores dentro daquele ambiente todo branco. Começamos a cantar “Sonhos de Uma Flauta” do Teatro Mágico, e ela ouvia, sorria e brincava com a bexiga no ritmo da música, como se estivesse tocando junto conosco. A enfermeira nos agradeceu e levamos o sorriso daquela paciente em nós. Nas enfermarias de adultos, muitos sentimentos perpassam as lembranças. Em uma entrada, na ala masculina, cantamos “Asa Branca” - e um homem começou a chorar e cantar junto. Ao final, nos contou, com lágrimas de emoção, que esta música lhe lembrava da adolescência, pois era nordestino e não voltava a sua terra natal havia trinta anos. Por meio da música, conseguimos trazer um pouco da “casa” dele para o hospital. Outro momento marcante  se deu em outro hospital, quando perguntamos, no quarto de um senhor de 102 anos, se ele gostaria de ouvir uma música, ele respondeu que só gostaria se fosse animada e então cantamos “Anunciação” do Alceu Valença e “Whiskey A Go Go” do Roupa Nova. Aquele senhor rodopiava pelo quarto com potência de vida contagiante, pegou a acompanhante para dançar e deu um show para nós. Ele nos revelou que trabalhou muito tempo como dançarino, mas teve que se aposentar. Contou que há tempos não dançava, e por isso, agradeceu. A energia daquele senhor nos potencializou para seguirmos na luta diária da Humanização em Saúde. Meus aprendizados com a música como promotora de cuidado vieram do Sensibilizarte, mas transpassaram para outras experiências nas quais utilizei este recurso. Quando estive na República Tcheca como voluntária em uma casa de apoio para pessoas com esclerose múltipla, me afeiçoei Maria. Ela não falava português, nem inglês e eu não falava tcheco. Comunicávamo-nos muito pelo tradutor, mas em grande parte dos momentos, ela gostava da minha companhia para assistir filmes, almoçar, ir à missa, cuidar da sua plantação de tomates, dentre outras coisas. Eu não entendia metade do que estava acontecendo, mas me sentia confortável ao lado desta senhora. Em uma tarde quente, durante um passeio, ela, com um radinho de pilha, cantarolava algumas músicas. Perguntei se ela gostava de cantar – com mímicas - e ela disse que sim. Encontrei  no meu celular o vídeo de “Maria, Maria” de Milton Nascimento e coloquei para escutarmos, mostrei que a música tinha seu nome e cantarolei junto com a melodia. Seus olhos encheram de lágrimas, assim como os meus, e ela abriu um sorriso. Naquele momento, a música preencheu o espaço quando a linguagem verbal não conseguia se fazer presente. A conexão de uma arte que, assim como eu, é brasileira, com o nome dela, que era tcheca, trouxe potência de vida. Talvez ela não entendesse do que a letra falava, mas ela me ensinava “a estranha mania de ter fé na vida”. Considerações finais: Como efeitos das experiências, percebo que o Sensibilizarte me ensinou, dentre as demais coisas, que a música é uma aliada do cuidado e uma maneira de conexão entre os sujeitos quando as palavras não fizerem sentido. Através da arte, por tanto, o projeto transforma nossos corpos para a sensibilidade do encontro, e convoca o olhar do futuro profissional de saúde para o sujeito e não somente suas enfermidades.


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Trabalho nº 7634
Título do Trabalho: PROJETO SALA DE ESPERA - PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DAS CUIDADORAS DO CAPS-IJ – OURO PRETO (MG)
Autores: Gabriela Mayumi Kolling Higaki, Eloisa Helena Lima, Luíza Araújo Diniz, Marina Eduarda Santos, Rayane Elen Fernandes Silva, Yuri Barbosa de Menezes, Cristhine Vianna

Apresentação: Este projeto é  a continuação de uma ação  já existente no Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPS-IJ) em parceria com a UFOP, chamado “Sala de Espera”, que vem sendo realizado com as cuidadoras dos usuários que frequentam o serviço. O  tema da Saúde Mental com as cuidadoras do CAPS-IJ foi realizado pelos alunos do 6º período do curso de Medicina da UFOP, utilizando como metodologia  oficinas e rodas de conversa. O Projeto teve como objetivo geral promover melhoria na qualidade de vida das cuidadoras  dos infanto-juvenis do CAPS-IJ de Ouro Preto. Para buscar alcançá-lo, foram traçados três objetivos específicos: Valorizar a autoestima e o autocuidado das cuidadoras do CAPS-IJ mediante a promoção de espaços dialógicos e reflexivos; Identificar riscos psicossociais e contribuir na construção de novas práticas de recuperação do bem-estar de todos os envolvidos no processo saúde e doença das crianças e dos adolescentes; Promover o cuidado integral das cuidadoras para que elas possam aprender estratégias simples que auxiliem no autocuidado a fim de conseguir lidar melhor com seus desafios para que possam influenciar, de maneira positiva, o desenvolvimento dos que necessitam de seus cuidados. 3- Desenvolvimento: descrição da experiência ou método do estudo Para a  realização do diagnóstico situacional foi utilizado o método de estimativa rápida participativa. O  grupo procurou conhecer tanto a estrutura física quanto profissional para obter dados sobre a instituição, realizar um primeiro contato com as cuidadoras para saber de sua demanda e, por fim, reunir-se com a equipe multiprofissional para discutir sobre a viabilidade de se trabalhar os temas relacionados à saúde mental das cuidadoras. Após esta etapa, foram realizadas 06 oficinas, todas com duração de 1 hora cada (de 9h às 10h) e contendo uma dinâmica introdutória para que cada um – alunos e cuidadoras – pudessem se apresentar. Cada oficina contou com uma abordagem estratégica específica de acordo com o tema a ser trabalhado, dentre eles: autoestima, família, autismo, TDAH e  autocuidado utilizando-se de dinâmicas de grupo e estratégias motivacionais através  de poemas, vídeos e músicas. A discussão sobre o tema família foi dividida em 2 rodas de conversa, cada uma baseada em um vídeo a partir do qual foram feitas duas perguntas “Como foi para vocês quando souberam que teriam um filho com uma maior demanda de atenção e cuidado de vocês?” e “Como é o apoio da família”. Por meio delas, foi possível ver a importância do papel de pediatras, monitores das escolas e principalmente de membros da família (dentre eles avós, tias e tios) “Como vocês auxiliam seus filhos nas atividades diárias?”. Esse momento foi crucial para observar a relevância do tema do Projeto, sobre lidar com a saúde mental das cuidadoras de usuários do CAPS-IJ, pois mesmo fazendo pergunta direcionada sobre os filhos, as participantes acabam sempre voltando o discurso para si mesmas, fazendo uma retrospectiva de vida. Para a abordagem do tema sobre os transtornos foi utilizada uma dinâmica introdutória para promover maior interação entre as participantes, envolvendo dançar e cantar uma música, foram passados dois vídeos, um sobre o TDAH “Alike”, e outro sobre o autismo “Vídeo explicando o autismo. Simplesmente lindo!”. Em seguida, os vídeos foram comentados pelo grupo de alunos, principalmente sobre como o mundo é percebido e sentido de maneira singular pelas crianças portadoras dos referidos transtornos. Esta oficina reforçou novamente a relevância do Projeto, mas dessa vez em relação à tentativa de favorecer o empoderamento, pois ao contar um pouco sobre os traumas emocionais de sua filha adotiva e as repercussões psicossociais na criança, a mãe recebeu ajuda e incentivo das outras participantes sobre quais medidas tomar e a quais órgãos recorrer em busca de conseguir monitor disponível na escola para estimular adequadamente o desenvolvimento da filha. Para a abordagem  do tema do Autocuidado foi passado um vídeo “Como implementar o Autocuidado no nosso dia a dia” e, em seguida, foi feita uma roda de conversa, tendo como discussão três temáticas: alimentação, exercício físico e atividades de reabilitação e tratamento médico. A discussão se ampliou para outros temas, como redução do tabagismo,  importância das esferas mental e emocional dentro do autocuidado, relações frágeis de amizade nos dias atuais  e a complexidade que é educar os filhos. Para o encerramento das atividades do projeto foi realizada uma oficina  a partir dos vídeos “A Vida é Longa” e “Você vai entender quando crescer – Marcos Piangers” retomando as reflexões realizadas ao longo do projeto. Resultado: Os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa O Projeto foi monitorado  de maneira qualitativa comparativa, por meio das respostas dos questionários aplicados ao início e ao término do Projeto. Esse monitoramento permitiu a realização de constantes adequações conforme a realidade do Projeto, de forma a contornar os empecilhos que surgiam. Pode-se, então, perceber a relevância do Projeto primeiramente em relação às cuidadoras que frequentaram as oficinas no CAPS-IJ durante esse período. Um dos resultados esperados era favorecer o empoderamento, a elevação de autoestima e a conscientização da importância do autocuidado, e percebe-se que ele foi obtido quando comparamos as respostas dos questionário iniciais, como em “Que continuem o trabalho obre autoestima e valorização pessoal” e em “Conhecer melhor a mim mesma e aos outros enquanto ser humano” com as respostas dos questionários finais “Sim. Superou as expectativas, foi muito bom, trouxe uma visão diferente para as mães e também um momento de descontração e interação, também agregou conhecimento” e “Sim. Foram foi bem atendidas. Conheci mais minhas amigas de guerra e vocês que me ensinaram muito a levantar a minha auto estima que achei que não tinha. Obrigada”. Em segundo, a saúde do cuidador, que está diretamente relacionada às condições de saúde da criança e do adolescente, logo, se o cuidador está saudável nas esferas biopsicossocial e de bem-estar, mais apto estará para cuidar de seus filhos, favorecendo um ambiente mais propício ao desenvolvimento desses infanto-juvenis. E em terceiro, ao grupo de estudantes de medicina, é fundamental o contato com atividades que extrapolem a sala de aula, bem como a experiência proporcionada por este projeto realizado no CAPS-IJ, pois a formação do médico vai muito além dos sinais e sintomas a serem percebidos em consultas: é preciso também perceber as linguagens verbais e não verbais que são, recorrentemente, as que possuem maior riqueza de informação e detalhes. Sendo assim, a ida ao CAPS-IJ se tornou um momento de grande contribuição à formação dos alunos, principalmente por valorizar o aprendizado com base na humanização, tal como almejada pelos estudantes e pelo próprio curso de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. 5- Considerações finais: Tendo em vista as  contribuições para as instituições, percebe-se a real necessidade de continuação desse Projeto que já vem sendo realizado em formato de “Sala de Espera”, para que cuidemos daqueles que cuidam. O recurso a poesia e vídeos foi de grande importância para a realização do trabalho, possibilitando o vínculo com as cuidadoras e o enriquecimento do trabalho por parte dos estudantes.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 10129
Título do Trabalho: POLÍTICA DE PROMOÇÃO À SAÚDE: UMA APROXIMAÇÃO GENEALÓGICA
Autores: Josiane Moreira Germano, Valéria Monteiro Mendes, Laura Camargo Macruz Feuerwerker

Apresentação: Este trabalho integra as análises realizadas no âmbito do Observatório Nacional de Políticas Públicas e Educação em Saúde por meio da Linha de Pesquisa Micropolíticas e Governos de Si que nos últimos anos vem se dedicando à produção de pesquisas explorando o processo de fabricação de políticas com base na análise da Política como dispositivo e na construção de exercícios genealógicos. Neste contexto, para além das análises tradicionais do campo da saúde coletiva bastante fixadas na perspectiva do ciclo de políticas seguindo as etapas de formulação, implementação e avaliação, apostamos na radicalização do modo de analisar a produção das políticas, entendendo que não há linearidade na construção dos problemas e nos conceitos produzidos para enfrentá-los. Assim, a genealogia nos permite visibilizar as forças que se apropriam de determinados problemas e conceitos em diferentes contextos e momentos históricos que resultam na produção de diferentes sentidos e valores. Analisar as forças, os vetores, os projetos, as apostas a eles relacionados faz-se necessário já que nos permite visibilizar que forças ao se apropriarem dos problemas e produzirem valores não necessariamente correspondem aos sujeitos, que produzem distintas forças, algumas simultaneamente. Nosso objetivo é partilhar as visibilidades produzidas na composição de um exercício genealógico da política de promoção à saúde como possibilidade de favorecer outras percepções atribuídas no cotidiano dos serviços de saúde e na sociedade. Tendo como intercessores especialmente Foucault, Nietzsche, Deleuze e Guattari identificamos uma importante linha de força no campo dessa política, a da determinação do social do processo saúde-doença que, no contexto da plataforma biopolítica, incita a responsabilização individual pela saúde como parte de estratégias voltadas ao governo das populações. Neste campo de forças de controle da vida individual e coletiva percebe-se a potencialização de outras duas, a médico-hegemônica e do mercado, que permanentemente engendram modos de significar o corpo, o cuidado, o tralho, a saúde por meio dos quais são produzidos valores, concepções e processos de subjetivação sobre modos de estar no mundo produzidos como “válidos”. Desenvolvimento: Considerando o processo de construção do SUS é possível visibilizar agenciamentos de um conjunto de forças que atravessam os ditos trabalhadores, gestores e usuários. Apesar do SUS, ao longo dos anos, ter apostado em formulações que propõem estratégias que defendiam mudanças na assistência, identifica-se que tais ações têm sido fortemente atravessadas pelo modelo medico-hegemônico o que tem servido como um dispositivo “operador” da governamentalidade neoliberal. Neste contexto, traremos parte de nossas análises enfocando a promoção da saúde e suas tensões na Estratégia Saúde da Família (ESF). Então, cabe considerar que a promoção de saúde não tem uma definição universal, podendo ser visibilizada como campo de práticas, saberes e poderes ancorados em discursividades regulamentadoras e disciplinares e como um campo mais emancipatório com ações mais participativas. Já a formulação da ESF partia de uma proposta de superação do modelo biomédico que buscava colocar a família na centralidade do cuidado por meio de ações de promoção, prevenção, reabilitação, diagnóstico disputando outros modos de produzir o cuidado por meio do trabalho multiprofissional vivo nos territórios. Contudo, nossas análises e vivências mostram que as forças biopolíticas e de mercado atravessaram e capturaram o SUS de modo importante, especialmente considerando que não foram produzidas disputas sobre o modo de construir o SUS, particularmente considerando que seus construtores, de modo geral, foram reduzidos à condição de executores e consumidores de procedimentos. Neste campo de forças a ESF foi sendo construída como um dispositivo fortemente disciplinar valendo-se de mecanismos de poder-saber para controle e vigilância de determinada territorialidade que tem produzido limitadas conversações com o vivido. A potência de considerar os modos singulares como as existências produzem o viver foi sendo capturada por uma perspectiva orientada majoritariamente pelo campo de saber epidemiológico, o que não tem favorecido a produção e o acesso às ações em rede. Disso, decorre um modo de conceber e de estar nos territórios voltado à redução e/ou eliminação fatores de risco, aproximando a promoção da saúde de um conjunto de ações normalizadores avalizadas pelo saber cientifico. Longevidade, equilíbrio, qualidade de vida são noções amplamente difundidas e que ganham um lugar nos processos de subjetivação vividos pelas existencias que a reconhecem como o caminho para a obtenção de saúde ou ser/estar saudável sem ônus. Entretanto, no cotidiano desta lógica da “vida ativa” que pouco favorece saberes e práticas mais próximos da noção de saúde como uma produção, os encontros seguem privilegiando um modelo individualizante, culpabilizante e assujeitador. Assim, viventes vão sendo atravessados e regulados pelo discurso de risco, um dos operadores da perspectiva biopolítica que, articulada à ESF, atribui aos sujeitos a responsabilidade da saúde perfeita na condição de objeto de desejo. Neste processo de subjetivação identifica-se uma forte atuação da linha de força do mercado que produz maneiras de ser, vestir, estar, comer, viver, sentir, ou seja, de consumir uma forma de vida incorporada como saudável no âmbito de uma sociedade do espetáculo que não cessa de produzir empresários de si e celebridades. Apesar da forte atuação de certas forças, a promoção da saúde como o “carro-chefe” da ESF pode ser construída em diferentes direções justamente porque a política é produzida no cotidiano dos encontros. Disso, podem decorrer práticas com forte componente normalizador e de autorresponsabilidade que se vale da educação como estratégia para que famílias e populações alcancem a “saúde positiva”, no sentido de que há um convite para se viver mais com menos peso financeiro na assistência às custas de um esforço individual. Podem decorrer ainda práticas que concebem promoção de saúde por uma perspectiva mais “emancipatória” com base na valorização do saber popular e da singularidade dos modos de viver. Contudo, denotamos que tal perspectiva tende a não ganhar corpo considerando que a retórica da promoção da saúde está orientada para a “saúde positiva” que se vale de indicadores que “atestam” a qualidade da assistência e das ações de promoção da saúde ao serem ativados pelas forças de mercado. A questão é que estes marcadores quando associados ao desempenho, em especial pela mídia, atua ativamente na produção de comportamentos e atitudes moralizantes, a serem consumidos como “estilos de vida”, considerando também o forte discurso de “empoderamento” individual. É nesta perspectiva que a ESF, diferentemente do hospital, tem majoritariamente se voltado ao governo da vida à céu aberto, salvo, quando opera capturas sobre as possibilidades de expansão das existências pela vigilância e controle na atenção domiciliar. Considerações finais: Nossas análises permitem visibilizar que a ESF tem privilegiado práticas fundamentadas no discurso da qualidade de vida contribuindo para que os vínculos entre trabalhadores e usuários atuem como mecanismos de controle em detrimento de um dispositivo para a ampliação da potência do outro, no âmbito de forças como do mercado, das políticas regulatórias, da intersetorialidade, do modelo médico-hegemônico. A composição de exercícios genealógicos que, nos permite visibilizar os campos de força que compõem e tensionam a construção de políticas, torna-se fundamental em especial se considerada a atual experiencia política que vivenciamos no país. Tais análises permitem problematizarmos que as políticas são produzidas no cotidiano e que práticas mais cuidadoras não são revogadas por portarias ou decretos, justamente porque se trata de seguirmos lutando por modos de cuidar mais porosos à diferença e em ato e nos quais o viver é tomado em sua produção singular.


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Trabalho nº 8174
Título do Trabalho: REFLETIR E CONSCIENTIZAR: AÇÃO DE PROMOÇÃO À SAÚDE SOBRE TUBERCULOSE PULMONAR EM UM ABRIGO DE IDOSOS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Autores: Roberta Pires Corrêa, Priscila Leite Loiola Ribeiro, Lucianne Fragel Madeira, Paula Alvarez Abreu, Helena Carla Castro

Apresentação: A tuberculose é uma doença endêmica infecto-contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, transmitida por bacilos eliminados na respiração. Apesar do tratamento oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde no Brasil com possibilidade de cura, ainda são registrados altos índices de óbitos. No município do Rio de Janeiro, a taxa de incidência foi 77,6 casos/100 mil, a 6ª maior taxa desse Estado. Em locais como Manguinhos e Rocinha apresentam maior índices de casos notificados dessa doença. Embora a tuberculose possa atingir qualquer parte do corpo humano, como ossos e sistema nervoso, a tuberculose pulmonar é a mais frequente e por isso abordamos na ação de promoção à saúde. Ademais, pessoas em situações de risco (diabéticos, idosos, indivíduos com HIV/AIDS, indivíduos em situações de rua, nos presídios, alcoólatras e fumantes) são grupos vulneráveis a doença.  O objetivo foi divulgar ações de promoção à saúde em um abrigo de idosos na cidade do Rio de Janeiro, em Manguinhos. Tratou-se de um relato de experiência resultante de um trabalho de extensão realizado pelos alunos do curso “Saúde comunitária: uma construção de todos” e orientado por uma monitora, aluna de doutorado. O curso “Saúde comunitária: uma construção de todos”, foi produzido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz) em parceria com a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) tendo como alunos os moradores de comunidades do entorno que desejavam melhorar e expandir os conhecimentos em saúde com utilidade prática em suas vidas. A participação no curso ocorreu por meio de uma seleção, tendo como critérios idade superior a 16 anos e ter concluído o 6º ano do Ensino Fundamental. As aulas aconteceram no campus da Fiocruz, de segunda a sexta-feira, das 17h30 às 19h30 abordando temas de cuidado e saúde com abordagens teóricas e práticas pertinentes as demandas das comunidades locais. Participaram 20 pessoas: 12 técnicos em enfermagem, 7 funcionários entre cozinheiras, porteiro, cuidadores de idosos e a monitora do grupo. Resultado:  A ação iniciou com um café acolhedor para os participantes, técnicos e funcionários do abrigo. Foram confeccionadas e apresentados pelos alunos do curso em uma roda de conversa, maquetes que apresentavam lugares mais propensos para o contágio da doença infecto-parasitária, possibilitando um debate sobre contágio e prevenção, construindo coletivamente. Funcionários e técnicos do abrigo relataram que seus familiares e adultos e idosos do abrigo já tiveram tuberculose pulmonar e houve isolamento familiar pelo estigma e preconceito que a doença traz consigo. A ação de promoção a saúde foi muito importante para todos os envolvidos. Para aqueles que realizaram a ação, moradores de Manguinhos, lugar com alto índice de casos de tuberculose. Para a aluna do curso de doutorado que partilhou saberes com a comunidade local agregando conhecimento. Aos técnicos e funcionários do abrigo de adultos e idosos que possam ter mais informações para cuidarem de si e dos seus amigos e familiares, bem como das pessoas abrigadas, com os quais trabalham diariamente. Espera-se que todos os envolvidos na ação sejam multiplicadores por quaisquer lugares que perpassem.


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Trabalho nº 12183
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL: UNINDO SAÚDE E EDUCAÇÃO
Autores: Ana Karen Pereira de Souza, Magna Geane Pereira de Sousa, Jéssica Pinheiro Carnaúba, Hipácia Fayame Clares Alves, Lucenir Mendes Furtado Medeiros, Antônia Norma Teclane Marques Lima, Maria Tanízia Pereira de Souza, Erika Rachel Pereira de Souza, Jordana Correia de Araújo

Apresentação: No cenário brasileiro, Brasil os professores, muitas vezes convivem com a sobrecarga de trabalho, a precarização das condições para o exercício da profissão, além da complexa atuação das questões existentes em sala de aula, tem sido responsáveis por desencadear situações de adoecimento mental.  Tendo em vista este cenário, as equipes da Estratégia Saúde da Família, devem ser capazes de promover a saúde mental dos indivíduos, com acolhimento e coresponsabilização, a fim de contribuir para a redução das diversas formas de sofrimentos mental que afetam a população adiscrita. Como efeito, buscou-se realizar uma atividade de promoção da saúde mental com os professores do ensino fundamental, de uma escola da cidade de Mombaça, Ceará. Apresenta como objetivo, realizar uma reflexão, a partir da experiência de uma roda de conversa e exposição dialogada com professores do ensino fundamental. Desenvolvimento: Estudo do tipo relato de experiência, realizado a partir de uma roda de conversa e exposição dialogada, com professores do ensino fundamental, durante a semana de saúde mental da Cidade de Mombaça, Ceará, em junho de 2016. Participaram da atividade 15 professores, uma enfermeira da ESF e uma psicóloga do Município.  Resultado: No primeiro momento os profissionais foram dispostos em roda, onde foram convidados a escolher imagens em quadrinhos e charges representando situações cotidianas da vida desses profissionais. A partir da escolha dessas imagens, os docentes eram chamados a falar o significado das imagens em suas vidas, bem como os sentimentos que as mesmas despertavam. Nesse sentido, diversas situações do dia a dia foram relatadas, trazendo a tona, a partir das falas dos profissionais, sentimentos de alegria, estresse, ansiedade, tristeza e medo. Os mesmos trouxeram situações como incertezas, desvalorização profissional, poluição sonora, violência psicológica, sobrecarga emocional e física, falta de cuidado em relação a si mesmo e dificuldade no cumprimento de metas, sempre trazendo exemplos de situações já vivenciadas. Como segundo passo, foi realizada uma exposição dialogada envolvendo motivação, autoestima e como lida com o estresse. Posteriormente, os participantes foram chamados a realizar um processo reflexivo sobre o quão importante é importante a profissão que exercem, bem como, sobre medidas e estratégias com vistas a melhorar questões relacionadas a autoestima e saúde mental. Ao final da atividade, foi possível perceber um clima de positividade e leveza entre os participantes. Quando sugerido que os mesmos, com uma palavra, mostrassem o significado desta experiência vivenciada, surgiram palavras como: alegria, paz, motivação e equilíbrio. Considerações finais: O sofrimento mental vivido diariamente por professores muitas vezes, passa de forma despercebida pelos profissionais de saúde. Contudo, a Estratégia Saúde da Família deve ser contribuir com ações para intervir no processo de sofrimento desses indivíduos, com vistas a reduzir possíveis complicações e adoecimentos.


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Trabalho nº 10136
Título do Trabalho: PROMOÇÃO A SAÚDE MENTAL DE TRABALHADORES DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE FAMÍLIA LOCALIZADO EM BELÉM DO PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Autores: Raiane Bacelar dos Anjos, Giselle de Oliveira Sousa, Patrick da Costa Lima, Nayara Nunes de Alcâtara, Janaina Crislene da Conceição Meireles

Apresentação: Atualmente ações de prevenção ao adoecimento mental de trabalhadores da área da saúde vêm apresentando grande destaque entre as empresas. Entende-se que o adoecer psíquico está diretamente relacionado ao excesso de trabalho, jornadas inflexíveis, ameaça de desemprego, baixa remuneração, entre outros fatores inseridos no contexto diário. Sob esse viés, o mês de janeiro coloca em evidência a importância de repensar estratégias em prol da valorização da saúde mental e a prevenção do adoecimento emocional de indivíduos em seu meio laboral. O objetivo do trabalho é relatar a experiência acadêmica acerca de uma ação de educação em saúde voltada a promoção da saúde mental de profissionais de uma Estratégia de Saúde da Família localizado em Belém do Pará. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência. A atividade ocorreu em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF), localizada na região metropolitana de Belém, idealizada por acadêmicos do Programa Estudantil Pelo Trabalho e Saúde (PET – Saúde) vinculado a Universidade do Estado do Pará, no mês de janeiro de 2020. O Pet- saúde desenvolve atividades de cunho interdisciplinar com a comunidade através da intercessão de saberes dos diversos cursos de graduação da área da saúde. Nesse sentido, houve a elaboração de uma roda de conversa com a presença de agentes comunitárias de saúde, enfermeira, técnica em enfermagem, médico, assistente administrativa, três acadêmicas sendo duas de enfermagem e uma de fisioterapia. Em um primeiro momento, transcorreu a exposição acerca do adoecimento psíquico desencadeado pelo trabalho laboral, a importância da prevenção, dificuldades e os desafios encontrados pelo trabalhador durante a execução de suas atividades. Posteriormente, houve a abertura de um espaço para que o compartilhamento de relatos, contribuições e questionamentos. Resultado: No decorrer dos diálogos, o público alvo apresentou um certo domínio sobre o tema abordado. Os relatos apontaram que maioria dos trabalhadores já enfrentaram, ao menos uma vez na vida, situações delicadas no meio laboral que interferiram diretamente na execução de suas atividades, causando um desequilíbrio no seu bem-estar físico e mental. Ao serem indagados sobre a importância de momentos como esses no âmbito de trabalho, os diálogos apontaram que ações como essa apresentam impactos positivos, justamente por proporcionar um espaço importante para expor sentimentos de angustias, frustrações, felicidade, entre outros. A ação possibilitou a troca de informações entre a comunidade acadêmica e os profissionais de saúde, que se demonstraram receptivos, abertos para receber novos conhecimentos durante todo o processo. Considerações finais: O trabalhador enfrenta diariamente diversos estressores que podem desencadear o adoecimento psíquico. Cabe ressaltar que a adoção de estratégias como a de ações que promovam uma escuta qualificada, valorização do indivíduo e, principalmente tornar o ambiente de trabalho o mais acolhedor possível é uma das formas de promover a saúde mental. Nesse sentido, destaca-se a necessidade de criar um espaço dentro do ambiente de trabalho que favoreça o compartilhamento de sentimentos, justamente para fortalecer o vínculo profissional e pessoal.


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Trabalho nº 6816
Título do Trabalho: EXPERIMENTANDO SABORES E CONSTRUINDO SABERES COM ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO: A OFICINA CULINÁRIA COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO POPULAR PARA A PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Autores: Jessica Roque Souza da Silva, Giovana Fonseca Machado, Nathalia Soares Argemil, Vanessa Schottz Rodrigues, Jorge Luis R. Santos

Apresentação: A disciplina de Educação Alimentar e Nutricional II (EAN II),  ministrada no curso de Nutrição da  UFRJ Macaé, adota a Educação Popular (EP) como  referencial teórico-metodológico. A construção coletiva do conhecimento a partir da interação horizontal entre educandos e educadores e o desenvolvimento de metodologias ativas que contribuam para formar indivíduos e coletivos críticos e autônomos são alguns princípios da EP que orientam as práticas educativas desenvolvidas pelos discentes de EAN II junto a grupos populares. Durante o 1º semestre de 2019, o Colégio Estadual Jacintho Xavier Martins (município de Rio das Ostras) foi um dos campos práticos da disciplina. O objetivo deste trabalho é apresentar as atividades de EAN desenvolvidas por graduandos/as de nutrição com adolescentes de Ensino Médio, buscando refletir sobre a oficina culinária como ferramenta educativa de promoção da alimentação saudável, a partir do incentivo ao autocuidado e ampliação da autonomia. Desenvolvimento: A elaboração e realização das atividades educativas foram guiados pelo arco de magoeis, que compreende cinco etapas: i)  observação da realidade: foi servido um café da manhã e realizada a dinâmica da “batata quente” como formas de aproximação da realidade e de criar empatia. ii) identificação dos pontos-chave: a falta de autonomia foi a principal problemática destacada pelos adolescentes; iii) teorização: foi realizada uma roda de conversa para apresentar o Guia Alimentar para a População Brasileira (GAPB) e refletir, a partir da problematização, sobre os dez passos para uma alimentação saudável; iv) hipótese de solução: em diálogo com os adolescentes foi planejada a realização de uma oficina culinária v) aplicação à realidade: realização da  oficina culinária. Resultado: A oficina teve como objetivo central estimular os adolescentes a desenvolverem habilidades culinárias como estratégia de incentivo ao autocuidado e exercício de autonomia. Buscou-se também, estimular o hábito de cozinhar coletivamente e o contato sensorial com alimentos saudáveis que estavam na safra, bem como criar receitas que pudessem ser facilmente reproduzidas em casa e criar uma vivência subjetiva, tornando a comida como forma de trazer valores, sentimentos e experiências. Foram elaboradas as seguintes preparações: suco de acerola, sorbet de morango com banana e açaí batido com banana, sendo todos esses itens acessíveis já que um processo educativo deve ser construído a partir da realidade de um grupo. Considerações finais: Com isso, todas as preparações foram realizadas com sucesso, sendo os alunos os principais protagonistas na atividade e, com isso, estimulando a autonomia de cada um. O uso do arco de magoeis e a adoção de metodologias ativas possibilitaram a realização de práticas educativas mais próximas da realidade dos adolescentes capazes de produzir reflexão crítica sobre alimentação saudável e autonomia e de despertar interesse pela culinária como forma de autocuidado.  


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Trabalho nº 6565
Título do Trabalho: A ATIVIDADE FÍSICA COMO LAZER NA PROMOÇÃO DE SAÚDE DOS PROFISSIONAIS EM SAÚDE
Autores: Alderise Pereira da Silva Quixabeira, Bárbara Carvalho de Araújo, Bruno Costa Silva, Ana Paula Machado Silva, Vitor Pachelle Lima Abreu, Martin Dharlle Oliveira Santana, Ruhena Kelber Abrão Ferreira

Apresentação: Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados parciais da pesquisa de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino em Ciência e Saúde (PPGECS/UFT), insere-se na linha de pesquisa Educação em Saúde. Neste trabalho pesquisamos os profissionais em saúde do Hospital Regional de Miracema do Tocantins, TO. Diante de todo o contexto elucidado, apresenta-se como problema que norteia esta investigação. Quais as atividades físicas enquanto lazeres contribuem para melhoria do desempenho dos profissionais em saúde pesquisados. A partir desse questionamento o objetivo é verificar quais as contribuições da atividade física como lazer na promoção da saúde física dos profissionais em saúde, buscando entender as influências para o desenvolvimento profissional dos sujeitos pesquisados. Para atender os objetivos propostos, o trabalho esta sendo desenvolvido em uma linha crítica de investigação e abordagem, para tanto, adota-se a abordagem quantitativa e qualitativa, em que a realização da pesquisa utiliza-se a análise bibliográfica, documental e pesquisa de campo com aplicação de questionário. Para produção da dissertação temos como coleta de dados as respostas obtidas por meio da aplicação do questionário contendo cinco questões fechadas e cinco abertas. Ao que se refere a análise documental serão utilizados os dossiês dos servidores pesquisados além de documentos oficiais voltados para área da saúde, no âmbito nacional, estadual e regional. Ao que tange ao estudo bibliográfico, teremos como principais teóricos: Poliseni e Ribeiro (2014); Castellón e Pino (2003); Silva (2012), dentre outros. Por fim, acreditamos que a atividade física como lazer pode ser realizada com o intuito de melhorar o desempenho profissional dos sujeitos pesquisado.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7081
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DA SAÚDE - CONHECIMENTO ACADÊMICO E PROFISSIONAL
Autores: Flavia de jesus Neiva Sanmpaio, CIBELE Rodrigues Paes LEME, ANDREZA GONÇALVES V. AMARO, Heloisa Suzane de Sa Matos

Apresentação: O conhecimento em promoção da saúde, ainda não está consolidado entre os profissionais das equipes da ESF, fato este, que descaracteriza a integralidade da assistência e favorece o binômio queixa-conduta, neste trabalho analisamos os conhecimento acadêmicos e a formação profissional das equipes da ESF a cerca do tema. A Promoção da Saúde fortalece a atuação junto à comunidade e amplia a efetividade do atendimento oferecido nas UBS. Analisamos os conhecimentos adquiridos na formação acadêmica e profissional (com base na Carteira de Serviços da SMS RJ) a cerca de Promoção da saúde em uma área programática na cidade do Rio de janeiro, Por meio de uma abordagem qualitativa, exploratória com delineamento de estudo de caso, utilizamos um roteiro de entrevistas semi estruturado e evidenciamos que nossas equipes mínimas (Médicos, Cirurgiões Dentistas e enfermeiros), apresentam um déficit em sua formação a cerca do tema Promoção da Saúde. O estudo foi realizado na área de planejamento no Município do Rio de Janeiro. O roteiro de entrevistas continha entre outras, duas categorias, sobre as quais discutiremos nesse resumo, onde obtivemos os seguintes Resultado: Categoria 1 - Formação Acadêmica em Promoção da saúde - 100% dos profissionais entrevistados, informaram ter no mínimo uma pós-graduação, sendo 81,8% em Saúde da família, e no que se refere à Promoção da Saúde temos: (...) Eu fiz Faculdade X eu acho que como formadora de médicos, ela forma ótimos médicos de família (...) deu muito subsídio para conseguir ser uma médica de Atenção Primária boa, ainda tendo feito residência em uma universidade pública. Especificamente em promoção...., é...., em promoção não teve muita coisa não (risos) realmente. - Med. Preceptor. Definição pessoal de Promoção da saúde - Ao relatarem o que significa promoção da saúde, obtivemos as seguintes respostas: (...) Promoção da saúde é o momento que você educa a população, as pessoas de maneira geral, para tentar ensinar como prevenir uma doença, como melhorar o saneamento básico – Cir. Dent. (...). Contribuição da formação acadêmica para a atuação em Promoção da Saúde. Os profissionais em um total de 54,5 % responderam que a formação acadêmica não contribuiu para as ações de promoção da saúde e 45,5% relataram que sim. Solicitamos aos 45,5% que descrevessem como a formação acadêmica influiu na promoção de saúde, e suas falas contrariaram totalmente a afirmativa, como: (...) não adianta ter só uma prática curativa, a que se ter também uma prática preventiva e de ensinamentos porque a..., a..., o paciente é muito leigo, sem noção nenhuma de como ele pode no seu dia à dia com suas atitudes, seja na alimentação seja no cuidado de higiene, ele possa tá melhorando sua saúde e com isso promovendo pra ele - Cir. Dent. Categoria 2 - Carteira de Serviços como instrumento norteador das ações na APS no Município do RJ - Este documento visa nortear as ações de saúde na atenção primária oferecidas à população no Município do Rio de Janeiro, incluindo as ações de Promoção da Saúde, que devem ser apreendidas por todos os profissionais, gestores e população para que se apropriem dos serviços de saúde ofertados (SMS (RJ), 2010). Na área em estudo, 86,3% dos entrevistados informaram conhecer a carteira de serviços como instrumento norteador das ações de promoção de saúde. Os profissionais que mais informaram conhecer foram os da medicina e enfermagem, porém as respostas a este questionamento deixaram claras que existe um conhecimento, mas não um reconhecimento. (...) “Não tão bem, mas conheço, já ouvi falar, ela está ali olhando para mim nesse momento, mas eu nunca parei para ler ela não”. – Med. Preceptora. Em relação à utilização da Carteira de Serviços como instrumento norteador - Dos profissionais entrevistados, 68,1% informaram que não utilizam a Carteira de Serviços, 22,8% que a utilizam às vezes e 9,1% que a utilizam. Com isto, concluímos que a promoção da saúde apresenta um caráter político e atua visando conquistas e efetivação de direitos; reorganização dos modelos de gestão e de mobilização social. A formação acadêmica e a vivência sobre promoção da saúde dos profissionais entrevistados apresentam uma lacuna, tanto acadêmica, quanto profissional. A da Carteira de Serviço para a realização das ações de promoção da saúde apresenta dois temas que pertencem a “Demais Ações de Promoção da Saúde”, o primeiro é Práticas educativas voltadas para o usuário que estimulem a reflexão e a discussão, Em relação a este tema, 68,2% dos entrevistados responderam que se utilizam dos grupos como prática educativa. A saber: (...)” aqui na unidade o que a gente utiliza muito são os grupos e as tendas. As tendas são para a promoção da saúde, mas são para a promoção da saúde de uma ou duas doenças específicas, tenda de Hipertensão e Diabetes, tenda da Dengue - Cir. Dent.  E (...) “No que se refere, principalmente, à problematização, a gente tenta problematizar de acordo com o contexto de vida do usuário, o entendimento dele para vida dele. Eu tento utilizar essa pedagogia, mas uso também outro tipo. Às vezes a gente usa a transmissão ou a pedagogia do condicionamento, depende do usuário.  O Segundo tema é Reconhecimento da identidade étnico-racial - Negros e pardos correspondem a 58,6% da população cadastrada nesta área de planejamento. Esta raça apresenta maior incidência de baixo peso ao nascimento; nível socioeconômico baixo; encontra-se exposta em maior grau às situações psicossociais; de violência, maior prevalência de obesidade e hipertensão. Somente 1 unidade da área programática apresenta uma porcentagem menor que 50%, nesta área, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano, no Brasil, coincidentemente, apresenta um IDH de 0,912, considerado um dos melhores da cidade do Rio de Janeiro. As demais unidades apresentam um número superior a 50% de pretos e pardos cadastrados, chegando a ter uma unidade com o IDH de 0,637 que apresenta  80% de sua população cadastrada com esta etnia. Ao indagarmos se os profissionais entrevistados realizavam ações para o reconhecimento da identidade étnico-racial, a resposta foi “não” em 100% dos entrevistados.  Com base nos resultados, solicitamos atenção para os fatos evidenciados neste estudo: primeiro existe um déficit na formação academia e profissional, demonstrando a necessidade de uma maior integração entre a academia e a gestão municipal, pois é nesse espaço que se forma os futuros profissionais que tem como preceptores profissionais com formação deficitária em promoção da saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 11522
Título do Trabalho: ESTIMATIVA RÁPIDA PARTICIPATIVA COMO FERRAMENTA DIAGNÓSTICA NO AMBULATÓRIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
Autores: Vitor da Silva Siqueira Lobo, Beatriz Mello Montano, Ana Carolina Barbosa Caudet, Ricardo Mannato Bolelli, Giovanna Neri Ferreira, Amanda Miranda Potiguara Pataro, Maria Carolina Mendes Lima, Julia Godinho Lasmar

Apresentação: O Ambulatório de Promoção da Saúde (APS) é um projeto de extensão da Faculdade de Medicina da UFRJ criado em 2008, que atua na Vila Residencial do campus do Fundão com atividades comunitárias de promoção da saúde e atividades ambulatoriais quinzenais, sob a orientação de professores e médicos de família. De forma a expandir o conhecimento dos alunos sobre o território, aumentar o vínculo com a comunidade e auxiliar no planejamento estratégico do projeto, foi realizada, em maio de 2019, uma estimativa rápida participativa (ERP) na Vila Residencial em parceria com a Clínica da Família (CF) Diniz Batista. A ERP é um método de obtenção de informações sobre problemas e necessidades da população e aspectos históricos e sociais do território definido, realizado em um curto período e sem grandes gastos de dinheiro. Dessa forma, alunos do projeto aplicaram um questionário para alguns dos moradores mais antigos da comunidade e lideranças locais, definidos como informantes-chave, o que totalizou 8 entrevistados selecionados pelo presidente da AMAVILA (Associação de Moradores da Vila Residencial). O questionário era composto pela identificação do entrevistado, perguntas sobre as principais histórias do bairro, dimensão geográfica, aspectos sociais, econômicos e de lazer, serviços de saúde, participação popular e papel da clínica. Após a coleta e análise dos dados, foi possível identificar áreas de risco dentro do território, as quais configuram regiões de moradia de famílias vulneráveis; averiguar a assistência médica da população e sua adesão à CF e utilização de outros serviços de saúde; compreender as principais reivindicações relacionadas aos problemas de saúde enfrentados pelos moradores; estabelecer as principais demandas da população em áreas como transporte, lazer, esporte e segurança. Além disso, os alunos ouviram relatos sobre o surgimento da vila e suas principais histórias, importante para o sentimento de pertencimento do projeto dentro da comunidade. Ademais, a participação de duas agentes comunitárias de saúde foi importante para estabelecer um diálogo mais próximo com a clínica. Dessa maneira, a estimativa rápida participativa foi um instrumento de grande importância para o futuro do projeto, de forma a promover conhecimento acerca do território e da comunidade local, o que auxiliou na organização de pautas para melhorar a qualidade de vida dos moradores da Vila Residencial. 


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Trabalho nº 8107
Título do Trabalho: A PINTURA FETAL E FOTOGRAFIA COMO MEIO DE PRODUÇÃO DE CUIDADO: PROMOVENDO A AUTOESTIMA EM ADOLESCENTES GRÁVIDAS
Autores: Izabele Grazielle Da Silva Pojo, Viviane de Sousa Bezerra, Sarah Bianca Trindade, Dheise Ellen Correa Pedroso, Márcia Eduarda Dias Conceição, Tatiana do Socorro dos Santos Calandrini, Luzilena de Souza Prudêncio, Nely Dayse Santos da Mata

Apresentação: A gestação altera fisiologicamente o corpo e a mente, as quais podem refletir na autoestima das gestantes e trazer consequências para o binômio, principalmente quando se trata de mães adolescentes. Dessa forma, é necessário que os profissionais da saúde ultrapassem o modelo biomédico para atender a necessidade dessas mulheres, sendo a utilização de pintura fetal e fotografia importantes recursos para atingir esse fim. Objetivo: Relatar a experiência dos autores quanto às contribuições da pintura fetal e do ensaio fotográfico na promoção da autoestima de gestantes adolescentes participantes do Grupo de Extensão e Apoio à Grávidas Adolescentes (GEAGA). Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, de caráter qualitativo, do tipo relato de experiência, vivenciado durante uma oficina do grupo GEAGA, da Universidade Federal Do Amapá (UNIFAP). O grupo faz acompanhamento periódico das gestantes com o objetivo de prepará-las para o ciclo gestacional, desenvolvendo exercícios respiratórios e fortalecimento dos músculos do períneo, além de executar ações de educação em saúde. A oficina a ser tomada como objeto do relato ocorreu em dezembro de 2018, em um ponto turístico do Amapá e foi destinada a quatro gestantes no fim do seu período gestacional, onde foram adotados dois momentos: 1) Realização de pintura gestacional: após a execução da manobra de Leopold, foi feita a ultrassonografia natural nas gestantes que já conheciam o sexo do bebê, e nas que ainda não tinham conhecimento, foi realizada uma pintura simbólica de acordo com o gosto da gestante; 2) Ensaio fotográfico: com as pinturas finalizadas, a equipe auxiliou as gestantes a realizarem um ensaio fotográfico ao ar livre por meio de aparelhos de celulares e câmeras fotográficas. Ao término, as fotos eram disponibilizadas as gestantes digitalmente. Resultado: No primeiro momento, foi perceptível a idealização que as gestantes criaram quanto a imagem de seus filhos e a ansiedade destas para visualização da representação de seus bebês. Considerando a necessidade dessas mulheres em receber apoio, segurança e principalmente esclarecimento dos profissionais de saúde, a equipe por meio de abordagens humanizadas realizou as pinturas conforme as preferências das gestantes, explicando a elas o significado dos anexos embrionários que também estavam sendo representados. No segundo momento, durante a realização do ensaio fotográfico, buscou-se valorizar a mulher e a representação fetal, deixando em evidência o momento único e especial que elas estavam vivenciando. A emoção e a empolgação foi impossível de se passar sem ser notado. Percebeu-se que com esse momento, as adolescentes poderiam ter uma interação com o bebê, se sentindo dessa forma mais seguras quanto a este momento, além disso, elas demonstraram-se muito satisfeitas com a sua beleza, se sentindo mais bonitas e realizadas com a valorização de sua condição de mãe/mulher. Considerações finais: Vislumbra-se assim, a necessidade que as equipes de saúde ultrapassem os limites do modelo clínico, potencializando o cuidado e a atenção ao binômio de forma humanizada, promovendo ações durante o período gestacional que garantam a saúde e o bem-estar destes.  


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Trabalho nº 6572
Título do Trabalho: ALCOOLISMO: A INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE NA PREVENÇÃO E NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DOS PACIENTES DO CENTRO DE SAÚDE DARLINDA RIBEIRO
Autores: Daisy MARIA RODRIGUES MENDES, EGLÊ SOCORRO BENTES MAIA

Apresentação: O alcoolismo é um problema que afeta amplamente o indivíduo alcoolista, a comunidade, a família e a sociedade, sendo, porém, um grave problema de saúde pública que está oculto pelo preconceito social e pela vergonha que as famílias têm em lidar com o problema, dificultando uma atitude mais efetiva de enfrentamento da situação. Neste sentido foi o que nos motivou a desenvolver essa ação com o tema “Alcoolismo: a intervenção do profissional de saúde na prevenção e na promoção da saúde dos pacientes do Centro de Saúde “Darlinda Ribeiro”. Sua importância está voltada para a realização de ações de prevenção e promoção de saúde na qualidade de vida dos indivíduos alcoolistas e uma melhor adesão ao tratamento. O Centro de Saúde Darlinda Ribeiro está localizado na Rua Senador José Esteves n° 1533 no Bairro de Palmares na cidade de Parintins (AM), conta com duas equipes de saúde, cada uma composta por um Médico, uma Enfermeira, dois Técnicos de Enfermagem e seis Agentes Comunitários de Saúde – ACS. Disponibiliza aos usuários serviços profissionais de saúde como Psicologia, Fisioterapia, Assistência Social, Fonoaudiologia e Pediatria. A unidade de saúde atende aproximadamente 1.800 famílias. Os sujeitos da ação são 100 pacientes cadastrados no referido centro, na faixa etária entre 28 a 70 anos. Tem como missão atender toda a população do município de Parintins, prestar assistência digna e com boa qualidade aos usuários do serviço de saúde especificamente aos bairros de Palmares e Nazaré. Consideramos a necessidade de uma proposta de trabalho que desperte interesse, auxilie na construção do conhecimento e que estimule a comunidade e a família a ajudar seu familiar alcoolista, pois existem muitos adolescentes, jovens, adultos e idosos marginalizados, abandonados e maltratados pela família e pela sociedade em geral. Objetivo: Promover ações de prevenção e promoção da saúde que valorizem a qualidade de vida do alcoolista, sensibilizando-os para modificarem estilos e hábitos de vida, aumentando a participação familiar com o paciente usuário, além de incentivar a prática de exercícios físicos, a uma terapia ocupacional e encaminha-los para o CAPS – Centro de Atenção Psicossocial para um melhor atendimento. Método: Para alcançar o objetivo, primeiro foi realizada uma coleta de dados através dos prontuários de atendimento, a fim de detectar quantos pacientes alcoolistas estão cadastrados no centro de saúde, quais as doenças que mais prevalecem, as consequências e as causas sociais que mais afetam a vida do indivíduo. O segundo passo, foi feito um convite aos pacientes para participarem das palestras com temáticas abordadas de acordo com as causas e consequências do alcoolismo, temas sobre Tuberculose, HIV, Alimentação Saudável, benefícios da prática de atividade física, palestras educativas no combate ao alcoolismo envolvendo o paciente e o seu núcleo familiar. O grupo também oferece atividades físicas funcionais, campanhas de Vacinação, Teste rápido, aferição de pressão e glicemia. Após as palestras são agendadas as consultas individuais nos dias planejados para as consultas com o médico, odontólogos, ao NASF e encaminhamento para o Centro de Atenção Psicossocial - CAPS. O método vivencial proposto para o desenvolvimento desta ação foi baseado nas rodas de conversas temáticas e palestras, por configurar-se como metodologia ativa favorecedora de espaços para reflexões e discussões. Ao fim de cada ação é servido um lanche aos participantes presentes, momento esse de confraternizar para criar vínculo entre os usuários, os profissionais da saúde e a comunidade. Resultado: Analisando o cenário da saúde no Brasil voltado para a qualidade de vida do paciente alcoolista e o alto índice de doenças acometidas pelo uso abusivo do álcool como cirrose hepática, transtornos psicológicos, dentre outras, especificamente dos pacientes cadastrado na unidade, nós profissionais da saúde buscamos levar uma saúde de qualidade a esta demanda, pois há uma grande preocupação com as causas e as consequências relacionadas ao alcoolismo, sendo este o papel primordial dos profissionais de saúde  a desempenhar, com muita precisão, acolhimento e didática, levando sempre em conta a questão cultural e condicional do paciente. Lembrando que é fundamental para uma adesão ao tratamento a troca de saberes, observando o conhecimento prévio do paciente sobre o assunto, não impondo conceitos e sim dando alternativas para que ele tenha autonomia de decisão, de acordo com a realidade do paciente. As temáticas abordadas através das rodas de conversas mostraram-se eficazes como método de promoção a saúde, a equipe passou a planejar ações em saúde mais condizentes com a realidade dos mesmos, percebeu-se uma grande interação da comunidade com o conhecimento em estudo, uma maior participação e interesse, pois o trabalho desenvolvido possibilitou uma grande reflexão em aderir ao tratamento. Através dessa ação percebemos por meio dos resultados obtidos com as aplicações metodológicas que podemos propiciar uma aprendizagem de forma dinâmica e mais saudável, porque colocou o paciente no centro da ação, provocando a interação entre os agentes envolvidos e respeitando as características individuais de cada um e a especificidade de cada um, bem como sua cultura. Desta forma, podemos concluir que alcançamos o objetivo dessa ação, a partir da participação de todos os profissionais que fazem parte da equipe como médicos, enfermeira, técnicos de enfermagem, ACS da equipe de saúde e pela população que percebeu que as modificações no estilo de vida com aquisição de novos hábitos são necessários para excluir, minimizar ou retardar as consequências do alcoolismo, principalmente a adesão ao tratamento que foi um fenômeno que se evidenciou pela participação ativa do paciente. Nesse sentido, a continuidade desse trabalho de intervenção poderá fornecer aos pacientes e comunidade motivação suficiente para vencer o desafio de adotar atitudes que tornem as ações de saúde mais efetivas e permanentes, tendo cada paciente como um agente replicador de conhecimentos sobre tais atitudes. Considerações finais: A ação desenvolvida no Centro de Saúde Darlinda Ribeiro pretende desenvolver uma maior conscientização dos pacientes e familiares na adesão ao tratamento, bem como hábitos e estilos de vida saudáveis, a fim de elevar a qualidade de vida desses pacientes. Diante a execução dessa ação sabemos que teremos que vencer muitos desafios, pois vivenciamos in loco as dificuldades para a sua aplicabilidade. Primeiro que na maioria das vezes o indivíduo busca ajuda médica ou de profissionais da saúde apenas baseado em sintomas que são decorrentes do uso abusivo do álcool. Outro fator enfrentado são as barreiras culturais do indivíduo em desenvolver mudanças em seus estilos de vida, desde seus hábitos alimentares até a prática sistemática de exercícios físicos, a busca por terapias ocupacionais e a busca pela adesão ao tratamento. Acreditamos que nossos objetivos foram atingidos e estamos satisfeitos com os resultados alcançados através das palestras nas rodas de conversa, porém sabemos que esta problemática não é coisa de um dia, é coisa do dia a dia, por isso decidimos fazer esta intervenção na equipe da qual fazemos parte, pois temos uma Equipe Multidisciplinar de Saúde completa, com boa preparação e conhecimento, que nos possibilitou melhor qualidade no desenvolvimento da ação com base no objetivo proposto. Palavras-chave Alcoolismo. Prevenção. Promoção. Qualidade de Vida. 


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Trabalho nº 12205
Título do Trabalho: AS INSTALAÇÕES ARTÍSTICAS-PEDAGÓGICAS NA CONSTRUÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO GRUPO DE PRÁTICAS E PESQUISAS EM SAÚDE COLETIVA - GRUPPESC
Autores: Alvino de Souza Amaral, Vanessa de Souza Amaral, Eunice Ferreira da Silva, Clayver Viktor Moreira de Azevedo, Milleny Tosatti Aleixo, Laura Elisa Silva, Deíse Moura de Oliveira

Apresentação: A Saúde Coletiva busca consolidar há 50 anos práticas profissionais que direcionem o olhar sobre o sujeito como potência  política transformadora, que são capazes de modificar suas realidades em seu contexto social  e de saúde. Nesta perspectiva, surge o Grupo de Práticas e Pesquisas em Saúde Coletiva (GRUPPESC), sendo criado em uma proposta dialógica e integrando duas Universidades Públicas, a Universidade Federal de Viçosa e a Universidade Federal de Juízas de Fora, ambas localizadas no Estado de Minas Gerais. O Grupo atua desde agosto de 2016 e formalizou- se, no mesmo ano junto ao Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Atualmente, o grupo é composto por vinte e seis integrantes de formações multidisciplinares, ampliando o olhar para os processos que permeiam as necessidades em saúde. Possui como pressuposto, desenvolver e propiciar espaços que visam contribuir para a troca de experiências e vivências em saúde coletiva. A agenda do grupo é desenvolvida de forma autogestionária, onde professores, graduandos, mestrandos e profissionais contribuem de acordo com suas habilidades, conhecimentos e formação com as atividades desenvolvidas ao longo de sua atuação acadêmica, de pesquisa e de extensão e o processo de trabalho como um todo. Entre as diversas atividades desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa e sustentadas pela tríade ensino-pesquisa-extensão, uma das principais ações é a elaboração de um seminário que acontece de forma semestral, com alternância de instituição e que leva o nome do Grupo. Traz como abordagens centrais temas emergentes da Saúde Coletiva. Neste sentido, o trabalho tem por objeto descrever a experiência na construção dos seminários, a partir da metodologia intitulada “Instalações Artístico-pedagógicas” que busca aproximar e resinificar o conhecimento científico e prático, assim como contribuir para a elaboração de espaços que tenha nas interações coletivas de ensino/aprendizagem um campo de conhecimento mais dinâmico, participativo e inspirador. Desenvolvimento: o seminário é construído com base nas experiências das Instalações Artístico-pedagógicas. Aqui, é importante ressaltar que essa metodologia visa criar espaços metodológicos, criativos e dinamizadores de diálogos e socializações e que provoquem os sentidos para determinado tema e que serão o ponto de partida para a discussão de sentires e saberes dos envolvidos no processo e no evento de uma forma geral. Desenvolvida a partir das vivências na construção de espaços de ensino aprendizagem a metodologia tem se mostrando eficiente para o desenvolvimento de ambientes para formação e reflexão nas mais diversas temáticas. Trata-se de criar um liame, uma linha criadora que ligará todas as micro-ações desenvolvidas para o espaço, fazendo com que cada atividade, cada cartaz, cada momento, seja parte de um processo orgânico, onde os detalhes fazem sentido são essenciais ao todo. A construção do seminário dá-se a partir de três fases: a concepção, a pesquisa, o desenvolvimento e a execução. A concepção traz a tona a linha central de debates e exposições que serão abordadas no seminário, quais os anseios, as necessidades e as aspirações que emergem a partir da escolha temática. Também de forma autogestionária e sistematizada, os integrantes do grupo buscam no pensamento livre: inspiração, conhecimentos individuais, vivências reflexivas relacionadas à temática. Busca-se a partir de uma chuva ideias trazer à tona a força motriz da construção coletiva, sendo a partir dessa definição que a próxima etapa se firmará. A fase da pesquisa possibilita reunir, de forma detalhada, elementos que fazem parte do contexto teórico/científico, metodológico e prático que será abordado. Nessa fase são escolhidas as cores, as representações e toda a concepção estética do seminário, atribuindo-lhe uma identidade. Assim, imagens, objetos, livros, entre outros, serão utilizados para compor um ambiente que trará o participante para uma imersão no tema a ser tratado e debatido. Objetiva-se criar uma ambiência que proporcione percepções para além das auditivas, sendo os participantes convidados a interagir com o cenário criado, em sua totalidade, com todos os seus sentidos, de forma ampla e contextualizada. Na fase do desenvolvimento, todo o processo criativo será colocado em prática. Preferencialmente, são utilizados objetos feitos e desenvolvidos de forma manual, coletiva e artesanal, trazendo significados para cada artefato a ser utilizado. É relevante destacar que o grupo não possui incentivo financeiro, sendo todos os custos de forma colaborativa divido entre os integrantes. Dessa forma, cada integrante assume o lugar de fomentador, construtor, ator e propulsor dos ideais que alicerçam o grupo. E por fim, a execução é o momento onde se coloca em prática tudo aquilo que foi idealizado e previamente desenvolvido, formando um cenário que servirá de base para imersão na temática abordada. O espaço é aberto a toda a sociedade, que de fato vivencia todos os entraves e necessidades acerca dos temas abordados, sendo, portanto uma luz na construção coletiva de possíveis soluções. Resultado: desde a criação do Seminário já foram realizadas edições com as seguintes abordagens: a educação em saúde como prática transformadora; a informação social por meio da pesquisa; os impactos na pesquisa e estratégias para o re(existir) da ciência no Brasil, entre outros. Citamos também a criação artística de elementos transformadores, que se materializaram em poesias, canções, textos, interpretações e ilustrações, que estimularam todas as facetas dos integrantes como possibilidade para a transformação de sentidos e contribuindo assim, para uma maior proximidade com a sociedade. Como resultados objetivos, citamos também a crescente participação nos espaços, com público diverso que caracteriza o movimento da saúde coletiva. Em avaliações ao final de cada espaço, os participantes relatam que a imersão lhes proporcionou maior fixação das temáticas, bem como tornaram o espaço aconchegante e propicio a integração e entretenimento dos participantes, se torando um importante instigador na construção social, coletiva e humana. Considerações finais: neste sentido, os espaços construídos a partir da metodologia contribuem para a vivência/aprendizagem dos envolvidos no processo de elaboração, mas também permitem que participantes sejam imersos na temática, proporcionando maior aprofundamento, uma vez que, o espaço também fala. Assim, reconhecemos que a metodologia colabora profundamente para a construção de espaços de discussão científica, tornando-se importante ferramenta, na edificação e o fomento da saúde coletiva, da ciência, e na construção de profissionais mais humanos e sensíveis a demandas da sociedade com o um todo.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 6301
Título do Trabalho: A SHANTALA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE PARA PROMOÇÃO DO CUIDADO INFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Douglas Rafael da Cruz Carneiro, Edilene Silva dos Santos, Gláucia da Paixão Leitão Oliveira, Lorena Nayara Alves Neves, Maria Rute de Souza Araújo

Apresentação: A Shantala é uma técnica indiana de massagem terapêutica, aplicada em crianças entre 0 a 6 meses. A utilização da técnica apresenta benefícios para a saúde infantil, pois propicia um melhor desenvolvimento fisiológico, psicomotor e comportamental, além de minimizar queixas comuns da idade, como insônia e cólica. A técnica é reconhecida como uma terapia da medicina tradicional e complementar chinesa, e seu uso apresenta impacto positivo para a saúde pública, pois contribui para redução da morbidade infantil. Este estudo tem como objetivo: descrever a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem ao ministrar uma oficina de Shantala para mães e gestantes na atenção primária à saúde. Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência. Desenvolvimento: Foi aplicada uma oficina de Shantala para mães e gestantes presentes em uma Estratégia de Saúde da Família. Na ocasião, os acadêmicos apresentaram o conceito da técnica – surgimento, do que se trata, benefícios, e também houve a demonstração da técnica, onde foi ensinado o passo a passo com uso de uma boneca. Durante a execução, foi percebido um notório interesse do público pela técnica, que tornou a experiência mais satisfatória para todos. Ao final da atividade, foi entregue aos participantes um kit contendo um óleo de massagem, uma frauda e um folder informativo sobre a técnica, sua importância e passo a passo. Resultado: A atividade promoveu para a comunidade informações acerca do tema, pois desconheciam, a aceitação e adequação ao público foi positiva, visto o interesse pela atividade demonstrado pelos participantes. Considerações finais: A aplicação da técnica na atenção primária à saúde apresentou-se exitosa, pôde se trabalhar a efetivação das práticas integrativas e complementares e novas perspectivas para o cuidado à criança. A disseminação da técnica é relevante pois proporciona uma forma de cuidado simples, barata e plenamente eficaz, e promove um maior vínculo do usuário com os serviços de saúde. É necessário promover mais exemplos de aplicação de práticas integrativas e complementares para o cuidado infantil, para satisfazer a necessidade de publicações científicas sobre a Shantala na atenção primária à saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7604
Título do Trabalho: GRUPO DE TRABALHO COMO FERRAMENTA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Rachel de Carvalho de Rezende, Natânia Candeira dos Santos, THAISE PORTELLA DA SILVA SANTOS, ALESSANDRA ROTENBERG, LÍVIA TEDESCHI RONDON DE SOUZA

Apresentação: No contexto atual tem se observado um aumento do adoecimento/ sofrimento mental no contemporâneo. Os dados da Organização Mundial de Saúde mostram que os danos da saúde mental no trabalho afetam 30% dos trabalhadores no mundo. Esse fenômeno, que diz respeito aos modos atuais de cuidado de si, de relação com o outro e de resposta às demandas sociais, produz efeitos também no contexto acadêmico e laboral da universidade. A crescente manifestação de sintomas de sofrimento mental entre os membros da comunidade universitária - tais como estresse, ansiedade, depressão e, em especial, a ocorrência preocupante de suicídios - tem apontado para a necessidade de buscarmos coletivamente ações e medidas que se integrem à rede de cuidado, voltadas para toda a comunidade. Neste sentido, foi criado um grupo de trabalho (GT), a partir da Divisão de Promoção e Vigilância em Saúde (DPVS) como um espaço de debate sobre o tema da saúde mental e integral, agregando docentes, estudantes e técnico-administrativos. Ademais, foi idealizado o Projeto FACES (Fórum de Ações Coletivas em Saúde Integral) da Universidade Federal Fluminense, o qual está inserido no campo da Saúde do Trabalhador por envolver questões da dinâmica e organização do trabalho. Além disso, os fóruns de ações coletivas, por serem atividades voltadas à saúde mental, trazem a proposta de ultrapassar os muros da Universidade e englobar contextos sociais, que lidam com relações familiares, entre pares e individuais que atuam afetando a saúde mental em seus diversos níveis. Objetivo: Criar um ambiente coletivo de discussões, aberto à comunidade universitária e grupos externos, para o levantamento de ideias e propostas de ações e o fortalecimento de um programa de saúde mental/integral. Método: Trata-se de um relato de experiência, o qual aborda a criação de um grupo de trabalho voltado para a elaboração de propostas no campo da saúde mental e integral na UFF. O lançamento do grupo se deu durante o II Simpósio do Setembro Amarelo. Para sistematizar o processo de trabalho, utilizou-se um ambiente eletrônico de comunicação, para agendamento dos encontros, debates sobre a temática, pendências e deliberações de atividades como uma forma de facilitar a articulação dos participantes, tendo em vista que os mesmos atuam em diversos núcleos de trabalho na universidade. Em cada reunião foi utilizado um livro Ata e uma folha de frequência para registrar e documentar as deliberações, decisões e conclusões no decorrer das mesmas. Os participantes tem acesso aos documentos gerados, através de plataforma de armazenamento e compartilhamento de arquivos (Google Drive). Sendo assim, a partir deste grupo surgiu o Projeto FACES, que tem como público-alvo tanto os trabalhadores quanto os estudantes da universidade e comunidade em geral. Resultado: e Discussões: Os encontros do grupo de trabalho começaram após o II Simpósio do Setembro Amarelo de 2019 com regularidade quinzenal, e presença de estudantes, técnicos administrativos e docentes, totalizando em média um público de 30 pessoas. As reuniões tiveram uma dinâmica de diálogo coletivo, com exposição da temática de saúde mental envolvendo o trabalho dos docentes e sua interação com os estudantes. Em contrapartida, a Divisão de Promoção e Vigilância em Saúde trouxe relatos a respeito das problemáticas percebidas sobre o adoecimento dos trabalhadores. Cada encontro teve um eixo norteador, e até o presente momento foram discutidos os seguintes temas: 1) Captação e mapeamento das ações coletivas existentes em saúde mental e integral; 2) Organização e planejamento do Fórum; 3) Agrupar e estabelecer uma melhor comunicação dos projetos existentes; 4) Como lidar com as condições de trabalho e seu ambiente de forma a reduzir as dificuldades e dar apoio aos trabalhadores; 5) Ações de promoção e prevenção no núcleo de saúde mental; 6) Gestão do trabalho / redução dos índices de adoecimento; 7) Aplicativos de comunicação para colaborar com ações dos grupos instituídos de saúde mental, localizando onde e quais os tipos de situações que estão ocorrendo nos Campi. A partir da exposição de todos esses eixos norteadores, percebeu-se a necessidade da realização de um GT ampliado, focando especificamente na captação e mapeamento de ações já existentes na comunidade universitária. Para tal discussão foram convidados diversos profissionais que desenvolvem projetos e ações com a temática de saúde mental/integral. Este encontro abordou como uma de suas principais questões o pensar não apenas no atendimento individual, mas em um coletivo de corpo, mente e território, reconsiderando o processo de acolher e reorganizar o serviço. Discutiu sobre o sofrimento dos estudantes de diferentes cursos e a busca de utilizar o coletivo para a construção de melhoria individual. Falou acerca da ressignificação do conhecimento e reconhecimento dos problemas, bem como realização de ações integrativas, culturais e outras. Esse GT ampliado gerou um formulário de “Cadastro de Projetos em Saúde Mental e Integral”, que será implementado em futuras ações e análise de demandas e necessidades.  Assim, a partir das próprias indagações levantadas pelos eixos temáticos e no GT ampliado, foi construído Projeto FACES, como fóruns científicos abertos, para garantir o envolvimento, não somente da comunidade universitária, mas também da sociedade local. Considerações finais: A partir do diálogo coletivo, chegou-se à proposta de formação de um espaço dedicado ao desenvolvimento dos trabalhos: um Fórum coletivo aberto à comunidade universitária e sociedade, voltado para o debate sobre a saúde mental e o levantamento de ideias e propostas de ações.  Busca-se ainda, além da sistematização do projeto, realizar um trabalho transversal, por meio de diálogos entre as diversas pró-reitorias, os estudantes, os trabalhadores e a gestão da universidade. É importante frisar que a comunicação e a educação continuada são fatores que auxiliam na redução de dúvidas sobre a temática nos diversos campos da universidade, colaborando para uma atitude de autorreflexão sobre o papel de cada individuo na contribuição do bem-estar do outro. A execução deste trabalho exigiu esforço, dedicação e desafios para as ações. A experiência tem sido significativa, sinalizando que o cenário em questão é imprescindível como campo de discussão e pesquisa. Espera-se que este estudo contribua na motivação da realização de novas pesquisas, grupos e ações em saúde mental, seja no ambiente de trabalho como fora dele.  


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 11194
Título do Trabalho: O BRINCAR COMO INSTRUMENTO PARA TRABALHAR A PROMOÇÃO DA SAÚDE E A PREVENÇÃO DE AGRAVOS COM AS CRIANÇAS E PARA FORTALECER SEU VÍNCULO COM A UNIDADE DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Josiely Cardoso dos Santos, Vanessa Khrisllen Pinheiro Ferreira, Károl Veiga Cabral

Apresentação: O presente trabalho consiste em um relato de experiência desenvolvida durante o estágio realizado através do Programa de Capacitação em Atenção à Saúde da Criança – Estágio Multicampi Saúde. O estágio ocorreu durante o mês de janeiro de 2020 em uma unidade básica de saúde localizada no município de Abaetetuba – Pará, e teve a participação de estudantes de diversos cursos da área de saúde da Universidade Federal do Pará, que viveram um período de imersão, estando disponíveis para todas as atividades propostas. Como havia a presença de alunos de variadas áreas pôde-se formar grupos multiprofissionais. No caso dessa experiência estavam envolvidos acadêmicos de enfermagem, medicina, nutrição, psicologia e serviço social, além de contar com a atuação de uma enfermeira da unidade. Levando em conta o objetivo principal do Projeto Multicampi, que está especialmente voltado para a saúde infantil, as práticas de estágio dedicaram especial atenção para as crianças e buscou-se pensar em estratégias capazes de auxiliar na promoção da saúde das mesmas e de fortalecer seus vínculos com a unidade. Para tanto, a equipe decidiu recorrer ao método lúdico, pois considerou-se que seria uma boa forma de se aproximar das crianças da comunidade, além do fato de jogos e brincadeiras serem ferramentas que atraem o interesse infantil e que contribuem para a educação e o desenvolvimento. Desenvolvimento: Para pôr em prática a proposta de abordar a saúde com as crianças através do brincar, o grupo resolveu criar um espaço na unidade voltado para tal objetivo, o mesmo foi chamado de “Espaço Kids”. O local escolhido para concretizar a ideia foi o auditório, o qual, embora não tenha perdido sua antiga função, passou por algumas adaptações, ganhando cartazes, placas, murais, jogos, enfeites etc. Desse modo, o trabalho da equipe envolveu também a decoração do espaço, a pintura de caixotes de madeira, que foram transformados em bancos, a criação de cartazes educativos e de jogos da memória e de tabuleiro. Estes instrumentos foram construídos com o objetivo de trabalhar questões como higiene, alimentação, bem-estar e boa convivência. Quando o “Espaço Kids” foi utilizado pela primeira vez participaram das atividades as crianças que estavam sendo acompanhadas pelos estagiários, que são chamadas de crianças guias. A família das mesmas apresentava dificuldade de vinculação com a unidade, assim, o espaço funcionou com uma estratégia para buscar aproximá-las do local. Também convidou-se crianças de casas vizinhas e aquelas que estavam na sala de espera e que se interessaram em participar, configurando-se, desse modo, um público com crianças de diversas idades. Durante a ação foi lhes apresentado vídeos infantis que tratavam sobre alimentação saudável, tema que também foi reforçado posteriormente pelo grupo. Os participantes mostraram-se curiosos e acessíveis, envolveram-se nas atividades propostas, pintaram, jogaram e interagiram entre si e com a equipe. Na vez seguinte em que o espaço foi aberto este já contava com novos jogos e brinquedos educativos, conseguidos através de doações. Nesse segundo momento havia algumas crianças que estiveram presentes na primeira vez e também algumas novas que vieram tanto da sala de espera quanto das proximidades da unidade. Novamente utilizou-se o lúdico para trabalhar de maneira dinâmica e interativa questões importantes para a saúde como a lavagem das mãos, escovação dos dentes e a importância de andar calçado, tratando-se cuidadosamente a respeito das possíveis consequências à saúde caso esses comportamentos não sejam adotados. Com essas ações no “Espaço Kids” foi possível ainda conversar com algumas crianças, ouvi-las e conhecer um pouco de suas realidades. Alguns estagiários também aproveitaram a oportunidade para levar aquelas que estavam recebendo seus acompanhamentos para fazer a medição do peso e da altura. É pertinente salientar o fato de que algumas mães também estavam presentes no espaço, o que proporcionou uma aproximação da equipe com as mesmas, sendo possível saber um pouco mais sobre suas histórias de vida e fazer orientações sobre o cuidado com os filhos, autocuidado e sobre a importância do zelo tanto pela saúde física quanto pela mental. Vale destacar que o grupo buscou sempre respeitar o tempo e as escolhas de cada criança, sem forçá-las a entrar em jogos nos quais não se sentiam à vontade, visto que o propósito era contribuir com o cuidar de sua saúde e despertar seu interesse para tal cuidado sem a necessidade de uma abordagem impositiva. Resultado: A utilização de jogos e brincadeiras para trabalhar temáticas da saúde com crianças mostrou-se muito eficiente, pois possibilitou que se abordasse questões importantes de forma leve, divertida e construtiva, o que fez com que elas de fato se envolvessem com os temas, permitindo que vários assuntos fossem tratados. Além disso, ressalta-se que a própria participação das crianças nas brincadeiras, a interação umas com as outras e o envolvimento com jogos educativos favorecem aspectos relacionados ao desenvolvimento, à boa convivência e ao bem-estar. Embora o espaço tenha sido utilizado poucas vezes pela equipe em decorrência do tempo do estágio, os profissionais que atuam na unidade certamente poderão se beneficiar dele, chamar a comunidade infantil e desenvolver atividades que contribuam para a promoção da saúde e para a prevenção de doenças. Percebeu-se ainda que com as atividades realizadas as próprias mães das crianças guias mostraram-se bem mais abertas e dispostas a procurar os serviços da unidade, o que não ocorria anteriormente. Assim, o uso do brincar como método durante as práticas de estágio foi uma estratégia que favoreceu o envolvimento das crianças em questões importantes para a saúde, que dificilmente despertam o interesse das mesmas quando outros instrumentos são utilizados. É importante dizer que a unidade em que o “Espaço Kids” foi criado, localiza-se em um bairro que tem muitas crianças de famílias em situação de múltiplas vulnerabilidades e que, por conseguinte, tornam-se mais vulneráveis a determinados agravos à saúde. Nesse contexto, além de garantir um espaço específico voltado para as crianças, o uso do “Espaço Kids” pelos profissionais da unidade pode mostrar-se um importante aliado ao realizar atividades dedicadas à prevenção de doenças e à educação em saúde. Ademais, o interesse das crianças despertado pelo lúdico aliado à percepção que o “Espaço Kids” foi construído especialmente para elas ajudam a fortalecer seu vínculo com a unidade, o que facilita o trabalho de assistência à saúde dessa população. Considerações finais: Apesar de a continuação do uso do espaço pelos profissionais para os objetivos aqui descritos mostrar-se um desafio devido à agenda da Atenção Básica, espera-se a permanência dessas atividades, pois elas têm a capacidade de trabalhar a saúde e de aproximar a comunidade. Sabe-se que o brincar não proporciona apenas diversão, mas também promove a aprendizagem, portanto é válido utilizá-lo para levar crianças a aprenderem a cuidar da saúde sem que precisem sair do universo infantil. É essencial frisar que a inserção do método lúdico faz com que a unidade torne-se um espaço interessante para as crianças, sendo que deixa de ser apenas um lugar para ir quando se fica doente e passa a ser também um local em que se aprende e se faz saúde brincando, contemplando ações de prevenção e promoção em saúde.


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Trabalho nº 6589
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DO DIÁLOGO E SOCIALIZAÇÃO COMO TERAPÊUTICA EM UM CENTRO DE DIÁLISE
Autores: Karolliny Correa Barauna, Rodrigo Andrade de Lima, Neyde Alegre de Souza Cavalcante

Apresentação: A terapêutica no contexto do procedimento de hemodiálise mostra-se desafiadora visto que a mesma despende dos pacientes não apenas o tempo para a realização do procedimento, mas também aspectos psicológicos e sociais. A socialização apresenta-se como uma das facetas para o tratamento adequado e humanizado dos pacientes dialíticos, posto que, considerar os aspectos biopsicossociais como um todo se traduz em uma melhoria da qualidade de vida desses pacientes. Objetivo: relatar experiência em terapêutica adequada aos pacientes dialíticos através da promoção do contato intersocial entre os mesmos. Relato de Experiência: as atividades foram realizadas com pacientes dialíticos de um centro de diálise em Manaus (AM) em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), ocorridas de segunda-feira a sábado em diferentes horários. Sabendo-se que a maioria dos pacientes que ali estão para o procedimento de diálise possui doença crônica e que isso os afeta não apenas pela doença em si, mas por todas as dificuldades que envolvem sua terapêutica como aceitar o diagnóstico, ter compromisso com o tratamento, despender tempo para o tratamento, entre outras questões individuais, foram executados meios, com a colaboração de toda a equipe interdisciplinar do centro de diálise, para promover diálogos com os pacientes, identificando-se vivências e preferências em comum dos mesmos e a partir de então promovendo a socialização dos pares. Em algumas ocasiões, também eram realizadas pequenas apresentações informativas sobre promoção de saúde e qualidade de vida, permitindo que aos pacientes sanar suas dúvidas sobre os temas. Além disso, a disposição das poltronas, de forma intencional, ordena-se lado a lado e também frente a frente, facilitando e estimulando o diálogo dos pares de forma ampla e aberta. Assim, principiando uma boa relação e convivência com todas as pessoas que atuam do centro de diálise, os pacientes sentem-se mais confortáveis para expressar suas vivências, preocupações, dificuldades, entre outras questões. Essa construção de linguagem é um índice de grande valia na elaboração de planejamento de uma intervenção terapêutica adequada em todos os níveis que definem o que é saúde bem como uma melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Resultado: As atividades desenvolvidas no centro de diálise revelaram-se altamente efetivas, visto que se conseguiu, a partir delas, obter um diálogo mais amplo tanto entre profissionais e pacientes dialíticos como entre seus pares e ajudar na terapêutica através do mesmo. Vale ressaltar que os pacientes apresentaram abertura comunicacional satisfatória na realização das atividades, transparecendo resultado efetivo ao diálogo construído e desenvolvendo importante vínculo com os profissionais e estagiários que participaram das atividades. Considerações finais: O presente trabalho manifesta a oportunidade de adequar meios terapêuticos às necessidades individuais e coletivas de pacientes dialíticos em um centro de diálise, além de mostrar que muito se pode contribuir através de um estabelecimento adequado de diálogo com os pacientes em questão.


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Trabalho nº 11198
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DE SAÚDE NO NOVEMBRO AZUL: UMA AÇÃO DE ALUNOS DA GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM EM UMA CLÍNICA-ESCOLA DO RIO DE JANEIRO.
Autores: Haryel Ferreira da Silva Martins, Karine Melo Lucas, Carla Oliveira Shubert, Thiago Barbosa Souza, Rayssa Lemos Giglio Dantas, Alexandre Angelo Frias da Silva, Rana Cristina Fernandes dos Santos Torres

Apresentação: No mês de novembro, diversas comunidades da área da saúde promovem o “novembro azul”, com o intuito de orientar a população masculina conscientizar o público masculino sobre o câncer de próstata. Segundo dados do instituto Lado a Lado Pela Vida acontem cerca de 68 mil novos casos e 15 mil mortes casos de câncer de próstata no Brasil. Muitos casos poderiam ser evitados através de educação e saúde e outras estratégias de prevenção, como a detecção precoce. Nesse sentido, desde 2012, o instituto Lado a Lado Pela Vida em conjunto com a Sociedade Brasileira de Urologia, incentivam ações à promoção da saúde masculina com um foco especial no mês de novembro. Considerando este panorama, o Curso de Graduação em Enfermagem da faculdade Bezerra de Araújo, através do seu programa de monitoria acadêmica e da sua clínica-escola, promoveu uma atividade denominada “quintas de conscientização masculina”, cujo objetivo reside na prevenção e promoção da saúde dos homens e em especial, à prevenção da câncer de próstata. Desenvolvimento: Relato de experiência de um aluno do oitavo período de enfermagem em uma clínica-escola da zona oeste do Rio de Janeiro, durante o mês de novembro de 2018, cujo o objetivo relatar a experiência vivida de um aluno em seu momento de educação popular sobre a saúde masculina. foi  Os alunos monitores da clínica-escola, do Curso de Graduação em Enfermagem, da faculdade Bezerra de Araújo, desenvolveram um projeto de orientação sobre a saúde masculina e o câncer de próstata, assuntos englobados na temática do novembro azul. As atividades foram planejadas durante o mês de outubro e durante as quintas feiras do mês de novembro, foram desenvolvidas consultas de enfermagem e ações de educação em saúde com foco na temática apresentada. Na sala de espera, os acadêmicos monitores tiveram a oportunidade de realizar roda de conversa como atividade prévia a consulta a ser realizada. Nesta atividade, os acadêmicos ainda distribuíram material informativo para os usuários. Resultado: foi possível perceber que, após o mês de novembro, aonde as atividades voltadas ao público masculino foram realizadas, houve um aumento na procura deste público pelos serviços oferecidos. Cabe destacar, que com este aumento, foi possível ampliar as atividades de educação em saúde bem como, às consultas de enfermagem destinadas a este público. Considerações finais: A consulta de enfermagem como parte fundamental da prática interdisciplinar de saúde tem ganhado grande importância no âmbito da assistência, principalmente na rede básica de saúde, causando a promoção e a prevenção de saúde. Permitir os alunos de graduação experimentarem, durante a graduação, a prática junto à população é imprescindível para uma boa formação profissional.


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Trabalho nº 6591
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO: UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR NO FORTALECIMENTO DA AMAMENTAÇÃO
Autores: Maria Beatriz de Assis Veiga, Lilian Kuhnert Campos, Ana Maria de Oliveira Ponte, Fernanda Paulina, Thaís Viana Lauar

Apresentação: O aleitamento materno traz uma série de benefícios ao bebê, à mãe, à família e à sociedade. Deve-se investir em sua promoção desde o pré-natal. Após o parto, podem ocorrer dificuldades relacionadas à mãe ou ao bebê, que podem comprometer esta prática. Apoiar a mulher e sua família no puerpério imediato e após a alta hospitalar é necessário para a manutenção da amamentação. Objetivo: Relatar a experiência da implementação do ambulatório de apoio a amamentação em um hospital universitário federal, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Desenvolvimento: A assistência ao binômio mãe-bebê ainda na maternidade, assim como durante as consultas de puericultura, no ambulatório de pediatria, possibilitou a identificação de elementos e situações que impedem e/ou dificultam o aleitamento materno. A introdução de fórmulas infantis, déficit de ganho ponderal do bebê, intercorrências maternas (como ingurgitamento e/ou fissura mamária), dúvidas, incertezas e insegurança da mãe e de seus familiares quanto à nutrição do bebê, se mostraram fatores negativos à amamentação. Essas problemáticas, associadas ao investimento da equipe interdisciplinar em conquistar o título de “Hospital Amigo da Criança”, fizeram com que fosse criado um ambulatório específico para apoiar o aleitamento materno. Resultado: e/ou impacto: A assistência à mãe e ao bebê ocorre de forma interdisciplinar, pois os casos são encaminhados e discutidos por profissionais de enfermagem, médicos e fonoaudiólogos da instituição. Até o momento foram atendidas 23 famílias, incluindo mãe, bebê, pai, avós e os demais familiares que comparecem às consultas. Além do atendimento presencial, um acompanhamento por via telefônica ocorre para garantir maior segurança materna e identificar intercorrências, na perspectiva de intervenções precoces. Utiliza-se também o sistema de busca ativa para os faltosos, visando reduzir perda de casos. A idade das crianças variou entre seis dias a cinco meses de vida. Das 24 crianças atendidas, 16 (66,7%) faziam uso de fórmula infantil antes da primeira consulta. Vinte e uma (87,5%) crianças são acompanhadas por pediatras da instituição em que ocorre o ambulatório de apoio a amamentação e três, nas Unidades Básicas de Saúde. Até o momento, 13 crianças atingiram seis meses de vida, e destas, cinco mantiveram o aleitamento materno de forma exclusiva até a idade referida. Das 24 crianças acompanhadas, quatro abandonaram o acompanhamento, apesar da tentativa de busca ativa. Das 20 crianças que mantiveram o acompanhamento: sete estavam em aleitamento materno exclusivo, e seis o mantiveram; entre as 13 crianças que iniciaram o acompanhamento em aleitamento materno associado ao uso de complemento, três alcançaram a amamentação exclusiva e sete diminuíram o uso da fórmula infantil ou a mantiveram em dose reduzida, predominando a amamentação. Apenas três crianças foram desmamadas antes dos três meses de vida. Considerações finais: Criar estratégias de apoio ao aleitamento materno, de forma interdisciplinar, promoveu a sua manutenção, favorecendo a saúde materna e infantil. Deve-se, portanto, incentivá-las e permitir a ampliação dos atendimentos para que mais famílias consigam se beneficiar desta estratégia.


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Trabalho nº 6593
Título do Trabalho: ATIVIDADES DE PROMOÇÃO DA VIDA E DE PREVENÇÃO AO SUICÍDIO EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Thales Lemos Pimentel, Luís Fernando Mendes Silva, Carolina Henrique da Silva, Matheus Moura Novelli, Eduarda Demoner Paseto, Cristiane Chaves de Souza

Apresentação: De acordo com a sociologia durkheimiana, chama-se suicídio todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato, positivo ou negativo, realizado pela própria vítima e que ela sabia que produziria esse resultado. No Brasil, os dados de mortalidade da plataforma DATASUS relatam a ocorrência de 11.929 suicídios em 2017, um aumento de 76,9% quando comparado com 1996, quando houve 6.743 casos. Esse aumento expressivo evidencia a necessidade de ações de saúde pública voltadas à prevenção do suicídio e à promoção da vida. Nesse contexto, tal temática ganhou destaque nacional com a instituição, em 2015, do Setembro Amarelo, campanha brasileira de prevenção ao suicídio, de iniciativa do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Centro de Valorização da Vida (CVV). O suicídio independe de classe social, e acomete diferentes públicos, dentre os quais destacam-se os universitários. Urge salientar que sinais e sintomas indicadores de estresse, burnout, ansiedade e depressão se revelam comuns entre estudantes universitários, fato qual pode ter implicações consideráveis no processo de aprendizagem e formação do futuro profissional. Nesse sentido, a realização de eventos tais como o Setembro Amarelo no ambiente universitário torna-se extremamente necessária, visto seu potencial de influência não apenas na comunidade universitária, mas a nível municipal e regional. Sendo assim, o objetivo do presente resumo é relatar a experiência da organização de atividades de promoção da vida e de prevenção ao suicídio em uma comunidade universitária. Desenvolvimento: Trata-se de relato de experiência da organização de atividades para o evento "Setembro Amarelo” na Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais. As atividades foram promovidas por uma comissão organizadora composta por dezesseis alunos, sendo nove do curso de Enfermagem e sete do curso de Medicina, em contribuição com diretores institucionais da Universidade Federal de Viçosa e convidados, como Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, Divisão Psicossocial e Divisão de Saúde. Foram realizadas reuniões durante o mês de agosto para programar os temas de cada atividade e dividir as funções necessárias entre os membros da comissão organizadora. As atividades tiveram como foco a promoção da vida e prevenção ao suicídio, sendo gratuitas e abertas à comunidade de Viçosa. Com esse intuito, buscou-se apoio institucional da Universidade, sob a forma de auxílio estrutural para realização dos eventos; financeiro para custeio das decorações e das atividades; publicitário para ampla divulgação do evento aos mais de vinte mil alunos e servidores do campus. As atividades programadas foram realizadas durante todo o mês de setembro de 2019.  Durante a realização de cada atividade houve pelo menos dois membros da comissão organizadora junto ao responsável por ministrar o conteúdo. Após a realização da atividade, os membros da comissão organizadora presentes realizaram suas anotações quanto à percepção do impacto do conteúdo ministrado, metodologia utilizada e participação das pessoas presentes. Finalizado o evento, cada membro da comissão realizou seus repasses ao restante da comissão. Resultado: O evento foi marcado por atividades lúdicas e de promoção da saúde mental e contou com meios de divulgação, a fim de informar e permitir participação ativa do público. No início do mês de setembro, balões amarelos foram pregados nos prédios mais acessados do campus, como a Biblioteca Central, os Pavilhões de Aula, os Restaurantes Universitários e as moradias estudantis. Também foi exibido na entrada principal da Universidade um outdoor temático do evento, a fim de despertar o interesse dos que transitam pela UFV pelo tema Setembro Amarelo. Além disso, cartazes amarelos escritos “O que te faz feliz?” foram afixados em algumas moradias estudantis e no Departamento de Medicina e Enfermagem (DEM), com uma caneta amarrada ao lado para que os transeuntes pudessem escrever e compartilhar seus sentimentos. No dia 10 de setembro, Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, os organizadores entregaram broches amarelos em formato de laço aos estudantes do campus durante os horários de almoço dos Restaurantes Universitários (RU) e os informaram sobre a realização das atividades, incluindo a abertura oficial do Setembro Amarelo UFV 2019, a qual ocorreu na mesma noite. Dentre as atividades que marcaram o evento, destacam-se: uma palestra com representantes do Centro de Valorização da Vida (CVV) de Ouro Preto - MG acerca da prevenção ao suicídio e o papel dessa associação; uma palestra com educador físico e uma nutricionista sobre a influência do exercício físico e da alimentação em eventos patológicos como a ansiedade e a depressão; realização de cine debates conduzidos por um psiquiatra, destacando como as pautas da saúde mental e do suicídio são abordadas pela mídia e quais impactos são gerados nos telespectadores; oficinas de ioga, massagem Shiatsu, mindfulness e forró. A diversidade da programação visou abarcar as esferas biopsicossociais do ser humano, sob a luz da prática médica centrada na pessoa. As atividades foram bem recebidas tanto pela comunidade local da cidade quanto pela comunidade acadêmica. Foi elogiado o pioneirismo do grupo em promover uma articulação interdisciplinar para a organização do evento, bem como a busca pelo apoio de órgãos da Universidade, tornando-se então um evento institucional. Há expectativa de que o evento se torne um programa contínuo de ações de promoção à saúde mental na universidade. Resultado: Por meio da experiência proporcionada, pôde-se perceber a importância de se abordar a temática da promoção da vida e da prevenção ao suicídio no ambiente universitário, tendo em vista a vulnerabilidade psicossocial deste segmento populacional. Destaca-se o caráter extensionista da Academia, uma vez que as ações realizadas pelos autores alcançou, não só a comunidade acadêmica, mas a comunidade viçosense no geral. Ademais, outra reflexão incitada pelo evento foi a necessidade de uma abordagem holística do indivíduo no que tange especialmente ao ponto da saúde mental. A ideia central deste relato de experiência é contribuir para futuras discussões e projetos inerentes à pauta não apenas no cenário viçosense, mas quaisquer outras atividades de educação em saúde e oferecimento de lazer. Reforça-se a ideia de que a tônica da promoção da vida e da prevenção ao suicídio não deve ser restrita apenas ao mês da campanha institucional, mas realizada diariamente na vivência enquanto seres humanos e no arcabouço da prática clínica.


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Trabalho nº 9161
Título do Trabalho: PROMOÇÃO DE SAÚDE EM AMBIENTE ESCOLAR
Autores: Alessandra Teresa Pereira de Barros

Apresentação: As ligas acadêmicas complementam a formação universitária com atividades de ensino, pesquisa e extensão. A Liga Acadêmica Multidisciplinar em Saúde do Adolescente (LAMSA) promove a capacitação dos seus ligantes através de projeto de ensino realizado semanalmente com abordagens de temas voltados para a promoção da saúde do adolescente e da educação entre pares. Método: Este trabalho descreve uma ação de educação entre pares através de extensão realizada pela LAMSA-UFMS em parceria com a Unidade Básica de Saúde da Família “Pastor Eliseu Feitosa de Alencar”, de vivências da equipe nas atividades da liga, no mês de Maio de 2019, com alunos do oitavo ano C da Escola Estadual Elia França Cardoso. Resultado: /Discussão: Abordando os temas Saúde Sexual e Reprodutiva, Infecções Sexualmente Transmissíveis e Drogas, foram realizados 05 encontros semanais em dias alternados com cerca de 30 alunos do oitavo ano. Os temas foram solicitados pela direção da escola em decorrência do aumento no número de adolescentes em situação de vulnerabilidade social e do envolvimento dos mesmo em situações envolvendo drogas e casos de gravidez. Nos encontros foi possível a realização de diversas oficinas onde os alunos puderam receber informações importantes sobre sexualidade, métodos contraceptivos, prevenção de IST, teste rápido, consequências do uso de drogas, bem como tirar suas dúvidas de maneira tranquila e interativa sobre estes temas. Resultado: Ao final dos encontros constatamos que as ações nas escolas trazem como principal benefício o acesso a informações importantes sobre saúde e estabelecem vínculo entre a comunidade adolescente e a unidade básica de saúde da família na região, promovendo a redução de danos bem como a prevenção e tratamentos de doenças.


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Trabalho nº 7114
Título do Trabalho: A MÚSICA COMO PROMOÇÃO DE SAÚDE FRENTE A PACIENTES PSICÓTICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Francisca Elaine de Souza França, Richardson Lopes Bezerra, Natasha Bruna Soares Barros, Angela Maria Alves e Souza, Michell Angelo Marques Araujo

Apresentação: Todos os seres humanos têm diversas dimensões, sejam elas bio, psico, sócio e espirituais, não importando o quanto estejam comprometidos, de uma forma ou de outras essas dimensões se manifestam. A arte é uma estratégia de cuidado, pois, acessa essas dimensões, afetadas ou não pelo adoecimento. Entre as expressões artísticas a música é sem dúvida a mais democrática no tocante ao acesso, ao custo e a disponibilidade, tem o potencial de atenuar o sofrimento psíquico, descarregar o que sufoca e facilitar a expressão corporal e introspecção, configura-se como ferramenta capaz de se alinhar com os moldes da atual proposta de reinserção na sociedade e humanização na saúde mental. Objetiva-se relatar a experiência de acadêmicos de Enfermagem na promoção da saúde de indivíduos portadores de transtorno psicótico por meio de abordagem com música e dança. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência. Durante o estágio em um hospital referência em saúde mental de Fortaleza – Ceará. O relato foi organizado em relação aos participantes, ao ambiente e a análise da experiência. Sugeriu-se aos 30 membros do grupo a realização de uma discoteca, com jogo de luz, músicas de sua preferência e alguns acessórios, diante da explanação, a proposta foi aceita, a não ser por 1 dos indivíduos. Os participantes consistiam em homens e mulheres adultos e idosos. Dessa forma, a discoteca foi realizada em uma sala escura, apenas com luzes coloridas. Enquanto tinham oportunidade de escolher músicas para tocar, dispunham das opções de cantar ou dançar. Resultado: Dentro deste cenário, os sons, timbres e letras causaram efeitos diversos e singulares em cada indivíduo. Um deles, que pouco falava e interagia com os demais, demonstrou empolgação e acabou efetivando passos de dança e cantando. Outra, que estava desanimado há alguns dias, principalmente, por não poder mais exercer sua função em seu trabalho, relatou que algumas músicas relembravam seu passado feliz e isso trazia uma sensação de alegria. Dessarte, transpareceu ainda, uma maior união e interação dos pacientes entre si, o que culminou em uma integração com os companheiros de tratamento. Além disso, a discoteca proporcionou uma maior aproximação dos próprios profissionais da saúde aos pacientes, o que é benéfico para ambos. Por fim, parte deles expressaram ter sido muito relaxante, o que os estimularam a cobrar que a abordagem se repetisse outras vezes. Resultado: A realização da atividade, mesmo que de forma breve, possibilitou que os participantes deixassem de lado seus medos, angústias, vergonha, estigmas e preconceitos que carregam juntamente com seu diagnóstico psiquiátrico, que por tantas vezes potencializam sua condição psicológica. Momentos como esse, que pode ser dito simples, sem grandes instrumentos físicos ou aparelhagem elaborada, pode contribuir de forma eficaz e descontraída no tratamento de quem já vem com uma carga emocional pesada e de muito sofrimento.


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Trabalho nº 6647
Título do Trabalho: REDESCOBRINDO NOVAS MANEIRAS DE SER E ESTAR NOS VERBOS DA VIDA: A SOLIDARIEDADE NA PROMOÇÃO DE REDES/ENCONTROS EM MARICÁ
Autores: Ranulfo Cavalari Neto, Gilson Luiz de Andrade, Pedro Victorino Carvalho de Souza, Rebeca Azevedo Machado Pinto, Leonardo Fontainha, Ualace Carvalho, Andressa Verônica da Silva Santos, Kelly Rodrigues

Apresentação: A experiência de grupo se dá quando os indivíduos interagem entre si, compartilhando normas, objetivos e vivências em uma mesma atividade. O grupo REDEScobrindo compõe-se do esforço de pessoas com diferentes experiências e realidades para discutir os temas de Direitos Humanos, Inclusão Social e Drogas em Maricá RJ. O objetivo do grupo é produzir a transformação das práticas aliada à reflexão crítica dentro de diferentes setores, serviços e coletivos, visando à garantia de direitos como a Saúde, Educação e Assistência Social, de forma equânime e sem diferenciação de raça/cor, gênero, classe social ou qualquer juízo de valor alheio aos direitos que estão (ainda) garantidos pela constituição brasileira. O trabalho feito nesse grupo advém da noção de práxis transformadora (ação-reflexão-ação) sob a égide da práxis política e da transformação social. Tal tarefa torna-se possível a partir das relações construídas pelos diferentes atores nesse processo, que estão REDEScobrindo uma nova forma de transformação da realidade neste município. A prática clínica, a prática pedagógica e as ações realizadas no cotidiano de trabalho, estudo e cidadania desses atores conduzem as discussões, produzindo afetos, parcerias, inquietações, alegria e, por vezes, indignação. Todos esses sentimentos são transpostos e ressignificados pelo desejo de participar de um amadurecimento coletivo que busca por desconstruções. Desde 2014 em trabalhos construídos de maneira Intersetorial despertou-se o desejo coletivo de fortalecer uma frente de trabalho que contribuísse para a educação permanente dos profissionais atuantes nas políticas sociais. De modo a colaborar com os processos de trabalho estabelecidos nos mais diversos setores da sociedade e serviços públicos de Maricá. Tais processos de trabalho estavam imersos na preocupação específica relacionada à descriminalização e ao preconceito em torno dos usuários de álcool e outras drogas, articulando nesse primeiro momento setores como: Saúde, Educação e Assistência Social. As premissas que conduziam o trabalho estabeleciam relação com os conceitos de promoção da saúde, prática educativa, qualidade de vida, participação popular, garantia de direitos, território e produção de cuidado. Em 2019, foi realizada a V Conferência Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas, organizado pelo Conselho Municipal de Enfrentamento à Dependência Química e ao uso Abusivo de Álcool e outras Drogas de Maricá (COMAD) com apoio da Secretaria de Assistência Social. No mesmo semestre também ocorreu dois encontros do ‘Fórum de Discussão Sobre e Com a População em Situação de Rua’, o primeiro com a temática “Sistema Único de Assistência Social (SUAS) para quem precisa” e o segundo com a temática: “Estratégia de Cuidados: compartilhando experiências para pensar nas práticas”. Os fóruns vieram para suprir a necessidade de formação continuada dos profissionais, concomitante a imperativa carência local de identificar as reais necessidades e demandas da população em situação de rua que circulam por Maricá. Em torno desses eventos e mobilizações foi tomando corpo o movimento de fortalecimento de um coletivo, onde há produção de múltiplos encontros entre pessoas com afinidade nas temáticas supracitadas e demais com o interesse em entender tal conjunto de questões, que permeiam a população em situação de rua. Assim, a partir de um desses parceiros, atuante no Consultório na Rua de Niterói, município vizinho a Maricá, passou a integrar o projeto o pesquisador Paulo Silveira, o qual possui contatos com outros pesquisadores da temática “Sociedade e drogas”, inclusive internacionais, como Susan Boyd e Dan Small. Por conseguinte, surge o interesse dos profissionais do Serviço de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (SAPAD) e no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), ambos da Assistência Social, de conduzir junto a esses pesquisadores o projeto “Drogas e Inclusão Social”, o qual já vem sendo desenvolvido em outros municípios, por exemplo Niterói. (?????) Entretanto, em Maricá emerge a ideia e o interesse em transformar tal projeto em um curso direcionado aos profissionais, projetado para o ano de 2020. No primeiro encontro, com o teleconferencista Dan Small, professor e pesquisador canadense, decidiu-se construir um grupo de WhatsApp, para organizar e estruturar o curso. Através do grupo criado, algumas discussões são construídas e pensadas, uma delas fazendo nascer a ideia da implementação do REDEScobrindo, que traz uma ideia de se construir REDES, da maneira mais instituinte possível, com afeto e encontros, na inventividade e busca de se estabelecer aquilo que Espinosa (DELEUZE, 2002) define como bom encontro, quando tem significado de aumento de potência da vida. Ao divulgar essa iniciativa e com a parceria de outros atores, o curso denominado “Redescobrindo, Práticas de Proteção e Garantia de Direitos” será oferecido como curso de extensão, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF). Metodologicamente, serão quatro encontros, viabilizados via teleconferência com os pesquisadores supracitados, com tradução simultânea, e o último presencial com a visita do pesquisador Dan Small na cidade de Maricá. Desde então, o grupo REDEScobrindo vem se organizando via WhatsApp com a finalidade de articular-se e planejar atividades para viabilização do curso bem como, a possível organização e criação de um livro sobre as experiências exitosas e inovadoras em Maricá que foram importantes para os serviços, coletivos e movimentos sociais, produções que tiveram um caráter interdisciplinar e intersetorial que vão de encontro à premissa de justiça social, democracia e coletividade, a qual o grupo acredita e aposta. Nesse início de 2020, o coletivo do Curso REDEScobrindo vem ampliando seus participantes, e atualmente é composto por pessoas que são usuárias dos serviços de assistência social, gestores, pedagogas, estudantes, estagiários, redutores de danos, psicólogos, professores, assistentes sociais, jornalistas, advogados, médicos, enfermeiros, representantes de coletivos e movimentos sociais, entre outros. Tal grupo conta também com a participação de pessoas de outros estados brasileiros, como Pará, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, interessadas em contribuir com o curso e trocar experiências. Este, conforme mencionado, está em crescente ampliação e compõe-se atualmente de mais de cento e vinte interessados nesse exercício, que é o de repensar as práticas e descobrir novas formas de produzir cuidado em saúde, de garantir direitos e acesso aos serviços, de educar para a cidadania e de viver em coletividade. Hodiernamente, o que tem nos afetado é a possibilidade de uma construção coletiva via rede, que tem se tornado social pela implicação de seus membros, que de forma reflexiva e instituinte, tem buscado pensar estratégias de cuidado do outro que extrapole o que já tem-se como dado e consolidado pelas políticas públicas vigentes. Neste sentido, mais do que um grupo social midiático, temos buscado utilizar a tecnologia, presente através do grupo de WhatsApp e das teleconferências, como dispositivos para aquecer a rede que se traça no fazer coletivo. Assim, busca-se atuar REDEScobrindo caminhos para a participação popular e cidadania dos munícipes de Maricá, traçando linhas de fuga daquilo que está instituído e capturado pela sociedade de controle (DELEUZE, 2013), que nos circunda e torna as políticas sociais parte do aparato para sequestrar a vida, esgotando ao máximo o interesse de vínculos dos indivíduos, com tutelas escravizantes. Enfim, o REDEScobrindo se insere nesse contexto, como um agente em busca da solidariedade para promoção de vínculos em liberdade e a construção de espaços que favoreçam a emancipação popular e ampliação da vida.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 8140
Título do Trabalho: SAÚDE NA ESCOLA: Resultado: INICIAIS DO SUBPROJETO MULTIPLICANDO SAÚDE: PROMOÇÃO DE SAÚDE DE ADOLESCENTES NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE, DO PET SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE
Autores: Carolina Mattoso Lopes de Azevedo, Brenda de Oliveira Silva Ribeiro, Thatyane Moraes Costa, Victória Luzia Neves Pereira

Apresentação: O subprojeto “Multiplicando Saúde: promoção de saúde de adolescentes na perspectiva da educação popular em saúde” está inserido no PET Saúde/Interprofissionalidade, que acontece no campus Realengo do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), em conjunto com a Coordenação de Área Programática (CAP) 5.1. O PET visa consolidar a prática colaborativa e educação interprofissional por meio do trabalho conjunto entre estudantes e docentes das mais diversas áreas da saúde e profissionais atuantes nos serviços de saúde. A escola onde o subprojeto é realizado situa-se em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e atende o segundo segmento do ensino fundamental. O objetivo é capacitar adolescentes para que sejam multiplicadores de estratégias promotoras de saúde para os estudantes e demais usuários do território. A formação dos alunos é baseada nos princípios da Educação Popular em Saúde e do Programa Saúde na Escola. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa. Para a coleta dos dados, elaborou-se um questionário para identificação dos temas de maior relevância apontados pelas turmas do 6o e 7o anos. Os temas do questionário foram previamente selecionados pela equipe do PET a partir de evidências científicas que tratam sobre a saúde de adolescentes: violência, gravidez, suicídio, automutilação, álcool e outras drogas, ansiedade e depressão, tabagismo e obesidade. Os alunos responderam anonimamente ao formulário e poderiam marcar mais de um tema. Além disso, na folha havia um espaço no qual era possível indicar algum tema que não estivesse nas opções e que fosse relevante para os alunos. A análise dos resultados foi feita por meio de tabelas no Excel®. Resultado: Após a análise dos resultados do questionário, percebeu-se que nas turmas de 6o ano a média de idade foi de aproximadamente 12 anos e, em relação ao sexo, 47% eram meninas e 37%, meninos. Já nas turmas de 7o ano, a média de idade foi de 13 anos e os sexos 41,8% feminino e 49% masculino. Observou-se que 25,2% dos alunos não identificaram seu sexo e o mesmo ocorreu com a idade, o que representou 7,6% do total de discentes participantes. Os temas mais apontados pelo 6o ano foram: Violência - 18,4%; Ansiedade e Depressão - 17%; Suicídio - 16,2%; Automutilação - 11,6%; Álcool e outras drogas - 10,5%; Gravidez na adolescência - 8,8%; E no 7o ano, os temas foram: Violência - 17%; Ansiedade e Depressão - 16,6%; Suicídio -16,1%; Gravidez na adolescência - 12%; Automutilação - 11; 5%; Álcool e outras drogas -11,5%; Tabagismo - 6%. Considerações finais: Esses resultados permitiram identificar que as demandas dos adolescentes estavam relacionadas a temas como: violência, saúde mental, álcool e drogas e sexualidade, que são atualmente, as principais causas do adoecimento progressivo dessa população. Assim, foi possível à equipe do PET elaborar estratégias direcionadas ao interesse dos alunos, de modo que a construção coletiva das ações tenha favorecido a criação de vínculo entre alunos do PET e da escola e consequentemente sua capacitação como multiplicadores.


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Trabalho nº 8142
Título do Trabalho: O PAPEL DO PROFISSIONAL DE SAÚDE NA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Autores: Jader da Silva Ramos, Adson da Conceição Virgens, Cinoélia Leal de Souza, Elaine Santos da Silva, Denise Lima Magalhães, Daniela Teixeira de Souza, Leandro da Silva Paudarco, Anne Layse Araújo Lima

Apresentação: A relação entre saúde e meio ambiente é uma temática de suma importância no cotidiano dos indivíduos, uma vez que a interdisciplinaridade de ações de ambas as áreas podem promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas, sobretudo por meio da educação em saúde e educação ambiental. O Brasil enfrenta problemas básicos de estruturação, efetividade e acesso a serviços e equipamentos públicos básicos, como educação, saneamento básico, infraestrutura e saúde, uma vez que tais fatores são condicionantes para o surgimento de doenças, sendo considerado um retrato da acumulação epidemiológica. As diversidades climáticas de relevo e de pessoas no país, da crise ambiental acentuada pelo modelo atual de desenvolvimento nas cidades, sobretudo os avanços tecnológicos e o estilo de vida da população contribuíram para o surgimento dos problemas socioambientais e de saúde tanto em países desenvolvidos quanto em subdesenvolvidos. Os problemas ambientais enfrentados pela sociedade são cada vez mais evidentes e requerem ações de educação ambiental que sejam eficazes na promoção da sensibilização ambiental dos indivíduos, vale ressaltar que o profissional de saúde tem como uma de suas atribuições a de educador, sendo que a abordagem da percepção ambiental representa uma ferramenta de ação de programas voltados para busca de qualidade do ambiente  Objetivo: discutir sobre a atuação dos profissionais de saúde na promoção da educação ambiental na atenção primária a saúde em um município do semiárido nordestino. Desenvolvimento: a pesquisa foi realizada com abordagem qualitativa exploratória, visando compreender o modo de vida do indivíduo ou de determinados grupos, respeitando os valores, crenças e costumes dos participantes envolvidos, na qual os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais, utilizando um questionário semiestruturado, aplicado a 25 profissionais atuantes na Estratégia de Saúde da Família. A população do estudo foi definida por conveniência, sendo entrevistados 25 profissionais de saúde atuantes na Estratégia de Saúde da Família (ESF) da cidade de Guanambi (BA). Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais realizadas nas unidades de saúde. As entrevistas ocorreram com a utilização de um questionário semiestruturado, com duração média de 20 minutos esse instrumento foi composto por questões relacionadas as características da área estudada, as ações realizadas pelos profissionais de saúde com enfoque na promoção da saúde e prevenção de doenças. Durante a entrevista foram indagados sobre as orientações realizadas voltadas a proteção do meio ambiente, os esclarecimentos em relação a ingesta de água contaminada, prevenção da dengue e correlação entre saúde e meio ambiente A partir dos resultados, foram elencadas duas categorias temáticas para discussão: a relevância da educação ambiental na redução de doenças e a compreensão dos profissionais sobre promoção à saúde. O trabalho seguiu a Resolução 466/2012, que rege sobre pesquisa com seres humanos, preservando os direitos dos que participam, bem como a garantia ao sigilo. O estudo em questão faz parte da pesquisa intitulada “As relações entre saúde e meio ambiente nas práticas de promoção à saúde” e foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e aprovado no dia 05 de dezembro do ano 2017, sob o protocolo CAAE: 79882217.8.0000.0055. Resultado: Os dados obtidos mostram que a equipe de saúde pouco integram os conhecimentos da saúde com o meio ambiente ao praticarem ações educativas, pois boa parte dos entrevistados dizem que não acontecem ações que tangem a educação em saúde nas residências, sendo que o fato de assumirem tal conduta evidencia que orientações a comunidade não são desenvolvidas pelos profissionais. De acordo com os resultados da coleta, as orientações obtidas pelos usuários são majoritariamente em períodos endêmicos e exercidas por determinados profissionais, dando enfoque na patologia, o que manifesta a limitação das ações bem como a eficiência das mesmas, uma vez que a prevenção não se dá apenas em um determinado período, e sim pela adesão e continuidade das ações, não apenas pelos usuários, mas por todos profissionais de saúde e gestão pública, assim temáticas envolvendo medidas preventivas como: a vacinação, lavagem de alimentos, das mãos, higiene do lar e ambiental são contextos importantes para serem inseridos e disseminados por todo o ano. Nesse Sentido, é importante que os profissionais sejam capacitados para suprir as necessidades e demandas da população adscrita, principalmente para discorrer sobre temas relacionados à saúde humana e ambiental e os seus impactos no quadro de saúde local e global. Considerações finais: No estudo foi possível perceber que há pouca realização de orientações e esclarecimentos pelos profissionais no que tange ao meio ambiente e o conhecimento sobre a relação entre saúde e meio ambiente, no qual ainda é pouco difundido para população, sendo que as orientações desenvolvidas são explicações sucintas e básicas, podendo ser abrangidas com maior eficiência e de forma mais precisa, pois abordagens sobre a temática de maneira explicativa e com maior ênfase na saúde ambiental. Os dados revelam que 52% dos entrevistados não realizam as orientações ambientais, fato que repercute tanto diretamente quanto indiretamente na qualidade de vida da população, sendo que tanto a prevenção de doenças quanto a promoção a saúde são prejudicados. Assim, torna-se relevante mencionar que os profissionais devem buscar a aquisição de conhecimentos acerca de temáticas relacionadas à saúde ambiental, visto que é um assunto que ainda necessita ser levado para os campos de discussão, não somente no âmbito dos profissionais de saúde e usuários, mas também ao setor público. É importante destacar que a capacitação dos profissionais relacionadas a saúde ambiental também deve ser promovida pela gestão pública, visto que o processo de saúde/doença e a crescimento da morbimortalidade da população torna-se dispendioso aos cofres públicos. Diante disso nota-se que a população possui uma grande influência na saúde ambiental, pois tem a responsabilidade de traçar ações envolvidas com os impactos ambientais, de modo que se tornem adeptos de condutas sustentáveis, não poluindo, não descartando de forma inapropriada os resíduos sólidos, realizando coleta seletiva, reciclagem, cuidados com a água e também buscarem conhecer sobre a temática ambiental, sendo que os mesmos munidos de conhecimentos sobre as relações entre saúde e meio ambiente podem desenvolver a capacidade de correlacionar com os problemas que os mesmos podem trazer a saúde, consequentemente se tornam promotores de medidas sustentáveis para  melhorar em sua qualidade de vida. Nesse sentido o papel do profissional de saúde também é um fator primordial, pois atua disseminando informações para população com um maior embasamento teórico-científico, traçando estratégias e medidas para sanar as demandas nos contextos socioambientais da comunidade em que atua.


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Trabalho nº 8143
Título do Trabalho: PROMOÇÃO EM SAÚDE ATRAVÉS DE UMA OFICINA DE SEXUALIDADE COM ADOLESCENTES
Autores: Francielle, Helena Costa, Guimarães Gasperim

Apresentação: O presente resumo objetiva descrever a experiência vivenciada durante uma atividade realizada por alunas e professoras do curso de serviço social que fazem parte do Projeto de Extensão Saúde e Cidadania: Recriando a Realidade Social do Departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR. A atividade apresentada tem como objetivo a discussão sobre a sexualidade do adolescente e a prevenção a saúde sexual, foi desenvolvida a partir da pedagogia de Paulo Freire, que consiste em emancipar o sujeito recriando as relações sociais, despertando sua conscientização e autonomia. A educação popular visa valorizar o conhecimento prévio da população e suas realidades culturais na construção de novos saberes, assim as atividades de promoção em saúde aconteceram através da relação ensino-aprendizagem, em que os sujeitos se completam e todos participam de um mesmo processo, com objetivo da construção e desconstrução de paradigmas referentes à saúde do adolescente. Desenvolvimento: A atividade foi desenvolvida no primeiro semestre de 2019, em uma instituição de contraturno do município de Ponta Grossa/PR, contando com 18 adolescentes de idade entre 12 a 14 anos, sendo que o tema tratado foi sexualidade e prevenção. A atividade teve início a partir da seguinte pergunta: “O que vocês conhecem e entendem sobre sexualidade?”. As respostas foram variadas, como: sexo, amor, procriação, grito, LGBT, preservativo, camisinha e alegria. A partir disso, metaforicamente, foi feito um guarda-chuva, para explicar a sexualidade, com vários subtemas colados nas pontas desse guarda-chuva com formato de gotas que representavam: a identidade, afeto, gênero, desejo, prevenção, vínculo, comunicação e bem estar. Um dos objetivos era instigar os adolescentes a discutir o tema e saber o nível de conhecimento sobre o assunto. Para adentrar ao tema da prevenção, foram realizados outras três perguntas, instigando a discussão: “Quais os métodos preventivos que vocês conhecem?”, “O que é dupla proteção?” e “Quais são os riscos do sexo sem proteção?”, também foi pedido para que os adolescentes fizessem perguntas em anônimo sobre o assunto para serem respondidas no decorrer da atividade. Por último, a atividade prática foi a “Caixa Surpresa”, essa dinâmica propôs conhecer vários tipos de objetos utilizados para proteção sexual e de higiene pessoal, como: camisinhas feminina e masculina, absorventes (interno, diário e noturno), coletor menstrual, pílula do dia seguinte, anticoncepcional, lubrificante sexual, barbeador, desodorante, maquiagem, hidratante corporal e perfume. Para a dinâmica, utilizou-se de uma caixa grande com os objetos citados numerados, e outra caixa menor com os mesmos números para serem sorteados. O adolescente que tirasse um número deveria ir até a caixa grande e retirar o objeto correspondente, e em seguida, explicar o que era o objeto e para que servia. Iniciada a atividade, percebeu-se a aceitação e interesse dos adolescentes devido às várias questões levantadas por eles que foram sendo esclarecidas pelas extensionistas e professoras. Resultado: Como resultados a equipe de extensão avaliou o encontro como positivo, tendo em vista a riqueza da discussão que se formou. Essa avaliação foi possível ser feita a partir das respostas obtidas pelos adolescentes durante toda a roda de conversa de discussão, sendo que foi esclarecido dúvidas sobre o que abrange sexualidade e especificamente a relação sexual segura e saudável. No entanto, a partir do relato da discussão acerca da “Caixa Surpresa”, pode-se considerar que foi extremamente proveitosa para o grupo, sendo que todos demonstraram interesse sobre o assunto. A seguir, relata-se alguns dos objetos que geraram maior discussão e curiosidades entre os adolescentes: a) Pílula do dia seguinte - esse objeto desencadeou vários questionamentos: ‘É abortivo?”, “Quando devo tomar?”, “Só no dia seguinte?”, “Deixa infértil?”; b) Absorventes de pano, noturno e diário - todos os adolescentes conheciam este objeto, entretanto gerou dúvidas quanto a sua eficácia. Para demonstração,  emergiu-se o objeto em um copo de água e o mesmo absorveu toda a água, assim gerou bastante curiosidade e surpresa, principalmente, para os meninos; c) Coletor menstrual - Metade dos adolescentes não conheciam o objeto, gerando curiosidades: “Como coloca?”, “Não machuca?”, “Não vai virar e derramar, já que se parece um copo?”. Após uma explicação sobre como funciona e sua composição, foi exposto com protótipos como colocá-lo e retirá-lo; d) Camisinha masculina - as dúvidas desse objeto surgiram em torno das novas formas existentes no mercado, como camisinhas com sabores, por exemplo; e) Camisinha feminina - Todos conheciam o item, mas não sabiam como colocar e a dúvida principal foi se era possível a mulher e o homem utilizarem camisinhas ao mesmo tempo; e f) Anticoncepcional - Todos tinham o conhecimento do que era, sendo que as dúvidas aqui foram sobre a  possibilidade de utilizar a pílula do dia seguinte, juntamente com o anticoncepcional. Dessa forma, com a dinâmica realizada e as dúvidas que surgiram foi possível realizar um debate bastante esclarecedor e que contribuiu muito para o conhecimento dos adolescentes. A forma de avaliação utilizada ao final da oficina foram questões abertas que abordou, como se sentiram com relação ao tema?, se foi relevante para eles?, se algum momento sentiram-se constrangidos e porque?, e se mudariam o tema do encontro?, e com base nas questões a  maioria afirmou que sentiram-se bem, e que o tema tem extrema importância pois estão na fase de descobertas, com relação ao tema escolhido só acrescentariam mais sobre o assunto. Consideração: O desenvolvimento da oficina  com o grupo de adolescente permitiu constatar que para a formação e condução de grupos de educação para a saúde tem-se a necessidade de uma elaboração, coordenação e um espaço adequado para que o trabalho  tenha resultados positivos. Durante os encontros, em especial o de sexualidade e prevenção, procurou-se manter uma relação  de confiança e cumplicidade que foi construída no decorrer da oficina, sendo  indispensável para  atingir os objetivos propostos. O projeto de extensão possibilita   a aproximação entre comunidade e acadêmicos, constituído como  dever da Universidade. Dessa forma,  pode-se  afirmar que o projeto de extensão Saúde e Cidadania: Recriando a realidade social é uma troca de experiências  muito enriquecedora para ambas as parte. Ainda, o encontro relatado vem reafirmar a confiança para discutir um assunto que em muitos lares é tabu ou é deixado de lado pela vergonha em  falar sobre sexualidade com filhos e a família; sem dúvida o estreitamento das relações possibilitou a abordagem do tema de forma segura e saudável.


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Trabalho nº 9680
Título do Trabalho: CUIDAR DE SI” RELAÇÃO ENTRE A EDUCAÇÃO E A PROMOÇÃO DE SAÚDE EM CRECHE PÚBLICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Eliane Mara Viana Henriques, Fátima Ariely de Souza, Virginia Maria da Costa Costa Oliveira, Maria Soraia Pinto, MARIA DO SOCORRO LITAIFF RODRIGUES DANTAS, Ravena Viana Ximenes

Apresentação: A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (2017) é um comprovativo de referência para todas as escolas de rede pública. A mesma estabelece normas de aprendizagem fundamentais que todos os alunos devem desenvolver durante o período de educação básica, de forma que os estudantes estejam assegurados do direito de aprender e desenvolver. Assim no decorrer do ensino básico desses alunos é de extrema importância assegura o direito às dez competências gerais propostos pela BNCC. No primeiro período da Educação básica os alunos do infantil tem a garantia de seis direitos de aprendizagem sendo eles conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhece-se. Dessa forma as crianças terão habilidades para se desenvolver e articula-se com o meio social. Dessa forma a escola torna-se um campo de experiência que na qual os estudantes tem o contato com o outro, consegue se expressar, fala, pensa e agir. Dessa forma todas essas competências irão ajudar na educação e valores desses alunos. Refletindo diretamente não ações da mesma, tornando assim mais humano e socialmente justo e também respeitando a preservação da natureza. A escola é um espaço privilegiado para práticas de promoção de saúde e de prevenção de agravos das doenças (BRASÍLIA, 2011), e também de experiências, relações e desenvolvimento das opiniões críticas e politicas de forma que ajudem na construção de valor pessoais, crenças e conceitos. A política de saúde é de extrema importância para auxiliar nas intervenções com o objetivo de diminuir as consequências de ações sobre o efeito de adoecer, e favorecer a ampliação de escolhas saudáveis pelos indivíduos e coletividade (BRASÍLIA, 2010). O Programa Saúde na Escola (PSE) (2011), afirma que para o desenvolvimento de praticas educativas em saúde na escola é necessário que seja considerado as diversidade culturais, e sociais seja ela na coletividade ou individuais, para que se tenha um melhor proveito do compartilhamento de saberes. Para realizar a promoção de saúde nas escolas é necessário uma relação e apoio entre os profissionais da equipe de saúde da família (ESF) com os educadores escolares e os pais dos alunos para que possam capacitar e habilitar esse público (BRASÍLIA, 2011). A promoção de saúde, como um método de produção da saúde, ou seja, uma maneira de pensar e se articular com outras politicas objetivando promover ações estratégicas transversais que permitem atender as necessidades de saúde do indivíduo e coletividade (BRASÍLIA, 2010; CARVALHO, 2015). Esse relato tem como objetivo descrever a experiência vivenciada na atividade educativa promotora de autocuidado e higiene pessoal em crianças de uma creche de um bairro na cidade de Fortaleza (CE)   Método: Trata-se de um relato de experiência de uma atividade educativa sobre o autocuidado, realizada em setembro de 2019, em uma creche com crianças do ensino infantil 3 na cidade de Fortaleza (CE). Essa instituição faz parte de um equipamento social na área adstrita de Unidade Basica de Saúde pertencente a regional VI. Este estudo é parte integrante das atividades desenvolvidas por uma turma de alunos do estágio de Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza. Utilizou-se uma atividade lúdica e teve duração de 90 minutos, destinada para as crianças do infantil III, com faixa etária de 4 à 5 anos de idade. No primeiro momento realizou-se uma avaliação nutricional com todos os alunos que estavam cursando o ensino infantil III. Cerca de 70% das crianças encontrava-se com o peso adequado para idade, 20% estava com o peso acima do que se recomenda para a idade, e 10% estando assim com o peso baixo para idade.  Dessa forma observou-se a necessidade de uma atividade educativa que envolvesse a higienização das mãos, uma vez que esses alunos antes de realizar as refeições utilizavam apenas álcool gel como fonte de limpeza, não sendo assim uma forma eficaz de eliminação de microrganismo patogênicos. Posteriormente elaborou-se um plano de aula na qual foi relatada a de que forma que iria ocorrer à atividade, tendo como objeto estimular o hábito de higienização das mãos pelas crianças, com o intuito de promover a saúde. Os materiais utilizados para o decorrer da atividade foram: glitter, creme corporal, papel toalha, álcool em gel, sabão e água. O resgate da memória foi utilizado com técnica, com o intuito de estimular os conhecimentos prévios das crianças. Após demonstrar todas as maneiras possíveis da lavagem das mãos e eliminação das sujeiras, as crianças foram orientadas a sentar em círculo e cada um recebeu a imagem dos materiais que foram utilizados na atividade. Posteriormente realizou-se o momento de avalição. Dessa forma ao final da atividade as crianças deveriam identificar nas fotos a forma mais eficaz de eliminar os germes e colar no mural. Assim foi considerada uma margem de acerto sendo 20 a 35% como objetivo não atingido, 40 a 60% bom desempenho e acima de 65% ótimo desempenho. Resultado: Participaram da atividade um total de vinte e três crianças do infantil III. Utilizou-se o lúdico no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Jean Paget a interação entre o indivíduo e a comunicação é sem dúvidas consequência mais evidente da linguagem verbal e não verbal, que irá acarretar modificação no meio intelectual, social e afetivo dessas crianças (BOCK, 2005). Do total de crianças participantes 82% delas, ou seja, a maioria dos alunos conseguiu alcançar o objetivo da atividade proposta pelas estagiárias, e apenas 18% das mesmas não conseguiram atingir a meta estabelecida. Assim a atividade proporciona a essas crianças diretamente a sua habilidade de cuida-se de sim e identificar os riscos que pode correr caso não tenha hábitos básicos de lavar as mãos. Relacionando assim a atividade com a Política Nacional de Promoção da Saúde (2010), pode se perceber que foi atingido objetivo proposto pela mesma, como executar ações de promoção de saúde dentro do espaço escolar, ampliando assim a autonomia e responsabilidade do individuo e coletividade, contribuindo para o desenvolvimento do auto cuidado. Se a maior parte das crianças conseguirem aplicar no seu dia a dia o hábito de higienização das mãos nos momentos corretos, posteriormente, de forma indireta esse aprendizado irá refletir no que diz a Política Nacional de Alimentação e Nutrição em sua sétima diretriz controle e regulação dos alimentos, que o planejamento das ações de saúde, fazendo se presente à promoção da alimentação adequada e saudável (BRASILIA, 2013).  Considerações finais: Pode-se concluir que a atividade realizada com as crianças da Creche contribuiu para o aprendizado. É possível afirmar que a escola em si é um equipamento social ideal para que posteriormente possam desenvolver atividades de promoção da saúde e prevenção de agravos, uma vez que as crianças nesse período de crescimento e desenvolvimento têm um papel fundamental de reproduzir em casa para a família o que se aprende na escola. Considera-se a importância do Programa Saúde na Escola (PSE), além de ser uma ação intersetorial, integra diferentes contextos de saúde, proporcionando uma maior abrangência dos cuidados de saúde e possibilitando os alunos serem (co) participantes na promoção e prevenção de saúde.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7122
Título do Trabalho: APLICAÇÃO DO MODELO EXPLICATIVO/AVALIATIVO DE LEME E SERRA (2015) NA FORMAÇÃO DE ADOLESCENTE E JOVEM PROMOTORES DA SAÚDE
Autores: Cibele Rodrigues Paes Leme, Flavia de jesus Neiva Sampaio, HELOISA SUZANE DE SA MATOS, Andreza Gonçalves V. Amaro, Luciene Belfort Santos

Apresentação: A adolescência é um período de rápido desenvolvimento  físico, cognitivo, social, emocional e sexual, Este momento da vida, apresenta um aumento do descompasso entre a  maturidade biológica e a transição social à idade adulta e um equilíbrio entre proteção e autonomia. A adolescência é uma das fases mais rápidas e formativas do desenvolvimento humano exigindo atenção especial nas políticas, programas e planos  nacionais de desenvolvimento. Portanto, falar em RAP da saúde (Rede de adolescentes Promotores da saúde) é uma forma de concretizar a atenção integral nesta fase de incríveis transformações - A proposta do RAP da Saúde é fazer a diferença nas comunidades, onde esses jovens residem, contribuindo para a promoção da saúde e da cidadania nos seus territórios; participar de fóruns políticos, defendendo os interesses da juventude que vai construir uma cidade, um país, um planeta mais justo e sustentável; produzir textos, fotos, vídeos e compartilhar as ideias na internet, fazendo com que informações relevantes cheguem a um número cada vez maior de jovens. Nosso o objetivo é de potencializar e levar a apropriação do conhecimento aos jovens e as comunidade por meio de pares, para isto, ofertamos um curso de formação para Adolescentes e jovens composto de aulas teóricas, com temas como: Planejamento, Estatuto da Criança e Adolescente, Infecções Sexualmente TransmissíveisAIDS, Gênero, Sexualidade, Maternidade e Paternidade, Violência, Álcool e outras drogas, Tabagismo, Alimentação Saudável, Elaboração de projetos, Captação de recursos, Confecção de relatórios, Metodologias participativas, Protagonismo juvenil, teatro, e etc. Considerando o aporte teórico necessário à formação em Promoção da Saúde e, principalmente, para adolescentes, com diferentes níveis de escolaridade e de vulnerabilidades, percebemos que tínhamos um cenário, onde a concretude deste trabalho exigia uma tecnologia que auxiliasse o processo de ensino aprendizado, A tecnologia social utilizada foi o Modelo Explicativo/Avaliativo de Leme e Serra (2015) adaptado. Método: utilizamos uma abordagem qualitativa, exploratória, descritiva., que abrange os estudos que tratam do ser humano em sociedade, de suas relações e instituições, de sua história e de sua produção simbólica. A pesquisa exploratória é desenvolvida com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato, especialmente, quando o tema é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais visando a atuação prática. Cenário do estudo: Áreas de planejamento 2.2 da Cidade do Rio de Janeiro, os sujeitos da pesquisa, foram jovens com faixa etária entre 16-20 anos, selecionados por meio de análise curricular, carta de intenções e critérios de vulnerabilidade além de uma entrevista presencial para fazer parte do RAP, perfil dos adolescentes em relação: ao sexo: 50% masculino e 50% feminino; a raça: 100% se declaram negros; a escolaridade: dois estão cursando a universidade; dois o ensino médio e 4 o ensino fundamental (Educação de Jovens e Adultos – EJA). Os encontros que totalizaram 28hs semanais, totalizando 496h. Resultado: Para a realização do estudo, fizemos a adaptação do Modelo Explicativo/Avaliativo de Leme e Serra (2015), alterando somente o agente da ação. As oficinas transcorreram com: realização de reuniões temáticas, com apresentação de filmes, desenhos animados, documentários no primeiro momento e com planejamento das ações a serem realizadas. Primeira etapa do processo: Os jovens reconheceram os espaços potentes do território (a unidade de saúde; a escola; as organizações públicas e privadas e a própria comunidade onde eles estavam inseridos); Segunda: Debatemos sobre as técnicas de Pedagogia e Andragogia, apresentadas por meio de metodologias ativas, fazendo com que eles vivenciassem a experiência. Terceira etapa: Na discussão sobre o tema diabetes, devido à necessidade de orientações, não só para a qualidade de vida, como também para a prevenção de sequelas, após assistirem a um desenho animado, e discutirmos o tema, o grupo sentiu necessidade de ampliar os conhecimentos, para isto, o RAP fez uma entrevista com a médica responsável pelo monitoramento da Saúde do Adulto da CAP 2.2. Em relação à Intersetorialidade, o Rap, estabeleceu parcerias com o Caminho Melhor Jovem; com Secretaria Estadual de Cultura e com o CEDAPS (tema tuberculose);  de forma transversal  ele se apropriavam  do tema a saúde como direito. Em relação à apropriação do conhecimento, na discussão sobre fatores de riscos para a diabetes. Quarta etapa: Os jovens do RAP fizeram o levantamento junto aos usuários, falaram sobre hábitos saudáveis com muita propriedade. A utilização dessa ferramenta, fez com que os jovens, tivessem um protagonismo reflexivo sobre as ações que realizavam; os jovens protagonizaram suas ações na unidade básica de saúde, Quinta etapa: e mesmo se defrontando com problemas gerenciais, estes jovens apropriaram-se e buscaram (tomada de atitude) o conhecimento, através da gerente da unidade básica, que é nutricionista por formação, eles solicitaram que ela  liderasse um debate sobre alimentação saudável, apropriaram-se do conhecimento,  planejaram e realizaram uma ação em parceria com Caminho melhor Jovem(CMJ) na sede da ONG (espaço potente do território). Sobre as mudanças socioambientais, apresentamos um exemplo de ação exitosa  na aplicação prática do modelo, algumas  unidades que antes não  realizavam ações para o estímulo ao pai no cuidado com a criança, a partir da iniciativa do RAP que instituiu O “Certificação dos pais presentes participantes nas UBS” começaram a emitir certificados, fora dos meses de campanha e sem a presença do RAP, assim eles modificaram o comportamento do território (Unidade Básica de Saúde). Foram planejadas e realizadas durante o período em estudo as seguintes ações: “Onde estão os jovens? No RAP da Saúde!” (Levantamento nas comunidades da Formiga, Borel, Alto da Boa Vista e Abrigo Ayrton Senna - Vila Isabel, com os jovens, sobre o “quê” eles queriam saber para a melhoria de sua qualidade de vida e de sua comunidade); “Diabetes: É possível controlar” (Entrevista com a responsável pelas linhas do cuidado do adulto da CAP 2.2); “Jogo da Memória” (construção de um jogo da memória educativo sobre hepatites virais e produção de vídeo educativo), “Abertura e encerramento da Semana do Aleitamento Materno” (Mobilização no Cristo Redentor e na Praia de Copacabana)”, “Conferencia Municipal de Saúde” (Aplicação do FINDRISC no Stand da CAP 2.2), “Mês da Paternidade”(Certificação dos pais presentes participante nas UBS, e produção de vídeo um educativo),”Mobilização para encaminhamento dos jovens das comunidades para a Bienal do Livro” (Parceria pública Secretaria do Estadual de Cultura do RJ) e “Jogo da tuberculose” (Ação realizada nas escola do território em parceria com o CEDAPS). Considerações finais: A utilização do Modelo Explicativo/Avaliativo (2015), como Ferramenta de ensino-aprendizagem para realização de ações de Promoção da saúde, facilitou o processo para a realização das ações do RAP da Saúde 2.2. Os Jovens realizaram ações de Promoção da Saúde, de forma reflexiva, levando informações geradas por meio da produção de conhecimento científico, visando ações que efetivamente promovam a melhoria da qualidade de vida da comunidade.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 12244
Título do Trabalho: AÇÃO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO MECANISMO PROMOTOR DO CONTROLE EMOCIONAL DE ESTUDANTES PRÉ-UNIVERSITÁRIOS: INTERVENÇÃO PARA A PROVA E PARA A VIDA
Autores: Nilo Cesar Raiol de Lima, Rodrigo Alex de sousa Galdino, Luanna Moreira Silva, Gabriel sá Sastre, Geraldo Mendes de Araújo Junior, Ana Clara Matos Costa, Davi Gabriel Barbosa

Apresentação: A realidade pré-universitária é uma questão envolvida por diversos agentes estressores da saúde mental estudantil. Nesse sentido, pode-se destacar a pressão social e familiar sobre a necessidade de ingresso no ensino superior. Nesse contexto, é possível observar o desenvolvimento de transtornos comportamentais por estudantes na fase pré-vestibular, a exemplo do Transtorno de Ansiedade (TA), o qual está presente em 9,3% da população brasileira, sendo o Brasil o país com o maior número de casos de ansiedade entre todos os países do mundo. Além disso, há outros aspectos de suma importância no âmbito dos transtornos desenvolvidos em decorrência do vestibular como a depressão e o suicídio. Assim, estima-se que cerca de 85% dos pessoas com depressão também apresentam sintomas significativos de ansiedade. Da mesma forma, os sintomas de depressão ocorrem em até 90% dos pessoas com ansiedade, sendo que estas condições associadas aumentam o risco de suicídio. Esse aspecto pode ser demonstrado pelos dados de um relatório de 2019 divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o qual informa que, a cada 40 segundos, uma pessoa suicida-se no mundo, totalizando 880 mil casos anuais, dos quais, uma parte significativa relaciona-se com o fator educacional e de formação profissional, incluindo, dessa forma, os pré-universitários em tal índice. Desta forma, é de suma importância o debate sobre formas de se prevenir o autocídio entre jovens pré-universitários. Desse modo, a ação “Relaxa Enem!” surgiu como iniciativa de promover a saúde entre estudantes do 3º ano do ensino médio de uma escola pública no município de Ananindeua no estado do Pará. Essa promoção foi realizada por meio de palestras educativas e dinâmicas que visaram ajudar esses estudantes a minimizarem os sentimentos de nervosismos e incitem na divulgação de quais locais eles podem procurar ajuda em caso de alguma crise de ansiedade ou de qualquer caráter psicológico, já que nessa fase pré-vestibular envolve vários agentes estressores que acometem a saúde mental estudantil. Com isso, prevê-se com esta ação que os participantes se sintam acolhidos, aprendam técnicas de controle emocional e sejam conscientizados sobre a normalidade e importância de se buscar ajuda com profissionais que possam intervir sobre a doença e assim promover a saúde mental. Desenvolvimento: Foi realizada uma aula para os coordenadores sobre métodos de relaxamento e meditação, técnicas de respiração e controle emocional com um profissional de yoga Tunga Vydia no dia 23 de setembro de 2019, com duração de duas horas, com o objetivo de capacita-los para transmitir esse conhecimento durante a ação. O local da ação foi na escola EEEM Dr. Agostinho Monteiro em Ananindeua. O público desta ação foram alunos do terceiro ano do ensino médio dessa escola e ocorreu em seu respectivo auditório. A divulgação da ação para esse público foi feita na escola, por meio de cartazes feitos pelo Time de Representatividade Local, com o intuito de convidar os alunos a participarem. A ação ocorreu no dia 24 de setembro de 2019, no período da tarde e teve a duração de 4 horas e foi dividida em 4 momentos: 1 – Palestra sobre controle emocional e inteligência emocional, repassando por temas como depressão, suicídio, ansiedade e a pressão do período pré-vestibular; palestra esta realizada pelos coordenadores, em que serão também divulgadas informações sobre onde os estudantes podem encontrar ajuda especializada caso necessitem. Este momento terá duração de uma hora. 2 – Dinâmica do “corredor do afeto": nesse momento os alunos serão convidados a se levantarem e se posicionarem em fila, com o objetivo de formarem corredores e cada aluno deverá passar por estes corredores com os olhos vendados com pedaços de tecido TNT; durante essa passagem os alunos que estiverem formando o corredor deverão dizer palavras de carinho e motivação e poderão até fazer gestos como abraçar. Este momento terá duração de trinta minutos. 3 – Sessão de relaxamento: os coordenadores, devidamente capacitados, ensinarão aos alunos as técnicas de relaxamento, respiração e meditação; e farão uma breve prática dessas técnicas. Este momento durará uma hora e meia. 4 – Orientações sobre o Enem: os coordenadores passarão aos alunos um pouco da sua experiência vividas durante a fase do vestibular e farão recomendações sobre como utilizar as técnicas aprendidas no antes e durante o momento da prova. Este momento durará trinta minutos. 5 – Avaliação qualitativa da ação, por meio de um questionário oral feito em grupo, pelos coordenadores. A avaliação de impacto da ação estará centrada em dois aspectos, quantitativo e qualitativo, que ocorrerão em momentos distintos. A abordagem quantitativa ocorrerá por meio de perguntas feitas durante a palestra sobre controle emocional e inteligência emocional que direcionarão os alunos a responderem “sim" ou “não” sobre os questionamentos abordados, possibilitando a contagem estatística. Por sua vez, a abordagem qualitativa será feita por intermédio de um questionário que será repassado pelos coordenadores aos alunos, de forma oral, no momento final da ação, com o intuito de qualificar as mudanças referidas em relação à conscientização e ao entendimento a certa do tema abordado. Os coordenadores dividirão a turma em grupos, para que cada um possa expor, de forma mais clara, as perguntas. Resultado: Logo após a palestra, rodas de conversas e dinâmica de meditação foi feita a avaliação de impacto com os alunos da escola sobre os assuntos que foram abordados em essas atividades. Ao todo participaram 33 estudantes e, nessa etapa da ação, eles tinham que julgar com assertivas de “sim” ou “não” sobre o que lhes eram perguntados. A primeira pergunta lhes questionava sobre os seus conhecimentos quanto a ansiedade, a grande maioria afirmou que eles foram expandidos, enquanto a segunda pergunta queria saber se os conhecimentos quanto a depressão foi expandida, e a grande maioria também respondeu de forma afirmativa. A terceira pergunta se relacionava quanto ao nível de conhecimento em relação ao suicídio e a maioria respondeu que foram aumentados. A quarta pergunta veio avaliar as práticas integrativas em si, e se elas eram eficazes para a melhoria de problemas como depressão, suicídio e ansiedade, todos os participantes concordaram que sim. A última pergunta buscou avaliar se cada participante procuraria usar os conhecimentos obtidos nas dinâmicas para obter uma melhor qualidade de vida, e a grande maioria afirmou que sim, se utilizaria desses novos conhecimentos para se melhorar a sua qualidade de vida. Considerações finais: A ação foi realizada com o intuito de que os participantes se sentissem acolhidos e buscassem minimizar o nervosismo durante os dias que antecedem a prova, assim como no dia da realização do exame. Além disso, buscou-se que eles aprendessem e disseminassem tais informações acerca dos locais, sobretudo públicos, onde podem procurar ajuda para crises de ansiedade ou qualquer outra de caráter psicológico, de forma a conscientizar sobre a normalidade em buscar ajuda e que existem profissionais que podem intervir sobre a doença e assim promover a vida. Ademais, a ação foi realizada com a finalidade de tornar os estudantes capazes de aplicar as técnicas de respiração e meditação nas mais diversas situações da vida, e, consequentemente, reduzir sintomas de ansiedade, melhorar a concentração e a qualidade de vida.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 12026
Título do Trabalho: CRIAÇÃO DE VALOR E PROMOÇÃO DA HUMANIZAÇÃO
Autores: Luiza Heringer Werner Vieira, Robisom Calado Damasceno

Apresentação: Um dos desafios mais evidentes da gestão da saúde pública no Brasil é a melhoria da qualidade dos serviços oferecendo aos usuários processos mais enxutos e eficientes. O presente trabalho visa criar uma estrutura paralela que atua em rede, envolvendo todas as áreas necessárias para ganhar a agilidade fundamental na implementação de projetos que promoverão a humanização/experiência do paciente. Desenvolvimento: O presente artigo examina as implicações e aplicações da Política Nacional de Humanização integrado a abordagem Lean Healthcare na literatura atual. A política nacional de humanização estimula a comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários na construção de processos multidisciplinar com acolhimento, escuta qualificada, vínculo e responsabilização focado na eliminação de desperdícios e na criação de valor para todos. Embora sejam inegáveis e representativos os avanços alcançados pelo SUS nos últimos anos, torna-se cada vez mais evidente a dificuldade em superar a intensa fragmentação das ações e serviços de saúde e qualificar a gestão do cuidado no contexto atual. Toda organização possui uma missão, visão e valores que devem ser passados a todos que ali estão, portanto, cabe ao gestor promover o aculturamento dos colaboradores para um trabalho desenvolvido em rede, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar. Resultado: Esse é o primeiro ano de experiência da jornada Lean em um hospital privado de médio porte alta complexidade no estado do rio de janeiro. O presente estudo pretende afastar de um sistema de saúde orientado para a oferta e ir em direção a um sistema centrado no paciente, organizado em torno do que os pacientes precisam. Fazer essa transformação não é um passo único, mas uma estratégia abrangente. Considerações finais: Espera-se que este projeto desperte nos colaboradores e gestores uma nova forma de pensar e agir. A essência deste trabalho é maximizar o valor para os pacientes. A vida e a saúde das pessoas, pacientes, familiares e funcionários são prioridades. O ambiente, os processos e as atitudes devem proporcionar condições seguras e acolhedoras para todos, alcançando assim, melhores resultados e maior agregação de valor, portanto, é perceptível qualitativamente que ha mudança de cultura voltada para melhoria contínua e segurança do paciente.


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Trabalho nº 7134
Título do Trabalho: PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO DISPOSITIVO DE PROMOÇÃO DE SAÚDE E AUTOCUIDADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Joelma Gama da Silva, Thayana Oliveira Miranda, Maria Adriana Moreira, Tais Rangel Cruz Andrade

Apresentação: O presente trabalho é um relato de experiência sobre a metodologia ativa de cuidado com os adolescentes, fortemente trabalhada pelas equipes de estratégia saúde da família (ESF) nas escolas municipais e estaduais do município de Tefé, a partir do programa saúde na escola. A adolescência é um período marcado por vulnerabilidades em virtude de ser uma fase da vida em que ocorrem mudanças, biológica, fisiológicas e sociais. Além disso, neste período surgem curiosidades sobre o próprio corpo, e dúvidas e descobertas a respeito da sexualidade. Um problema comum na adolescência, é o início prematuro da vida sexual, onde as experiências, muitas vezes, são carentes de orientação e conhecimento prévio acerca de uma prática segura. O desconhecimento sobre as práticas sexuais e o tabu sobre o debate da sexualidade vem contribuindo para o aumento da suscetibilidade dos jovens às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), e à gravidez precoce. Segundo estimativas da OMS, mais de um milhão de pessoas adquirem uma IST diariamente, ressaltando que as infecções assintomáticas afetam particularmente jovens. As ISTs têm se destacado como um problema de saúde pública, agravando-se nos últimos tempos, principalmente entre os adolescentes, por estarem iniciando suas experiências sexuais, muitas vezes, sem proteção. Outros fatores que também podem contribuir para a relação sexual desprotegida são: baixa renda familiar; baixo grau de escolaridade; dificuldade de acesso ao serviço de saúde; falta de informação e diálogo, seja em casa ou na escola; caracterizando a ausência de diálogos sobre a temática, e vergonha em tratar o assunto. As informações sobre sexo seguro são discutidas entre os próprios jovens, muitas vezes erroneamente, através de informes veiculados pela mídia, os quais nem sempre são compreendidas claramente, o que traz a necessidade de uma abordagem educativa assertiva e de qualidade. O adolescente deve ser orientado, desde cedo, a se prevenir das vulnerabilidades, por meio de um diálogo aberto que permita sua expressividade e esclarecimentos de dúvidas. O programa saúde na escola é uma estratégia de grande importância para a integração da saúde no espaço escolar beneficiando o desenvolvimento de práticas educativas visando à promoção da saúde e, consequentemente, prevenindo doenças. A tríade: profissionais da saúde, familiares e escola devem caminhar, lado a lado, no sentido de buscar a transformação de suas realidades através da informação, sensibilização e empoderamento, principalmente nas questões relacionadas à saúde sexual e reprodutiva. O debate sobre sexualidade ainda é visto como tabu o que favorece a vulnerabilidade da população adolescente, tornando-os mais susceptíveis às infecções sexualmente transmissíveis. Sendo assim, o presente relato tem por objetivo apresentar a experiência vivenciada pela equipe de enfermagem da ESF junto aos adolescentes de uma escola pública de Tefé sobre a temática das ISTs. Desenvolvimento: Trata–se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado pela equipe da ESF da unidade básica de saúde Maíra Fachini. Participaram desta atividade, 1.002 adolescentes, na faixa etária de 12 a 18 anos. Os encontros tiveram como cenário as salas de aulas de uma escola pública da Zona Norte da cidade de Tefé – AM, e ocorreram no período de Maio de 2019. Buscou-se desenvolver na experiência a metodologia de Educação em Saúde que teve como ponto de partida a ideia de promoção de saúde frente às infecções sexualmente transmissíveis, visto que educar em saúde é uma estratégia que proporciona, dentre outros objetivos, a autonomia no autocuidado. O desenvolvimento do trabalho deu-se nas seguintes etapas metodológicas: levantamento bibliográfico; elaboração de materiais para dinâmicas; realização de dinâmicas e roda de conversa. No levantamento bibliográfico utilizou-se Manuais do Ministério da Saúde, artigos científicos pesquisados na Biblioteca Virtual em Saúde-BVS, nos bancos de dados da BIREME, LILACS MEDLINE e SciELO. Os temas de fundamentação trabalhados foram: sexualidade e infecções sexualmente transmissíveis, além de dinâmicas em grupo e adolescência. Esta etapa mostrou-se bastante potente, pois a equipe se qualificou para promover o cuidado, fortalecendo os processos de educação permanente. As atividades desenvolvidas nas dinâmicas de grupo tiveram o intuito de socializar e problematizar os assuntos temáticos a serem discutidos, de forma criativa, com liderança e trabalho em equipe. Além disso, permitiu conduzir o público alvo ao alcance de novas percepções em seu desenvolvimento, permitindo a explanação do conteúdo que aprenderam, tendo condições de dialogar e contextualizar com seus conhecimentos prévios. Assim, compreender onde se deseja chegar com as dinâmicas em grupo e propiciar um ambiente diferenciado para o público que se quer atingir, pode facilitar o ensino-aprendizado, uma vez que promove criação de vínculo entre educador/educando. A operacionalização de todos os temas seguiu a seguinte metodologia: o enfermeiro responsável pela equipe apresentava brevemente o assunto a ser abordado e, em seguida, propunha a dinâmica do balão recheado, onde estes eram compostos de brindes (chocolates) e perguntas com os seguintes temas: Sexualidade, IST, Gonorreia, HIV/AIDS e Sífilis. Os balões recheados de perguntas foram oferecidos aos adolescentes, os que se sentiam confortável compartilhavam a opinião à luz de seu conhecimento prévio sobre o tema proposto. Após todos os temas serem debatidos na dinâmica, formou-se uma roda de conversa para esclarecimento das dúvidas que emergiram durante a dinâmica introdutória, além de demonstração da utilização correta dos métodos preventivos de barreiras. Resultado: As atividades realizadas foram bem aceitas pelos alunos, que tiveram atuação participativa. O adolescente traz consigo muitas dúvidas, algum conhecimento, e experiência de vida prévia, mesmo que de forma errônea. Logo, o tema proposto foi bastante desafiador e de extrema importância para minimizar riscos à saúde, tendo em vista este público alvo. Com as dinâmicas percebeu-se que os adolescentes tinham vida sexual ativa, e muitas adolescentes do grupo, já eram mães. A atividade permitiu aos profissionais uma aproximação da realidade e do contexto social dos adolescentes. Notou-se a carência de informação em falar de saúde sexual e reprodutiva de forma clara e com diálogo aberto, por isso foi oportuno para colocar em prática os saberes teórico-científica, promovendo vínculo entre equipe de saúde e Comunidade. No decorrer da experiência pode-se observar, mediante aos relatos na roda de conversa, que em casos de dúvidas as adolescentes procuravam orientações com amigas ou na internet, onde muitas das vezes adquiriam informações erroneamente ou mal compreendidas. A roda de conversa permitiu a percepção de como atuar na sensibilização e na promoção de uma vida sexual segura, através da explanação sobre o uso de métodos contraceptivos, e principalmente o uso da camisinha de forma correta, em todas as relações sexuais. Abordar a autonomia e o autocuidado, através da sensibilização destes adolescentes, é contribuir para o desenvolvimento do pensamento crítico, e a responsabilidade dos mesmos, para uma prática sexual segura. Considerações finais: A experiência vivenciada possibilitou à equipe de saúde a compreensão do contexto social e das vulnerabilidades dos adolescentes de uma instituição pública de ensino em Tefé. Também permitiu troca de saberes e experiências entre adolescentes e os profissionais envolvidos no processo de promoção à saúde, o que fortalece através das atividades desenvolvidas a atuação permanente da escola e da saúde na informação sobre sexualidade e infecções sexualmente transmissíveis, para minimizar os fatores de riscos, mediante orientações pertinentes à realidade dos jovens.


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Trabalho nº 8613
Título do Trabalho: O DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIAS ATIVAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE E O DESAFIO DE PROMOVER TRAJETÓRIAS FORMATIVAS PARA EFETIVAR A INTEGRALIDADE
Autores: Claudia Mara Pedrosa, Amanda Kellen Pereira da Silva

Apresentação: Este relato de experiência reflexivo apresenta os resultados de um Projeto de Extensão piloto, que agregou desenvolvimento de metodologias ativas aplicadas aos serviços de saúde. O projeto  “As mudanças na formação dos profissionais de saúde e a construção de processos educacionais para implementação do currículo integrado” teve como objetivo trabalhar as diferentes dimensões da integralidade no campo da formação e da inovação metodológicas, pautado pela necessidade de redimensionar o currículo dos cursos da saúde para a realidade dos/as estudante, profissionais e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A partir do movimento de reorientação curricular nos espaços do Núcleo de Docentes Estruturantes (NDE) do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde  foram propostas a elaboração pelos/as estudantes de diferentes cursos da saúde a elaboração de tecnologias inovadoras de formação para apoiar a promoção da integralidade no SUS. Foram assim, elaboradas diferentes módulos de metodologias ativas que posteriormente foram aplicadas durante atividade de extensão interprofissional. Foram desenvolvidas atividades em conjunto com três disciplinas, de diferentes semestres, do curso de Saúde Coletiva: Planejamento em Saúde, Saúde Familiar/ Modelos de Saúde e Práticas Integradas em Saúde Coletiva 2. Nessa integração buscou-se trabalhar com a orientação em forma de tutoria com egressas do curso, o que promoveu o compartilhamento de saberes. O acolhimento foi o principal eixo desenvolvido nas três disciplinas, que apoiadas na metodologia ativa,  levaram para os espaços dos serviços de saúde - uma Unidade Básica de Saúde e para o Hospital Universitário - a importância de construir as práticas de saúde a partir da necessidades dos/as usuários/as. Foram envolvidos 48 estudantes das três disciplinas e as atividades foram sempre acompanhadas pelas tutoras e docentes do curso, que inicialmente apresentavam o território a dinâmica da rede local. Os/as estudantes participantes  revelaram que o uso das metodologias ativas e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras  para estarem em serviços e junto a comunidade, fomentou maior envolvimento e motivação nas atividades discentes. Além disso, relataram conseguir integrar com mais significados os conhecimentos científicos adquiridos em sala de aula às singularidades presentes naquela comunidade. A análise do material produzido permitiu identificar que o desenvolvimento dos processos formativos  inovadores em serviços e comunidades contribuem para fortalecer a extensão para formação acadêmica e profissional; incentivar o compartilhamento interprofissionais de saberes com a comunidade, trabalhar e consolidar os princípios da integralidade nos diferentes eixos curriculares e no cotidiano do cuidado.


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Trabalho nº 9187
Título do Trabalho: PROMOVENDO A DISCUSSÃO TÉCNICA SOBRE TEMAS DE RELEVÂNCIA PARA A VIGILÂNCIA EM SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DO GRUPO TÉCNICO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DA REGIÃO METROPOLITANA II
Autores: Dolores Maria Franco de Abreu, Márcia Maria Castro e Teodoro, Deise Cardoso Lima Miranda

Apresentação: O objetivo deste trabalho é o de apresentar a experiência do Grupo Técnico de Vigilância em Saúde da Região Metropolitana II, no ano de 2019. A Vigilância em Saúde (VS) é composta por um conjunto de ações que visam a promoção, prevenção e controle de doenças e agravos à saúde de populações de um determinado território, tanto no nível individual, quanto no coletivo. Os componentes da VS são a vigilância epidemiológica, a vigilância ambiental, a vigilância sanitária e a vigilância em saúde do trabalhador. Por se constituir de um espaço multidisciplinar, de diferentes conhecimentos e técnicas, possibilita a troca de saberes e práticas de modo a intervir nos fatores determinantes e condicionantes sociais da saúde. Neste sentido, o estabelecimento de um Grupo Técnico de Vigilância em Saúde (GTVS) nas nove regiões de saúde do Estado do Rio de Janeiro (ERJ) se constitui em uma instância permanente de discussão técnica sobre temas relevantes para a Vigilância em Saúde. Nesse espaço coletivo, promove-se a consultoria e o apoio às vigilâncias municipais de saúde. Os GTVS são coordenados pelos Núcleos Descentralizados de Vigilância em Saúde (NDVS), que foram instituídos pela Resolução SES nº 2736 de 31 de maio de 2005. Compostos por equipe multidisciplinar, a missão dos NDVS é a de “participar do processo de planejamento e descentralização da programação de vigilância em saúde, através do desenvolvimento de ações de monitoramento, acompanhamento, supervisão e avaliação das ações de vigilância em saúde nos municípios em nível regional.” O NDVS da região Metropolitana II (NDVS/Metro II), está inserido em uma região que apresenta uma população total de 2.101.414 habitantes, distribuída por sete municípios, a saber: Itaboraí, Maricá, Niterói, Rio Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá. Assim como nas outras regiões, o NDVS/Metro II coordena o GTVS local, cuja composição permanente é de um (01) técnico de cada uma das áreas técnicas da vigilância em saúde, a saber a epidemiológica, a ambiental, a sanitária, e a saúde do trabalhador, perfazendo o total de 04 representantes por Município e 01 representante do NDVS. Esta configuração pode agregar outros setores da saúde, conforme a temática abordada nas reuniões. Agregam-se também, representantes de outras áreas técnicas da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES RJ). Desenvolvimento: O Grupo Técnico de Vigilância em Saúde se reúne com periodicidade mensal, perfazendo um total de 12 reuniões anuais. No ano de 2019, foram realizadas oito reuniões do grupo de trabalho de Vigilância em Saúde, no ano de 2019. Os temas abordados nas reuniões do GTVS foram definidos a partir das necessidades levantadas pelas áreas técnicas da Secretaria Estadual de Saúde e das demandas sinalizadas por cada município da região Metropolitana II. A cada reunião foi realizado uma exposição sobre o tema, seja por técnicos das áreas técnicas ou do próprio NSVS/Metro II. É o momento de troca de saberes e interação com os técnicos municipais, trazendo para a realidade local as questões levantadas na apresentação do tema. Para a realização das reuniões do GTVS é necessário uma organização prévia das atividades que incluem: definição do tema; levantamento das informações provenientes das áreas técnicas afins de cada município, assim como as do Estado; agendamento de local para o evento; envio dos convites por meio eletrônico para os representantes do GT e eventuais áreas de interesse; envio de convite para áreas técnicas da SES, quando pertinente; e disponibilização de equipamento audiovisual para suporte às apresentações. A duração das reuniões é de cerca de quatro horas e, ao final, é distribuído um formulário onde o representante municipal registra os principais problemas locais identificados em relação ao assunto abordado. Além da organização e ativa participação nos GTVS, a equipe técnica do NDVS é responsável também pela consolidação dos formulários, elaboração dos resumos executivos e devolutiva das reuniões aos municípios e para Coordenação de Apoio às Ações Regionais de Vigilância em Saúde (CAARVS), a qual estamos vinculados. Além destas instâncias, os resumos executivos são enviados para a secretaria da Comissão Intergestores Regional da Metropolitana II (CIR/Metro II). Alguns GTVS geram encaminhamentos para as áreas técnicas da SES e Câmara Técnica da CIR que são intermediados pelos profissionais do NDVS. Resultado: Diversos foram os assuntos abordados nos GTVS no ano de 2019, a saber: Arboviroses; Hanseníase; Hepatites Virais; Sífilis; Vigidesastres; Imunização; e Tuberculose. Com relação as arboviroses, um dos GTVS foi a Capacitação no Manejo, Diagnóstico e Fluxos de Chikungunya e Febre Amarela. Além disso, as arboviroses foram abordados em outra reunião do grupo de trabalho, onde foi apresentado o Cenário das Arboviroses (Dengue, Chikungunya, Zica e Febre Amarela). O GTVS da Hanseníase teve como tema a Organização e Implementação do Projeto Roda Hans na região. O Cenário das Hepatites Virais no Estado do Rio de Janeiro (ERJ) foi discutido em uma das reuniões, e a Situação Epidemiológica da Sífilis no ERJ, em outra. Na ocasião, foi apresentada a experiência exitosa do município de Itaboraí na descentralização do tratamento da sífilis. O Vigidesastres foi amplamente debatido na Oficina Regional – Desastres Naturais e/ou Tecnológicos e a atuação do setor saúde e Proteção e Defesa Civil. As reuniões do GTVS que abordaram a imunização, tiveram como temas a cobertura vacinal de Influenza no ERJ, o Panorama Geral das Coberturas Vacinais no ERJ e a situação epidemiológica na Metro II.  Finalmente, foi realizado um GTVS sobre a tuberculose, abordando a situação epidemiológica da doença no Brasil, no ERJ e na região Metro II. Apesar da configuração do GT comportar 04 representantes por município, nem sempre todos estavam presentes e, por vezes, alguns municípios não enviavam representantes. Alguns temas abordados despertaram maior interesse das secretarias municipais de saúde, como as arboviroses, a imunização, e a hanseníase. Em média a frequência foi de 10 participantes locais por reunião, sendo que somente em uma delas houve a participação de técnicos dos sete municípios da região. Considerações finais: O Grupo Técnico de Vigilância em Saúde é uma importante instância de discussão para subsidiar a tomada de decisão das diversas áreas da Vigilância em Saúde e da gestão regional. O desafio a ser enfrentado está no cumprimento da agenda das 12 reuniões anuais, frente às diversas demandas a ser cumpridas pela equipe do NDVS/Metro II, e a garantia de participação integral de todos os representantes dos sete municípios da região. A manutenção das reuniões e a participação dos técnicos municipais consolida o GTVS como promotor da integração regional da Vigilância em Saúde e alinhamento dos diferentes atores na busca de soluções para os problemas regionais. Além disso, consolida a integração da região com o nível central da SES na busca de resoluções frentes os problemas ligados à Vigilância em Saúde.


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Trabalho nº 8166
Título do Trabalho: EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PROMOÇÃO DA HIGIENE PESSOAL COM CRIANÇAS EM UMA ESCOLA NO INTERIOR DA AMAZÔNIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Jaciara Pereira de Siqueira, Joyce Keyla Sousa Coimbra, Lília Rocha Pinto, Vanessa Kemilly Gomes Lima, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Érika Marcila de Sousa Couto

Apresentação: A educação em saúde é uma estratégia utilizada pelo Sistema Único de Saúde para promover saúde na comunidade, contribuindo assim, na melhora da qualidade de vida, bem como na prevenção de doenças. Com isso, o ambiente escolar é um local favorável para o desenvolvimento de ações educativas em saúde, tendo em vista que neste se constrói e perpetua conhecimentos através da transmissão de princípios. Portanto, intervenções abordando a temática de cuidados básicos sobre higiene corporal contribuem para a redução de doenças infectocontagiosas muito frequentes no ambiente escolar. Dessa forma, este resumo tem como objetivo relatar a experiência em uma ação educativa desenvolvida com crianças sobre higiene pessoal. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, vivenciado por discentes do 4° semestre do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará – campus Santarém, durante a aula prática da disciplina de Enfermagem Comunitária I. Assim, foi realizada uma atividade socioeducativa no dia 11 de setembro de 2019, em uma escola pública, no período matutino e vespertino. O público alvo foram estudantes na faixa etária de 5 a12 anos, que cursavam entre o 1° e 5° ano do ensino fundamental. Devido a faixa etária, optou-se por abordar o tema de modo dinâmico com o objetivo de promover a interação das crianças com os acadêmicos. Concomitante a isso, utilizou-se de dinâmicas como forma de exposição dialogada, para abordar sobre os cuidados e a importância da higiene pessoal. Posteriormente, foi realizada uma sequência de perguntas relacionadas ao assunto para se fixar os pontos mais importantes. Resultado: Verificou-se que as causas para o problema da falta de higiene seriam a prática incorreta da escovação e a ausência de outros hábitos de higiene, em virtude da pouca idade de algumas crianças e também pelo fato dos pais não realizarem a higiene apropriada de seus filhos. Os estudantes mostraram-se envolvidos com o auto compromisso de ter o hábito diário de higiene satisfeitos com os conteúdos apresentados. Além disso, durante a ação percebeu-se a necessidade de integrar os familiares dessas crianças em ações de educação em saúde, com o intuito de salientar a importância de zelar pela saúde da criança, visando a educação em saúde para toda a comunidade. Por fim, foi obtido êxito de acertos através da participação ativa das crianças nas atividades propostas com um feedback positivo em relação ao assunto abordado. Considerações finais: Portanto, é fundamental a adesão e manutenção dos hábitos de higiene orientados aos alunos nos seus respectivos cotidianos, bem como a propagação destas orientações para seus familiares. Logo, as ações de educação em saúde são importantes para sensibilizar a comunidade da importância de adquirir hábitos de higiene pessoal, garantindo uma atenção integral de promoção de saúde.


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Trabalho nº 9191
Título do Trabalho: “CAPACITAÇÃO EM LIBRAS PARA PROFISSIONAIS EM SAÚDE COMO GARANTIA A PROMOÇÃO DE SAÚDE DA PESSOA SURDA”
Autores: LUDMILA VEIGA FARIA FRANCO, DILVANI OLIVEIRA SANTOS, KAREN DE JESUS OLIVEIRA

Apresentação: É mister a urgência na capacitação e preparo dos profissionais em saúde para atendimento em Língua Brasileira de Sinais- Libras da comunidade surda. Mesmo após anos de promulgação e oficialização da Lei de Libras nº 10.436/02 que a reconhece como forma de comunicação e expressão, ainda é evidente em nossa  sociedade, nos mais diversos setores, educação, justiça e também na saúde, a prevalência de mitos referentes a Libras e a pessoa surda. Isso é devido a não valorização do status linguístico já alcançado pela mesma, falta de informação e ineficiência das Leis. O que dificulta o atendimento acessível nos espaços em especial os de atendimento em saúde com autonomia pela pessoa surda. Além disso, muitos surdos  encontram-se restritos quanto ao seu direito constitucional de acesso e atendimento em saúde com qualidade, igualdade e equidade, ficando muitos desses dependentes de apoio, ajuda de vizinhos, amigos e familiares ou submetendo-se a atendimentos sozinhos, com risco de não serem compreendidos ainda na recepção ao preencher a ficha de cadastro e atendimento. Isso deve-se, a Libras ser uma língua visual gestual com características distintas das línguas orais, além do fato de que no Brasil, nem todos os surdos tiveram acesso a língua oral sendo portanto oralizados, e/ ou escrita Português. Uma vez que, o Português deveria ser a segunda língua destes, e portanto não deveria ser uma preocupação, pois o direito a comunicação em sua língua deveria ser respeitado e ofertado. Ademais, atendimentos em saúde são de extrema relevância e seriedade, pois falhas no entendimento, prescrição e/ou em orientações, podem ser até mesmo fatais ao paciente. Ainda assim, pensar em saúde nos remete antes de tudo a prevenção e promoção destas, o que nos aponta a uma comunicação sem ruídos e falhas. Diante desta problemática aos quais encontra-se inserida a comunidade surda, surge a proposta do “Minicurso Libras & Saúde” direcionado especificamente aos profissionais que trabalham ou trabalharão direta e indiretamente em serviços de saúde. O curso tem como objetivo, desmistificar conceitos referentes a Libras e a pessoa surda, conscientizar os profissionais quanto a necessidade de preparo e aprendizagem das especificidades de uma língua visual, mostrando com isso diferentes formas de comunicação entre surdos e ouvintes, despertar o profissional para a necessidade de compreensão das mais variadas formas de comunicação facial e corporal, além de ensino da língua através dos sinais básicos necessários para recepção e também para primeiro atendimento do paciente surdo, possibilitando a comunicação através de sinais e estratégias linguísticas próprias de uma língua visual gestual. A seguinte proposta conta com aulas expositivas e presenciais, com apoio de recursos visuais e tecnológicos, além de uso de jogos para ensino e compreensão da língua. A metodologia empregada é a pesquisa- ação com vista a colaboração prática de seus participantes que através de diagnóstico de suas ações e experiências agregam conhecimento, avaliam, e produzem reflexão criando estratégias de aprendizagem e planejam futuras práxis. Sendo assim, diante dos cursos já ministrados podemos perceber que os resultados mostram desconhecimento por maior parte dos alunos quanto as questões referentes a Libras e a pessoa surda. Com o uso de questionário prévio, os participantes responderam algumas perguntas as quais mostram que a  maioria destes acreditam ser Libras, uma linguagem, ou a língua dos surdos, desconhecendo seu status linguístico de língua, o que sem dúvidas iguala às demais línguas, sejam elas orais ou de sinais, apenas destacando suas particularidades gramaticais. Ademais, acreditam ser a Libras, uma língua universal, não atentando para as especificidades e cultura agregadas a questões nacionais e próprias de um povo/ uma nação. Bem como, entendem ser esta uma língua que apresenta unidade, o que de fato comprova a não percepção desta como língua e anula qualquer interferência quanto a sua regionalização. Outrossim, quanto a oficialização da língua, a maior parte dos alunos ainda não sabem que a mesma já aderiu status de língua reconhecido oficialmente por legislação própria e regulamentação por Decreto lei. Igualmente, a maioria dos alunos acreditam ser a Libras uma versão do português em sinais, não se atentando para as questões linguísticas de uma língua visual. O que pode influenciar no mito de que os surdos são fluentes na língua escrita oral do país, no caso,  o português, colaborando para que muitos confiem na estratégia da escrita para comunicação nos atendimentos. Outrossim, com a pesquisa confirmou o desconhecimento quanto a nomenclatura correta referente aos que possuem limitação sensorial total da audição, parte do grupo pesquisado acredita ser o termo correto, surdo mudo e outra  parte, deficiente auditivo. Conceitos simples e de grande valia para luta da comunidade surda ainda é desconhecida pela sociedade. O uso correto de nomenclatura mostra respeito e entendimento quanto as necessidades deste grupo. Uma das conquistas alcançadas pela comunidade surda é a acessibilidade comunicacional, está podendo ser realizada através de tradução e interpretação para Libras, porém dentre o grupo investigado, percebeu-se que existe equívoco em julgar as profissões de tradutor intérprete de Libras e professor de Libras sendo iguais. Para estes, ambos podem e realizam  as mesmas funções. Não distinguindo as potencialidades e capacidades profissionais distintas e exigências legais para exercício delas. Semelhantemente é de se estranhar que mesmo após dezoito anos de promulgação de lei, apenas 1 aluno já teve contato com a língua. O que nos confirma a grande urgência em capacitação destes profissionais, e nos faz refletir sobre a necessidade de políticas públicas para oferta de cursos e capacitação na língua de sinais em cursos técnicos e superiores de saúde no nosso país, além de fiscalização referente a implementação da Lei quanto a capacitação de profissionais de redes públicas e privadas de saúde quanto a capacitação e formação destes profissionais para uso da Libras. Dessa forma, é inadiável a oferta do minicurso Libras & Saúde aos profissionais que trabalham direta ou indiretamente com atendimento em Saúde, uma vez que a comunidade surda carece de serviço acessível e informação precisa em seus   atendimentos em saúde, tal ação tem como objetivo  proporcionar igualdade e equidade na promoção de saúde desta minoria linguística de nosso país através da acessibilidade comunicacional em Libras.


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Trabalho nº 8172
Título do Trabalho: A ASSISTÊNCIA DA POPULAÇÃO LGBT E A PROMOÇÃO DA HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO NAS PERSPECTIVAS INTEGRAL E INTERPROFISSIONAL EM SITUAÇÕES DE ABORTAMENTO
Autores: Samuel Gonçalves Pinto, Adriane das Neves Silva, Rebecca Barbosa de Decco Monteiro Marinh, Elisa Beatriz Braga dell’Orto van Eyken, Juliana Candido Pinto, Erida Aparecida José da Silva, Angélica Barra Mariano, Sylvia Helena Vicente Rabello

Apresentação: Esse relato de experiência diz respeito à utilização da metodologia ativa de ensino-aprendizagem durante o curso de especialização em ativação de processos de mudança na formação superior de profissionais de Saúde, da ENSP/FIOCRUZ, Polo Itaperuna, em dezembro de 2019. Para reflexão sobre a conjuntura brasileira atual de desmonte democrático e moral, crise política e econômica, precarização dos direitos sociais, que condiciona os mais necessitados em situação de vulnerabilidade, utilizou-se a Situação Problema. Esta situação repercute tanto no campo social como no epidemiológico, por isso, durante a formação em saúde, faz-se necessário a reflexão sobre formulação e implementação de cuidados eficientes e eficazes para a população LGBT. Resultado: A reflexão se deu através do processamento de síntese coletiva, a partir das sínteses individuais dos especializandos, após discussão em fórum de ensino a distância sobre a assistência da população LGBT e a promoção da humanização do cuidado nas perspectivas integral e interprofissional em situações de abortamento a partir de revisão bibliográfica. Levou-se em consideração ainda o subfinanciamento do SUS; problemas de regulação e de gestão com dificuldades para fazer valer direitos, participação e controle social. O não atendimento da Política de Humanização, da Saúde da População Negra, LGBT e Saúde da Mulher com ênfase nas situações de abortamento e saúde reprodutiva, aponta para a necessidade de ativação de mudanças: ações de atenção à saúde realizadas com base na intervenção direta ou através do apoio matricial que oferecem suporte assistencial e técnico-pedagógico com ações de promoção de saúde. O apoio matricial baseia-se na transdisciplinaridade, que busca transformar a prática tradicional específica de cada profissional, a fim de realizar o atendimento das necessidades das equipes de saúde, para atendimento da população. Rompendo a verticalização do conhecimento, a partir do cotidiano dos profissionais das equipes saúde da família, no cenário da atenção primária. há o compartilhamento sincrônico de saberes torna-se efetiva a promoção ampliada de saúde. Embora a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da População LGBT preconize a qualificação e discussão dessa temática no âmbito da saúde e educação, o tema permanece marginalizado e excluído das grandes discussões. Estratégias que objetivem discutir as peculiaridades da prevenção, promoção e assistência à saúde desses grupos devem ser estimuladas e reproduzidas, tendo em vista uma melhor qualidade do atendimento, a fim de captar os usuários em um ambiente favorável a práticas integrativas com respeito a diversidade sexual. Considerações finais: A metodologia utilizada para reflexão e aprendizagem levou à solução do problema baseada no movimento necessário para a promoção da saúde, no acolhimento Saúde da Mulher e Saúde Reprodutiva, com caráter reflexivo sobre a sexualidade humana. Notou-se a partir das discussões o tabu em relação ao corpo quando a consciência de uma pessoa é despertada para sexualidade e o direito a reprodução. A ética e a dignidade no acolhimento da população LGBT, a recusa de qualquer forma de preconceito e discriminação, a afirmação dos direitos individuais, e a justiça social na diversidade e arranjos políticos em jogo, foram os caminhos apontados a partir das discussões.


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Trabalho nº 9710
Título do Trabalho: CUIDADOS FARMACÊUTICOS NA ATENÇÃO BÁSICA: PROMOVENDO O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS NO MUNICÍPIO DE CANOAS (RS)
Autores: Maracely Farias Ataíde

Apresentação: O presente trabalho tem o objetivo de promover o Uso Racional de Medicamentos no município de Canoas, através da implementação do Programa Cuidados Farmacêuticos nas Unidades de Saúde. A criação do serviço foi feita pelo Ministério da Saúde, com o intuito de reduzir os malefícios para a saúde da população decorrentes do mau uso dos medicamentos. Acarretados devido a indústria farmacêutica e setores de comercialização darem enfoque ao medicamento como mercadoria e produto de elevado retorno financeiro, levando os pacientes a cultura de automedicação e mau uso dos medicamentos, causando sérios problemas de saúde a população. O farmacêutico na Atenção Básica (AB) é o profissional habilitado a oferecer suporte técnico as equipes de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, entre outros) e usuários em temáticas relacionadas a utilização de medicamentos. Nesse sentido, é de evidente importância a atuação do farmacêutico para minimizar os riscos relacionados a utilização de medicamentos na AB: a sensibilização das equipes de saúde sobre o tema, a educação em saúde para os pacientes, bem como o apoio às equipes de saúde na solução de casos clínicos complexos de problemas relacionados a farmacoterapia. Esse artigo tem o intuito de demonstrar os impactos do URM na saúde da população de Canoas com a implementação do serviço Cuidado Farmacêutico integrado as equipes de saúde da AT. Desenvolvimento:  O trabalho está em andamento, e teve início de sua implementação nas Unidades de Saúde do quadrante nordeste em setembro de 2019. As seguintes ações foram realizadas pelo farmacêutico de forma integrada as equipes de saúde:-Sensibilização e capacitação das equipes de saúde para o URM;-Encaminhamento pela equipe de pacientes com casos clínicos complexos que envolvam problemas na farmacoterapia para fazerem acompanhamento farmacoterapêutico feito pelo farmacêutico;-Visitas Domiciliares para os pacientes encaminhados pelas equipes para acompanhamento farmacoterapêutico feito pelo farmacêutico;-Atendimento clínico individual ou coletivo pelo farmacêutico na Unidade para acompanhamento farmacoterapêutico;-Educação em Saúde sobre URM nos grupos de pacientes das Unidades;-Formação do Grupo: Roda de Conversa sobre Medicamentos, onde são abordadas temáticas sobre URM e em parceria com os agentes de saúde são aplicadas as Práticas Integrativas e Complementares para reduzir a medicalização.   IMPACTOS NA SAÚDE DA POPULAÇÃO Dos pacientes acompanhados pelo farmacêutico no programa 100 % teve melhora no seu quadro clínico. Os resultados são avaliados pelas melhoras dos índices de pressão arterial e glicose, através de planilhas de monitoramento entregues aos pacientes e através da análise dos resultados de exames dos pacientes. O tempo de resposta de melhora do quadro clínico variou para cada paciente. Sendo que 40 % tiveram melhoras em seu quadro dentro de 15 dias, 40 % dentro de 30 dias e 20 % dentro de 60 dias. Considerações finais:  Após a implementação do serviço Cuidado Farmacêutico, os pacientes acompanhados têm tido significativas melhoras no seu quadro clínico através do Uso Racional de Medicamentos. Faz-se necessária a implementação do Programa em todos os quadrantes do município.


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Trabalho nº 7677
Título do Trabalho: A SOBREVIVÊNCIA DA FORMAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: MODELOS E IMPACTO NAS PRÁTICAS DE PROMOÇÃO À SAÚDE
Autores: Donizete Vago Daher, Andressa Ambrosino Pinto

Apresentação: Estudos sobre modelos de formação em saúde tornaram-se importantes a partir da inserção do novo modelo de assistência à saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS), que preconiza tanto o trabalho em equipe quanto a primazia de ações de promoção a saúde. O profissional Agente Comunitário de Saúde (ACS) é o único trabalhador deste campo, que surgiu a partir da criação do SUS. Assim, esses profissionais para darem sustentabilidade a esse modelo de assistência, devem tanto receber formação como capacitações permanentes. Em relação, à formação vale lembrar, que o Curso Introdutório, deveria ser ofertado a todos os profissionais de saúde atuantes na Estratégia de Saúde da Família (ESF), incluindo o ACS. Representaria o espaço de compartilhamento de saberes, conhecimentos e práticas, todavia os municípios cada vez menos disponibilizam este Curso, e quando o fazem, há indícios de que os mesmos decorrem de maneira aligeirada e, por vezes, deslocado das reais necessidades de aprendizagem e de saúde dos profissionais, dos usuários. Objetivo: Descrever os modelos de formação de ACSs utilizados no município de Macaé (RJ) e o impacto destes modelos nas práticas de promoção à saúde a usuários e famílias. Desenvolvimento: Para o desenvolvimento deste Projeto de Pesquisa, inicialmente uma busca inicial, foi realizada para angariar em diversas publicações, os modelos formativos destinados aos ACSs (artigos científicos, Leis, Decretos, Resoluções etc.), após a identificação deste arranjo inicial de publicizações, uma análise reflexiva está sendo realizada. Por seguinte, a segunda etapa, consistirá na coleta de dados, análise e categorização, uma vez aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Método: Para atender aos objetivos desse Projeto de Pesquisa será adotada a abordagem Participativa em Saúde, e o estudo será qualitativo, do tipo descritivo e exploratório. Resultado: Em uma primeira apreensão, percebe-se que a precarização tanto do trabalho, quanto da formação do ACS, é premente. Suas atividades laborais, vêm ganhando cada vez mais aspectos curativistas e individuais, levando a não realização de práticas coletivas, de promotoras da saúde, como idealizadas na década de 90, com o surgimento do SUS, do ACS, da ESF. Intenções essas, que também esbarram nos modelos formativos. Considerações finais: Conhecer e os modelos de formação dos ACSs e as práticas por eles implementadas, especialmente as de promoção da saúde a usuários e famílias nos cenários da Atenção Primária à Saúde de Macaé, se faz necessário e impulsionador, diante do processo de precarização social, dos processos laborais e formativos.  


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Trabalho nº 8176
Título do Trabalho: EDUCAÇÃO EMOCIONAL COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE DA MULHER
Autores: Silvia Cristina Pereira dos Santos, Suellen Gomes Barbosa Assad

Apresentação: O presente relato, trata-se de um projeto desenvolvido para mulheres e tem como objetivo apresentar estratégias de cuidado para promoção da saúde da mulher considerando três aspectos: a fisiologia, o foco e a linguagem, levando-as a perceberem os seus estados emocionais, nomeá-los, identificando esses estados e a partir daí, ter um comportamento apropriado diante das situações da vida. Descrição da Experiência: Diante do exposto, nasceu um projeto pensado para mulheres, intitulado PLENA, construído a partir dos conceitos da Psicologia Positiva, Neurociência e técnicas de Coaching, visando proporcionar ações de Educação Emocional. Embora este projeto tenha sido projetado a partir de um consultório de Psicologia, esta proposta tem sido ampliada para outros espaços educativos. O referido projeto acontece um dia inteiro, de 9h às 17h, normalmente em auditórios, ocorrendo de dois em dois meses, e a proposta é oferecer um tema gerador do encontro, estruturando este dia de imersão com conteúdos baseados em temáticas que auxiliam o autoconhecimento, na identificação e nomeação dos sentimentos e emoções, como citado anteriormente, compreendendo de que forma é possível gerenciá-las e oferendo ferramentas baseadas na Psicologia Positiva e a Neurociência mostrando as estratégias de como conseguir focar naquilo que é essencial. Outro tema explorado neste projeto é sobre como prevenir o adoecimento mental, e como buscar ajuda quando a pessoa já está em sofrimento psíquico. O projeto é liderado por uma Psicóloga, Coach e Aromaterapeuta, em parceria com outros profissionais do universo do coaching, uma Enfermeira e uma Professora de Educação Física. Importante dizer que este projeto já inclui em sua proposta apontar a importância das práticas integrativas em saúde, trazendo como uma das alternativas de cuidado, a Aromaterapia, demonstrando como os óleos essenciais auxiliam na saúde física e emocional. Resultado: O projeto já alcançou mais de trezentas mulheres, e além de atingirmos os objetivos propostos, recebemos outros retornos das mulheres após vivenciarem o encontro. Algumas participantes, compreenderam que podem ser agente multiplicadora nos espaços em que vivem, e replicam os conceitos que foram trabalhados no PLENA impactando assim outras vidas. Tem aquelas, que identificaram a necessidade de buscar ajuda profissional seja na rede pública ou privada. Outras tomaram a decisão de reorganizar a vida, inclusive estabelecendo tempo para o autocuidado e para lazer. Entenderam também que é preciso primeiramente cuidar de si para depois cuidar do outro. Considerações finais: Assim sendo, percebe-se que embora este projeto tenha sido construído por profissionais da rede privada, é possível ampliar esta proposta para toda a rede pública, buscando um olhar para a promoção e prevenção em saúde, e não só no tratamento.


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Trabalho nº 8179
Título do Trabalho: ESTRATÉGIA PARA IDENTIFICAR TEMAS EM SAÚDE DO INTERESSE DE ADOLESCENTES INSERIDOS NO SUBPROJETO "MULTIPLICANDO SAÚDE: PROMOÇÃO DE SAÚDE DE ADOLESCENTES NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE" DO PET SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE
Autores: Juliana Richter Paes de Lima, Douglas Ian Rosa Emidio, Pamela Oliveiros de Medeiros, Letícia Mota Candal de Matos

Apresentação: O subprojeto “Multiplicando Saúde: Promoção de Saúde de Adolescentes na Perspectiva da Educação Popular em Saúde” tem em sua equipe alunos dos cursos de Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, uma tutora e uma coordenadora do Instituto Federal do Rio de Janeiro, do campus Realengo e quatro preceptoras de uma Clínica da Família (CF). Este subprojeto faz parte do PET Saúde/Interprofissionalidade e tem por objetivo desenvolver ações de educação e promoção de saúde com adolescentes, que possam contribuir na formação de multiplicadores de ações em saúde para os usuários, no território. Desenvolvimento: Trata-se de estudo quantitativo, parte deste subprojeto, realizado em escola municipal de segundo segmento do ensino fundamental. Os resultados descritos referem-se aos dados coletados nas turmas de 8° e 9° ano e Carioca II, por meio da aplicação de um questionário, cujo objetivo foi permitir à equipe do PET conhecer os temas sobre os quais os alunos tinham interesse em discutir e aprofundar seu conhecimento. Em seguida, os resultados foram distribuídos em uma planilha do Excel®. Resultado: Os dados foram separados por ano escolar para elucidar melhor o perfil de cada grupo. De modo geral, em todas as turmas entrevistadas havia mais meninos do que meninas, como por exemplo na turma do Carioca II na qual 62,6% era do sexo masculino. As médias de idade foram de 13,7 anos para o 8º ano que apontou como temas mais relevantes: violência, ansiedade e depressão, suicídio e gravidez. Os alunos do 9º tinham em média 14,6 e os assuntos mais frequentes: ansiedade e depressão, suicídio, violência e gravidez. Nas turmas do Carioca II os temas apontados foram a ansiedade e depressão, suicídio, drogadição e violência a média de idade foi 14,8 anos. Foi perceptível que os 3 grupos de alunos indicaram temas em comum: violência, suicídio e ansiedade e depressão. Em contrapartida, álcool e drogas apareceu nas turmas do Carioca II e, apesar do tema abuso infantil ter sido indicado por alguns alunos do 8º ano, ele foi selecionado pois, devido à sua relevância não poderia ser negligenciado pela equipe. Subsequentemente, realizou-se uma atividade com os multiplicadores, que consistiu em um desafio. Os discentes foram divididos em seis grupos e cada um deveria desvendar um enigma. Após todos obterem a resposta, as equipes leram os textos em voz alta e discutiram sobre o conteúdo. No segundo encontro os alunos deveriam descrever situações relativas aos temas, afim de sugerirem estratégias de auxílio a colegas e pessoas que estivessem vivenciado algo semelhante ao que foi apresentado. Considerações finais: Percebeu-se que os alunos participantes eram capazes de analisar e compartilhar seu saber e experiência sobre diversas situações de vulnerabilidade e, também, se mostraram disponíveis e interessados em construir novos conhecimentos por meio de informações trazidas pela equipe do PET. A todo momento se mostraram proativos e participaram da troca de saberes com os petianos, discutindo e sugerindo estratégias. Desse modo, o grupo iniciou a construção de soluções compartilhadas para as questões apontadas pelos adolescentes.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 12278
Título do Trabalho: OS SENTIDOS DA VELHICE E DO ENVELHECIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE: OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PROMOÇÃO DE UM ENVELHECIMENTO ATIVO
Autores: ELIZABETH FALCAO CLARKSON, Sônia Maria Dantas Berger, Clarinda dJesuse Banha Pomar

Apresentação: O Brasil envelhece de forma rápida e intensa, considerando a população idosa de 29.374 milhões de pessoas (14,3% da população total do país) (IBGE, 2014) e a expectativa de vida em 2016, para ambos os sexos, num aumento para 75,72 anos, sendo 79,31 anos para a mulher e 72,18 para o homem, tudo em consequência da melhoria das condições de vida, pela ampliação do acesso a serviços médicos preventivos e curativos, avanço da tecnologia médica, melhoria do saneamento básico, aumento da escolaridade e da renda, entre outros determinantes. Porém a consequência da transição demográfica brasileira com suas características peculiares e grandes desigualdades sociais, no processo de envelhecimento impacta e traz mudanças no perfil demográfico e epidemiológico em todo país, produzindo demandas que requerem respostas das políticas sociais, e novas formas de cuidado, em especial aos cuidados prolongados e à atenção domiciliar. Associado a esse quadro, ocorreram mudanças na composição das famílias brasileiras, no papel da mulher no mercado de trabalho, na queda da taxa de fertilidade e na nupcialidade, resultando em novos desafios a serem enfrentados no cuidado à população idosa, dirigidos principalmente às políticas de saúde, da assistência social e da previdência social. Somam-se ao fenômeno demográfico do envelhecimento da população no país, as realidades socioculturais e econômicas que evidenciam um cenário de preconceitos e discriminações contra os idosos, os quais são marcados com estigmas de “descartáveis” e considerados um “peso social” como aponta Debert. Neste sentido, Beauvoir destaca o desprezo com que a sociedade capitalista sempre tratou a velhice. Além do que, a desigualdade de gênero operada na lógica do processo histórico da sociedade capitalista, não se pode deixar de lado, pois, de acordo com Santos e Oliveira, “o sistema do capital se beneficia da opressão vivenciada pelas mulheres” o que se reflete tanto na “reprodução do papel conservador da família e da mulher, como na perspectiva da inserção precária e subalterna no mundo do trabalho”. Diante do contexto brevemente apresentado, questionam-se quais seriam os efeitos, no processo saúde–doença–cuidado de idosas e idosos brasileiros? Assim, diante das demandas crescentes de cuidado dos indivíduos de 60 anos e mais, muitas delas situadas no âmbito do processo de determinação social da saúde, torna-se necessário se investir, sob a perspectiva da Saúde Coletiva, em ações de promoção da saúde do idoso, de prevenção das doenças, na preservação das condições de saúde. Ratifica-se que a Saúde Coletiva traz contribuições teóricas de vários campos disciplinares para o entendimento de questões de saúde, com um olhar voltado para as coletividades expostas a riscos e agravos em saúde e para a complexidade do processo saúde-doença. Neste caminho, é notória a importância da Educação em Saúde para a promoção da saúde, a qual é atravessada pela valorização da participação comunitária, o aumento da autonomia do indivíduo e responsabilização para que se possa concretizar uma melhoria de estilos de vida que influenciem diretamente à sua saúde. Além disso, a Educação em Saúde também coloca em foco o papel formativo do educador enquanto fomentador de estilos de vida saudáveis nas novas perspectivas de saúde e de bem-estar individual, comunitário e social, o que, no caso da população idosa se relaciona diretamente com a promoção do “envelhecimento ativo” que, para a OMS, se caracteriza  como uma experiência positiva de longevidade, com preservação de capacidades e do potencial de desenvolvimento do indivíduo, cuja garantia de condições de vida e de políticas sociais é um privilégio. A investigação realizada teve como objetivo identificar aspectos subjetivos e socioculturais do processo de envelhecimento que colaborem para subsidiar as práticas de Educação em Saúde na atenção prestada à população idosa atendida em programas voltados para esta faixa etária na cidade de Niterói /Rio de Janeiro – Brasil. O campo prático de investigação acontece nas Faculdades de Serviço Social e de Educação Física da Universidade Federal Fluminense/UFF – Niterói/ RJ. A metodologia neste estudo foi de abordagem de natureza, essencialmente, qualitativa, através de 10 entrevistas semiestruturadas com idosos, com 60 anos e mais, de ambos os sexos, ativos, que participavam de atividades nos serviços e/ou programas voltados para esta faixa de idade e também dos 10 profissionais que estão envolvidos em ações/ atividades com este grupo etário. Foram gravadas as entrevistas e feita a análise de conteúdo propostas por Bardin (1979). Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFF. Buscamos nos pressupostos da obra de Paulo Freire o embasamento teórico na concepção de Educação em Saúde que coloca o homem como sujeito ativo de um processo em mudanças, sendo que para tanto propõe uma ação transformadora pautada na reflexão do saber e das vivências cotidianas. A partir da análise feita na pesquisa foram encontrados as categorias e núcleos de sentido nos discursos dos idosos e dos profissionais: Um olhar para o envelhecimento; A construção social da velhice e os estereótipos formados em relação ao idoso; Percepções sobre o envelhecimento, o envelhecimento ativo e a saúde; A diferenciação de gênero na velhice; Um trajeto a se seguir no cuidado ao idoso; A subjetividadeno campo da identidade dos idosos, no sentido existencial, da personalidade e da autoestima. Como considerações finais ressalta-se que à categoria “trabalhadores sociais” proposta na investigação, identifica-se a partir da obra Educação e Mudança (Freire, 1979) ‘o homem’ sabidamente inacabado, capaz de refletir sobre si mesmo na busca constante de ser mais, através de uma educação implicada,  sujeito de sua própria educação e não objeto dela, um ser em comunicação. Percebe-se na investigação a qualidade de vida e a promoção do envelhecimento saudável como fatores resultantes das estratégias de educação em saúde.


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Trabalho nº 9207
Título do Trabalho: REFUGIADOS NA ARTE: ENCONTROS CRIATIVOS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE EM SITUAÇÕES-LIMITE
Autores: Carmen Jussara Lucena de Vasconcellos, Maria Paula de Oliveira Bonatto

Apresentação: A arte pode ser um elemento de criação superando barreiras comunicativas entre línguas e culturas totalmente distintas? A mobilização para o fazer artístico e lúdico pode contribuir para dissolver tristezas imobilizadoras e fazer emergir seres humanos cheios de vontade de compartilhar sentimentos, projetos, visões? Como essas questões se aplicam ao caso de pessoas afetadas pelas consequências de um desastre socialmente construído, como o enfrentamento do dia a dia em um campo de refugiados de guerra? Foram essas questões que nos mobilizaram a aproveitar a oportunidade de acesso a um campo de refugiados localizado a aproximadamente vinte quilômetros da fronteira com a Síria, rota de fuga de sírios e curdos, para vivenciar a relação com crianças por meio da arte, mesmo que por um período muito breve. Nosso objetivo é refletir sobre o processo de produção artística motivado por ações de arte-educação e arte dramática como potencializadores de promoção de saúde junto a sujeitos afetados por catástrofes e desastres socialmente construídos. A concepção de saúde em questão está embasada pelo conceito de Determinação Social da Saúde, que pressupões processos histórico-sociais complexos, compreendendo a saúde a partir da produção social do humano nas pessoas e das condições de sua máxima realização. Nesse sentido, a saúde se potencializa não somente por acesso a serviços e medicamentos, mas também pela educação, moradia, trabalho e renda, bem como pela organização social, política e cultural, incluindo processos de reflexão e de organização das lutas pelo acesso a todos esses aspectos. Nossos resultados contemplam a produção artística de crianças e jovens expostos a “situações-limite” (FREIRE, 1987) características do enfrentamento às imposições suportadas por grupos de refugiados, entendendo que a situação-limite propõe que a realidade não seja naturalizada e sim possivelmente negada por uma não aceitação que leva à consciência de liberdade e de potência transformadora. A problemática dos refugiados está imersa nas intervenções políticas e econômicas internacionais que geram guerras e situações de migração em massa disparadas pelos interesses do capitalismo mundializado, resultando em desastres socialmente construídos associados a projetos econômicos neoliberais. Entendemos o desastre socialmente construído como um acontecimento que se sobrepõe aos fenômenos naturais tais como enchentes, deslizamentos, furacões e terremotos. É a culminância dos processos econômicos, sociais, históricos e políticos, que por sua vez são geradores das causas estruturais da desorganização social. Ou seja, um desastre nunca é natural. Portanto, contextualizar os problemas estruturais com o estado de vulnerabilidade social ao qual as pessoas são submetidas faz parte da natureza dos desastres socialmente construídos. Desenvolvimento: Durante dois dias, em uma base de atendimento que dispunha de um terraço com cadeiras em círculo, as crianças, que vinham dos campos de refugiados chegavam individualmente ou por grupo familiar. Por vezes, foram contactadas na triagem do atendimento médico com a proposta: “Vamos brincar”? Assim eram convidadas para uma atividade educativa/artística com giz de cera coloridos e folhas de papel ofício. Esse é o contexto em que foi proposta a atividade “Sonhos”. A conexão afetiva foi realizada resgatando algo comum a todos: sua religião, que lhes incute a crença de que Allāh fala com seus fiéis através dos sonhos. A proposta foi desenhar e compartilhar seus sonhos, o que efetivamente foi realizado. Depois receberam materiais para fazerem bolinhas de sabão com a proposta: a bolinha de sabão simboliza o sonho de cada um, e, ao soprá-la, serão seus sonhos subindo ao céu ao encontro de Allāh, como uma oração, juntos. À medida que as bolas se formavam, e o vento as levava para cima, seus sorrisos iam se abrindo e, uns com os outros, apontavam para o céu. Em um outro encontro caracterizada de palhaça propus alguns jogos: Estátua viva, Mímica de animais e “Batatinha frita um, dois, três”. Constatei que a figura do palhaço é universal bem como alguns jogos. No terceiro encontro, sem dispor de tradução simultânea experimentamos jogos recreativos: mímica e um jogo teatral coletivo. Resultado: As ações de arte-educação, realizadas em dois dias, com crianças de 5 a 13 anos, totalizaram um período de 7 horas, cujas atividades compreenderam desenhos, escultura com balões e pintura corporal artística. Já para as atividades de arte dramática, utilizamos a técnica da palhaçaria em 3 dias, com crianças de 5 a 13 anos, durante 3 horas, com jogos recreativos e dramatizações, além da confecção de desenhos. Relativos à atividade “Sonhos”, obtivemos um total de 8 desenhos, que versavam sobre as profissões almejadas: médicos, professora, professor universitário, bióloga, cientista. Os sonhos motivam projeções de futuro, sugerindo a continuidade da vida e possibilidade de seu planejamento. Um dado relevante: o processo gradativo de transformação da expressão corporal. Entre o primeiro e o quinto dia de trabalho pude de observar crescente receptividade e liberdade, transformando expressões limitadas pelo rígido comportamento cultural e religioso. Os 127 desenhos espontâneos foram agrupados por temas, gerando categorias de análise: pessoas (33), paisagens e elementos da natureza (27), abstrato (24), casa (21), qualb (coração) e elementos da natureza (19), sonhos (8), barco (1), Jesus (1). Uma visão imediata sobre a categoria “pessoas” indica expressões de emoções que podem ser decorrentes de eventos traumáticos, como: medo, pavor, terror, mutilações, entre outras. Sobre o trabalho de arte dramática e a observação dos corpos dos participantes destacamos características de desnutrição e a extrema necessidade de cuidados de atenção básica na saúde com crianças marcadas pela guerra, com olhares tristes e sorrisos tímidos. Apontamos a arte dramática (leia-se jogos teatrais e mímicas) como uma real potencialidade de intervenção com sujeitos afetados por desastres e catástrofes na promoção de saúde mental. O ideal seria um trabalho interdisciplinar entre o profissional de arte-educação e o psicólogo, com habilidades e competências em consonância, dando início a processos de dessensibilização. De forma bem simplista, a dessensibilização pode ser explicada como um processo onde o sujeito desaprende as respostas negativas diante de uma situação estressante e transforma a experiência vivida. Considerações finais: Os resultados do estudo indicam que a vivência individual e coletiva do fazer artístico, para muito além de uma visão utilitária da arte, revelam possibilidades de construção de ilhas de humanização e de criação em meio a situações de guerra e injustiça. A experiência também torna inevitável reconhecer que as produções artísticas envoltas em formas espontâneas, ao serem motivadas por intenções educativas baseadas em técnicas de educação popular e de arte-educação, ganham potencial para a elaboração de processos coletivos de superação de limites e de transformação social, apontando para o que Freire (1987) caracteriza como o inédito viável, ou seja: possibilidades para transformações voltadas a um futuro mais humano, e mais ético, com a construção de uma sociedade mais justa, alegre e fraterna. 


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 9044
Título do Trabalho: DANÇAS CIRCULARES COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DE ESTUDANTES NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Autores: Bruna de Almeida Cruz, Rosineide de Belém Lourinho dos Santos

Apresentação: A saúde mental de estudantes é um tópico necessário, visto que nossos sistemas educacionais são hegemonicamente pautados na competitividade, na lógica de consumo e absorção pelo mercado, bem como na produtividade em tempo integral. Na educação profissional e tecnológica, tal cenário se acentua, na medida em que boa parte dos estudantes vive intensa rotina de estudos presenciais, como no caso da forma de ensino integrada, em que se concilia o ensino básico e o ensino técnico profissionalizante. Já está evidente a realidade de adoecimento de estudantes no que se refere à saúde mental, tendo como sintoma frequente o desenvolvimento de quadros de ansiedade e depressão, que podem ser relacionados a esse ritmo de vida exigente e estressante, combinado com baixa qualidade do descanso, do lazer e do cuidado com a saúde. Diante dessa realidade, uma das autoras, atuando como psicóloga na assistência estudantil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Campus Belém, passou a questionar junto à equipe quais lugares de cuidado eram possíveis naquele campo de trabalho, quais dispositivos poderiam atender a tal demanda de modo coerente com o papel de uma instituição de ensino no cuidado em saúde mental. Partindo do princípio de que psicólogas/os atuantes em instituições de ensino devem preferencialmente atuar na prevenção e promoção da saúde mental, em equipes multiprofissionais, atentando para o contexto mais amplo em que ocorrem os processos educacionais e tendo como diretriz o trabalho de produção coletiva de transformações nesse campo, a equipe entendeu que a maneira de enfrentar os processos de adoecimento de estudantes deveria estar pautada no favorecimento de espaços onde se pudessem praticar a escuta e a troca de experiências entre atores educacionais, tais como discentes, servidores técnicos e docentes. Neste sentido, começou-se a discutir na assistência estudantil possibilidades de se estabelecer fluxos de cuidado que extrapolassem a lógica do atendimento por demanda individual, que proporciona uma abordagem reducionista, quando não articulada com outras esferas mais abrangentes. A partir dessa demanda, no segundo semestre de 2019, a psicóloga firmou parceria com uma professora de artes do campus, a segunda autora, a qual já vinha realizando diversos projetos junto aos discentes, para que desenvolvessem uma prática integrativa como espaço de cuidado dedicado a estudantes na instituição: as danças circulares. Trata-se de uma prática reconhecida pelo Sistema Único de Saúde desde 2017, a qual é compreendida como uma espécie de meditação pelo movimento, a partir de danças tradicionais e contemporâneas, realizadas em roda e sob a focalização de uma ou mais pessoas. Sendo assim, elaborou-se um projeto de extensão que conta com a colaboração de alunos/as do ensino técnico integrado ao ensino médio, com o objetivo de oferecer rodas semanais de danças circulares no campus, tendo como público-alvo estudantes. Já havia sido realizada uma experiência interessante no mês de setembro em atividade alusiva à campanha do Setembro Amarelo, em que estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do IFPA participaram juntos/as de uma roda de dança nas dependências do nosso campus. Por isso, optou-se por abarcar como público tanto alunos/as do IFPA, quanto da rede estadual e da UFPA. O projeto foi então aprovado e iniciou-se o trabalho com uma equipe de cinco estudantes, uma docente e uma psicóloga que já tinham experiência com as danças circulares. De novembro a dezembro de 2019, foi realizado um primeiro ciclo de rodas cujo tema foi “os quatro elementos”: fogo, terra, água e ar. Em cada roda, eram trabalhadas de duas a três danças relacionadas a um dos elementos e, ao final, abria-se a roda para partilha livre de impressões, de modo que o encontro tinha a duração de aproximadamente 1h. O espaço de realização da atividade era, via de regra, o mini-auditório da biblioteca do campus, que dispõe de equipamento de som e espaço para aproximadamente 30 pessoas em uma roda. Houve rodas com dez participantes, assim como rodas com mais de trinta. O segundo ciclo, programado para 2020, está em andamento. Além do que estava previsto no projeto, foram realizadas duas rodas fora do campus, uma no IFPA Campus Castanhal e outra no Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil de Belém, como forma de expandir o trabalho e proporcionar o encontro com outros públicos, ainda dentro dos objetivos do projeto. Ao longo da execução do projeto, observaram-se alguns pontos de potência e também alguns fatores de dificuldade que podem ser discutidos neste trabalho. Percebeu-se grande potência proporcionada pela prática das danças circulares no contexto escolar como forma de promoção da saúde mental, tanto pelas impressões positivas compartilhadas por participantes, quanto pela observação de processos ao longo das rodas. Após participarem da atividade, algumas pessoas expressavam melhora ou ressignificação de estados de preocupação, raiva, estresse e tristeza, podendo-se, em alguns casos, observar que o movimento, a fala e o uso alegórico de símbolos operavam como fatores que facilitavam a elaboração daquela experiência. Outro aspecto potente da experiência foi a participação ativa dos/as estudantes voluntários, que trabalharam na escolha de canções, na composição de algumas danças e na focalização dessas danças nas rodas, o que podemos avaliar como elemento valioso de troca, uma vez que, nessa relação de cooperação, foram sendo reconhecidas as diferenças, ampliando-se as formas de fazer junto e de cuidar. Nota-se, portanto, como o trabalho criativo, simbólico e corporal que essa prática oferece pode tornar tangível a possibilidade de cuidado no espaço escolar. O baixo custo, a utilização de tecnologia leve, o enfoque na participação coletiva, bem como o uso e a troca de elementos culturais e artísticos na atividade depõem a favor do seu desenvolvimento, como forma de aliar processos educacionais, processos de criação e processos de cuidado. Entre as dificuldades encontradas, destacam-se fatores relacionados à articulação com a rede externa ao campus, como a rede estadual e a universidade e ao fato de ser uma atividade recente que ainda precisa se consolidar na cultura institucional para atingir maior público e de forma mais efetiva. Esta experiência configura uma das tentativas de aproximação da assistência estudantil de uma atuação que auxilie a formação integral de estudantes na instituição de ensino, favorecendo a sua permanência, não apenas pela concessão de bolsas de auxílio estudantil, mas também pela promoção de dispositivos que favoreçam a saúde na vida acadêmica. É importante ressaltar que a realização de parcerias da equipe de assistência com docentes e estudantes tem sido uma das estratégias mais efetivas para a operacionalização de ações como a descrita neste trabalho. No nível micropolítico, essa é uma aliança que se mostra necessária e frutífera para a construção de ações que visem à transformação de processos adoecidos no contexto educacional, uma vez que se trata de atores centrais e necessariamente implicados nas problemáticas que atravessam tal contexto. Existem possibilidades de articulações futuras no âmbito do IFPA para se avançar nesse sentido, pois já são desenvolvidas outras atividades envolvendo práticas integrativas ou a prática artística como lugar de desenvolvimento humano no campus, também como trabalhos de extensão. A ideia é que se possa articular uma política institucional que atenda as necessidades de cuidado da saúde mental dos estudantes da educação profissional, levando-se em conta as particularidades dessa modalidade de ensino e aprimorando-se também a compreensão do lugar que a instituição de ensino ocupa na rede, seus limites e possibilidades.


Anais do 14º Congresso Internacional da Rede Unida. Saúde em Redes, v. 6, supl. 3 (2020). ISSN 2446-4813.
Trabalho nº 7165
Título do Trabalho: O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS COLABORATIVAS A PARTIR DE UMA PROPOSTA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE DE IDOSOS
Autores: Bruno Costa Poltronieri, Thainá Ferreira Sant’Anna, Nathalie Lima de Oliveira, Carolina Elias, Gabriella Thayna Ferreira Moreira, Mauren Lopes de Carvalho

Apresentação: O envelhecimento é algo natural e ininterrupto e tratar sobre suas demandas é algo crucial para a saúde da população em geral, já que o Brasil vivencia uma transição demográfica, a qual estima-se que até 2050 se torne uma nação considerada idosa e não mais adulta. O foco da assistência à saúde para idosos de acordo com a política nacional de saúde da pessoa idosa é independência e autonomia nas atividades de vida diária do idoso, contudo há muitas condições que interferem na funcionalidade do idoso como os fatores biológicos, sociais e psicológicos que muitas são complexas e que requerem ajuda de profissionais que estejam sensíveis a trabalhar e colaborar em equipe, pensando na melhor solução para o idoso assistido. Nesse sentido, a organização mundial de saúde orienta que a formação de futuro profissionais da área de saúde estejam baseadas na educação interprofissional e nas práticas colaborativas. O PET-Saúde/Interprofissionalidade é um programa do Ministério da Saúde que visa fomentar mudanças na formação da graduação no âmbito do Sistema Único de Saúde, neste caso com foco na Educação Interprofissional (EIP) e nas práticas colaborativas (PC), com vistas ao princípio da integralidade da assistência. O objetivo deste trabalho é relatar o desenvolvimento das competências do trabalho colaborativo junto aos estudantes de graduação inseridos em um grupo de trabalho do PET/Interprofissionalidade cujo foco é a promoção da saúde do idoso. Desenvolvimento: O grupo ocorre em uma clínica da família no bairro de Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, e conta com 8 estudantes de graduação dos cursos de Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Farmácia, dois docentes dos cursos de Terapia Ocupacional e Fisioterapia e quatro profissionais da clínica da família (duas enfermeiras, uma dentista e uma profissional de educação física). A primeira atividade realizada, incluindo a participação conjunta de todos esses atores, foi a elaboração de uma avaliação do idoso para a participação em um programa com oficinas de cuidado e Dança Sênior. Nesta importante etapa, discentes, preceptores e docentes puderam discutir que aspectos de uma avaliação sensível, porém breve e pouco específica que pudesse ser importante para conhecer e triar os idosos interessados nas oficinas. Assim, constituiu-se uma avaliação com informações básicas sobre o idoso identificação e registro dos problemas de saúde mais comuns ou mais relevantes para aquele idoso e os seguintes componentes foram incorporados: mobilidade e risco de queda, dor, polifarmácia e cognição. Logo após, o grupo se reuniu para realizar o planejamento das oficinas. Para realização das mesmas, chegou-se a um entendimento coletivo que só praticar dança sênior não seria o suficiente para alcançarmos os objetivos estipulados pela equipe e que a própria dança poderia disparar temas pertinentes ao envelhecimento. Assim, o grupo elencou três grandes temas para desenvolver junto com os idosos: as reminiscências de vida, o estabelecimento de vínculos e a educação em dor. No planejamento tinha-se o cuidado dos responsáveis serem sempre de pelo menos duas áreas distintas de formação e de distribuir tarefas a todos, de modo que todos tivessem oportunidade de coordenar uma atividade com idosos. As oficinas de cuidado e dança sênior representavam o espaço onde o planejamento se concretizava, embora nem sempre ocorresse como havia sido pensado. Os estudantes perceberam que imprevistos acontecem, mais ainda quando se aplica a prática centrada nos usuários dando voz aos mesmos, e aprenderam como lidar com isso. No decorrer das oficinas e a medida que o grupo de trabalho buscava se fortalecer, eventos previamente agendados em parceria com a clínica da família ocorreram e houve oportunidade do PET divulgar seu trabalho integrando-se mais aos afazeres da clínica. Além disso, os estudantes dos cursos de fisioterapia, terapia ocupacional e farmácia tiveram a oportunidade de acompanhar brevemente as rotinas de trabalho existentes dos profissionais na clínica da família, até mesmo dos agentes comunitários de saúde e do setor administrativo ampliando assim a sua visão para além do fazer próprio da sua futura profissão. Em paralelo ao fazer colaborativo na prática, os conceitos da EIP e PC foram estudados teoricamente e postos em reflexão com base nas experiências vividas por este grupo de trabalho. Cada participante (discentes, docentes e profissionais de saúde) realizou individualmente o curso Educação Interprofissional em Saúde na plataforma do Ambiente Virtual de Aprendizagem do Sistema Único de Saúde (AVASUS). Posteriormente, as perguntas do próprio material do curso que provocavam a reflexão sobre as práticas em saúde, foram utilizadas como perguntas disparadoras de um debate em formato de roda de conversa. Na ocasião, tanto dos preceptores quanto estudantes e docentes admitiram a existência de aspectos a serem reforçados e estimulados, tais como a dinâmica do trabalho em saúde, o trabalho em equipe de maneira efetiva, experiência de aprendizagem compartilhada e competências colaborativas. Foi unânime a conclusão de que a PC proporciona um trabalho integrado, oferecendo melhor atenção à Saúde. Além disso, a fim de aprofundar os conhecimentos teóricos sobre EIP e PC, o grupo vem realizando seminários com apresentação e debate de artigos e materiais sugeridos pelo curso e outros materiais da literatura científica atual sobre o assunto. Resultado: As atividades realizadas têm provocado importantes reflexões entre os discentes a respeito da sua própria formação, entendendo que ainda há uma grande lacuna no que se refere a EIP e PC. A disponibilidade dos profissionais, o conhecimento sobre o fazer do outro, a importância e valorização de todos os sujeitos, o compartilhamento de experiências e saberes e prática centrada no usuário ainda precisam, na visão dos estudantes deste projeto, de maior sensibilização na graduação. Os estudantes referem-se que por meio das vivências na clínica da família conseguiram aprender na prática sobre o papel dos profissionais, a rotina e demandas da atenção primária, além de estarem aprendendo a escutar e dialogar com o outro para melhor resolução dos problemas e conflitos. Nas atividades junto aos idosos os estudantes tiveram a possibilidade de elaborar, avaliar e discutir conjuntamente com pessoas de áreas diferentes sobre a saúde destes usuários e em conjunto elaborar as oficinas para este público alvo. Esse construir coletivo favoreceu com cada discente pudesse compreender o papel e a atuação do outro, o que pouco ocorre em sala de aula durante a graduação. É importante considerar também que a EIP e PC possuem barreiras para se realizar completamente e por isso uma compreensão mais aprofundada a partir das leituras e debates do material teórico vem servindo como reforço e estímulo à transposição das mesmas. Considerações finais: A experiência ao longo destes 9 meses com o PET-Saúde/Interprofissionalidade tem sido essencial para sensibilizar e motivar discentes, preceptores e docentes em relação a vivência da Educação Interprofissional as competências colaborativas. Vivenciar traz amadurecimento para os estudantes, maior bagagem sobre o funcionamento da atenção primária no município do Rio de Janeiro, os sensibiliza para lidar com trabalho em equipe, favorecendo com que o estudante tenha suas práticas centradas no sujeito para melhor qualidade do cuidado.